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Parasitologia - Têniase e Cisticercose

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Isabella	Rousso	
	
	
	
	
	
Teníase 
Filo:	Plathyhelminthes	
Classe:	Cestoda	
Ordem:	Cyclophilida	
Família:	Taeniidae	
Espécies:	Taenia	solium/	Taenia	saginata	
	
Dentro	da	família	Taeniidae,	há	características	em	comum:	o	corpo	é	em	
formato	de	fita,	são	hermafroditas,	possuem	ciclo	heteroxênico	
(necessitam	de	um	hospedeiro	intermediário)	e	sem	sistema	digestório.		
	
Morfologia	
• Corpo	achatado	em	forma	de	fita,	dividido	em	três	regiões:	
escólex	(cabeça)(fixação	do	cestódeo	à	mucosa	do	intestino	
delgado),	colo/pescoço	(zona	de	crescimento	do	parasito	ou	de	
formação	das	proglotes)	e	estróbilo	(formado	por	proglotes).	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Parasitologia 
Isabella	Rousso	
-	Proglotes:	São	unidades	que	à	medida	que	vão	se	desenvolvendo	e	
chegam	ao	auge	de	sua	evolução,	se	destacam	do	corpo	do	verme,	
carreando	com	eles	os	ovos.	São	chamadas	de	proglotes	grávidas	e	pode,	
ser	visíveis	nas	fezes,	vestimentas	ou	região	perianal	do	hospedeiro,	dando	
a	possibilidade	de	um	diagnóstico	correto.	Dentro	desses	ovos,	há	um	
embrião	que	se	desenvolverá	e	dará	origem	a	cisticercos.	As	proglotes	se	
diferenciam	entre	as	duas	espécies	de	tênia.	
o As	proglotes	da	Taenia	saginata	são	eliminadas	no	intervalo	entre	as	
defecações	(7	a	10	por	dia).	São	mais	longas	e	suas	ramificações	são	
dicotômicas,	ou	seja,	de	seu	eixo	principal	partem	dois	eixos	
secundários.	
o As	proglotes	da	Taenia	solium	saem	do	corpo	do	hospedeiro	
misturadas	às	fezes	ou	logo	após	a	defecação	(3	a	6	por	dia)	e	
podem	passar	despercebidas	pois	os	anéis	saem	junto	com	as	fezes.	
São	mais	curtas	e	suas	ramificações	são	dendríticas,	ou	seja,	do	eixo	
principal	sem	ramificações	são	desorganizadas,	em	quantidades	
menores	e	diferentes	em	cada	eixo.	
	
	
-	Habitat	
o As	formas	adultas	dos	cestódeos	vivem	no	tubo	digestivo	
(intestino	delgado)	do	hospedeiro	definitivo.	Elas	necessitam	
viver	no	intestino	porque	não	possuem	aparelho	digestivo,	
logo	possuem	grande	dependência	metabólica.	
o O	parasita	capta	grande	parte	dos	nutrientes	dos	alimentos	
ingeridos	pelo	hospedeiro,	logo,	o	hospedeiro	mesmo	se	
alimentando	bem,	não	possui	uma	boa	nutrição	ou	ganho	de	
peso.	
o As	formas	larvais	vivem	em	tecidos	diversos	dos	hospedeiros	
intermediários	(porco/bovino)	
Isabella	Rousso	
Tênias 
Tênia solium 
• É	a	única	capaz	de	causar	cisticercose	em	humanos.	
• 2-3	metros	em	média	e	pode	chegar	a	8-9.	
• Vivem	em	torno	de	2-3	anos.	
• Hospedeiro	natural:	suínos	
• Pode	usar	hospedeiros	intermediários	de	forma	acidental:	primatas,	
cães	e	humanos.	
• Possuem	4	ventosas	de	fixação	com	coroa	de	ganchos,	podendo	
gerar	sangue	nas	fezes		
• O	paciente	contaminado	pode	passar	por	um	processo	de	auto	
infecção	interna	ou	externa,	em	que	os	ovos	permanecem	no	
organismo	dele,	ou	a	partir	de	maus	hábitos	de	higiene	os	ovos	
retorno	via	oral.	Logo,	ele	pode	ter	tanto	teníase	quanto	cisticercose.	
	
