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ARTIGO_2021 1_(ENSAIOSALTATENSAO)_LUCAS_CARVALHO_FREITAS

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2
 Lucas Carvalho de Campos Freitas. Autor
Ensaios elétricos de alta tensão
Resumo — Ensaios em laboratórios de alta tensão comumente são realizados para determinação da suportabilidade dielétrica externa e interna dos equipamentos que serão instalados no sistema elétrico de potência. Para a padronização e normalização destes ensaios nos diferentes laboratórios foram criadas normas com os requisitos necessário para testar a conformidade desses equipamentos. Os parâmetros de ensaios devem ser medidos de acordo com os requisitos normalizados e estar dentro de incertezas aceitáveis. Uma fonte significativa de incerteza está associada à adequação do tipo de sistema de medição e instrumento utilizado no ensaio. Para uma análise correta e apresentação dos resultados é necessário que o sistema de medição e o instrumento sejam capazes de indicar parâmetros de acordo com a norma ABNT NBR IEC 60060-1/2013, “Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Parte 1, conforme cada tipo de ensaio CA, CC ou impulsos.
PALAVRAS CHAVES – ALTA TENSÃO, ENSAIOS, MEDIÇÃO, NORMAS
I. INTRODUÇÃO
A
 suportabilidade dos equipamentos elétricos é normalmente verificada com a execução de ensaios elétricos previstos em normas. Os resultados destes ensaios servem para verificar se os níveis de isolamento dos equipamentos estão de acordo com os projetos de isolamentos, os quais são feitos levando em consideração os níveis de sobretensão esperadas em uso normal. 
Do ponto de vista prático, em todas as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no setor elétrico brasileiro há registo de diversas ocorrências de falhas e perdas de equipamentos, estas falhas envolvem risco elevado de acidentes envolvendo vidas humanas e causam, entre outros inconvenientes, interrupções no fornecimento de energia, além de custos desnecessários para reparo.
Tem sido crescente então o interesse na criação de sistemas para o monitoramento e diagnóstico de equipamentos em alta tensão de forma que se consiga ter informações e traçar uma previsibilidade a respeito do funcionamento de qualquer tipo de material. 
Neste trabalho entenderemos a respeito dos ensaios realizados em equipamentos de alta tensão além das grandezas e dos conceitos envolvidos em cada operação.
II. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Nesta parte do artigo apresento um resumo a respeito da base teórica necessária para se entender os diversos tipos de ensaios que são realizados em alta tensão. Abrangendo conceitos de campo elétrico, física, impulsos de tensão, alta tensão em corrente alternada além das técnicas em ensaios em laboratórios.
III. CONCEITOS E TÉCNICAS PARA MEDIÇÃO EM ALTA TENSÃO
Para ser realizado um ensaio em alta tensão, é necessário haver a integração de diversos recursos técnicos que requerem estudos específicos, envolvendo desde a geração dessa tensão até a medição dela. Engenheiros e técnicos devem ter em mente estes recursos além de saber integrá-los na hora da realização de um experimento.
Acima de certos valores de tensão (>1KV) até a casa dos MV (Mega Volts) é necessária a atenuação da tensão em níveis que possam ser medidos diretamente pelos instrumentos. A redução do sinal deve ser fiel e deve ser observado fatores como a segurança dos operadores, entre outros. As formas de onda abordadas a seguir se referem a ATCA e ATCC, e a fontes de impulso de tensão, todas utilizadas em laboratórios de alta tensão para avaliação do comportamento dielétrico dos equipamentos utilizados em sistemas elétricos de potência.
IV. SISTEMA DE MEDIÇÃO
Pode-se dizer que a parte mais importante de um ensaio é a medição, a partir dela serão obtidos os resultados, e uma medição com baixos índices de incerteza, garante uma confiabilidade maior do ensaio.
Um sistema de medição necessita estar aprovado para ser utilizado em ensaios, para isto, deve ser avaliado sempre com todos os seus componentes conectados. Um sistema de medição aprovado para impulso pleno de AT deve ter incerteza da medição menor que 3% para amplitudes e 10% para tempo. Para medição de ATCA a incerteza da medição de amplitude deve ser menor que 3%
Um sistema de medição é divido em três partes, um exemplo é mostrado na Figura 1.
