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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE DIRETORIA ACADÊMICA CURSO TÉCNICO EM RECURSOS PESQUEIROS JOSÉ ARTHUR FELIPE PEQUENO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MERCADO DE CARPAS ORNAMENTAIS NO BRASIL E NO MUNDO MACAU-RN MARÇO/2021 JOSÉ ARTHUR FELIPE PEQUENO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MERCADO DE CARPAS ORNAMENTAIS NO BRASIL E NO MUNDO Relatório técnico científico apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus Macau, em cumprimento às exigências legais para obtenção do diploma de Técnico em Recursos Pesqueiros. Orientador: Roberto Aurélio Almeida de Carvalho MACAU-RN MARÇO/2021 RESUMO Esta revisão bibliográfica tem como objetivo proporcionar um panorama e histórico do mercado da piscicultura ornamental e principalmente do mercado de carpas ornamentais no Brasil e no Mundo. Este trabalho inicia com uma introdução a respeito da aquicultura e qual sua importância para o mundo, faz uma apresentação do ramo da piscicultura ornamental e mostra como teve início a atividade da aquariofilia que movimenta esse nicho de comércio, traz dados do desenvolvimento desse mercado ao longo dos anos e seu crescente potencial. Nesta revisão também é trazido como surgiram as carpas coloridas ou “Nishikigoi” como são conhecidas mundialmente, juntamente com seus dados de mercado como: produção, valor agregado e expectativa de crescimento dessa espécie no ramo ao redor do mundo e trazendo para a realidade da piscicultura ornamental no Brasil. Concluindo-se que tanto a piscicultura ornamental quanto as carpas coloridas possuem um enorme potencial de produção que pode agregar consideravelmente a economia de países subdesenvolvidos como o Brasil, já que as características dos piscicultores brasileiros é favorável para uma maior disseminação do cultivo, mas para que isso ocorra é necessário um investimento maior em estudos na área para uma maior compreensão do mercado brasileiro, fazendo com que dados e estatísticas a respeito sejam mais abrangentes e de fácil acesso. Com relação às carpas coloridas conclui-se que são peixes consolidados no mercado, principalmente em países desenvolvidos da Europa e Ásia, onde a cultura é maior. No Brasil as carpas ornamentais já são produzidas há bastante tempo e tem uma forte influência na receita gerada pela a piscicultura, mas ainda faltam estudos, dados confiáveis e atualizados sobre elas, principalmente por sabermos do enorme potencial que possuem no mercado nacional. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar gostaria de agradecer a minha família por completo, mas em especial a minha mãe que não barrou minha decisão de ir morar em outra cidade para ir em busca dos meus objetivos e me apoiou a todo momento. A minha tia Bárbara, que durante quase 4 anos me acolheu na sua casa, me deu apoio, ensinamentos, me tratou como um filho e se tornou uma amiga excepcional, sem ela eu não teria chegado onde cheguei. Dedico minha eterna gratidão a minha tia Maria, que nunca me deixou desistir, sempre me dando forças para continuar batalhando em busca de dias melhores, além de proporcionar um ambiente de estudo e equipamentos para que eu pudesse estudar com melhor qualidade e concluir esse projeto. A Emanuele partilhou comigo um laço de irmandade que diante de tantas dificuldades aos longo desses quatro anos foi minha ouvinte fiel, sempre me motivando a seguir em frente. Meus agradecimentos também aos meus amigos: Livean, Lara, Gabriel, Emilly, Iasmin, Vitória Matos, Vivian, Irruá, dentre tantas outras pessoas que fizeram parte dos melhores momentos da minha vida durante esses quatro anos de IFRN, além de terem contribuído imensamente para esse projeto ser concluído. Gostaria de dedicar esse parágrafo para agradecer a Emillyane. Que desde o dia que nos conhecemos acreditou em mim e mesmo com tudo que passamos juntos nunca largou a minha mão, sempre me lembrando que eu iria sim conseguir alcançar meus objetivos e ter sucesso na minha trajetória. Agradeço ao meu orientador Roberto Carvalho por toda dedicação, paciência, por todo direcionamento e aprendizado não somente acadêmico, mas também aprendizado de como ser um ser humano melhor. Sem a contribuição dele esse trabalho não seria possível, serei eternamente grato a todo apoio, a todas as aulas e a todos os aprendizados proporcionados a mim por ele. SUMÁRIO 1-INTRODUÇÃO 7 2-OBJETIVOS 9 3-MATERIAIS E MÉTODO 9 4-RESULTADOS E DISCUSSÃO 10 5-CONSIDERAÇÕES FINAIS 15 6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16 1-INTRODUÇÃO A Aquicultura é uma atividade voltada para o cultivo