	
Tênia saginata 
• Pode	chegar	a	14	metros	de	comprimento	
• Possui	a	cabeça	quadrangular	
• A	cabeça	possui	4	ventosas	
• Hospedeiro	intermediário:	bovino	
• Não	possui	coroa	de	ganchos	
• Tem	um	colo/pescoço	mais	longo	
	
Isabella	Rousso	
	
Ciclo biológico 
	De	cada	ovo	eclode	uma	oncosfera	que	podem	permanecer	viáveis	no	solo	
por	um	ano.	No	estômago	do	porco	ou	do	boi,	a	oncosfera	vai	ser	ativada,	
resistindo	 ao	 suco	 gástrico	 graças	 a	 sua	 casca	 estriada.	 Chegando	 no	
intestino	delgado,	o	suco	intestinal	fragmenta	a	casca	dos	ovos,	liberando	
as	 oncosferas,	 que	 destroem	 o	 epitélio	 intestinal,	 chegando	 ao	 tecido	
conjuntivo	 subjacente	 e	 caem	 na	 corrente	 circulatória.	 Após	 caírem	 na	
corrente	circulatória,	se	instalam	na	musculatura	estriada,	pele,	diafragma	
do	porco	ou	boi.	Assim,	originam-se	o	Cysticerus	cellulosae	ou	Cysticerus	
bovis,	que	sobrevivem	cerca	de	2	anos,	após	isso	elas	calcificam.	A	ingestão	
de	carne	mal	passada	com	cisticercos	faz	com	que	esses	cisticercos	se	fixem	
ao	intestino	e	deem	origem	a	uma	tênia	adulta.	
Isabella	Rousso	
Transmissibilidade:	
-	 Teníase:	 o	 hospedeiro	 definitivo	 (humanos)	 infecta-se	 ao	 ingerir	 carne	
suína/bovina	crua	ou	mal	cozida.	
	
Patogenia	e	Sintomatologia:	
É	a	alteração	causada	pela	presença	da	forma	adulta	das	tenias	no	intestino	
delgado	do	homem.	
	
Ações	do	parasito:		
o Ação	tóxica	alérgica:	o	parasito	vai	despejando	toxinas	no	lúmen	do	
intestino	delgado	diariamente,	que	podem	levar	à	cólicas	intestinais,	
aumento	do	peristaltismo	e	crises	diarreicas,	dificulta	a	absorção	de	
nutrientes,	cefaleias,	náuseas	e	vômitos.	
o Hemorragias:	produzidas	pela	Taenia	solium,	devido	a	sua	coroa	de	
ganchos.	
o Destruição	 de	 epitélios:	 ambas	 as	 tênias	 se	 fixam	 na	 parede	 do	
intestino,	 no	 epitélio	 intestinal.	 Ao	 se	 fixarem,	 a	 peristalse	 tenta	
empurra-las	e	elas	acabam	se	soltando	parcialmente	e	causando	esse	
transtorno.	
o Inflamação.	
o Competição	nutricional.	
	
Sintomas:	
o Tonturas,	pela	ação	tóxica.	
o Náuseas	e	vômitos,	pela	ação	tóxica.	
o Apetite	excessivo,	pela	competição	nutricional.	
o Alargamento	 do	 abdômen	 e	 dores	 abdominais,	 devido	 à	 presença	
física	do	parasito,	pela	ação	mecânica	e	pela	toxicidade.	
o Perda	de	peso,	pela	competição	nutricional.	
	
