Buscar

módulo 1 CIDADANIA AMBIENTAL E PLANETÁRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO DE: 
 
CIDADANIA AMBIENTAL E PLANETÁRIA 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
DORALICE VEIGA ALVES 
JOSÉ CARLOS DOS SANTOS 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
Módulo de: CIDADANIA AMBIENTAL E PLANETÁRIA 
 
Autoria: DORALICE VEIGA ALVES 
 JOSÉ CARLOS DOS SANTOS 
 
 
Primeira edição: 2008 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar 
esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o 
autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, 
beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de 
autenticidade de sua utilização e direitos autorais. 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados 
em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio 
livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
Apresentação 
O módulo começa incentivando a investigação acerca do que compreendemos 
sobre o conceito “cidadania”. Na sequência aplica duas definições divergentes na 
compreensão do respectivo conceito. Adentra, brevemente, nos campos da ética e 
estética – vistas como categorias para se pensar a cidadania. Passando para a 
reflexão acerca dos desejos de cidadania mundial. Depois se encaminha para 
pensar a pobreza como consequência dos problemas ambientais (e vice-versa). 
No trânsito destina espaço de estudo para estimular o pensar sobre como 
combater os mais diversos tipos de pobreza – pelo caminho da cidadania. Por fim, 
destina-se ao estudo do panorama da pobreza e das questões ambientais nos 
recantos mais pobres do mundo – sempre lançando a questão: o que se pode 
fazer? 
Este módulo possui as seguintes características: 
 Textos selecionados pelo viés da (a) fácil compreensão e (b) 
profundidade, que são dispostos para leitura em fragmentos e, na sequência, 
discorrem baterias de exercícios e dicas complementares. 
 O material produzido não serve somente como estudo para o aluno da 
ESAB, mas foi pensado e desenvolvido para que sirva de apoio didático na prática 
cotidiana da Educação ambiental (por isto a opção por uma linguagem clara e 
simples em sua realização). 
 O módulo incentiva a pesquisa e a compreensão do uso da internet como 
forma de conhecer e interagir em rede com instituições e espaços acadêmicos e 
cidadãos que abordam a questão ambiental. Visto também que o uso do 
computador e de textos da internet e das multimídias (e-livros, etc) é um 
componente que devemos incentivar visto a questão da preservação da natureza. 
 
Objetivo 
Incentivar a consciência para o despertar da cidadania ambiental e planetária. 
 
Ementa 
O que é cidadania; movimentos pela cidadania planetária; experiências nacionais 
de cidadania planetária. 
 
Sobre o Autor 
Doralice Veiga Alves: 
 Mestre em Serviço Social (PUC-SP); 
 Bacharel em Serviços Social (UFES). 
José Carlos dos Santos: 
 Doutorando em Ciências da Religião (PUC-SP); 
 Licenciado em filosofia (PUC-MG); 
 Sócio-fundador da Associação Brasileira de Serviço Social Ecológico 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 3 
OBJETIVO .............................................................................................. 4 
EMENTA ................................................................................................. 4 
SOBRE O AUTOR .................................................................................. 4 
SUMÁRIO ............................................................................................... 5 
UNIDADE 1 ............................................................................................. 8 
Imaginário pessoal acerca da Cidadania ............................................................. 8 
UNIDADE 2 ...........................................................................................13 
O que as pessoas falam sobre a cidadania ....................................................... 13 
UNIDADE 3 ...........................................................................................15 
Todo mundo deve ser cidadão? Devemos lutar para conquistar a cidadania?.. 15 
UNIDADE 4 ...........................................................................................18 
Conceito de Cidadania Planetária ..................................................................... 18 
UNIDADE 5 ...........................................................................................23 
Repensando o conceito de Cidadania Planetária .............................................. 23 
UNIDADE 6 ...........................................................................................25 
A Ética como impulso para as ações de cidadania ............................................ 25 
UNIDADE 7 ...........................................................................................28 
A Estética como impulso para as ações de cidadania ....................................... 28 
UNIDADE 8 ...........................................................................................30 
Os desejos de cidadania mundial- I ................................................................... 30 
UNIDADE 9 ...........................................................................................33 
Os desejos de cidadania mundial - II ................................................................. 33 
UNIDADE 10 .........................................................................................34 
O que é pobreza ................................................................................................ 34 
UNIDADE 11 .........................................................................................36 
As causas da Pobreza ....................................................................................... 36 
UNIDADE 12 .........................................................................................40 
A Pobreza gera problemas ambientais .............................................................. 40 
UNIDADE 13 .........................................................................................43 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza econômica ....................... 43 
UNIDADE 14 .........................................................................................47 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza econômica. ............................ 47 
UNIDADE 15 .........................................................................................50 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza social................................ 50 
UNIDADE 16 .........................................................................................54 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza social. .................................... 54 
UNIDADE 17 .........................................................................................57 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza material. ........................... 57 
UNIDADE 18 .........................................................................................63 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza material. ................................ 63 
UNIDADE 19 .........................................................................................66 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza energética (ou espiritual). 66 
UNIDADE 20 .........................................................................................69Estudo de caso: projetos de combate à pobreza energética (ou espiritual)....... 69 
UNIDADE 21 .........................................................................................72 
Parecer crítico das formas de combate à pobreza: tema para Fórum ............... 72 
UNIDADE 22 .........................................................................................73 
Como o meio ambiente afeta a pobreza. ........................................................... 73 
UNIDADE 23 .........................................................................................77 
Como o meio ambiente afeta a pobreza: questões para fixação. ...................... 77 
UNIDADE 24 .........................................................................................79 
Panorama sócio-ambiental da América Latina .................................................. 79 
UNIDADE 25 .........................................................................................85 
Exemplificando a Cidadania Planetária na América Latina ................................ 85 
UNIDADE 26 .........................................................................................86 
Panorama sócio-ambiental da África ................................................................. 86 
UNIDADE 27 .........................................................................................92 
Exemplificando a Cidadania Planetária na África .............................................. 92 
UNIDADE 28 .........................................................................................93 
Panorama socioambiental da Ásia .................................................................... 93 
UNIDADE 29 .........................................................................................99 
Exemplificando a Cidadania Planetária na Ásia. ............................................... 99 
UNIDADE 30 .......................................................................................100 
Exemplos de construção de ações cidadãs: tema para fórum. ........................ 100 
GLOSSÁRIO.......................................................................................105 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................106 
 
 
 
UNIDADE 1 
Imaginário pessoal acerca da Cidadania 
Objetivo: Despertar a mente para o estudo do conceito Cidadania. 
Seja muito bem-vindo ao estudo deste módulo que quer, sobretudo, ampliar a 
nossa compreensão sobre o que vem a ser cidadania. 
Cidadania é uma palavra que está na boca do povo. Qualquer um fala e a usa. 
Entretanto: o que é cidadania? E, sobretudo, devemos levantar neste nosso 
estudo a seguinte questão: o que é cidadania planetária? 
Garanto-lhe que o assunto é extremamente agradável e útil e sei que você muito 
dele se aproveitará em seu trabalho junto aos seus destinatários. Muito bom 
estudo é o que lhe desejo. 
Mas, antes de iniciarmos o conteúdo específico, apresentaremos o objetivo geral e 
uma breve exposição do que tanto abordará este módulo. 
O nosso objetivo geral é incentivar a consciência para o despertar da cidadania 
ambiental e planetária. 
O nosso módulo começa incentivando a investigação acerca do que 
compreendemos sobre o conceito “cidadania”. Na sequência aplica duas 
definições divergentes na compreensão do respectivo conceito. Adentra, 
brevemente, nos campos da ética e estética – vistas como categorias para se 
pensar a cidadania. Passando para a reflexão acerca dos desejos de cidadania 
mundial. Depois se encaminha para pensar a pobreza como consequência dos 
problemas ambientais (e vice-versa). No trânsito destina espaço de estudo para 
estimular o pensar sobre como combater os mais diversos tipos de pobreza – pelo 
caminho da cidadania. Por fim, destina-se ao estudo do panorama da pobreza e 
das questões ambientais nos recantos mais pobres do mundo – sempre lançando 
a questão: o que se pode fazer? 
Uma observação: 
Como todos os módulos pertencentes ao programa de Educação Ambiental 
Urbana, este possui as seguintes características: 
- Textos selecionados pelo viés da (a) fácil compreensão e (b) profundidade, que 
são dispostos para leitura em fragmentos e, na sequência, discorrem baterias de 
exercícios e dicas complementares. 
- O material produzido não serve somente como estudo para o aluno da ESAB, 
mas foi pensado e desenvolvido para que sirva de apoio didático na prática 
cotidiana da Educação ambiental (por isto a opção por uma linguagem clara e 
simples em sua realização). 
- O módulo incentiva a pesquisa e a compreensão do uso da internet como forma 
de conhecer e interagir em rede com instituições e espaços acadêmicos e 
cidadãos que abordam a questão ambiental. Visto também que o uso do 
computador e de textos da internet e das multimídias (e-livros, etc) é um 
componente que devemos incentivar visto a questão da preservação da natureza. 
 
