Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br HIPERTROFIA E HIPERPLASIA MUSCULAR Hipertrofia é um aumento na secção transversa do músculo, e isso significa aumento do tamanho e no número de filamentos de actina e miosina e adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes (Fleck e colaboradores 1999). A magnitude deste aumento de massa muscular depende de vários fatores: como resposta individual ao treinamento, intensidade e duração do programa de treino e estado prévio do indivíduo para o início do programa. Outros fatores podem ser destacados neste processo: genética, alimentação, descanso entre outros. Temos dois tipos de hipertrofia: hipertrofia miofibrilar ou tensional e hipertrofia sarcoplasmática ou metabólica que são inversamente proporcionais no que se refere à intensidade e volume, ou seja, na hipertrofia miofibrilar (tensional) trabalha-se com cargas maiores "peso" que é igual à intensidade. E número de repetições menores o que caracteriza volume, no caso da hipertrofia sarcoplasmática (metabólica) as repetições são maiores e o peso menor, por isso são inversamente proporcionais. Hipertrofia Miofibrilar Para que ocorra a hipertrofia é necessário um equilíbrio entre intensidade e volume, o tempo que o músculo permanece sobre tensão é de extrema importância, ou seja, se trabalharmos com grandes quilagens pesos. O número de repetição será reduzido, fazendo com que o músculo fique tensionado por um período muito pequeno, já se o peso for muito leve será possível realizar um grande número de repetições, porém, a tensão em termos de quilagem é muito pequena não havendo hipertrofia muscular. Muitos autores atribuem a hipertrofia ao tempo em que o músculo permanece sob tensão e não somente a determinados algarismos. Uma série de 10 repetições, por exemplo, pode ser file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br realizada em 10 segundos, 40 segundos ou 2 minutos. A velocidade de execução, a carga utilizada, tempo de pausa, amplitude de execução, podem ocasionar notáveis diferenças de vias metabólicas necessárias para manter o exercício, com diferentes respostas adaptativas bioquímicas e morfológicas. Verkhoshansky (2000) e Poliquin (1997) referem-se há tempos entre 20-40 a 60- 70 segundos respectivamente de execução como ideais para ganhos de massa muscular, em cada série no treinamento de força. Cossenza (2001), Bompa (2000), Brooks (2000), Fleck e Kraemer (1999), Zatsiorsky (1999), Santarem (1999), Andrada (1998), Monteiro (1997) e Araújo Filho (1994), citam que há maior ganho de hipertrofia muscular com um treinamento de musculação através da realização de 6 a 12 repetições. Segundo Badillo & Gorostiaga (2001) e Dantas (1998), intensidades compreendidas entre 60% e 80% de 1-RM são possíveis realizar 6 a 12 repetições por série. A intensidade mínima que pode ser usada para executar uma série até a fadiga voluntária momentânea, que possa resultar em um aumento da força muscular e hipertrofia muscular, é de 60 a 65% de 1-RM (Mcdonagh e Davies apud Fleck e Kraemer 1999, p.22). De acordo com a hipótese energética a taxa de degradação protéica é uma função do peso levantado: quanto maior o peso maior a taxa de degradação da proteína (Zatsiorsky, 1999, p.150). Por serem sintetizadas mais proteínas contráteis, durante o período de anabolismo, a densidade dos filamentos aumenta. Segundo Guedes Júnior (2003), Santarém (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), o aumento da síntese de proteínas contráteis, estimulado pelo treinamento de força, promove o aumento do tamanho e do número de miofibrilas por fibra muscular. A essa adaptação dá-se o nome de hipertrofia miofibrilar, e o estímulo capaz de causar tal adaptação seria a sobrecarga tensional, relacionada com o alto nível de tensão imposto ao músculo graças ao peso elevado a ser vencido. Nos exercícios resistidos quanto maior a carga maior a file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br sobrecarga tensional. Grandes sobrecargas tensionais implicam em baixas repetições e um curto tempo de execução de cada série