Epidemiologia	
Fatores	que	influenciam	a	ocorrência:	
o Hábitos	 alimentares:	 alimentação	 com	 carne,	 a	 forma	 com	 que	 se	
come	a	carne.	
o Deficiência	ou	ausência	de	serviços	de	inspeção	de	carne.	
o Condições	precárias	de	higiene	das	propriedades	rurais:	se	o	indivíduo	
defeca	direto	no	solo,	ou	se	as	proglotes	caem	diretamente	no	solo.	
o Criação	extensiva	de	animais:	contaminação	com	fezes	humanas	ou	
proglotes	nas	pastagens.	
Isabella	Rousso	
o Água	 e	 alimentos	 destinados	 à	 alimentação	 humana	 contaminados	
com	 dejetos	 humanas,	 como	 verduras,	 frutas	 e	 legumes,	 onde	
estejam	presentes	os	ovos	das	tênias.	
o Disseminação	de	ovos	de	Taenia	Solium	por	moscas	e	baratas;	elas	
tiram	do	esgoto	os	ovos	e	levam	para	próximo	dos	animais.	
o Acidentes	de	laboratório;	quando	o	sujeito,	eventualmente,	entra	em	
contato	com	os	ovos	da	T.	solium.	
	
Diagnósticos		
Clínico:	através	da	sintomatologia	e	anamnese.	
Laboratorial/parasitológico:	pesquisa	de	proglotes	e	mais	raramente	de	ovos	
nas	fezes.	
Ø As	proglotes	dão	o	perfil	de	que	tênia	o	indivíduo	tem.	
	
Tratamento	
o Niclosamida:	medicamento	 insolúvel	 na	 água	e	não	absorvível	 pelo	
intestino.	Praticamente	não	apresenta	efeitos	colaterais.	É	necessário	
tomar	apenas	líquidos,	desde	a	véspera,	e	2	gramas	de	niclosamida	de	
uma	só	vez	em	jejum	(crianças	tomam	de	1	a	2	gramas),	mastigando	
bem	 os	 comprimidos.	 A	 taxa	 de	 cura	 fica	 em	 torno	 de	 90%	
dependendo	do	grau	de	micronização	do	produto.	
o Praziquantel:	muito	efetivo	no	 tratamento	de	 teníases	mas	por	 ser	
absorvível	pelo	intestino,	é	contraindicado	nos	casos	de	cisticercose,	
que	podem	 ter	 seu	 caso	agravado.	Por	essa	 razão,	é	 recomendado	
para	a	T.	saginata,	na	dose	de	5	a	10mg/kg	de	peso	corporal.	96%	de	
eficácia.	
o Mebendazol:	também	usado	somente	contra	a	T.	saginata,	na	dose	
de	200mg,	duas	vezes	ao	dia,	por	4	dias.	
o Sementes	 de	 abóbora:	 de	 200	 a	 400g,	 sob	 a	 forma	 de	 decocto	 ou	
trituradas	 com	 mel,	 constituem	 um	 tratamento	 tenifugo,	
recomendado	 para	 crianças.	 Além	 de	 matar	 o	 verme,	 promove	 a	
liberação	desse	verme	do	organismo	do	indivíduo.	
	
Obs:	só	a	eliminação	ou	destruição	da	cabeça/escólex	assegura	a	cura.	
Portanto,	 se	 ela	 não	 for	 encontrada	 nas	 evacuações,	 é	 necessário	
aguardar	 cerca	 de	 quatro	 meses	 para	 ver	 se	 as	 proglotes	 não	
reaparecem,	exigindo	novo	tratamento.	
	
