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Raphael F Marques

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Universidade Federal do Maranhão 
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação 
Programa de Pós-Graduação em Educação Física 
Mestrado Acadêmico 
 
 
 
 
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE DIFERENTES 
DOSES DE WHEY PROTEINS ASSOCIADAS 
 AO TREINAMENTO RESISTIDO POR DOZE SEMANAS 
SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DE MTOR, MURF-1 
 E MAFBX EM RATOS WISTAR MACHOS 
 
 
 
 
Raphael Furtado Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2018 
Raphael Furtado Marques 
 
 
 
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE DIFERENTES 
DOSES DE WHEY PROTEINS ASSOCIADAS 
 AO TREINAMENTO RESISTIDO POR DOZE SEMANAS 
SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DE MTOR, MURF-1 
 E MAFBX EM RATOS WISTAR MACHOS 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-Graduação em Educação Física 
da Universidade Federal do Maranhão, 
para defesa da obtenção do Título de 
Mestre em Educação Física. 
 
 
Área de Concentração: Biodinâmica do 
Movimento Humano. 
 
Linha de Pesquisa: Atividade Física 
relacionada a Saúde Humana. 
 
Orientador: Prof. Dr. Francisco Navarro. 
 
Coordenador: Prof. Dr. Christiano 
Eduardo Veneroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2018 
 
RAPHAEL FURTADO MARQUES 
 
 
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE DIFERENTES 
DOSES DE WHEY PROTEINS ASSOCIADAS 
 AO TREINAMENTO RESISTIDO POR DOZE SEMANAS 
SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DE MTOR, MURF-1 
 E MAFBX EM RATOS WISTAR MACHOS 
 
 
 
Dissertação apresentada ao 
Programa de Pós-Graduação em 
Educação Física da Universidade 
Federal do Maranhão, para defesa 
da obtenção do Título de Mestre em 
Educação Física. 
 
 
A Banca Examinadora da defesa da Dissertação de Mestrado apresentada em 
sessão pública, considerou o candidato aprovado em: ____/____/____. 
 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Francisco Navarro (Orientador) 
Universidade Federal do Maranhão 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Carlos Eduardo Neves Amorim (Examinador externo) 
Universidade Federal do Maranhão 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Almir Vieira Dibai Filho 
Universidade Federal do Maranhão 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Christiano Eduardo Veneroso 
Universidade Federal do Maranhão 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Antonio Coppi Navarro 
Universidade Federal do Maranhão 
 
 
 
São Luís 
2018 
DEDICATÓRIA 
 
 Dedico mais esta conquista à minha mãe, Maria de Ribamar Furtado 
Marques, meu pai, Manoel de Jesus Nascimento Marques e minha irmã 
Isabella Furtado Marques, minha família, por sempre apoiar em todas as 
minhas decisões, especialmente nesses últimos 12 anos longe de casa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pelo dom da minha vida e da vida 
de todas as pessoas que sempre estão ao meu lado. 
Agradeço a todos os meus familiares que me ajudaram e ajudam nesses 
últimos anos de caminhada. 
Agradecimento especial à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal 
de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de auxílio, que promoveu ajuda 
financeira durante esse período. 
Agradeço muito ao meu orientador, professor Dr. Francisco Navarro, 
pela oportunidade, pelo aprendizado que me proporciona todos os dias, pela 
convivência sempre muito agradável e sempre inspiradora de continuar nessa 
profissão encantadora que é a nossa. Além dele, agradecimento muito especial 
ao professor Dr. Antônio Coppi Navarro, que no decorrer desses dois anos teve 
muita dedicação, empenho e muita paciência na construção não apenas dessa 
dissertação, mas na minha construção como profissional. Aos dois, meu muito 
obrigado, e sem dúvida são minhas referências de profissionais e orientadores. 
Agradeço ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da 
Universidade Federal do Maranhão, por ter a honra de fazer parte dessa 
história logo no início, na sua primeira turma. Agradeço ao Professor Dr. 
Cristiano Eduardo Veneroso pela sua dedicação e trabalho dado como 
coordenador deste Programa de Pós Graduação, além de todos os professores 
que participaram desse processo nos últimos dois anos: Professores Dr. 
Emerson Silami Garcia, Dr. Mário Norberto Sevilio de Oliveira Junior, Dr. 
Cristiano Teixeira Mostarda, Dra. Marcela Rodrigues, Dr. Christian Emmanuel 
Torres Cabido, Dr. Nelo Eidy Zanchi, Dr. Cristiano Bertoldo Urtado e todos os 
outros docentes do programa que sempre estiveram de prontidão e 
trabalhando duro para o crescimento desse programa. 
Agradeço às professoras Dra. Melaine Mont´Alverne Lawall Silva e Dra. 
Flavia Castello Branco Vidal, que gentilmente abriram as portas de seus 
laboratórios para que fossem realizadas as nossas análises, e fazer isso com 
extrema dedicação e paciência em nos ensinar todos os procedimentos 
necessários. 
Agradeço ao meu amigo Herikson Araújo Costa, por sempre me 
incentivar e não deixar eu desanimar em entrar no mestrado, sem dúvida você 
contribuiu com essa conquista. 
Agradeço aos meus amigos de turma, Paulo Vitor Albuquerque Santana, 
Poliane Dutra Alvares, Leandro Moraes Pinto, Fernanda Lima Soares, André 
Fernandes dos Santos, Frank Ronyelle de Sousa Lima, Levy Silva Rezende, 
Laíssa Lima da Costa e Hamilton Moura Ferro Junior. Esses anos foram de 
muito aprendizado, e ao lado de vocês foi mais fácil chegar até o final. 
Agradecimento muito especial a todos os membros do Laboratório de 
Avaliação e Prescrição do Exercício do Maranhão – LAFIPEMA, essa 
dissertação representa o trabalho duro e dedicação de todos vocês e sem 
dúvida nós criamos uma segunda família durante esse período, que vai 
conviver ainda por muitos e muitos anos. Em especial agradeço aos meus 
amigos Marcos Roberto Campos de Macedo, Alanna Joselle Santiago Silva, 
Júlio Cesar da Costa Machado, Milena de Oliveira Silva, Anne Karynne da Silva 
Barbosa, por serem os primeiros a iniciar esse trabalho junto comigo e sempre 
se dedicar ao máximo para o sucesso dele. 
Agradeço aos meus grandes amigos André Ótony Borges dos Santos, 
Júlia Gomes Lúcio de Araújo, Caio Eduardo Falcão Matos, Luis Guilherme 
Holanda, Thiago Oliveira Chaves, Sonadson Diego de Paula Nery, Hugo 
Fernando Rodrigues Castro, vocês são mais que especiais, e nesses últimos 
dois anos não mediram esforços em me apoiar e ficaram e ficam felizes com 
todas as minhas conquistas e entederam a ausência nesses últimos dois anos. 
Agradeço em especial ao meu amor, minha namorada Carine Dávalos 
Franco de Araújo, pela companheira que é, e que durante esse período não 
mediu forças para me apoiar em tudo. 
 
 
RESUMO 
 
Objetivo: Verificar o efeito da suplementação de 2, 4 e 6g/kg/dia doses de 
Whey proteins associadas ao Treinamento resistido de 12 semanas na 
expressão gênica em vias de síntese e degradação proteica do músculo 
esquelético de ratos machos Wistar. Materiais e Métodos: Estudo realizado 
com 60 ratos machos da linhagem Wistar com idade inicial de 60 dias e massa 
corporal de 250g a 350g, distribuídos aleatoriamente em oito grupos, sendo um 
controle e três de intervenção sedentários, identificados pelo valor da dosagem 
do suplemento WP (2, 4 e 6g/kg/dia) e um controle treinamento resistido com 
mais três grupos treinados e com whey proteins nas doses (2, 4 e 6g/kg/dia). O 
protocolo teve duração de 12 semanas com suplementação diária e 
treinamento resistido três vezes por semana. Foi avaliada a expressão gênica 
de MTOR, MURF-1 e MAFBX na porção branca do músculo gastrocnêmio 
através do método Polimerase chain Reaction real time (PCR-RT), a foça 
muscular a cada duas semanas e a massa do músculo gastrocnêmio e média 
da área da célula muscular. Resultados: A expressão gênica de MTOR mRNA 
no músculo gastrocnêmio no grupo TC foi maior do que os grupos W2, W4 e 
W6 mas não apresentou diferença estatística significativa entre grupos C, 
TW2, TW4 e TW6. A expressão gênica de MURF-1 mRNA foi menor em todos 
os grupos de tratamento, comparados ao grupo controle, e não foi diferentena 
comparação entre as doses de whey proteins e/ou treinamento resistido. A 
expressão gênica de MAFBX mRNA em todos os grupos foi menor quando 
comparados ao grupo controle sedentário. Além disso, a expressão gênica de 
MAFBX mRNA no grupo TW6, foi maior do que os grupos W2, W4, W6, TC, 
TW2 e TW4. A força muscular aumentou em todos os grupos treinados, porém 
a whey proteins teve efeito potencializador nesse resultado. Além disso, a 
massa muscular relativa foi maior no grupo treinado e suplementado com 
6g/kg/dia. Discussão: A suplementação com whey proteins teve efeito positivo 
sobre a diminuição da expressão de proteínas relacionadas à degradação 
proteica, o que pode ocasionar em balanço positivo da síntese proteica, e o 
treinamento resistido proporcionou maior ativação da via de síntese. A menor 
expressão desses marcadores de degração proteica é um importate indicativo 
para um balanço positivo da síntese proteica em relação à degradação 
proteica, haja vista que a própria diminuição das vias de degradação pode 
provocar um aumento na hipertrofia muscular. Apesar disso, essa condição 
provocou aumento da massa da relativa do gastrocnêmio no grupo TW6 e a 
área da célula muscular não teve diferença significativa estatística entre os 
gupos. Conclusão: Whey proteins com doses de 2, 4 ou 6 g/kg/dia em ratos 
sedentários não provocou aumento na expressão de MTOR mRNA mas 
provocou diminuição na expressão de MURF-1 mRNA e MAFBX mRNA. O TR 
aumentou a expressão de MTOR mRNA, porém a suplementação de whey 
proteins não potencializou esse efeito. A dose de 6g/kg/dia de whey proteins 
provocou maior aumento na massa relativa do músculo gastrocnêmio em ratos 
que realizaram treinamento resistido. Ademais, whey proteins teve efeito 
potencializador no aumento da força dos animais que realizaram treinamento 
resistido. 
Palavras-chave: Whey Proteins, Treinamento Resistido, MTOR, MUFR-1, 
MAFBX. 
ABSTRACT 
 
