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Tendinopatia e Bursite no Ombro

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TENDINOPATIA/ BURSITE 
 
FORMAÇÃO E ESTRUTURA DO TENDÃO 
Aqui temos nessa imagem o 
musculo, o corte seccional de um 
musculo, que a gente vê um 
musculo estriado. A fibra 
muscular actina, miosina. Essa 
várias fibras de actina e miosina 
vão se concentrar no fascículo. E 
esse fascículo vai estar envolto 
numa fáscia profunda. Essa 
fáscia profunda, junto com a 
transição mio-tendínea, ela vai 
se transformando em um tendão, ou seja, a forma em que o 
musculo se fixa ao osso é na forma de tendão. A gente não 
tem nenhum musculo humano fixado diretamente no osso, 
ele sempre tem um tendão e aí sim esse tendão vai ter a 
inserção óssea. Essa inserção óssea a gente chama de 
“fought plint” do tendão, que é justamente a porção que se 
insere no osso. 
E esse tendão é 
formado por: diversas 
fibras de colágeno, 
que reunidas essas 
fibras vão fazer 
fascículos, que vão ser 
envoltos por tecido 
conjuntivo e esses fascículos vão ter uma fibra e essa fibra 
vai ser justamente um envoltorio de um tendão que é 
envolto por epi-tendão. E esse epi-tendão, feito de tecido 
conjuntivo: tecido supervascularizado, tecido super 
inervado, que tem a função de recobrir e juntar todas essas 
fibras de colágeno. 
INTRODUÇÃO 
• A TENDINOPATIA É UMA CLASSE DE DOENÇAS QUE 
AFETAM OS TENDÕES 
A Tendinopatia envolve 2 tipos de patologia, que é a 
tendinite e a peri-tendinite. A tendinite é um processo 
inflamatório ou lesional do tendão. E a peri-tendinite que é 
o processo inflamatório do peri-tendão. Com o exame de 
imagem a gente NÃO vai esclarecer se o processo 
inflamatório é do epi-tendão ou se é do tendão 
propriamente dito, então a gente vai chamar de 
tendinopatia que envolve todas as patologias, tanto de fora 
quanto de dentro. 
• PODEM TER ORIGEM DEGENERATIVA OU 
TRAUMÁTICAS 
A origem traumática é derivada de um trauma corto-contuso 
ou um trauma contuso, ou um trauma torcional, que 
acontece uma coisa aguda. E a origem degenerativo 
normalmente por sobrecarga: aquele paciente que digita 
muito, vai gerar um processo inflamatório nos tendões do 
punho; aquele paciente que joga uma bola de beisebol, 
então ele vai gerar uma processo inflamatório por 
sobrecarga nos tendões do ombro ou do cotovelo; mas por 
estresse repetido, ou seja, de origem degenerativa e com o 
passar da idade, a tendência é aumentar a quantidade de 
processo inflamatório nesse tipo de população. 
• APRESENTA DOR RELACIONADA À ATIVIDADE, 
EDEMA LOCAL, SENSIBILIDADE FOCAL À 
PALPAÇÃO E DIMINUIÇÃO DA FORÇA 
Como esse paciente vai chegar pra você? O paciente vai 
chegar reclamando de dor, relacionado à atividade que ele 
faz, com edema local (ou seja, pode estar inchado o local que 
o paciente queixa de dor), vai ter sensibilidade focal à 
palpação, já que o tendão normalmente são estruturas 
superficiais, o paciente consegue apontar bem, definir o 
local da lesão “é aqui que dói”, “aqui que está a lesão”; e 
diminuição da força normalmente está relacionado à dor. 
Então um paciente que arremessava com tal força, uma bola 
de beisebol, agora que ele está com dor, que ele está com 
limitação, ele não consegue usar mais a mesma força pra 
arremessar aquela bola. 
Pode ter outros sinais flogísticos? Pode! Pode vim com 
vermelhidão? Pode! Mas é comum? Não! O comum são os 4 
sintomas já mencionados. 
OBS: Podemos ter tendinopatia em qualquer tendão, ou 
seja, qualquer lugar do corpo humano, a gente pode ter 
tendinopatia, pois praticamente todos os lugares do corpo 
humano nós temos tendões. Mas não é comum ter em todos 
os lugares, é mais comum em determinados locais. 
