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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MERCADO DE CARPAS ORNAMENTAIS NO BRASIL E NO MUNDO

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO 
GRANDE DO NORTE 
DIRETORIA ACADÊMICA 
CURSO TÉCNICO EM RECURSOS PESQUEIROS 
 
 
 
 
JOSÉ ARTHUR FELIPE PEQUENO 
 
 
 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MERCADO DE CARPAS 
ORNAMENTAIS NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAU-RN 
MARÇO/2021 
 
JOSÉ ARTHUR FELIPE PEQUENO 
 
 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MERCADO DE CARPAS 
ORNAMENTAIS NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
 
Relatório técnico científico apresentado ao 
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus 
Macau, em cumprimento às exigências legais 
para obtenção do diploma de Técnico em 
Recursos Pesqueiros. 
 
Orientador: Roberto Aurélio Almeida de 
Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAU-RN 
MARÇO/2021 
 
 
RESUMO 
 
Esta revisão bibliográfica tem como objetivo proporcionar um panorama e histórico do 
mercado da piscicultura ornamental e principalmente do mercado de carpas ornamentais 
no Brasil e no Mundo. Este trabalho inicia com uma introdução a respeito da aquicultura 
e qual sua importância para o mundo, faz uma apresentação do ramo da piscicultura 
ornamental e mostra como teve início a atividade da aquariofilia que movimenta esse 
nicho de comércio, traz dados do desenvolvimento desse mercado ao longo dos anos e 
seu crescente potencial. Nesta revisão também é trazido como surgiram as carpas 
coloridas ou “Nishikigoi” como são conhecidas mundialmente, juntamente com seus 
dados de mercado como: produção, valor agregado e expectativa de crescimento dessa 
espécie no ramo ao redor do mundo e trazendo para a realidade da piscicultura ornamental 
no Brasil. Concluindo-se que tanto a piscicultura ornamental quanto as carpas coloridas 
possuem um enorme potencial de produção que pode agregar consideravelmente a 
economia de países subdesenvolvidos como o Brasil, já que as características dos 
piscicultores brasileiros é favorável para uma maior disseminação do cultivo, mas para 
que isso ocorra é necessário um investimento maior em estudos na área para uma maior 
compreensão do mercado brasileiro, fazendo com que dados e estatísticas a respeito sejam 
mais abrangentes e de fácil acesso. Com relação às carpas coloridas conclui-se que são 
peixes consolidados no mercado, principalmente em países desenvolvidos da Europa e 
Ásia, onde a cultura é maior. No Brasil as carpas ornamentais já são produzidas há 
bastante tempo e tem uma forte influência na receita gerada pela a piscicultura, mas ainda 
faltam estudos, dados confiáveis e atualizados sobre elas, principalmente por sabermos 
do enorme potencial que possuem no mercado nacional. 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Em primeiro lugar gostaria de agradecer a minha família por completo, mas em 
especial a minha mãe que não barrou minha decisão de ir morar em outra cidade para ir 
em busca dos meus objetivos e me apoiou a todo momento. A minha tia Bárbara, que 
durante quase 4 anos me acolheu na sua casa, me deu apoio, ensinamentos, me tratou 
como um filho e se tornou uma amiga excepcional, sem ela eu não teria chegado onde 
cheguei. Dedico minha eterna gratidão a minha tia Maria, que nunca me deixou desistir, 
sempre me dando forças para continuar batalhando em busca de dias melhores, além de 
proporcionar um ambiente de estudo e equipamentos para que eu pudesse estudar com 
melhor qualidade e concluir esse projeto. A Emanuele partilhou comigo um laço de 
irmandade que diante de tantas dificuldades aos longo desses quatro anos foi minha 
ouvinte fiel, sempre me motivando a seguir em frente. 
 Meus agradecimentos também aos meus amigos: Livean, Lara, Gabriel, Emilly, 
Iasmin, Vitória Matos, Vivian, Irruá, dentre tantas outras pessoas que fizeram parte dos 
melhores momentos da minha vida durante esses quatro anos de IFRN, além de terem 
contribuído imensamente para esse projeto ser concluído. 
 Gostaria de dedicar esse parágrafo para agradecer a Emillyane. Que desde o dia que 
nos conhecemos acreditou em mim e mesmo com tudo que passamos juntos nunca largou 
a minha mão, sempre me lembrando que eu iria sim conseguir alcançar meus objetivos e 
ter sucesso na minha trajetória. 
 Agradeço ao meu orientador Roberto Carvalho por toda dedicação, paciência, por todo 
direcionamento e aprendizado não somente acadêmico, mas também aprendizado de 
como ser um ser humano melhor. Sem a contribuição dele esse trabalho não seria 
possível, serei eternamente grato a todo apoio, a todas as aulas e a todos os aprendizados 
proporcionados a mim por ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1-INTRODUÇÃO 7 
2-OBJETIVOS 9 
3-MATERIAIS E MÉTODO 9 
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 10 
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS 15 
6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
1-INTRODUÇÃO 
 
