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AÇÃO CIVIL PÚBLICA PI CONSTITUCIONAL

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8
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA XXª VARA FEDERAL DE DEVASTAÇÃO – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 
ASOOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO DOS PESCADORES - (APPD), associação civil legalmente constituída desde 1990, (documentos de constituição e de assembleia de autorização da presente ação anexas aos autos), por meio de sua advogada Sueli Ortiz de Freitas, inscrita na OAB- SP nº XXXXX, consoante procuração anexa, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor a presente:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS.
Em Face das:
MONTANHA DO RIO SUJO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ 00.000.000/0000-00, com sede jurídica no endereço Rua XXXXX, nº XX, CEP XXXXX-XXX, Devastação - Estado do Espirito Santo.
UNIÂO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno.
Explanando Fatos e Fundamentos que passa a expor:
I – GRATUIDADE
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985
 Conforme exposto no artigo 18 “Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
II – DOS FATOS
 Acidade de Devastação foi acometida de destruição provocada pelos dejetos, (lama tóxica), provenientes do rompimento (colapso) da de uma mineradora localizada no próprio município, a empresa Montanha do Rio Sujo.
Após levantamento junto a órgãos públicos fiscalizadores, ficou constatado que havia sido feita por diversas vezes, denúncias e reclamações a respeito da manutenção da barragem e mesmo após notificações de órgãos fiscalizadores competentes a UNIÃO, nada fez.
 A ausência de zelo técnico da mineradora e a negligente omissão da União, quanto a fiscalização, promoveu a destruição de imensurável parcela do Meio Ambiente local, assim como, de um rio que percorre dois estados da Federação, poluindo inclusive as praias do litoral do Estado do Espirito Santo como consequência matando milhares de peixes e causando a morte de animais marinhos.
 Existe na cidade de Devastação uma Vara da Justiça Federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, onde já haviam sido feitas notificações judiciais aos envolvidos a respeito das más condições da barragem e sobre a ausência de fiscalização da União a respeito da insuficiente manutenção prestada pela mineradora.
 Além de perderem suas casas, muitas famílias de pescadores perderam entes queridos, que morreram na lama de dejetos tóxicos, e absolutamente todos os associados estão impedidos de praticar a pesca devido a contaminação e morte dos peixes (única fonte de sobrevivência) em razão do imenso dano causado pela mineradora. Não distante disso, a empresa mineradora se quer tomou alguma providência para evitar novos vazamentos de material tóxico, o que torna permanente os danos ambientais acometidos por aquela população, e a União nada fez para dirimir este resultado devastador.
III – DO DIREITO
De acordo com caput do ART. 225 CF:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à Coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
De acordo com o ART. 14 § 1º da lei 6938/81 o Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente:
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
DA COMPETÊNCIA
Conforme Artigo 2º da Lei 7357/1985, é competente para julgar a Ação Civil Pública o foro do local onde ocorreu o dano:
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
 Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Assim, como disposto em lei o Juízo da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Devastação - ES – onde ocorreu o dano - é o competente para decidir sobre a presente ação.
DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A Lei 7347/85 que trata da Ação Civil Pública, em seu artigo 1º estabelece que:
 Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
I – ao meio ambiente
[...]
IV – a qualquer outro interesse difuso e coletivo.
De acordo com caput do ART. 225 CF:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à Coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.Assim assinala Marcelo Abelha, direito difuso é aquele que pertence a todos abrangendo uma totalidade abstrata e indeterminada. Neste viés, percebe-se, que a agressão ao meio ambiente atinge a todos e, ainda, no que tange acerca dos direitos individuais homogêneos das cem famílias que foram prejudicadas pela contaminação da lagoa impossibilitando a pesca, sua maior fonte de renda.
DA LEGITIMIDADE ATIVA
A legitimidade se confirma com fundamento no Art. 5º, V da Lei 7347/85, senão vejamos:
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre as suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Importante salientar o art. 5º, inciso XXI, da Constituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
 Caracterizado, possuir interesse social da parte autora, ficando evidenciado inclusive, pela dimensão do dano provocado, por meio de laudo pericial, a contaminação existente na lagoa em questão.
DO SUJEITO PASSIVO
 Para José Maria Tesheiner
[...] Em relação à legitimação passiva nas ações coletivas, se considerada a generalidade dos casos, não se encontram maiores discussões sobre quem deva figurar no polo passivo. Em princípio, as mesmas pessoas (físicas ou jurídicas) podem ser apontadas como parte passiva tanto nas ações individuais quanto nas coletivas.
Nos dando a certeza clara, que todos aqueles que causaram prejuízo ao meio ambiente, podem ser sujeitos passivos numa Ação Civil Pública.
DA LIMINAR
O artigo 12 da Lei 7347/85, admite a possibilidade de pedido liminar:
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
Consoante a existência da possibilidade para expedir medida liminar, considera-se, necessário que se conceda para que, a empresa Ré tome as devidas providências para que cesse a contaminaçãodo meio ambiente e imediatas medidas de reparação.
Visto que configura o “Fumus Boni Iuris” e também se configura o “Periculum In Mora”.
Enseja-se com o pedido de liminar em razão da ameaça ao meio ambiente, qual seja, a destruição de grande parte do meio ambiente local e também de um rio que percorre dois estados da Federação, chegando a poluir, inclusive, as praias do litoral do Espírito Santo e a provocar, consequentemente, a morte de milhares de peixes e animais marinhos.
Dessa forma, o pedido liminar consiste em suspender as atividades da empresa até que seja executado medidas definitivas para o dano causado pelo processo realizado pela empresa ré.
E, ainda, que seja estipulado astreintes pelo Juiz, a fim de que tenha caráter reparador e que obrigue a parte ré a cumprir tal ordem judicial.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto e fundamentado, a impetrante requer:
· A citação da empresa Montanha do Rio Sujo para contestar a presente ação sob pena de revelia e da União Federal, por meio da Advocacia Geral da União;
· A concessão do pedido liminar para que sejam suspensas imediatamente qualquer atividade danosa ao meio ambiente sob pena de multa diária a ser arbitrada por Vossa Excelência, bem como, o imediato bloqueio de contas da empresa a fim de fazer frente às futuras indenizações e a fixação de indenização provisória de dez salários mínimos mensais a título alimentar para que os associados (ou familiares de associado falecido) possam sobreviver até o julgamento final da presente ação e fixação das indenizações definitivas;
· A intimação do representante do Ministério Público Federal para que funcione como custos legis, nos termos da lei;
· A apresentação de um plano detalhado de recuperação, visando a reparação dos danos causados;
· Seja julgado procedente, tornando definitiva a liminar concedida, condenando as rés ao pagamento de indenização pelos danos morais e patrimoniais causados, bem como aqueles de ordem coletiva a serem arbitrados por Vossa Excelência conforme dispõe o artigo 3º da Lei 7.347/85;
· A condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelos documentos que instruem esta exordial, oitiva de testemunhas, bem como todos os demais instrumentos eventualmente necessários.
DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á a causa o valor de R$ 100.000.000,00 (Cem Milhões de Reais).
Termos em que respeitosamente, 
Pede e Espera Deferimento.
São Paulo, 18 de março de 2021
XXXXXX XXXXX
OAB/SP nº XXXXXX

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