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Parasitologia 3º Período Juliana Vieira Queiroz Almeida 2º Semestre 2018 Juliana Vieira Queiroz Almeida 1 Parasitologia 2º Semestre 2018 FAMINAS - Profª. Daniela Camargos Costa Estudante: Juliana Vieira Queiroz Almeida Livros: Parasitologia humana – David Pereira Neves Parasitologia – Luis Rey Projeto acadêmico: Educação em saúde (Parasito) – atividade lúdica (teatro, vídeo, música, maquete, revista) para o público mais acometido –, apresentação oral (30 minutos por grupo, multidisciplinar explicando um pouco da fisiologia, parasito, patologia, entre outros – 1ª etapa), dramatização de um caso clínico sobre a doença, trabalho escrito (artigo científico – 2ª etapa). Metodologia ativa – 1ª aula Harmonizador, repórter, orador, controlador do tempo (1 – 2 minutos). - Quais fatores físicos, biológicos e socioeconômicos que favorecem a instalação e manutenção das doenças no Brasil? Físicos: Dificuldade de acesso. Umidade e temperatura e solo e vegetação. Localização geográfica e área endêmica. Vias de contaminação e contato com o parasito. Espécies exóticas. Biológicos: Fatores genéticos – polimorfismos –. Alimentação/nutrição fiscalização. Fatores estressores. Etnia. Idade. Sistema imune. Socioeconômicos: Saneamento básico; rede de coleta de lixo (Leishmania se reproduz na matéria orgânica) e de esgoto. Pobreza e moradia precária. Cultura. Falta de higiene pessoal. Falta de profilaxia. Escolaridade e falta de acesso a informação; educação sexual. Deficiência de investimento pelo SUS – áreas pouco habitadas, isoladas. Tipo de trabalho. Controle em bancos de sangue. Anotações: A falta de saneamento básico em todas as regiões do Brasil, além de uma coleta e tratamento de esgoto de baixa qualidade ou não existente. Em poucos lugares não tem esgoto a céu aberto. Em regiões mais pobres há maior descaso com o lixo, esgoto e saúde, ocasionando a ocorrência de várias doenças nessas regiões. Quando o saneamento falta o reflexo é imediato na saúde, fazendo com que o custo da saúde nessas regiões seja mais alto. A atenção básica necessita ser melhorada em todas as regiões do país. Além disso há o cheiro desagradável, que prejudica a qualidade de vida dos moradores, além da questão ambiental. Nessas regiões internações por diarreia são constantes. Soluções pequenas como a privatização da rede de esgoto já ajuda a região. O Sistema público não dá conta de manter e melhorar todas as regiões. Introdução a Parasitologia Humana Parasitologia: ciência que estuda os parasitas animais e vegetais e a relação entre parasitas e hospedeiro. Hospedeiro: aquele que serve como meio reprodutivo ou temporário para o parasita. Vetor: aquele que transmite a doença. Meio ambiente: meio onde se encontra o parasita e o hospedeiro. Agente etiológico: causador da doença. Juliana Vieira Queiroz Almeida 2 Grupos de risco: sistema imune, maior contato com crianças e adultos, alta vulnerabilidade (hábitos de higiene inadequados). Pré requisitos para a existência de uma parasitose: - Do próprio parasito: número (carga parasitária), tamanho do parasita (tênia de 8 metros), localização (intestino, cérebro), virulência (gravidade; a capacidade do agente infeccioso produzir uma doença muito grave e fatal). - Do hospedeiro: idade (crianças são mais atingidas), nutrição, imunidade, hábitos. # Pode ser doente, portador assintomático – não é tratado, mas mantém o ciclo de transição – e não parasitado. Associação entre os seres vivos - Harmônicas # Comensalismo: É quando uma espécie obtém vantagens sem prejuízos para a outra. # Mutualismo: É quando duas espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas. # Simbiose: É uma forma extrema de associação interespecífica na qual a dependência recíproca chegou a tal ponto que nenhuma das duas espécies pode viver isolada da outra. - Desarmônicas: # Competição: exemplares lutam pelo mesmo abrigo ou alimento. # Canibalismo: quando um animal se alimenta de outro da mesma espécie e família. # Predatismo: quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. # Parasitismo: inclui todas as variedades de associações interespecíficas com diferentes graus de interdependência. Parasitos: - Parasito – próximo + alimento: encontra em um outro organismo seu habitat e fonte alimentar. - O genoma menor permite que ele seja copiado mais rapidamente. - Cooevolução parasita-hospedeiro: perda de genes presentes no hospedeiro (seleção relaxada). Exemplo: Buchnera (bactéria simbionte de afídeos - pulgões) – perda de 80% do genoma em comparação a seu ancestral –. Mimetismo Parasitário - Mecanismo de escape e evasão do SI. - Mimetismo molecular: parasitos com produtos gênicos semelhantes ao hospedeiro – evasão do reconhecimento imunológico; - Exemplos: # Fosfatidilserinas Leishmania: acesso ao macrófago pelo mimetismo de corpos apoptóticos # Schistosoma, Leishmania, Giardia, Trichomonas, Taenia apresentam receptores para moléculas do hospedeiro: insulina, TNF-α, progesterona, EGF (fator de crescimento epidérmico). Resumo do artigo “Malária grave por Plasmodium falciparum” Objetivo do artigo: enfocar sobre a clínica e a fisiopatogenia da malária grave por P. falciparum a fim de auxiliar no diagnóstico e terapêutica destes doentes. A malária é uma doença causada por protozoários Plasmodium. - Protozoose de maior impacto no mundo (colocando cerca de 40% da população mundial em risco; principalmente extensas regiões tropicais e subtropicais) - O Brasil é o país que concentra o maior número de casos no continente americano doença de notificação obrigatória também conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna) febre quartã, tremedeira, batedeira ou, simplesmente, febre. Turismo na região norte exposição ao Plasmodium spp desenvolvimento da doença atendimento não adequado retardo ou não estabelecimento do diagnóstico no regresso país de origem causa mais comum de morte prevenível entre as doenças infecciosas em viajantes e a mais frequente de febre pós viagem. O agente etiológico da malária grave é o protozoário da classe Sporozoa, família Plasmodiidae, gênero Plasmodium e espécie Plasmodium falciparum Juliana Vieira Queiroz Almeida 3 - O complexo ciclo de vida do Plasmodium depende da expressão de inúmeras proteínas especializadas do hospedeiro, determinando sua sobrevivência intracelular e/ou extracelular, a invasão de vários tipos celulares e a evasão das respostas imunológicas. - A codificação do genoma do Plasmodium falciparum, evidenciou os mecanismos fisiopatogênicos da moléstia. As formas graves, portanto, necessitam de ações no ambiente de terapia intensiva, visando o adequado cuidado dos pacientes. Interação hospedeiro/Plasmodium Aspectos fisiopatogênicos: - A gravidade da malária depende da relação entre hospedeiro (vulnerabilidade e estado imunológico) e o Plasmodium spp (espécie infectante e densidade parasitária). # Hospedeiro: os mais vulneráveis às formas graves da doença são os primoinfectados (gestantes e crianças pequenas). A maioria dos casos e óbitos são por P. falciparum, e de infecções por P. vivax são crescentes. - A infecção por P. falciparum: introdução do MO organismo humano (o mosquito fêmea do gênero Anopheles inocula o homem susceptível) sangue + saliva (os esporozoítas – forma infectante –) alguns esporozoítas são destruídos por células do sistema mononuclear fagocitário outros penetram nos hepatócitos multiplicação por divisão múltipla – esquizogonia – esquizontes teciduais (ou hepáticos) 5 a 16 dias (depende da espécie) cada esquizonte origina milhares de merozoítas (de10 a 40 mil) que ganham os capilares intra-hepáticos e invadem os eritrócitos nos eritrócitos, os protozoários transformar-se-ão em trofozoítas os quais crescem e sofrem divisão nuclear passando a esquizontes sanguíneos divisão (esquizogonia) novos merozoítas (8 a 32, dependendo da espécie) ruptura das células infectadas liberação dos merozoítas reinício o ciclo (justificando os paroxismos febris). A periodicidade da esquizogonia sanguínea é variável, de acordo com a espécie, sendo de 36 a 48 horas para o P. falciparum. - Menor duração do seu ciclo tecidual + maior produção de merozoítas durante as esquizogonias tecidual e eritrocitária + capacidade de infectar hemácias de qualquer idade produção de hiperparasitemias – relacionada à gravidade da infecção. mudanças progressivas na membrana celular (alterações nas propriedades de transporte, exposição de antígenos de superfície e inserção de proteínas do MO) hemácias infectadas possuem protrusões eletrodensas facilita a aderência ás células endoteliais de vênulas, capilares, pós-capilares em diversos órgãos – cérebro, pulmões e rins –, além da presença de adesinas do Plasmodium – knobs – maior gravidade da doença, através da citoaderência + produção de “rosetas”, células infectadas aderem a células não-infectadas efeito sinérgico formação de agregados celulares que interferem na microcirculação facilita o surgimento de doenças mais graves. # A citoaderência explica o porquê de só os trofozoítos jovens – e não formas maduras de P. falciparum – serem observados no sangue periférico, visto que estes são sequestrados na microcirculação. # A ligação das células infectadas às endoteliais dependente de receptores da célula do hospedeiro – ELAM-1, ICAM-1, VCAM-1, CD36 e outros – e da expressão desses pode apresentar variação com a concentração de citocinas, como o fator de necrose tumoral (TNF-α) (presença de material celular oriundo da destruição e ruptura de células parasitadas na circulação) produzido e liberado por macrófagos ativados. Há também as interleucinas (IL) 1, 6 e 8, que causam febre e outras manifestações da malária. - Na malária grave, as hemácias infectadas e as não-infectadas tornam-se rígidas impedimento adicional ao fluxo sanguíneo. As altas parasitemias – presença de parasita vivos no sangue circulante em um ser vivo – são relacionadas com apresentações mais graves de malária pelo maior acometimento da microcirculação e pela presença de efeitos metabólicos deletérios (hipoglicemia, acidose lática). - Por ser uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS) de origem infecciosa, pode-se considerar a malária grave um quadro de sepse com possível evolução para disfunção múltipla de órgãos e sistemas (DMOS), uma das mais importantes causas de morte em diversas regiões do mundo. - A malária pelo P. vivax pode se comportar como uma sepse grave com evolução para DMOS. A importância clínica deste tem sido atribuída à disseminação da resistência à cloroquina e ao sulfametoxazol-trimetoprima aumento da morbidade e mortalidade da infecção. Juliana Vieira Queiroz Almeida 4 A resposta imune ao P. falciparum é complexa; inclui mecanismos celulares – células fagocíticas ativadas liberam óxido nítrico e derivados de oxigênio tóxico que induzem a destruição esplênica dos eritrócitos infectados – e humorais –; anticorpos produzidos ativam receptores para macrófagos e monócitos na superfície das hemácias infectadas inibindo a expansão da parasitemia. - Na infecção aguda, caracteristicamente, há uma pobre resposta antígeno-específica, o que determina lento desenvolvimento de imunidade adaptativa. Em áreas endêmicas para a malária, indivíduos continuamente expostos têm produção gradual de anticorpos específicos que atingem níveis elevados e estáveis, ao redor da terceira década de vida confere proteção contra as formas graves da doença. Malária cerebral: duas grandes teorias, a teoria mecânica – que sugere que o sequestro de hemácias e a consequente obstrução do fluxo cerebral e hipóxia estariam diretamente relacionadas com o acometimento cerebral na malária grave – e a da inflamação – que sugere que essa comece a partir da intensa resposta imune caracterizada pela liberação de citocinas do tipo Th1. Anemia grave: manifestação frequente e precoce da malária, a qual ocorre devido a múltiplos fatores, incluindo destruição ou sequestro dos eritrócitos, alteração da eritropoese e perda sanguínea decorrente de eventual coagulopatia. Definida como hematócrito menor que 15% ou concentração de hemoglobina inferior a 5g/dl. Contudo, em áreas com condições de transmissão diferentes das africanas, essa definição é pouco apropriada, sendo a anemia da malária definida como a redução da hemoglobina ou do hematócrito abaixo dos níveis esperados por idade, sexo e condição na presença de Plasmodium spp. Polimorfismos são associados à suscetibilidade da ocorrência desta. A malária grave é uma emergência médica, devendo ser diagnosticada e tratada prontamente, destacando-se a importância da terapia intensiva para o manejo dos pacientes. O prognóstico da infecção está intimamente relacionado com o início precoce do tratamento e com as medidas de suporte necessárias para abordagem das complicações. Acidose metabólica (lática): está relacionada ao aumento do metabolismo anaeróbico da glicose que pode decorrer da hipóxia tecidual associada à anemia, elevação da atividade muscular durante as convulsões, aumento da demanda nutricional pelos eritrócitos parasitados, inibição da oxidação da glicose na mitocôndria dos eritrócitos parasitados (pela deficiência de tiamina), febre e o consequente aumento das citocinas, além da diminuição da depuração do lactado pelo fígado devido à redução do fluxo sanguíneo hepático mudança do metabolismo aeróbio predominantemente nas condições fisiológicas para o anaeróbio levando a um aumento do lactato. - A hipovolemia não contribui para o aumento do lactato sérico. Juliana Vieira Queiroz Almeida 5 - Na tentativa de compensação da acidose metabólica resposta respiratória de hiperventilação manifesta clinicamente pela respiração de Kussmaul, a fim de produzir alcalose respiratória. Disfunção hepática: manifesta-se, principalmente, por icterícia – à custa de bilirrubina direta –, hepatomegalia e discreta elevação do nível sérico das aminotransferases; pode, em alguns casos, induzir a alterações na função do órgão, como a redução na síntese dos fatores de coagulação, dificuldade no metabolismo de alguns antimaláricos e alterações na gliconeogênese contribuem indo para a ocorrência da hipoglicemia e acidose lática, chegando, eventualmente, à insuficiência hepática aguda. - Os achados patológicos mais frequentes consistem em proliferação de células reticuloendoteliais, congestão, infiltração periportal, infiltração e dilatação sinusoidal, e colestase. Diagnóstico: Gota espessa, o exame padrão-ouro, permite a contagem da parasitemia – fator preditor de gravidade na infecção por P. falciparum – além de permitir o acompanhamento da queda da mesma, após o início da terapêutica. Há o de distensão sanguínea, que permite a identificação da morfologia do protozoário, e consequente diferenciação da espécie infectante, importante para a adequação do tratamento. Cuidados gerais: A malária grave fora de área endêmica é uma emergência médica. A permeabilidade das vias aéreas deve ser garantida e os parâmetros respiratórios e cardiovasculares avaliados. O peso do paciente deve ser aferido para o cálculo das doses dos medicamentos. Um acesso venoso adequado deve ser obtido, além da coleta de sangue para realização de exames laboratoriais – como glicemia, hemograma, contagem da parasitemia, gasometria arterial e parâmetros de função renal e hepática. Balanço hidroeletrolítico rigoroso deve ser realizado. O exame neurológico deve serminucioso, com especial atenção para o estado de consciência avaliado através da escala de coma de Glasgow. Malária Características - Agente etiológico: protozoários do gênero Plasmodium. - Vetores: mosquitos do gênero Anopheles – fêmea pois ela precisa do sangue para o desenvolvimento dos ovos; machos não se alimentam de sangue –. - Hospedeiros vertebrados: mamíferos aves e répteis (mais de 150 espécies). - A malária, como outras doenças tropicais, é relacionada a pobreza. - Morbidade: deixar de ser produtivo – não trabalhar, não estudar – em função da doença A morbidade da malária é muito maior do que em todas as outras doenças – pode ser explicado pela febre –. Espécies de importância médica: - Plasmodium vivax: predominante no Brasil; é a forma mais branda, apesar de ter casos em que esse causou a malária grave – geralmente ocorre quando há uma co-infecção. # Anemia e trombocitopenia – queda de plaquetas –. - Plasmodium falciparum: predominante na África; causa uma malária muito grave; malária cerebral pelo sequestramento dos capilares cerebrais. - Plasmodium malariae. - Plasmodium ovale: formas latentes. - Plasmodium knowlesi: não é considerada, até agora, como uma espécie que causa malária humana, mas tem causada na Ásia antropozoonose, ou seja, uma doença que circular primariamente entre os animais quando o homem tem contato com as áreas de mata