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Adenocarcinoma de esôfago está relacionado a metaplasia de Barrett por conta do tipo celular ali presente, há substituição do epitélio escamoso do esôfago pelo epitélio colunar (tecido de mesma origem embrionária). Esse tipo de neoplasia é comumente encontrado nas porções do esôfago mais próximas do estômago, relacionado a área da cárdia. O carcinoma de células escamosas está relacionado ao epitélio normal do esófago. Geralmente, ocorre nas porções mais altas do esôfago. Melena: sangue digerido nas fezes, procurar a hemorragia no TGI alto. No início da metaplasia, os sintomas diminuem, pois o epitélio colunar/caliciforme é mais competente para lidar com o ácido da DRGE. O epitélio esofágico normal lida bem com a abrasão dos alimentos, mas não com ácido. A parte mais proximal e a mais distal do esôfago conta com glândulas submucosas que secretam mucina e bicarbonato para tentar ajudar nessa parte. No caso da metaplasia de Barret, o epitélio caliciforme intestinal é mais competente para lidar com a abrasão desse ácido estomacal, assim, a doença continua acontecendo e é “silenciada”, ao menos no início. A progressão da DRGE é: DRGE → metaplasia de Barret → adenocarcinoma de esôfago. Odinofagia já é sintoma de câncer. Considerações Gerais: - Causa mais comum de esofagite; - O epitélio pavimentoso esofágico é sensível ao pH ácido; - O que previne o refluxo é a manutenção do tônus do esfíncter EEI e a perda desse tônus é a principal causa da doença; - DRGE é uma condição clínica relacionada a esofagite por refluxo retrógrado de conteúdo gastroduodenal; - O refluxo pós prandial é normal; - É um problema de nível mundial e está relacionado a diversas variáveis, como elitismo, tabagismo, obesidade, hábito alimentar (comer muito e ir dormir/deitar) etc. Etiopatogenia: O aumento da pressão intra-abdominal (que pode ser por por obesidade, gestação, retardo de esvaziamento gástrico, tosse repetida, esforço excessivo) Álcool, tabaco. OBS: Bolo alimentar no esôfago → liberação de acetilcolina → receptores M1, M3 e M5 → contração da musculatura lisa → passagem do bolo no esôfago até o estômago → faz pressão no esfíncter → músculo estriado esquelético do esfíncter relaxa (pela ação ACh também). Hiperestimulação vagal → causada por distensão gástrica, estresse. Isso causa uma “frouxidão” do esfíncter. A hérnia de hiato: o fundo gástrico sobe pelo hiato, faz uma protusão para a região torácica e isso faz com que o esfíncter não feche. Essa hérnia de hiato pode ser genética, o maior fator de risco é a obesidade. Tudo isso causa uma condição de inflamação no esôfago. Causa uma esofagite erosiva ou não erosiva. Aspectos Clínicos: Pirose (azia) e regurgitação (queimação desde o epigástrico até a base do pescoço) → sintomas mais comuns; Dor retroesternal, disfagia (principalmente para alimentos sólidos), tosse, asma, pneumonia de repetição e rouquidão → sintomas menos comuns. Aspectos morfológicos: Presença de hiperemia, visível na endoscopia. FIGURA 17-5 Esofagite. A, Esofagite de refluxo com eosinófilos intraepiteliais dispersos e leve expansão da zona basal. B, A esofagite eosinofílica é caracterizada por diversos eosinófilos intraepiteliais. A maturação escamosa anormal também é visível. Presença de infiltrado inflamatório com presença de linfócitos reativos e de células polimorfonucleares, sobretudo eosinófilos e neutrófilos. Ocorre uma sobreposição, a esofagite é crônica, porém, há presença dos polimorfonucleares, células inflamatórias agudas, uma vez que ocorre erosão (perda de continuidade do epitélio). Hiperplasia de células da camada basal, por conta da inflamação crônica, surge como uma tentativa de recuperar aquele tecido que está sendo agredido. Espongiose (edema intra e extracelular) e alongamento das papilas. É normal uma mudança de epitélio na transição do esôfago para o estômago. O epitélio do estômago é mais avermelhado e mais aveludado. Classificação de Los Angeles: Quanto maior o grau, as lesões vão se juntando. Entre 40 e 60 anos; Maior prevalência em homens em uma proporção de 3H:1M; Fatores de risco incluem: Esofagite de refluxo (DRGE) – com prevalência de 10% Epitélio normal → agressão → epitélio modificado (metaplasia intestinal, presença de epitélio colunar no esôfago distal); Mede-se a circunferência para classificar: A