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Fibromialgia: Síndrome de Sensibilização Central

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Medicina – 5°P | Larissa Marzagão Ferreira 
 
 
 
→ A fibromialgia se caracteriza pela queixa de 
dor musculoesquelética crônica (superior a 
três meses), generalizada (acomete as porções 
superior e inferior do corpo, bilateralmente), 
que em geral se acompanha de outros 
sintomas somáticos. 
 
→ Nenhuma causa anatômica é identificada. 
 
→ Tem que ter 4 a 5 regiões acometidas com 
duração de mais de 3 meses. 
• A dor pode ser contínua, intermitente ou 
em crises, a intensidade também pode 
variar. Geralmente, o paciente procura 
ajuda com a dor fica mais intensa e 
limitante. 
 
→ Sintomas somáticos: dor muscular, síndrome 
do cólon irritável, fadiga/cansaço, problema de 
raciocínio/memória, fraqueza, cefaleia, 
dor/cólicas abdominais, 
dormência/formigamento, tonteira, insônia, 
depressão, constipação, dor no quadrante 
superior do abdome, náusea, nervosismo, dor 
torácica, borramento visual, febre, diarreia, 
xerostomia, prurido, chiado, fenômeno de 
Raynaud, urticária, zumbido no ouvido, 
vômitos, pirose, aftas orais, disgeusia, 
convulsões, xeroftalmia, dispneia, inapetência, 
rash/fotossensibilidade, fragilidade capilar, 
queda de cabelos, disúria/polaciúria, espasmos 
vesicais. 
 
→ Fibromialgia NÃO é um diagnóstico de 
exclusão e não são necessários exames 
complementares. 
 
• Exames laboratoriais e radiográficos 
devem ser solicitados de forma bastante 
criteriosa durante a investigação do 
paciente, única e exclusivamente para a 
identificação de eventuais 
comorbidades associadas, que inclusive 
podem estar “desencadeando” a 
fibromialgia. 
 
• Não existe exame complementar que 
confirme o diagnóstico da doença. 
 
→ Os tender points, quando presentes, não 
refletem a existência de inflamação tecidual – 
são apenas pontos de maior sensibilidade 
álgica. 
 
• É POSSÍVEL DAR UM DIAGNÓSTICO DE 
FIBROMIALGIA SEM DEMONSTRAR A 
PRESENÇA DE TENDER POINTS. 
 
f
 
 
→ A doença é mais comum em mulheres com 
idade entre 35-55 anos. 
 
→ Risco aumenta cerca de 8,5 vezes caso haja 
parente de primeiro grau com a doença. 
 
→ 50% de risco genético e 50% de risco 
ambiental. 
 
• Fatores ambientais: perdas, traumas, 
estresse, má adaptação, sofrimento. 
 
 
Medicina – 5°P | Larissa Marzagão Ferreira 
 
 
→ Postula-se que sua origem seja multifatorial, 
com predisposição poligênica. Alguns 
pacientes abrem o quadro após um nítido fator 
precipitante, como infecção viral, trauma físico 
ou estresse emocional. 
 
→ É uma síndrome de sensibilização central 
(SSC): resposta anormal aos estímulos 
periféricos em decorrência de uma 
hiperexcitabilidade neuronal, causando, no 
caso da FM, dor inadequadamente amplificada. 
 
→ Estímulos internos nociceptivos focais podem 
ativar um processo espinhal de sensibilização 
central que produz dor espontânea e evoca 
sintomas que estendem além da região da 
injúria. 
 
→ Não é uma doença somática, a dor é real. 
 
→ Há uma disfunção no sistema 
somatossensorial e um processamento 
anormal da dor, com diminuição do sistema 
inibitório descendente da dor, hiperatividade 
do sistema nervoso simpático e déficit de 
adaptação a sobrecargas físicas ou psíquicas. 
 
→ Um estudo realizado com SPECT (exame de 
neuroimagem “funcional”) demonstrou 
hipofluxo sanguíneo no tálamo e outras 
estruturas implicadas na modulação central 
da dor. O achado de níveis reduzidos de 
cortisol livre urinário e a fraca resposta do 
cortisol à estimulação com ACTH sugerem um 
possível defeito no eixo hipotálamo-adrenal 
como parte dos mecanismos fisiopatológicos. 
 
→ A depleção de serotonina faz aumentar, no 
sistema nervoso central, os níveis de substância 
P, um neurotransmissor importante para a 
sensibilidade dolorosa. 
 
• Nos distúrbios do sono, na depressão e na 
fibromialgia, existe uma provável 
alteração de neurotransmissores no 
SNC, com redução dos níveis de 
serotonina e aumento da concentração 
de substância P, levando a um estado de 
hipersensibilidade à dor. Esse mecanismo 
fisiopatológico também explicaria a 
cefaleia tensional, bastante comum em 
pacientes com fibromialgia. 
 