Figura 1- Exemplo de um sistema de medição de alta tensão
Na figura 1, temos um dispositivo de conversão composto por um divisor de tensão, um sistema de transmissão feito através da conexão de um cabo coaxial ou, de fibra óptica, e por fim um sistema de medição de fato, que é feito através de um instrumento indicador no exemplo um osciloscópio.
V. ENSAIOS DE ALTA TENSÃO
De acordo com as normas regulamentadoras no brasil, os ensaios mais comuns em alta tensão e que será dado mais detalhes são os ensaios de tensões suportáveis de curta duração a seco e sob chuva, tensão suportável induzida, medição da capacitância, tensão suportável de impulso atmosférico com ondas plenas e cortadas.
VI. GERADOR DE ALTA TENSÃO 
Geradores de alta tensão são, geralmente, utilizados em laboratórios para ensaios em alta tensão. Estes ensaios são realizados em diversos equipamentos tais como transformadores, capacitores, buchas de isolamento, cabos etc. e servem para verificar o isolamento destes equipamentos quando submetidos a condições de alta tensão, para confirmar a confiabilidade de suas características.
Os ensaios podem ser do tipo tensão suportável, que é quando se deseja ensaiar a isolação de um objeto para obter a tensão que ele suporta, descarga disruptiva que é o ensaio onde se deseja prever o valor de tensão onde o objeto falhará.
VII. FONTES DE TENSÃO ATCA
Para medição de ATCA os dispositivos de conversão normalmente utilizados são: transformadores de potencial (indutivo e capacitivo) e divisores de tensão. Os componentes e as características principais destes sistemas são apresentadas a seguir. Considerando que o objetivo principal dos ensaios de alta tensão são testar as capacidades dielétricas dos equipamentos, os transformadores não precisam ter uma potência elevada, alguns mA de corrente são suficientes. 
VIII. DIVISOR DE TENSÃO
Um dos componentes do sistema de medição citado é o divisor de tensão, constituído pela associação de um conjunto RC. É o divisor de tensão que conecta o sistema de mediação à alta tensão. O divisor não deve interferir no ensaio então tem-se uma impedância na unidade de alta tensão. Sua classificação é feita através do tipo de impedância de alta tensão e depende do tipo da tensão que será medida.
Figura 2- Circuitos simplificados de divisores de tensão
Figura 3- Transformador monofásico
IX. FONTE DE IMPULSO DE TENSÃO 
Em sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica, os problemas mais frequentes causados nas linhas são devidos a variações de tensões que excedem consideravelmente o valor de pico nominal normal. 
O gerador de impulso, como sugere, gera impulsos de tensão para ensaios dielétricos. O circuito de um estágio de impulso está apresentado na figura 5, onde R1 é a resistência de frente, R2 a resistência de cauda, C1 a capacitância de cada estágio, C2 a capacitância do objeto de ensaio e SG é o centelhador de disparador do gerador.
Figura 4- Gerador de impulso
Figura 5- Estágio do gerador de impulso
O princípio de funcionamento do gerador consiste em carregar os capacitores C1 em paralelo, através de uma fonte de corrente contínua com tensão na ordem de 200kV, que é também a tensão nominal do estágio do gerador.
A tensão máxima aplicada então no objeto de ensaio, será, então a soma dos valores de tensão dos estágios individuais, a menos das perdas do próprio gerador. Essas perdas costumam ser de 5 a 15%.
Os valores das resistências de frente e de cauda servem para ajustar o tempo e a forma de onda do impulso de tensão. 
X. IMPULSO DE TENSÃO ATMOSFÉRICA
Descargas atmosféricas é um fenômeno natural, popularmente conhecido como raio, este que é baseado em um impulso de corrente de grande intensidade e curta duração que pode atingir a terra em alguns casos.
Os impulsos atmosféricos são representados por uma onda comtempos de frente e meio valor padronizados pela IEC. Conhecida como ‘1,2/50’ a forma de onda de um impulso atmosférico tem um tempo de frente de 1,2us e tempo de cauda de 50us.
Figura 6- Forma de onda de impulso atmosférico
XI. IMPULSO DE MANOBRA
Semelhante aos impulsos atmosféricos, o impulso de manobra também é representado por uma onda com respectivos tempos de frente e de meio valor, também padronizados pela IEC.