Objective: Verify the effect of supplementation of 2, 4 and 6g/kg/day doses of 
Whey proteins associated with the 12 week resistance training in gene 
expression in the path of synthesis and protein degradation of the skeletal 
muscle of male Wistar rats. Materials and Methods: A study of 60 male Wistar 
rats with initial age of 60 days and body mass of 250g to 350g, randomly 
distributed in eight groups, one being a control and three interventional 
sedentary, identified by the dosage value of the supplement WP (2, 4 and 
6g/kg/day), a resistance training control and three more trained groups and with 
whey proteins at doses (2, 4 and 6g/kg/day). The protocol lasted 12 weeks with 
daily supplementation and resistance training three times a week. The gene 
expressions of MTOR, MURF-1 and MAFBX in the white portion of the 
gastrocnemius muscle through the Polimerase Chain Reaction Real Time 
method (PCR-RT), muscle strength every two weeks and gastrocnemius 
muscle mass and mean area of the muscle cell were evaluated. Results: Gene 
expression of MTOR mRNA in the gastrocnemius muscle in the TC group was 
greater than the W2, W4 and W6 groups but did not present a significant 
statistical difference between groups C, TW2, TW4 and TW6. Gene expression 
of MURF-1 mRNA was lower in all treatment groups compared to the control 
group and was not different in the comparison between doses of whey proteins 
and/or resistance training. The gene expression of MAFBX mRNA in all groups 
was lower when compared to the sedentary control group. In addition, the gene 
expression of MAFBX mRNA in the TW6 group was greater than the W2, W4, 
W6, TC, TW2 and TW4 groups. Muscle strength increased in all trained groups, 
but whey proteins had a potentiating effect on this result. In addition, relative 
muscle mass was higher in the trained group and supplemented with 6g/kg/day. 
Discussion: Whey protein supplementation had a positive effect on the 
decrease in the expression of proteins related to protein degradation, which 
could lead to a positive balance of protein synthesis, and resistance training 
provided greater activation of the synthesis pathway. The lower expression of 
these markers of protein degradation is an important indication for a positive 
balance of protein synthesis in relation to protein degradation, since the 
reduction of the degradation pathways itself may lead to an increase in muscle 
hypertrophy. Nevertheless, this condition caused an increase in the relative 
mass of the gastrocnemius in the TW6 group and the muscle cell area did not 
have significant statistical difference between the groups. Conclusion: Whey 
proteins at doses of 2, 4 or 6 g / kg / day in sedentary rats did not provoke an 
increase in MTOR mRNA expression but caused a decrease in the expression 
of MURF-1 mRNA and MAFBX mRNA. TR increased MTOR mRNA expression, 
but whey protein supplementation did not potentiate this effect. The dose of 6g / 
kg / day of whey proteins caused a greater increase in the relative mass of the 
gastrocnemius muscle in rats that underwent resistance training. In addition, 
whey proteins had a potentiating effect on the strength of the animals that 
underwent resistance training. 
Key words: Whey Proteins, Resistance Training, MTOR, MUFR-1, MAFBX. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Itens Título da figura Página 
Figura 1 Mammalian Target of Rapamycin (MTOR) 15 
Figura 2 Síntese proteica do músculo esquelético e a proteólise 16 
Figura 3 Sistema ubiquina-proteassomo 18 
Figura 4 Muscle Ring Finger (MURF-1) 18 
Figura 5 Muscle Atrophy F-Box (MAFBX) 19 
Figura 6 Representação da AKT mediando via da MTOR e FOXO 20 
Figura 7 Composição de Proteína do leite. 21 
Figura 8 Ativação do complexo MTORC-1 por aminoácidos 23 
Figura 9 Fluxograma da revisão sistemética 60 
Figura 10 Organização temporal do protocolo experimental 60 
Figura 11 Gavagem em Rato 63 
Figura 12 Escada para realização de treinamento resistido 66 
Figura 13 Mensuração da área celular do músculo gastrocnêmio 73 
Figura 14 Consumo de ração semanal em gramas 75 
Figura 15 Consumo de proteína da Ração (g) 78 
Figura 16 Consumo de Whey Proteins (g) 80 
Figura 17 Proteína Total (g/kg) 80 
 Figura 18 Controle semanal da massa corporal 82 
Figura 19 Teste de Peso máximo carregado (g) 87 
Figura 20 Expressão gênica de MTOR mRNA 88 
Figura 21 Expressão gênica de MURF-1 mRNA 89 
Figura 22 Expressão gênica de MAFBX mRNA 90 
Figura 23 Massa do músculo gastrocnêmio (g) 91 
Figura 24 Média do diâmetro das células do gastrocnêmio 92 
Figura 25 Média do diâmetro das células do músculo gastrocnêmio 93 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Itens Título do quadro Página 
Quadro 1 Composição Nutricional da Ração para Animais de 
Laboratório Nuvilab CR-1. 
62 
Quadro 2 Composição Nutricional da Proteína do Soro do Leite 
H.I Whey Protein 
64 
Quadro 3 Aminograma da Proteína do Soro do Leite H.I Whey 
Protein 
65 
Quadro 4 Consumo de ração semanal em gramas 111 
Quadro 5 Consumo de Proteína da ração absoluto (g), consumo 
de whey proteins absoluto (g) e proteína total relativo 
(g/kg) 
112 
Quadro 6 Massa corporal em gramas dos grupos durante as 
semanas 
115 
Quadro 7 Teste de Peso máximo carregado em gramas 117 
Quadro 8 Massa do músculo gastrocnêmio absoluto (g) e 
relativo à massa corporal (mg/g) e percetual à massa 
corporal 
119 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 15 
1.1 MÚSCULO ESQUELÉTICO 15 
1.2 VIA DE SÍNTESE DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 16 
1.3 VIA DE DEGRADAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 18 
1.4 TREINAMENTO RESISTIDO E VIAS DE SÍNTESE E 
DEGRADAÇÃO 
20 
1.5 SUPLEMENTAÇÃO DE WHEY PROTEINS 22 
1.6 RECOMENDAÇÕES DO CONSUMO DIÁRIO DE 
PROTEÍNA 
24 
2 JUSTIFICATIVA 26 
3 REVISÃO DE LITERATURA 27 
3.1 EXERCÍCIO FÍSICO AGUDO E/OU WHEY PROTEINS NA 
EXPRESSÃO GÊNICA 
27 
3.1.1 Exercício resistido com aparato de agachamento 27 
3.1.2 Exercício resistido em escada 28 
3.1.3 Exercício resistido por estimulo elétrico 30 
3.1.4 Exercícios combinados 323.2 EXERCÍCIO FÍSICO CRÔNICO E/OU WHEY PROTEINS 
NA EXPRESSÃO GÊNICA 
34 
3.2.1 Treinamento resistido em escada 34 
3.2.2 Treinamento resistido por estímulo elétrico 42 
3.2.3 Treinamento resistido na água 44 
3.2.4 Treinamento resistido em esteira 46 
3.2.5 Treinamento aeróbio na água 46 
3.2.6 Treinamento aeróbio em esteira 49 
3.2.7 Treinamentos combinados 50 
4 OBJETIVOS 59 
4.1 GERAL 58 
4.2 ESPECÍFICOS 58 
5 HIPÓTESES 60 
5.1 HIPÓTESE 1 60 
5.2 HIPÓTESE NULA 60 
6 MATERIAIS E MÉTODOS 61 
6.1 ASPECTOS ÉTICOS 61 
6.2 REVISÃO DE LITERATURA 61 
6.3 DESENHO E DELINEAMENTO DE ESTUDO 62 
6.4 PERÍODO E LOCAL DE ESTUDO 63 
6.5 AMOSTRA/AMOSTRAGEM 63 
6.6 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 64 
6.6.1 Controle da massa corporal 64 
6.6.2 Suplementação/ Gavagem 65 
6.6.3 Controle do consumo de Ração 67 
6.6.4 Treinamento resistido 68 
6.6.4.1 Protocolo de adaptação ao treinamento 68 
6.6.4.2 Teste de carga máxima (TCM) 68 
6.6.4.3 Protocolo de treinamento resistido 69 
6.6.5 Eutanásia 69 
6.6.6 Extração do músculo e armazenamento 70 
6.6.7 Expressão Gênica de MTOR, MURF-1 e MAFBX 70 
6.6.7.1 Extração de RNA 70 
6.6.7.2 Transcriptase reversa 71 
6.6.7.3 Análise quantitativa da transcrição reversa por PCR tempo 
real 
72 
6.6.8 Análise histológica 74 
6.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA 75 
7 RESULTADOS 76 
7.1 CONSUMO DE RAÇÃO E PROTEÍNA 76 
7.2 MASSA CORPORAL E DELTA (∆) DE VARIAÇÃO DA 
MASSA CORPORAL 
83 
7.3 TESTE DE PESO MÁXIMO CARREGADO 88 
7.4 EXPRESSÃO GÊNICA DE MTOR, MURF-1 E MAFBX 89 
7.5 MASSA DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO 93 
7.6 MÉDIA DO DIÂMETRO DAS CÉLULAS DO MÚSCULO 
GASTROCNÊMIO 
95 
8 DISCUSSÃO 96 
9 CONCLUSÃO 103 
10 REFERÊNCIAS 104 
11 ANEXOS 111 
 
15 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 MÚSCULO ESQUELÉTICO 
 
O músculo esquelético representa cerca de 40% da massa corporal total 
de um ser humano adulto (Mcardle, Katch e Katch, 2011). Devido a isso além 
da função estrutural do músculo esquelético, este, possui numerosas funções 
vitais, tais como, a geração de força, a regulação de temperatura corporal, o 
metabolismo energético, a reserva de aminoácidos, a função imune e 
capacidade de hipertrofiar (Macintosh, Gardiner e Mccomas, 2006). 
Nesse espectro o termo hipertrofia é devido ao aumento da área de 
secção transversal das fibras musculares individualmente (McGlory e Phillips, 
2015). 
E a manutenção da massa corporal total e integridade do músculo 
esquelético são importantes determinantes de saúde para o corpo (Adegoke e 
colaboradores, 2012) e sua redução está associada a várias condições clínicas 
negativas, tais como a caquexia associada ao câncer, a insuficiência cardíaca 
crônica, a inatividade, dentre outras doenças crônico degenerativas (Walker e 
colaboradores, 2012). 
Além disso, a redução da massa muscular com o processo de 
envelhecimento (sarcopenia) é reconhecida como uma grande preocupação à 
saúde, uma vez que tem sido associada ao aumento da incapacidade 
funcional, perda de independência, e diminuição da expectativa de vida (Little e 
Phillips, 2009; Drummond e colaboradores, 2008; Walker e colaboradores, 
2012). 
No entanto, para o aumento da massa do músculo esquelético, depende 
da relação temporal entre síntese de proteína muscular e degradação de 
proteína muscular (Mcglory e Phillips, 2015). A síntese e degradação de 
proteínas são processos regulados dinamicamente e que atuam em conjunto 
para controlar as alterações de ganho e de perda de massa muscular. 
Devido isso, a hipertrofia muscular ocorre quando a taxa de síntese 
excede a taxa de degradação, ou, inversamente a atrofia muscular ocorre sob 
16 
 
condições na qual a taxa de síntese proteica é menor em relação à degradação 
(Gordon e colaboradores, 2013). 
1.2 VIA DE SÍNTESE DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
 
A via intracelular principal que coordena os sinais na regulação da 
síntese de proteína muscular é a Mammalian target of rapamycin (MTOR) 
(Drummond e colaboradores, 2008). 
A proteína MTOR (figura 1) é uma serina/treonina quinase de 289 kDa 
que pertence à família quinase relacionada à fosfoinositida 3-quinase (PI3K). 
 
