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TENDINOPATIA/ BURSITE FORMAÇÃO E ESTRUTURA DO TENDÃO Aqui temos nessa imagem o musculo, o corte seccional de um musculo, que a gente vê um musculo estriado. A fibra muscular actina, miosina. Essa várias fibras de actina e miosina vão se concentrar no fascículo. E esse fascículo vai estar envolto numa fáscia profunda. Essa fáscia profunda, junto com a transição mio-tendínea, ela vai se transformando em um tendão, ou seja, a forma em que o musculo se fixa ao osso é na forma de tendão. A gente não tem nenhum musculo humano fixado diretamente no osso, ele sempre tem um tendão e aí sim esse tendão vai ter a inserção óssea. Essa inserção óssea a gente chama de “fought plint” do tendão, que é justamente a porção que se insere no osso. E esse tendão é formado por: diversas fibras de colágeno, que reunidas essas fibras vão fazer fascículos, que vão ser envoltos por tecido conjuntivo e esses fascículos vão ter uma fibra e essa fibra vai ser justamente um envoltorio de um tendão que é envolto por epi-tendão. E esse epi-tendão, feito de tecido conjuntivo: tecido supervascularizado, tecido super inervado, que tem a função de recobrir e juntar todas essas fibras de colágeno. INTRODUÇÃO • A TENDINOPATIA É UMA CLASSE DE DOENÇAS QUE AFETAM OS TENDÕES A Tendinopatia envolve 2 tipos de patologia, que é a tendinite e a peri-tendinite. A tendinite é um processo inflamatório ou lesional do tendão. E a peri-tendinite que é o processo inflamatório do peri-tendão. Com o exame de imagem a gente NÃO vai esclarecer se o processo inflamatório é do epi-tendão ou se é do tendão propriamente dito, então a gente vai chamar de tendinopatia que envolve todas as patologias, tanto de fora quanto de dentro. • PODEM TER ORIGEM DEGENERATIVA OU TRAUMÁTICAS A origem traumática é derivada de um trauma corto-contuso ou um trauma contuso, ou um trauma torcional, que acontece uma coisa aguda. E a origem degenerativo normalmente por sobrecarga: aquele paciente que digita muito, vai gerar um processo inflamatório nos tendões do punho; aquele paciente que joga uma bola de beisebol, então ele vai gerar uma processo inflamatório por sobrecarga nos tendões do ombro ou do cotovelo; mas por estresse repetido, ou seja, de origem degenerativa e com o passar da idade, a tendência é aumentar a quantidade de processo inflamatório nesse tipo de população. • APRESENTA DOR RELACIONADA À ATIVIDADE, EDEMA LOCAL, SENSIBILIDADE FOCAL À PALPAÇÃO E DIMINUIÇÃO DA FORÇA Como esse paciente vai chegar pra você? O paciente vai chegar reclamando de dor, relacionado à atividade que ele faz, com edema local (ou seja, pode estar inchado o local que o paciente queixa de dor), vai ter sensibilidade focal à palpação, já que o tendão normalmente são estruturas superficiais, o paciente consegue apontar bem, definir o local da lesão “é aqui que dói”, “aqui que está a lesão”; e diminuição da força normalmente está relacionado à dor. Então um paciente que arremessava com tal força, uma bola de beisebol, agora que ele está com dor, que ele está com limitação, ele não consegue usar mais a mesma força pra arremessar aquela bola. Pode ter outros sinais flogísticos? Pode! Pode vim com vermelhidão? Pode! Mas é comum? Não! O comum são os 4 sintomas já mencionados. OBS: Podemos ter tendinopatia em qualquer tendão, ou seja, qualquer lugar do corpo humano, a gente pode ter tendinopatia, pois praticamente todos os lugares do corpo humano nós temos tendões. Mas não é comum ter em todos os lugares, é mais comum em determinados locais. TENDINOPATIA DO OMBRO • MANGUITO ROTADOR: no ombro a gente tem um grupo muscular chamado de manguito rotador, que é quem dá estabilidade ao ombro e permite os movimentos complexos da articulação do ombro. - SUPRAESPINHAL: na região mais posterior e na face superior - INFRAESPINHAL: na região posterior e na face média -SUBESCAPULAR: anterior e inserido na