TENDINOPATIA DO OMBRO 
• MANGUITO ROTADOR: no ombro a gente tem um 
grupo muscular chamado de manguito rotador, que 
é quem dá estabilidade ao ombro e permite os 
movimentos complexos da articulação do ombro. 
- SUPRAESPINHAL: na região mais posterior e na face 
superior 
- INFRAESPINHAL: na região posterior e na face média 
-SUBESCAPULAR: anterior e inserido na pequena 
tuberosidade 
- REDONDO MENOR: na face inferior 
 
O mais comumente lesado é o 
SUPRAESPINHAL. É esse tendão 
que normalmente sofre mais, 
sofre mais patologias. Porque o 
supraespinhal além de exercer 
um trabalho muito importante, 
ou seja, ser motivo de 
sobrecarga, ele está em um 
espaço muito estreito entre o 
tubérculo maior e o acrômio, na síndrome chamada 
sindrome do impacto. 
• BURSA SUBACROMIAL: 
Para proteger isso existe uma 
estrutura chamada de 
BURSA! Toda vez que a gente 
tem um tecido mole próximo 
a uma estrutura óssea rígida, 
em geral a gente tem uma 
Bursa. No quadril 
encontramos mais de 16 
bursas. No ombro temos 9 
bursas, ou seja, a gente tem 
várias bursas que protegem essas partes moles. E o 
que é a bursite? É quando existe um processo 
inflamatório dessa Bursa. Quando acontece esse 
processo inflamatório? Esse processo inflamatório 
acontece quando a gente tem uma tendinite. Na 
imagem podemos ver uma tendinite, existe a 
síndrome do impacto e todo liquido de tecido 
inflamatório da tendinite vai ser acumulado dentro 
dessa Bursa. Então essa Bursa vai estar toda 
inchada, ou seja, o paciente vai estar com bursite. 
• SÍNDROME DO IMPACTO: é o impacto entre a 
tuberosidade maior do úmero e o acrômio leva a 
um desgaste desse tendão, leva a um processo 
inflamatório, leva a um processo degenerativo 
desse tendão, do supraespinhal. Como esse espaço 
é estreito, esse tendão fica sofrendo um toque 
contra o acrômio toda vez que você faz elevação do 
ombro e isso leva a lesão crônica. 
Um paciente chega e fala: “Dr, eu tenho bursite.” Ai o que 
você fala é que o grande problema dele não é bursite, o 
grande problema dele é a tendinopatia do manguito rotador. 
A bursite, na verdade, é só um acúmulo do liquido 
inflamatório. Mas o grande problema não é ela, o grande 
problema é a tendinopatia. 
A bursite pode ser primária? Ou seja, o problema pode ser 
somente da Bursa? Pode! Em geral quando é traumático. 
Paciente que cai de lado, ele bate a região lateral do quadril, 
inflama e faz uma bursite trocantérica traumática. Ai é um 
processo inflamatório da própria Bursa. É comum? Não! O 
mais comum é uma tendinopatia, que vem associado à um 
processo inflamatório da Bursa trocantérica. Então, a 
tendinite em geral, ela vem associada à uma bursite. 
Sempre? Não! 
TENDINOPATIA DO COTOVELO 
• EPICONDILITE LATERAL (COTOVELO DO TENISTA): 
Quem fica escrevendo 
resumo muito tempo, vai 
ter uma tendinopatia na 
origem dos extensores. O 
movimento de extensão 
do punho é trazer o 
punho pra cima. Todos os 
extensores eles saem do mesmo lugar, que é do 
epicôndilo lateral do cotovelo. No paciente que 
passa muito tempo digitando, paciente que passa 
muito tempo escrevendo, costurando, ele pode ter 
um processo inflamatório bem na inserção desses 
tendões extensores do punho. E isso é o que 
chamamos de epicondilite lateral. Foi muito 
descrito em tenistas, que batem de “back hand”, 
que batem de frente, ele termina sentindo essa dor 
no epicôndilo lateral. 
- DOR NA ORIGEM DOS EXTENSORES 
• EPICONDILITE MEDIAL (COTOVELO DO GOLF): 
A epicondilite medial é 
menos comum, mas 
também pode ocorrer. É 
muito comum em quem 
joga Golf. Ai você vai ter 
uma dor no epicôndilo 
medial, que é origem nos 
flexores do punho. 
