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CASO CONCRETO pratica constitucional

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DE DIREITO DA 
___VARA CÍVEL DA COMARCA DE MÁCAE- RJ 
 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO CIVIL DE MORADORES ATINGIDOS PELO 
DESGASTE AMBIENTAL, organização não governamental, legalmente 
constituída sob forma de associação civil, em sede no endereço do bairro de , 
representado por seu advogado GRAZIELA COUINHO FERNANDES, OAB 
201802013831, consonante procuração em anexo, vem respeitosamente à presença 
de Vossa Excelência impetrar: 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR 
 
 com fundamento na Lei 7.347/85, em desfavor da PREFEITURA DE 
MÁCAE, órgão executivo municipal de direito público, inscrita no CNPJ sob o 
n. (...), com sede no endereço _, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
aduzidos: 
 
I –Dos Fatos 
Associação de moradores autora da demanda é constituída há três anos, e 
possui como objetivo a defesa do meio ambiente, com foco no direito à saúde de 
todos. 
 
Ocorre que a requerida vem utilizando de forma irregular o terreno localizado no 
bairro Barro Alto, a referida prefeitura vem depositando nessa área todo o lixo 
coletado do município, sem qualquer licença dos órgão competentes, e em 
continuo desrespeito às regras de proteção à natureza, perfazendo o volume 
médio de aproximadamente 50 toneladas por dia. O material ali despejado não 
passa por qualquer tratamento que preserve a saúde dos cidadãos e que possam 
degradar menos o meio ambiente, contem resíduos sólidos das mais diferentes 
procedências, inclusive material industrial e hospitalar. Tal atitude é um 
verdadeiro absurdo contra a saúde pública dos moradores. 
 
Foi aberto um Inquérito Civil pelo Ministério público do Estado do Rio de Janeiro, 
onde a Prefeitura de Macaé respondeu que a situação era regular pois já fazia isso 
há muito tempo e, principalmente, porque se tratava de um terreno abandonado 
e com isso ninguém reclamaria. 
 
Ora Excelência, ocorre que a referida área em que a Prefeitura vem depositando 
de forma irregular o material coletado, trata-se de terreno de preservação 
permanente, conforme se verifica no registro imobiliário anexado no Inquérito 
Civil. 
 
Essas atitudes tomadas pela Prefeitura vêm causando sérios danos ambientais a 
saber: a degradação do ar, contaminação das águas, do solo e do ambiente geral, 
riscos gravíssimos à saúde, à segurança e ao bem-estar do homem, além de causar 
dano à flora e à fauna. 
 
Dito isso, não restou outra alternativa senão o ajuizamento da presente. CLAMA-
SE POR JUSTIÇA! 
 
II – Do Direito 
 
O Art. 196. Diz expressamente que: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Bem como, a responsabilidade é de todos os entes estatais, ou seja, da União, dos estados 
e também dos municípios. É o que diz o art. 196 da Constituição Federal quando atribui ao Estado 
(com “E” maiúsculo) o dever de assegurar o direito de todos à saúde. 
O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do direito à vida e à saúde de que 
procuram a vida em sociedade na qual deve se prevalecer a saúde e o bem-estar de todos, bem como 
de sua dignidade, amparados pelo Art. 1º, inciso III, pelo Art. 5º, caput, pelo Art. 6º e pelo Art. 
196, todos daCRFB/88. 
Esses direitos estão sendo calados, o que é constitucionalmente inadequado em razão 
da maior importância dos referidos direitos. Afinal, saúde não há vida. 
O cabimento da ação civil pública decorre do fato de o objetivo da demanda judicial 
será defesa de todos os cidadãos que procuram o direito a saúde. 
 
Nos moldes do artigo 1º da Lei 7.347/85 (lei da ação civil pública)é cabível a ação civil 
pública para conter ou proteger os bens protegidos quais sejam: danos causados ao meio ambiente, 
ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico, a qualquer 
interesse difuso ou coletivo, por infração econômica, à ordem, urbanística, à honra e à dignidade de 
grupos sociais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público e social. Para punir ou reprimir os danos 
morais ou materiais. 
 