de um exercício. Para Santarém (1999), o aumento de tensão muscular durante os exercícios caracteriza uma sobrecarga tensional e é diretamente proporcional à resistência oposta ao movimento. O mesmo autor, ainda cita que o treinamento típico para aumento de força enfatiza a sobrecarga tensional, com pouca ênfase na sobrecarga metabólica. Bompa (2000) cita que a hipertrofia miofibrilar, estimulada pela sobrecarga tensional é mais estável e duradoura. Hipertrofia Metabólica A sobrecarga metabólica traz as células musculares um maior estresse bioquímico, pelo maior tempo de execução de uma série, mas em compensação com um menor número de carga do que a sobrecarga tensional. Segundo Guedes Júnior (2003), Santarem (1999), Zatsiorsky (1999) e Tous (1999), durante as contrações musculares prolongadas ocorrem um aumento de atividade dos processos de produção de energia, caracterizando uma sobrecarga metabólica do tipo energética. Essa sobrecarga metabólica contribui para o aumento de volume muscular através do aumento de substratos energéticos localizados no sarcoplasma: CP-supercompensação e o aumento das reservas de glicogênio, uma resposta adaptativa ao consumo aumentado dessa substância altamente hidratada (super-hidratação). O outro mecanismo é extracelular, e consiste no aumento de vascularização do tecido muscular. A isso se pode chamar de hipertrofia sarcoplasmática ou volumização celular, estimulada pela sobrecarga metabólica, caracterizada pelo elevado número de repetições e pelo tempo prolongado de execução de cada série de um exercício. Do ponto de vista prático, a sobrecarga metabólica aumenta nos exercícios com pesos na medida em que aumentamos as repetições e/ou diminuímos os intervalos de repouso. Assim sendo, a sobrecarga metabólica é file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br inversamente proporcional à sobrecarga tensional (Santarém, 1999, p.39). Hiperplasia Muscular Hiperplasia Muscular se traduz por um aumento no número de células, neste caso as células (ou fibras) musculares em relação ao original. É interessante observar, entretanto, que estes relatos foram feitos em estudos utilizando animais de laboratório, como: aves e mamíferos. Mas, em seres humanos? Seria possível estabelecer esta relação? Os resultados encontrados em animais poderiam ser relacionados com os encontrados em humanos submetidos ao treinamento de força? Há vários estudos sugerindo que sim. Prováveis Mecanismos da Hiperplasia Muscular Apesar dos fatores responsáveis pela provável ocorrência do aumento do número de fibras musculares ainda permanecem obscuros, sobrecargas crônicas, impostas ao músculo esquelético de várias espécies animais, parece estimular o surgimento de novas fibras através de dois mecanismos: A partir das células satélites (Salleo e colaboradores, 1980) e por meio da cisão longitudinal da fibra muscular (Gonyea e colaboradores, 1986). As células satélites (CS) são estruturas de reserva não funcionais e especializadas, também conhecidas por células tronco miogênicas. Estas células ficamlocalizadas na periferia da fibra muscular, mais especificamente entre a lâmina basal e a membrana plasmática, também conhecida por plasmalema. Estas células são mioblastos que se encontram normalmente em estado quiescente. Sabe-se que as CS exercem um papel primário no processo regenerativo do tecido muscular esquelético lesionado, e em resposta aos possíveis processos adaptativos estimulados pelo treinamento de força (Putman e file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br colaboradores 1999 e Yan 2000). Após a hipertrofia inicial da fibra muscular, uma grande demanda mecânica, como a imposta pelo treinamento de força, estimularia a formação de novas fibras, uma vez que os danos à fibra. Provocados por este estímulo, resultariam na liberação de fatores miogênicos de crescimento, como os FCF (fatores de crescimento fibroblastos) e subsequentemente as CS (Mikesky e colaboradores, 1991). De fato verificaram-se um aumento na ativação das CS necessárias para reparação das fibras que sofreram microtraumatismos, ou