 
Muita atenção! 
Agora, uma observação válida para a leitura de todos os textos selecionados 
neste nosso módulo: 
As referências bibliográficas das citações encontram-se na página virtual 
BIBLIOGRAFIA. As citações no corpo deste módulo vêm sinaladas por um 
asterisco (*) – solicito que você se dirija à página virtual para conferir, por 
unidades, o que foi lançado. 
Cite exemplos de como as pessoas exercem/ou não a sua cidadania nos espaços 
abaixo levantados. E procure dar uma justificativa para o que faz, no seu 
entendimento, que uma pessoa exercite/ou não no respectivo espaço a cidadania. 
CIDADANIA FAMILIAR 
Como se exercita Como se omite 
* 
* 
* 
* 
* 
* 
Questões: 
Existe esta cidadania? 
O que a caracteriza? 
Como ela funciona? 
 
 
Reprodução 
 
CIDADANIA RELIGIOSA 
Como se exercita Como se omite 
* 
* 
* 
* 
* 
* 
Questões: 
Existe esta cidadania? 
O que a caracteriza? 
Como ela funciona? 
 
CIDADANIA COMUNITÁRIA 
Como se exercita Como se omite 
* 
* 
* 
* 
* 
* 
Questões: 
Existe esta cidadania? 
O que a caracteriza? 
Como ela funciona? 
 
CIDADANIA POLÍTICA 
Como se exercita Como se omite 
* 
* 
* 
* 
* 
* 
Questões: 
Existe esta cidadania? 
O que a caracteriza? 
Como ela funciona? 
 
 
 O que estes conceitos acima lhe fazem pensar? Por exemplo: existem diversos 
âmbitos para se pensar o conceito cidadania? Cidadania se refere somente à 
esfera social-política ou vai além dela? 
É possível não ser cidadão na família, na igreja... 
Como se estruturam as mais diversas facetas da cidadania? 
Qual adjetivo você aplicaria para ajudar a conceituar cidadania? Explique o 
uso deste. 
 
 
Obs.: Não se esqueça de que todas estas atividades servem como estudo para 
você e dinâmica a ser aplicada na comunidade, escola... 
UNIDADE 2 
O que as pessoas falam sobre a cidadania 
Objetivo: Levantar opiniões sobre o que é cidadania. 
Em um Fórum On-line realizado pela “Aprende Brasil” discutindo “O que é 
Cidadania” os participantes foram apresentando suas opiniões. 
De modo geral, numa dinâmica ou em um trabalho de educação ambiental sempre 
comece a atividade perguntando aos seus destinatários como eles precisam 
pessoalmente o conceito que irão trabalhar. Neste módulo, por exemplo, 
iniciaremos por análises mais subjetivas para depois partir para estudos mais 
objetivos e complexos. Faça o mesmo quando for trabalhar as categorias de 
cidadania planetária na perspectiva da conscientização – para, depois estabelecer 
paralelos entre o que as pessoas entendem por cidadania e o que é cidadania nas 
mais variadas concepções. 
 Re:o que é cidadania? - gostaria de saber o significado da palavra 
... (dayse - 23/02/2001) 
 Re:o que é cidadania? - Para mim cidadania é ser bom 
... (ColégioCecap - 16/03/2001) 
 Re:o que é cidadania? - Ser cidadão é ser alguém no Mundo 
... (Bruno LOT - 16/03/2001) 
 Re:o que é cidadania? - sem cidadania a cidade n cresce! (Taci - 
28/06/2001) 
 Re:o queé cidadania? - Ser cidadão é muito bom 
 (Bruno LOT - 16/03/2001) 
 Re:o que é cidadania? - Todos tem direito de ser cidadão (Bruno LOT 
8ª - 16/03/2001) 
 Re:o que é cidadania? - cidadania, é quando a pessoa exerce seus 
direitos... (GABRIELADE FARIAS FORTE - 19/04/2001) 
 Cidadania - Toda pessoa tem seus direitos e deveres ... (Ricardo e 
Irineu - 03/07/2001) 
 Re:CIDADANIA: uma questão de reconstruir a prática social - É de 
muito valor a sua exposição ... (Marcia Fernandes - 29/03/2001) 
 Re:para que cidadania estamos a educar? - Pois é, a cidadania é 
uma prática ... (lucia gomes - 10/04/2001) 
 
UNIDADE 3 
Todo mundo deve ser cidadão? Devemos lutar para conquistar a cidadania? 
Objetivo: Introduzir, por um viés específico, o conceito cidadania. 
Estudaremos nesta unidade um fragmento do texto intitulado “As armadilhas da 
Cidadania” de José Luís Vieira de Almeida (*) . O objetivo deste é apresentar um 
posicionamento sobre o que é ser cidadão para, posteriormente, comparar e 
discutir a questão com outro posicionamento teórico. 
Para melhor clarear o estudo vamos dividir o texto em blocos. Cada bloco conterá 
uma premissa argumentativa. No final você deverá fazer um apanhado das 
premissas escrevendo o que o autor nos traz de novidade na forma de encarar os 
velhos temas sobre “a conquista” e o “dever” da cidadania. 
Bom estudo. 
1) 
De acordo com os seus principais formuladores, como por exemplo, John 
Locke (1632-1704), o exercício da cidadania decorre da relação entre o 
indivíduo e o Estado, por meio da correspondência entre direitos e deveres. 
Portanto, não há como tornar-se cidadão, pois esta é uma prerrogativa que 
nasce com o indivíduo e que lhe é outorgada pelo Estado. A cidadania é 
fundada na igualdade formal que institui o preceito de que todos os membros 
da sociedade são cidadãos desde que não haja a quebra da correspondência 
entre o direito e o dever por parte do indivíduo. 
 
2) 
Por isso, não é possível ensinar os estudantes a serem cidadãos, como quer a 
maior parte dos professores brasileiros. 
No Brasil, a ideia de que todas as crianças e adolescentes são sujeitos de 
direitos e, portanto, são cidadãos 1 foi assimilada pelo discurso dos 
professores e educadores em geral, sobretudo aqueles que trabalham em 
escolas públicas ou organizações não-governamentais, a partir da discussão 
que antecedeu à promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente – 
ECA – no ano de 1990 e que se ampliou após a sua vigência. 
 
3) 
Expressões como “conquista da cidadania”, “luta pela cidadania” e “resgate da 
cidadania”, que sustentam aquele discurso, não têm o menor sentido diante do 
conceito de cidadania. Como é possível, por exemplo, “conquistar a cidadania” 
se ela é um atributo do indivíduo? O mesmo ocorre com a ideia de “luta pela 
cidadania”. Se é preciso lutar por ela, então, o sonhado status de cidadão não 
está garantido. É ainda mais difícil explicar o resgate da cidadania, pois só é 
necessário “resgatar” algo que foi perdido. Quando é que as crianças e 
adolescentes brasileiros pobres já foram cidadãos? 
 
Exercício: 
O texto acima nos apresenta de modo muito claro alguns posicionamentos 
frente à formulação conceitual de Cidadania. Faça os exercícios de fixação 
abaixo se apoiando no texto acima: 
 
1) 
Síntese do conceito formal de Cidadania dada por Locke: 
 
 
2) 
Por que é impossível ensinar a ser cidadão? 
 
 
3) 
Motivo que impossibilita a luta pela cidadania. 
 
 
 
 BENEVIDES, Maria Victória de M. A Cidadania Ativa: referendo, plebiscito e 
iniciativa popular. 2 ed. São Paulo: Ática, 1996 
FREIRE Paulo, Conscientização, teoria e prática da libertação: uma introdução ao 
pensamento de Paulo Freire. 3ª ed. São Paulo: Moraes, 1980. 
GADOTTI, Moacir, Cidadania Planetária. In: GUTIERREZ, Francisco; PRADO 
Cruz R. Ecopedagogia e cidadania planetária. São Paulo: Cortez, 1999. 
 
 
 
 
 