- DOR NA ORIGEM DOS FLEXORES 
PERGUNTA: PESSOAS QUE TEM FROUXIDÃO LIGAMENTAR 
TEM MAIOR PREDISPOSIÇÃO PRA DESENVOLVER 
TENDINITES? R: NÃO! É o contrário, quem tem frouxidão 
ligamentar tem mais propensão a ter instabilidade articular. 
TENDINOPATIA DO PUNHO 
É a tendinite dos extensores. 
• 6 COMPARTIMENTOS EXTENSORES 
• TENDINOPATIA DO 1 TUNEL – SINDROME DE “DE 
QUERVAIN”. 
Aqui na imagem temos os extensores dos dedos e do punho. 
A gente tem 6 compartimentos extensores, os tendões 
passam por dentro desses compartimentos e o mais comum 
de todos é a tendinopatia do 
primeiro tunel ou Síndrome 
de De Quervain. 
 
A síndromede Der Quervain é a tendinopatia desse primeiro 
compartimento extensor. Passam os tendões que vão fazer 
movimento de abdução do 
polegar (de trazer o polegar pra 
cima) e a dor vai ser justamente 
aqui no punho. O paciente vai 
ter uma dor bem lateral no 
punho. Isso é a tendinopatia do 
1 tunel ou a Sindrome de De 
Quervain. É muito comum 
também. 
TENDINOPATIA DO AQUILES 
• TRÍCEPS SURAL: o tríceps sural é formado pelas 2 
bandas do gastrocnêmio + o sóleo. As 3 cabeças vão 
se juntar e formar o tendão calcâneo e vão se inserir 
no osso calcâneo. 
- GASTROCNÊMIO 
- SÓLEO 
 
 
É muito comum quem 
faz corrida de rua, mal 
preparado fisicamente e 
começa a sentir dor, 
começa a ter 
tendinopatia, que pode 
ser tanto insercional 
(bem na inserção do calcâneo), ou na transição mio-
tendínea. 
RISCO: ruptura. O tratamento de quase todas as 
tendinopatia é conservador. A ruptura do tendão de Aquiles, 
é tratado de forma cirúrgica. O tratamento conservador 
também é possível, existe a possibilidade, mas em geral 
optamos pelo tratamento cirúrgico para a ruptura do tendão 
de Aquiles. Normalmente rompe-se o tendão calcâneo em 
arrancamento, em qualquer atividade de arrancar, isso é 
muito comum no futebol: síndrome da pedrada, o paciente 
tem a sensação que tomou uma pedrada na perna. 
FASCITE PLANTAR 
A gente tem um processo inflamatório bem na inserção, 
onde sai a fáscia plantar, na origem da fáscia plantar. 
Antigamente era chamado de esporão calcâneo. Se você faz 
um Raio X nesse local, vai 
aparecer uma entesite, ou 
seja, uma repercussão 
óssea, do processo 
inflamatório local 
tendíneo. Então aparece 
como se fosse um esporão. 
O paciente relata como se tivesse “um prego no pé”, como 
se tivesse algo furando meu pé. O processo inflamatório 
gerou aquela entesite. Aquela entesite não é a causa da dor. 
A causa da dor é o processo inflamatório tendíneo. Como 
melhoramos a fascite plantar e o esporão calcâneo? Fazendo 
alongamento de cadeia posterior. Mulheres que passam o 
dia inteiro de salto alto, terminam encurtando essa cadeia 
posterior e encurtando essa fáscia plantar, porque ela passa 
o dia inteiro com a 
cadeia posterior 
encurtada, ai quando 
ela vai usar havaianas 
ou coloca o pé no chão, 
ela vai tentar alongar 
essa região e isso vai 
gerar dor, vai gerar um processo inflamatório. Acontece 
também quando estamos dormindo, passamos a noite 
inteira com pé virado pra baixo, ai na hora que a gente vai 
colocar pela primeira vez o pé no chão, que a gente faz o 
alongamento, a gente sente dor nessa região. Então para 
melhorar a fascite plantar, temos que estimular esse 
alongamento de cadeia posterior. É comum em quem corre, 
principalmente quem corre e não faz alongamento. Só que é 
mais comum em qualquer pessoa que tenha encurtamento 
de cadeia posterior, independente da atividade que ela faz. 