Estes impulsos ocorrem devido a manobras ou chaveamentos realizados no sistema elétrico durante uma manutenção ou religamento de linhas de transmissão, podendo a sobretensão atingir amplitudes de até quatro vezes mais que a nominal.
A forma de onda tem seu tempo de frente de 250us, e tempo até meio valor de 2500us, conhecido como 250/2500, nas normas ABNT.
XII. SOBRETENSÕES 
Uma sobretensão pode ser definida como qualquer tensão entre fase e terra, ou entre fases, cujo valor de crista excede o valor de crista deduzido da tensão máxima do equipamento (Un*2 /3 ou Un*2, respectivamente). Entende-se por tensão máxima de um equipamento, a máxima tensão de linha eficaz que pode ser mantida em condições normais de operação, em qualquer instante.
As sobretensões podem ser classificadas de acordo com a forma da sobretensão, sua duração, seu efeito sobre a isolação ou sobre o dispositivo de proteção em:
a. Sobretensões temporárias:
Caracterizada por uma sobretensão de frequência fundamental de duração relativamente longa. Pode originar-se de faltas, operações de chaveamento (como por exemplo rejeição de carga), condições de ressonância, não linearidades ou por uma combinação dessas.
b. Sobretensões transitórias:
Caracterizada por uma sobretensão de curta duração, de alguns milissegundos ou menos, oscilatória ou não oscilatória, usualmente fortemente amortecida
Para minimizar o efeito das sobretensões de manobra nas redes elétricas de alta tensão, são utilizados dispositivos de controle de sobretensões, tais como:
Resistores de pré-inserção: usados para reduzir sobretensões em manobras de energização e religamento de linhas (no fechamento). Também são aplicados na redução da amplitude das tensões de restabelecimento transitórias de disjuntores (se utilizados na abertura);
Para-raios: para impedir sobretensões superiores àquelas para os quais os equipamentos foram projetados.
XIII. COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO
O nível de isolamento de um equipamento é o conjunto de tensões suportáveis nominais, aplicadas ao equipamento durante os ensaios e definidas em norma específica para esta finalidade, que define sua característica de isolamento. As tensões definidas em norma, a serem aplicadas nos ensaios para comprovar o nível de isolamento de um equipamento, são as seguintes: tensão suportável estatística (ou convencional) de impulso de manobra (ou atmosférica), tensão suportável nominal à frequência industrial de curta duração e tensão suportável nominal de impulso de manobra (ou atmosférico).
Denomina-se coordenação de isolamento o conjunto de procedimentos utilizados para a especificação de equipamentos, que tem por objetivo fundamental a redução, a um nível econômico e operacionalmente aceitável, da probabilidade de falhas nos equipamentos, tendo em vista as solicitações que podem ocorrer no sistema e as características dos dispositivos de proteção. Os equipamentos apresentam uma característica muito importante com relação à coordenação de isolamento que é a suportabilidade, definida como sendo a propriedade de um isolamento de se opor a descargas disruptivas. A suportabilidade depende do tipo de solicitação aplicada ao equipamento e de características inerentes ao próprio isolamento do equipamento.
XIV. CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS
Ensaios de tipo: os ensaios de tipo têm por finalidade comprovar que um equipamento ou material possui um determinado conjunto de características nominais a ele atribuídas. Eles são efetuados em amostras representativas devidamente identificadas. Estes ensaios são realizados em aparelho novo e são objeto de relatório que deve conter todos os requisitos que permitam identificar a amostra ensaiada. Além disso, os relatórios devem identificar as normas utilizadas em sua realização e, por fim, que o equipamento satisfez as exigências dessas normas. Em relação aos equipamentos de AT, as cláusulas comuns estão definidas na norma IEC 60694 e ABNT NBR IEC60694/2006. As exigências específicas para cada equipamento estão definidas nas normas de produtos. Por exemplo, a IEC 62271-102 e a ABNT NBR IEC 62271-102/2006 são para seccionadores AT. A seguir, relacionamos os ensaios de tipo obrigatórios para seccionadores, conforme IEC/ABNT 
Ensaios de rotina: Consiste em um conjunto de ensaios realizados em cada equipamento produzido ou em seus componentes, com objetivo de verificar as características mínimas de qualidade e uniformidade. 
