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Aula digitada por AMANDA VARZI ESPONDILITE ANQUILOSANTE A Espondilite Anquilosante (EA) e a Artrite Psoriásica estão dentro de uma mesma gaveta na reumatologia, que é a gaveta das espondiloartrites. Antigamente eram chamadas de artrite soronegativas, pq o fator reumatoide vinha negativo, mas hoje são vistas como outras entidades que são as espondiloartrites. Esse grupo das espondiloartrites é caracterizado por pacientes que tenham artrite de esqueleto axial (coluna, sacroilíacas), artrite periférica (que é o principal da Psoriásica), Dactilite (dedo em salsicha), entesite (inflamação das enteses, que são as inserções de musculo, do tendão no osso), além de manifestações extra musculoesqueléticas, que ai teremos a uveíte, doenças inflamatórias intestinais ( Cronh/ Retocolite ulcerativa) e Artrite reativa que se apresenta depois de alguma infecção em outro sítio, como diarreia ou infecção urinária. Então a Espondilite Anquilosante é um protótipo, mas todas essas aqui fazem parte das ESPONDILOARTRITES. Existe vários fatores que a pessoa pode vim a desenvolver a Espondilite Anquilosante, como a genética, trauma, tabagismo, infecção prévia viral. O processo inflamatório é diferente da Artrite Reumatoide, aqui na EAnquilosante tem formação de osso novo, pois aqui a doença começa na entese, enquanto na AReumatóide começa na membrana sinovial. Por isso, apesar de ambas terem artrites terão apresentações clinicas e radiológicas bem diferentes. A EAnquilosante tem uma preferência por sítios fibrocartilaginosos ricos em colágeno tipo II. E tem uma inflamação subcondral nas articulações sacroilíacas e articulações periféricas. O que a caracteriza é a Anquilose da sacroilíacas e a formação de Sindesmófitos. EPIDEMIOLOGIA: A EAnquilosante diferente da AReumatóide é mais comum em homem, são 2 a 3 homens para cada mulher. Pico de 20 a 30 anos, então são pacientes jovens, e principalmente brancos. Tem uma Aula digitada por AMANDA VARZI correlação muito importante com o Fator HLA-B27, então é o fator mais importante para a gente é a presença desse fator. Em gêmeos monozigóticos se 1 gêmeo tem o outro tem 63 % de chance de desenvolver a doença. Se for heterozigoto a chance vai para 12 %. Isso é importante para a gente ver, que apesar de ter genética envolvida não é unicamente um gene que predispõe a doença mais poli genes. Pois se fosse apenas um gene em gêmeos monozigóticos ambos sempre teriam. Em parentes de 2° e 3° grau vemos que a chance é bem menor. QUADRO CLÍNICO: Aqui o principal será um quadro axial, então a Espondiloartropatia Axial, que é a: SACROILIITE+ ESPONDILITE/ESPONDILODISCITE, que além de ter inflamação da vertebra tem inflamação do disco intervertebral. O quadro clínico o principal é a dor lombar inflamatória, mas o paciente pode ter uma dor inflamatória cervical e torácica. Por ser uma dor inflamatória é pior quando o paciente está parado, e quando ele começa a se mover a dor melhora, geralmente uma dor inflamatória tem uma rigidez maior que 1 hora. As sacroiliites se manifestam como uma dor profunda e alternante nas nádegas, geralmente começa intermitente e depois passa a se tornar continua. A Espondiloartropatia axial tem uma boa resposta ao uso de AINES, até 48 horas usando AINES o paciente melhora muito da dor, então é algo que dá uma pista para nós. As artrites periféricas: Que será parecida com a Psoriásica, que a mais comum é ser Oligo articular assimétrica principalmente em membro inferior, tornozelo, joelho. A entesite, principalmente em fáscia plantar e tendão calcâneo. E manifestações sistêmicas, a uveíte é a mais comum, até 40 % dos pacientes tem essa manifestação, que é a Uveíte Anterior, que é unilateral, que muda de um lado para o outro. Esses pacientes podem ter distúrbios de condução cardíaca, insuficiência aórtica, nefropatia, eles podem ter fibrose pulmonar principalmente em