de organismos aquáticos como peixes, anfíbios, répteis, moluscos e algas de forma sustentável. Baseia-se na implementação de sistemas de produção tanto em ambiente natural como em ambientes controlados como tanques artificiais construídos pelo homem. Dentre os objetivos da aquicultura está a produção de alimentos para a população com a piscicultura, carcinicultura, algicultura, malacocultura, entre outros cultivos específicos dentro da atividade, além da produção alimentar, ramos da aquicultura são responsáveis por outros focos comerciais como lazer com a produção de peixes para pesca esportiva, produção de cosméticos com o cultivo de algas e a conservação de espécies e cultivo de organismos aquáticos ornamentais (VINATEA, 1995). A importância da Aquicultura destaca-se por ser uma alternativa de produção alimentar para a sociedade com um padrão de qualidade em condições controladas, caracterizando-se uma prática sustentável. Sendo importante também na restauração do pescado e de todo o ecossistema aquático que sofrem com o risco de extinção ou degradação causado pela superexploração pela pesca extrativista em pequena ou grande escala. Com isso, animais cultivados são liberados em meio aquático para estabilização da população selvagem (SOUZA, 2015). A piscicultura é um ramo dentro da aquicultura que consiste em cultivar em cativeiro especificamente peixes de diversas espécies, em geral de água doce. A piscicultura não é uma atividade recente, tendo início com os chineses a pouco mais de 2.000 anos a.C.. A primeira espécie a ser cultivada foi a carpa-comum cyprinus carpio, essa população utilizava de esterco bovino para fertilizar a água a fim de melhorar a produção do cultivo (COLPANI,2018). Estudos Arqueológicos mostram que a aproximadamente 3500 anos a civilização egípcia deu início ao cultivo da tilápia Oreochromis Niloticus, espécie que se tornaria a mais cultivada da era moderna. O antigo Egito também foi responsável por dar o pontapé inicial ao comércio de peixes provenientes do cultivo, ao ser a primeira civilização a exportar o pescado que produziam para os povos ao norte, fazendo com que o Egito se tornasse uma potência na aquicultura. (ESTADO DE MINAS, 2018) Além dos chineses há registros históricos que provam que outros povos desenvolveram a técnica da piscicultura, dentre eles estão os Egípcios contendo pinturas de tanques de peixes ornamentais, na antiga Roma era cultivado uma espécie de peixe costeiro, na Indonésia o cultivo de peixes começou por volta de 1.400 com o cultivo do milkfish chanos chanos, dentre outros povos antigos. (VINATEA,1995) No Brasil a piscicultura se encontra em um cenário progressivo, tendo em vista que a atividade cresce a cada ano, com números bastante animadores. O mais atual anuário da Associação Brasileira da Piscicultura (ALBUQUERQUE, 2019), mostra que em 2018 o Brasil obteve um resultado superior ao ano anterior produzindo 722.560 toneladas, apresentando um crescimento de 4,5%sobre as 691.700 toneladas produzidas em 2017. Contudo a ascensão da piscicultura não se dá apenas ao viés alimentar. O ramo da aquicultura para a produção de peixes ornamentais tem crescido exponencialmente A piscicultura não tem como objetivo apenas produzir uma fonte alimento mais sustentável e eficaz para o ser humano, ela também é praticada com outras finalidades como a produção de peixes ornamentais e o cultivo para conservação de espécies ameaçadas de extinção. No Brasil, o cultivo de peixes ornamentais tem tomado proporções cada vez maiores, uma vez que, o continente sul-americano detém da maior diversidade espécies de peixes de água doce do planeta, já foram catalogadas cerca de 3000 espécies de peixes tropicais, e ainda restam aproximadamente 30% a 40% da fauna a ser descoberta pela ciência (LIMA et al, 2001). Além da necessidade de produzir uma fonte alimentar saudável e sustentável, a reprodução de peixes em aquicultura surge como alternativa para suprir outras necessidades e vontades da sociedade, um exemplo disso é a reprodução de peixes ornamentais, como o próprio nome já diz, o comércio de peixes ornamentais é alimentado por pessoas que querem trazer o ambiente aquático junto com esses animais para mais perto do seu dia a dia seja com aquários, tanques ou lagos artificiais. Hoje mais de 4 mil piscicultores no Brasil se dedicam ao cultivo de peixes ornamentais e fazem disso o principal nicho comercial das suas fazendas movimentando um mercado em exponencial, que até a década de 90 era mantido quase que exclusivamente pela exportação extrativista de peixes da bacia amazônica (VIDAL JUNIOR, 2003). Atualmente no mercado mundial