	
	
Isabella	Rousso	
Cisticercose 
Transmissão:	
-	Cisticercose	humana:	é	adquirida	pela	ingestão	acidental	de	ovos	viáveis	
da	T.	Solium	que	foram	eliminados	nas	fezes	de	portadores	de	teníase.	
o Auto	infecção	externa:	Quando	o	indivíduo	tem	a	tênia	no	intestino,	
os	 ovos	 são	 eliminados	 do	 seu	 organismo	 e	 por	 maus	 hábitos	 de	
higiene,	esses	ovos	voltampara	o	indivíduo.	
o Auto	 infecção	 interna:	 vômitos	 ou	 movimentos	 retroperistálticos	
fazem	com	que	os	ovos	retornem	ao	estômago.	É	uma	condição	muito	
grave	 pois	 os	 ovos	 da	 T.	 Solium	 no	 estômago	 fazem	 com	 que	 a	
oncosfera	 se	 ative	 e	 que	 entenda	 que	 está	 no	 organismo	 do	
hospedeiro	intermediário,	formando	vários	cisticercos.	
o Heteroinfecção:	 quando	 se	 ingere	 ovos	 vindos	 de	 outra	 pessoa	
contaminando	objetos,	água	ou	alimentos.	
	
Patogenia	e	Sintomatologia:	
-	É	a	alteração	causada	pela	presença	da	 forma	 larvária	da(s)	 tênia(s)	nos	
tecidos	dos	hospedeiros	intermediários	naturais.	
Ø A	 cisticercose	 humana	 é	 provocada	 pelas	 larvas	 (cisticercos)	 da	 T.	
solium,	 que	 parasitam	 o	 homem	 como	 hospedeiro	 intermediário	
natural.	
Ø Em	todo	hospedeiro	acidental,	a	doença	é	mais	grave.	
Ø Enquanto	os	cisticercos	estão	vivos,	há	tratamento	medicamentoso.	
Quando	 eles	 morrem,	 a	 duas	 condutas	 possíveis:	 ou	 um	
procedimento	cirúrgico	para	remoção	ou	o	indivíduo	vai	conviver	com	
eles	caso	não	haja	sintomas,	se	tiver	sintomas,	o	indivíduo	terá	que	
fazer	um	tratamento	paliativo,	usam	dos	medicamentos	relacionados	
àqueles	sintomas.	
	
Patogenia:	as	lesões	mais	graves	estão	relacionadas	a	morte	da	larva,	
ao	processo	inflamatório	e	a	calcificação.	
Sintomas:	dependendo	da	localização	e	da	quantidade	de	cisticercos.	
	
Há	três	categorias	de	cisticercose:	a	neurocisticercose	(relacionada	ao	
sistema	 nervoso	 central	 ou	 periférico),	 a	 oftalmocisticercose	
(relacionada	aos	globos	oculares),	e	a	cisticercose	disseminada	 	 (há	
cisticercos	presentes	na	pele,	na	musculatura	estriada	esquelética,	e	
eventualmente	no	músculo	cardíaco).	Dentre	essas	modalidades,	as	
Isabella	Rousso	
que	 costuma	 favorecer	 o	 diagnóstico	 são	 a	 neurocisticercose	 e	 a	
oftalmocisticercose.	No	 caso	 da	 disseminada,	 se	 a	 apenas	 a	 derme	
afetada	 ou	 a	 musculatura	 estriada	 esquelética,	 O	 sujeito	 não	 terá	
sintomas	 apreciáveis	 para	 diagnóstico,	 que	 costuma	 ser	
negligenciado,	e	ele	viverá	bem	com	esses	cisticercos.	
	
	
Neurocisticercose 
-	A	localização	mais	frequente	dos	cisticercos	é	na	leptomeninge	e	no	
córtex	cerebral.	
-	As	características	mais	marcantes	são:		
o Dores	 de	 cabeça	 com	 vômitos:	 (obs:	 o	 indivíduo	 com	
cisticercose	começa	a	ter	vômitos	e	consequentemente	a	retro-
peristalse,	o	que	faz	com	que	o	quadro	se	agrave	pois	ele	vai	
ingerir	cada	vez	mais	cisticercos).	
o Ataques	epileptiformes.	
o Delírios	e	alucinações.	
o Prostração.	
	