ápice de pulmão, principalmente por causa de restrição torácica. Essas manifestações são coisas associadas, não são elas que definem diagnóstico. Então no quadro clinico, teremos, dor inflamatória em toda extensão de coluna lombar, e principalmente artrite periférica (joelho, tornozelo), não impede que tenha no ombro, cotovelo, punho, mas o mais comum é de membro inferior. Além disso, temos a Dactilite, entesite, uveíte, no caso do olho vermelho encaminhamos para o oftalmo pois é impossível nós fazermos esse diagnostico diferencial dos olhos. Nessa figura das enteses, Aula digitada por AMANDA VARZI temos muito mais que essas que estão marcadas, mas essas são as principais nos pacientes com EArtrites, são essas que nos geralmente palpamos durante a consulta para ver se o pct sente dor, todas são palpadas bilateralmente. DIAGNÓSTICO: Clínica + Exame Físico Existe esses Critérios de Classificação para lhe guiar, nesse critério necessita de um clinico e um inflamatório, como está na imagem. • Limitação da expansibilidade torácica: É feito pedindo o paciente para fazer a inspiração máxima dele, ele puxa o ar e segura, nós então iremos medir com a fita métrica na altura do quarto espaço intercostal e depois ele faz a expiração, solta todo o ar e nos medimos de novo. A diferença da medida da inspiração para expiração tem que dar mais ou menos 2 e meio. • Limitação da coluna lombar frontal: Feito pelo Shober. • Limitação Sagital: Feito lateralizando a coluna, tem que ser maior que 10 a diferença. Critério de Dor lombar inflamatória: (Importante ter pelo menos 4 de 5 desses) ✓ Idade menor que 40 anos. ✓ Início Insidioso (começa aos poucos e vai progredindo) ✓ Melhora com exercícios ✓ Sem melhora com repouso ✓ Dor á noite (com melhora ao se levantar) Aula digitada por AMANDA VARZI Mobilidade lombar sagital: Coloca o paciente apoiado na parede, calcanhar e dorso, não pode flexionar para frente. Aí mediremos a distância do 3° dedo do pact até o chão, e ai pediremos para ele lateralizar a coluna, medimos essa distancia novamente, fazemos uma media das duas lateralizações, lado direito e lado esquerdo, e o total tem que variar mais que 10 centímetros. (Não precisa decorar os valores, é apenas para saber como a gente faz). CRITÉRIOS RADIOGRÁFICOS: Critério III: Já tem alteração do espaço articular, e o 4 já é a anquilose. A: É um grau zero, nem entra na classificação pq é uma sacroilíaca normal. Visto que é possível nós percorremos o caminho da sacroilíacas todo bonitinho (dá pra ver tudo), no lado direito. No lado esquerdo já da uma duvida se é o critério I. (A dica que ela dá e colocar uma ponta de caneta na sacrilíaca e vê se dá para fazer o caminho). B: Já é possível ver que tem esclerose, está mais branquinho no sacro, e perde-se esse caminho, já tem um borramento, nesse caso já entraria como radiologia positiva. Aula digitada por AMANDA VARZI C: Nessa daqui não dá nem para ver quando começa a sacroilíacas, está muito reduzido o espaço, é possível ver erosão, esclerose. D: Nem vê mais espaço, a sacro ilíaca anquilosou (fundiu uma com a outra). LIMITAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE 1984: O paciente já tinha que ter um dano que desse para observar no critério radiográfico, já tinha de ter dano articular, e isso atrasa o diagnóstico, atrasava o tratamento. As vezes o paciente não tinha dano estrutural, apenas inflamação, mas no raio-x não consegue ver (atualmente temos exames que é possível), sendo assim atrasava o diagnóstico do paciente. Então em 2009 foi proposto novos critérios diagnósticos, os CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS DO ASAS. Esse critério de 2009 é para Espondiloartite Axial, então pega tanto a espondilite quanto a Psoriásica e a reativa. Mas o importante aqui é que opact não necessariamente tem dano estrutural. (A diferença é que basicamente a mesma clínica, só que aqui nos da margem para usarmos a