o cultivo de peixes ornamentais é considerado um dos ramos mais rentáveis dentro da piscicultura. No Brasil essa empreitada teve início no ano de 1922 na cidade do Rio de Janeiro, onde japoneses colocaram na Exposição da Independência amostras de aquários ornamentais, o que levou ao encanto de alguns brasileiros pela a atividade e assim começou a propagação da piscicultura ornamental no nosso país, atividade essa que é um cultivo em ascensão. Entre as espécies mais comercializadas e cultivadas no cenário mundial é a Carpa-comum Cyprinus carpio na variação Nishikigoi, as famosas carpas coloridas que enfeitam aquários e lagos artificiais em diversos lugares do mundo. Dada a importância do cultivo de carpas ornamentais como opção de atividade econômica, se tornam importantes estudos sobre o tema. Este trabalho tinha originalmente o objetivo de avaliar o crescimento das carpas no sistema de aquaponia instalado na Unidade Indústria Escola do Campus Macau do IFRN. Devido ao advento da pandemia de covid 19 tivemos que mudar o projeto para uma abordagem mais teórica, e a opção escolhida foi de elaborar uma revisão bibliográfica sobre o cultivo de carpas ornamentais no Brasil e no Mundo. 2-OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo mostrar o panorama do mercado de carpas ornamentais no Brasil e no mundo. 3-MATERIAIS E MÉTODO O presente estudo foi realizado através de um amplo levantamento bibliográfico, em diversificadas fontes informativas tais como artigos científicos, revistas, sites governamentais, fóruns de debates, sites de associações relacionados a pesca e aquicultura, a partir do qual as informações obtidas foram compiladas para elaborar um panorama do mercado de carpas ornamentais no Brasil e no mundo. 4-RESULTADOS E DISCUSSÃO A prática da aquariofilia surgiu no século XVI no continente asiático mais especificamente na China, porém a procura por peixes ornamentais datam de muito antes de Cristo, quando por exemplo o renomado filósofo Aristóteles coletou e estudou peixes que capturou no Mar Egeu. O desejo por peixes coloridos, de tamanhos diferentes, de espécies diferentes inseridos no nosso dia a dia é uma crescente exponencial desde os seus primórdios, não à toa o ramo da piscicultura ornamental é uns dos mais rentáveis dentro da aquicultura (LIMA et al, 2001). As carpas chegaram no Brasil em de 1904, por uma iniciativa da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. Dentre as espécies trazidas, as que mais se destacaram foram a Carpa-comum (Cyprinus carpio) e a Carpa-capim (Ctenopharyngodon idella). Muita dessa facilidade é resultado de muitos estudos e conhecimentos a respeito da biologia das espécies já que tais eram cultivadas a bastante tempo no continente asiático, sua resistência e adaptabilidade ao clima brasileiro e condições de cultivo. Por serem animais resistentes e atingirem um bom tamanho, tem uma gama de estudos que auxiliam no sucesso do cultivo entre outras características dos ciprinídeos, aliado ao potencial consumidor brasileiro fizeram com que em menos de dez décadas as carpas assumisse o posto de peixe mais cultivado no Brasil de 1996 a 2001 (LIMA et al, 2001). A aquariofilia teve início em 1596 quando Chang Chi’ En-Tê escreveu um livro sobre peixes vermelhos e nesse livro ele descreveu todos os cuidados que ele tinha para manter o bem-estar dos peixes, trouxe informações sobre a alimentação, limpeza do bujão, limpeza da água e como proteger o bujão do frio (BOTELHO, 1997). As carpas coloridas surgem a partir do século XVIII no Japão, mas especificamente nas vilas do povoado de Yamakoshi, onde eram produzidas para fins alimentícios. Com o cultivo e reprodução desses animais foi possível a ocorrência do nascimento de espécimes com mutações genéticas que lhe acarretaram uma coloração distinta do comum, ao todo três linhagens nasceram: Higoi (Figura 1), Asagui (Figura 2) e Bekko (Figura 3), por estarem em ambiente controlado esses animais conseguiram chegar em seu estágio adulto, despertando o interesse e a curiosidade dos responsáveis pelo cultivo da vila em aprimorar as técnicas de reprodução e fazer um melhoramento genético para poder extrair novas colorações e comercializá-los como peixes ornamentais (CULTURA JAPONESA, 2017; RECHI, 2017). Figura 1 - Carpa Higoi (Fonte: Internet). Figura 2 – Asagui. (Fonte: Internet). Figura 3 - Carpa Bekko. (Fonte: Internet). De acordo com a revista Panorama da Aquicultura uma a cada três casas estadunidenses possuem um aquário com objetivo de decoração em sua sala, no Japão, país onde a aquariofilia surgiu e o cultivo ornamental de peixes é mais enraizado, essa realidade é