Conforme documentos juntados à inicial, levando em consideração os direitos difusos do 
grupo associado, e em virtude ao dano ambiental causado, o qual até o momento tomou proporções 
incalculáveis, não resta outra maneira a não ser acionar a justiça para se garantir a responsabilização 
da empresa requerida. 
 
Em algumas ocasiões, para que alguns direitos sejam resguardados, como o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, a educação, a saúde, etc., é mais que necessário que seja observada a 
compatibilidade de leis ou atos normativos em relação ao texto constitucional, enquanto norma 
jurídica fundamental. 
 
O Direito do Ambiente recebeu contornos límpidos após as duas grandes guerras 
mundiais, momento a partir do qual o meio ambiente ecologicamente equilibrado passou a ser 
considerado um bem coletivo e digno de tutela estatal, por também ser um direito fundamental 
(MILARÉ, 2011). 
 
A visão que o homem passou a sentir em relação à natureza é de que dela fazia parte, e, 
portanto, o modelo até então existente, de que a natureza era um objeto a ser explorado, avançou para 
a de um bem de uso comum do povo. 
 
Convenciona o artigo 225, § 1º, inciso VII, da Constituição Federal: 
 
"TODOS TEM DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE 
EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE 
DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE O DEVER DE 
DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES". 
 
E dispõe o seu §§ 2º e 3º: 
 
"§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.” 
 
“§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados.” 
 
Conforme incansavelmente demonstrado, a empresa requerida, a União, o Estado de 
Minas Gerais e o Município devem ser responsabilizados pelo desgaste ocorrido no terreno e bem 
como a exposição da sociedade em um bairro exposto á materiais não tratados, pois no presente caso 
há o envolvimento de direitos difusos do grupo associado, os quais foram violados, em decorrência 
do dano ambiental ocasionado, razão pela qual mostra-se perfeitamente cabível o manejo da presente 
ação civil pública, como forma de se buscar a intervenção do Poder Judiciário para a preservação dos 
bens jurídicos tutelados pela Constituição e responsabilização da impetrada pelos danos causados. 
No que diz respeito a legitimidade ativa, o artigo 5º, da Lei n.º 7.347/85, que disciplina a 
ação civil pública, tem um rol taxativo, vejamos: 
 
“Art. 5º - Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
 
I. Ministério Público; 
 
II. Defensoria Pública; 
 
III. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
IV. Autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista; e 
 
V. Associação, que concomitantemente: 
 
a) esteja constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil; 
 
b) inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção dos seguintes direitos difusos 
e coletivos: o patrimônio público e social, meio ambiente, consumidor, à ordem econômica, à livre 
concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico. 
 
De acordo com dispositivo acima disposto existem alguns requisitos a serem atingidos 
para tal propositura, e é garantido falar que categoria jurídica da Cooperativa de Artesãos se enquadra 
no disposto no artigo 5º daLei 7.347/85 e tem legitimidade ativa para propositura de ação civil 
pública. 
 
Quanto ao requisito de pertinência temática (alínea B, do inciso V do artigo 5º da Lei nº. 
7.347/85. Dá análise do Estatuto Social que rege a referida Cooperativa de Artesãos, restou observado 
que o mesmo possui cláusula que define dentre suas finalidades a proteção ao meio ambiente, 
podendo-se valer de todos os meios de tutela para sua preservação e reparação, dentre elas, ações 
coletivas como o mandado de segurança coletivo e ação civil pública, atingindo o requisito de 
pertinência temática. 
 
III – DO PEDIDO LIMINAR 
 
Diante dos fatos, por tudo que fora explanado, não restam dúvidas de que a concessão de 
tutela antecipada é medida extremamente necessária, como forma de evitar que a impetrante continue 
a suportar os vários danos decorrentes da conduta da impetrada. 
 
Conforme entendimento predominante, a Ação Civil Pública com a finalidade de 
recuperação de dano ambiental, pode ser ajuizado contra o responsável direto ou indireto, ou contra 
ambos, uma vez que de certa forma todos contribuíram para a sua ocorrência, sendo patente a 
solidariedade. 
 