A Aquicultura é uma atividade voltada para o cultivo de organismos aquáticos 
como peixes, anfíbios, répteis, moluscos e algas de forma sustentável. Baseia-se na 
implementação de sistemas de produção tanto em ambiente natural como em ambientes 
controlados como tanques artificiais construídos pelo homem. Dentre os objetivos da 
aquicultura está a produção de alimentos para a população com a piscicultura, 
carcinicultura, algicultura, malacocultura, entre outros cultivos específicos dentro da 
atividade, além da produção alimentar, ramos da aquicultura são responsáveis por outros 
focos comerciais como lazer com a produção de peixes para pesca esportiva, produção de 
cosméticos com o cultivo de algas e a conservação de espécies e cultivo de organismos 
aquáticos ornamentais (VINATEA, 1995). 
 A importância da Aquicultura destaca-se por ser uma alternativa de produção 
alimentar para a sociedade com um padrão de qualidade em condições controladas, 
caracterizando-se uma prática sustentável. Sendo importante também na restauração do 
pescado e de todo o ecossistema aquático que sofrem com o risco de extinção ou 
degradação causado pela superexploração pela pesca extrativista em pequena ou grande 
escala. Com isso, animais cultivados são liberados em meio aquático para estabilização 
da população selvagem (SOUZA, 2015). 
 A piscicultura é um ramo dentro da aquicultura que consiste em cultivar em cativeiro 
especificamente peixes de diversas espécies, em geral de água doce. A piscicultura não é 
uma atividade recente, tendo início com os chineses a pouco mais de 2.000 anos a.C.. A 
primeira espécie a ser cultivada foi a carpa-comum cyprinus carpio, essa população 
utilizava de esterco bovino para fertilizar a água a fim de melhorar a produção do cultivo 
(COLPANI,2018). 
 Estudos Arqueológicos mostram que a aproximadamente 3500 anos a civilização 
egípcia deu início ao cultivo da tilápia Oreochromis Niloticus, espécie que se tornaria a 
mais cultivada da era moderna. O antigo Egito também foi responsável por dar o pontapé 
inicial ao comércio de peixes provenientes do cultivo, ao ser a primeira civilização a 
exportar o pescado que produziam para os povos ao norte, fazendo com que o Egito se 
tornasse uma potência na aquicultura. (ESTADO DE MINAS, 2018) 
 Além dos chineses há registros históricos que provam que outros povos desenvolveram 
a técnica da piscicultura, dentre eles estão os Egípcios contendo pinturas de tanques de 
peixes ornamentais, na antiga Roma era cultivado uma espécie de peixe costeiro, na 
Indonésia o cultivo de peixes começou por volta de 1.400 com o cultivo do milkfish 
chanos chanos, dentre outros povos antigos. (VINATEA,1995) 
 No Brasil a piscicultura se encontra em um cenário progressivo, tendo em vista que 
a atividade cresce a cada ano, com números bastante animadores. O mais atual anuário 
da Associação Brasileira da Piscicultura (ALBUQUERQUE, 2019), mostra que em 2018 