ainda mais surpreendente, a cada duas casas japonesas uma possui um aquário como decoração, com essa estatística podemos concluir que a metade da população japonesa possui um aquário e movimenta o comércio de peixes ornamentais. No atual cenário do comércio de peixes ornamentais o Japão se encontra com o segundo maior mercado mundial, responsável por movimentar US $71 milhões e se mantém atrás somente da Europa (LIMA et al, 2001). Além do Japão, outros países asiáticos têm forte expressão no mercado. Esses países foram os primeiros a responsáveis pelo surgimento do cultivo de peixes ornamentais, devido a isso eles detém as maiores fazendas de piscicultura ornamental para a exportação e o resultado disso é que o lucro gerado tem uma considerável influência no PIB desses países. A FAO em 1996 disponibilizou dados que mostram que países bem desenvolvidos movimentam em média US $200 milhões anuais com a exportação de organismos aquáticos ornamentais e 60% desse lucro movimentado revertido é em PIB para seus respectivos países, o que corresponde a cerca de US $130 milhões (OSTRENSKY, 2007). Quando se fala de aquariofilia logo vem em mente aqueles peixes coloridos como os Kinguios (Carassius auratus), o Guppy (Poecilia reticulata) e o Betta (Betta splendens), de fato são peixes muito bem aceitos por aquaristas ao redor do mundo e estão consolidados como uma ótima opção de peixe ornamental para se ter em casa, assimcomo outras centenas de espécies que são comercializadas em todo o globo. Paralelo a isso, em países onde as carpas ornamentais são mais tradicionais, como os países asiáticos e os europeus, elas chegam a movimentar bilhões de dólares anuais em seus respectivos mercados. O presidente da ABN (Associação Brasileira de Nishikigoi), Lonney Sadah relata que uma carpa da variação Nishikigoi no Brasil pode ter o valor inicial de comércio, ou seja, quando ela sai da piscicultura avaliado em até R$ 10 mil, um valor elevado para os padrões brasileiros, porém nos países de maior tradição os valores podem bater os RS$ 300 mil, cerca de R$ 2.007.450 milhões na cotação atual no caso de peixes premiados em competições e exposições (CABETTE, 2014). O mercado mundial de peixes ornamentais vem crescendo constantemente devido à grande demanda por parte dos aquaristas, paisagistas ou pessoas que trabalham com ornamentação de ambientes internos e externos, devido a isso o cultivo teve uma explosão na década de 90, aproximadamente 10% ao ano de 1991 a 1996. A alta demanda se dá devido ao consumidor querer sempre algo novo, colorações mais exóticas, espécies novas ou de difícil acesso, quantos mais características incomuns e que agreguem beleza ao peixe mais valorizado será esse espécime. Essas peculiaridades do consumidor da piscicultura ornamental fazem os piscicultores se movimentarem em busca de novas tecnologias de cultivo, de aprimorar a genética da sua produção, de novas máquinas que otimizem o custo de produção fazendo com que outras áreas comerciais sejam beneficiadas e seu produto seja ainda mais valorizado (AQUAA3, 2017). A exigência do consumidor desse mercado é nítida, movimentando uma cadeia produtiva extensa, não se restringindo somente à produção dos peixes. A ornamentação não está somente no peixe, mas em todo o habitat produzido para que ele tenha uma qualidade de vida adequada e ao mesmo tempo agradável ao olhar dos aquaristas, que transforme o ambiente onde ele esteja. André Albuquerque, lojista especializado em aquarismo, disserta em artigo para o site AQUAA3 (Site desenvolvido para a disseminação da aquariofilia no Brasil) sobre a forma com que a atividade da piscicultura movimenta outros mercados em todas as suas etapas, desde a produção dos peixes nas fazendas até o momento de o peixe entrar na casa do consumidor final (AQUAA3, 2017). As carpas coloridas ou “Nishikigoi” são conhecidas e desejadas mundialmente pela sua beleza, em alguns países asiáticos chegam a ser símbolo de poder e bem-estar social, além de diversas crenças culturais atreladas a elas. Essa busca constante dos piscicultores por espécimes com padrões de coloração mais exóticos e raros faz com que a demanda por esses animais cresça cada vez mais, movimentando bilhões de dólares ao redor do mundo. Em dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura do Japão mostram que em 2016 as exportações de carpas da variedade Nishikigoi alcançaram um recorde que não era batido desde 2007, foram exportadas 256 toneladas que resultaram em uma receita de 27 milhões de euros, o aumento no valor da exportação em relação ao ano de 2007 foi de 50% de acordo com o próprio ministério. A população