• DOR MATINAL 
• MELHORA COM USO DE SALTO BAIXO: sandália 
Anabela, de 3-4 cm, isso faz com que relaxe um 
pouco a fáscia plantar. A palmilha tem a mesma 
função, ela vai elevar um pouco a parte posterior, 
vai conseguir aliviar muito os sintomas. 
• ENCURTAMENTO DE CADEIA POSTERIOR 
OBS: Toda tendinopatia vamos dar o diagnóstico da mesma 
forma e também tratar da mesma forma ou de forma bem 
parecida. 
TENDINOPATIA DO QUADRIL 
• ANAMNESE 
Perguntar para o paciente quando começou a dor, o que 
piora, o que melhora, quando sente a dor, se faz atividade 
física, se tem comorbidades associadas. 
• EXAME FÍSICO 
- DOR A PALPAÇÃO FACE LATERAL DO QUADRIL: então 
palpou aquele ossinho, que é o trocânter maior, o paciente 
vai ter dor. 
- DOR AO REALIAR ABDUÇÃO ATIVA: ao realizar a abdução 
desse quadril, o musculo glúteo médio ele faz a abdução, se 
o paciente tenta forçar ele sente dor. 
- EDEMA LOCAL: o paciente vai dizer que a região do quadril 
está mais inchada. 
- MARCHA EM TRENDELEMBURG: é quando o paciente 
começa a mancar, por insuficiência do glúteo médio. 
• EXAMES COMPLEMENTARES 
- RAIO X: Solicitamos uma radiografia básica pra você vê se 
não tem alteração óssea, ou seja, não tem uma artrose, 
nenhuma patologia óssea no paciente. As vezes consegue vê 
uma entesite, processo inflamatório tendíneo sendo 
representado na estrutura óssea. 
- ULTRASSONOGRAFIA: para patologias de partes moles, 
patologias não ósseas. O ruim é que é examinador 
dependente, ou seja, você tem que estar sabendo como 
utilizar porque se você não souber utilizar de forma correta, 
a tendência de você não ter um resultado positivo ou não 
fechar um diagnóstico é grande. 
- RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: é 
o exame padrão ouro para vê a 
tendinopatia. Aqui na imagem 
temos um exemplo no quadril. 
Isso é um corte coronal em 
ponderação T2, ou seja, T2H20. 
Tudo que é T2 vai corar água. 
Então a gente está vendo um 
processo inflamatório grande. 
Temos o sinal da seta e um 
processo inflamatório grande na região da inserção do 
tendão glúteo, que é justamente no trocânter maior. Esse é 
o “foght print” do tendão glúteo. 
Então basicamente o diagnostico vai ser dado assim: 
anamnese, exame físico, exame complementar. 
EPIDEMIOLOGIA 
Quem vai ter mais predisposição para ter tendinopatia? 
Principalmente do quadril. 
• Mulheres a partir da 
sexta década de vida 
• Adiposidade do tipo 
Ginóide: aquele padrão tipo 
“pêra”, que tem um quadril mais 
largo. O padrão masculino é do 
tipo androide, do tipo “maça”, por isso não tem 
tanta propensão. 
• Falta de atividade física regular: paciente 
sedentário 
• Associação com lombalgia crônica: vários 
pacientes que tem tendinopatia do quadril, 
também vão referir dor lombar crônica. São duas 
coisas muito associadas. 
• Transtornos depressivos: a quantidade de pessoas 
com transtornos depressivos na população em 
geral é de 4%. Se você não tratar o transtorno 
depressivo o paciente não vai melhorar. Se você 
tratar somente de forma local esse paciente não 
melhora. Você pode fazer o que for, ele não 
melhora. 
TRATAMENTO 
• REABILITAÇÃO 
Fisioterapia ou educador físico, 
pra estimular esse paciente a 
voltar a ter uma atividade física 
constante, voltar a ter um hábito 
saudável 
• REPOUSO RELATIVO 
Vai depender do local acometido. Se for por exemplo um 
paciente que tem tendinopatia do punho, que ele digita 
muito, você vai pedir em torno de 48-72 horas sem ele tocar 
no computador. Ou um atleta que faz corrida maratona, 
você vai pedir pra ele passar de 2- 3 semanas sem correr. 