danos, induzidos pelo exercício físico (Darr, 1987). Estes danos induzem a ativação e proliferação das CS que podem tanto substituir as fibras que foram danificadas (caso a extensão do dano tenha provocado a necrose deste tecido), ou fundir-se a estas fibras (caso o dano seja extenso, mas não chegue a provocar a necrose tecidual). Entretanto, a hiperplasia poderá não acontecer caso a necrose da fibra muscular, provocada pelo exercício, ocorrer na mesma proporção da proliferação das CS( Kadi 2000). Hiperplasia em Seres Humanos Embora não seja um fenômeno constatado de fato na espécie humana, a hiperplasia muscular parece não ser uma adaptação improvável nestes indivíduos. Alguns estudos fornecem consideráveis dados que sugerem a ocorrência do aumento no número de fibras musculares em seres humanos. O empecilho maior no estudo da hiperplasia muscular em seres humanos é a metodologia utilizada na investigação deste fenômeno, que por ser muito invasiva encontra barreiras éticas, embora técnicas de biópsia já tenham sido aplicadas para observação do número de fibras musculares em humanos (Larsson e Tesch 1986; MacDougall e colaboradores, 1984; McCall e colaboradores, 2004; Tesch 1982). file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Tomografia computadorizada (MacDougall e colaboradores, 1984) e ressonância magnética McCall e colaboradores (2004) também se constituem em procedimentos empregados para verificação da ocorrência de hiperplasia nestes indivíduos. Interessantemente, o ponto em comum entre os estudos que verificaram a possível ocorrência do fenômeno hiperplásico em humanos e animais é o uso do exercício físico, mais especificamente o treinamento de força, para a possível observação do aumento no número de fibras musculares (Mikesky e colaboradores, 1991; Larsson e Tesch 1986; MacDougall e colaboradores, 1984; McCall e colaboradores, 2004; Tesch e Larsson 1982; Nygaard e, Nielsen 1978). Comparando o tamanho das fibras musculares do deltóide de nadadores profissionais com indivíduos não atletas, (Nygaard e Nielsen 1978) verificaram que, embora o volume muscular do deltóide dos atletas fosse consideravelmente maior, o tamanho (diâmetro) das fibras musculares era menor. Sendo assim, não se podia explicar que a hipertrofia muscular fosse resultado de um aumento da área de seção transversa da fibra muscular. Neste caso, a hiperplasia poderia estar exercendo um importante papel. Em outro estudo, (MacDougall e colaboradores 1984) verificaram que, embora a circunferência do braço de fisiculturistas de elite fosse cerca de 27% maior do que a de indivíduos sedentários, o tamanho da área de secção transversa das fibras musculares do tríceps destes atletas não se diferenciava do grupo controle. Larsson e Tesch (1986) estudando o volume muscular de fisiculturistas verificaram que estes atletas apresentavam a circunferência do quadríceps e do bíceps braquial significativamente maior que a dos sujeitos controle, ainda que o tamanho médio de suas fibras musculares não fosse diferente. De fato, um dos fisiculturistas apresentou a área média da fibra muscular menor do que nos sujeitos controle. Quando comparado o tamanho do bíceps braquial entre fisiculturistas de elite do sexo masculino e feminino, (Alway e colaboradores1989) demonstraram que a área de secção transversa do músculo em questão estava file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br correlacionada, tanto à área da fibra muscular quanto ao seu número. Permitindo-nos considerar que o maior tamanho da musculatura poderia ser resultado de uma hiperplasia. Outro importante fator a se considerar é o uso de esteróides anabólicos androgênicos por estes atletas, uma vez que estas drogas podem aumentar a proliferação de células satélites, como observado por (Joubert e colaboradores 1989 e Kadi e colaboradores1999), exercendo um papel fundamental no processo hiperplásico da fibra muscular. Enfim, ocorrendo ou não a hiperplasia, o indivíduo que deseja maximizar seus ganhos em massa muscular deve participar de um programa de treinamento inteligentemente