o Brasil obteve um resultado superior ao ano anterior produzindo 722.560 toneladas, 
apresentando um crescimento de 4,5%sobre as 691.700 toneladas produzidas em 2017. 
Contudo a ascensão da piscicultura não se dá apenas ao viés alimentar. O ramo da 
aquicultura para a produção de peixes ornamentais tem crescido exponencialmente 
 A piscicultura não tem como objetivo apenas produzir uma fonte alimento mais 
sustentável e eficaz para o ser humano, ela também é praticada com outras finalidades 
como a produção de peixes ornamentais e o cultivo para conservação de espécies 
ameaçadas de extinção. No Brasil, o cultivo de peixes ornamentais tem tomado 
proporções cada vez maiores, uma vez que, o continente sul-americano detém da maior 
diversidade espécies de peixes de água doce do planeta, já foram catalogadas cerca de 
3000 espécies de peixes tropicais, e ainda restam aproximadamente 30% a 40% da fauna 
a ser descoberta pela ciência (LIMA et al, 2001). 
 Além da necessidade de produzir uma fonte alimentar saudável e sustentável, a 
reprodução de peixes em aquicultura surge como alternativa para suprir outras 
necessidades e vontades da sociedade, um exemplo disso é a reprodução de peixes 
ornamentais, como o próprio nome já diz, o comércio de peixes ornamentais é alimentado 
por pessoas que querem trazer o ambiente aquático junto com esses animais para mais 
perto do seu dia a dia seja com aquários, tanques ou lagos artificiais. Hoje mais de 4 mil 
piscicultores no Brasil se dedicam ao cultivo de peixes ornamentais e fazem disso o 
principal nicho comercial das suas fazendas movimentando um mercado em exponencial, 
que até a década de 90 era mantido quase que exclusivamente pela exportação extrativista 
de peixes da bacia amazônica (VIDAL JUNIOR, 2003). 
 Atualmente no mercado mundial o cultivo de peixes ornamentais é considerado um 
dos ramos mais rentáveis dentro da piscicultura. No Brasil essa empreitada teve início no 
ano de 1922 na cidade do Rio de Janeiro, onde japoneses colocaram na Exposição da 
Independência amostras de aquários ornamentais, o que levou ao encanto de alguns 
brasileiros pela a atividade e assim começou a propagação da piscicultura ornamental no 
nosso país, atividade essa que é um cultivo em ascensão. Entre as espécies mais 
comercializadas e cultivadas no cenário mundial é a Carpa-comum Cyprinus carpio na 
variação Nishikigoi, as famosas carpas coloridas que enfeitam aquários e lagos artificiais 
em diversos lugares do mundo. 
 Dada a importância do cultivo de carpas ornamentais como opção de atividade 
econômica, se tornam importantes estudos sobre o tema. Este trabalho tinha 
originalmente o objetivo de avaliar o crescimento das carpas no sistema de aquaponia 
instalado na Unidade Indústria Escola do Campus Macau do IFRN. Devido ao advento 
da pandemia de covid 19 tivemos que mudar o projeto para uma abordagem mais teórica, 
e a opção escolhida foi de elaborar uma revisão bibliográfica sobre o cultivo de carpas 
ornamentais no Brasil e no Mundo. 
 