 
→ Dor difusa, envolvendo regiões axiais e 
periféricas do corpo. 
 
→ A dor é mal caracterizada (dor cansada, 
queimação, pontada, peso, formigamento). 
 
→ Sensação subjetiva de edema e parestesias. 
 
→ Cefaleia é outra queixa muito comum. Pode 
ser do tipo enxaqueca, tensional ou, então, do 
tipo mista. 
 
→ Alterações do ritmo intestinal e dor 
abdominal em cólica também são frequentes, 
compondo a síndrome do cólon irritável. 
 
→ O sono é não reparador, há fadiga, prejuízo de 
concentração, atenção, memória, motivação e 
análise lógica. 
 
→ Distúrbios do humor (ansiedade, depressão, 
TOC, síndrome do pânico). 
 
→ O exame físico tem dois objetivos básicos: 
afastar outras doenças reumáticas e revelar a 
presença de tender points. 
 
→ Tender points: palpação desses pontos deve 
ser feita com a polpa do polegar, com força 
suficiente para alterar a coloração da unha de 
rosa para branca e, caracteristicamente, 
desencadeia uma dor intensa de origem 
muscular e/ou aponeurótica. 
 
 
→ Não há sinais de sinovite, tenossinovite ou 
tendinite no exame. A força muscular está 
normal e o exame de sensibilidade e de 
reflexos tendinosos não revela alterações 
sugestivas de neuropatia periférica ou 
radiculopatia. 
Medicina – 5°P | Larissa Marzagão Ferreira 
 
 
→ Outra característica no exame físico é o achado 
de “nódulos musculares”, que são pontos de 
consistência aumentada nos músculos, 
geralmente coincidentes com os tender points, 
em razão de espasmo muscular 
 
→ . Pode haver hipersensibilidade cutânea, além 
de dermografismo e hiperemia reativa ao 
estímulo cutâneo. 
 
→ Diagnóstico diferencial: artrite reumatoide, 
lúpus eritematoso sistêmico, polimialgia 
reumática e hipotireoidismo (todas podem se 
manifestar, inicialmente, com dor 
musculoesquelética generalizada), miosites 
(manifestando-se com mialgia e fraqueza 
muscular proximal), a síndrome de Sjögren, as 
neuropatias periféricas, as radiculopatias e a 
miastenia gravis. 
 
 
→ 3 pilares: reabilitação, medicação e educação. 
 
→ O primeiro passo terapêutico consiste em 
esclarecer o paciente quanto à real natureza 
de seu problema, de modo que ele 
compreenda que o mesmo não representa um 
distúrbio meramente “psicológico”. 
 
→ O afastamento temporário do trabalho pode 
ser benéfico em alguns casos, mas o objetivo 
principal sempre deve ser o restabelecimento 
de uma função laborativa plena. 
 
→ Fatores agravantes de caráter emocional 
podem ser manejados com auxílio da terapia 
cognitivocomportamental, que é 
comprovadamente benéfica. 
 
→ Reabilitação individualizada: fisioterapia, 
hidroginástica, pilates, academia, funcional, 
acupuntura, TCC, meditação. 
 
→ Analgésicos simples: dipirona e paracetal. 
 
→ Opioides (não podem ser usados 
continuamente): codeína, tramadol, morfina, 
oxicodona, metadona, fentanil, meperidina, 
buprenorfina. 
 
→ IRSN: duloxetina e venlafaxina. 
 
• Excelente opção para tratamento de dor 
crônica + humor deprimido + déficit de 
atenção/cognição. Pouca ação no sono. 
 
• EC: náusea, vômito, tontura. 
 
→ Antidepressivos não seletivos: imipramina, 
amitriptilina (25mg), cloimipramina, 
nortriptilina (padrão ouro para tratamento de 
depressão associada à dor crônica). 
 
• EC: boca seca, tremores, constipação, 
taquicardia, hipotensão ortostática, 
visão turva, sonolência, em idosos 
(delirium, confusão, retenção urinária). 
 
• CI: bloqueios cardíacos, arritmias, 
glaucoma. 
 
→ Anticonvulsivantes: pregabalina e 
gabapentina (ganho de peso e melhora no 
sono), topiramato (lentificação motora), 
lamotrigina, carbamazepina, fenitoína. 
 
→ Outros: 
 
• Miorrelaxantes: ciclobenzaprina, 
carisoprodol, tizanidina, baclofeno. 
• Neurolépticos:clorpromazina. 
• Indutores de sono: zolpidem. 
• Inibição da recaptação de serotonina: 
trazodona (fraco efeito anti-
histaminérgico, cuidado com priprismo e CI 
em arritmias).

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