elaborado, respeitando todas as variáveis intervenientes deste programa. SOBREPESO E OBESIDADE Sobrepeso O termo sobrepeso e obesidade, muitas vezes são utilizados com o mesmo sinônimo, porém, devem ser conceituados e tratados de formas diferentes. Sobrepeso segundo (Wilmore e Costil, 2001) é definido como um peso corporal que ultrapassa a referência do peso normal de um indivíduo, baseando-se na sua estatura e constituição física. Por muito tempo e infelizmente ainda hoje em dia são utilizadas tabelas que relacionam estatura e peso corporal para classificação das pessoas quanto à constituição morfológica. Tal procedimento na maioria das vezes proporciona uma classificação errônea, já que não é possível a estratificação do peso corporal em seus diversos componentes. Desta forma muitas pessoas que são inseridas em padrões de peso acima dos ideais possuem percentual de gordura igual ou abaixo de outras que são classificadas com peso aceitável, embora muitas vezes possuam percentuais de gordura elevados. file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Obesidade Este termo segundo (Wilmore e Costil, 2001) refere-se à condição em que um indivíduo apresenta uma quantidade de gordura corporal excessiva. Segundo estes autores os indivíduos classificados como obesos devem ter sua quantidade real de gordura ou porcentagem estimado. Não há padrões exatos de gordura, percentuais, porém existe um consenso que homens com mais de 25% e mulheres com mais de 35% de gordura devem ser considerados obesos. Segundo Wilmore e Costil, (2001) homens e mulheres com valores relativos de gordura entre 20 a 25% e 30 a 35% respectivamente devem ser considerados obesos limítrofes. Como visto anteriormente a relação estatura/peso não deve ser utilizada para classificar um indivíduo quanto a sobrepeso ou obesidade. Segundo Nahas (2003 p. 24) não basta simplesmente determinar o percentual de gordura, é preciso verificar acaracterização do padrão de obesidade: central (andróide ou maçã) e periférica (ginecóide ou pêra), pois dependendo da região onde a gordura está acumulada existe uma maior ou menor prevalência de determinadas doenças como: hipertensão, colesterol, diabetes, etc. Índices para Determinação de Obesidade e Sobrepeso. Um padrão bastante aceito, mas que também possui limitações é o IMC, índice de massa corporal. Este índice é obtido pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros. Segundo a OMS, 1997 citado por Nahas (2003 p.23), um indivíduo é considerado obeso quando apresenta IMC superior a 30. Este autor relata que a obesidade é considerada um problema mundial, pois está relacionada diretamente com várias doenças e morte prematura. file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Tabela - Classificação do IMC e risco para a Saúde Segundo a (OMS 1997) IMC (Kg/m2) Classificação Risco para a saúde Menos que 18,5 Baixo peso Baixo a Moderado 18,5 – 24,9 Faixa recomendável Muito Baixo 25 – 29,9 Sobrepeso Baixo 30 – 34,9 Obesidade I Moderado + 35 – 39,9 Obesidade II Alto 40 ou mais Obesidade III Muito Alto O IMC deve ser usado com cautela em trabalhadores braçais, e em especial para pessoas que praticam musculação com o objetivo de hipertrofia. Outro indicador bastante aceito para determinar o padrão de obesidade é a relação entre a medida da cintura e do quadril (Nieman, 1998 citado por Nahas, 2003 p.23). Este índice é obtido pela divisão do perímetro da cintura pelo perímetro do quadril. Conforme os valores abaixo são possíveis avaliar os riscos. O controle do Peso Corporal Este controle é feito basicamente através de três componentes: taxa metabólica de repouso, efeito térmico de uma refeição e efeito térmico da atividade física. A taxa metabólica de repouso (TMR) é a taxa obtida no início da manhã, após um jejum noturno com 8 horas de sono que representa a quantidade mínima file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br de energia para os processos fisiológicos básicos. Esta taxa é responsável por 60 a 75% de todo gasto calórico diário de um indivíduo. Muitos estudos têm relatado que a TMR