 Atividades dissertativas 
Acesse sua sala de aula, no link “Atividade Dissertativa” e faça o exercício 
proposto. 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
UNIDADE 4 
Conceito de Cidadania Planetária 
Objetivo: Aqui cabem dois: 
- Tomar ciência da carta da terra. 
- Estudar o conceito de cidadania planetária. 
Abaixo você encontrará a Carta da Ecopedagogia (que é uma minuta de 
discussão do Movimento pela Ecopedagogia realizada no Primeiro Encontro 
Internacional organizado pelo Instituto Paulo Freire – com apoio do Conselho da 
Terra da Unesco). Leia com atenção e a partir do texto colha os motivos que dele 
podemos extrair sobre o conceito de cidadania planetária. Vamos ao texto: 
1. Nossa Mãe Terra (...) requer de nós uma consciência e uma cidadania planetárias, 
isto é, o reconhecimento de que somos parte da Terra e de que podemos perecer com 
a sua destruição ou podemos viver com ela em harmonia, participando do seu devir. 
2. A mudança do paradigma economicista é condição necessária para estabelecer um 
desenvolvimento com justiça e equidade. Para ser sustentável, o desenvolvimento 
precisa ser economicamente factível, ecologicamente apropriado, socialmente justo, 
includente, culturalmente equitativo, respeitoso e sem discriminação. O bem-estar não 
pode ser só social; deve ser também sócio-cósmico. 
3. A sustentabilidade econômica e a preservação do meio ambiente dependem 
também de uma consciência ecológica e esta da educação. A sustentatibilidade deve 
ser um princípio interdisciplinar reorientador da educação, do planejamento escolar, 
dos sistemas de ensino e dos projetos político-pedagógicos da escola. Os objetivos e 
conteúdos curriculares devem ser significativos para o(a) educando(a) e também para 
a saúde do planeta. 
4. A ecopedagogia, (...) Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e 
equilibrada com o contexto, consigo mesmo, com os outros, com o ambiente mais 
próximo e com os demais ambientes. 
5. A partir da problemática ambiental vivida cotidianamente pelas pessoas nos grupos 
e espaços de convivência e na busca humana da felicidade, processa-se a consciência 
ecológica e opera-se a mudança de mentalidade. A vida cotidiana é o lugar do sentido 
da pedagogia, pois a condição humana passa inexoravelmente por ela. A 
ecopedagogia implica numa mudança radical de mentalidade em relação à qualidade 
de vida e ao meio ambiente, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que 
mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza. 
6. A ecopedagogia não se dirige apenas aos educadores, mas a todos os cidadãos do 
planeta. Ela está ligada ao projeto utópico de mudança nas relações humanas, sociais 
e ambientais, promovendo a educação sustentável (ecoeducação) e ambiental com 
base no pensamento crítico e inovador, em seus modos formal, não formal e informal, 
tendo como propósito a formação de cidadãos com consciência local e planetária que 
valorizem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações. 
7. As exigências da sociedade planetária devem ser trabalhadas pedagogicamente a 
partir da vida cotidiana, da subjetividade, isto é, a partir das necessidades e interesses 
das pessoas. Educar para a cidadania planetária supõe o desenvolvimento de novas 
capacidades, tais como: sentir, intuir, vibrar emocionalmente; imaginar, inventar, criar e 
recriar; relacionar e interconectar-se, auto-organizar-se; informar-se, comunicar-se, 
expressar-se; localizar, processar e utilizar a imensa informação da aldeia global; 
buscar causas e prever consequências; criticar, avaliar, sistematizar e tomar decisões. 
Essas capacidades devem levar as pessoas a pensar e agir processualmente, em 
totalidade e transdisciplinarmente. 
8. A ecopedagogia tem por finalidade reeducar o olhar das pessoas, isto é, 
desenvolver a atitude de observar e evitar a presença de agressões ao meio ambiente 
e aos viventes e o desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar 
etc. para intervir no mundo no sentido de reeducar o habitantedo planeta e reverter a 
cultura do descartável. Experiências cotidianas aparentemente insignificantes, como 
uma corrente de ar, um sopro de respiração, a água da manhã na face, fundamentam 
as relações consigo mesmo e com o mundo. A tomada de consciência dessa realidade 
é profundamente formadora. O meio ambiente forma tanto quanto ele é formado ou 
deformado. Precisamos de uma ecoformação para recuperarmos a consciência dessas 
experiências cotidianas. Na ânsia de dominar o mundo, elas correm o risco de 
desaparecer do nosso campo de consciência, se a relação que nos liga a ele for 
apenas uma relação de uso. 
9. Uma educação para a cidadania planetária tem por finalidade a construção de uma 
cultura da sustentabilidade, isto é, uma biocultura, uma cultura da vida, da convivência 
harmônica entre os seres humanos e entre estes e a natureza. A cultura da 
sustentabilidade deve nos levar a saber selecionar o que é realmente sustentável em 
nossas vidas, em contato com a vida dos outros. Só assim seremos cúmplices nos 
processos de promoção da vida e caminharemos com sentido. Caminhar com sentido 
significa dar sentido ao que fazemos, compartilhar sentidos, impregnar de sentido as 
práticas da vida cotidiana e compreender o sem sentido de muitas outras práticas que 
aberta ou solapadamente tratam de impor-se e sobrepor-se a nossas vidas 
cotidianamente. 
10. A ecopedagogia propõe uma nova forma de governabilidade diante da 
ingovernabilidade do gigantismo dos sistemas de ensino, propondo a descentralização 
e uma racionalidade baseadas na ação comunicativa, na gestão democrática, na 
autonomia, na participação, na ética e na diversidade cultural. Entendida dessa forma, 
a ecopedagogia se apresenta como uma nova pedagogia dos direitos que associa 
direitos humanos – econômicos, culturais, políticos e ambientais - e direitos 
planetários, impulsionando o resgate da cultura e da sabedoria popular. Ela 
desenvolve a capacidade de deslumbramento e de reverência diante da complexidade 
do mundo e a vinculação amorosa com a Terra. 
 
 
 
De cada tópico numérico da Carta da Ecopedagogia extraia uma característica 
que define em potência o conceito de Cidadão planetário., 
 Dirija-se ao site do Mercado ético e assista ao vídeo “Fabio Feldmann: 
coerência e coragem na militância ambiental” e responda as questões que 
seguem. 
 
 
 
 http://mercadoetico.terra.com.br/ 
vídeo: “Fabio Feldmann: coerência e coragem na militância ambiental” 
 
 
 
 
Reprodução - ORAÇÃO PELA PAZ 
www.earthdance2007.eclipseartgate.com 
2.1 Justifique a partir do texto “Carta da Ecopedagogia” os motivos que fazem de 
Fábio Feldmann um cidadão planetário. 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
2.2. Como a questão ambiental está ligada à proteção da vida humana – segundo 
os acenos do vídeo assistido? 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
2.3. Colete alguns exemplos no vídeo que demonstram a ignorância da 
consciência brasileira no tocante às questões ambientais em seu viés social. 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
UNIDADE 5 
Repensando o conceito de Cidadania Planetária 
Objetivo: Apresentar uma crítica ao conceito de Cidadania Planetária. 
O texto intitulado “As armadilhas da Cidadania” de José Luís Vieira de Almeida (*) 
faz uma crítica ao conceito de cidadania levantado na unidade anterior. Leia o 
argumento para depois fazer um exercício comparativo-crítico com o estudado 
anteriormente. Vamos ao texto: 
Cabe-me informar aos leitores que, no Brasil, segundo estudo do Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, ligado ao Ministério do Planejamento do 
governo brasileiro, cerca de 1% da população mais rica detém uma renda 
equivalente à dos 50% mais pobres. Ainda, segundo o estudo, o país está na 
frente só de Serra Leoa no ranking da desigualdade social. Diante do exposto, a 
pergunta que me resta é: como é possível falar em cidadania no Brasil? 
Há, porém, alguns intelectuais brasileiros de renome como, por exemplo, Gadotti 
(1999), Romão (2000) e Benevides (1996) que defendem a possibilidade e até 
mesmo a necessidade da re-significação do conceito de cidadania. Para isso, 
recorrem à adjetivação e, assim, formulam outros conceitos, como por exemplo, 
os de “cidadania planetária” (Gadoti), “escola cidadã” (Romão) ou “cidadania 
ativa” (Benevides). O uso de adjetivos na formulação de conceitos ao contrário 
de qualificá-los termina por desqualificá-los, porque os conceitos não admitem 
qualidade. Assim, qualificar a cidadania como ativa ou planetária, no contexto da 
sociedade burguesa, é redundante, pois é pressuposto da cidadania ser, por 
exemplo, ativa ou planetária, afinal, ela é uma das formulações por meio das 
quais a ideologia burguesa se expande. Assim, esses adjetivos são atributos da 
própria cidadania e, desta forma, não podem distingui-la de outra cidadania. 
Nesses casos, o adjetivo, ao contrário de esclarecer, obscurece o sentido do 
conceito, estreitando a sua vinculação à ideologia burguesa. O mesmo processo 
ocorre com o conceito de “escola cidadã”. Na sociedade burguesa, um dos 
principais propósitos da escola é prover a cidadania. A defesa da adjetivação dos 
conceitos é, normalmente, fundada na distinção entre a concepção burguesa e o 
novo sentido a ser conferido a eles para distingui-los da primeira acepção com o 
fito de superá-la, o que permitiria, re-significar os conceitos. Porém, de acordo 
com Lefebvre (1983), conceitos como o de cidadania não podem ser re-
significados, porque estão vinculados a uma ideologia, no caso, a ideologia 
burguesa e, portanto, necessariamente, a reproduzem. Em outras palavras, não 
pode haver cidadania que não seja burguesa. Assim, o único adjetivo que 
poderia ser associado à cidadania é o “burguesa”. 
 
 
 Leia as unidades 3 e 5 respectivamente e confronte-as em seguida com a unidade 
4. 
Elabore uma opinião fundamentada sobre os limites e a grandeza de ambos os 
posicionamentos formulando, por sua vez, o seu argumento. 
Bom trabalho. Lembre-se de que estes exercícios são importantes para o bom 
desempenho de sua vida acadêmica. 
 
 
 
 GADOTTI, Moacir, Cidadania Planetária. In: GUTIERREZ, Francisco; PRADO 
Cruz R. Ecopedagogia e cidadania planetária. São Paulo: Cortez, 1999. 
 
 
UNIDADE 6 
A Ética como impulso para as ações de cidadania 
Objetivo: Questionar o poder da ética na construção da cidadania. 
É muito comum dizermos que ações de cidadania são provocadas por motivações 
éticas. 
Neste sentido esta unidade quer fazer com que você avalie este postulado. E que 
chegue a uma conclusão – mesmo sendo temporária – sobre o respectivo 
postulado. 
Nós simplesmente lançaremos as questões e sugerimos que você pesquise e 
encontre respostas sobre elas. É claro que este tópico (nem o da próxima 
unidade) cairá em exercícios e avaliações. O objetivo é somente questionar, 
filosofar. 
 