e acidentalmente adquirem o protozoário tem ocorrido em função do desmatamento (macaco mosquito homem). # Por que não é considerada humana? Não tem o ciclo de homem infectado mosquito homem sadio. Deve ser por meio do macaco. Situação da doença no Brasil No Brasil, mataram todas as bromélias, processo chamado de “abromelização” como medida de controle a malária descobriram que apenas 3 espécies estavam ligadas ao Anoepheles. Nos lugares onde a malária não é tão comum a taxa de mortalidade é maior. No Norte, onde é comum, na menor suspeita se faz microscopia, nas regiões Sul e Sudeste, por exemplo, onde não é tão comum, não é sempre o que se suspeita. Juliana Vieira Queiroz Almeida 6 - No Norte não dá pra usar repelente – escorre por conta do suor corporal; região de alta umidade e temperatura –, as casas são precárias, de modo que não há como colocar telas de proteção, entre outros – nem sempre há janela, entre outros –. Há o acortinado em que há inseticida, entretanto não chegou nos garapés, regiões em que é mais necessitado, pela dificuldade de acesso. Além disso há muitas regiões aquáticas, dificultando o controle. Indivíduos de áreas endêmicas costumam ser assintomáticos ou ser imunes a várias doenças. Entretanto, se você mora em Manaus, vem para o Sudeste para morar, com o tempo, você perde a imunidade. - 84% das malárias são causadas por P. vivax, 16% por P. falciparum. - Geralmente os macacos que mantêm a malária circulando. - P. simium é muito parecido com o P. vivax. - P. brasilium. O ciclo para o P. vivax, falciparum, ovale, malariae pode ser visto na imagem à direita. O ciclo para o P. simium pode ser visto abaixo. Ciclo dos plasmódios Pode ser visto na imagem à direita a baixo. Esporozoítos, presentes na glândula salivar fêmea suga tanto sangue que ela regurgita infecção fígado merozoíto esquizonte tecidual – um monte de merozoítos no tecido – liberação gradiente na circulação sanguínea do merossoma/bolsa de multiplicação de merozoíto – 10 a 40 mil merozoítos – sangue hemácias trofozoíto – jovem, maduro – merozoíto multiplicação assexuada esquizonte sanguíneo – 8 a 32 merozóitos por hemácia – rompimento da hemácia reiniciação do ciclo. - Não permite que o macrófago perceba o que está acontecendo, sendo por isso que a liberação dos merozoítos é gradual, para não ter um super alerta a resposta imune. - Sempre que a hemácia se rompe há ativação de uma resposta inflamatória febre. Hipnozoítos: forma latente. A anemia falciforme muda a conformação da hemácia, de modo que muda as proteínas de superfícies, de modo que a invasão não ocorre. Antígeno Dark ou Duffy: Duffy e Dark negativo também não é infectado pela malária. Juliana Vieira Queiroz Almeida 7 O ciclo sexuado da malária ocorre no mosquito matriz peritrófica occineto . O ciclo assexuado da malária ocorre no seu humano Sintomatologia Acesso malárico: febre, calafrio, sudorese. Paroxismo febril: ruptura das hemácias pelos esquizontes. Liberação de citocinas inflamatórias (IL-6, IL-1, IL-8, TNF-α e IFN-γ) que produzem, a febre, a sudorese e os calafrios característicos da doença. Esse ciclo provoca a destruição dos eritrócitos, supressão da eritropoiese e anemia (apresentação de icterícia como consequência). Acessos maláricos: se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio: • P. falciparum - com intervalos de 36 a 48 horas (terçã maligna) • P. vivax - acessos em dias alternados, 48 em 48 horas (terçã benigna); • P. malariae - os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã). Sintomas: - São inespecíficos. - Mal estar, cefaleia, vômito, diarreia, dor abdominal, mialgia, fadiga, hipoglicemia, insuficiência renal, convulsão. - Malária severa: Anemia severa e malária cerebral. Principais complicações encontradas - P. vivax: anemia e trombocitopenia. - P. falciparum: malária cerebral única que provoca o sequestramento de hemácias Hipóxia; cefaléia; alterações de comportamento, convulsões; coma. Eventos associados à patogênese da malária cerebral - Sequestramento de hemácias nos capilares periféricos # A hemácia infectada expressa moléculas de adesão, “chamadas de knobs”. As células endoteliais possuem hemácias não parasitárias se ligam a hemácia infectada “rosetas” como forma de mimetismo parasitário parasita está protegido macrófago não consegue ter acesso ao parasito, ele identifica as hemácias não parasitárias com isso há a formação de um trombo malária cerebral (falta de oxigenação do cérebro pelo bloqueio do fluxo sanguíneo regional não chegam suprimentos). - Produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias. # TNF-α: esse, em grandes concentrações, induz a célula do endotélio a aumentar o número de receptores do endotélio para moléculas de adesão mais sítios para a hemácia se ligar aumenta a quantidade de trombos. E o sequestramento em P. vivax? A citoaderência e o sequestramento em P. vivaxainda permanecem pouco esclarecidos. Diagnóstico - Microscopia: “padrão-ouro”. # Cerca de 5 a 20 parasitos por decilitro. - Limitações: Baixas parasitemias, infecções mistas (percentual baixo de coinfecção), plasmódios simianos X plasmódios humanos (de difícil diferenciação), microscopista especialista – no Norte é comum, logo de diagnóstico rápido, em outras regiões não –. - RDTs – fitas de identificação de teste rápido –. # Precisa-se de uma alta carga parasitária para que eles sejam positivos pouco específico. # Cerca de 100 parasitos por decilitro. - Moleculares: há vários protocolos para essas técnicas; são testes em que se detectam gene do parasita, entretanto de alto custo, apesar de ser muito específico. Ocorre o sequenciamento do gene da subunidade menor do RNA ribossomal. # Se for uma carga parasitária extremamente baixa (abaixo de 5 parasitos) não há identificação. Tratamento Seleção da droga devido: - Espécie parasitária. - Grau de parasitemia/gravidade do caso. Juliana Vieira Queiroz Almeida 8 - Idade do paciente. - Experiência prévia do paciente com malária (seria mais branda) local de residência: Amazônia ou fora da Amazônia. - Se feminino, gestante? Primacna não pode ser usado no início da gestação. Antimaláricos - Tafenoquina # Dose única, diferente da primaquina por 14 dias; # Nova opção para recaídas após 40anos; - Comprimidos # Cloloquina. # Primaquina. # Artemether + lumefantrine: é mais difícil o parasita ser resistente à drogas combinadas. 1ª escolha: P. falciparum não grave e malária mista. 2 ª escolha: Qunina, + doxiciclina + primaquina. Para malária grave tem que ser droga injetável artesunato, artemether, clindamicina ou quinina. Sem confirmamento: trata como P. falciparum que é a mais grave. - Conduta: Colete amostra de sangue (gota espessa) para exame de malária e inicie o tratamento. Se grave, prescreva, imediatamente, tratamento para malária grave. Se não grave, na impossibilidade de exame imediato (<12/24h), opte pelo tratamento do P. falciparum. - Após diagnóstico: se for P. vivax, complete o tratamento com primaquina. Terapêutica da malária grave – é uma emergência médica. - UTI. - Exame neurológico minucioso (escala de coma de Glasgow). - Acesso venoso: exames laboratoriais – renal, hepático –. - Terapêutica: esquizonticidas eritrocitários de ação rápida – artesunato – via intravenosa. - Medidas gerais de manutenção do paciente. Profilaxia - Tratamento do homem doente bloquear ciclo de transmissão. - Proteção ao homem sadio. - Combate ao vetor – uso de quimioprofiláticos (cloroquina, amodiaquina, proguanil e pirimetamina) proibido no Brasil –. Na África antimaláricos são comuns e permitidos. - Início: 1 semana antes de entrar na área malarígena. - Término: 30 dias após ter saído da área - repelentes,cortinados/mosquiteiros ou telas - inseticidas – - Desenvolvimento de vacinas: em teste. Diagnóstico diferencial Padrão ouro para Tegumentar Imunológico (IDMR), e quando não funciona, pode-se pedir a sorologia. Padrão ouro para a Visceral Imunológico (sorologia). Deve-se olhar os aspectos clínicos e epidemiológicos e defini-los como parasitológicos – relacionados a histologia, sendo obtidos por meio da cultura e inoculação em animais, por meio de aspirados de medula óssea e linfonodo; biópsia de pele e sangue –, métodos imunológicos – RIFI, ELISA, IDRM – e baseados no Juliana Vieira Queiroz Almeida 9 osso e linfonodo; biópsia de pele e sangue –, métodos imunológicos – RIFI, ELISA, IDRM – e baseados no DNA – PCR –. - Na sorologia, pode ser feito o exame de reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e Ensaio Imunoenzimático (ELISA), sendo que ambo tem um sistema de revelação (2º mensageiro) acoplado a um anticorpo específico que se acopla a um antígeno. - Exame de Montenegro punciona inocula observação da reação (maior ou igual a 5mm). Leishmaniose Doença exótica, enzonótica e zoonótica (circula entre os animais e os homens). Por meio da picada de Flebotomíneo, não considerados mosquitos por colarem seus ovos na matéria orgânica e não na água. - No quintal de indivíduos com muita matéria orgânica, lixo, costuma haver a proliferação. Não tem como saber se o cão possui a tegumentar ou a visceral, de forma que, se for a tegumentar, não tem agravo ao homem e não há necessidade do sacrífico. Se sacrifica por não conseguir diferencia. Como se pode ver na imagem ao lado, há diferentes espécies para cada uma. Introdução à leishmaniose visceral Há necessidade dos reservatórios dos animais silvestres e domésticos, pois o homem não mantém a doença. Há necessidade do cão como reservatório, o que mostra um processo de urbanização. - Favorecimentos do processo de urbanização: cão doméstico que mantém a doença no ciclo urbano, uma adaptação do vetor da L. V. (chagasi), # Adaptação do vetor: ser uma espécie promíscua, domiciliada e antropofílica. Alto índice de mortalidade. Causa a Leishmaniose do velho (L. dovani e infantum) e do novo mundo (L. infantum chagasi). Introdução à leishmaniose tegumentar. Cão não é reservatório, mas necessita-se ainda dos animais silvestres. - É uma doença mais rural; menos urbanizada seu vetor não é adaptado. Não tem uma alta mortalidade, mas possui uma morbidade importante – lesões na faringe, na boca, fenda no palato, entre outros, de modo que ter maior interferência na vida do indivíduo; não há tratamento, deixando uma sequela e afetando a qualidade de vida do indivíduo –. Causa a Leishmaniose cutânea, micocutânea e cutânea difusa. Tem como espécies principais a L. amazonesis, braziliensis e lindenberg. Cutânea: além do ao lado pode ser framboesada e, quando disseminada, por der lesões acneiformes, normalmente noduladas. Mucocutânea: após a degradação não se ocorre a reconstruição da região. Cutânea difusa: paciente geralmente imunossuprimido, sendo negativo nos testes parasitológicos e imunológicos e não muito responsivo ao tratamento. OBS: sabe-se que a infantum (do velho mundo) e a chagasi são muito parecidas, tendo a mesma origem sinónimas (mesma espécie em regiões distintas). A infantum está presente em Portugal, logo ela deve ter sido trazida ao Brasil durante a colonização. Reservatório: fonte de infecção sem manifestações clínicas. Hospedeiro: não é fonte de infecção com manifestações clínicas. Juliana Vieira Queiroz Almeida 10 Formas promastigotas: encontradas nos insetos vetores. Formas Amastigotas: encontradas em hospedeiros vertebrados. Leishmaniose visceral Endêmica nas Américas, África e sul da Europa. No Brasil a chagasi e infantum é uma zoonose, necessitando-se do cão para manter a doença nos humanos. Já a L. donovani é uma antroponose de modo que a doença é transmitida caso o vetor pique um humano infectado e outro não infectado em seguida, transmitindo a doença; causa a visceral constantemente – Índia, China, entre outros –. - L. infantum, uma zoonose de canídeos e roedores, ocorre na Ásia, África e na Europa, causando a forma visceral em crianças. O Brasil notifica 90% dos casos no continente americano e 98% dos casos não são tratados alta letalidade. O cão funciona como sentinela, de modo que se as estratégias de controle fossem iniciadas assim que houvesse sinais nos cãos, haveria melhor controle. Ações antrópicas são o que leva a urbanização da doença e adaptação do vetor, como já explicado. Reservatórios - Na área urbana: cão (Canis familiaris). - No ambiente silvestre: raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais (Didelphis albiventris e D. marsupialis). Vetores - Pertencem à Ordem Diptera, Família Psychodidae, Sub-família Phlebotominae, Gênero Lutzomyia. - Conhecidos por flebotomíneos, mosquito-palha, concundinha, cangalhinha, tatuquira, mulambinho, catuqui, fleboti, etc. Ciclo biológico Promastígotas metacíclicas pele durante a picada infecta os neutrófilos alcança os macrófagos multiplicação dentro dos macrófagos ingestão de macrófagos pelo vetor pelo sangue intestino médio do vetor diferenciação em promastigotas diferenciação em promastigotas metacíclicas aparelho bucal para infectar novos indivíduos. Aspectos clínicos da LV - Período de incubação: 2 a 6 meses. - Crianças mais acometidas (imaturidade imunológica celular, desnutrição). - 54% dos casos menores de 10 anos, sendo 41% em menores de cinco anos e maior exposição ao vetor no peridomicilio. - Há indivíduos que são assintomáticos – não são importantes para o ciclo. Evolução da leishmaniose visceral não diagnosticada - Imagem ao lado. - Depende da cidadania, estado nutricional, acesso à serviços de saúde, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Juliana Vieira Queiroz Almeida 11 Diagnóstico Laboratorial - Métodos Indiretos: Técnicas Sorológicas (imunológico) Padrão ouro. # RIFI e ELISA. # Quadro ao lado. - Métodos Diretos: Exame direto em lâmina; cultivo em meio axênico; inoculação em animais de laboratório (esses são parasitológicos); e pesquisa do DNA do parasito (molecular). # Parasitológico é mais usada para aspirado de medula entre outros. - PCR: Para imunossuprimidos;detecção de DNA de L. spp. em sangue periférico. - Tratamentos com fármacos: há pouca adesão por necessitar de deslocamento para receber o tratamento, há efeitos colaterais – boatos de que faz piorar – e necessita-se de muitos exames para avaliar se o tratamento pode ocorrer, sendo necessário ECG e noção de função hepática e renal. # Idosos, gestantes, pacientes com doenças prévias, de Chagas, alterações renais, hepáticas ou cardíacas não recebem o tratamento droga de escolha é muito tóxica. # Em imunocomprometidas é reincidiva. Em imunocompetentes não, ele deve ser infectado novamente. Situações específicas que devem ser observadas - LV em gestantes # Antimoniais pentavalentes: atravessam a barreira placentária, podem impregnar no sistema nervoso do feto - síndromes severas de retardo mental. # Contra-indicado durante os dois primeiros trimestres da gravidez; não há contra-indicação de seu uso durante a amamentação. # A anfotericina B é a droga de escolha em pacientes grávidas. Recomenda-se a dose de 1mg/kg/dia, durante 14 dias consecutivos. Via endovenosa - Pacientes desnutridos e com pouca massa muscular; em casos de trombocitopenia; - Infusão lenta em solução glicosada 5%. - Quando é recidiva: Glucantime prolongado (até 40 dias) - ECG: antes, durante e depois Principal efeito colateral. Para controle - Eliminação de cães soropositivos eutanásia dos cães (fundamental para o ciclo da doença); para prevenção, coleiras impregnadas (deve ser trocada todo mês; cara), vacinação de cães (85% de eficácia, governo não oferece ela, mas oferece eutanásia) e tratamento precoce (caro). # Cão vacinado e cão infectado são positivos não há soroconversão. É necessário fazer o teste em laboratório para provar e não entregar o seu cão. - Educação em saúde. # As pessoas escondem seus animais de estimação. - Borrifação com inseticida. - Diagnóstico e tratamento precoce. Atuação na cadeia de transmissão: - Controle químico: utilização de inseticidas de ação residual é a medida de controle vetorial recomendada no âmbito da proteção coletiva. # Há insetos resistentes, logo, não é tão resistente. Orientações dirigidas ao controle do reservatório canino - Eutanásia de cães: recomendada aos animais com diagnóstico sorológico e/ou parasitológico positivo. Juliana Vieira Queiroz Almeida 12 - Destino de cadáveres: considerados como resíduos de serviços de saúde. Orientações dirigidas às atividades de educação em saúde - Conscientização da população. - Divulgação à comunidade e capacitação de profissionais. - Educação continuada. Coinfecção HIV Leishmania - Maior letalidade; - Maior número de recidivas – acompanhamento –. - Manifestações clínicas não usuais (trato gastrointestinal, cardíaco, respiratório, cerebral): imunossuprimidos. - Problemática: sobreposição das doenças; - LV potencializa a replicação viral. HIV potencializa a gravidade da LV. - Principais manifestações clínicas da LV (de mais frequente para menos frequente, respectivamente): esplenomegalia, febre, emagrecimento, hepatomegalia. - Infecções oportunistas concomitantes foram descritas com as seguintes frequências (de mais frequente para menos frequente): candidíase, infecção por Mycobacterium sp., pneumonia, toxoplasmose do Sistema Nervoso Central (SNC). - Diagnóstico: # LV: identificação do parasito em medula óssea (punção; parasitológico) padrão ouro. # LT: exame direto de material de biópsia. # Teste Molecular: disponível nos centros de referência para casos inconclusivos! - Tratamento: # Droga de primeira escolha: Anfotericina B. # Toxicidade: avaliação eletrocardiográfica, hepática, pancreática e renal, antes de se instituir a terapêutica; # Infusão lenta em soro glicosado, se houver efeito adverso interromper, administrar anti-térmicos e anti-histamínicos meia hora antes; # Poucos estudos com a dosagem ideal – utiliza-se até 40mg/kg; # Avaliar quando recidiva. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Características: doença parasitária, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas; é primariamente uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. Tipos de lesões - Lesão ulcerada, não ulcerada – cutânea disseminada –, lesão crônica e lesão micocutânea (não há septo nasal, por exemplo, e não há regeneração). - Enfermidade polimórfica e especial da pele e das mucosas. - Infecção indolor exceto quando há co-infecção bacteriana. - Lesão satélite: resposta inflamatória próxima à onde o indivíduo foi picado. - Lesão ulcerada com bordas elevadas, fundo granuloso, úmido e avermelhado. Reservatórios/hospedeiros (?) - Leishmania amazonenses: Roedores (Proechymis, Cerradomys e Neacomys). - Leishmania guyanensis: Edentados-preguiças (Choloepus didactilus), tamanduá (Tamandua tetradactyla) e marsupiais. - Leishmania braziliensis: roedores (Akodon, Proechimys, Cerradomys e Necromys) – principal grupo reponsável pelo maior número de casos de LTA no país – e domésticos (Canis familiaris - cão, Equus caballus - equinos e mulas e Rattus rattus) OBS: Não há evidências científicas que comprovem o papel de todos estes animais como reservatórios das espécies de leishmânias. Modo de transmissão Juliana Vieira Queiroz Almeida 13 - Picada do inseto fêmea Lutzomyia (flebotomíneo) Lu. intermedia, Lu. whitmani, Lu. migonei, Lu. umbratilis, Lu. wellcomei, Lu. flaviscutellata - Acidentes em laboratório. - Transfusão sanguínea. - Transplantes. - Uso de drogas injetáveis. Perfis epidemiológicos: - Silvestre (zoonose); - Ocupacional ou lazer (antropozoonose); - Rural ou periurbana (zoonose ou antropozoonose); - Principais no Brasil: L. braziliensis, amazonenses e guyanensis. # As duas primeiras causam a lesão disseminada costuma ter uma alta resposta de anticorpos. Manifestações clínicas Período de incubação no homem é de, em média, 2 meses (2 semanas - 2 anos). Susceptibilidade e imunidade - Susceptibilidade: universal. # A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente. - Lesões cutâneas: lesão única, múltiplas, cutânea difusa, e disseminadas acneiformes. - Diagnóstico: intradermo reação de Montenegro – IDRM – padrão ouro. # amazonenses é negativa e não responde bem ao tratamento. Lesões cutâneas clássicas Lesão indolor, úlcera de bordas elevadas e bem delimitadas, fundo granuloso e úmido; base eritematosa, infiltrada e de consistência firme. - Infecção secundária: dor e exsudato seropurulento. - Pedir paciente para lavar com água e sabão. - Geralmente inicia onde houve a picada do vetor. Lesões decorrentes do parasitismo na LT - Após a perda da crosta, pequena úlcera característica progressão típica úlcera leishmaniótica. - Formas menos características: seca e hipercerastósica ou produzindo metástase cutânea, subcutânea ou mucosa. Lesões cutâneas Forma cutânea localizada: úlcera única ou múltipla (até 20). - Tendência a cura espontânea e boa resposta ao tratamento, IDRM positiva - Na imagem à esquerda se vê uma com aspecto ectimóide e na à direita uma de aspecto framboesóide. Forma cutânea disseminada: rara (2%). - L. braziliensis e a L. amazonensis. - Múltiplas lesões (até centenas) papulares e de aparência acneiforme que acometem vários segmentos corporais, mais frequente na face e no tronco. - Difícil encontrar o parasito. - Altos títulos de AC. Juliana Vieira Queiroz Almeida 14 - IDRM com resposta variável. Forma recidiva cútis - Depois do tratamento e do início da cicatrização lesões voltam no local da lesão 1mária. Forma cutânea difusa: - L. amazonensis. Formaclínica rara, porém grave, que ocorre em pacientes imunocomprometidos. Inicia de maneira insidiosa, com lesão única e má resposta ao tratamento; evolui de forma lenta com formação de placas e múltiplas nodulações não ulceradas. Resposta a terapêutica é pobre ou ausente e geralmente a IDRM negativa. - 40% dos pacientes evoluem para LCD. - Deficiência imunológica resp. inflamatória ineficiente, resp. celular deprimida; - Curso crônico e progressivo por toda a vida. LT - Leishmaniose Cutâneomucosa (LCM) - Espécie:L . braziliensis. Raros casos de L. guyanensis e L . amazonensis. - Conhecida por espúndia, nariz de tapir ou anta. - Regiões mais afetadas: nariz a faringe, a boca e a laringe. Aspecto marcante: o parasito produz, meses ou anos após a lesão inicial primária, lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens. Processo lento, de curso crônico. O teste de Montenegro apresenta resposta exagerada. Teste de Montenegro Consiste em uma reação intradérmica, utilizando extrato antigênico de leishmanias, com concentração de proteína padronizada e submetida a controle de esterilidade e inocuidade. - Deve haver a reação maior ou igual a 5mm. - Antígeno de Montenegro é obitod por cepa de L. amazonenses + suspensão salinda fenolada 0,4%. Tratamento 1ª Droga de escolha: - Antimonial pentavalente (Glucantime). - Imagem ao lado com doses e tempo de duração de acordo com a forma clínica 2ª Droga: - Anfotericina B e o isotionato de pentamidina. - Anfotericina B lipossomal: não há evidências clínicas (off label), fica a critério do médico Acompanhar rigorosamente os efeitos colaterais. NOTA: Lesões ulceradas podem causar contaminação secundária Paramomicina uso tópico. Todas as reações adversas graves ou potencialmente graves DEVEM SER NOTIFICADAS. No site: www.anvisa.gov.br, no link da farmacovigilância. Quando o imunocompetente tem a forma recisiva se refere o mesmo esqueme com antimonial por mais tempo. Caso ainda não funcione, se troca o remédio (anfotericina B e Pentamidina). - Coinfecção HIV leishmania maior letalidade, maior numero de recidivas, manifestações clinicas não usuais (TGI, cardíaco, respiratório, cerebral). Problemática: sobreposição das doenças LC potencializa a replicação viral). Instrumentos disponíveis para controle 1) Proteção individual: mosquiteiros e repelentes; telas finas em portas e janelas; uso de roupas compridas; em áreas de risco: 200 a 300 m entre as casas e a floresta. 2) Controle de reservatórios e vetorial: impossibilidade de controle dos reservatórios silvestres. - Acondicionamento e destino adequado do lixo orgânico: impede a proliferação de reservatórios e vetores da LTA; borrifação de inseticidas – não muito eficaz pois leva resistência dos vetores. 3) Educação em Saúde: cão sintomático – punção de medula – e cão assintomático – baço alterado –. Juliana Vieira Queiroz Almeida 15 Doença de Chagas Introdução Transmissão pelas fezes e urina do Barbeiro. Pode ser aguda (febre, sinal de Romanã, chagoma de inoculação) ou crônica que pode evoluir para a forma indeterminada (positivo no exame – protozoário circula no sangue –, mas não tem nenhuma manifestação clínica/sintoma relacionada a doença de chagas), cardíaca (quando aparece algum sintoma e alterações cardíacas – arritmias), digestiva (chamada de “megas” por haver a dilatação das partes ocas), mista (comprometimento cardíaco e do sistema digestivo), e o nervoso, porém nesta há poucos estudos que não mostram essa, não sendo comprovada ainda (inflamação das meninges, entre outros, são presentes). - Um sintoma da fase aguda ou inicial é o inchaço unilateral do olho. - É importante saber que somente na fase aguda há o parasita no sangue do indivíduo, pois a multiplicação deste começa a ocorrer nos órgãos do indivíduo; logo, na fase crônica, o teste parasitológico costuma ser negativo e deve ser feito o diagnóstico por sorologia. Epidemiologia: - Afeta milhares de pessoas; - Não dispõe de tratamento eficaz, apesar de grande número de trabalho. - Público alvo composto principalmente por pessoas de baixo nível econômico. - 30-40% dos casos evoluem para lesões irreversíveis no TGI e coração. - É uma doença exclusiva da América, principalmente a Latina, do Norte – somente México – e so Sul. - Houve grande redução da transmissão vetorial por meio do inseticida, redução de triatomíneos, controle de bancos de sangue redução da prevalência da doença e dos óbitos. Descrição da doença: - Infecciosa, causada por protozoário flagelado. Agente etiológico Vetores da doença de Chagas Do ovo sai uma ninfa, e essa tem 5 estágios, os adultos fazem reprodução. - Independente do estádio e sexo, há transmissão da doença, pois todas elas são hematófagos. - Ninfas X adultos = diferença na asa e genitália; fêmea maior que o macho; aumenta o tamanho quando se alimenta. Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi. Tripomastigota metacíclicas por meio da picada é transmitida para o indivíduo penetram o organismo pela mucosa e/ou lesão da pele invade célula se diferencia em amastigota nas células nucleadas amastigotas se multiplicam diferenciação tripomastigota corrente sanguínea vetor suga o sangue com essas intestino do vetor diferenciação em epimastigota tripomastigotas metacíclicas hospedeiro. https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwirj4CznZXdAhVCC5AKHbgIDOUQjRx6BAgBEAU&url=http://www.parasitandonaweb.xpg.com.br/trypanosoma.html&psig=AOvVaw0MTDAOeGuDthZf5g9IWkEW&ust=1535734056513112 Juliana Vieira Queiroz Almeida 16 Ciclo silvestre ciclo doméstico por meio da mudança ambiental, entre outros. Transmissão: pode ser transfusional, congênita, acidentes de laboratório, transplantes, coito (não comprovado), acidental – sangue contaminado –, via oral. Ambiente silvestre: montes de pedras, cascas ou troncos de árvores, florestas, topo de palmeiras, ninhos de aves ou roedores. Ambiente peridomiciliar: galinheiro, chiqueiro, curral, paiol, banheiros fora de casa, montes de telhas ou pedras próximas à casa. Ambiente intradomiciliar: essencialmente dentro da casa, seja no quarto, cozinha, sala ou banheiro. Interrupção da transmissão vetorial da doença de chagas por Triatoma infestans, que é o principal vetor no Brasil, por ter uma grande capacidade vetorial – que tem maior inoculação, multiplicação do protozoário dentro dele –. O que é um reservatório? - “São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se multiplica um agente infeccioso, sendo vital para este a presença de tais reservatórios e sendo possível a transmissão para outros hospedeiros”. - Reservatórios da doença de Chagas: marsupiais, primatas, roedores, tatu, preguiça, morcegos. Transmissão: Transfusional, congênita, acidentes de laboratório, transplante, acidental – sangue contaminado – e transmissão oral. Fases Nos primeiros 10 dias há alta parasitemia fase aguda (11 dias – cerca de 6 meses –) fase crônica (cerca de um ano a mais de 20). - Fase aguda: parasitemia – carga parasitária – reduz consideravelmente. # Costuma ser raro a detecção nessa fase, de forma que não costuma haver um teste feito nela. Parasitemia seria efetiva. # Duração: 2-3 meses. # Parasitemia patente. # Manifestação: 2-3 semanas. # Sintomas: chagoma de inoculação; sinal de Romanã – olho inchado unilateralmente –; febre; miocardite aguda; destruição neuronal – meningocefalite –, comprometimento digestivo, hepatoesplenomegalia. - Fase crônica: é onde há as fases # Padrão ouro é sorologia na crônica. # Parasitemia subpatente. # Início: 3 meses pós-infecção. # Duração: vários anos. # Grande número de anticorpos circulantes. # Fase indeterminada: Nãose entende bem porque há a evolução da doença para a morte súbita com ECG normal durante a fase indeterminada da doença). Positivo nos exames laboratoriais. # Forma cardíaca: Responsável pelo maior número de óbitos relacionada a ICC, predominantemente arrítmica e tromboembólica, que leva a morte subida. Há diminuição da massa muscular – substituição por áreas de fibrose, destruição do SN simpático e parassimpático – e exsudato inflamatório. Paciente costuma apresentar miocardite (inflamação crônica ativa) e cardiomegalia. Aneurisma da ponta ocorre patognomônico na qual há fibrose na ponta do coração. Por essas áreas de fibrose no coração há um retardamento da circulação, hipóxia, o que é consequência da insuficiência cardíaca. Juliana Vieira Queiroz Almeida 17 # Forma digestiva: Há a dilatação das vísceras ocas, sendo o megaesôfago (disfagia, indivíduo costuma procurar muito tardiamente de modo que é necessário a remoção cirúrgica; também chamado de mal do engasgo) – visto na imagem ao lado – e o megacólon (constipação) ou fecaloma, no qual a pessoa não vai no banheiro a muitos dias, as mais relatadas. É causada pela destruição de neurônios dos plexos mioentéricos (parassimpático) e esfíncteres em contração permanente (simpático) incoordenação motora. O acúmulo de alimentos ocorre na cárdia. Sintomas: odinofagia – dor na deglutição –, sialose – aumento da secreção de saliva –. Há relato de câncer quando o diagnóstico não é feito precocemente. O megaesôfago pode ter 4 fases. # Forma nervosa: não é mais aceita por falta de provas, mas em alguns casos há problemas nervosos. Xenodiagnóstico: barbeiro se alimenta do sangue do indivíduo e se procura pelas tripomastigotas no final. Tratamento Casos congênitos: em todos há a doença na fase aguda ou inicial. Transplantado que recebeu órgão de doador infectado transplanta e depois trata. Indicado: - Todo indivíduo com infecção chagásica aguda. - Casos congênitos (fase aguda). - Reativação da parasitemia por imunossupressão. - Transplantado que recebeu órgão de doador infectado. Contra-indicado: Gestantes Tratamento específico: - Benzonidasol como primeira escolha, sendo que há 76% de cura na fase aguda (a existência de cepas naturalmente resistentes dificulta melhores dados) e 8% na fase crônica. # Efeitos colaterais severos. # Existência de cepas naturalmente resistentes. # Adultos: 5 mg/kg/dia, durante 60 dias. Crianças: 7-10 mg/kg/dia, durante 60 dias. # Efeitos colaterais: cefaléias, tonturas, anorexia, perda de peso, dermatites, etc. - Nifurtimox tem mais efeitos colaterais, apesar de ainda ser usado em alguns países. Não colocar em provas ou concursos, a não ser se for um caso norte americano. # Adultos: 8-10 mg/kg/dia, durante 60 a 90 dias. Crianças: 15 mg/kg/dia, durante 60 a 90 dias. # Efeitos colaterais: anorexia, emagrecimento. https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiaqrDvopXdAhUHxVkKHVrxBf4QjRx6BAgBEAU&url=http://www.scielo.br/scielo.php?script%3Dsci_arttext%26pid%3DS2237-96222016000500007&psig=AOvVaw3U0xjtOy7HIDbo0b3PuT2Y&ust=1535735536350604 Juliana Vieira Queiroz Almeida 18 Tratamento sintomático - Manejo adequado do paciente: aumentos na sobrevida e qualidade de vida: desenvolvimento de atividades habituais desde que não impliquem em grandes esforços físicos. - Tratamento precoce e bem conduzido: melhora no prognóstico! - Drogas administradas aos cardiopatas chagásicos crônicos: mesmas que se usam em outras cardiopatias de origem não chagásica (hipertensivas, congênitas, isquêmicas e idiopáticas): cardiotônicos, diuréticos, antiarrítmicos e vasodilatadores. - Bradicardia: implantação de marca-passo. - Manifestações digestivas: depende do estágio que a doença foi diagnosticada. - Estágios precoces: medidas pouco invasivas (dietas, laxativos e/ou lavagens). - Estágios avançados: correção cirúrgica do órgão afetado. Profilaxia Melhoria habitacional. Melhoria dos hábitos de higiene – manipulação de alimentos –. Cuidados com os animais domésticos. Conhecer os barbeiros e sobre a doença. Toxoplasmose Introdução Definição: zoonose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, tem distribuição mundial e acomete animais de sangue quente. - Cosmopolita: mundial; sendo que a maior parte da população tem anticorpo, já teve contato com o protozoário e nem sabe. # Grupo de risco: gestantes e imunossuprimidos (receptores de órgãos, HIV+, pessoas que fazem tratamento quimioterápico, doenças autoimunes, estressadas, outros fatores de imunossupressão). Tratamento só funciona na fase inicial da doença. Gestantes sem fatores de