diminui com a idade (Poehlman e colaboradores, 1990 e Van Pelt e colaboradores, 2001) atribuída a fatores tais como: a quantidade diminuída de massa magra e ao concomitante aumento da massa gorda (Fukagawa e colaboradores, 1990). Segundo Ravussin e colaboradores, (1998) e Ravussin e colaboradores, (1993) apud Antunes (2005) tem havido crescente preocupação com o estudo da taxa metabólica basal, devido à sua relação com os riscos de ganho de massa gorda. Esta preocupação tende a aumentar especialmente em idosos, uma vez que uma baixa taxa metabólica pode contribuir para a prevalência de altas taxas de sobrepeso e obesidade neste grupo etário (Piers e colaboradores, 1998). O Efeito térmico da refeição (ETR) representa o aumento da taxa metabólica associado à digestão, à absorção, ao transporte, ao metabolismo e ao armazenamento do alimento ingerido. O ETR é responsável por aproximadamente 10% de nosso gasto calórico diário. Acredita-se que o ETR possa ser defeituoso em indivíduos obesos levando a um acúmulo de gorduras. O efeito térmico da atividade física (ETA) é a energia gasta acima da taxa metabólica de repouso para realizar qualquer atividade física, como por exemplo, o escovar dos dentes, ou uma sessão de musculação. O ETA representa em média 15 a 30% do gasto calórico diário. O corpo humano tem um grande poder para adaptar-se aos aumentos ou reduções de energia provocada por cada um desses três componentes. Segundo Wilmore e Costil, (2001) com o jejum ou dietas extremamente hipocalóricas, todos os três componentes diminuem. Segundo os mesmos autores após uma dieta hipocalórica ou jejum há uma redução média de 20 a 30% da taxa metabólica de repouso e o contrário tende a acontecer em dietas hipercalóricas. Todas estas adaptações parecem estar sob controle do sistema nervoso simpático. file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Etiologia da Obesidade Por muitos anos considerou-se que a obesidade era causada por desequilíbrios hormonais, e em outros momentos da história que seria causada por dietas hipercalóricas. Atualmente, acredita-se que a obesidade seja multifatorial. Nos últimos anos vários fatores têm contribuído para a redução de atividade física: equipamentos eletrônicos com controle remoto, veículos com alta tecnologia, melhora no transporte coletivo, falta de áreas destinadas à prática de atividade física e até mesmo a violência em especial nos grandes centros urbanos. A alimentação também sofreu alterações, cada vez mais alimentos refinados, com alto teor de gordura animal, refrigerantes e salgadinhos têm substituído uma alimentação saudável. Tratamento Geral da Obesidade Num primeiro momento o controle do peso corporal, parece ser uma conduta bastante simples, bastando ter um controle entre o consumo de calorias e o gasto destas. Devemos lembrar que este gasto é o resultado de três fatores aqui já citados que são: TMR, ETR e ETA. Segundo Wilmore e Costil, (2001) esta visão deve ser revista, já que estudos têm demonstrado ter havido diferença no ganho de peso entre gêmeos monozigotos e a mesma quantidade de calorias ingeridas. Em um estudo conduzido por (Bouchard e colaboradores, 1990 citado por Wilmore e Costil, 2001) foram analisados 12 pares de gêmeos monozigóticos (idênticos) adultos do sexo masculino, estes indivíduos foram acomodados em um dormitório, mantidos sob observação e confinados durante 120 dias. As dietas destas pessoas foram monitoradas durante os primeiros 14 dias file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br a fim de determinar a ingestão calórica básica. Nos 100 dias seguintes, eles foram alimentados com 1.000 calorias a mais que a ingestão básica e os níveis de atividade física foram monitorados/controlados rigorosamente. O ganho de peso entre os indivíduos variou de 4,2 a 13,3 kg. As principais diferenças ocorreram entre pares diferentes de gêmeos. Isto mostra que a genética deve ser levada em conta, pois indivíduos com o mesmo tratamento tendem a terem respostas diferentes. Segundo Pi-Sunyer (1994) apud Nahas (1999), um estilo de vida saudável, através da