Ensaios de rotina normalmente utilizados:
a. Ensaios dielétricos no circuito principal:
Neste ensaio, geralmente feito no próprio fabricante, um polo do seccionador é submetido à tensão suportável à frequência industrial a seco durante um minuto. O ensaio é feito com seccionador na posição fechada (para terra) e na posição aberta (open-gap).
b. Ensaios dielétricos nos circuitos auxiliares e de controle:
Neste teste, aplica-se 2kV em todos os circuitos auxiliares e de controle do seccionador durante um minuto, para se comprovar o perfeito isolamento para terra dos circuitos e componentes dentro dos armários de comando. Também se verificam todas as fiações, alinhamento e demais detalhes de acordo com projeto aprovado dos painéis.
c. Ensaios de recebimento:
Consiste em um conjunto de ensaios realizados nos equipamentos ou em seus componentes, na presença do comprador ou representante, com o objetivo de verificar a conformidade dos resultados obtidos com os valores garantidos pelo fabricante.
XV. REQUISITOS GERAIS DOS PROCEDIMENTOS DE ENSAIO
Os procedimentos aplicáveis aos tipos particulares dos objetos sob ensaio, por exemplo forma da tensão a ser usada, polaridade, número de aplicações e o intervalo entre aplicações, devem estar estabelecidos nas normas específicas do objeto que está a ser ensaiado, observando os seguintes fatores
a. Exatidão desejada dos resultados;
b. Natureza aleatória do fenômeno de descarga e a influência da polaridade e da forma de tensão nas características medidas;
c. Possibilidade de degradação progressiva de isolação devido a aplicações repetidas de tensão.
O objeto sob ensaio deve estar completo, com todos os acessórios essenciais para o ensaio, e deve ter recebido o tratamento de produção normal de qualquer equipamento similar. As características de descarga disruptiva de um objeto sob ensaio podem ser afetadas pelas condições gerais dele por exemplo, sua distância a objetos vizinhos, sua altura em relação ao solo e a posição do condutor de alta tensão. 
Em ensaios sob chuva ou sob poluição ou sob outras circunstâncias tais que a distribuição de tensão no objeto sob ensaio e o campo elétrico nos seus eletrodos energizados se tornem suficientemente independentes das influências externas.
No caso de ensaios com corrente alternada ou impulso de manobra de polaridade positiva acima de 750kV (valor de crista), a influência de estruturas vizinhas pode ser considerada desprezível.
XVI. ENSAIOS DE TIPO MAIS COMUNS PARA HOMOLAGAÇÃO DE UM PRODUTO
a. Mecânicos: O ensaio é realizado em umas das classes M0, M1 ou M2, para 1.000, 2.000 ou 10.000 ciclos de operação e, além disso, há aplicação de cargas mecânicas para simular os efeitos dos esforços nos terminais da chave, vento etc.
b. Dielétricos: tensão suportável a 60HZ, a seco e sob chuva. Impulso atmosférico. Impulso de manobra a seco e sob chuva (Equipamentos acima de 362 KV).
c. Corrente: medição da resistência de contatos. Elevação de temperatura. Corrente de curto-circuito e valor de crista da corrente de curto-circuito.
XVII. ENSAIOS A SECO
Salvo indicado em contrário nas normas específicas do objeto sob ensaio, os ensaios devem ser realizados à temperatura ambiente e o procedimentopara aplicação de tensão deve ser como especificado nas normas regulamentadoras, o objeto deve estar seco e limpo.
XVIII. ENSAIOS SOB CHUVA
O método de ensaio sob chuva tem como foco simular o efeito da chuva natural sobre a isolação externa. É recomendado para todos os tipos de tensão de ensaio e em todos os tipos de equipamentos.
XIX. ENSAIO COMBINADO DE TENSÃO
Um ensaio combinado de tensão é aquele no qual duas fontes separadas geram tensões com relação ao potencial de terra e as aplicam a dois terminais do objeto sob ensaio. Nesses casos pode haver qualquer combinação de impulso, tensão contínua ou alternada. A tensão de ensaio é caracterizada pelo seu valor, tempo, forma, valor de crista e polaridade de cada componente. Quando os ensaios combinados de tensão são realizados em equipamentos de manobra com o objetivo de simular condições em que um terminal na posição aberta, está energizado com a tensão especificada de frequência industrial e o outro terminal é submetido a uma sobretensão de impulso atmosférico ou de manobra. 