Repouso relativo ele pode fazer atividade laboral e tal, a 
única coisa que vamos evitar é a atividade precipitante 
daquele tipo de tendinopatia. 
• CONTROLE CLÍNICO DAS COMORBIDADES 
ASSOCIADAS 
Controlar transtornos depressivos, controlar diabetes que 
piora muito o processo inflamatório, controlar obesidade 
(paciente obeso a tendência dessa tendinopatia ou de 
qualquer outro processo inflamatório de não melhorar é 
muito alta). 
• ANALGÉSICOS E ANTI INFLAMATÓRIOS 
• ESTÍMULO A ATIVIDADE FISICA BEM ORIENTADA 
Falar pra esse paciente ir pra academia ou fazer alguma 
atividade dentro da água. Lembrar que a grande maioria das 
atividades não são contraindicadas. O que você tem que 
fazer é tentar adaptar aquele paciente. Você tem que tentar 
adaptar a atividade física ao paciente e não o contrário, fazer 
algo que ele goste. 
• CINESIOTERAPIA 
É a terapia do movimento. Você vai pegar esse paciente e 
adequar ele a fazer fortalecimento muscular e alongamento. 
PERGUNTA: E O TABAGISMO? R: Tabagismo piora sim e 
aumenta de 2-3x os riscos e a chance de ruptura do tendão, 
por vasculopatia. 
QUAL A SEQUENCIA DAS COISAS? Primeiro fazer a 
analgesia, ou seja, tiramos a dor desse paciente, depois a 
tendência é a gente tentar fazer fortalecimento com 
exercícios isométricos, e por ultimo trabalhar a parte de 
alongamento, que é muito mais difícil. 
OBS: O alongamento feito antes das atividades físicasele 
predispõe a lesões. Nós indicamos ao atleta: fazer o 
aquecimento antes da atividade aeróbica, realizar a 
atividade e só depois fazer o alongamento. 
• ANALGÉSICOS E ANTI INFLAMATÓRIOS 
- DIPIRONA/ PARACETAMOL: é o que usamos em geral, como 
analgésicos simples 
- TRAMADOL / CODEÍNA: usados como analgésicos mais 
potentes 
- DICLOFENACO/ CELOCOXIBE: são anti-inflamatórios 
-AMITRIPTILINA/ DUOLOXETINA: anti depressivos que 
usamos na dor crônica. Mas para tratar transtornos 
depressivos psiquiátricos o recomendado é encaminhar para 
o psiquiatra. Nós só vamos usar nos casos de dor crônica, 
não tratamos a depressão e sim a dor crônica. 
Os analgésicos a gente usa por mais tempo e os anti-
inflamatórios a gente usa por menos tempo (7-14 dias no 
máximo). 
TERAPIA LOCAL 
Fiz tudo isso mencionado anteriormente, o paciente aderiu 
o tratamento, fez atividade física, perdeu peso, utilizou anti-
inflamatório, utilizou analgésico, mas ainda assim não 
melhorou, não teve resultado. Eu estou vendo que é um 
paciente que está fazendo todo o tratamento, está fazendo 
alongamento, fazendo tudo e realmente ele não melhorou. 
Com isso, a gente passa para as terapias locais. SÃO ELAS: 
❖ INFILTRAÇÃO DE CORTICÓIDE 
❖ TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE 
❖ FENESTRAÇÃO 
❖ PRP 
❖ INFILTRAÇÃO COM ÁCIDO HIALURÔNICO 
❖ TRATAMENTO CIRÚRGICO 
INFILTRAÇÃO COM CORTCÓIDE 
Não melhorou, podemos fazer uma infiltração com 
anestésico e corticoide. É uma infiltração local e é bom fazer 
com uma infiltração guiada por uma ultrassonografia. 
• ANESTÉSICO: BUPIVACAÍNA/ LIDOCAÍNA 
• BETAMETASONA 
• GUIADO POR USG 
Aqui na imagem temos o 
joelho do paciente, a nádega 
e aqui o trocânter maior. 