ressonância). A espondilite anquilosante já dá a entender que o pact já tem dano articular, então ele terá diminuição de espaço sacroilíaca ou anquilose. Quando eu chamo de Espondiloartite Axial eu falo que ele tem uma dor inflamatória, seja em coluna, seja em sacroilíaca. Ele tem uma ressonância que pode mostrar inflamação (edema ósseo), só que ele ainda não tem dano, não tem erosão. Então se eu tratar ele pode diminuir essa inflamação e pode nunca a vim ter dano. Inflamação e edema ósseo ainda não é dano, não evoluiu ainda com sequela, tem como a gente reverter. (ELA LEU ESSA IMAGEM TODA DA ASAS, É IMPORTANTE SABER). Então DIAGNÓSTICO, além do básico que iremos pedir: Laboratório: ✓ Hemograma ✓ Bioquímica (potássio, função renal) ✓ Transaminase ✓ PCR ✓ VHS ✓ HLA-B27 Imagem: Aula digitada por AMANDA VARZI ✓ Radiografia: 1° exame, coluna toda, (cervical, torácica e lombo sacra), fazemos na incidência FERGUSON (Tem uma inclinação diferente que possibilita avaliar a sacroilíaca de uma melhor maneira). ✓ Ressonância: Depende muito da queixa do paciente, é mais restrito ao local de sintomas. Nessa imagem da RADIOGRAFIA é possível ver os sindesmófitos, que são a calcificação do ligamento longitudinal, as vezes pode ter calcificação do anel fibroso do disco também. Além dos sindesmofitos é possível ver a vertebra mais branquinha (tá apontado com um triangulo na imagem), isso é o sinal de esclerose, é o sinal de ANGULOS BRILHANTES, que é o sinal de ROMANOS, quando vê isso é sinal de edema ósseo. Quando os sindesmofitos calcificam toda a coluna o paciente começa a se mexer em bloco. Quando tem essa calcificação da coluna toda nós chamamos de coluna em bambu. TOMOGRAFIA: Não é muito comum da gente fazer, mas é possível ver redução de espaço, na tomografia é bem mais fácil de ver do que no Raio-X. E é possível ver a esclerose subcondral que é o branquinho, isso é possível ver no RAIO-X também. Geralmente o lado do ilíaco é acometido primeiro que do sacro, isso ocorre pq a cartilagem do ilíaco é mais fina que a do sacro. RESSONANCIA: O edema na ressonância fica branquinho. Em T1 o edema ósseo fica escuro. MEDIDORES DA DOENÇA: Aula digitada por AMANDA VARZI BASDAI: ✓ Varia de 0 a 10. ✓ Quanto o paciente tem 4 ou mais pontos, falamos que ele está em atividade da doença. ✓ E para falarmos que ele melhorou, ele tem que cair 50 % do valor inicial, ou 2 pontos absolutos. Ele é simples, pois iremos fazer 6 perguntinhas, das quais iremos fazer uma media aritmética. A 5 e a 6 iremos somar as duas e dividir por 2. E o resto a gente soma tudo e divide por 5. (Não precisa decorar as perguntas e nem a conta). Mas a nível ambulatorial devemos nos atentar para a ATIVIDADE DA DOENÇA: o Queixas axiais e periféricas; o Pontos dolorosos; o Rigidez e Fadiga; o Evolução das limitações diárias; o Aumento de provas inflamatórias; Na espondilite perde-se esses contornos naturais. O paciente terá uma acentuação da cifose torácica e perde a lordose lombar, ele irá retificar a lordose lombar. Esse paciente da foto se ele deita ele não consegue encostar a cabeça n travesseiro. O PATRICK-FABERE para avaliar a sacroilíaca do paciente, para ver se ele possui alguma dor. Para falarmos que é sacroilíaca o paciente terá dor nas costas (lombar ou nádega|) na manobra. Se ele tiver dor na frente pode ser uma osteoartrite. Aula digitada por AMANDA VARZI Essas são outras manobras de se avaliar as sacroilíacas. VOLKMANN: Nada mais é do que fazer pressão na espinha ilíaca supero-anterior do pact para abrir a sacroilíaca. LEWIN: Colocamos o pact de lado e fazemos uma pressão de cima para baixo. GAENSLEN: Geralmente nós que fazemos no pact, colocamos a mão nessa posição que o pact está, a mão direita no joelho esquerdo e vice e versa e abre a sacroilíaca. Mas sabendo a Patrick-FABERE já está ótimo. Outras medidas que nós fazemos é a distância TRAGOS-PAREDE, que geralmente é 15 cm, maior do que 30 é certeza