Figura 1: Mammalian target of rapamycin (MTOR), (https://cansar.icr.ac.uk). 
A proteína MTOR é conhecida por desempenhar função primordial na 
regulação da massa muscular em resposta a uma grande variedade de 
estímulos, incluindo o estresse mecânico, a ingestão de nutrientes, a fatores de 
crescimento físico e as respostas hormonais (Ogasawara e colaboradores, 
2014). 
A proteína MTOR está dividida em dois complexos multiproteicos 
distintos, o complexo MTOR 1 (mTORC1) e o complexo MTOR 2 (mTORC2) 
(Guertin e Sabatini, 2007). 
Sendo o complexo MTORC1 regulador positivo no crescimento e 
proliferação celular, promovendo processos anabólicos, tais como a biosíntese 
de proteínas e limitando os processos catabólicos com autofagia (Laplante e 
Sabatini, 2009). A MTORC-1 é composta de uma subunidade catalítica, bem 
como proteínas adaptadoras: regulatory-associated protein of MTOR 
(RAPTOR), que está associada a regulação, a mammalian lethal with SEC13 
protein 8 (mLST8), a DEP domain-containing MTOR-interacting protein 
17 
 
(DEPTOR) e proline-rich AKT substrate of 40 kDa (PRAS40) (McGlory e 
Phillips, 2015), (figura 2, página 16). 
Ademais, no processo de envolvimento do RNA mensageiro (mRNA) 
pelo ribossomo que está regulado por vários fatores proteicos funcionalmente 
classificados como fatores de iniciação eucarióticos, ou eIFs, são esses os 
efetores translacionais que orquestram de maneira colaborativa o evento inicial 
na biossíntese de proteínas (Shah e colaboradores, 2000). 
Sendo assim, o complexo MTORC1 promove a síntese de proteínas por 
fosforilação da ligação do fator de iniciação eucariótica 4E (eIF4E) a proteína 
de ligação 1 (4E-BP1) e também da proteína p70 ribossômica S6 quinase 1 
(S6K1) (Laplante e Sabatini, 2009). 
Desse modo a MTORC1 inibe a função de 4E-BP1 (fosforilação ocorre 
em Thr37 / 46), o que impede sua ligação a eIF4E e este evento de fosforilação 
permite que o eIF4E interaja como fator chave de iniciação eucariótica 4G 
(eIF4G) para o início da formação da proteína (McGlory e Phillips, 2015). 
Além disso, MTORC-1 estimula a atividade de S6K1 elevando a 
biogênise de mRNA, tradução e alongamento, e na tradução de proteínas 
ribossomais através da atividade de muitas proteínas, como a S6K1 aly/REF-
like target (SKAR), e a programmed cell death 4 (PDCD4), fator de elongação 
eucariota 2 quinase (eEF2K) e proteína ribossômica S6. 
 
 
18 
 
Figura 2: Ilustração esquemática dos fatores moleculares que regulam a 
síntese proteica do músculo esquelético e a proteólise (McGlory e Phillips, 
2015). 
1.3 VIA DE DEGRADAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
 
A atrofia do músculo esquelético é uma alteração que ocorre nos 
músculos de animais adultos como resultado de condições como desuso (por 
exemplo, imobilização, desnervação, inatividade), envelhecimento, inanição e 
vários estados de doença (por exemplo, caquexia). Independentemente do 
evento estimulador, a atrofia do músculo esquelético é caracterizada por uma 
diminuição no teor de proteína, diâmetro da fibra, produção de força e 
resistência à fadiga (Jackman e Kandarian, 2004). 
A via de degradação de proteína conhecida como ubiquitina-
proteassoma é o principal regulador da atrofia muscular esquelética. Esta via 
consiste em um sistema proteolítico dependente de adenosina trifosfato (ATP) 
onde os substratos são identificados para a degração pelas moléculas de 
ubiquitina e segue para um processo coordenado por um trio de enzimas (E1, 
E2 e E3) (Murton e colaboradores, 2008), a ubiquitina (Ub) é uma proteína de 
76 resíduos altamente conservada presente em todas as células eucarióticas 
(Eletr e Wilkinson, 2014). 
As E1 são enzimas ativadoras da ubiquitina a partir da hidrolise de ATP, 
a seguir as E2 fazem a conjulgação unindo essas moléculas de ubiquitinasformando um complexo chamado de poliubiquitinas, após isso as ligases de 
ubiquitina, ou E3-ligases fazem a ligação desse complexo à proteína alvo, que 
será reconhecido e degradado pelo proteassomo 26S, as cadeias de ubiquitina 
são recicladas na sequência através da ação de enzimas deubiquitinantes 
(Murton e colaboradores, 2008; Jackman e Kandarian, 2004; Glikman e 
Ciechanover, 2001), (figura 3, página 18). 
19 
 
 
Figura 3: Sistema ubiquina-proteassomo, (Murton e colaboradores, 2008). 
 
Das ligases de ubiquitina a Muscle Ring Finger (MURF-1), (figura 4), e 
Muscle Atrophy F-Box (MAFBX), (figura 5, página 19), são conhecidas como 
ligases E3 do sistema ubiquitina proteassoma e estão relacionadas com a 
sinalização da degradação e autofagocitose proteica (Rom, Reznick, 2016; 
Bondine e colaboradores, 2001). 
 
Figura 4: Muscle Ring Finger (MURF-1), (https://cansar.icr.ac.uk). 
20 
 
 
Figura 5: Muscle Atrophy F-Box (MAFBX), (https://cansar.icr.ac.uk). 
 
Essas ligases tem sido usada como marcadores de degradação em 
diversos modelos de atrofia (Camerino e colaboradores, 2015), câncer 
(Khamoui e colaboradores, 2016), dentre outros. 
 
1.4 TREINAMENTO RESISTIDO E VIAS DE SÍNTESE E DEGRADAÇÃO 
 
O treinamento resistido é caracterizado por repetidas séries de 
contrações contra uma resistência, que resultam no rápido recrutamento de 
fibras musculares do tipo 2, também é um potente estímulo à síntese proteica 
muscular esquelética (Mcglory e Phillips, 2015; Phillips, 2009). 
Desse modo, o estímulo mecânico promovido pelo treinamento resistido, 
influencia a via da MTOR através de fatores de crescimento, como o fator de 
crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) que estimulam MTORC-1 (Guertin 
e Sabatini, 2007). 
Mcglory e Phillips, (2015) revisaram sobre a série de sinalizações que 
podem regular a ativavação de MTORC-1. Uma delas é o homólogo da 
guanosina trifosfatase (GTPase) Ras enriquecido no cérebro (RHEB). 
Sendo assim, quando o guanosina trifosfato (GTP) é ligado a RHEB, há 
uma estimulação mediada por RHEB na montagem de MTORC1. Este 
21 
 
processo é ainda regulado por uma proteína ativadora de GTPase (GAP) 
chamada complexo de esclerose tuberosa 2 (TSC2). A TSC2 ativa o RHEB 
para direcionar sua atividade GTPase, aumentando o estado do RHEB ligado a 
guanosina difosfato (GDP) / GTP e, assim, reduzindo a capacidade de ativar o 
MTORC1. 
Em contrapartida, fatores de crescimento estimulam a fosfoinodistina 3-
quinase (PI3K) que é chave na ativação da PKB (também conhecida como 
protein kinase B-AKT) (Laplante e Sabatini, 2013). A AKT fosforila o TSC2 para 
inibir sua interação com o RHEB, bem como inibe diretamente a função do 
inibidor de MTORC1 PRAS40, que exerce um efeito estimulatório sobre 
atividade do MTORC1 (Mcglory e Phillips, 2015). 
O treinamento resistido também pode influenciar na via de degradação 
proteica ubiquitina proteassoma. Isso acontece devido MURF-1 e MAFBX 
apresentarem regiões promotoras controladas por fatores de transcrição da 
família Forkhead Box O transcription factors (FOXO) que podem ser 
fosforilados pela AKT, impedindo que se transloquem para o núcleo inibindo 
assim sua atividade (figura 6, página 20). 
Figura 6: Representação da AKT mediando via da MTOR e FOXO (Murton e 
colaboradores, 2008). 
22 
 
 
1.5 SUPLEMENTAÇÃO DE WHEY PROTEINS 
 
Os suplementos proteicos são uns dos mais populares entre os 
praticantes de atividade física com a principal finalidade de aumentar a massa 
magra (American Dietetic Association, 2007). 
Dentre eles, as proteínas do soro do leite, a Whey Proteins, têm sido 
muito utilizadas por praticantes de atividades físicas e atletas, especialmente 
por possuírem alto valor nutricional e apresentarem relação comprovada com a 
hipertrofia muscular (Carrilho, 2013). 
Whey Proteins são um dos componentes da proteína do leite e contém 
aminoácidos de cadeira ramificada (BCAA), como leucina, isoleucina, valina, 
que possuem benefícios importantes à saúde, especialmente ao músculo 
esquelético (Pal, Radavelli-Bagatini, 2013), (figura 7). 
 
Figura 7: Composição de proteína do leite. 
 
