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Desistência voluntária, arrependimento eficaz e posterior e crime impossível

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DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: 
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
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O agente que iniciar a realização de uma conduta típica pode interromper a sua execução voluntariamente (desistência voluntária), que é impunível. Essa impunidade decorre do interesse da política criminal em estimular a não consumação do crime, sendo uma possibilidade de sair da esfera da ilicitude e retornar ao mundo lícito. Embora a execução do crime tenha se iniciado, o agente não a leva adiante. Na desistência voluntária, o agente muda o seu propósito por vontade própria, na desistência forçada, o agente não leva o crime adiante devido as dificuldades de se prosseguir, sendo o caso da tentativa punível. A desistência não precisa ser espontânea, basta ser voluntária, sendo irrelevante ao direito penal essa diferença. 
No caso do arrependimento eficaz, o agente, após esgotar todos os meios necessários e suficiente que dispunha, se arrepende e evita que o resultado aconteça, ele pratica uma nova atividade para evitar que o resultado ocorra. O arrependimento só será eficaz se houver êxito da atividade impeditiva do resultado, tendo o agente que responder pelo crime caso ele não consiga evitar a sua consumação, mesmo no caso em que a vítima contribui para tal consumação. No entanto, o agente poderá eventualmente se beneficiar por uma atenuante genérica, por conta do arrependimento. Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz, o agente responde pelos atos já praticados que constituem crime (tentativa qualificada), ou seja, ambos os institutos excluem somente o crime mais grave. 
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ARREPENDIMENTO POSTERIOR: 
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
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O arrependimento posterior é causa obrigatória de redução de pena, fundamentada em razões de política criminal e relacionada a fins preventivos especiais. Seus requisitos objetivos são: o crime deve ser praticado sem violência ou grave ameaça, deve haver reparação de dano e restituição de coisa, que deve ser realizado até o momento da denúncia ou queixa. Possui apenas um requisito subjetivo, o ato voluntário do agente. 
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CRIME IMPOSSÍVEL (OU TENTATIVA INIDÔNEA): 
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
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O crime só será impossível se a ineficácia do meio empregado para produzir um resultado seja absoluta, no caso de ela ser relativa, o entendimento é de que haverá tentativa punível. O crime também será impossível se o objeto for completamente impróprio para a realização do crime visado. É o caso, por exemplo, das manobras abortivas feitas em mulheres não gravidas, o que configura crime impossível. Quanto a punibilidade do crime impossível, existem três teorias:
A teoria subjetiva acredita que a intenção do agente é o suficiente. Apesar de toda tentativa ser inidônea, uma vez que não alcança o resultado esperado, ela deve ser apreciada segundo a avaliação do agente da ação, e não de acordo com a realidade dos fatos. A teoria objetiva é a teoria adotada pelo Código Penal. Para ela, no crime impossível não há os elementos objetivos da tentativa e o bem jurídico não está em situação de perigo, portanto não há tentativa e o agente não deve ser punido. Existe também a teoria sintomática. Para esta, se durante a realização de conduta do agente (mesmo na tentativa inidônea) a sua periculosidade for relevada, ele deverá ser punido. 
O crime putativo é aquele existente somente na cabeça do agente, quando ele erroneamente acredita estar praticando uma conduta típica, quando na verdade a conduta é atípica. Como o crime só existe na cabeça do agente ele não será punido. Quando falamos na figura do agente provocador, este existe somente no caso do flagrante provocado. O flagrante preparado ocorre quando o agente, por iniciativa própria, concebe a ideia do crime, passa por suas fases preparatórias e executórias e só não consuma o crime por causa da autoridade policial acionada previamente que o prende em flagrante. A presença da força policial é uma circunstancia alheia à vontade do agente. No caso do flagrante provocado, o agente que delinque é provocado por um agente provocador, normalmente um agente policial. O crime é impossível pois o agente não teve qualquer possibilidade de êxito. O flagrante forjado é aquele em que a autoridade policial “cria” provas de um crime não existente. É um caso lamentável da rotina policial que ocorre com muito mais frequência do que se imagina.

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