pequena tuberosidade - REDONDO MENOR: na face inferior O mais comumente lesado é o SUPRAESPINHAL. É esse tendão que normalmente sofre mais, sofre mais patologias. Porque o supraespinhal além de exercer um trabalho muito importante, ou seja, ser motivo de sobrecarga, ele está em um espaço muito estreito entre o tubérculo maior e o acrômio, na síndrome chamada sindrome do impacto. • BURSA SUBACROMIAL: Para proteger isso existe uma estrutura chamada de BURSA! Toda vez que a gente tem um tecido mole próximo a uma estrutura óssea rígida, em geral a gente tem uma Bursa. No quadril encontramos mais de 16 bursas. No ombro temos 9 bursas, ou seja, a gente tem várias bursas que protegem essas partes moles. E o que é a bursite? É quando existe um processo inflamatório dessa Bursa. Quando acontece esse processo inflamatório? Esse processo inflamatório acontece quando a gente tem uma tendinite. Na imagem podemos ver uma tendinite, existe a síndrome do impacto e todo liquido de tecido inflamatório da tendinite vai ser acumulado dentro dessa Bursa. Então essa Bursa vai estar toda inchada, ou seja, o paciente vai estar com bursite. • SÍNDROME DO IMPACTO: é o impacto entre a tuberosidade maior do úmero e o acrômio leva a um desgaste desse tendão, leva a um processo inflamatório, leva a um processo degenerativo desse tendão, do supraespinhal. Como esse espaço é estreito, esse tendão fica sofrendo um toque contra o acrômio toda vez que você faz elevação do ombro e isso leva a lesão crônica. Um paciente chega e fala: “Dr, eu tenho bursite.” Ai o que você fala é que o grande problema dele não é bursite, o grande problema dele é a tendinopatia do manguito rotador. A bursite, na verdade, é só um acúmulo do liquido inflamatório. Mas o grande problema não é ela, o grande problema é a tendinopatia. A bursite pode ser primária? Ou seja, o problema pode ser somente da Bursa? Pode! Em geral quando é traumático. Paciente que cai de lado, ele bate a região lateral do quadril, inflama e faz uma bursite trocantérica traumática. Ai é um processo inflamatório da própria Bursa. É comum? Não! O mais comum é uma tendinopatia, que vem associado à um processo inflamatório da Bursa trocantérica. Então, a tendinite em geral, ela vem associada à uma bursite. Sempre? Não! TENDINOPATIA DO COTOVELO • EPICONDILITE LATERAL (COTOVELO DO TENISTA): Quem fica escrevendo resumo muito tempo, vai ter uma tendinopatia na origem dos extensores. O movimento de extensão do punho é trazer o punho pra cima. Todos os extensores eles saem do mesmo lugar, que é do epicôndilo lateral do cotovelo. No paciente que passa muito tempo digitando, paciente que passa muito tempo escrevendo, costurando, ele pode ter um processo inflamatório bem na inserção desses tendões extensores do punho. E isso é o que chamamos de epicondilite lateral. Foi muito descrito em tenistas, que batem de “back hand”, que batem de frente, ele termina sentindo essa dor no epicôndilo lateral. - DOR NA ORIGEM DOS EXTENSORES • EPICONDILITE MEDIAL (COTOVELO DO GOLF): A epicondilite medial é menos comum, mas também pode ocorrer. É muito comum em quem joga Golf. Ai você vai ter uma dor no epicôndilo medial, que é origem nos flexores do punho. - DOR NA ORIGEM DOS FLEXORES PERGUNTA: PESSOAS QUE TEM FROUXIDÃO LIGAMENTAR TEM MAIOR PREDISPOSIÇÃO PRA DESENVOLVER TENDINITES? R: NÃO! É o contrário, quem tem frouxidão ligamentar tem mais propensão a ter instabilidade articular. TENDINOPATIA DO PUNHO É a tendinite dos extensores. • 6 COMPARTIMENTOS EXTENSORES • TENDINOPATIA DO 1 TUNEL – SINDROME DE “DE QUERVAIN”. Aqui na imagem temos os extensores dos dedos e do punho. A gente tem 6 compartimentos extensores, os tendões passam por dentro desses compartimentos e o mais comum de todos é a tendinopatia do primeiro tunel ou Síndrome de De Quervain. A síndromede Der Quervain é a tendinopatia desse primeiro compartimento extensor. Passam os tendões que vão fazer