2-OBJETIVOS 
Este trabalho tem como objetivo mostrar o panorama do mercado de carpas 
ornamentais no Brasil e no mundo. 
 
3-MATERIAIS E MÉTODO 
 O presente estudo foi realizado através de um amplo levantamento bibliográfico, 
em diversificadas fontes informativas tais como artigos científicos, revistas, sites 
governamentais, fóruns de debates, sites de associações relacionados a pesca e 
aquicultura, a partir do qual as informações obtidas foram compiladas para elaborar um 
panorama do mercado de carpas ornamentais no Brasil e no mundo. 
 
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A prática da aquariofilia surgiu no século XVI no continente asiático mais 
especificamente na China, porém a procura por peixes ornamentais datam de muito antes 
de Cristo, quando por exemplo o renomado filósofo Aristóteles coletou e estudou peixes 
que capturou no Mar Egeu. O desejo por peixes coloridos, de tamanhos diferentes, de 
espécies diferentes inseridos no nosso dia a dia é uma crescente exponencial desde os 
seus primórdios, não à toa o ramo da piscicultura ornamental é uns dos mais rentáveis 
dentro da aquicultura (LIMA et al, 2001). 
 As carpas chegaram no Brasil em de 1904, por uma iniciativa da Secretaria de 
Agricultura do Estado de São Paulo. Dentre as espécies trazidas, as que mais se 
destacaram foram a Carpa-comum (Cyprinus carpio) e a Carpa-capim 
(Ctenopharyngodon idella). Muita dessa facilidade é resultado de muitos estudos e 
conhecimentos a respeito da biologia das espécies já que tais eram cultivadas a bastante 
tempo no continente asiático, sua resistência e adaptabilidade ao clima brasileiro e 
condições de cultivo. Por serem animais resistentes e atingirem um bom tamanho, tem 
uma gama de estudos que auxiliam no sucesso do cultivo entre outras características dos 
ciprinídeos, aliado ao potencial consumidor brasileiro fizeram com que em menos de dez 
décadas as carpas assumisse o posto de peixe mais cultivado no Brasil de 1996 a 2001 
(LIMA et al, 2001). 
 A aquariofilia teve início em 1596 quando Chang Chi’ En-Tê escreveu um livro 
sobre peixes vermelhos e nesse livro ele descreveu todos os cuidados que ele tinha para 
manter o bem-estar dos peixes, trouxe informações sobre a alimentação, limpeza do 
bujão, limpeza da água e como proteger o bujão do frio (BOTELHO, 1997). As carpas 
coloridas surgem a partir do século XVIII no Japão, mas especificamente nas vilas do 
povoado de Yamakoshi, onde eram produzidas para fins alimentícios. Com o cultivo e 
reprodução desses animais foi possível a ocorrência do nascimento de espécimes com 
mutações genéticas que lhe acarretaram uma coloração distinta do comum, ao todo três 
linhagens nasceram: Higoi (Figura 1), Asagui (Figura 2) e Bekko (Figura 3), por estarem 
em ambiente controlado esses animais conseguiram chegar em seu estágio adulto, 
despertando o interesse e a curiosidade dos responsáveis pelo cultivo da vila em aprimorar 
as técnicas de reprodução e fazer um melhoramento genético para poder extrair novas 
colorações e comercializá-los como peixes ornamentais (CULTURA JAPONESA, 2017; 
RECHI, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Carpa Higoi (Fonte: Internet). 
Figura 2 – Asagui. (Fonte: Internet). 
Figura 3 - Carpa Bekko. (Fonte: Internet). 
 