 
Reprodução - FACTORES Y FUNDAMENTOS DE ÉTICA ... 
www.ugr.es 
 
 
 
 
O que é ética? Existe diferença entre ética e moral? 
O que faz algo ser ético ou moral? Quem é que oferece as normas para qualificar 
algo de ético ou moral? Por exemplo: se a Igreja for a responsável por oferecer as 
normas, estas normas não seriam mais universais umavez que o pensamento 
religioso é parcial e determinado culturalmente? O mesmo se pode dizer sobre a 
política, sobre as regras de uma determinada sociedade (a europeia, por 
exemplo). 
Muitos dizem que a cidadania é um impulso ético/moral. Existem pessoas que por 
condicionamento genético (vide as pesquisas da neurociência) não possuem os 
atributos de análise moral. E outras que devido a sua pesada condição social não 
se adequam à vivência dos valores éticos conforme formatados pela sociedade 
ocidental cristã - por exemplo. Então, a pergunta: sem ética é possível gerar 
impulsos de ação cidadã? Justifique seu ponto de vista. 
Como que uma educação baseada nos pressupostos da ética pode contribuir 
para o impulso de ações cidadãs? Justifique a sua resposta fornecendo 
exemplos do cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sugiro que você leia de algum livro de filosofia (pode ser os dos mais conhecidos: 
“Convite à filosofia” ou “Filosofando”) os capítulos sobre filosofia Moral ou ética 
para melhor dialogar com estas perguntas. 
Você pode dinamizar estas questões em seu trabalho. Elas dão o que falar... 
 
 
UNIDADE 7 
A Estética como impulso para as ações de cidadania 
Objetivo: Levantar possibilidade sobre o poder da estética na construção dos 
ideias e projetos de cidadania. 
Continuaremos com a mesma dinâmica da unidade anterior. Apenas desta vez 
enfocaremos a estética. 
 
 Sugiro que você leia de algum livro de filosofia (pode ser os dos mais 
conhecidos: “Convite à filosofia” ou “Filosofando”) os capítulos sobre filosofia 
da arte ou ética para melhor dialogar com estas perguntas. Também sugiro, 
sobretudo, que leia algo sobre as relações entre ética e estética (pode ser 
material publicado na internet). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qual a relação existente entre estética e ética – conforme apontam as suas 
pesquisas? 
A estética é menos, ou mais, ou igual em grau de importância em relação à ética 
na organização de nossas vidas no plano individual e social? Exponha-se e 
justifique. 
Você certamente já sabe acerca destes argumentos: A beleza atrai. O belo cativa. 
O bem e o belo são semelhantes e se completam. E se afirmarmos o mesmo 
sobre o feio e o mal: a feiura atrai. O feio cativa. O mal e o feio são semelhantes e 
se completam? O que você teria a dizer sobre as implicações destes 
argumentos? 
É possível que o sentimento pela beleza gere responsabilidades e impulsos para 
ações cidadãs? Exponha o seu ponto de vista procurando se ater em argumentos 
consistentes e não em meros “achismos”. 
Você conhece pessoas que fazem atividades no plano das ações socioambientais 
motivadas por valores estéticos e não ético-religiosos de ajudar o próximo, etc? 
Como você as observa? 
Sugiro que você procure pessoas com o perfil da pergunta anterior e a questione 
sobre: 
- a forma de ela olhar o mundo (a estética); 
- o quanto esta forma a ajuda a se relacionar com a realidade; 
- qual a diferença e as proximidades de trabalhar por um mundo melhor e a 
de trabalhar por um mundo mais bonito? 
 
UNIDADE 8 
Os desejos de cidadania mundial- I 
Objetivo: Resgatar personalidades que viveram o sentido de cidadania mundial. 
É muito importante que em seu trabalho de educação ambiental você resgate, 
junto com os seus, algumas personalidades - conhecidas mundialmente ou não - 
que viveram suas vidas numa perspectiva de cidadãos do mundo. A intenção 
desta unidade e da próxima é fazer você refletir sobre a importância dos cidadãos 
do mundo no plano pedagógico dos modelos (tão necessários para nós). 
Abaixo você encontrará uma abordagem acerca da necessidade que temos de 
cidadãos do mundo. Vamos ao texto (*) 
 
CIDADANIA MUNDIAL 
(...) força (...) militantes racistas, francamente em baixa nestes anos finais do 
milênio e (...) crescente legião de pessoas de boa vontade que concebem a 
visão de um mundo unido, onde cada cidadão possa exercitar o novo 
paradigma da cidadania mundial. O contraste entre essas duas forças é que a 
humanidade foi violentada por muito longo tempo por aceitar ou se omitir ante 
aqueles que pregavam os falaciosos dogmas de uma pretensa pureza racial. 
Os gritos e gemidos, os ossos alquebrados de seis milhões de judeus, há 
pouco mais de quatro décadas, os massacres na Namíbia, Sudão ou Soweto, 
não terão sido suficientes para comprovar a estupidez e a falácia de se 
imaginar uma raça superior? Teriam sido os carrascos nazistas mais 
inteligentes e poderiam ser considerados membros de uma raça superior por 
colocarem em marcha a solução final, massacrando milhões de seres 
inocentes, cuja única culpa era não pertencer ao mesmo credo e ter a mesma 
cor da pele? 
Ainda podemos ouvir os sons dos passos apressados de milhares de negros 
nas ruas de Memphis e de San Francisco, participando de manifestações 
públicas convocadas pelo líder negro Martin Luther King na busca dos direitos 
civis negados aos negros nos Estados Unidos. Mais extremado, temos a figura 
de Malcolm X em busca da dignidade humana: “Não lutamos por integração 
ou por separação. Lutamos para sermos reconhecidos como seres humanos. 
Lutamos por… direitos humanos.” E podemos visualizar as ruas de 
Johannesburgo e de Soweto em festa com a realização das primeiras eleições 
majoritárias em clima de unidade racial, consagrando Nélson Mandela para a 
presidência da África do Sul. 
Uma luta tenaz e constante contra a discriminação e o preconceito racial e que 
já recebeu forte impulso internacional com a premiação de três líderes negros 
com o Prêmio Nobel da Paz: Albert Luthulli (1960), Martin Luther King (1964) e 
Desmond Tutu (1984), evidenciando que o racismo não é uma luta apenas das 
vítimas, mas antes, de todos os cidadãos de boa vontade, não importando a 
cor da pele ou sua ascendência étnica. 
Fonte: http://www.cidadaodomundo.org/?page_id=55 
 
 
Reprodução - Martin Luther King ml. 
 
 1) Como o artigo acima nos oferece a ideia do que vem a ser uma cidadania 
planetária? 
2) Por que geralmente quando citamos exemplos de degradações nos vêm a 
mente os casos terríveis dos negros americanos e dos judeus na Alemanha? Não 
seria o caso de lembrarmos a escravidão no Brasil (e de Zumbi); do massacre de 
Ruanda, dentre tantos outros? Por que nós nos apoiamos nestes sentidos do 
norte e não recordamos dos sentidos das lutas de cidadãos do mundo partidos do 
hemisfério sul? 
3) O conceito Cidadania Mundial diverge muito da Cidadania Planetária? O 
primeiro estaria mais ligado às preocupações sociais deixando de lado as 
questões socioambientais? Faça um pequeno debate mental sobre o assunto. 
 
 
 
 
Reprodução - Malcolm X 
www.cinema.ptgate.pt 
UNIDADE 9 
Os desejos de cidadania mundial - II 
Objetivo: Resgatar personalidades que viveram o sentido de cidadania mundial. 
 
ATIVIDADE OPTATIVA 
Pesquise a bibliografia de personalidades conhecidas internacionalmente como 
cidadãs do mundo: 
Ex.: 
- Gandhi. 
- João XXIII 
- Che Guevara 
2) Responda as seguintes questões: 
- Qual a causa que eles defendiam? 
- Quanto que a defesa da causa fez mudanças planetárias? 
3) Quando você for fazer esta atividade em seu trabalho procure dinamizar a 
apresentação no formato de Painel. 
 
 
UNIDADE 10 
O que é pobreza 
Objetivo: Ampliar o conceito de pobreza. 
A pobreza será tema de discussão nas unidades que seguem. Isto se deve ao fato 
de que a pobreza é a responsável pelo avanço dos problemas ambientais. 
Todavia, é necessário ampliar a nossa visão sobre como definir e recortar o termo 
pobreza que pode possuir diversas formas de ser definida, visto que este tema é 
inerente à abordagem sobre o exercício da cidadania. Uma vez que a pobreza é 
tida como um dos empecilhos para o exercício da cidadania. Vamos ao texto (*): 
A pobreza pode ser entendida em vários sentidos, principalmente: 
- Carência material; tipicamente envolvendo as necessidades da vida cotidiana 
como alimentação,vestuário, alojamento e cuidados de saúde. Pobreza neste 
sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais. 
- Falta de recursos econômicos; nomeadamente a carência de rendimento ou 
riqueza (não necessariamente apenas em termos monetários). As medições do 
nível econômico são baseadas em níveis de suficiência de recursos ou em 
"rendimento relativo". A União Europeia, nomeadamente, identifica a pobreza em 
termos de "distância econômica" relativamente a 60% do rendimento mediano da 
sociedade. 
- Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de 
participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação. As relações 
sociais são elementos chave para compreender a pobreza pelas organizações 
internacionais, as quais consideram o problema da pobreza para lá da economia. 
- Carência energética para mudar o que não pode ser mudado, o impossível está 
dentro de vossa mente, a superação dos paradigmas faz a ponte de um estado-
baixo em estado-alto. Falta de autoestima, baixa espiritualidade. 
 