prática da atividade física contribui significativamente para equilibrar ou aumentar o gasto energético com o intuito de reduzir ou manter o peso corporal. O Controle da Obesidade e do Sobrepeso Através do Exercício Físico O gasto energético diário pode ser dividido em três componentes: TMR (taxa metabólica de repouso), efeito térmico do alimento e gasto energético associado com a atividade física (Levine e colaboradores, 2001). A atividade física promove aumento do gasto energético total tanto de forma aguda quanto de forma crônica. A primeira condição refere-se ao próprio gasto energético durante a realização do exercício e durante a fase de recuperação, já a segunda refere-se às alteraçõesda taxa metabólica de repouso – TMR (Hill e colaboradores 1995). No que diz respeito ao efeito agudo, está bem estabelecido que, após o término do exercício, o consumo de O2 não retorna aos valores de repouso imediatamente. Essa demanda energética durante o período de recuperação após o exercício é conhecida como consumo excessivo de oxigênio após o exercício, ou ainda, excess posterxercise oxygen consumption – EPOC (Gaesser e colaboradores 1984). Vários trabalhos têm analisado a contribuição do EPOC em programas de emagrecimento, visto que este é o file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br resultado de um balanço energético diário negativo entre consumo e gasto energético (Hunter e colaboradores 1998). Bahr e colaboradores (1987) já haviam considerado o EPOC como um importante fator no controle do peso, uma vez que o exercício demanda uma energia além da prevista na atividade física. Em corroboração, outros estudos relataram que a magnitude do metabolismo elevado durante a recuperação tem implicação importante na prescrição de programas de redução ponderal (Quinn e colaboradores 1994 Gore e colaboradores 1990, Laforgia e colaboradores 1997, Hunter e colaboradores1998, Brockman e colaboradores 1993). A redução ponderal também está relacionada às alterações crônicas da atividade física, ou seja, da taxa metabólica de repouso (TMR). A TMR é definida como o gasto energético necessário à manutenção dos processos fisiológicos no estado pós-absortivo, chegando a compreender até 60-70% do gasto energético total, dependendo do nível de atividade física (Meirelles e colaboradores 2004). O EPOC aumenta linearmente com a duração do exercício (Bahr e colaboradores 1994). Porém, a intensidade do exercício parece afetar tanto a magnitude quanto a duração do EPOC, já a duração do exercício afeta apenas a duração do EPOC (Gore e colaboradores 1990). Dessa forma, os estudos têm sugerido que o exercício de maior intensidade produz elevação mais prolongada no EPOC do que exercícios de intensidades menores (quando possuem volume equivalente). Devido ao fato de este causar maior estresse metabólico, sendo necessário então, maior dispêndio de energia para retornar à condição de homeostase (Thorton 2002, Laforgia e colaboradores 1997, Short e colaboradores 1997). A taxa de oxidação de lipídios é maior após exercício de alta intensidade. Alguns trabalhos analisaram o EPOC e o gasto energético comparando protocolos de exercício contínuo e intervalado submáximos (Brockman e colaboradores1993, Kaminsky e colaboradores1990), e exercício contínuo submáximo e intervalado supramáximo file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br (Laforgia e colaboradores 1997). Todos esses estudos demonstraram maior gasto energético para os exercícios mais intensos. Partindo-se do princípio de que é possível realizar mais minutos a alta intensidade com o exercício intermitente se comparado com o exercício contínuo (Laforgia e colaboradores 1997). Pessoas com sobrepeso podem exercitar-se por tempo menor a uma intensidade que produza um EPOC maior, visto que na maioria das vezes essas pessoas, além de descondicionadas, têm aversão à atividade física. Porém, devem ressaltar que o EPOC é relativamente curto após exercícios de intensidade e duração moderada, <70% do Vo2máx. e/ou < 60 minutos (Gore e colaboradores 1990, Imamura e colaboradores 