movimento de abdução do polegar (de trazer o polegar pra cima) e a dor vai ser justamente aqui no punho. O paciente vai ter uma dor bem lateral no punho. Isso é a tendinopatia do 1 tunel ou a Sindrome de De Quervain. É muito comum também. TENDINOPATIA DO AQUILES • TRÍCEPS SURAL: o tríceps sural é formado pelas 2 bandas do gastrocnêmio + o sóleo. As 3 cabeças vão se juntar e formar o tendão calcâneo e vão se inserir no osso calcâneo. - GASTROCNÊMIO - SÓLEO É muito comum quem faz corrida de rua, mal preparado fisicamente e começa a sentir dor, começa a ter tendinopatia, que pode ser tanto insercional (bem na inserção do calcâneo), ou na transição mio- tendínea. RISCO: ruptura. O tratamento de quase todas as tendinopatia é conservador. A ruptura do tendão de Aquiles, é tratado de forma cirúrgica. O tratamento conservador também é possível, existe a possibilidade, mas em geral optamos pelo tratamento cirúrgico para a ruptura do tendão de Aquiles. Normalmente rompe-se o tendão calcâneo em arrancamento, em qualquer atividade de arrancar, isso é muito comum no futebol: síndrome da pedrada, o paciente tem a sensação que tomou uma pedrada na perna. FASCITE PLANTAR A gente tem um processo inflamatório bem na inserção, onde sai a fáscia plantar, na origem da fáscia plantar. Antigamente era chamado de esporão calcâneo. Se você faz um Raio X nesse local, vai aparecer uma entesite, ou seja, uma repercussão óssea, do processo inflamatório local tendíneo. Então aparece como se fosse um esporão. O paciente relata como se tivesse “um prego no pé”, como se tivesse algo furando meu pé. O processo inflamatório gerou aquela entesite. Aquela entesite não é a causa da dor. A causa da dor é o processo inflamatório tendíneo. Como melhoramos a fascite plantar e o esporão calcâneo? Fazendo alongamento de cadeia posterior. Mulheres que passam o dia inteiro de salto alto, terminam encurtando essa cadeia posterior e encurtando essa fáscia plantar, porque ela passa o dia inteiro com a cadeia posterior encurtada, ai quando ela vai usar havaianas ou coloca o pé no chão, ela vai tentar alongar essa região e isso vai gerar dor, vai gerar um processo inflamatório. Acontece também quando estamos dormindo, passamos a noite inteira com pé virado pra baixo, ai na hora que a gente vai colocar pela primeira vez o pé no chão, que a gente faz o alongamento, a gente sente dor nessa região. Então para melhorar a fascite plantar, temos que estimular esse alongamento de cadeia posterior. É comum em quem corre, principalmente quem corre e não faz alongamento. Só que é mais comum em qualquer pessoa que tenha encurtamento de cadeia posterior, independente da atividade que ela faz. • DOR MATINAL • MELHORA COM USO DE SALTO BAIXO: sandália Anabela, de 3-4 cm, isso faz com que relaxe um pouco a fáscia plantar. A palmilha tem a mesma função, ela vai elevar um pouco a parte posterior, vai conseguir aliviar muito os sintomas. • ENCURTAMENTO DE CADEIA POSTERIOR OBS: Toda tendinopatia vamos dar o diagnóstico da mesma forma e também tratar da mesma forma ou de forma bem parecida. TENDINOPATIA DO QUADRIL • ANAMNESE Perguntar para o paciente quando começou a dor, o que piora, o que melhora, quando sente a dor, se faz atividade física, se tem comorbidades associadas. • EXAME FÍSICO - DOR A PALPAÇÃO FACE LATERAL DO QUADRIL: então palpou aquele ossinho, que é o trocânter maior, o paciente vai ter dor. - DOR AO REALIAR ABDUÇÃO ATIVA: ao realizar a abdução desse quadril, o musculo glúteo médio ele faz a abdução, se o paciente tenta forçar ele sente dor. - EDEMA LOCAL: o paciente vai dizer que a região do quadril está mais inchada. - MARCHA EM TRENDELEMBURG: é quando o paciente começa a mancar, por insuficiência do glúteo médio. • EXAMES COMPLEMENTARES - RAIO X: Solicitamos uma radiografia básica pra você vê se não tem alteração óssea, ou seja, não tem uma artrose, nenhuma patologia óssea no paciente. As vezes consegue