 
Quando você for trabalhar com questões de educação ambiental é bom que 
possa ajudar as pessoas a ampliarem o seu olhar sobre o que vem a ser pobreza. 
Por isto sugerimos os seguintes passos: 
1) Divida o grupo em quatro grupos. 
2) Dê para cada grupo a responsabilidade de ler uma definição das quatro acima 
dispostas. 
3) Peça para que cada equipe arrume quatro exemplos para clarear os tipos 
de pobreza acima. O importante é que ao pensarmos no problema ambiental 
e dissermos que a pobreza é o seu motivador que logo pensemos nos quatro 
tipos de pobreza. 
 
 
Reprodução -... los mayores favelas de África. 
www.shofco.org 
UNIDADE 11 
As causas da Pobreza 
Objetivo: Tomar ciência de algumas causas da pobreza. 
O fragmento do texto de Simon SCHWARTZAMAN (*) contribuirá com o nosso 
objetivo para esta unidade. Certamente este assunto é causa de, pelo menos, 
curiosidade para você. Bom estudo! 
 
As causas da pobreza 
"As causas da pobreza", dizia meu antigo professor de direito, "são duas: as 
voluntárias e as involuntárias". Para nós, estudantes de ciências sociais, as 
causas da pobreza não podiam ser individuais, mas estruturais: a exploração do 
trabalho pelo capital, o poder das elites que parasitavam o trabalho alheio e 
saqueavam os recursos públicos, e a alienação das pessoas, criada pelo sistema 
de exploração, que impedia que elas tivessem consciência de seus próprios 
problemas e necessidades. Quando a TV ainda engatinhava em Belo Horizonte, 
participei de um programa ao vivo com uma senhora da tradicional família mineira 
que organizava bailes beneficentes, e fiquei chocado quando percebi que não 
conseguiria convencer ao apresentador, e muito menos ao público, que o que ela 
fazia era cínico e nocivo, mantendo os pobres iludidos pelas migalhas que 
sobravam das festas da alta sociedade. Como ousava este garoto, de mineiridade 
incerta, duvidar do espírito caridoso da elegante dama? Falar com os pobres não 
adiantava muito. Visitando um barraco de favela, comentei com o morador sobre 
as péssimas condições em que ele vivia, tentando estimular sua consciência de 
classe. A resposta foi de indignação. Ele era pobre, sim, mas tinha orgulho de seu 
barraco limpo e arrumado. Que direito tinha eu de dizer que ele vivia uma vida 
miserável? 
 
A pobreza e a desigualdade são tão antigas quanto a humanidade, e sempre 
vieram acompanhadas de forte sentimentos morais. Menos ingênuo do que 
imaginávamos, o velho professor participava de uma corrente de pensamento que 
se tornou famosa na época de Thomas Malthus, na Inglaterra, mas que ainda hoje 
tem seus fortes adeptos: a de que uma parte, talvez a maior, dos problemas da 
pobreza, é culpa dos próprios pobres, que não têm determinação e força de 
vontade para trabalhar. Para Malthus, a causa principal da pobreza era a grande 
velocidade com que as pessoas se multiplicavam, em contraste com a pouca 
velocidade em que crescia a produção de alimentos. O problema se resolveria 
facilmente se os pobres controlassem seus impulsos sexuais e deixassem de ter 
tantos filhos. Minorar sua miséria só agravaria o problema, porque, alimentados, 
eles se reproduziriam mais ainda. A melhor solução seria educá-los, para que 
aprendessem a se comportar; ou então deixá-los à própria sorte, para que a 
natureza se encarregasse de restabelecer o equilíbrio natural das coisas. Uma 
outra versão desta associação entre pobreza e indignidade era dada pelo 
protestantismo, que via na riqueza material um sinal do reconhecimento, por Deus, 
das virtudes das pessoas, e na pobreza uma marca clara de sua condenação. 
A visão maltusiana da pobreza era extrema, e colidia com o valor da caridade, tão 
presente na tradição judaica, cristã e de outras religiões. Em todas as sociedades, 
sempre se reconheceu a virtude de ajudar aos pobres, ao mesmo tempo em que 
aceitava a inevitabilidade das diferenças sociais e da miséria humana. Michael 
Katz, um historiador norte-americano que trata do tema das ideologias da pobreza 
em seu país, observa que, "antes do século XIX teria sido absurdo imaginar a 
abolição da pobreza. Os recursos eram finitos, e a vida era dura. A maioria das 
pessoas nasciam, viviam e morriam na pobreza. As questões eram, então, quem, 
entre os necessitados, deveria receber ajuda? De que maneira a caridade deveria 
ser administrada?" 
Para responder a estas questões era necessário classificar as pessoas. Katz 
mostra como na Inglaterra, através das "poor laws" do século XIX(3), assim como 
nos Estados Unidos na mesma época, dois tipos de classificação foram tentadas. 
Havia, primeiro, um critério de proximidade - a prioridade deveria ser dada aos 
parentes, vizinhos e concidadãos, e não aos desconhecidos, estranhos ou 
estrangeiros. Esta classificação, em si, não tinha um sentido moral, e podia refletir, 
simplesmente, uma visão realista sobre os recursos finitos disponíveis e as 
necessidades infinitas dos pobres. Mas sabemos que, na prática, as distinções 
entre "nós" e "os outros" costumam vir carregadas de preconceitos - os "outros" 
são vistos não somente como distantes, mas também como desprovidos das 
qualidades que mais apreciamos, as nossas. A outra classificação distinguia 
claramente entre a pobreza involuntária - e por isto digna - dos órfãos, doentes e 
viúvas, da pobreza voluntária - e por isto indigna - das pessoas saudáveis que não 
queriam trabalhar para se manter. Katz fala da diferença que os autores 
americanos e ingleses da época estabeleciam entre "poverty" e "pauperism", cuja 
melhor tradução para o português talvez seja como "pobreza" e "mendicância". A 
pobreza era entendida como uma condição natural das pessoas, que, em 
situações especiais, ficavam desvalidas, e merecedoras de amparo; a 
mendicância, por outro lado, era uma deformação de caráter, e por isto indigna de 
apoio e ajuda. 
Existe, no entanto, outra maneira, também antiga, de tratar o problema. A ideia de 
que as causas da pobreza e os caminhos para sua solução não dependem da 
vontade ou do caráter dos indivíduos, mas das relações entre as pessoas, sempre 
esteve presente nas formas mais radicais do cristianismo, e, na época moderna, 
nos escritos e movimentos políticos socialistas e comunistas. Para uns, a solução 
dependia ainda de uma regeneração moral, não mais dos pobres, mas dos ricos, 
cujo egoísmo e acaricia deveriam ser transformados em verdadeira caridade e 
sentimento de justiça. 
Para os marxistas, esta crença no poder transformador das convicções e da força 
moral era o que caracterizava o "socialismo utópico", que deveria ceder lugar a um 
"socialismo científico", que entendesse a verdadeira natureza dos conflitos sociais, 
e os levasse à sua conclusão natural. A história da humanidade, dizia o Manifesto 
Comunista, era a história da luta de classes, e era através dela que os problemas 
da pobrezaencontrariam sua solução. "Homens livres e escravos, patrícios e 
plebeus, lordes e servos, mestres e empregados, em uma palavra, opressores e 
oprimidos, sempre tiveram em oposição, em uma guerra sem fim, às vezes oculta, 
às vezes aberta, que levava seja a uma reconstituição revolucionária da sociedade 
como um todo, seja à ruína das classes em conflito." Com o capitalismo, as 
antigas classes estavam desaparecendo, restando apenas à burguesia e ao 
proletariado, que se confrontariam na luta final pelo fim da pobreza e da 
desigualdade social. 
 
 
 Comparando esta unidade com a anterior – quais os tipos de pobreza 
enumerados neste texto? Cite o trecho e defina o tipo de pobreza do mesmo. 
Quais as teses sobre a pobreza levantadas como argumentos constitutivos 
para definir suas causas? 
 
 
 
 
Vá à página da ESAB e faça os exercícios correspondentes às 
unidades anteriores – somente aquelas que têm conteúdo expositivo. 
Bom trabalho 
 