2004, Borsheim e colaboradores 2003), visto a que magnitude do EPOC após o exercício aeróbio depende de ambos os fatores (intensidade e duração do exercício). Por outro lado, exercícios com duração > 60 minutos e/ou com intensidade > que 70% do Vo2máx. Parecem estar relacionados a um EPOC prolongado (Bahr e colaboradores1991, Borsheim e colaboradores1994, Bahr e colaboradores1987, Gore e colaboradores1990 Laforgia e colaboradores1990). Tem sido proposto ainda, que para as pessoas que querem emagrecer, a magnitude do EPOC (custo energético) é mais importante que a duração (Imamura e colaboradores 2004). Efeito do EPOC no aumento do gasto energético diário total com o exercício resistido Os estudos que compararam o exercício resistido com o aeróbio( Ryan e colaboradores 1995, Burleson e colaboradores1998) enfatizaram que o treinamento resistido com pesos, provavelmente, causaria maior distúrbio na homeostase que o exercício aeróbio. Sugerindo que este, devido às altas intensidades envolvidas, poderia requerer maior gasto energético, tanto durante o exercício quanto durante a recuperação. Além disso, analisando agora somente o file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br exercício resistido, também é sugerido que um protocolo mais extenuante é mais eficaz no controle de peso (Schuenke e colaboradores 2002). Dois fatores têm sido atribuídos ao fato de o exercício resistido produzir maior EPOC. O primeiro fator refere-se às respostas hormonais que podem alterar o metabolismo, especificamente catecolaminas, cortisol e GH (Kraemer e colaboradores 1990, Kraemer e colaboradores 1992). O segundo refere-se ao dano tecidual acompanhado do estímulo para a hipertrofia tecidual (Kraemer e colaboradores 1992), pois a síntese de proteína é diminuída durante o exercício em si, mas após o exercício existe um fenômeno compensatório, em que o turnover de proteína parece ser estimulado. Além disso, o processo de síntese de proteína exige uma alta demanda energética (6 ATP por mol de peptídio formado). Esse mecanismo pode também contribuir para uma longa estimulação do gasto energético após o exercício (Bielinski e colaboradores 1985). O efeito do exercício resistido sobre o EPOC foi verificado em homens de 22 a 40 anos previamente treinados com exercício resistido, em que foi observado que, após uma sessão de 90 minutos, a taxa metabólica permaneceu elevada por mais que duas horas após o exercício (Melby e colaboradores1993). Em outro estudo (Binzen e colaboradores 2001) investigou o efeito de 45 de exercício resistido em mulheres treinadas sobre o EPOC. Após 120 minutos de recuperação, observou-se elevação de 18,6% no metabolismo de repouso, se comparado com o controle. Em contraposição aos trabalhos mencionados anteriormente, um estudo de (Melby e colaboradores 1992) analisou seis homens adultos por 42 minutos durante exercício de levantamento de peso (12RM), observando-os nos 60 minutos iniciais da recuperação. A taxa metabólica estava significativamente elevada ao final dos 60 minutos, porém, apenas 19 kcal adicionais foram despendidos. Os autores ressaltaram que esse gasto energético de recuperação teria pouco efeito na regulação do peso. No entanto, o fato de o consumo de oxigênio ter permanecido elevado após o controle de uma hora impossibilitou que file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br esses autores determinassem a verdadeira duração do EPOC e o verdadeiro gasto energético durante esse período. Visto isso, o consumo de oxigênio poderia ter retornado aos valores de repouso imediatamente após esse período, como pode ter permanecido elevado por horas. Um grupo de 15 mulheresfoi submetido a um treinamento de peso e aeróbio, no qual se verificou um GE (gasto energético) maior durante o EPOC no treinamento resistido se comparado com o aeróbio quando as sessões foram equivalentes em VO2 e duração (95 kcal e 64 kcal, respectivamente, em 30 de recuperação) (Burleson e colaboradores 1998). Entretanto, esses autores ressaltam que muitos fatores contribuem para a recuperação do exercício resistido que, por outro