imunossupressão com sorologia positiva perfeito; mas, caso ela seja sorologia positiva (parasito alojado no tecido) e tem doença autoimune, como lúpus, ela pode desenvolver reagudização da doença, que é quando o parasito volta pra fase inicial/aguda da doença. - Na fase aguda há o taquizoíto, e na crônica bradizoítos (que pode se diferenciar em taquizoito – que pode passar por feto e pode causar aborto). Epidemiologia - Alta frequência sorológica – muitas pessoas já tiveram contato –. - Doença clínica pouco frequente por ser assintomática. - Quando sintomática, caracterizada por: Encefalite, icterícia, urticária, hepatomegalia, coriorretinite – principal no Brasil –, hidrocefalia e microcefalia, podendo apresentar alta taxa de morbidade e mortalidade. - Ocorre em vários animais: carneiro, cabra e porco. Juliana Vieira Queiroz Almeida 19 - Hospedeiro definitivo: gatos e outro felinos. - Hospedeiro intermediário: mamíferos (homem), aves. - Habitat do parasito: vários tecidos, células (exceto hemácias) e líquidos corporais. Morfologia: - Taquizoítos: chamada também de forma livre, proliferativa ou trofozoíto. # Encontrado geralmente na fase aguda, nos líquidos orgânicos, células SMF, hepáticas, pulmonares, nervosas, musculares; leite não pasteurizado – raro pois a fase aguda dura pouco tempo. # Móvel, forma de meia lua; multiplicação rápida. - Bradizoítos: chamado cistozoíto; forma latente que fica no tecido animal e humano. # Geralmente na fase crônica. # Multiplicação lenta de forma que são contidos por um cisto. - Esporozoítos: Forma de resistência. Liberados imaturos. # Esporulam (5 a 7 dias) gerando dois esporocistos com quatro esporozoítos cada. Resistentes por até 18 meses no ambiente. # Por gatos, hospedeiros definitivos. # Contaminam verdura, água contaminada, alimentos não higienizados. Meios de transmissão: - Ingestão de oocistos presentes em alimento ou água contaminada, jardins, caixas de areia ou disseminados mecanicamente por moscas baratas e minhocas; cachorros podem ter o cisto aderido à pele e assim haver a infecção. - Ingestão de cistos presentes em carne crua ou mal cozidas (porco e carneiro). O congelamento a -12ºC ou cozimento acima de 67ºC os mata. - Congênita ou transplacentária: quando a gestante adquire a toxoplasmose durante a gravidez ou pelo rompimento de cistos presentes no endométrio cisto se rompe liberando os bradizoítos. - Mais raramente pode ocorrer transmissão através de leite cru contaminado, acidente de laboratório, transplante de órgãos infectados, transfusão de sangue contaminados com taquizoítos. - As fezes de um gato doméstico podem conter 10 milhões de oocistos em pico de eliminação. Ciclo biológico - Humanos: via transplacetária, transmissão de sangue, transfusão de órgãos, jardinagem sem uso de luvas, fezes de gato, ingestão de carne crua e mal passada. - Gato adquiri por contato no chão, leite não pasteurizado ou por se alimentar de animais doentes. - Fase assexuada: ocorre em vários tipos celulares de vários hospedeiros.- Fase sexuada ou coccidiana: ocorre nas células do epitélio intestinal de gatos Juliana Vieira Queiroz Almeida 20 No hospedeiro intermediário/homem: imagem mais a esquerda. Pode se adquirir qualquer uma das 3 formas evolutivas, sendo que todas se diferenciam em taquizoítos na forma inicial, e, depois disso, todos viram bradizóitos, o que é a forma representante da fase crônica. No hospedeiro definitivo: tudo vira merozoíto, que pode se diferencia em gametócito feminino e masculino, havendo a formação dos ooscistos que vai para as fezes e para o meio externo esporulação em 7 dias. Patogenia - Variável, depende: # Da cepa do parasito – cepas brasileiras tem tropismo maior pela região dos olhos. # Resistência da pessoa – caso seja imunossuprimido –. # Modo de infecção – bradizoíto e oocistos têm-se infecções mais graves; no oocisto há maior chance de ingestão de mais parasitos. - Congênita é a mais grave. # Gestantes na fase aguda da doença podem abortar o feto (40 a 50%), produzir partos precoce dando origem a crianças sadias ou com anomalias graves – geralmente lesões cerebrais ou oculares. - Toxoplasmose ocular: lesões na retina típica lesão em “roda de carroça”. - Toxoplasmose congênita: 90% corioretinite, 69% calcificações cerebrais, 60% comprometimento neurológico, 50% alterações no volume craniano – micro ou macrocefalia. Diagnóstico - Clínico: difícil - forma crônica pode ser assintomática ou se assemelhar a outras doenças. - Diagnóstico laboratorial: # Demonstração do parasito. # Testes sorológicos ou imunológicos - Congênita: # Ultrassom fetal alterado. # PCR positiva do líquido amniótico. # Pesquisa de IgM e IgG no soro do recém-nascido. - No adulto: # RIFI ou ELISA com intervalos de 2 ou 3 semanas # Gestantes: aumento do título em 4 vezes toxoplasmose ativa se pede avidez do anticorpo. # Teste de avidez do anticorpo (IgM, IgA ou IgG): mede a força/capacidade de ligação entre antígeno e anticorpo. O de alta avidez significa infecção crônica, baixa é infecção recente. Profilaxia - Os criadores de gatos devem mantê-los dentro de casa e alimentá-los com carne cozida ou com ração de boa qualidade. - Não ingerir de carne crua ou mal cozida de qualquer animal; de leite não pasteurizado ou não fervido. - Controlar a população de gatos vadios. - Consumir água de boa qualidade, no caso de água de abastecimento público, manter as caixas d’água tampadas e higienizadas a cada seis meses. - Educação em saúde. - Não abandonar o gato durante a gestação. Juliana Vieira Queiroz Almeida 21 - Ter cuidado ao manusear as fezes de gatos e dar o destino adequado das mesmas (usar luvas, pás e lavar bem as mãos após a manipulação) “incinerar as fezes do gato”. - Lavar bem as mãos e unhas: após manusear areia (jardins, hortas e plantações) e das crianças após brincarem em parques e/ou caixas de areia - Exame pré-natal e acompanhamento de todas as gestantes - Tratamento das gestantes em fase aguda - Vacinação de ovelhas prenhas Reduz o número de abortos e garante proteção por 18 meses (Toxovax) não disponível no brasil. Tratamento - Não existe tratamento eficaz na fase crônica, sendo eficazes somente na fase aguda de doença. - Medicamentos contra toxoplasmose atuam sobre os taquizoítos, não sobre os cistos. - O tratamento é recomendado nas seguintes situações: # Indivíduos na fase aguda da doença. # Indivíduos que apresentem toxoplasmose ocular ativa. # Indivíduos imunossuprimidos com toxoplasmose sintomática. # Gestantes em fase aguda. Medicamentos usados no tratamento da toxoplasmose: - Associação de pirimetamina (Daraprim, Malocide) com sulfadiazina ou sulfadoxina (Fansidar) de 2 a 4 semanas – sinergismo: 8X mais eficaz em combinação. # É a combinação mais utilizada efeitos colaterais levam descontinuação de 25% do tratamento (principalmente pacientes com HIV – 60% dos casos) “rash” cutâneo, febre, além de depressão da medula óssea e mal-estar. # A pirimetamina não deve ser utilizada em gestantes, pois é uma droga teratogênica (primeiro e segundo trimestres) substituir por espiramicina (1g 8/8h, até o fim da gestação). Lactantes também não devem fazer o uso da pirimetamina. # A pirimetamina é um antifólico e pode deprimir a atividade da medula óssea altera a formação do sistema nervoso do feto e do sistema sanguíneo acompanhamento do paciente através da realização do hemograma. - Na toxoplasmose ocular para redução das reações de hipersensibilidade, utiliza-se um corticóide como a prednisolona ou prednisona (Meticorten) associado aos antiparasitários. - Azitromicina e clindamicina: bons resultados na terapêutica antitoxoplásmica, apresentando menos efeitos colaterais; uso em pacientes que não toleraram o tratamento convencional (imunodeficientes). Tratamento da gestante - Primeiro e segundo trimestre: espiramicina até o final da gestação (feto não infectado). Se o infecto estiver infectado, deve-se usar espiramicina + sulfadiazina (feto infectado); - Infecção adquirida no Terceiro trimestre: Pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico. Tratamento do recém-nascido - Pirimetamina 2 mg/Kg/dia, via oral, nos primeiros dois dias, seguido por 1 mg/Kg/dia por dois ou seis meses e, após, 1 mg/Kg/dia três vezes por semana; associada à sulfadiazina na dose de 100 mg/Kg/dia, via oral, de 12/12 horas; ácido folínico 10 a 20 mg/dia, via oral, três vezes por semana (até completar um ano