 
UNIDADE 12 
A Pobreza gera problemas ambientais 
Objetivo: Levantar uma breve discussão sobre a pobreza espiritual como geradora 
de problemas ecológicos. 
O fragmento do texto de Peter Parks (*) discutirá rapidamente o impacto da 
pobreza espiritual (falta de conscientização e energia para a mudança) sobre o 
meio ambiente. A discussão é a seguinte: o progresso é compatível com o meio 
ambiente? Uma vez que a noção de progresso é companheira quase sempre da 
pobreza. 
A ideia de desenvolvimento sustentável tenta achar vias para que a humanidade 
mantenha o progresso material em harmonia com a preservação da natureza 
A melhor solução para o lixo, porém, é reaproveitá-lo para fazer novos bens, 
reduzindo a sobrecarga dos depósitos. O reaproveitamento do lixo envolve o 
princípio dos "3 Rs": reduzir, reutilizar, reciclar. Isso significa: 
> reduzir a produção de resíduos, com a adoção de novos hábitos de compra; 
> reutilizar potes, vasilhames, caixas e outros objetos de uso cotidiano e o material 
neles contido; 
> reciclar o lixo descartado após o consumo, transformando-o em matéria-prima 
industrial para nova fabricação. 
Para que seja reciclado, o lixo deve ser descartado de forma seletiva e entregue 
em postos distribuídos pelas prefeituras (quando existem) ou por empresas em 
locais predefinidos, doados a entidades que recebem material desse tipo e na 
forma estabelecida pelos programas porta a porta. 
O Brasil é um dos países que mais reciclam o lixo, a exemplo das latinhas de 
alumínio (87% são recicladas). Apesar disso, segundo dados do Compromisso 
Empresarial para Reciclagem 
(Cempre), apenas 327 dos mais de 5 mil municípios brasileiros mantêm serviços 
de coleta seletiva, e apenas 11% dos resíduos urbanos produzidos no país são 
reciclados. Ainda há um longo caminho pela frente. 
Veja aqui o que pode e o que não pode ser reciclado, e quanto tempo os materiais 
levam para se degradar na natureza. 
Conta-se que o líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), ao ser perguntado se, 
depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida dos colonizadores 
britânicos, teria respondido: "A Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do 
planeta para alcançar a prosperidade; quantos planetas não seriam necessários 
para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?" 
A sabedoria de Gandhi já indicava, há mais de 50 anos, que algo tinha de mudar. 
O estilo de vida das nações ricas e a economia mundial deveriam ser 
reestruturados para levar em conta a preservação do meio ambiente, condição 
básica para uma boa qualidade de vida. 
Hoje se sabe que, se o atual ritmo de exploração dos recursos do planeta 
continuar, não haverá no futuro fontes de água ou de energia, reservas de ar puro 
nem terras para a agricultura em quantidade suficiente para a preservação da vida. 
Com metade da humanidade vivendo abaixo da linha de pobreza, já se consomem 
25% a mais do que a Terra consegue renovar. O perigo não atinge apenas as 
nações pobres. Se a economia global continuar se apoiando sobre o uso de 
combustíveis fósseis, o equilíbrio climático do planeta inteiro será afetado, como 
advertiram os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas 
(IPCC). 
Conceito 
Demorou bastante para que a humanidade constatasse que estava caminhando 
para um abismo. Desde a Revolução Industrial, há mais de dois séculos, entendia-
se que desenvolvimento e crescimento econômico eram a mesma coisa e que 
dependiam do consumo crescente de recursos naturais. 
Os países desenvolvidos - como os da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o 
Canadá e o Japão - destruíram suas florestas, cresceram e prosperaram. Hoje, 
embora possuam só um quinto da população do planeta, detêm quatro quintos dos 
rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da 
produção de madeira mundial. 
Verificou-se uma realidade óbvia, mas cruel: não há possibilidade de que a fartura, 
os benefícios e o conforto trazidos por esse modelo de crescimento econômico 
estejam ao alcance dos países que demoraram para se industrializar. 
Na prática, isso significa que os países ricos devem buscar fontes de energia 
menos poluentes e reduzir a produção de lixo e reciclá-lo, além de praticar um 
consumo consciente, ou seja, repensar quais bens são necessários para uma vida 
confortável. 
 
 
UNIDADE 13 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza econômica 
Objetivo: Contemplar formas de combate à pobreza. 
Esta unidade e as que virão apresentarão algumas iniciativas de combate à 
pobreza. Lembre-se: combater a pobreza é sinônimo de ver o avanço da 
dignidade dos cidadãos. 
O que sugiro é o seguinte: leia os textos e a partir deles (assim creio) você terá 
tempo para pensar e elaborar uma crítica sobre as formas apresentadas de 
combate a pobreza isto ocorrerá na unidade 16) – texto que deverá ser lançado no 
site da Escola Superior Aberta na página Fórum para divulgar ideias e fazer com 
que técnicas pedagógicas sejam divulgadas. 
Portanto, a sua tarefa nestas unidades (até a 15) será a de ler! 
O texto (*) abaixo tratará de um projeto governamental de combate a pobreza 
material. Vamos ao texto: 
PROGRAMA ECONOMIA SOLIDÁRIA EM DESENVOLVIMENTO 
INTRODUÇÃO 
A Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES - foi criada no Ministério 
do Trabalho e Emprego - MTE - em junho de 2003 e ao longo do ano 
desenvolveu ações de estruturação interna, de interlocução com a sociedade 
civil com os diversos setores do próprio MTE e com outros órgãos 
governamentais. 
2004 foi o primeiro ano em que a SENAES contou com orçamento próprio. 
Neste contexto teve como desafio a implementação do Programa Economia 
Solidária em Desenvolvimento e a institucionalização dos procedimentos de 
execução de suas políticas e dos recursos orçamentários disponíveis. Foi um 
ano de experimentação, onde a partir das demandas apresentadas pela 
sociedade civil e pelas políticas do Governo Federal, a SENAES ampliou a 
esfera de suas ações e experimentou diferentes instrumentos para o 
desenvolvimento de sua política e realização de seus objetivos. 
A experiência de 2004 nos permite, a partir de 2005, amadurecer algumas 
políticas, definir prioridades e consolidar instrumentos que levem ao 
fortalecimento da economia solidária no Brasil. 
A elaboração do Programa Economia Solidária em Desenvolvimento e a 
definição de suas ações e prioridades para 2005 e 2006 expressam a 
plataforma do Fórum Brasileiro de Economia Solidária e o diálogo com a 
sociedade civil, a inserção da Secretaria no Ministério do Trabalho e Emprego e 
a articulação com as demais políticas de geração de trabalho e renda, de 
combate à pobreza e de inclusão social do Governo Federal e de outros entes 
federativos. 
(...) 
A ECONOMIA SOLIDÁRIA NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO 
O Programa Economia Solidária em Desenvolvimento tem como objetivo 
promover o fortalecimento e a divulgação da economiasolidária, mediante 
políticas integradas, visando à geração de trabalho e renda, a inclusão social e 
a promoção do desenvolvimento justo e solidário. Assim, está relacionado com 
os objetivos da política setorial do Ministério do Trabalho e Emprego, ou seja, 
“crescimento com geração de trabalho, emprego e renda, ambientalmente 
sustentável e redutor das desigualdades sociais”, ao desenvolver políticas de 
fomento e estímulo às atividades econômicas orientadas e organizadas pela 
autogestão. 
A Economia Solidária tem-se mostrado um importante instrumento de combate à 
pobreza e geradora de inclusão social, tendo-se constituído em política 
transversal no interior do Governo Federal. 
As mudanças estruturais, de ordem econômica e social, ocorridas no mundo, 
nas últimas décadas, fragilizaram o modelo tradicional da relação de trabalho 
capitalista. O aumento da informalidade e a precarização dos contratos de 
trabalho afirmaram-se como tendência em uma conjuntura de desemprego em 
massa. São milhões de trabalhadores que se sujeitam a abdicar de seus direitos 
sociais para garantir a sobrevivência. De outro lado, o aprofundamento dessa 
crise abriu espaço para o surgimento e avanço de outras formas de organização 
do trabalho, consequência, em grande parte, da necessidade dos trabalhadores 
encontrarem alternativas de geração de renda. Na Economia Solidária 
encontramos milhares de trabalhadores organizados de forma coletiva, gerindo 
seu próprio trabalho e lutando pela sua emancipação. São iniciativas de 
Organizações Não Governamentais voltadas para projetos produtivos coletivos, 
cooperativas populares, redes de produção–consumo–comercialização; 
instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, 
empresas recuperadas por trabalhadores, organizados em autogestão, 
cooperativas de agricultura familiar, cooperativas de prestação de serviços, 
dentre outras. 
Esta nova realidade do mundo do trabalho contribui, de forma significativa, para 
o surgimento de novos sujeitos sociais e para a construção de novos espaços 
institucionais. Neste contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego assume, para 
além das iniciativas de emprego e de proteção dos trabalhadores assalariados, 
o desafio de implementar políticas que incluam as demais formas de 
organização do mundo do trabalho e proporcionem a extensão dos direitos ao 
conjunto dos trabalhadores. 
Políticas de geração de renda para a inclusão daqueles menos favorecidos na 
sociedade, a fim de que exerçam a cidadania com dignidade, têm, 
obrigatoriamente, que levar em consideração, em níveis iguais de importância, 
tanto o emprego quanto a relação de trabalho que não patrão-empregado. 
É propósito da SENAES, em consonância com a missão do Ministério do 
Trabalho e Emprego, combater a desigualdade e a exclusão social mediante a 
operacionalização do Programa Economia Solidária em Desenvolvimento. 
Para cumprir seu objetivo o Programa busca ainda integrar e articular diversas 
políticas que vem sendo desenvolvidas pelo Governo Federal, além de criar 
instrumentos para potencializá-las. Exemplificando ressaltamos: com o 
Ministério do Desenvolvimento Social, articulando-se com os Programas Fome 
Zero, Bolsa- 
Família e com a Política Nacional de Assistência Social; com o Ministério do 
Desenvolvimento Agrário, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial 
e da Secretaria de Agricultura Familiar; com as Secretarias Especiais de Pesca 
e Aqüicultura e de Promoção da Igualdade Racial, entre outros. 
Para operacionalizar estas ações e como estratégias de implantação de suas 
Políticas, a SENAES/MTE trabalha em parceria com a Fundação Banco do 
Brasil, com a qual firmou convênio para desenvolver o Programa Trabalho e 
Cidadania. Através deste Programa a SENAES tem realizado parcerias com 
entidades da sociedade civil ligadas à Economia Solidária e que auxiliam na 
implantação da política. Além disso, a SENAES firma parcerias diretas com 
entidades da economia solidária e Governos Estaduais e Municipais para 
implantar e operacionalizar suas ações. 
 