O valor da tensão de ensaio (U) é a máxima diferença de potencial entre os terminais energizados do objeto sob ensaio.
XX. ENSAIO DE TENSÃO ALTERNADA (60Hz)
O ensaio de determinação da tensão suportável com tensão alternada é feito elevando-se, de modo constante e sem interrupção, a tensão até o momento da descarga completa do dielétrico. Após cada descarga, espera-se um minuto para aplicar novamente a tensão. O valor a ser considerado deve ser medido no instante imediatamente anterior ao da ocorrência da descarga disruptiva pelo osciloscópio. Para isto, é preciso que a fonte seja desligada imediatamente após a descarga de forma que o osciloscópio registre pelo menos três ciclos antes do instante da descarga, inclusive. A determinação da tensão disruptiva assegurada para 60Hz é feita pela média aritmética da tensão obtida em 10 aplicações, corrigida para as condições atmosféricas padrão.
XXI. ENSAIO DE IMPULSO ATMOSFÉRICO
Esses ensaios são exigidos para todas as tensões nominais. São efetuados somente a seco. Conforme ABNT/IEC, uma série de 15 impulsos é aplicada para cada configuração de ensaio e para cada polaridade. Para equipamentos de tensão nominal superior a 245 kV, os ensaios entre contatos abertos são aplicados em um terminal à tensão de impulso atmosférico e no terminal oposto à tensão à frequência industrial. 
Critério para aprovação – O equipamento é aprovado nos ensaios de tensão suportável de impulso atmosférico se atende às condições a seguir: 
a. O número de descargas disruptivas não deve passar de duas durante cada série de 15 impulsos. 
b. Nenhuma descarga disruptiva deve ocorrer na isolação não autorrecuperaste.
O método consiste na aplicação de impulsos de mesma forma e valores de crista diferentes. O ensaio é iniciado com a aplicação de um impulso que provoque descarga disruptiva no objeto ensaiado, o valor do impulso seguinte deve reduzido de 3% em relação ao valor anterior, devido à ocorrência da descarga. Caso o impulso aplicado não provoque descarga disruptiva o valor de tensão do impulso seguinte deverá ser 3% maior do valor aplicado anteriormente. São aplicados 30 impulsos em cada 16 polaridade, positiva e negativa, seguindo essa regra de mais ou menos 3% e a tensão U50% é obtida pela média dos valores obtidos em cada polaridade.
Figura 7- Tensão suportável de impulso atmosférico
ENSAIO DE IMPULSO DE MANOBRA
Esses ensaios são exigidos para tensões nominais superiores a 245 kV. Eles são efetuados a seco e sob chuva para as duas polaridades de tensão. Conforme ABNT/IEC, uma série de 15 impulsos é aplicada para cada configuração de ensaio. Para seccionadores e disjuntores previstos para aplicações especiais, uma segunda série de ensaios deve ser efetuada com um terminal submetido ao impulso de manobra e o borne oposto à tensão à frequência industrial. Critério para aprovação – O critério de aprovação nesse ensaio é o mesmo que para os ensaios de tensão de impulso atmosférico.
Figura 8- Ensaio de impulso de manobra
XXII. PRINCIPAIS LABORATÓRIOS NO BRASIL E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
a. Laboratório CEPEL
No brasil temos os laboratórios da CEPEL estes que realizam ensaios em dielétricos e suportam pesquisas de desenvolvimento em equipamentos e componentes para sistemas de até 800kv.
Na década de 1990, foi desenvolvida, nesse laboratório, tecnologia LPNE para a construção de linhas de transmissão com potência natural elevada, uma das grandes conquistas da tecnologia brasileira para o setor elétrico. Tal tecnologia é especialmente adequada para transmitir grandes blocos de energia elétrica a longas distâncias, com um mínimo de perdas.
b. Laboratório da Universidade de São Paulo (USP)
O Laboratório de Alta Tensão possui pessoal qualificado e infraestrutura para submeter equipamentos e materiais elétricos a sobretensões de impulso atmosférico, de manobra e em frequência industrial 60 Hz.
Emprega técnicas e equipamentos para diagnóstico e avaliação da integridade das características dielétricas e suportabilidade do sistema de isolação de equipamentos de alta tensão e materiais isolantes.