 De acordo com a revista Panorama da Aquicultura uma a cada três casas 
estadunidenses possuem um aquário com objetivo de decoração em sua sala, no Japão, 
país onde a aquariofilia surgiu e o cultivo ornamental de peixes é mais enraizado, essa 
realidade é ainda mais surpreendente, a cada duas casas japonesas uma possui um aquário 
como decoração, com essa estatística podemos concluir que a metade da população 
japonesa possui um aquário e movimenta o comércio de peixes ornamentais. No atual 
cenário do comércio de peixes ornamentais o Japão se encontra com o segundo maior 
mercado mundial, responsável por movimentar US $71 milhões e se mantém atrás 
somente da Europa (LIMA et al, 2001). 
 Além do Japão, outros países asiáticos têm forte expressão no mercado. Esses países 
foram os primeiros a responsáveis pelo surgimento do cultivo de peixes ornamentais, 
devido a isso eles detém as maiores fazendas de piscicultura ornamental para a exportação 
e o resultado disso é que o lucro gerado tem uma considerável influência no PIB desses 
países. A FAO em 1996 disponibilizou dados que mostram que países bem desenvolvidos 
movimentam em média US $200 milhões anuais com a exportação de organismos 
aquáticos ornamentais e 60% desse lucro movimentado revertido é em PIB para seus 
respectivos países, o que corresponde a cerca de US $130 milhões (OSTRENSKY, 2007). 
 Quando se fala de aquariofilia logo vem em mente aqueles peixes coloridos como os 
Kinguios (Carassius auratus), o Guppy (Poecilia reticulata) e o Betta (Betta splendens), 
de fato são peixes muito bem aceitos por aquaristas ao redor do mundo e estão 
consolidados como uma ótima opção de peixe ornamental para se ter em casa, assimcomo 
outras centenas de espécies que são comercializadas em todo o globo. Paralelo a isso, em 
países onde as carpas ornamentais são mais tradicionais, como os países asiáticos e os 
europeus, elas chegam a movimentar bilhões de dólares anuais em seus respectivos 
mercados. O presidente da ABN (Associação Brasileira de Nishikigoi), Lonney Sadah 
relata que uma carpa da variação Nishikigoi no Brasil pode ter o valor inicial de comércio, 
ou seja, quando ela sai da piscicultura avaliado em até R$ 10 mil, um valor elevado para 
os padrões brasileiros, porém nos países de maior tradição os valores podem bater os RS$ 
300 mil, cerca de R$ 2.007.450 milhões na cotação atual no caso de peixes premiados em 
competições e exposições (CABETTE, 2014). 
 O mercado mundial de peixes ornamentais vem crescendo constantemente devido à 
grande demanda por parte dos aquaristas, paisagistas ou pessoas que trabalham com 
ornamentação de ambientes internos e externos, devido a isso o cultivo teve uma explosão 
na década de 90, aproximadamente 10% ao ano de 1991 a 1996. A alta demanda se dá 
devido ao consumidor querer sempre algo novo, colorações mais exóticas, espécies novas 
ou de difícil acesso, quantos mais características incomuns e que agreguem beleza ao 
peixe mais valorizado será esse espécime. Essas peculiaridades do consumidor da 
piscicultura ornamental fazem os piscicultores se movimentarem em busca de novas 
tecnologias de cultivo, de aprimorar a genética da sua produção, de novas máquinas que 
otimizem o custo de produção fazendo com que outras áreas comerciais sejam 
beneficiadas e seu produto seja ainda mais valorizado (AQUAA3, 2017). 
 A exigência do consumidor desse mercado é nítida, movimentando uma cadeia 
produtiva extensa, não se restringindo somente à produção dos peixes. A ornamentação 
não está somente no peixe, mas em todo o habitat produzido para que ele tenha uma 
qualidade de vida adequada e ao mesmo tempo agradável ao olhar dos aquaristas, que 
transforme o ambiente onde ele esteja. André Albuquerque, lojista especializado em 
aquarismo, disserta em artigo para o site AQUAA3 (Site desenvolvido para a 
disseminação da aquariofilia no Brasil) sobre a forma com que a atividade da piscicultura 
movimenta outros mercados em todas as suas etapas, desde a produção dos peixes nas 
fazendas até o momento de o peixe entrar na casa do consumidor final (AQUAA3, 2017). 
 As carpas coloridas ou “Nishikigoi” são conhecidas e desejadas mundialmente pela 
sua beleza, em alguns países asiáticos chegam a ser símbolo de poder e bem-estar social, 
além de diversas crenças culturais atreladas a elas. Essa busca constante dos piscicultores 
por espécimes com padrões de coloração mais exóticos e raros faz com que a demanda 
por esses animais cresça cada vez mais, movimentando bilhões de dólares ao redor do 
mundo. Em dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura do Japão mostram que em 