Os aminoácidos de cadeia ramificada perfazem 21,2% de sua 
composição e todos os aminoácidos essenciais constituem 42,7%. Essa 
particularidade torna whey proteins uma fonte proteica concentrada em 
23 
 
aminoácidos essenciais, especificamente leucina, em comparação às demais 
fontes de proteína (Terada e colaboradores, 2009). 
Deste modo, esse perfil de aminoácidos torna a sua digestão e absorção 
intestinal mais rápida, o que promove elevação da concentração de 
aminoácidos no plasma e estimula a síntese de proteínas nos tecidos 
(Haraguchi, Abreu e De Paula, 2006). 
Os aminoácidos representam um forte sinal que regula positivamente o 
MTORC1 e em especial a leucina (Laplante a Sabatini, 2013). A ativação de 
MTORC-1 a partir de aminoácidos acontece independente de TSC-1/2, 
diferentemente do treinamento resistido, isto porque a via MTORC1 permanece 
sensível à privação de aminoácidos em células que não possuem TSC1 ou 
TSC2 (Laplante e Sabatini, 2009), (figura 8). 
 
 
Figura 8: Ativação do complexo MTORC-1 por aminoácidos (McIver, Wycherley 
e Clifton, 2012). 
Portanto, a fosforilação de MTOR pode ser melhorada pelo consumo de 
aminoácidos e proteínas, especialmente aqueles com alto teor de leucina (Luo, 
Chen e Yu, 2013). 
 
 
24 
 
1.6 RECOMENDAÇÕES DO CONSUMO DIÁRIO DE PROTEÍNA 
 
A dose ideal para o consumo de proteína aplicado ao aumento da 
síntese proteica ainda é motivo de constante investigação, e suas 
recomendações variam de acordo com condições como idade, nível de 
treinamento ou período do treinamento. Em revisão sistemática feita por Naderi 
e colaboradores (2016), os autores sugerem doses de 0,20 a 0,25g/kg da 
massa corporal para indivíduos jovens e 0,40g/kg para indivíduos idosos nas 
refeições frequentes durante o dia, ou 20-25g pós exercício para atletas jovens 
e 40g/ dia após o exercício para atletas adultos. 
A recomendação do American Colege of Sports Medicine (2016) em 
posicionamento oficial sugere que a quantidade de proteína necessária para a 
apoiar adaptação metabólica, reparação, remodelação e turnover proteico varia 
entre 1,2g/kg e 2,0g/kg. Já Phillips e Van Loon (2011) sugerem que a dose 
ideal para indivíduos sedentários é de 0,8g/kg/dia, de 1,2 a 2,0g/kg/dia para 
indivíduos atletas. 
Doses maiores de 2,0g/kg/dia também já vem sendo estudas para 
algumas ocasiões específicas. Em condições como o período de pré 
competição de fisiculturismo, caracterizado por um período de elevado nível de 
restrição calórica associado ao aumento no volume da atividade aeróbia, o 
estudo de Helms, Aragon, Fitschen, 2014 observaram que doses menores que 
2,3g/kg/dia não mostraram eficiência na manutenção de massa magra em 
fisiculturistas, portanto, sugerindo que doses mais elevadas, entre 2,3 a 
3,1g/kg/dia, parecem ser mais eficientes com o objetivo de manter a massa 
muscular nessa população 
Em estudo feito por Macnaughton e colaboradores (2016), observou-se 
que uma dose de 40g/dia foi mais eficiente na resposta da síntese proteica 
muscular, quando comparado a uma dose de 20g/dia, associada a treinamento 
resistido em homens jovens saudáveis, treinados. Neste mesmo estudo, a 
atividade da S6K1, que é uma via chave da sinalização de MTORC1 e regula a 
síntese proteica muscular, foi maior no grupo que recebeu a dose de 40g/kg. 
25 
 
Em estudo parecido, D’Souza e colaboradores (2014), observaram que a 
fosforilação de S6K1 foi dose dependente à quantidade diária de 
suplementação de whey proteins, além do mais, o estudo mostra que 10g/dia 
são suficientes para prevenir a redução de aminoácidos essenciais na corrente 
sanguínea de homens idosos, mas sugere que doses entre 30 e 40g/dia são 
necessárias para aumento significativo desses aminoácidos intramuscular.Em estudo com desenho semelhante, Moore e colaboradores (2008) 
avaliaram as respostas relacionadas a síntese proteica muscular com a 
administração de 5, 10, 20 ou 40g de proteína e apresentaram aumento 
significativo de síntese proteica muscular até a dose de 20g, porem quando 
essa dose era dobrada, não demonstrava diferença significativa, apresentando 
platô com a dose de 20g. 
Visando sugerir uma dosagem adequada de ingestão de leucina com 
efeitos positivos sobre a hipertrofia e regeneração do músculo pós exercício 
resistido, Gil e Kim (2015) fizeram estudo adotando diferentes dosagens de 
leucina (10 e 50%) com e sem exercício resistido em ratos, e observaram que 
houve aumento de massa corporal no grupo que fez exercício resistido em 
relação ao grupo controle, porém, apesar do aumento na sinalização de 
proteínas relacionadas à síntese proteica, não houve diferença significativa na 
massa muscular entre a administração de leucina combinada com exercício e 
apenas a ingestão de leucina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
O treinamento resistido pode aumentar a síntese proteica quando há um 
balaço positivo da síntese em relação à degradação, e a partir disso um 
consequente aumento da massa do músculo esquelético. Um aumento na 
ativação da via MTOR pode provocar essa adaptação, ou a própria diminuição 
da ativação da via ubiquitina proteassoma, sem que haja aumento da via de 
síntese, pode aumentar área de secção transversa do músculo, como mostra o 
trabalho de Zanchi e colaboradores (2009). 
Nessa mesma linha, a utilização de suplementos proteicos como whey 
proteins, tem um papel de potencializador da ativação dessas vias. O estudo 
de Gil e colaboradores (2005) mostra um aumento da ativação de MTOR em 
animais que ingeriram Leucina, porém esse aumento foi significativo e 
potencializador da massa do músculo esquelético quando foi associado ao 
treinamento resistido. Da mesma forma, estudos de Haraguchi e colaboradores 
(2015) que utilizaram whey proteins como fonte de proteína observou uma 
diminuição na expressão de MURF-1 em ratos que utilizaram whey proteins, 
independente de treinamento resistido, porém não influenciou na expressão de 
MAFBX. 
As doses diárias de proteína parecem apresentar resultados diferentes e 
conflitantes na síntese proteica muscular, mostrando resposta dose 
dependente ora até a dose de 40g por dia e ora a dose de 20g por dia 
(D’Souza e colaboradores, 2014; Macnaughton e colaboradores, 2016; Moore e 
colaboradores, 2008). 
Além disso, recomendações de ingesta diária de proteínas são 
comumente apresentadas em doses relativas à massa corporal total como 
melhor forma de administração (ACSM, 2016; Phillips e Van Loon, 2011; 
Helms, Aragon, Fitschen, 2014). 
Desse modo, face ao exposto, este estudo se faz necessário ao 
investigar as vias de síntese e degradação proteica do músculo esquelético, 
visando verificar os efeitos nos mecanismos de sinalização da hipertrofia 
muscular em decorrência da suplementação com diferentes doses de whey 
proteins, relativas à massa corporal, estas associadas ao treinamento resistido. 
27 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 EXERCÍCIO FÍSICO AGUDO E/OU WHEY PROTEINS NA EXPRESSÃO 
GÊNICA 
 
3.1.1 Exercício resistido com aparato de agachamento 
 
Em estudo de Karagounis e colaboradores (2010), foram utilizados 36 
ratos, machos, da linhagem Sprague Dawley, aproximadamente 6 semanas de 
idade e massa corporal inicial em gramas de 351 ±17 e objetivando avaliar os 
efeitos de um curto prazo de exercício resistido sobre as vias de sinalização da 
hipertrofia muscular, os autores distribuíram os animais em 6 grupos com 6 
animais cada: 1) controle (não realizou nenhum tipo de exercício); 2) uma 
sessão de exercício resistido e eutanaziados 3 horas após; 3) duas sessões de 
exercício resistido e eutanaziados 3 horas após a última sessão; 4) três 
sessões de exercício resistido e eutanaziados 3 horas após a última sessão; 5) 
três sessões de exercício resistido e eutanaziados 24 horas após a última 
sessão; e 6) três sessões de exercício resistido e eutanaziados 48 horas após 
a última sessão de exercício resistido. 
A sessão de exercício resistido consistiu em 4 séries de 10 repetições, e 
intensidade de 75% da carga levantada em teste uma repetição máxima em 
aparato de exercício resistido para agachamento e nos animais que realizaram 
mais de uma sessão de exercício resistido o intervalo entre sessões era de 48 
horas. 
Após isso, foram avaliados a fosforilação de MTOR, AKT, p70S6K, S6, 
FOXO1, e proteína total de MAFBX e MURF-1. A fosforilação de MTOR e AKT 
não apresentou diferenças estatísticas significativas entre grupos, em 
contrapartida, a fosforilação de p70S6K, foi aumentada (p<0,01) em 
aproximadamente 5 vezes após uma sessão de exercício resistido, 3,7 vezes 
maior (p<0,05) após duas sessões de exercício resistido (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância) e 7,6 vezes maior (p<0,001) 
após três sessões de exercício resistido ambos comparado ao grupo controle, 
além disso, o grupo que realizou três sessões apresentou fosforilação de 
28 
 
p70S6K 1,5 maior (p<0,05) do que o grupo uma sessão (os autores informam a 
significância, porém não descrevem o valor de p) e 2,1 vezes maior (p<0,01) do 
que o grupo que realizou duas sessões. 
Em adição, após 24 e 48 horas de três sessões de exercício resistido, a 
fosforilação de p70S6K foi menor (p<0,05) quando comparada aos demais 
grupos de exercício e não apresentou diferença ao grupo controle (os autores 
não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Em relação à fosforilação de S6, esta foi duas vezes maior após uma 
sessão de exercício resistido e 1,8 vezes maior (p<0,05) após duas sessões de 
exercício quando comparados ao grupo controle (os autores não descrevem o 
valor de p, apenas o de significância) após 24 e 48 horas de três sessões de 
exercício resistido os valores de fosforilação de S6 foram semelhantes ao 
grupo controle, não apresentando diferença estatística significativa. 
O total de MAFBX e MURF-1 não apresentaram diferenças (p=0,07) 
entre grupos, apenas uma tendência a diminuição (p=0,08) após 48 horas da 
realização de três sessões de exercício resistido. 
 