Figura 9- Instalações dos laboratórios de Alta tensão da USP
XXIII. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
· gerador de impulsos 15 estágios, 3000kV e 225kJ
· gerador de impulsos 14 estágios, 1400kV
· transformadores ligados em cascata, com tensão de saída até 1000kV, 100kVA
· transformador com tensão máxima de saída até 30kV, 150kVA
· transformador com tensão máxima de saída até 120kV, 10kVA
· aparelho de medição de radiointerferência (RIV)
· equipamento detetor de descargas parciais
· ponte para medição de capacitância e fator de dissipação dielétrica tipo Schering
· capacitor padrão 30 kV
· capacitor padrão 500 kV
· capacitor de acoplamento 400 kV
· capacitor de acoplamento 100 kV
· sistema digital de medição de impulsos de 10 bits
· sistema digital de medição de impulsos de 12 bits
· divisores de tensão e medidores apropriados
Escopo de ensaios e serviços
· calibração e/ou comparação de sistemas de medição de alta tensão
· tensão suportável de impulso atmosférico (1,2/50µs) até 2.000 kV
· tensão disruptiva de impulso atmosférico a 50 % (1,2/50 µs) até 2.000 kV 
· impulso de manobra até 1.300 kV 
· tensão suportável em 60 Hz até 800 kV a seco e sob chuva 
· tensão disruptiva em 60 Hz até 800 kV a seco e sob chuva 
· medição da tensão de radiointerferência (RIV)
· medição do fator de dissipação dielétrica (tangente delta)
· medição de capacitância e tangente delta
· medição da intensidade de descargas parciais 
· medição da corrente de fuga 
· corona visual
· distribuição de potencial em cadeia de isoladores
XXIV. CONCLUSÃO 
Este trabalho consolida os aspectos que envolvem os ensaios elétricos em equipamentos de alta tensão de acordo com as normas regulamentadoras em rigor no Brasil, que possui a principal aplicação na verificação das condições de suportabilidade do isolamento dos equipamentos elétricos de alta tensão, quando submetidos a esforços dielétricos padronizados, de acordo com a norma ABNT NBR IEC 60060-1, sendo importante estudar estes temas para o possível desenvolvimento de novos equipamentos além de entender possíveis eventos transitórios relacionados a alta tensão, estes transitórios citados originam-se através dos diferentes tipos de sobretensões abordados no artigo nas linhas de transmissão.
Com este trabalho é possível concluir a importância e a relevância dos estudos sobre alta tensão afim de evitar possíveis desastres elétricos, desde falhas de equipamentos individuais acarretando desligamento do fornecimento de energia até a perdas humanas.
XXV. REFERÊNCIAS 
[1] FRONTIN, Sergio (Org.). EQUIPAMENTOS DE ALTA TENSÃO Prospecção e Hierarquização de Inovações Tecnológicas. 1 ed. 2013.
[2] FILHO, João Mamede. Manual de Equipamentos Elétricos (4a. Ed.)., f. 344. 1999. 687 p.
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6936:TÉCNICAS DE ENSAIOS EM ALTA TENSÃO 
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBRIEC 60060:TÉCNICAS DE ENSAIOS ELÉTRICOS 
[5] CUNHA, Mayara. IMPULSO ATMOSFÉRICO EM LABORATÓRIO: APLICAÇÃO MEDIÇÃO E INTERPRETAÇÃO. 2014 Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
[6] DONIZETE, José Antônio. ANÁLISE DO MÉTODO DE ACRÉSCIMO E DECRÉSCIMO PARA ENSAIOS DE IMPULSO: SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL. 1987 Tese (Engenharia Elétrica) - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS.
[7] ALVES DA SILVA, LEONARDO. MONITORAMENTO E DIAGNÓSTICO DE BUCHAS DE ALTA TENSÃO. RIO DE JANEIRO, 2007 Trabalho de Conclusão de Curso (ENGENGARIA ELÉTRICA) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
[8] REIS, Lineu Belico dos. Geração de energia elétrica. Editora Manole, v. 3, 2015.
[9] GANIM, Antonio. Setor elétrico brasileiro: aspectos regulamentares e tributários. Editora Canalenergia, f. 128, 2002. 255 p.

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