2016 as exportações de carpas da variedade Nishikigoi alcançaram um recorde que não 
era batido desde 2007, foram exportadas 256 toneladas que resultaram em uma receita de 
27 milhões de euros, o aumento no valor da exportação em relação ao ano de 2007 foi de 
50% de acordo com o próprio ministério. 
 A população brasileira de peixes ornamentais de acordo com dados fornecidos pelo 
ABINPET, correspondia em 2019 a 19,4 milhões de peixes. Em dados fornecidos pela 
SEDET (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), nos nove primeiros 
meses de 2020 as exportações aumentaram 86%, uma ampliação de mercado que resultou 
no saldo que foi de US$ 263 mil para US$ 406 mil. A SENET considerava que até o fim 
de 2020, nos últimos 3 meses restantes, o mercado ainda cresceria cerca de 30% a 35%. 
Os dados do mercado da piscicultura ornamental brasileira são animadores, e isso já 
recorre a bastante tempo, esses índices em constante crescente fizeram com que no último 
levantamento feito pela EMBRAPA em 2018 o Brasil ocupasse o 13º lugar no ranking 
mundial de exportação de peixes ornamentais (SANTOS, 2018). 
 Embora a piscicultura ornamental no Brasil esteja consolidada e em constante 
desenvolvimento, os índices de exportação aumentando exponencialmente e a atividade 
seja uma das alternativas mais rentáveis dentro da piscicultura, se faz necessário que haja 
mais estudos na área. No Brasil dados sobre o cultivo de espécies como as carpas são 
escassos, dificultando uma melhor compreensão da realidade do mercado. Sabemos do 
potencial elevado que a piscicultura ornamental apresenta no nosso país, isso não se faz 
diferente com as carpas coloridas, tendo em vista o amplo conhecimento e estudos 
científicos elaborados a respeito da reprodução, genética e cultivo desses animais. A falta 
de investimento em pesquisa sobre um mercado tão promissor e relevante se faz um 
limitador de potencial. 
 A característica mais marcante dos piscicultores ornamentais brasileiros é o seu 
espaço de cultivo, a grande maioria tem seu cultivo em uma área pequena, muitas vezes 
atreladas a zona rural ou em pequenos espaços nas suas residências na zona urbana. O 
que faz com que essa atividade esteja melhor distribuída dentro da sociedade, pois não 
necessita de um alto investimento como o cultivo de outros organismos como por 
exemplo a carcinicultura (FARIA et al, 2016). No caso das carpas ornamentais, se faz 
necessário uma estrutura de cultivo maior, como tanques escavados ou alvenaria, contudo 
ainda assim é uma alternativa bastante rentável se levarmos em conta o alto valor que 
pode ser agregado a esses peixes. 
 Com toda essas observações a respeito da piscicultura ornamental, ao fim dessa 
revisão bibliográfica, mesmo com a escassez de informação cheguei a conclusão que 
devido a demanda estrutural desse tipo de cultivo ser relativamente simples, podendo ser 
posta em prática no quintal de casa ou na zona rural com certa excelência, a piscicultura 
ornamental se faz uma ótima opção de renda em comunidades ribeirinhas e em 
comunidades de baixa renda, como uma forma de amenizar a desigualdade social em um 
país altamente promissor na área e com índices elevados de desemprego e desigualdade 
entre as classes sociais. Mas para chegarmos a esse objetivo é de suma importância que 
haja investimentos no estudo e disseminação de informações e conhecimentos sobre o 
cultivo, além de investimento em desenvolvimento tecnológico e científico em volta da 
piscicultura ornamental. 
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O desenvolvimento deste trabalho foi gratificante de ser construído, em todas as 
etapas para que fosse alcançado o objetivo inicial. O aprendizado absorvido foi de 
extrema importância para mim e para o uma melhor compreensão do que realmente 
significa uma piscicultura ornamental, o real potencial da atividade em solo brasileiro e 
o quanto ainda precisamos aprimorar esse setor para alcançarmos um desempenho 
compatível com o potencial de produção do Brasil. 
A princípio este trabalho tinha como objetivo analisar o desenvolvimento de 
alevinos de carpas comum em um sistema de aquaponia, que seria realizado na Unidade 
Industria Escola do Campus Macau do IFRN, contudo, devidos aos entraves gerados pela 
pandemia que teve início no ano de 2020 se tornou inviável a conclusão desse projeto, 
tivemos que mudar o rumo do projeto de pesquisa para um revisão bibliográfica. Mesmo 
com todos esses imprevistos, produzir este trabalho foi uma experiência única e de 
extrema importância para mim e para o mercado da piscicultura ornamental, visto que se 
faz necessário que mais pesquisas sobre mercado sejam feitas a respeito desse ramo. 
 