brasileira de peixes ornamentais de acordo com dados fornecidos pelo ABINPET, correspondia em 2019 a 19,4 milhões de peixes. Em dados fornecidos pela SEDET (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), nos nove primeiros meses de 2020 as exportações aumentaram 86%, uma ampliação de mercado que resultou no saldo que foi de US$ 263 mil para US$ 406 mil. A SENET considerava que até o fim de 2020, nos últimos 3 meses restantes, o mercado ainda cresceria cerca de 30% a 35%. Os dados do mercado da piscicultura ornamental brasileira são animadores, e isso já recorre a bastante tempo, esses índices em constante crescente fizeram com que no último levantamento feito pela EMBRAPA em 2018 o Brasil ocupasse o 13º lugar no ranking mundial de exportação de peixes ornamentais (SANTOS, 2018). Embora a piscicultura ornamental no Brasil esteja consolidada e em constante desenvolvimento, os índices de exportação aumentando exponencialmente e a atividade seja uma das alternativas mais rentáveis dentro da piscicultura, se faz necessário que haja mais estudos na área. No Brasil dados sobre o cultivo de espécies como as carpas são escassos, dificultando uma melhor compreensão da realidade do mercado. Sabemos do potencial elevado que a piscicultura ornamental apresenta no nosso país, isso não se faz diferente com as carpas coloridas, tendo em vista o amplo conhecimento e estudos científicos elaborados a respeito da reprodução, genética e cultivo desses animais. A falta de investimento em pesquisa sobre um mercado tão promissor e relevante se faz um limitador de potencial. A característica mais marcante dos piscicultores ornamentais brasileiros é o seu espaço de cultivo, a grande maioria tem seu cultivo em uma área pequena, muitas vezes atreladas a zona rural ou em pequenos espaços nas suas residências na zona urbana. O que faz com que essa atividade esteja melhor distribuída dentro da sociedade, pois não necessita de um alto investimento como o cultivo de outros organismos como por exemplo a carcinicultura (FARIA et al, 2016). No caso das carpas ornamentais, se faz necessário uma estrutura de cultivo maior, como tanques escavados ou alvenaria, contudo ainda assim é uma alternativa bastante rentável se levarmos em conta o alto valor que pode ser agregado a esses peixes. Com toda essas observações a respeito da piscicultura ornamental, ao fim dessa revisão bibliográfica, mesmo com a escassez de informação cheguei a conclusão que devido a demanda estrutural desse tipo de cultivo ser relativamente simples, podendo ser posta em prática no quintal de casa ou na zona rural com certa excelência, a piscicultura ornamental se faz uma ótima opção de renda em comunidades ribeirinhas e em comunidades de baixa renda, como uma forma de amenizar a desigualdade social em um país altamente promissor na área e com índices elevados de desemprego e desigualdade entre as classes sociais. Mas para chegarmos a esse objetivo é de suma importância que haja investimentos no estudo e disseminação de informações e conhecimentos sobre o cultivo, além de investimento em desenvolvimento tecnológico e científico em volta da piscicultura ornamental. 5-CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho foi gratificante de ser construído, em todas as etapas para que fosse alcançado o objetivo inicial. O aprendizado absorvido foi de extrema importância para mim e para o uma melhor compreensão do que realmente significa uma piscicultura ornamental, o real potencial da atividade em solo brasileiro e o quanto ainda precisamos aprimorar esse setor para alcançarmos um desempenho compatível com o potencial de produção do Brasil. A princípio este trabalho tinha como objetivo analisar o desenvolvimento de alevinos de carpas comum em um sistema de aquaponia, que seria realizado na Unidade Industria Escola do Campus Macau do IFRN, contudo, devidos aos entraves gerados pela pandemia que teve início no ano de 2020 se tornou inviável a conclusão desse projeto, tivemos que mudar o rumo do projeto de pesquisa para um revisão bibliográfica. Mesmo com todos esses imprevistos, produzir este trabalho foi uma experiência única e de extrema importância para mim e para o mercado da piscicultura ornamental, visto que se faz necessário que mais pesquisas sobre mercado sejam feitas a respeito desse ramo. 6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, A.. Anuário PeixeBR 2019. São Paulo: Peixebr, 2019. BOTELHO, Gastão. Aquários. São Paulo: Editora NOBEL, 1997. 85p. CABETTE, F. A. . Carpa ornamental custa até R $10 mil; mercado movimenta R $700 milhões/ano.2014. 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