 Outros tipos de cisticercose: 
• Formas	 convulsivas:	 se	 apresentam	 em	 metade	 dos	 casos	 de	
neurocisticercose	e	aparecem	em	adultos	sem	antecedentes	pessoais	
ou	familiares.	Podem	surgir	paralisias,	parecias	e	afasias.	
• Formas	hipertensivas	e	pseudo-tumorais:	hipertensão	intracraniana	e	
sintomas	neuropsíquicos.	O	cisticerco	exerce	sob	seu	hospedeiro	uma	
ação	 mecânica	 compressiva,	 uma	 vez	 que	 ele	 vai	 estar	 se	
desenvolvendo	em	meio	aos	tecidos,	comprimindo-os	e	produzindo	
as	 lesões;	 além	 disso,	 exerce	 uma	 ação	 inflamatória;	 quando	 ele	
morre,	gera	também	uma	ação	tóxica,	que	desencadeia	uma	série	de	
processos.	
-	 Cefaleia	 intensa,	 constante	 e	 com	 paroxismos	 (agravamento)	 aos	
esforços	físicos;		
-	Vômitos	em	jato;	
-		Edema	da	papila,	causando	diminuição	da	visão	e	atrofia	do	nervo	
óptico;	
-	Ataques	epilépticos	e	convulsões;	
-	 Apatia,	 indiferença,	 diminuição	 da	 atenção,	 estado	 de	 torpor	 ou	
agitação	ocasional.	
Isabella	Rousso	
• 	Formas	psíquicas:	as	perturbações	mentais	dominam	o	quadro	ou	são	
as	 únicas	 presentes	 como	 sintomas.	 Elas	 não	 se	 distinguem	 das	
apresentadas	em	outras	psicoses,	como	a	esquizofrenia,	a	mania,	a	
melancolia,	 as	 síndromes	 delirantes	 etc,	 o	 que	 pode	 levar	 à	 uma	
confusão	de	diagnósticos.	
	
• Oftalmocisticercose:	a	localização	na	câmara	anterior	do	globo	coular	
logo	chama	a	atenção	do	paciente;	mas,	na	posterior,	os	sintomas	são	
discretos,	 indolores,	 e	 só	 percebidos	 ao	 interferirem	 com	 a	 visão	
central	ou	periférica.	As	formas	mais	graves	comprometem	a	visão	por	
descolarem	a	 retina	ou	por	opacificarem	os	meios	 transparentes,	e	
também	pode	haver	dor	devido	à	irite.	As	localizações	orbitárias	são	
assintomáticas	 ou	produzem	exoftalmia,	 desvio	 do	 globo	ocular	 ou	
miosite	com	ptose.	
	
• 	Cisticercose	 disseminada:	 a	 presença	 dos	 cisticercos	 no	 tecido	
subcutâneo	 e	 na	 musculatura	 esquelética	 não	 causa	 incomodo	 ou	
produzem	apenas	mialgias,	fadiga	muscular	e	câimbras.	Contudo,	são	
as	 localizações	 no	 sistema	nervoso	 e	 nos	 olhos	 que	 caracterizam	a	
forma	 disseminada	 da	 cisticercose.	 No	 coração,	 podem	 haver	
palpitações,	ruídos	anormais	e	dispneia.	
	