Então guiada pelo 
ultrassom, conseguimos 
enxergar o local onde tem o 
processo inflamatória e 
injeta a solução de BUPIVACAÍNA ou LIDOCAÍNA (que são 
anestésicos locais) associados a um corticoide, que pode ser 
um corticoide de depósito como a BETAMETASONA ou a 
ANTRACENONA (não tenho certeza). VANTAGEM: a 
infiltração com corticoide consegue dar um alivio imediato 
ao paciente, o paciente melhora bastante da dor, melhora 
bastante o processo inflamatório local. DESVANTAGEM: o 
corticoide ele induz apoptose, ele induz morte celular, 
principalmente dos tenócitos, então quando você aplica o 
corticoide em um tendão, você aumenta muito o risco de 
ruptura desse tendão, desse tendão rasgar. 
QUANDO FAZER UMA INFILTRAÇÃO POR CORTICOIDE? De 
preferencia NUNCA! QUANDO PODE REPETIR? De 
preferencia NUNCA! Mas se tiver que repetir, é bom tentar 
fazer com a maior distância possível entre as infiltrações, por 
conta desse risco de ruptura. 
TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE 
Temos as ondas 
acústicas que vamos 
passar na pele, 
vamos chocar contra 
as estruturas 
profundas. Elas 
começaram a serem utilizadas na urologia para preda no rim, 
para quebrar as pedras nos rins. Na ortopedia começou a ser 
usada para tendinopatia, obtendo bons resultados: para 
fascite plantar, para tendinopatia do calcâneo, para 
tendinopatia glútea do trocânter maior. Essas ondas elas 
geram pequenas lesões no local e estimula a regeneração 
tecidual, fazendo neo-angiogenese, reparação tecidual de 
uma forma geral. O inconveniente é que DÓI, dói bastante. 
Essas ondas vão batendo no osso também e isso torna a 
terapia bastante dolorosa. 
• ONDAS ACÚSTICAS DE ALTA ENERGIA 
• ESTÍMULO A REGENERAÇÃO TECIDUAL 
FENESTRAÇÃO 
• BAIXO CUSTO 
• MULTIPLAS PUNÇÕES DA FACE LATERAL DA COXA 
COM AGULHA GUIADO POR USG 
• INDUZ CRISE VASCULAR LOCAL 
• POUCOS ESTUDOS 
Através do ultrassom 
a gente vai vê. Aqui na 
imagem temos um 
trocânter maior, 
temos o tendão 
glúteo e nas setas 
temos a agulha. Então 
com uma agulha simples, a gente faz vários furinhos no 
tendão, como se fosse um microagulhamento, vai fazendo 
vários furinhos tentando estimular a regeneração tecidual 
desse local. Você induz uma crise vascular local e termina 
estimulando a regeneração tecidual e fazendo que o 
paciente melhore da dor. Poucos estudos utilizam essa 
técnica, mas os estudos são bem promissores. Além de que 
a vantagem é que é de baixo custo. 
PRP – PLASMA RICO EM PLAQUETAS 
• FORAM DIVERSOS ESTUDOS NOS ULTIMOS ANOS 
• DESFECHO SEMELHANTE A INFILTRAÇÃO COM 
CORTICOIDE: os desfechos, principalmente em 
revisão sistemática, a longo prazo, com muitos 
pacientes, é que eles têm os mesmos resultados 
que a infiltração por corticoide, ou seja, você tem o 
retorno dos sintomas. Você faz a infiltração e 
depois de 4 meses volta a ter a mesma coisa. 
• RETORNO DOS SINTOMAS APÓS 02 A 04 MESES: 
Depois de 4 meses todos os sintomas voltam 
igualzinho ao que era antes. 
• TÉCNICA SEGURA E DE BAIXO CUSTO: essa é a 
vantagem 
Tem se feito vários trabalhos ainda, pode ser que isso mude, 
que o efeito não é tão positivo assim. Mas até hoje o que 
está provado é que os sintomas se assemelham muito à 
infiltração com corticoide, ou seja, você faz a infiltração e 
depois de 4 meses volta tudo para a mesma coisa. 