que tem algo errado. E a distancia INTERMALEOLAR que podemos fazer tanto com o pact deitado quando com o pact em pé, importante que o pact não esteja com a perna flexionada. Por volta de 100 cm de uma perna a outra, mas varia de acordo com a altura da pessoa, existe uma tabela para isso. A amplitude de movimento cervical é medida por graus mesmo. O pact fica sentado, com as mãos sobre os joelhos, colocamos uma régua na cabeça dele paralela ao nariz, e pede o pact para mexer a cabeça para o lado direito e esquerdo, assim medimos o quanto essa amplitude variou. São medidas utilizadas mais para acompanhamento do pact, para saber se ele está piorando ou se o tratamento está tendo efeito. TRATAMENTO: O Tratamento é muito individualizado, analisar as comorbidades previas, que tipo de medicação o pact prefere tomar e os objetivos desse tratamento que é: Aula digitada por AMANDA VARZI ✓ Melhorara da dor, rigidez e fadiga. ✓ Manter ou melhorar flexibilidade e mobilidade. ✓ Prevenir dano estrutural e preservar função. Tratamento Não Farmacológico: ✓ Educar o pact sobre a doença dele, é importante o pact entender que é uma doença crônica e que ele precisa tratar direitinho, ele precisara fazer acompanhamento pela vida toda, ele precisará tomar os remédios. ✓ Ele necessitará de fisioterapia e realizar exercícios físicos para preservar a amplitude de movimentos. ✓ Mudança de dieta. ✓ Redução de peso. ✓ Parar com o tabagismo. Tratamento Farmacológico: ✓ Primeira linha de alinhamento: AINES Tem melhora de cerca de 70 – 80 % dos sintomas, geralmente associamos junto um INIBIDOR DA BOMBA DE PRONTONS por causa dos eventos gástricos. Não existe nenhuma comprovação que um AINE é melhor que o outro. Temos sempre que avaliar as contraindicações: Pact que já tem um ulcera gástrica sangrante, alteração hepática, lesão cardiovascular importante. Como é geralmente um pact jovem ele não possui muita doença associada, então conseguimos usar os AINES. A tendência é usar continuo, mas não existe nenhum estudo que diga se deve ser em uso de demanda ou continuo. ✓ MMCD- SINTÉTICOS (MEDICAMENTOS MODIFICADORES DE CURSO DE DOENÇA): Não existe nenhuma comprovação do METOTREXATE. SULFASSALAZINA, geralmente é a que é mais escolhida, mas é mais usado mais para a artrite periférica, quando o pact tem mais queixa de artrite periférica. ✓ MMCD- BIOLÓGICOS: ANTI-TNF ALFA: Usamos eles que são os mais antigos, tem várias opções deles. ANTI IL-17ª: Usado quando o ANTI-TNF ALFA não funciona. ✓ CORTICÓIDES: Não costumamos tratar a Espondilite Anquilosante com o corticoide. Podemos fazer uma infiltração intra-articular em determinada articulação, mas não costumamos muito utilizar, pois estudos já provaram que utilizar nessas doenças tem mais risco que benefício. Aula digitada por AMANDA VARZI Tratamento Cirúrgico: ✓ ARTROPLASTIA TOTAL DO QUADRIL: Considerar quando o pact tem uma dor ou incapacidade refratária e evidencia radiográfica de dano estrutural. ✓ OSTEOTOMIA CORRETIVA ESPINHAL: Considerar quando o pact tem uma deformidade severa incapacitante. A indicação não é nossa, nos encaminhamos para o ortopedista. Nessa foto é possível ver um pact após realizar a intervenção cirúrgica. SINAIS DE MAU PROGNÓSTICO: ✓ Dano estrutural na avaliação inicial. ✓ Acometimento do quadril. ✓ Baixo Nível socioeconômico. ✓ Início precoce da doença. ✓ Uveíte. ✓ Dactilite. ✓ Tabagismo. ✓ VHS ou PCR persistentemente elevados.✓ Resposta insatisfatória aos AINE. ✓ Atividade de doença persistentemente alta. Aula digitada por AMANDA VARZI Ela passa o Caso clínico 1, e ressalta as partes vermelhas. No Caso Clínico 2, o pact tem um caso típico de lombocietalgia, dor que começou na região lombar que se irradia para glúteo e toda extensão do membro superior associada a formigamento, que é a parestesia que é um sintoma clássico de neuropatia. Beijinhos galera! Se divirtam
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