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O uso de drogas lícitas e ilícitas durante a gestação e amamentação e seus riscos

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O uso de drogas lícitas e ilícitas durante a gestação e amamentação e seus riscos:
O uso de drogas, lícitas como ilícitas, apresentou um avanço significativo nos últimos tempos, apesar de apresentarem, ainda, poucos estudos e discussões apontando suas correlações. O consumo de drogas fora do período gestacional já apresenta riscos, porém, seu uso durante a gravidez e a lactação trazem consequências alarmantes, trazendo problemas futuros à saúde da própria mãe e do bebê. (SILVA, 2014).
Um dos maiores problemas na formação e desenvolvimento fetal, bem como em recém nascidos, advém do uso de substâncias químicas pela mãe, podendo ocasionar efeitos teratogênicos na criança, resultando em problemas de saúde em longo prazo, leves ou até severas. Mesmo com o crescente entendimento do mecanismo de atuação de algumas drogas durante esse período, ainda há vários fatores desconhecidos, como sua atuação na lactação e seus efeitos colaterais. (CHAVES; DIAS; DIAS; MARTINS; ROCHA; ORIÁ, 2017). O uso de drogas no aleitamento pode levar a síndrome de dependência das crianças por causa de sua concentração encontrada no leite materno. Crianças, cuja mãe utiliza alguma substância psicoativa durante a gestação e amamentação, podem nascer com a Síndrome de Abstinência Neonatal, apresentando diversos sintomas relacionadas a características neurológicos, gastrointestinais, autônomos, entre outros, como possíveis malformações estruturais, mudança de comportamento, dificuldades respiratórias, entre diversas outras manifestações clínicas. 
Drogas lícitas como o café, o álcool e o tabaco estão mais presentes devido sua facilidade de acesso, mas esses não apresentam menos riscos à saúde, sendo aconselhado evita-los. De acordo com Chaves, Dias, Dias, Martins, Rocha e Oriá (2017), o etanol traz graves riscos no desenvolvimento do feto, sendo uma substância que consegue atravessar a barreira placentária, afetando o líquido amniótico, que conterá o etanol, expondo o feto às mesmas quantidades da mãe, podendo gerar riscos no parto, abortos, infecções e até mesmo o deslocamento da placenta. Já o tabaco, sendo uma das maiores drogas consumidas no período de gestação, afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central, bem como o trato gastrointestinal, restringindo o fluxo sanguíneo e a passagem de oxigênio na placenta, decorrente da vasoconstrição dos vasos uterinos, sendo seu uso durante a lactação podendo ocasionar alterações no leite materno, promovendo agentes tóxicos que causam a dependência no recém-nascido. (BRAGHINI, 2017). A nicotina é capaz de diminuir a produção láctea e alterar o sabor do leite, conforme informa o Ministério da Saúde (2010), entretanto, o uso de medicamentos (sendo esses em adesivo, goma de mascar ou spray) contendo nicotina é compatível com a amamentação.
A maconha e a cocaína são as drogas ilícitas de maior uso entre as gestantes, onde a Academia Americana de Pediatria contraindica o uso durante o período da lactação das drogas de abuso como anfetaminas, cocaína, heroína, maconha e fenciclidina, em contrapartida tendo a Organização Mundial da Saúde considerando que o uso de anfetaminas, ecstasy, cocaína, maconha e opióides não são contraindicadas durante a amamentação, mas devem ser evitados durante o período gestacional, mostrando que ainda há de se estudar mais aprofundado sobre esse tema.
Podendo atravessar a barreira placentária, a maconha tem a capacidade de chegar ao feto, com princípio ativo sendo o delta-9-tetrahidrocanabinol, que provocando alterações psicoafetivas no recém-nascido e em seus diversos sistemas no organismo, como aumento da frequência cardíaca e mau desenvolvimento do tubo neural, e ocasionando diminuição significativa na amamentação. Além disso, também podem estar relacionadas a diminuição da memória, perda da inibição, sensação de relaxamento ou euforia, alterações de percepção do tempo e espaço. (MAIA; PEREIRA; MENEZES, 2016). 
Outras drogas, como por exemplo a cocaína, também afetam de maneira significativa o desenvolvimento fetal, podendo levar até ao aborto espontâneo. A cocaína por ser uma droga de baixo custo, seu consumo geralmente é em altas quantidades, conseguindo atravessar facilmente a placenta por ser uma substância volátil, sendo os efeitos ao feto secundários aos efeitos maternos. Como apresentado pelos autores Maia, Pereira e Menezes (2016), o uso dessa substância ocasiona redução do fluxo sanguíneo, e consequentemente, redução da oxigenação fetal. Em sua forma de crack (sólido) ele é absorvido pelos alvéolos pulmonares, chegando até a corrente sanguínea, podendo ter efeito em pouquíssimos segundos no sistema nervoso central, e a cocaína em pó, demora poucos segundos a mais, porém ambos causam a dependência. Entretanto, as principais complicações relacionadas ao seu uso são: a depressão neurocomportamental e a excitabilidade neurocomportamental. Já como apresenta a Dra Venina de Barros (através do site da Febrasgo (BRASIL, 2018)), estimulantes, ecstasy e opiáceos, também são drogas que devem ter um maior cuidado no uso durante a gestação, visando a possibilidade de evitar seu uso por conseguirem passar pela placenta, atingindo diretamente o feto trazendo grandes riscos no desenvolvimento, como na sua amamentação pós nascimento.
BIBLIOGRAFIAS
SILVA, Caroline André. O consumo de drogas lícitas e/ou ilícitas na gestação : repercussões sobre a saúde do recém-nascido. 2014. 94 f. TCC (Graduação) - Curso de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
 CHAVES, Anne Fayma Lopes; DIAS, Alanna Helenn Marques; DIAS, Ingrid Kerolly Almeida; MARTINS, Juliane Kerly Silva; ROCHA, Rebeca Silveira; ORIÁ, Mônica Oliveira Batista. Medicine consumption during breastfeeding and assessment of infant risk. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, [S.L.], v. 18, n. 3, p. 390-395, 21 ago. 2017. Rev Rene - Revista da Rede de Enfermagem de Nordeste. http://dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2017000300015.
BRAGHINI, Fernanda. USO DE TABACO POR MÃES NO PERÍODO DA GESTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO: RELAÇÃO DO CONSUMO DE TABACO PELOS FILHOS QUANDO ADULTOS E ANÁLISE QUÍMICA DO LEITE MATERNO. 2017. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Promoção da Saúde, Unicesumar, Maringá, 2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. ISBN 978-85-334-1651-2: AMAMENTAÇÃO E USO DE MEDICAMENTOS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS. Distrito Federal: Editora Ms, 2010.
MAIA, Jair Alves; PEREIRA, Leonardo Assunção; MENEZES, Fernanda de Alcântara. CONSEQUÊNCIAS DO USO DE DROGAS DURANTE A GRAVIDEZ. Revista Enfermagem Contemporânea, [S.L.], v. 4, n. 2, p. 1-8, 8 mar. 2016. Escola Bahiana de Medicina e Saude Publica. http://dx.doi.org/10.17267/2317-3378rec.v4i2.664.
Venina Isabel Poço Viana Leme de Barros. Drogas Ilícitas durante a gravidez. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/704-drogas-ilicitas-durante-a- gravidez#:~:text=O%20uso%20de%20%C3%A1lcool%20e,e%20outras%20infec%C3%A7%C3%B5es%20sexualmente%20transmiss%C3%ADveis.. Acesso em: 30 nov. 2018.

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