É expressamente previsto na Lei nº. 7.347/85 que regula a matéria procedimental da ação 
civil pública, em seu 12º artigo há a proposição da medida liminar, ante a eventual necessidade de 
tutela instrumental ao objeto da tutela jurisdicional principal, de cunho cognitivo, garantido a 
efetividade e utilidade desta. 
 
A tutela de urgência prevista no artigo 305 do Código de Processo Civil de 2015 requer 
além das condições comuns da ação, condições específicas, ou seja, a presença da “fumus boni juris”e 
do “periculum in mora”. 
 
Na presente demanda, encontram-se perfeitamente presentes, a “fumaça do bom direito”, 
em razão do flagrante desrespeito às normas ambientais vigentes; e o “perigo da demora”, surge, no 
caso em questão, conforme divulgação em jornais de circulação nacional e internacional, a atividade 
da empresa impetrada ocasionou danos ambientais ao patrimônio natural da região, sendo certo que 
a menos que se coíba por ordem judicial, venha ela antes do término da presente ação, a destruir por 
completo irremediavelmente o referido patrimônio, com a prestação jurisdicional, que certamente 
advirá em favor da sociedade, restará inócua. 
 
Portanto, deve a medida liminar ser deferida para que a Prefeitura impetrada paralise 
imediatamente qualquer atividade de despejo irregular de materiais danosos a saúde no terreno supra 
citado. 
 
Além do mais, está manifestamente presente o risco de lesão grave de difícil reparação, 
tendo em vista a importância do bem jurídico ambiental e a situação peculiar de agravamento diário 
dos níveis de degradação ambiental. 
 
Caso não sejam imediatamente iniciadas as atividades de recuperação do ambiente 
degradado pela ré, a situação tenderá a tomar proporções ainda mais profundas, e a reparação, a 
tornar-se menos efetiva, a gravidade dos fatos e a magnitude dos danos causados justificam, por si 
só, o deferimento da medida antecipatória. Pois, aguardar a ação do tempo, em um caso de dano 
ambiental em proporções nunca vista, é equivalente a legitimar tal ato e dificultar ainda mais a 
reparação do dano, o que poderia se equiparar a denegação de Justiça. 
 
IV- Dos Pedidos 
 
Diante do exposto e fundamentado, a impetrante requer: 
 
I. A citação do impetrado, na pessoa do prefeito, para responder, sob pena de revelia, bem 
como para manifestarem sobre o pedido de liminar no prazo de 72 horas conforme artigo 2º da Lei 
nº.8.437/92 por contemplar no polo passivo pessoa de direito público interno; 
 
II. A concessão de medida liminar para que se suspendam imediatamente qualquer 
atividade despejo de lixo irregular em definitivo, bem como comecem prontamente as medidas de 
contenção do dano ambiental, sob pena de multa diária a ser arbitrada por Vossa Excelência; 
 
III. A determinação para que a impetrada apresente um plano de recuperação da área bem 
como a o bem-estar da população que vive nas proximidades, com máxima urgência, no prazo a ser 
fixado por Vossa Excelência, com detalhamento das ações a serem desenvolvidas com cronograma 
de execução; 
 
IV. A intimação do representante do Ministério Público para apresentar parecer, nos 
termos da lei; 
 
V. E por fim, que seja julgado procedente, tornando definitiva a liminar concedida, nos 
termos do artigo 487, inciso I do CPC/2015 dessa forma condenar a empresa responsável direta pelo 
dano objetivo causado, a pagar indenização por danos coletivos causados, a ser arbitrado por Vossa 
Excelência conforme dispõe o artigo 3º da Lei 7.347/85; 
 
VI. E a condenação da impetrada ao pagamento de custas e honorários advocatícios; 
 
VII. A concessão dos benefícios do artigo 18 da Lei nº 7.347/85; 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente pelos 
documentos ora juntados, oitiva de testemunhas e outras mais que se fizerem necessárias, desde já 
requeridas. 
 
Dá se a causa de RS 500.000,00 (quinhentos mil reais) para meros efeitos fiscais. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
JESSICA A DE PAUL FEITOSA 
201803173068

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