lado, não ocorrem após o exercício aeróbio. Estudos indicam que alterações hormonais, particularmente das catecolaminas, cortisol e GH, podem ser substanciais, especialmente se as repetições por série forem altas (> 5) e o intervalo entre a série for menor que um minuto (Kaminsky e colaboradores1990). Além disso, a maior oxidação de lipídios pode ser um importante fator decorrente da adaptação ao treinamento. Indivíduos treinados utilizam mais gordura no período de recuperação que os não treinados (Kaminsky e colaboradores1986). TMR: efeitos agudos e crônicos do exercício A TMR é o maior componente do gasto energético diário (Ryan e colaboradores 1995, Speakman e colaboradores2003), sendo modificada por diversos fatores como: hora do dia, temperatura, ingestão de alimentos, ingestão de cafeína, tipo de exercício e estresse (Gore e colaboradores1990). A TMR diminui com a idade e redução da massa corporal, isso se deve, em parte, à diminuição na massa magra e da atividade do sistema nervoso simpático (Ryan e colaboradores 1995). file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Com relação aos efeitos agudos do exercício, (Osterberg e Melby 2000) verificaram que o exercício resistido aumenta a TMR por 16 horas após o exercício em aproximadamente 4,2%, sugerindo aumento de aproximadamente 50 kcal/dia na TMR com o exercício físico (Ryan e colaboradores1995). Outro estudo (Melby e colaboradores1993) verificou que a TMR na manhã seguinte após um exercício resistido foi 4,7% maior que o mensurado na manhã antes do exercício. Para analisar o efeito crônico do exercício, mulheres obesas na pós- menopausa foram acompanhadas por 16 semanas de treinamento resistido. Os resultados demonstraram aumento significativo (aproximadamente 4%) da TMR e da massa muscular em ambos os grupos de obesas e não-obesas (Ryan e colaboradores1995). Além disso, as pessoas obesas obtiveram redução significativa da massa corporal, massa gorda e percentual de gordura, indicando que o exercício resistido pode ser um importante componente integrado a programas de emagrecimento em mulheres pós-menopausa. Esse estudo acrescenta um aspecto importante na literatura ao demonstrar que o treinamento resistido acompanhado de redução na massa corporal não resultou em redução da TMR. Corroborando esse resultado, foi encontrado aumento de 7,7% da TMR em homens idosos com um protocolo similar ( Pratley e colaboradores1994). Entretanto, alguns autores (Ballor e colaboradores 1996) analisaram os efeitos de 12 semanas (3 x por semana) de exercício aeróbio e resistido no peso corporal, composição corporal e TMR em 18 idosos (aproximadamente 61 anos) que tiveram redução da massa corporal de 9Kg com ± 1kg em 11 semanas. Os resultados indicaram que nenhum dos dois tipos de exercício conseguiu reverter a diminuição da TMR de aproximadamente 15% (260 kcal/dia) ou a oxidação de gordura como consequência da redução da massa corporal anterior. Da mesma forma, dois grupos de mulheres não-obesas foram treinadas. Um grupo com exercício resistido e outro com exercício aeróbio por seis meses. O gasto file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br Rafael Destacar Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br Cursos Online Grátis? Acesse: www.pensarcursos.com.br energético diário foi mensurado 10 dias após os seis meses. Concluiu-se que os benefícios do treinamento físico no aumento do gasto energético são primariamente decorrentes do efeito do exercício e não de elevação crônica do gasto energético diário em mulheres não-obesas (Poehlman e colaboradores 2002). Contudo, deve-se ressaltar que os dados sobre os efeitos do treinamento em longo prazo sobre a TMR são contraditórios. Isso pode ser devido ao fato de ser difícil quantificar o tempo exato da recuperação de um treinamento prévio, quando se pretende mensurar apenas o efeito crônico do treinamento, excluindo o efeito agudo da última sessão (para não superestimar a TMR). file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br file:///C:/Users/adria/Downloads/www.pensarcursos.com.br
Compartilhar