3.1.2 Exercício resistido em escada 
 
No estudo feito por Wang e colaboradores (2015), realizado com 89 
ratos Sprague Dawley (os autores não informam a idade e a massa corporal 
inicial), foi realizado uma sessão de exercício resistido em protocolo de subida 
em escada, com 10 subidas, com carga de 70% da massa corporal e 2 minutos 
de intervalo entre subidas. 
Imediatamente após o protocolo de exercício resistido, os animais foram 
randomizados em 4 grupos com diferentes suplementações: grupo Whey 
Proteins (WP) com dose 0,4g/kg de massa corporal; dois grupos com doses 
diferentes de SustamineTM, que é a junção de dois aminoácidos, sendo a L-
alanina e L-glutamina sendo; 2) uma dose baixa (LSUS) com dose de 0,1g/kg 
de massa corporal e outra com uma dose alta de (HSUS) com dose de 0,5g/kg 
29 
 
de massa corporal; 3) grupo placebo (PLA), com dose de 0,52g/kg de glicina; 
4) grupo sedentário placebo (SED), que recebeu 0,52g/kg de glicina. 
Neste estudo, as análises sanguíneas de insulina, de glicose, de lactato, 
de hormônio do crescimento (GH), de fator de crescimento semelhante a 
insulina I (IGF-I) foram feitas nos minutos zero, 20 e 40 após a ingestão dos 
suplementos. Além disso, foi avaliado a fosforilação das seguintes proteínas: 
MTOR, p70s6K, rpS6, AKT, AMPK, FOXO3A e NF-kB p65. 
O lactato sanguíneo apresentou aumento (p<0,05) em todos os grupos 
no momento imediatamente após o exercício, apresentando significância 
estatística (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância), 
porém não diferiu (p<0,05) estatisticamente entre grupos nos momentos 20 e 
40 minutos (os autores não descrevemo valor de p, apenas o de significância). 
A glicose plasmática não apresentou diferença significativa 
imediatamente (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância) após o exercício, porém foi reduzida (p<0,05) no grupo WP nos 
momentos 20 e 40 minutos, e menor (p<0,05) do que o grupo SED 40 minutos 
após exercício resistido (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
Em relação a fosforilação das proteínas, FOXO3A apresentou 
fosforilação maior nos grupos WP, LSUS e HSUS em 20 minutos pós exercício 
quando comparado aos grupos SED e PLA (p<0,05), e não apresentou 
diferença entre grupos 40 minutos após exercício (os autores não descrevem o 
valor de p, apenas o de significância). 
A fosforilação de AMPK e NF-kB foram inibidas nos grupos LSUS e 
HSUS, quando comparados a SED e PLA (p<0,05) 20 minutos pós exercício, 
no entanto após 40 minutos de exercício os valores não apresentam diferenças 
(p>0,05) (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
A fosforilação de AKT foi reduzida (p<0,05) nos grupos WP, LSUS e 
HSUS 20 minutos após o exercício comparado a SED e PLA (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância), e essa redução (p<0,05) é 
30 
 
mantida nos grupos WP e LSUS 40 minutos após o exercício (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
A fosforilação de MTOR foi maior em WP 20 minutos pós exercício 
apresentando diferença estatística de (p<0,05), após 40 minutos a fosforilação 
de MTOR foi aumentada (p<0,05) em WP, PLA e HSUS (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
A fosforilação de p70s6K foi aumentada (p<0,05) em WP após 20 
minutos de exercício quando comparada aos demais grupos com um aumento 
(p<0,05) de sua fosforilação 40 minutos após exercícios nos grupos WP, LSUS 
e HSUS, quando comparados a SED e PLA (os autores não descrevem o valor 
de p, apenas o de significância). 
Além disso, a fosforilação de rpS6 nos grupos PLA, LSUS e HSUS não 
foi diferente (p<0,05) nos momentos 20 e 40 minutos pós exercício, no entanto 
foi aumentada (p<0,05) em WP quando comparado a SED 20 minutos após 
exercício (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
De acordo com os resultados, a suplementação de SustamineTM pode 
ser eficiente na redução nas vias de degradação proteica, principalmente pela 
redução de AMPK e NF-kB e a suplementação de WP pode acelerar as vias de 
síntese proteica, através do aumento de MTOR e rpS6, sugerindo assim que a 
combinação de suplementação de SustamineTM e WP pode aumentar a síntese 
e diminuir a degradação de proteínas musculares. 
 
3.1.3 Exercício resistido por estímulo elétrico 
 
Estudo feito por Sharp e colaboradores (2016), utilizando ratos Wistar 
machos (autores não informam a idade e a massa corporal inicial dos animais), 
no qual realizaram uma sessão aguda de exercício resistido com 4 séries de 8 
repetições em modelo de agachamentos com eletrodo na base, e 70mV, 
frequência de 100Hz e 0,2 ms de duração do estímulo. 
Oito semanas antes da sessão de exercício resistido, os animais foram 
randomizados em dois grupos: 1) tratamento no qual recebeu via oral 1,2ml de 
31 
 
água (CTL); 2) tratamento no qual recebeu 0,39g de Fortetropin® dissolvidos 
em aproximadamente 1ml de água. Após isso foram subdivididos em: 1) CTL 
controle; 2) CTL exercício resistido; 3) Fortetropin® controle; 4) Fortetropin® 
com exercício resistido. 
Após os procedimentos experimentais, foram avaliadas a expressão 
gênica de MAFBX e MURF-1, além da síntese de músculo esquelético no 
gastrocnêmio do rato. A expressão de mRNA MAFBX foi diminuída de maneira 
significativa no grupo que utilizou Fortetropin® e exercício quando comparados 
a todos os outros grupos (p<0,001), além disso a expressão de mRNA MURF-1 
foi maior (p<0,05) no grupo controle e exercício resistido quando comparado ao 
grupo Fortetropin® e exercício resistido (os autores não descrevem o valor de 
p, apenas o de significância). 
Deste modo, este resultado aponta para uma eficiência de Fortetropin®, 
associado na redução da sinalização das vias de degradação mediada pelas 
E3 ligases no sistema ubiquitina proteassoma. 
Estudo feito por Sudo e colaboradores (2015), utilizaram ratos machos 
da linhagem Wistar (os autores não informam idade, e massa corporal inicial) 
no qual realizaram treinamento resistido em modelo de contração involuntária 
através de estimulação excêntrica com cargas elétricas (ECC) de 4 a 10V, 
100Hz de frequência, 4 msec de duração do pulso e 0,7 seg de duração, 
seguidos de 2,3 seg de intervalo, a sessão de exercício consistia em 40 
repetições, além de que esse modelo de exercício foi realizado em combinação 
com restrição de fluxo sanguíneo (BFR). Estes animais foram divididos em 
quatro grupos: 1) ECC sem BFR; e três grupos com diferentes pressões de 
restrição: 140, 160 e 200 Torr. 
Os autores avaliaram através de western blot a fosforilação de S6K1 nos 
grupos controle e nos que realizaram ECC com BFR a 200 Torr. A fosforilação 
de S6K1 foi maior nos grupos que realizaram ECC somente e ECC com BFR 
200 Torr quando comparados aos grupos controles (p<0,01), mas não 
apresentou diferenças estatísticas significativas entre esses dois grupos, 
mostrando que o exercício realizado com BFR tem um potêncial de estímulos 
32 
 
de mecanismos de hipertofia no mesmo nível do que esse exercício realizado 
apenas com ECC. 
 
3.1.4 Exercícios combinados 
 
Estudo feito por Ogasawara e colaboradores (2014), realizado com 
animais Sprague Dawley machos, com 10 semanas de idade e massa corporal 
inicial entre 310 gramas e 340 gramas. O objetivo do estudo foi avaliar se 
existe diferentes respostas na ativação de mTORC1 com exercício resistido 
realizado antes ou após o exercício aeróbio. 
Para isso, o estudo foi dividido em dois experimentos, o primeiro 
avaliando o tempo de resposta da sinalização proteica após jejum noturno de 
12 horas, no qual os animais foram eutanaziados nos momentos 0 hora, 1 
hora, 3 horas após a rotina de exercício. E o segundo experimento verificou se 
existe diferentes respostas na ativação de mTORC1 com exercício resistido 
realizado antes ou após o exercício aeróbio, com os animais randomizados em 
dois grupos de exercício: 1) exercício aeróbio antes do exercício resistido; 2) 
exercício aeróbio depois do exercício resistido, com um intervalo de 1 hora 
entre exercícios, estes animais foram eutanaziados 3 e 6 horas após a 
sequência de exercícios. 
O protocolo de exercício resistido consistiu em modelo de contração 
involuntária através de estimulação excêntrica do músculo tríceps sural, em um 
total de 5 séries de 10 estímulos com duração de 3 segundos cada e 3 minutos 
de intervalo entre séries em um estímulo elétrico com carga de 
aproximadamente 30V e frequência de estimulo de 10Hz. 
O protocolo de exercício aeróbio consistiu em 60 minutos em esteira 
ergométrica a uma velocidade de 25m/min, que é a velocidade 
aproximadamente do limiar de lactato, porém os autores não informaram a 
realização de teste de esforço. 
Para a avaliação das vias de síntese de proteína muscular, foram 
medidas a fosforilação de MTOR, AKT, p70S6K, além de AMPK e RAPTOR. 
33 
 
Os resultados do primeiro experimento demostram que o efeito do exercício 
aeróbio realizado sozinho, AMPK, RAPTOR, AKT, MTOR e p70S6K 
apresentam o mesmo comportamento, que é o de aumentar (p<0,05) 
imediatamente após o exercício aeróbio, mas retornam aos valores basais 
imediatamente após 1 hora de exercício aeróbio (os autores não descrevem o 
valor de p, apenas o de significância). 
De outra forma, como efeito do exercício resistido apenas, AMPK e 
RAPTOR apresentam aumento (p<0,05) imediatamente após, mas voltam aos 
valores basais com 3 horas após o exercício resistido. Entretanto, AKT e 
MTOR aumentam (p<0,5)após o exercício resistido e se mantem (p<0,05) 
elevadas por até 3 horas após o exercício resistido e a p70S6K apresenta um 
aumento gradual (p<0,05), alcançando seu maior valor 3 horas após o 
exercício resistido (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
Além disso, no segundo experimento a fosforilação de AMPK e 
RAPTOR, 3 horas após a sessão de exercícios (aeróbio e resistido) foi maior 
(p<0,05) no grupo que realizou exercício aeróbio após o exercício resistido (os 
autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Não obstante, a fosforilação de p70S6K aumentou independentemente 
da ordem dos exercícios (aeróbio e resistido), porém seu aumento foi menor no 
grupo que realizou exercício aeróbio após o exercício resistido. 
A AKT e MTOR aumentaram (p<0,05) após o exercício, porém não 
houve diferença entre grupos (os autores não descrevem o valor de p, apenas 
o de significância). 
Em vista disso, o estudo demonstra que em uma sessão aguda de 
exercício resistido, a fosforilação de p70S6K, pode ser reduzida quando é feito 
um exercício aeróbio logo após o exercício resistido. Isso acontece devido a 
um aumento da sinalização de AMPK logo após o exercício aeróbio, que pode 
inibir a sinalização da cascata de MTORC1. 
 