Localização dos cisticercos: 
	
Isabella	Rousso	
o	Só	depois	de	1	a	3	dias	 tendo	ocorrido	a	 infecção	os	ovos	eclodem,	as	
oncosfera	invadem	a	mucosa	intestinal	e	ganham	a	circulação,	indo	para	os	
tecidos.	
o	Na	radiografia	acima,	numerosos	cisticercos	projetam-se	sobre	a	imagem	
do	esqueleto,	muitos	deles	 localizados	na	pele	e	nos	músculos.	É	possível	
visualizar	apenas	os	cisticercos	calcificados,	o	que	traz	um	grande	problema	
para	o	diagnóstico,	uma	vez	que	só	é	possível	tratar	a	cisticercose	de	forma	
medicamentosa	se	houver	a	identificação	do	cisticerco	vivo.	
o	As	localizações	mais	frequentes,	quando	há	raros	parasitos,	são:	
-	 	 Olhos	 e	 anexos:	 cerca	 de	 46%	 dos	 cisticercos	 estão	 localizados	 nessas	
regiões.	
-		Das	localizações	oculares,	60%	ocorrem	na	retina	ou	no	vítreo.	
-	Sistema	nervoso:	cerca	de	41%	dos	cisticercos.	
-	Pele	e	tecido	subcutâneo:	cerca	de	6,3%	dos	cisticercos.	
-	Músculos:	cerca	de	3,5%	dos	cisticercos.	
-	Outros	órgãos:	cerca	de	3,2%	dos	cisticercos.	
	
Diagnóstico da cisticercose: 
Exames	laboratoriais:	
• Exame	 de	 fezes:	 procura-se	 as	 proglotes,	 assim	 como	 na	 técnica	
utilizada	 para	 as	 teníases	 em	 geral.	 Identificando	 uma	 proglote	 de	
Taenia	solium,	já	leva	a	uma	suspeita	maior	de	que	esse	indivíduo,	por	
autoinfecção	 interna	 ou	 externa	 possa	 estar	 desenvolvendo	 uma	
neurocisticercose.	
• Exame	 de	 líquor:	 é	 o	 mais	 informativo,	 visto	 que	 muitas	 vezes	 a	
pressão	está	aumentada	nesse	líquido	cefalorraquidiano,	e	o	exame	
citológico	mostra	aumento	de	proteínas,	hipercitose	moderada	(5-50	
células/mm3),	com	predomínio	de	 linfócitos,	mas	é	a	eosinofilia	no	
líquor	que	tem	alto	significado	diagnóstico;	além	disso,	a	reação	de	
fixação	do	complemento	é	positiva	para	cisticercose	e	as	reações	para	
sífilis	são	negativas.	
OBS:	 a	 eosinofilia	 sanguínea	 está	 muito	 relacionada	 com	 parasitos,	
principalmente	com	os	helmintos.	
• Testes	imunológicos:	
-	Técnica	de	ELISA,	que	mostra	a	sensibilidade	próxima	de	80%.	
	-	A	imunoeletroforese,	recomendada	por	não	apresentar	resultados	
falsos	positivos,	mas	apenas	54	a	87%	dos	positivos.	
-	A	 imunofluorescência	 indireta,	 tida	por	 altamente	específica,	mas	
faltando-lhe	a	sensibilidade.	
Isabella	Rousso	
-	A	sorologia	tem	como	limitação	maior	a	presença	de	anticorpos	que	
nem	sempre	indica	uma	infecção	atual,	
assim	como	não	localiza	os	parasitos	e	pode	dar	reações	cruzadas	com	
outras	cestoidíases.	
	
• Exames	 radiológicos:	 a	 demonstração	 radiológica	 da	 cisticercose	 é	
feita	 pelo	 encontro	 dos	 nódulos	 calcificados,	 com	 aspecto	mais	 ou	
menos	característico,	ou	seja,	quando	os	cisticercos	estão	mortos.	A	
calcificação	só	se	processa	após	a	morte	do	parasito	e	não	em	todos	
os	casos.	As	calcificações	intracranianas	ocorrem	apenas	em	15	a	35%	
dos	pacientes,	sendo,	então,	mais	frequentes	nos	músculos.	
-	 	A	tomografia	computadorizada	fornece	dados	importantes	para	a	
localização	das	lesões	no	sistema	nervoso	central,	tanto	com	parasitas	
vivos	quanto	com	parasitos	mortos.	
	