COMO SE FAZ A TECNICA DE PRP? PRP é o Plasma Rico em 
Plaquetas. Tem se usando 
atualmente PRP pra tudo, 
pra queda de cabelo, pra 
impotência sexual, pra 
dente, pra tudo. E os 
resultados são muito 
semelhantes pra tudo que 
está se fazendo, pobres resultados do que se esperava. Você 
tira o sangue periférico, tira um tubinho de coleta de sangue, 
centrifuga esse tubinho, vai ficar um sobrenadante (que é 
feito de plasma) e essa parte que são os hemaceas e os 
leucocitos. (a parte mais inferior do tubo, mais escura) Nos 
10% inferior é uma região do plasma que é rica em plaquetas 
e são esses 10% que nós vamos aspirar e injetar no paciente. 
(a parte laranja no tubo) E PRA QUE SERVE UM PLASMA DE 
PLAQUETAS? Nas plaquetas a gente tem varios fatores de 
crescimento, e esses fatores de crescimento é o que se acha 
que vai fazer com que estimule regeneração tecidual. Mas 
na pratica o que a gente vê é que a coisa não acontece 
asssim. Então, os estudos com PRP mostraram pouquissimos 
resultados. 
PERGUNTA: E TEM DESVANTAGEM COMO CORTICOIDE? R: 
Não! A grande vantagem é essa, que não tem o efeito 
colateral do corticoide. Não induz apoptose celular e com 
isso, não aumenta o risco de ruptura. Então tem essa 
vantagem em relação ao corticoide. 
INFILTRAÇÃO COM ÁCIDO HIALURÔNICO 
Classicamente o ácido hialurônico é utilizado na infiltração 
intra-articular. Então a infiltração com acido hialurônico para 
ARTROSE é muito bem estabelecida, principalmente no 
joelho, a gente tem ótimo resultado para paciente com 
artrose no joelho, a infiltração com acido hialurônico 
consegue fazer com que ele fique com pouca dor ou melhora 
nos score dor por um período prolongado de 6,8 meses até 
1 ano. Na questão do TENDÃO ele parece ter bons resultados 
também, mas são poucos estudos que utilizam o ácido 
hialurônico na infiltração do tendão, é preciso de mais 
estudos a longos prazos para se falar alguma coisa. 
• BONS RESULTADOS 
• POUCOS ESTUDOS 
CLINICOS A LONGO PRAZO 
• FÁCIL EXECUÇÃO E 
BAIXO CUSTO: por isso 
acaba sendo muito 
promissora essa técnica pra tendinopatia 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
QUANDO A GENTE INDICA O TRATAMENTO CIRÚRGICO? A 
gente indica o tratamento cirúrgico na falha do tratamento 
conservador E na falha da terapia local. Eu mandei o 
paciente fazer atividade física, ele fez, eu mandei ele fazer 
alongamento ele fez, eu passei o uso de anti-inflamatório, 
ele usou, ele começou uma atividade esportiva constante, 
ele fez tudo. Não deu certo! Infiltrei com corticoide, não deu 
certo. Fiz ondas de choque, não deu certo! Se você agora 
quiser partir pra outro tratamento, ai sim é o tratamento 
cirúrgico para esse paciente. 
TODAS AS TENDINOPATIAS SÃO ASSIM? A grande maioria 
são assim. E SE TIVER RUPTURA DO TENDÃO? Mesma coisa. 
Mesmo se tiver ruptura, o tratamento conservador é 
imperativo. Menos em exceções: o tendão calcâneoe os 
atletas de altíssimo rendimento (que aí a gente pode pensar 
no tratamento cirúrgico). Mas, a princípio, todos os 
tratamentos de lesão tendínea, ou seja, de tendinopatia são 
de tratamento conservador. Tratamento conservador em 
98,9% dos casos tem sucesso. 
CONSEGUE VOLTAR AO NORMAL? Não! Quando você lesa 
um tecido, em geral, você nunca vai ter esse tecido voltando 
ao normal. O importante é que volte a ter a mesma função. 
Lesão muscular, lesão tendinea, fratura, o objetivo é 
justamente esse. Você quer que volte a ter a mesma 
semelhança que tinha antes? Não! O que a gente quer é que 
volte a ter a mesma FUNÇÃO! 