vê uma entesite, processo inflamatório tendíneo sendo representado na estrutura óssea. - ULTRASSONOGRAFIA: para patologias de partes moles, patologias não ósseas. O ruim é que é examinador dependente, ou seja, você tem que estar sabendo como utilizar porque se você não souber utilizar de forma correta, a tendência de você não ter um resultado positivo ou não fechar um diagnóstico é grande. - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: é o exame padrão ouro para vê a tendinopatia. Aqui na imagem temos um exemplo no quadril. Isso é um corte coronal em ponderação T2, ou seja, T2H20. Tudo que é T2 vai corar água. Então a gente está vendo um processo inflamatório grande. Temos o sinal da seta e um processo inflamatório grande na região da inserção do tendão glúteo, que é justamente no trocânter maior. Esse é o “foght print” do tendão glúteo. Então basicamente o diagnostico vai ser dado assim: anamnese, exame físico, exame complementar. EPIDEMIOLOGIA Quem vai ter mais predisposição para ter tendinopatia? Principalmente do quadril. • Mulheres a partir da sexta década de vida • Adiposidade do tipo Ginóide: aquele padrão tipo “pêra”, que tem um quadril mais largo. O padrão masculino é do tipo androide, do tipo “maça”, por isso não tem tanta propensão. • Falta de atividade física regular: paciente sedentário • Associação com lombalgia crônica: vários pacientes que tem tendinopatia do quadril, também vão referir dor lombar crônica. São duas coisas muito associadas. • Transtornos depressivos: a quantidade de pessoas com transtornos depressivos na população em geral é de 4%. Se você não tratar o transtorno depressivo o paciente não vai melhorar. Se você tratar somente de forma local esse paciente não melhora. Você pode fazer o que for, ele não melhora. TRATAMENTO • REABILITAÇÃO Fisioterapia ou educador físico, pra estimular esse paciente a voltar a ter uma atividade física constante, voltar a ter um hábito saudável • REPOUSO RELATIVO Vai depender do local acometido. Se for por exemplo um paciente que tem tendinopatia do punho, que ele digita muito, você vai pedir em torno de 48-72 horas sem ele tocar no computador. Ou um atleta que faz corrida maratona, você vai pedir pra ele passar de 2- 3 semanas sem correr. Repouso relativo ele pode fazer atividade laboral e tal, a única coisa que vamos evitar é a atividade precipitante daquele tipo de tendinopatia. • CONTROLE CLÍNICO DAS COMORBIDADES ASSOCIADAS Controlar transtornos depressivos, controlar diabetes que piora muito o processo inflamatório, controlar obesidade (paciente obeso a tendência dessa tendinopatia ou de qualquer outro processo inflamatório de não melhorar é muito alta). • ANALGÉSICOS E ANTI INFLAMATÓRIOS • ESTÍMULO A ATIVIDADE FISICA BEM ORIENTADA Falar pra esse paciente ir pra academia ou fazer alguma atividade dentro da água. Lembrar que a grande maioria das atividades não são contraindicadas. O que você tem que fazer é tentar adaptar aquele paciente. Você tem que tentar adaptar a atividade física ao paciente e não o contrário, fazer algo que ele goste. • CINESIOTERAPIA É a terapia do movimento. Você vai pegar esse paciente e adequar ele a fazer fortalecimento muscular e alongamento. PERGUNTA: E O TABAGISMO? R: Tabagismo piora sim e aumenta de 2-3x os riscos e a chance de ruptura do tendão, por vasculopatia. QUAL A SEQUENCIA DAS COISAS? Primeiro fazer a analgesia, ou seja, tiramos a dor desse paciente, depois a tendência é a gente tentar fazer fortalecimento com exercícios isométricos, e por ultimo trabalhar a parte de alongamento, que é muito mais difícil. OBS: O alongamento feito antes das atividades físicasele predispõe a lesões. Nós indicamos ao atleta: fazer o aquecimento antes da atividade aeróbica, realizar a atividade e só depois fazer o alongamento. • ANALGÉSICOS E ANTI INFLAMATÓRIOS - DIPIRONA/ PARACETAMOL: é o que usamos em geral, como analgésicos simples - TRAMADOL / CODEÍNA: usados como analgésicos mais potentes - DICLOFENACO/ CELOCOXIBE: são anti-inflamatórios -AMITRIPTILINA/ DUOLOXETINA: anti depressivos que usamos na dor crônica. Mas para tratar transtornos depressivos psiquiátricos o recomendado é encaminhar para o psiquiatra. Nós só vamos usar nos casos de dor crônica, não tratamos a depressão e sim a dor crônica. Os analgésicos a gente usa por mais tempo e os anti- inflamatórios a gente usa por menos tempo (7-14 dias no máximo). TERAPIA LOCAL Fiz tudo isso mencionado anteriormente, o paciente aderiu o tratamento, fez atividade física, perdeu peso, utilizou anti- inflamatório, utilizou analgésico, mas ainda assim não melhorou, não teve resultado. Eu estou vendo que é um paciente que está fazendo todo o tratamento, está fazendo alongamento, fazendo tudo e realmente ele não melhorou. Com isso, a gente passa para as terapias locais. SÃO ELAS: ❖ INFILTRAÇÃO DE CORTICÓIDE ❖ TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE ❖ FENESTRAÇÃO ❖ PRP ❖ INFILTRAÇÃO COM ÁCIDO HIALURÔNICO ❖ TRATAMENTO CIRÚRGICO INFILTRAÇÃO COM CORTCÓIDE Não melhorou, podemos fazer uma infiltração com anestésico e corticoide. É uma infiltração local e é bom fazer com uma infiltração guiada por uma ultrassonografia. • ANESTÉSICO: BUPIVACAÍNA/ LIDOCAÍNA • BETAMETASONA • GUIADO POR USG Aqui na imagem temos o joelho do paciente, a nádega e aqui o trocânter maior. Então guiada pelo ultrassom, conseguimos enxergar o local onde tem o processo inflamatória e injeta a solução de BUPIVACAÍNA ou LIDOCAÍNA (que são anestésicos locais) associados a um corticoide, que pode ser um corticoide de depósito como a BETAMETASONA ou a ANTRACENONA (não tenho certeza). VANTAGEM: a infiltração com corticoide consegue dar um alivio imediato ao paciente, o paciente melhora bastante da dor, melhora bastante o processo inflamatório local. DESVANTAGEM: o corticoide ele induz apoptose, ele induz morte celular, principalmente dos tenócitos, então quando você aplica o corticoide em um tendão, você aumenta muito o risco de ruptura desse tendão, desse tendão rasgar. QUANDO FAZER UMA INFILTRAÇÃO POR CORTICOIDE? De preferencia NUNCA! QUANDO PODE REPETIR? De preferencia NUNCA! Mas se tiver que repetir, é bom tentar fazer com a maior distância possível entre as infiltrações, por conta desse risco de ruptura. TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE Temos as ondas acústicas que vamos passar na pele, vamos chocar contra as estruturas profundas. Elas começaram a serem utilizadas na urologia para preda no rim, para quebrar as pedras nos rins. Na ortopedia começou a ser usada para tendinopatia, obtendo bons resultados: para fascite plantar, para tendinopatia do calcâneo, para tendinopatia glútea do trocânter maior. Essas ondas elas geram pequenas lesões no local e estimula a regeneração tecidual, fazendo neo-angiogenese, reparação tecidual de uma forma geral. O inconveniente é que DÓI, dói bastante. Essas ondas vão batendo no osso também e isso torna a terapia bastante dolorosa. • ONDAS ACÚSTICAS DE ALTA ENERGIA • ESTÍMULO A REGENERAÇÃO TECIDUAL FENESTRAÇÃO • BAIXO CUSTO • MULTIPLAS PUNÇÕES DA FACE LATERAL DA COXA COM AGULHA GUIADO POR USG • INDUZ CRISE VASCULAR LOCAL • POUCOS ESTUDOS Através do ultrassom a gente vai vê. Aqui na imagem temos um trocânter maior, temos o tendão glúteo e nas setas temos a agulha. Então com uma agulha simples, a gente faz vários furinhos no tendão, como se fosse um microagulhamento, vai fazendo vários furinhos tentando estimular a regeneração tecidual desse local. Você induz uma crise vascular local e termina estimulando a regeneração tecidual e fazendo que o paciente melhore da dor. Poucos estudos utilizam essa técnica, mas os estudos são bem promissores. Além de que a vantagem é que é de baixo custo. PRP – PLASMA RICO EM PLAQUETAS • FORAM DIVERSOS ESTUDOS NOS ULTIMOS ANOS • DESFECHO SEMELHANTE A INFILTRAÇÃO COM CORTICOIDE: os