					A	─	Paciente	com	cisticercos	vivos,	três	dos	quais	situados	nos	lobos	
frontais	(áreas	circulares	claras	e	com	escólex	bem	visível).	
Por	 apresentar	 hipertensãointracraniana,	 foi-	 lhe	 implantada	 uma	
válvula	 de	 derivação	 intraventricular-peritoneal,	 visível	 na	 região	
póstero-lateral	da	cabeça	(lado	esquerdo).	
					B	 ─	 Caso	 com	 vários	 cisticercos	 vivos	 (áreas	 circulares	 claras)	 e							
outros	calcificados	(manchas	negras)	
					C	─	Cérebro	com	um	grande	número	de	cisticercos	calcificados	
	
Isabella	Rousso	
Tratamento da cisticercose: 
	
• A	 neurocirurgia	 pode	 ser	 feita	 quando	 um	 número	 pequeno	 de	
parasitos	e	localização	favorável	para	a	intervenção.	
o	Na	cisticercose	ocular,	a	cirurgia	não	oferece	dificuldades	quando	a	
parasito	 se	 encontra	 na	 câmara	 anterior	 do	 olho,	 ou	 em	 situação	
subconjutival	ou	subcutânea.	No	caso	da	câmara	posterior,	o	caso	já	
é	mais	grave,	tendo	risco	de	comprometer	a	visão.	
• A	 quimioterapia	 é	 feita	 com	 praziquantel	 (contraindicado	 na	
oftalmocisticercose),	 juntamente	 com	 corticoides	 dexametasona	
(para	reduzir	o	processo	inflamatório)	ou	com	albendazol.	
	-	Esses	medicamentos	penetram	rapidamente	no	líquor	e	lentamente	
nos	cisticercos.	
• A	 tolerância	 ao	 tratamento	 é	 boa	 em	 80%	 dos	 casos.	 Nos	 demais,	
aparecem	 sintomas	 atribuídos	 à	 reação	 dos	 aos	 produtos	 dos	
cisticercos	mortos	
• O	 tratamento	 para	 cisticercose,	 seja	 ela	 de	 sistema	 nervoso	 ou	
oftalmológica,	deve	ser	feito	com	o	paciente	internado,	porque	esses	
medicamentos	 podem	 desencadear	 casos	 de	 hipertensão	 aguda	
intracraniana	por	edema	cerebral,	exigindo	cuidados	de	urgência.	
• Pacientes	assintomáticos	ou	com	cisticercos	mortos	não	devem	ser	
tratados.	
	
Profilaxia: 
• A	profilaxia	da	cisticercose	humana	é	essencialmente	a	da	prevenção	
e	do	controle	dos	casos	de	teníase	por	T.	solium.	
-		Os	portadores	de	infecção	por	T.	solium	e	todos	os	casos	suspeitos	devem	
ter	seu	diagnóstico	e	tratamento	assegurado	o	mais	cedo	possível.	
• A	 educação	 sanitária	 deve	 alertar	 as	 pessoas	 para	 o	 perigo	 de	
consumir	 carne	 crua	 ou	mal	 cozida,	 assim	 como	 a	 carne	 que	 não	
passou	 pelo	 controle	 sanitário.	 Além	 disso,	 deve-se	 ensinar	 às	
pessoas	como	reconhecer	a	eliminação	de	proglotes,	a	não	levarem	
a	mão	à	boca	sem	lavá-la	previamente,	lavá-la	após	o	uso	do	sanitário,	
a	higienizarem	bem	as	frutas,	verduras	e	legumes.	
• Lembrar	 que	 as	 mãos	 sujas	 dos	 portadores	 de	 teníase	 e	 certas	
práticas	sexuais	podem	levar	à	ingestão	de	ovos	de	T.	solium	e	causar	
cisticercose	no	portador	da	teníase	ou	em	seus	próximos.

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