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Resumo - Fibromialgia

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Medicina UFPE CAA – Jenneph Félix 
Fibromialgia 
 
 
 
Segundo o Colégio Americano de Reumatologia (1990) 
→ dor ampla pelo corpo, bilateral, acima e abaixo da 
linha da cintura, envolvendo o esqueleto axial. 11/18 
pontos especificados. Obs.: 1 Os critérios são de 
classificação e não de diagnóstico, daí esses tais de 
critérios podem ser usados como uma “lista de sinais e 
sintomas”. Pontos anatômicos (bilaterais): inserção do 
músculo occipital, ponto médio do trapézio superior, 
acima da borda medial da escápula na origem do 
músculo supraespinal, face anterior do espaço entre os 
processos transversos de C5 a C7, junção 
constocondral da segunda costela, dois centímetros 
distalmente ao epicôndilo lateral do cotovelo, 
quadrante superior externo do músculo glúteo médio, 
posterior à proeminência do grande trocânter do 
fêmur, coxim gorduroso do joelho pouco acima da 
interlinha articular medial. 
 
→ Os critérios mais recentes (2010) eliminam a 
necessidade de pontos hipersensíveis e concentram-se 
nos sintomas clínicos de dor disseminada e sintomas 
neuropsicológicos. Ver tabela 2 
 
 Índice de dor difusa ≥ 7 
 Escala de Gravidade ≥ 5 
 Ou 
 Índice de dor difusa entre 3 e 6 
 Escala de Gravidade ≥ 9 
Obs.: 2Pacientes também podem apresentar outros 
pontos dolorosos para além dessas localizações. 3 Nem 
sempre o paciente preencherá todos os critérios. 
 
A fibromialgia pode ser desencadeada por condições 
infecciosas, metabólicas ou psiquiátricas. É a 
enfermidade reumática mais frequente. Acomete 
principalmente as mulheres 9M:1H. Os sintomas se 
manifestam principalmente entre os 30 e 50 anos e não 
é uma doença ocupacional. 
 
Manifestações Clínicas 
 
Definição → síndrome de dor e dolorimento à 
palpação, generalizada e associada à rigidez articular, 
fadiga e distúrbio do sono. Tais sintomas ocorrem em 
75% dos pacientes, mas nem sempre se manifestam 
simultaneamente no mesmo indivíduo. 
Normalmente o início dos sintomas é insidioso, dor 
relatada como queimação, peso, contusão ou 
exaustão, frequentemente se inicia na nuca, no 
pescoço e nos ombros. É comum certa dificuldade de 
localizar a dor, sendo as localizações mais comuns na 
coluna cervical, torácica, lombar, cintura escapular e 
pélvica. 
Associada à dor há queixas de rigidez articular 
sobretudo pela manhã de curta duração, geralmente 
por períodos inferiores a 15 minutos. A fadiga ocorre 
em quase todos os pacientes, notada pela manhã e no 
final do dia, sendo referida como dor física e psíquica. 
Há queixas concomitantes de astenia, mal-estar, 
“sensação de resfriado”, redução da libido e “fraqueza 
muscular” – sem ser evidenciado no exame físico. 
Outra alteração é a sensação de edema articular, 
mesmo não notada no exame físico, o que pode induzir 
a enganos no diagnóstico diferencial com artrite 
reumatoide. 
No aparelho digestivo → variação de constipação 
intestinal (maioria dos pacientes) à diarreia. Há 
também queixas de náuseas, vômitos, dor epigástrica 
e flatulência. 
Outras alterações possíveis → hipersensibilidade 
alimentar, reações alérgicas a medicamentos, sinusites 
crônicas, disúria, urticária, prurido, disfunção 
temporomandibular, síndrome da dismenorreia 
primária, etc. Os pacientes com fibromialgia também 
podem preencher critérios para a síndrome das pernas 
inquietas e sono com distúrbios da respiração. 
 
Obs: 4 A fibromialgia pode se associar a qualquer 
doença sistêmica. 5 Quando não há os pontos gatilhos 
pode haver dor muscular difusa nos grupos musculares 
e NÃO se pode excluir o diagnóstico de fibromialgia. 
 6As parestesias não evidenciarão queixas 
neurológicas. 
 
Medicina UFPE CAA – Jenneph Félix 
 
Considerações psicossociais → Os sintomas da FM são 
exacerbados durantes os períodos de estresse real ou 
percebido. Ansiedade, depressão, dificuldade de 
concentração e irritabilidade também são comuns no 
paciente com fibromialgia. A compreensão dos 
estressores ajuda no tratamento do paciente. 
 
A fibromialgia é responsável por perdas de dias de 
trabalho, perda de emprego e troca de profissão. 
 
Diagnóstico diferencial → É amplo. Ex: polialgia 
reumática, artrite inflamatória, hepatite C, infecção 
por HIV, doença de Lyme, doença degenerativa 
articular/coluna/discal, hipo ou hipertiroidismo, 
esclerose múltipla, entre outras. 
 