desfechos, principalmente em revisão sistemática, a longo prazo, com muitos pacientes, é que eles têm os mesmos resultados que a infiltração por corticoide, ou seja, você tem o retorno dos sintomas. Você faz a infiltração e depois de 4 meses volta a ter a mesma coisa. • RETORNO DOS SINTOMAS APÓS 02 A 04 MESES: Depois de 4 meses todos os sintomas voltam igualzinho ao que era antes. • TÉCNICA SEGURA E DE BAIXO CUSTO: essa é a vantagem Tem se feito vários trabalhos ainda, pode ser que isso mude, que o efeito não é tão positivo assim. Mas até hoje o que está provado é que os sintomas se assemelham muito à infiltração com corticoide, ou seja, você faz a infiltração e depois de 4 meses volta tudo para a mesma coisa. COMO SE FAZ A TECNICA DE PRP? PRP é o Plasma Rico em Plaquetas. Tem se usando atualmente PRP pra tudo, pra queda de cabelo, pra impotência sexual, pra dente, pra tudo. E os resultados são muito semelhantes pra tudo que está se fazendo, pobres resultados do que se esperava. Você tira o sangue periférico, tira um tubinho de coleta de sangue, centrifuga esse tubinho, vai ficar um sobrenadante (que é feito de plasma) e essa parte que são os hemaceas e os leucocitos. (a parte mais inferior do tubo, mais escura) Nos 10% inferior é uma região do plasma que é rica em plaquetas e são esses 10% que nós vamos aspirar e injetar no paciente. (a parte laranja no tubo) E PRA QUE SERVE UM PLASMA DE PLAQUETAS? Nas plaquetas a gente tem varios fatores de crescimento, e esses fatores de crescimento é o que se acha que vai fazer com que estimule regeneração tecidual. Mas na pratica o que a gente vê é que a coisa não acontece asssim. Então, os estudos com PRP mostraram pouquissimos resultados. PERGUNTA: E TEM DESVANTAGEM COMO CORTICOIDE? R: Não! A grande vantagem é essa, que não tem o efeito colateral do corticoide. Não induz apoptose celular e com isso, não aumenta o risco de ruptura. Então tem essa vantagem em relação ao corticoide. INFILTRAÇÃO COM ÁCIDO HIALURÔNICO Classicamente o ácido hialurônico é utilizado na infiltração intra-articular. Então a infiltração com acido hialurônico para ARTROSE é muito bem estabelecida, principalmente no joelho, a gente tem ótimo resultado para paciente com artrose no joelho, a infiltração com acido hialurônico consegue fazer com que ele fique com pouca dor ou melhora nos score dor por um período prolongado de 6,8 meses até 1 ano. Na questão do TENDÃO ele parece ter bons resultados também, mas são poucos estudos que utilizam o ácido hialurônico na infiltração do tendão, é preciso de mais estudos a longos prazos para se falar alguma coisa. • BONS RESULTADOS • POUCOS ESTUDOS CLINICOS A LONGO PRAZO • FÁCIL EXECUÇÃO E BAIXO CUSTO: por isso acaba sendo muito promissora essa técnica pra tendinopatia TRATAMENTO CIRÚRGICO QUANDO A GENTE INDICA O TRATAMENTO CIRÚRGICO? A gente indica o tratamento cirúrgico na falha do tratamento conservador E na falha da terapia local. Eu mandei o paciente fazer atividade física, ele fez, eu mandei ele fazer alongamento ele fez, eu passei o uso de anti-inflamatório, ele usou, ele começou uma atividade esportiva constante, ele fez tudo. Não deu certo! Infiltrei com corticoide, não deu certo. Fiz ondas de choque, não deu certo! Se você agora quiser partir pra outro tratamento, ai sim é o tratamento cirúrgico para esse paciente. TODAS AS TENDINOPATIAS SÃO ASSIM? A grande maioria são assim. E SE TIVER RUPTURA DO TENDÃO? Mesma coisa. Mesmo se tiver ruptura, o tratamento conservador é imperativo. Menos em exceções: o tendão calcâneoe os atletas de altíssimo rendimento (que aí a gente pode pensar no tratamento cirúrgico). Mas, a princípio, todos os tratamentos de lesão tendínea, ou seja, de tendinopatia são de tratamento conservador. Tratamento conservador em 98,9% dos casos tem sucesso. CONSEGUE VOLTAR AO NORMAL? Não! Quando você lesa um tecido, em geral, você nunca vai ter esse tecido voltando ao normal. O