 
34 
 
 
3.2 EXERCÍCIO FÍSICO CRÔNICO E/OU WHEY PROTEINS NA EXPRESSÃO 
GÊNICA 
 
3.2.1 Treinamento resistido em escada 
 
Segundo Zanchi e colaboradores (2009), em estudo com 20 ratas 
Wistar, sedentárias (os autores não informam a idade e nem a massa corporal 
inicial dos animais), após duas sessões de adaptação treinaram por 12 
semanas com frequência de duas vezes por semana, e duas vezes ao dia com 
intervalo de quatro horas, com protocolo de treinamento resistido feito em 
escada, com 8 repetições por sessão, com intervalo de descanso de 3 minutos 
entre as repetições e intensidade entre 80% a 95% da carga máxima carregada 
voluntariamente em teste de força. O peso máximo carregado foi determinado 
a partir da oitava repetição realizada, se o animal obtivesse sucesso na última 
repetição, era feito um acréscimo de 2% até a falha. 
Após isso, verificou-se a expressão gênica pelo método da reação em 
cadeia de polimerase (PCR) dos genes MAFBX, MURF-1, GAPDH, GSK-3β, 
4EBP1, eIF2Bε, massa do músculo plantar (mg), razão massa do músculo 
plantar/massa corporal, apresentando os seguintes resultados: aumento 
absoluto (p<0,01) de 12% na massa do músculo plantar do grupo que realizou 
treinamento resistido, a razão massa do músculo plantar/massa corporal 
apresentou aumento (p<0,01) de 13,7%. 
Em relação a expressão gênica de MAFBx apresentou redução (p<0,05) 
de aproximadamente 60%, MURF-1 apresentou redução (p<0,05) de 
aproximadamente 40%, a expressão gênica de GAPDH, GSK-3β, 4EBP1 e 
eIF2Bε não apresentaram significância estatística (p<0,05) (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Dessa forma sugerindo que houve aumento da massa do músculo 
plantar, e esta promovida pela diminuição da expressão dos genes das vias de 
35 
 
degradação proteica, apesar denão ocorrer aumento da expressão dos genes 
das vias de síntese proteica. 
No estudo de Hellyer e colaboradores (2013), realizado com 60 ratos 
Sprague Dawley, machos, 3 semanas de idade e aproximadamente 56 gramas, 
buscou investigar o efeito da realização de treinamento resistido de intensidade 
moderada (os autores consideram intensidade moderada a carga de até 80% 
da massa corporal) sobre a hipertrofia e sobre a expressão e fosforilação das 
proteínas MTOR, AKT e RP-S6. 
Para isso, os animais foram divididos em dois grupos: 1) Sedentário; e 2) 
Treinamento Resistido. O período de treinamento foi de 10 semanas, com 
frequência de 3 vezes por semana em modelo de treinamento resistido 
realizado em escada vertical. A cada sessão os animais realizavam 3 séries de 
10 repetições com 2 minutos de intervalo entre séries, e intensidade com carga 
equivalente a aproximadamente 3 Joule nas duas primeiras semanas e 
aproximadamente 24 joules na décima semana de protocolo. Isso consistia em 
aumento progressivo de aproximadamente 3 Joule por semana e a carga final 
era de aproximadamente 80% da massa corporal. 
Foram avaliados a massa corporal, área de secção transversa do 
músculo flexor longo do halux, expressão e fosforilação de MTOR, AKT, RP-S6 
e AMPK. Após 10 semanas de treinamento resistido, o grupo sedentário teve 
massa corporal aproximadamente 12% maior (p<0,05) do que o grupo 
treinamento resistido (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
A área de secção transversa do músculo flexor longo do halux foi 
aproximadamente 11% maior (p=0,01) no grupo treinamento resistido em 
relação ao grupo sedentário. 
A expressão de MTOR, AKT e AMPK foi equivalente (p<0,05) nos dois 
grupos, e a fosforilação de MTOR, AKT e AMPK também não obteve 
diferenças estatísticas (p<0,5) entre grupos (os autores não descrevem o valor 
de p, apenas o de significância). 
36 
 
Por conseguinte, a proporção da proteína RP-S6 fosforilada para não 
fosforilada foi cerca de 6 vezes menor nos animais do grupo treinamento 
resistido quando comparados aos sedentários (os autores informam a 
significância de p<0,05, porém não descrevem o valor de p). 
O estudo realizado por Luo e colaboradores (2013), utilizando 18 ratos 
Sprague Dawley, machos, com 18 a 20 meses de idade, e massa corporal 
inicial em gramas de 554 ±39, foram randomizados em dois grupos: 1) 
sedentários; 2) treinamento resistido. 
Para isso, o protocolo de treinamento resistido teve duração de 9 
semanas, frequência de 5 vezes por semana, e o modelo de treinamento 
resistido foi a subida em escada, no qual uma sessão de treinamento consistia 
em 10 subidas com carga de 10% do peso corporal na primeira semana e um 
aumento de 10% a cada semana. 
Após isso, foram avaliados a massa corporal, a massa absoluta e 
relativa do musculo gastrocnêmio, área de secção transversa, além da 
fosforilação de AKT e MTOR, FOXO3 e AMPK. 
A massa corporal foi significativamente menor no grupo que realizou 
treinamento resistido (p<0,01) e a massa absoluta do gastrocnêmio (g) e a 
massa relativa do gastrocnêmio (mg/g) teve valores significativamente maiores 
quando comparadas ao grupo sedentário (p<0,01). Além disso, o diâmetro das 
miofibrilas da porção branca do gastrocnêmio foram significativamente maiores 
ao final de 9 semanas de treinamento resistido, quando comparado ao grupo 
sedentário (p<0,01). 
De outra forma, a fosforilação de AKT e MTOR foi significativamente 
menor no grupo treinamento resistido (p<0,01), não obstante, a atividade de 
FOXO3 e AMPK foi aumentada significativamente nesse grupo (p<0,01). 
Nesse sentido, a redução na atividade das vias de AKT/ MTOR pode 
contribuir com o processo de autofagia em ratos envelhecidos, o que pode 
ocasionar efeitos benéficos sobre a massa do músculo esquelético. 
Estudo realizado por Macedo e colaboradores (2014) utilizou 44 ratos 
machos (os autores não informam a linhagem, a idade, e a massa corporal 
37 
 
inicial dos animais). Os ratos realizaram protocolo de treinamento resistido com 
subida em escada, passando por um período de adaptação com duração de 10 
dias e teste peso máximo carregado nos momentos: 1) pré treinamento; 2) 
após 4 semanas de treinamento; 3) após 8 semanas de treinamento; 4) após 
10 dias de tratamento com Dexametasona. Após isso, foram alocados em 
quatro grupos experimentais: 1) controle sedentário; 2) sedentário tratado com 
Dexametasona; 3) treinamento resistido controle; 4) treinamento resistido 
tratado com Dexametasona. 
Os grupos que realizaram treinamento resistido fizeram protocolo com 
duração de 8 semanas, frequência de 5 vezes por semana e cada sessão 
consistia em 14 a 20 subidas em escada de treinamento, com carga de 65% do 
peso máximo carregado em teste, consideradode baixa intensidade. 
Os grupos que receberam tratamento com Dexametasona receberam 
dose de 0,5mg/kg de peso corporal de Decadron® dissolvido em salina com 
duração de 10 dias realizados ao final do período de treinamento, e os grupos 
controle sedentário e treinamento resistido sedentário receberam injeção com 
solução salina pelo mesmo período e com o mesmo volume de injeção dos 
grupos tratados com Dexametasona. 
Foram avaliados a massa corporal, consumo alimentar, peso máximo 
carregado em teste, glicose sanguínea, massa dos músculos flexor longo do 
halux, tibial anterior e sóleo, massa óssea da tíbia, expressão das vias de 
síntese proteica muscular AKT e MTOR e vias de degradação proteica MURF-
1, MAFBX e FOXO3a normalizados por expressão de GAPDH. 
A massa corporal aumentou (p<0,05) de maneira similar em todos os 
grupos no decorrer do tempo (os autores não descrevem o valor de p, apenas 
o de significância). 
Em contrapartida, após 10 dias de tratamento com Dexametasona a 
massa corporal diminuiu (p<0,05) em 19% no grupo sedentário e 16% no grupo 
treinado (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
O consumo alimentar apresentou comportamento semelhante em todos 
os grupos e o tratamento com Dexametasona provocou uma diminuição 
38 
 
(p<0,05) do consumo nos grupos, comparados com seus respectivos grupos 
controle (os autores não descrevem o valor do p estatístico, apenas a 
significância). 
O peso máximo carregado no teste foi similar entre os grupos no 
momento inicial, o treinamento resistido provocou aumento (p<0,05) após 8 
semanas de treinamento e o tratamento com Dexametasona não provocou 
diminuição (p<0,05) do peso máximo carregado (os autores não descrevem o 
valor de p, apenas o de significância). 
A massa dos músculos flexor longo do halux, tibial anterior e sóleo foram 
corrigidos pelo comprimento da tíbia. A massa do músculo flexor longo do 
halux nos grupos sedentários teve redução (p<0,05) de aproximadamente 28% 
no grupo tratado com Dexametasona em comparação com o grupo controle (os 
autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
O treinamento resistido de baixa intensidade não provocou aumento 
(p<0,05) da massa do músculo flexor longo do halux no grupo treinamento 
controle comparado ao grupo sedentário controle, porém atenuou a diminuição 
(p<0,05) da massa do músculo flexor longo do halux provocada pelo 
tratamento com Dexametasona quando comparado ao grupo sedentário tratado 
com Dexametasona, (-18% treinamento e Dexametasona comparado a 
treinamento controle e -28% sedentário dexametasona comparado a sedentário 
controle) - os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância. 
O músculo tibial anterior apresentou diminuição (p<0,05) de 21% no 
grupo sedentário tratado com Dexametasona quando comparado ao seu 
respectivo controle e diminuição (p<0,05) de 18% do grupo treinamento e 
Dexametasona quando comparado ao treinamento controle (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
No músculo flexor longo do halux, a expressão de AKT diminuiu (p<0,05) 
em 37% provocado pelo tratamento com Dexametasona comparado com o 
grupo controle nos animais sedentários, porém não apresentou diferença 
(p<0,05) nos grupos treinados (os autores não descrevem o valor de p, apenas 
o de significância). 
39 
 