• ALTO CUSTO 
• CAPACIDADE DE RESTAURAR ANATOMIA: o 
tratamento cirúrgico é o único que consegue 
restaurar a anatomia 
• INDICADA NOS CASOS EM QUE O PACIENTE ADERE 
A TERAPIA MULTIDISCIPLINAR E NÃO TEM 
RESPOSTA A TERAPIA LOCAL 
• PODE SER REALIZADO POR VIA ABERTA OU 
ENDOSCÓPICA: o tratamento cirúrgico pode ser 
feito por via aberta, ou seja, você pode abrir ele e 
vê o tendão e dar um ponto nele; ou pode ser por 
via endoscópica, em que a gente entra com 
microcâmera e entra com o instrumental e 
consegue reparar essas lesões. 
Aqui na imagem temos 
uma ruptura tendinea. 
Em cima temos 
muscuulo gluteo, 
tendão gluteo, e o 
grande trocanter. 
Então existiu uma ruptura desse tendão, esse tendão estava 
virando pra cima, descascado do osso. O que a gente faz? A 
gente primeiro passa uma âncora, que é um fio metalico, que 
dá pra a gente passar 2 fios pra a gente amarrar. A gente 
amarra o tendão e consegue re-inserir ele aqui novamente. 
Então, é o tratamento que consegue restaurar a anatomia. 
TERAPIA COM CMMO 
Foi utilizado células tronco. Terapia com células 
mesenquimais da medula óssea (CMMO). Teve ótimos 
resultados. Por que foi usado células tronco pra 
tendinopatia? Primeiro porque ainda não tinha sido feito 
nada sensacional, todos os outros métodos tem resultados 
parcial, como corticoides, PRP, ondas de choque. Já que não 
tinha nenhum tratamento muito bem estabelecido, foi 
pensado em fazer um tratamento com células tronco. 
• BONS RESULTADOS IN VITRO – AMOSTRA DE 
TENDÃO EM CÃES: in vitro mostrava-se que tinham 
ótimos resultados em amostras de cães 
• TRATAMENTO DE TENDINOPATIA PATELAR: para 
tendinopatia patelar já tinham bons resultados 
• TRATAMENTO DE EPICONDILITE LATERAL: para 
epicondilite lateral já tinham bons resultados 
• TRATAMENTO DE TENDINOPATIA DO MANGUITO 
ROTADOR DO OMBRO: para tendinopatia do 
manguito rotador também já tinham bons 
resultados. 
Como no mundo inteiro ainda não tinha estudo para 
tendinopatia do quadril, foi feito. Células tronco não é uma 
celula totipotente em que você injeta em algum tecido 
qualquer e do nada ela se transforma numa celula diferente, 
daquele tecido. A célula que a gente injeta ela morre 
normalmente em 8 horas, ou seja, a grande maioria das 
celulas morrem. Do aspirado somente 0,01% é realmente de 
celulas, o resto tudo está associado a varios fatores 
quimiotáticos, ou seja, a gente tem varios fatores de 
crescimento, varios fatores fibroblastos... a gente tem muito 
fator aqui que estimula a regeneração tecidual. Então talvez 
seja isso que ajuda na reparação e não a celula propriamente 
dita. 
 
TERAPIA COM CMMO PARA SDT – TENDINOPATIA 
GLUTEA 
O QUE ALCANÇAMOS COM ESSE ESTUDO? Foi alcançado um 
bom resultado. A gente tinha uma tendinopatia do quadril, 
além de ser um estudo pioneiro, infiltrava com o uso do 
ultrassom (sendo guiado pelo ultrassom) e infiltrava 
justamente onde estava a tendinopatia. Foi alcançado um 
resultado positivo em relação à dor e em relação ao escore 
funcional, esse paciente foi melhorando bastante. Mas isso 
ainda é um estudo cientifico, precisa ser feito mais vezes, 
precisa de uma larga escala de pacientes, uma coisa maior e 
mais ampla pra poder utiliza-lo na pratica medica. 
• ESTUDO PIONEIRO 
• RESULTADOS POSITIVOS EM RELAÇÃO A DOR E 
ESCORE FUNCIONAL 
 
ENTÃO QUAL O PADRÃO – OURO PARA A TENDINOPATIA 
AINDA? Estimular atividade física, perda de peso, controle 
de comorbidades, uso de analgésico, uso de anti-
inflamatórios, alongamentos, ou seja... mudança de estilo de 
vida. Esse que é o PADRÃO-OURO para a tendinopatia. 
Se por acaso não estiver melhorando, estiver piorando ou 
estiver evoluindo mal, aí sim encaminhamos para o 
especialista.

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