importante é que volte a ter a mesma função. Lesão muscular, lesão tendinea, fratura, o objetivo é justamente esse. Você quer que volte a ter a mesma semelhança que tinha antes? Não! O que a gente quer é que volte a ter a mesma FUNÇÃO! • ALTO CUSTO • CAPACIDADE DE RESTAURAR ANATOMIA: o tratamento cirúrgico é o único que consegue restaurar a anatomia • INDICADA NOS CASOS EM QUE O PACIENTE ADERE A TERAPIA MULTIDISCIPLINAR E NÃO TEM RESPOSTA A TERAPIA LOCAL • PODE SER REALIZADO POR VIA ABERTA OU ENDOSCÓPICA: o tratamento cirúrgico pode ser feito por via aberta, ou seja, você pode abrir ele e vê o tendão e dar um ponto nele; ou pode ser por via endoscópica, em que a gente entra com microcâmera e entra com o instrumental e consegue reparar essas lesões. Aqui na imagem temos uma ruptura tendinea. Em cima temos muscuulo gluteo, tendão gluteo, e o grande trocanter. Então existiu uma ruptura desse tendão, esse tendão estava virando pra cima, descascado do osso. O que a gente faz? A gente primeiro passa uma âncora, que é um fio metalico, que dá pra a gente passar 2 fios pra a gente amarrar. A gente amarra o tendão e consegue re-inserir ele aqui novamente. Então, é o tratamento que consegue restaurar a anatomia. TERAPIA COM CMMO Foi utilizado células tronco. Terapia com células mesenquimais da medula óssea (CMMO). Teve ótimos resultados. Por que foi usado células tronco pra tendinopatia? Primeiro porque ainda não tinha sido feito nada sensacional, todos os outros métodos tem resultados parcial, como corticoides, PRP, ondas de choque. Já que não tinha nenhum tratamento muito bem estabelecido, foi pensado em fazer um tratamento com células tronco. • BONS RESULTADOS IN VITRO – AMOSTRA DE TENDÃO EM CÃES: in vitro mostrava-se que tinham ótimos resultados em amostras de cães • TRATAMENTO DE TENDINOPATIA PATELAR: para tendinopatia patelar já tinham bons resultados • TRATAMENTO DE EPICONDILITE LATERAL: para epicondilite lateral já tinham bons resultados • TRATAMENTO DE TENDINOPATIA DO MANGUITO ROTADOR DO OMBRO: para tendinopatia do manguito rotador também já tinham bons resultados. Como no mundo inteiro ainda não tinha estudo para tendinopatia do quadril, foi feito. Células tronco não é uma celula totipotente em que você injeta em algum tecido qualquer e do nada ela se transforma numa celula diferente, daquele tecido. A célula que a gente injeta ela morre normalmente em 8 horas, ou seja, a grande maioria das celulas morrem. Do aspirado somente 0,01% é realmente de celulas, o resto tudo está associado a varios fatores quimiotáticos, ou seja, a gente tem varios fatores de crescimento, varios fatores fibroblastos... a gente tem muito fator aqui que estimula a regeneração tecidual. Então talvez seja isso que ajuda na reparação e não a celula propriamente dita. TERAPIA COM CMMO PARA SDT – TENDINOPATIA GLUTEA O QUE ALCANÇAMOS COM ESSE ESTUDO? Foi alcançado um bom resultado. A gente tinha uma tendinopatia do quadril, além de ser um estudo pioneiro, infiltrava com o uso do ultrassom (sendo guiado pelo ultrassom) e infiltrava justamente onde estava a tendinopatia. Foi alcançado um resultado positivo em relação à dor e em relação ao escore funcional, esse paciente foi melhorando bastante. Mas isso ainda é um estudo cientifico, precisa ser feito mais vezes, precisa de uma larga escala de pacientes, uma coisa maior e mais ampla pra poder utiliza-lo na pratica medica. • ESTUDO PIONEIRO • RESULTADOS POSITIVOS EM RELAÇÃO A DOR E ESCORE FUNCIONAL ENTÃO QUAL O PADRÃO – OURO PARA A TENDINOPATIA AINDA? Estimular atividade física, perda de peso, controle de comorbidades, uso de analgésico, uso de anti- inflamatórios, alongamentos, ou seja... mudança de estilo de vida. Esse que é o PADRÃO-OURO para a tendinopatia. Se por acaso não estiver melhorando, estiver piorando ou estiver evoluindo mal, aí sim encaminhamos para o especialista.
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