No músculo tibial anterior, AKT teve uma diminuição (p<0,05) de 47% do 
grupo sedentário tratado com Dexametasona comparado com seu respectivo 
controle (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
No músculo flexor longo do halux, MURF-1 teve um aumento (p<0,05) 
de 67% e no tibial anterior um aumento (p<0,05) de 41% no grupo sedentário 
tratado com Dexametasona comparado ao seu grupo controle. O treinamento 
associado a Dexametasona atenuou os valores de MURF-1 apenas comparado 
ao grupo sedentário controle com resultado similar no flexor longo do halux e 
tibial anterior (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
Nos músculos flexor longo do halux e tibial anterior, FOXO3a e MTOR 
não apresentaram diferenças (p<0,05) entre grupos tratados com 
Dexametasona comparados a seus respectivos controles. MTOR apresentou 
expressão maior nos grupos que realizaram treinamento resistido, com ou sem 
Dexametasona, quando comparados ao grupo sedentário controle no músculo 
flexor longo do halux (os autores não mencionam o valor de p estatístico, 
apenas o da significância). 
 A expressão de MAFBX em flexor longo do halux foram menores 
(p<0,05) nos grupos treinados quando comparados aos seus controles 
sedentários (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
No tibial anterior os valores de MAFBX não apresentaram diferenças 
(p<0,05) entre os grupos. O músculo sóleo não apresentou diferenças (p<0,05) 
em sua massa e na expressão de AKT, MTOR, FOXO3a, MURF-1 e MAFBX 
na comparação entre grupos para a expressão de proteínas relacionadas à 
síntese e degradação proteica (os autores não descrevem o valor de p, apenas 
o de significância). 
Os achados desse estudo demonstram uma redução de flexor longo do 
halux provocada pelo tratamento com dexametasona e que pode ser atenuada 
com treinamento resistido de baixa intensidade, e está associado a 
mecanismos chave na regulação da síntese proteica muscular como MTOR, 
MURF-1 e MAFBX. 
40 
 
No estudo feito por Gil e colaboradores (2015), foram utilizados 42 ratos 
Sprague Dawley machos (os autores não informam a idade e massa corporal 
inicial dos animais), randomizados em seis grupos: 1) Controle; 2) Leucina 10% 
(L1); 3) Leucina 50% (L5); 4) Treinamento Resistido (TR); 5) Treinamento 
Resistido e Leucina 10% (TL1); 6) Treinamento Resistido e Leucina 50% (TL5). 
O protocolo de treinamento resistido consistiu em um período de 8 
semanas, frequência de 3 vezes por semana em modelo de subida em escada, 
com 4 subidas e cargas de 50%, 75%, 90% e 100% de uma repetição máxima, 
esta adotada como 100% da massa corporal, e um aumento de 30 gramas a 
cada 10 sessões de treinamento resistido. 
Para a suplementação de leucina foi adotada a dose de 0,135g/kg para 
os grupos TR e leucina 10% e 0,675g/kg para os grupos TR e leucina 50%, 
estipuladas a partir da recomendação diária de leucina 1,35g /kg de massa 
corporal. 
Após isso foram avaliados a massa corporal, massa muscular de flexor 
longo do halux, além da fosforilação de MTOR. A massa corporal não 
apresentou diferenças (p<0,05) entre grupos, porém 39% maior (p<0,05) 
quando comparado ao momento inicial em todos os grupos, e um aumento 
maior ainda (p<0,05) no grupo T5, aumentando 39% (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
A massa absoluta de flexor longo do halux não apresentou diferenças 
(p<0,05) (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância), 
porém a massa de flexor longo do halux relativa à massa corporal no grupo TR 
apresentou significativamente valores maiores quando comparado aos grupos 
controle e L1 e L5 (p=0,03). Entre os grupos que realizaram treinamento 
resistido não foram observadas diferenças (p<0,05) (os autores não descrevem 
o valor de p, apenas o de significância). 
A fosforilação de MTOR foi maior no grupo L5 quando comparado ao 
grupo controle, mas não foi diferente do grupo TR (p=0,04). Além do mais, os 
grupos TL1 e TL5 apresentaram valores significativamente maiores quando 
comparados ao grupo controle (p=0,01) e a fosforilação de MTOR em TL5 
41 
 
também foi significativamente maior do que no grupo TR (p=0,03), mas não foi 
diferente de TL1. 
Desta forma, os resultados mostram uma sinalização maior de MTOR de 
acordo com a presença da suplementação de leucina, essa se mostrando 
como dose dependente, porém essa sinalização não se refletiu em aumento na 
massa muscular relativa maior do que o grupo que realizou apenas treinamentoresistido. 
Em estudo feito por Krug e colaboradores (2016), utilizando 43 ratos 
machos (os autores não informam a linhagem, idade, e massa corporal inicial 
dos animais), em um protocolo experimental de 70 dias, foram divididos em 
quatro grupos: 1) Controle Sedentário (CS); 2) Sedentário com Dexametasona 
(DEX); 3) Controle Treinamento Resistido (CT); 4) Treinamento Resistido com 
Dexametasona (TDEX). 
Os grupos CS e CT receberam tratamento com injeção intraperitoneal de 
solução salina nos últimos dez dias de protocolo e os grupos DEX e TDEX 
receberam tratamento com injeção intraperitoneal de Dexametasona 
(Decadron® 0,5mg/kg de massa corporal) nos últimos 10 dias. Os grupos CT e 
TDEX realizaram treinamento resistido de alta intensidade. 
Para isso, foi realizado teste de carga máxima, e reajustado a cada 4 
semanas, alta intensidade foi considerada 80% do peso máximo carregado no 
teste. O protocolo de treinamento foi realizado em um período de 8 semanas, 
com frequência de 5 vezes por semana e cada sessão consistia em 10 subidas 
em escada com 80% do peso máximo carregado no teste de carga máxima. 
Após isso, foram avaliados massa corporal, massa do músculo sóleo e 
flexor longo do halux, valores dos testes de capacidade máxima voluntária 
(CMV) realizados em 4 momentos: CMV1 (pré treinamento); CMV2 (após 4 
semanas de treinamento); CMV3 (após 8 semanas de treinamento); CMV4 
(após todos os procedimentos experimentais); além da fosforilação de MTOR, 
MAFBX e MURF-1. 
42 
 
Em relação a massa corporal, esta foi reduzida de (p<0,05) nos grupos 
DEX e TDEX quando comparados ao grupo controle no final do tratamento (os 
autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
O tratamento com Dexametasona reduziu (p<0,05) 20% o peso do 
músculo flexor longo do halux, quando comparado ao CS, e foi atenuado com o 
treinamento de alta intensidade ficando 16% menor (p<0,05) em TDEX 
comparado a CT (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). Além disso, o treinamento resistido promoveu um aumento 
(p<0,05) de 10% do peso do músculo FHL em CT quando comparado a CS (os 
autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Os testes de CVM não apresentaram diferenças (p<0,5) entre grupos 
nos momentos CVM1. Os grupos que realizaram treinamento resistido 
apresentaram valores maiores (p<0,05) em CVM3, quando comparados aos 
grupos sedentários − 72% em TC e 69% em TDEX (os autores não descrevem 
o valor de p, apenas o de significância). 
Além disso, o tratamento de 10 dias com Dexametasona não diminuiu 
(p<0,05) a força em CVM, porém o grupo TDEX mostrou um aumento (p<0,05) 
em CVM4 comparado com CVM3 (os autores não descrevem o valor de p, 
apenas o de significância). 
O tratamento com Dexametasona não alterou a fosforilação de MTOR, 
MAFBX e MURF-1, mas o treinamento resistido aumentou (p<0,5) em 63% a 
fosforilação de MTOR nos grupos CT e TDEX quando comparados aos seus 
respectivos grupos controles (os autores não descrevem o valor de “p”, apenas 
o de significância). Além disso, MURF-1 foi aumentada (p<0,05) no grupo DEX 
em cerca de 37% quando comparada aos animais sedentários, e o treinamento 
resistido impediu esse aumento no grupo TDEX (os autores não descrevem o 
valor de p, apenas o de significância). 
 
3.2.2 Treinamento resistido por estímulo elétrico 
 
43 
 
Estudo realizado por Ogasawara e colaboradores (2013), avaliando 30 
ratos Sprague Dawley, machos, com 10 semanas de idade e massa corporal 
inicial em gramas de 356,1 ±4,4, objetivando avaliar atividade de MTOR sobre 
efeito de treinamento resistido e o destreinamento. 
Para isso os animais foram randomizados em quatro grupos: 1) 1 sessão 
de exercício resistido; 2) 12 sessões de treinamento resistido; 3) 18 sessões de 
treinamento resistido; e 4) destreinamento, no qual foram destreinados quando 
completaram 12 sessões de treinamento por 12 dias e realizaram uma sessão 
de exercício. 
As sessões de treinamento resistidos consistiam em modelo de 
estimulação elétrica com 5 séries de 5 contrações com duração de 5 segundos 
cada e intervalo de 5 minutos entre séries, realizado no músculo gastrocnêmio 
direito com uma voltagem de aproximadamente 30V e frequência de 60Hz, 
ajustado para a máxima contração isométrica, e o músculo gastrocnêmio 
esquerdo foi utilizado como controle. 
Depois disso, foram avaliados a massa corporal, massa absoluta e 
relativa do gastrocnêmio, além da fosforilação de p70S6K e total de p70S6K. A 
massa muscular húmida e massa corporal relativa ao peso foram 
significativamente maiores em 8,6% no grupo 12 sessões (p<0,01) e 
significativamente maior em 10,7% no grupo 18 sessões (p<0,01), quando 
comparados aos seus controles. 
Além disso, após 12 sessões e 12 dias de destreinamento, a massa 
muscular e massa muscular relativa ao peso se manteve equivalente ao 
valores pós-treinamento. 
A fosforilação de p70S6K aumentou (p<0,05) após uma sessão de 
treinamento e não se mantém elevados logo após realizados 12 ou 18 sessões. 
Além disso, p70S6K foi aumentada (p<0,05) após o período de 12 semanas de 
destreinamento (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
44 
 
Não obstante, 12 sessões de treinamento resistido aumentaram (p<0,05) 
o total de p70S6K e 12 dias de destreinamento tendem a diminuir (p<0,05) a 
p70S6K (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Estes resultados demostram a capacidade do treinamento resistido em 
estimular ao aumento do músculo esquelético e também da manutenção da 
massa total mesmo após um período curto de destreinamento. 
 