Exames laboratoriais 
Os laboratoriais e radiográficos apresentam resultados 
normais na FM. Os exames visam descartar outros 
diagnósticos e avaliar os geradores de dor ou condições 
comórbidas. 
Após avaliação completa, NÃO se recomenda a 
repetição dos exames sem uma mudança 
sintomatológica do paciente. 
 
Fisiopatologia 
 
Várias origens foram postuladas, como a muscular, a 
genética, da hipervigilância, etc. 
Genética → É provável que vários genes contribuam. 
Tais genes parecem atuar nas vias que controlam às 
respostas a dor e ao estresse. Exames psicofísicos 
realizados em pacientes com FM demonstraram 
alterações do processamento aferentes sensorial da 
dor e comprometimento do controle inibitório nocivo 
descendente, com hiperalgesia e alodinia. Há uma 
ativação das regiões cerebrais envolvidas na 
experiência da dor em resposta a estímulos que são 
inócuos percebida por meio de RM em paciente com 
FM. 
Hipervigilância → A dor causa hipervigilância, um 
estado de atenção devido ao medo de ter ou mesmo 
de sentir a dor (ou após evento traumático). Essa 
situação poderia ser a causa constante da dor em 
paciente com FM, além da não adaptação ao convívio 
com a dor (vale lembrar da modulação da dor que 
acontece no tálamo). 
Além disso, pacientes depressivos apresentam uma 
redução do limiar da dor. O tratamento da FM 
constitui-se também com o uso de antidepressivos. 
Origem Neurofisiológica → Cinco modelos sugeridos 
para as possíveis causas da FM 
• Distúrbio do sono → perturbações no sono 
profundo estão relacionados a gravidade da 
dor e não com a síndrome da dor em si. Essa 
interrupção do sono prejudica a liberação do 
hormônio do crescimento que é benéfico para 
a homeostase muscular. 
• Distúrbio da Modulação da dor → é o que mais 
explica a variabilidade de sintomas presentes. 
Os distúrbios estão associados a alterações nos 
níveis de medula (sensibilização central a 
estímulos não nociceptivos), tronco encefálico 
(distúrbio no Sistema Inibitório Descendente 
da Dor) e cérebro (baixa concentração da 
dopamina – analgésico natural). 
• Distúrbio no eixo Hipotálamo Hipófise 
Suprarrenal → um estresse crônico 
desencadeia um excesso de cortisol no corpo 
conduzindo a um desequilíbrio do eixo HHS e 
uma inibição à resposta ao estresse. Pacientes 
com síndrome do estresse pós-traumático e 
com depressão apresentam baixos níveis de 
cortisol e os mesmos resultados foram 
observados em pacientes com FM. A relação, 
porém, entre FM e o cortisol dependeria, 
portanto, de uma comorbidade como a 
depressão. 
• Distúrbio do Sistema Nervoso Autonômico → 
O sistema NA é responsável pela homeostase 
do corpo. Nas pessoas com FM haveria um 
desequilíbrio entre o ramo simpático e o 
parassimpático, como maior ativação do 
primeiro durante o sono. 
• Desequilíbrio neuroendócrino 
 
 
Tratamento não farmacológico 
 
• Meta → melhoria da qualidade de vida, não 
eliminação da dor. Deve-se não incentivar 
consultas médicas frequentes e incentivados 
os comportamentos direcionados para uma 
melhoria da função. 
Medicina UFPE CAA – Jenneph Félix 
• Aplicar tratamento multidisciplinar 
• Estratégias → condicionamento físico, 
iniciando com exercícios anaeróbicos de baixo 
nível, seguido de musculação, após alcance das 
metas aeróbicas. Melhoramento da função 
física como relaxamento, ioga, tai chi. Pode-se 
também lançar mão de estratégias cognitivo-
comportamentais como a higienização do 
sono. 
• Abordagens terapêuticas → acupuntura, yoga, 
meditação, hidroginástica. 
 
Abordagem farmacológica 
• Não existe proposta de tratamento padrão 
outro 
• Tratar qualquer condição desencadeante 
comórbida. 
• Os glicocorticoides ouos AINEs podem ser 
usados em situação de desencadeantes 
inflamatórios. As abordagens mais funcionais 
são dirigidas para as vias aferentes ou 
descentes de dor. 
• Os analgésicos opioides podem agravar a 
situação → associados a hiperalgesia induzida 
por opioides. 
• O uso de um único agente para tratar mais de 
um sintoma. Ex: efeito analgésico + promoção 
de sono, uso de amitriptilina. 
Agentes efetivos: 
- Antidepressivos: inibidores da recaptação da 
serotonina-norepinefrina: amitriptilina, 
Duloxetina, Milnaciprana 
- Anticonvulsivantes: ligantes da subunidade 
alfa-2-delta dos canais de cálcio regulado por 
voltagem: Gabapentina, Pregabalina.

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