 
UNIDADE 14 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza econômica. 
Objetivo: Rastrear e observar criticamente os pontos positivos e negativos de 
projetos de combate à pobreza econômica no seu município ou estado. 
 
Roteiro de Pesquisa. 
1) Lendo atentamente as unidades anteriores acerca das definições dos tipos 
de pobreza e, após ter estudado a pobreza econômica como um tipo de 
pobreza específica desenvolva uma pesquisa crítica seguindo os passos 
abaixo. 
2) Pesquise em seu município (preferencialmente) ou Estado (também pode 
ser no país) um projeto social (que pode ou não vir da conjuntura política 
governamental/ como também de ONGs etc.) que tenha as características 
de um projeto de combate à pobreza (assim como sinaliza a unidade 09 e 
exemplificada na unidade 12). 
 
Reprodução - ... políticas de combate à pobreza e ... 
www.centrodametropole.org.br 
 
3) Após ter escolhido faça o seguinte quadro de leitura comparativa: 
Nome do Projeto de combate à pobreza material 
Leia o material publicado pelo próprio 
projeto e nesta coluna anote: 
- o objetivo do projeto. 
- a quem se destina o projeto 
- os parceiros do projeto. 
- se o projeto é uma iniciativa da 
organização (governo, Ong...) que 
acontece de modo vertical, isto é: feito 
sem consulta ou envolvimento dos 
destinatários; ou se o projeto foi 
planejado de modo horizontal: com 
envolvimento e planejamento junto com 
os destinatários. 
- Pesquise como o projeto foi 
desenvolvimento. 
- Pesquise sobre o processo de 
avaliação do projeto por parte dos 
realizadores (se a avaliação foi 
permanente; as dificuldades 
encontradas; o resultado obtido; os 
motivos do resultado; os pontos 
positivos e negativos do projeto). 
Na sequência procure textos de 
organizações (ou mesmo entreviste 
pessoas) que criticam o projeto. 
Observe como eles estabelecem a sua 
crítica ao projeto seguindo o roteiro 
disponível no quadro ao lado. 
* Sugiro que você leia artigos que falem 
sobre a importância da cooperação 
entre os participantes e organizadores 
de projetos tocando nos assuntos: 
autonomia e desenvolvimento 
pessoal/comunitário. Estas leituras 
facilitarão a sua compreensão e 
conexão com os assuntos que serão 
levantados. 
 
Faça um paralelo comparativo entre os dois blocos e apresente um parecer seu 
sobre a viabilidade ou não das observações. 
Argumente como o projeto de combate à pobreza econômica em questão é/ou 
poderia ser um fator de gestão ambiental – no sentido de sua contribuição para as 
questões socioambientais. 
Uma observação: este roteiro é um auxílio para o seu trabalho. Ele não cai em 
avaliação. Serve como sugestão para que você faça o exercício proposto antes de 
aplicar junto aos seus. No entanto, sobretudo, ele tem o caráter de ser material de 
apoio para a sua atividade de educador ambiental. Você pode completar os dados 
ou simplesmente xerocar e distribuir aos seus esta unidade. 
 
 
 
Reprodução - O combate à pobreza e a conservação ... 
bemcomum.wordpress.com 
 
UNIDADE 15 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza social 
Objetivo: Contemplar formas de combate à pobreza. 
Uma forma muito conhecida de combate à pobreza social é o empreendedorismo. 
Na sequência iremos expor uns quadros comparativos sobre a dimensão cidadã 
do empreendedorismo e o quanto ele contribui para o enfraquecimento da pobreza 
social e energética (ou espiritual). Os quadros comparativos foram elaborados por 
Edson Marques Oliveira (*). 
QUADRO 1: CONCEITOS DIVERSOS SOBRE EMPREENDEDORISMO SOCIAL, 
VISÃO NACIONAL 
AUTOR CONCEITO 
LEITE (2003) - “O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos 
empreendedores”; 
- “São empreendedores com uma missão social, que é sempre 
central e explicita;” 
ASHOKA; 
MCKINSEY 
(2001) 
“Os empreendedoressociais possuem características distintas 
dos empreendedores de negócios. Eles criam valores sociais 
através da inovação da força de recursos financeiros em prol do 
desenvolvimento social, econômico e comunitário. Alguns dos 
fundamentos básicos do empreendedorismo social estão 
diretamente ligados ao empreendedor social, destaca-se a 
sinceridade, paixão pelo que faz, clareza, confiança pessoal, 
valores centralizados, boa vontade de planejamento, sonhar e 
uma habilidade para o improviso.” 
MELO NETO; 
FROES 
(2002) 
“Quando falamos de empreendedorismo social, estamos 
buscando um novo paradigma. O objetivo não é mais o negócio 
do negócio [...] trata-se, sim, do negócio do social, que tem na 
sociedade civil o seu principal foco de atuação e na parceria 
envolvendo comunidade, governo e setor privado a sua estratégia 
[...] Quando falamos de empreendedorismo social, estamos 
buscando um novo paradigma. O objetivo não é mais o negócio 
do negócio [...] trata-se, sim, do negócio do social, que tem na 
sociedade civil o seu principal foco de atuação e na parceria 
envolvendo comunidade, governo e setor privado a sua 
estratégia.” 
RAO, (2002) “Empreendedores sociais, indivíduos que desejam colocar suas 
experiências organizacionais e empresariais mais para ajudar os 
outros do que para ganhar dinheiro.” 
ROUERE; 
PÁDUA 
(2002) 
“Constituem a contribuição efetiva de empreendedores sociais 
inovadores, cujo protagonismo na área social produz 
desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança de 
paradigma de atuação em benefício de comunidades menos 
privilegiadas.” 
Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de OLIVEIRA, 2004, 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
52
QUADRO 2: DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDORISMO EMPRESARIAL E 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL 
Empreendedorismo empresarial Empreendedorismo social 
1. É individual 1. É coletivo 
2. Produz bens e serviços 2. Produz bens e serviços a comunidade 
3. Tem o foco no mercado 3. Tem o foco na busca de soluções para 
os problemas sociais 
4. Sua medida de desempenho é o lucro 4. Sua medida de desempenho é o 
impacto social 
5. Visa satisfazer necessidades dos clientes e 
ampliar as potencialidades do negócio 
5. Visa respeitar pessoas da situação de 
risco social e promovê-las 
Fonte: elaborado pelo autor a partir de MELO NETO e FROES, 2002, p. 11 
 
QUADRO – 3: CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL, 
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E EMPREENDEDORISMO PRIVADO. 
Empreendedorismo 
privado 
Responsabilidade Social 
Empresarial 
Empreendedorismo social 
É individual Individual com possíveis parcerias É coletivo e integrado 
Produz bens e serviços 
para o mercado 
Produz bens e serviços para si e 
para a comunidade 
Produz bens e serviços para 
a comunidade, local e global 
Tem foco no mercado Tem o foco no mercado e atende 
a comunidade conforme sua 
missão 
Tem o foco na busca de 
soluções para os problemas 
sociais e necessidades da 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
53
comunidade 
Sua medida de 
desempenho é o lucro 
Sua medida de desempenho é o 
retorno aos envolvidos no 
processo Stakeholders 
Sua medida de desempenho 
é o impacto e a 
transformação social 
Visa satisfazer 
necessidades dos 
clientes e ampliar as 
potencialidades do 
negócio 
Visa agregar valor estratégico ao 
negócio e atender expectativas do 
mercado e da percepção da 
sociedade/consumidores 
Visa resgatar pessoas da 
situação de risco social e 
promovê-las, gerar capital 
social, inclusão e 
emancipação social 
Fonte: Elaborado e adaptado pelo autor a partir de MELO NETO E FROES, 2002 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
54
UNIDADE 16 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza social. 
Objetivo: Rastrear e observar criticamente os pontos positivos e negativos de projetos de 
combate à pobreza econômica no seu município ou estado. 
Para esta unidade vamos sugerir a realização de uma pesquisa (o material foi pensado para 
você usar em seu trabalho de intervenção). Para tanto lançamos o seguinte roteiro de 
pesquisa. 
1) Lendo atentamente as unidades anteriores acerca das definições dos tipos de pobreza 
e, após ter estudado a pobreza econômica como um tipo de pobreza específica 
desenvolva uma pesquisa crítica seguindo os passos abaixo. 
2) Pesquise em seu município (preferencialmente) ou Estado (também pode ser no país) 
um projeto social (que pode ou não vir da conjuntura política governamental/ como 
também de ONGs etc.) que tenha as características de um projeto de combate à 
pobreza (assim como sinaliza a unidade 09 e exemplificada na unidade 14). 
 