 
3.2.3 Treinamento resistido na água 
 
No estudo de Haraguchi e colaboradores (2010), utilizando 32 ratos 
machos de linhagem Fischer (os autores não informam a idade e a massa 
corporal inicial dos animais), e divididos em 4 grupos: 1) Controle Sedentário 
(CS); 2) Controle Treinamento Resistido (CE); 3) Whey Proteins Sedentário 
(WS); 4) Whey Proteins Treinamento Resistido (WE). Os grupos CS e CE 
fizeram uso de ração padrão AIN-93M, tendo caseína como fonte proteica, e os 
grupos WS e WE fizeram uso de ração padrão enriquecida com Whey Proteins, 
em vez de Caseína. 
Os animais dos grupos CE e WE realizaram treinamento resistido em 
período de 8 semanas e frequência de 5 vezes por semana em modelo de 
treinamento resistido em meio líquido, induzindo os animais a realizarem saltos 
em um recipiente circular correspondente a 150% do comprimento do animal. 
O protocolo adotado foi o de 4 séries de 10 saltos, com 1 minuto de 
intervalo entre séries e a carga presa na calda correspondente à 25% da 
massa corporal e aumento de 5% por semana até 55% da massa corporal nas 
últimas duas semanas de treinamento resistido. 
Ao final, foram analisados a ingesta de alimentos, peso corporal, peso 
do músculo gastrocnêmio. A ingesta de alimentos foi menor com significância 
estatística (p=0,002) nos grupos que realizaram treinamento resistido, e esta 
não foi modificada pelo tipo de dieta conforme podemos entender com base no 
valor do teste estatístico (p=0,382). 
45 
 
Em relação ao peso corporal e o peso do músculo gastrocnêmio, estes 
apresentaram aumentos similares quando comparados ao momento inicial em 
todos os grupos. Porém, o grupo CE apresentou valores menores quando 
comparados aos outros grupos, com significância estatística de (p=0,032) para 
peso corporal quando visto a influência de dieta versus treinamento e para o 
músculo (p=0,032) de influência da dieta e (p=0,046) quando avaliado a 
influência do treinamento resistido. 
Esses achados demostram a eficiência da dieta enriquecida com Whey 
Proteins em manter um aumento regular na massa corporal e massa muscular, 
além de prevenir sua diminuição. 
Em outro estudo de Haraguchi e colaboradores (2014), foram utilizados 
32 ratos machos Fischer com aproximadamente 60 diasde idade e 110 gramas 
de massa corporal, divididos em quatro grupos: 1) Controle Sedentário (CS); 2) 
Controle Exercício (CE); 3) Whey Proteins Sedentário (WS); 4) Whey Proteins 
Exercício (WE), com um total de 8 animais por grupo. Os grupos CE e WE 
realizaram treinamento resistido pelo período de 8 semanas e frequência de 5 
vezes por semana em modelo treinamento resistido em natação. 
Para isso, o protocolo adotado foi o de 4 séries de 10 saltos em um 
recipiente circular correspondente a 150% do comprimento do animal, 1 minuto 
de intervalo entre séries e a carga presa na calda correspondente à 25% da 
massa corporal e aumento de 5% por semana até 55% da massa corporal nas 
últimas duas semanas de treinamento. Os grupos CS e CE receberam ração 
padrão para roedores, e o grupos WS e WE receberam ração padrão 
modificada com Whey Proteins ao invés da proteína de controle. 
Após isso, foram avaliados ganhos de peso corporal, peso dos músculos 
gastrocnêmio e extensor digitorum longus (EDL), além da expressão gênica 
das proteínas musculares MTOR, MURF-1 e MAFBX. O peso corporal e do 
músculo gastrocnêmio e EDL foram similares nos grupos CS, WS e WE, porém 
maiores (p=0,021) do que o grupo CE. 
Em relação a expressão gênica de MTOR, foi maior nos grupos que 
fizeram dieta com Whey Proteins, além do grupo CE apresentar uma queda 
acentuada (p<0,05) quando comparado aos demais (os autores não descrevem 
46 
 
o valor de p, apenas o de significância). A expressão de MAFBX não 
apresentou diferenças significativas entre grupo (p=0,115) e MURF-1 foi 
reduzida de forma significativa nos grupos que realizaram treinamento resistido 
(p<0,001) independente da dieta a base de Whey Proteins. 
Estes resultados apontam que Whey Proteins contribui como uma ajuda 
nutricional diminuindo a expressão das vias de degradação proteica e 
prevenindo a diminuição das vias de síntese, entretanto os autores apontam 
limitações observadas no estudo, dentre elas um n de representatividade baixa 
para o objetivo do estudo e os resultados demonstrados na espécie de ratos 
utilizados nesse estudo (Fischer) podem não refletir em resultados obtidos no 
músculo esquelético em humanos. 
 
3.2.4 Treinamento resistido em esteira 
 
Em estudo de Aparício e colaboradores (2010), 96 ratos machos Wistar 
(os autores não informam a idade, e massa corporal inicial dos animais) foram 
submetidos a 12 semanas de treinamento resistido em esteira com velocidade 
constante de 40 cm/s e carga presa na calda entre 55% e 90% de 1RM, em 
superfície plana e estável, a uma frequência de 3 a 4 vezes semanais. Os ratos 
foram randomizados em 4 grupos: 1) ingesta normal de proteína e sedentário; 
2) ingesta normal de proteína e treinamento resistido; 3) ingesta alta de 
proteína sedentário; 4) ingesta alta de proteína e treinamento resistido. 
Para os grupos de ingesta normal de proteína foi considerada a 
quantidade de 11,7% de proteína diária e para os grupos de quantidade alta foi 
considerado o valor de 44,3% de proteína diária, utilizando Whey Proteins 
como a única fonte de proteína. 
Após o período experimental, o peso corporal no grupo que realizou 
treinamento resistido e baixo consumo de proteína foi menor (p<0,01) quando 
comparado aos grupos sedentário e alto consumo de proteína. 
47 
 
Além disso, o peso dos músculos quadríceps e gastrocnêmio foram 
maiores (p<0,01) nos grupos que fizeram alto consumo de proteína, e para o 
grupo que realizou treinamento e alto consumo de proteína. 
 
3.2.5 Treinamento aeróbio na água 
 
No estudo de Medeiros e colaboradores (2010), foram utilizados ratos 
Wistar machos com 4 semanas de idade (os autores não informam o peso 
corporal inicial dos animais), e foram divididos em quatro grupos com 6 animais 
cada: 1) grupo controle, alimentados com dieta padrão; 2) grupo controle 
treinamento aeróbio alimentados com dieta padrão para roedores; 3) grupo 
obeso sedentário, alimentados com dieta rica em gordura por dois meses; 4) 
grupo obeso treinado, submetido a dieta rica em gordura e treinamento 
aeróbio. 
Após isso os animais realizaram protocolo de treinamento aeróbio que 
teve duração de 12 semanas, frequência de 5 vezes por semana e cada 
sessão consistia em 1 hora de natação com carga de 5% da massa corporal 
presa na calda do animal. Foram avaliados a massa corporal final, além da 
fosforilação de MTOR, AKT, p70S6K, S6, 4E-BP1, FOXO1, e MAFBX no 
músculo cardíaco. 
Em relação a massa corporal dos grupos submetidos à obesidade por 
dieta rica em gordura, apresentaram maiores valores (p<0,05) quando 
comparados aos grupos controle (os autores informam a significância, porém 
não descrevem o valor de p). 
A fosforilação de AKT foi 3,3 vezes menor (p<0,05) no grupo obeso 
sedentário quando comparado ao controle, e uma diminuição (p<0,05) de 2,3 
vezes quando comparado ao grupo obeso que realizou treinamento aeróbio (os 
autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Em adição, a fosforilação de MTOR foi reduzida (p<0,05) 2,7 vezes no 
grupo obeso sedentário quando comparado ao grupo controle sedentário e o 
grupo obeso que realizou treinamento aeróbio teve fosforilação de MTOR 2 
48 
 
vezes maior (p<0,05) quando comparado ao seu respectivo grupo controle (os 
autores informam a significância, porém não descrevem o valor de p). 
A fosforilação de p70S6K e S6 foi 2,2 e 2,6 vezes menor (p<0,05), 
respectivamente, no grupo obeso sedentário quando comparado ao grupo 
controle sedentário. Além disso, no grupo obeso que realizou treinamento 
aeróbio, a fosforilação de p70S6K e S6 foi 1,6 e 1,9 vezes maior (p<0,05), 
respectivamente, quando comparado ao grupo obeso sedentário (os autores 
não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Além disso, no grupo obeso sedentário, a fosforilação de 4E-BP1 foi 2,1 
vezes menor (p<0,05) quando comparados ao grupo controle sedentário, e 1,4 
vezes menor (p<0,05) do que o grupo obeso que realizou treinamento aeróbio 
(os autores não descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Com relação às proteínas relacionadas às vias de degradação muscular, 
FOXO-1 teve uma redução (p<0,05) de 2,1 vezes no grupo obeso sedentário 
quando comparado ao grupo controle sedentário, além de um aumento 
(p<0,05) de 1,7 vezes no grupo obeso que realizou treinamento aeróbio 
quando comparado ao seu respectivo grupo sedentário (os autores não 
descrevem o valor de p, apenas o de significância). 
Por outro lado, a fosforilação de MAFBX foi 3,5 vezes maior (p<0,05) no 
grupo obeso sedentário, quando comparado ao grupo controle sedentário. 
Além disso, o treinamento aeróbio nos animais obesos reduziu (p<0,05) 2,1 
vezes a fosforilação de MAFBX quando comparados aos animais obesos 
sedentários (os autores não descrevem o valor de p, apenas o de 
significância). 
Em estudo feito por Chen e colaboradores (2013), foi utilizado 40 
camundongos machos (os autores não informam o peso corporal inicial dos 
animais), randomizados em 4 grupos de 10 animais cada: 1) Sedentário 
Controle (SC); 2) Suplementado com Whey Proteins (SC+WP); 3) Treinamento 
Aeróbio (ET); 4) Treinamento Aeróbio e Suplementação de Whey Proteins 
(ET+WP). 
49 
 
Sendo assim, realizaram treinamento de natação os grupos ET e 
ET+WP por um período de 6 semanas, com frequência de 3 a 5 vezes por 
semana e 60 minutos de duração, com carga de 1 a 3% do peso corporal. Os 
grupos SC+WP e ET+WP receberam suplementação de WP via oral 30 
minutos após a sessão de treinamento, com dose de 4,1g.kg-¹ do peso 
corporal. 
Após isso foi feita a análise da massa corporal, massa muscular 
absoluta e relativa (que inclui os músculos gastrocnêmio e sóleo). A massa 
corporal foi significativamente menor (p=0,0283) no grupo ET+WP quando 
comparado ao grupo ET e significativamente menor (p=0,0021) para os 
animais que realizaram treinamento quando comparados aos sedentários. 
Em

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