progressão disso é uma displasia, lesão pré neoplásica. Ela já precisa ser tratada para não progredir para uma neoplasia. Patogênese: 1. Célula adulta → agressão → epitélio gástrico → continuidade na agressão/inflamação crônica → epitélio intestinal (via direta); 2. Célula escamosa → processo inflamatório crônico → célula regride para uma menos diferenciada → inflamação persiste → células transicionais → inflamação persiste → epitélio intestinal (via de desdiferenciação); 3. Célula escamosa → inflamação crônica → alteração do fator de transcrição (do p63 p/ o SOX9) → célula tronco se reprograma para o tipo gástrico → inflamação persiste → epitélio intestinal. (reprogramação das células progenitoras). Morfologia: Lesões em forma de línguas ou placas avermelhadas aveludadas que se estendem da região gastroduodenal. O epitélio metaplásico é amarronzado, enquanto que o epitélio esofágico normal é pálido. Esôfago de Barrett. A, Junção gastroesofágica normal. B, Esôfago de Barrett. Note as pequenas ilhas de mucosa escamosa residual pálida, dentro da mucosa de Barrett. C, Aparência histológica da junção gastroesofágica no esôfago de Barrett. Note a transição entre a mucosa escamosa esofágica (à esquerda) e a metaplasia de Barrett, com células caliciformes metaplásicas abundantes (à direita). Graus: A displasia já é uma lesão invasiva precursora neoplásica. Nela, observa-se mitoses apítipicas, cromatina agrupada irregularmente, relação núcleo-citoplasma aumentada, células não maduras. Displasia em esôfago de Barrett. A, Transição abrupta da metaplasia de Barrett para displasia leve (seta). Note a estratificação nuclear e a hipercromasia. B, Irregularidades arquiteturais, incluindo glândula-dentro de glândula ou cribriforme, observadas em displasia de alto grau. Atinge mais homens do que mulheres; Atinge o terço distal do esôfago e pode invadir a cárdia; A proporção é de 7H:1M; Esôfago de Barrett é o principal fator de risco; A neoplasia pode se infiltrar difusamente, ulcerar ou invadir profundamente. Câncer esofágico. A, O adenocarcinoma geralmente ocorre distalmente e, conforme nesse caso, com frequência envolve a cárdia gástrica. B, O carcinoma de células escamosas frequentemente ocorre na parte intermediária do esôfago, onde em geral causa um estreitamento. Patogênese: Alguns sorótipos de Helicobacter pylori estão associados à diminuição do risco de adenocarcinoma esofágico, pois eles causam atrofia gástrica, a qual, por sua vez, resulta na redução da secreção ácida e refluxo, e uma incidência reduzida do esôfago de Barrett. Portanto, as taxas reduzidas de infecção por Helicobacter pylori também podem ser um fator na incidência do aumento do adenocarcinoma esofágico. → direto do Robbins. Mutações/iniciação: Inativação de p53; Supressão de CDKN2A; Essas lesões são de displasia de alto grau; Mutações/promoção: EGFR; ERBB2; MET; Ciclina D1 e E Já é um adenocarcinoma invasivo. Mutações/progressão: Supressão de Faz; Supressão de E-caderinas; Superexpressão de TWIST (EMT) – confere caráter invasivo. Morfologia micro: Bem diferenciado → ainda vemos estrutura que assemelha-se a uma glândula e apresenta projeções, papilas, em direção ao ducto da glândula em um primeiro momento de atividade invasiva. Nos mais indiferenciados (médio) --. Estrutura que mimetiza gândula, porem, no interior, há bastante secreção, material amorfo, rosado= mucina. Presença de mucina caracteriza diferenciação. Moderadamente diferenciado: Presença de tecido fibroso Melema, odinofagia, hematêmese, perda de peso considerável. Ainda mais agressivo do que o adeno, mais invasivo, tem mais angiogênese, sangra mais, faz fístula. Relacionado ao tabagismo e etilismo; Origina das células da mucosa normal do esôfago; Localiza-se no terço médio e proximal do esôfago; Mais prevalente em adultos e homens em uma proporção de 4H:1M; Principais fatores de risco: tabagismo e etilismo. Estudos demonstram que a associação de tabagismo e etilismo é o que determina o aparecimento do CEC. Patogênese: Displasia escamosa/carcinoma in situ → carcinoma invasivo; Progressão da displasia/carcinoma in situ p/ carcinoma invasivo se dá pelo aumento de transcrição SOX2 (faz a multiplicação de células tronco), aumento da expressão de ciclina D1 e diminuição da expressão de p53 e NOTCH e de E- caderinas.
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