 
 
 
 
 
6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALBUQUERQUE, A.. Anuário PeixeBR 2019. São Paulo: Peixebr, 2019. 
 
BOTELHO, Gastão. Aquários. São Paulo: Editora NOBEL, 1997. 85p. 
 
CABETTE, F. A. . Carpa ornamental custa até R $10 mil; mercado movimenta R 
$700 milhões/ano.2014. Disponível em: https://economia.uol.com. 
br/agronegocio/noticias/redacao/2014/02/24/carpa-ornamental-custa-ate-r-10-mil-
mercado-movimenta-r-700-milhoesano.htm. Acesso em: 17 mar. 2021. 
 
CARPAS KOI, AS RAINHAS DA BELEZA DOS CONCURSOS DE PEIXES NO 
JAPÃO. São Paulo: Isto É Dinheiro, 08 jan. 2018. Disponível em: 
https://www.istoedinheiro.com.br/carpas-koi-as-rainhas-da-beleza-dos-concursos-
de-peixes-no-japao/. Acesso em: 19 mar. 2021. 
CULTURA JAPONESA. NISHIKIGOI. 2017. Disponível em: 
http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/diversos/nishikigoi/. Acesso em: 16 
mar. 2021. 
DADOS do mercado Pet. 2019. Disponível em: http://abinpet.org.br/mercado/. 
Acesso em: 20 mar. 2021. 
Estado de Minas Internacional. ESTUDO revela que egípcios já praticavam 
aquicultura há 3.500 anos. Minas Gerais: 2018. Disponível em: <Estudo revela que 
egípcios já praticavam aquicultura há 3.500 anos>. Acesso em: 19 fev. 2020. 
 
FAO atualiza os dados da Pesca e Aquicultura mundial. [s.l.]: Aquaculture Brasil, 
20118. Disponível em: <http://www.aquaculturebrasil.com/2018/07/09/fao-atualiza-
dados-da-pesca-e-aquicultura-mundial/>. Acesso em: 27 set. 2019. 
 
FARIA, P. M. C.; RIBEIRO, K.; ALMEIDA, C. F.; SANTOS, F. W. M.; SANTOS, 
R. F. B.. Produtores de ornamentais: O perfil dos aquicultores que abastecem o 
mercado. Revista Panorama Da Aquicultura. 2016. Disponível em: 
https://panoramadaaquicultura.com.br/produtores-de-ornamentais-o-perfil-dos-
aquicultores-que-abastecem-o-mercado/. Acesso em: 20 mar. 2021. 
 
FORTES, Tatiana. Exportação de peixes ornamentais cresce acima de 86% entre 
janeiro e setembro. 2020. Divulgado na SENET. Disponível 
em:https://www.sedet.ce.gov.br/2020/10/20/exportacao-de-peixes-ornamentais-
cresce-acima-de-86-entre-janeiro-e-setembro/. Acesso em: 20 mar. 2021. 
LIMA, Alberto Oliveira; BERNARDINO, Geraldo; PROENÇA, Carlos Eduardo M. 
Agronegócio de Peixes Ornamentais no Brasil e no Mundo. Panorama da 
Aquicultura. Ed 65. 2001. Disponível em: <https://panoramadaaquicultura. com.br 
/agronegocio-de-peixes-ornamentais-no-brasil-e-no-mundo/>. Acesso em: 19 fev. 
2020. 
 
https://economia.uol.com/
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