Reprodução - Investigación urbana, social y ... 
estudiosmetropolitanos.xoc.uam.mx 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
55
3) Após ter escolhido faça o seguinte quadro de leitura comparativa: 
Nome do Projeto de combate à pobreza social 
Leia o material publicado pelo próprio 
projeto e nesta coluna anote: 
- o objetivo do projeto. 
- a quem se destina o projeto 
- os parceiros do projeto. 
- se o projeto é uma iniciativa da 
organização (governo, Ong...) que 
acontece de modo vertical, isto é: feito 
sem consulta ou envolvimento dos 
destinatários; ou se o projeto foi 
planejado de modo horizontal: com 
envolvimento e planejamento junto 
com os destinatários. 
- Pesquise como o projeto foi 
desenvolvimento. 
- Pesquise sobre o processo de 
avaliação do projeto por parte dos 
realizadores (se a avaliação foi 
permanente; as dificuldades 
encontradas; o resultado obtido; os 
motivos do resultado; os pontos 
positivos e negativos do projeto). 
Na sequência procure textos de 
organizações (ou mesmo entreviste 
pessoas) que criticam o projeto. 
Observe como eles estabelecem a sua 
crítica ao projeto seguindo o roteiro 
disponível no quadro ao lado. 
* Sugiro que você leia artigos que 
falem sobre a importância da 
cooperação dos participantes e 
organizadores de projetos tocando nos 
assuntos: autonomia e 
desenvolvimento pessoal/comunitário. 
Estas leituras facilitarão a sua 
compreensão e conexão com os 
assuntos que serão levantados. 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
56
1) Faça um paralelo comparativo entre os dois blocos e apresente um parecer seu sobre 
a viabilidade ou não das observações. 
2) Argumente como o projeto de combate à pobreza econômica em questão é/ou poderia 
ser um fator de gestão ambiental – no sentido de sua contribuição para as questões 
socioambientais. 
3) Uma observação: este roteiro é um auxílio para o seu trabalho. Ele não cai em 
avaliação. Serve como sugestão para que você faça o exercício proposto antes de 
aplicar junto aos seus. No entanto, sobretudo, ele tem o caráter de ser material de 
apoio para a sua atividade de educador ambiental. Um dado muito importante: adapte 
o material. Tire o texto, as palavras, unidades, etc. 
 
 
Reprodução - ONU: Pobreza extrema mundial ... 
jpn.icicom.up.pt 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
57
UNIDADE 17 
Ação de cidadania Planetária: Combater a pobreza material. 
Objetivo: Contemplar formas de combate à pobreza. 
Na busca de exemplificar ações de caráter de combate à pobreza material apresentamos, 
em meio a todas as críticas ou elogios, o projeto governamental brasileiro Bolsa Família 
(presente no governo Lula e nos anteriores – sob outros nomes). 
O material aqui exposto é o de divulgação do Ministério do desenvolvimento Social. O artigo 
de divulgação percorre os seguintes itens explicativos sobre o Bolsa Família: O que é; 
Critérios de Inclusão; Critérios de Seleção; Benefícios e Condicionalidades e, por fim, 
Principais Resultados. O texto é de Aline Aguiar (*). 
O que é? 
(com a modificação última datada em17/12/2006) 
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência direta de renda com 
condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por 
pessoa de R$ 60,01 a R$ 120,00) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até 
R$ 60,00), de acordo com a Lei 10.836, de 09 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.749, de 11 
de abril de 2006. 
 O PBF integra o FOME ZERO, que visa assegurar o direito humano à alimentação 
adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a 
erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população 
mais vulnerável à fome. 
 O Programa pauta-se na articulação de três dimensões essenciais à superação da fome e 
da pobreza: 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
58
 - promoção do alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda à 
família; 
- reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, por meio 
do cumprimento das condicionalidades, o que contribui para que as famílias consigam 
romper o ciclo da pobreza entre gerações; 
- coordenação de programas complementares, que têm por objetivo o desenvolvimento das 
famílias, de modo que os beneficiários do Bolsa Família consigam superar a situação de 
vulnerabilidade e pobreza. São exemplos de programas complementares: programas de 
geração de trabalho e renda, de alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e 
demais documentos. 
 O Bolsa Família prevê a unificação dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio 
Gás e Cartão Alimentação. São os chamados “programas remanescentes”. 
 
Critérios de Inclusão 
(Última modificação 12/04/2007 - 14:48 ) 
Podem fazer parte do Programa Bolsa Família: 
 - famílias com renda de até R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa; 
- famílias com renda de R$ 60,01 (sessenta reais e um centavo) a R$ 120,00 (cento e vinte 
reais) por pessoa, com crianças de 0 a 15 anos. 
 A renda da família é calculada a partir da soma do dinheiro que todas as pessoas da casa 
ganham por mês (como salários e aposentadorias). Esse valor deve ser dividido pelo número 
de pessoas que vivem na casa, obtendo assim a renda per capita da família. (Nessa conta 
não entram os benefícios de outros programas como Peti e Agente Jovem). 
 O responsável pela operacionalização do Programa é o município. Se a família se encaixa 
numa das faixas de renda definidas pelo Programa, deve procurar o setor responsável pelo 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
59
Programa Bolsa Família no município, munido de documentos pessoais (título de eleitor ou 
CPF), para se cadastrar no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal - 
CadÚnico. 
 Famílias que se encontram na faixa de renda de até meio salário mínimo - R$ 190,00 per 
capita - também podem se cadastrar, pois existem outros programas sociais, tanto em 
âmbito federal, quanto estadual e municipal, destinados a essa faixa de renda. 
 
Critérios de Seleção 
( Última modificação 17/12/2006 - 16:13 ) 
O Programa Bolsa Família seleciona as famílias a partir das informações inseridas pelo 
município no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico. O 
CadÚnico é um instrumento de coleta de dados que tem como objetivo identificar todas as 
famílias em situação de pobreza existentes no País. 
 Cada município tem um número estimado de famílias pobres considerado como a meta de 
atendimento do Programa naquele território específico. Essa estimativa é calculada com 
base numa metodologia desenvolvida com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (IPEA) e tem como referência os dados do Censo de 2000 e da Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, ambos do IBGE. 
 O cadastramento não implica a entrada imediata dessas famílias no Programa e, 
consequentemente, o recebimento do benefício. 
 A partir das informações inseridas no CadÚnico, por meio de sistema (software) 
desenvolvido para esse fim, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - 
MDS seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas no Programa a cada 
mês. O critério central é a renda per capita da família e são incluídas, primeiro, as famílias 
com a menor renda. 
Benefícios e Condicionalidades 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
60
(Última modificação 30/07/2007 - 09:37) 
 
Benefícios 
 Os valores pagos pelo Programa Bolsa Família variam de R$18,00 (dezoito reais) a 
R$112,00 (cento e doze reais), de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o 
número de crianças, gestantes e nutrizes. No caso de famílias que migraram de programas 
remanescentes o valor do benefício pode ser maior, tendo como base o valor recebido 
anteriormente. 
Os benefícios financeiros estão classificados em dois tipos, de acordo com a composição 
familiar: 
 - básico: no valor de R$ 58,00, concedido às famílias com renda mensal de até R$ 60,00 por 
pessoa, independentemente da composição familiar; 
 - variável: no valor de R$ 18,00, para cada criança ou adolescente de até 15 anos, no limite 
financeiro de até R$ 54,00, equivalente a três filhos por família. 
 Existe ainda o Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) que é concedido às 
famílias dos Programas Remanescentes (Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, 
Cartão Alimentação e Auxílio-gás), cuja migração para o PBF implique perdas financeiras à 
família. Nestes casos, o valor concedido é calculado caso a caso e possui prazo de 
prescrição, além do qual deixa de ser pago, nos termos da Portaria MDS/ GM no 737, de 
15/12/2004. 
 O quadro abaixo mostra os valores de benefícios que as famílias integrantes do Programa 
podem receber: 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
61
Critério de Elegibilidade Ocorrência de 
crianças / 
adolescentes 
0-15 anos, 
gestantes e 
nutrizes 
Quantidade e 
Tipo de 
Benefícios 
Valores do 
Benefício 
(R$) 
Situação das 
Famílias 
Renda 
Mensal per 
capita 
Situação de 
Pobreza 
De R$ 60,01 
a 
R$ 120,00 
1 Membro (1) Variável 18,00 
2 Membros (2) Variável 36,00 
3 ou + 
Membros 
(3) Variável 54,00 
Situação de 
Extrema 
Pobreza 
Até R$ 60,00 
Sem 
ocorrência 
Básico 58,00 
1 Membro Básico + (1) 
Variável 
76,00 
2 Membros Básico + (2) 
Variável 
94,00 
3 ou + 
Membros 
Básico + (3) 
Variável 
112,00 
Condicionalidades 
 Ao entrar no PBF, a família se compromete a cumprir as condicionalidades do Programa nas 
áreas de saúde e educação, que são: manter as crianças e adolescentes em idade escolar 
frequentando a escola e cumprir os cuidados básicos em saúde, ou seja, o calendário de 
vacinação, para as crianças entre 0 e 6 anos, e a agenda pré e pós-natal para as gestantes e 
mães em amamentação. 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
62
Principais resultados 
( Última modificação 05/12/2006 - 13:04 ) 
O Programa Bolsa Família atende 11,1 milhões de famílias residentes em todos os 
municípios brasileiros. Vários estudos mostram que o Programa, apesar de recente, já 
apresenta resultados importantes: 
O PBF está bem focalizado, ou seja, efetivamente chega às famílias que dele necessitam e 
que atendem aos critérios da lei; 
O Programa contribui de forma significativa para a redução da extrema pobreza e da 
desigualdade; 
O Programa contribui para a melhoria da situação alimentar e nutricional das famílias 
beneficiárias. 
 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
63
UNIDADE 18 
Estudo de caso: projetos de combate à pobreza material. 
Objetivo: Rastrear e observar criticamente os pontos positivos e negativos de projetos de 
combate à pobreza econômica no seu município ou estado. 
 
Roteiro de Pesquisa. 
1) Lendo atentamente as

Continue navegando