de tratamento) um hemograma por semana para acompanhar a produção de células. - Corticosteróides: recomendado para RN com acometimento grave do SNC e coriorretinite. A dose preconizada de prednisona é de 1 mg/Kg/dia, via oral, 12/12 horas, até redução da proteinorraquia e da coriorretinite. - RN e crianças tratadas com pirimetamina: realizar pelo menos um hemograma uma vez por semana, + administração de ácido folínico (leucovorin cálcico), com a finalidade de proteger a medula óssea dos seus efeitos tóxicos. Tricomonose ou Tricomoníase Epidemiologia Mais frequente Doença Sexualmente transmissível não viral do mundo ampla distribuição geográfica; Alta prevalência entre grupos de baixo nível socioeconômico; Juliana Vieira Queiroz Almeida 22 Maioria dos homens são assintomáticos possuem zinco no líquido prostático que contribui para a redução da carga parasitária, além da fisiologia (urina e ejacula pelo mesmo lugar) e anatomia. - Um dos principais patógenos do homem e da mulher, associado a graves complicações para a saúde (promove a infecção pelo HIV – pois atrai células T, que são as infectadas pelo vírus do HIV, de forma que facilita a infecção –, causa infertilidade – o T. vaginalis leva a inflamação das tubas uterinas que ficam tão colabadas que há o impedimento do encontro de gametas na tuba –, complicações na gravidez – parto prematuro, bebês com baixos peso – e predispõe ao câncer – parasito lesiona a parede do epitélio levando a uma maior número de mitoses do tecido) deve-se alertar para que haja o tratamento deve-se haver o retorno do paciente para se faça um novo exame para confirmação de cura se ainda for positiva pode haver transição. Não é de notificação compulsória. O parasito pode viver 48h no exsudato vaginal, 3h urina, 6h sêmen ejaculado, 24h toalhas molhadas. - O protozoário sobrevive mais de uma semana no prepúcio do homem após coito com mulher infectada. # O parasito há tropismo para o trato genitourinário homens homossexuais não costumam transmitir a doença. # Criança com tricomoníase deve-se pensar em abuso sexual. Em virgens deve-se ter cuidado com as “brincadeiras” e instrução médica. # Não há transmissão vertical, mas sim na hora do parto. - Destruição pelo calor a 44ºC. - Preservativos vaginais (monoxil-9) tem ação tricomonicida.Frequência da doença: mulheres casadas (14%); solteira e viúvas (24%), divorciadas e separadas (37%); maior frequência em gestantes (interrupção de contraceptivos, aumento das relações sexuais). Padrão ouro: esfregaço a seco. Trichomonas vaginalis T. vaginalis: descrito em1836, por Donné em uma mulher com vaginite. - Diagnóstico com homens ainda apresenta dificuldades. Ao lado se vê a imagem do parasito em culto e em epitélio. Local de infecção: Trato geniturinário de homens e mulheres Reprodução: Divisão binária longitudinal e não há formação de cistos. Fisiologia: Anaeróbio facultativo. Fonte de energia: glicose, maltose, galactose. Não possui mitocôndria, mas tem presença de vesículas (hidrogenossomos) com hidrogenases – formação de ATP e H2. Mantém o glicogênio em reserva – variações do ambiente vaginal. Transmissão Doença venérea: DST. Homem: vetor – ejaculação tricomonas na mucosa da uretra da mulher. Transmissão: homem/mulher e mulher/mulher. Transmissão não sexual: rara. - Roupas de cama, assentos de vasos sanitários, artigos de toalete, instrumentos ginecológicos contaminados, água de piscinas, roupas íntimas muito duvidável (virgens e crianças). Tricomonose neonatal (durante o parto). Ciclo de vida Só existe uma forma evolutiva de trofozoíto, ou seja, não há forma resistente dificulta transição não-sexual. - Imagem ao lado. Juliana Vieira Queiroz Almeida 23 Evasão do Sistema Imune Interação de proteínas da superfície do parasito com células epiteliais do hospedeiro. Cisteína proteinases: citotóxicas e hemolíticas degradam IgG, IgM e IgA no trato Parasito pode se auto revestir de proteínas do hospedeiro (mimetismo) - Há resposta sorológica. Patologia Relacionada a gravidez: partos prematuros, crianças com peso mais baixo, natimorto – mais raro –. Relacionada a fertilidade: inflamação exacerbada destrói as tubas. Doença inflamatória pélvica: infecção do trato urinário superior resposta inflamatória destruição da estrutura tubária barreira para a passagem dos espermatozoides e ovócitos. Promove a transmissão do HIV. Relacionada ao Câncer cervical. Transmissão do HIV: 8 x maior. Aumento da L-1, IL-6, IL-8 e IL-10 aumento da susceptibilidade pelo HIV. Aumento da resposta Imune celular- Infiltração de leucócitos. Aumento dos alvos para HIV: LTCD4+ e macrófagos Pontos hemorrágicos: facilitam a entrada do vírus Sintomas e sinais Alta especificidade de localização: trato urogenital. - Mulher: assintomática (25-50%). # Período de incubação: 3 a 20 dias (início no dia de infecção). # Raramente observada antes da menarca ou na menopausa. # Infecta principalmente o epitélio do trato genital. # Infecção vaginal: corrimento amarelo-esverdeado (variável: fino e escasso a espesso e abundante), odor fétido, prurido vulvar mais frequentemente no período pós- menstrual. # Dor e dificuldade nas relações sexuais (dispareunia), dor ao urinar (disúria) e frequência miccional (polaciúria). # Sintoma clássico (20% dos casos): secreção mucopurulenta, corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso, fétido, purulento, abundante, pode apresentar prurido. # Dor abdominal: indicativa de infecção no trato urogenital superior. # Pode induzir displasia e metaplasia cancer cervial; # Pontos hemorrágicos: vagina e cérvix (colpitis macularis ou cérvice com aspecto de morango); # Infecção crônica: sintomas leves são importância epidemiológica! - Complicações na gravidez: # Ruptura prematura da membrana, parto prematuro, baixo peso ao nascer, endometriose pós-parto, natimorto, morte neonatal; # Infecção comum em grávidas; # Cultura é realizada em recém-nascidas com corrimento vaginal. - Problemas relacionados a fertilidade # Risco de infertilidade é duas vezes maior nas mulheres com infecção; # Doença inflamatória pélvica: destruição da estrutura tubária; # Chance maior em mulheres com mais de um episódio de infecção. - Homem # Comumente assintomático: parasito permanece na uretra e mais raramente na próstata. # Homens refratários: altas quantidades de Zinco no líquido prostático: letal para o T. vaginalis, eliminação via urina é facilitada por isso. # Uretrite com fluxo leitoso ou purulento, leve sensação de prurido (coceira) na uretra homem costuma coçar, logo isso dificulta a identificação. # Desconforto ao urinar. # Complicações: prostatite, cistite e epidimite. # Outras localizações: bexiga, vesícula seminal e testículos Relacionada ao Câncer de próstata Juliana Vieira Queiroz Almeida 24 Diagnóstico Clínico: Difícil, necessária a investigação laboratorial Parasitológico: - Coleta da amostra # Homem: coleta do material pela manhã antes de ter urinado sêmem (mais facilmente encontrado) urina matinal secreção prostática e material subprepucial # Mulher: coleta do material vaginal e higiene vaignal não deve ser feito de 18 a 24 horas antes da coleta. - Preservação da amostra # Temporária: Líquidos de transporte: solução salina isotônica (0,15M) glicosada a 0,2%. # Permanente: Fixador APV (álcool polivílico) Coloração: Leishman, Giemsa, hematoxilina-férrica Exame microscópico. Exame direto a fresco: preparações direto de esfregaços, do líquido prostático, urinário; preparações coradas. Exame de culturas: Manutenção fácil (padronizada por diversos autores), muito sensível. Imunológico: não são rotineiramente usados; é complementar diante do parasitológico negativo. É indicado para pacientes assintomáticos. - ELISA, imunofluorescência (direta e indireta), reação de aglutinação - Imunológico: Molecular: 100% Sensível – alto custo inviabiliza seu uso na rotina. Terapêutica Metronidazol (Flagyl): 2g dose única ou 500mg 12/12h, 7 dias. Tinidazol (Flasigyn); Ornidazol (Tiberal); Nimorazol (Nagoxin); Carnidazol; Secnidazol. Gestantes: tratamento oral não é recomendado, apenas uso tópico intravaginal. Medicamento atravessa a barreira transplacentária (alguns protocolos orais - terceiro trimestre – CDC, 2010). Abstinência sexual durante o tratamento, tratar o parceiro, investigar outras DST´s Casos de resistência são frequentemente descritos! Giardíase – Giardia lamblia Sinsímia: G. duodenalis e G. intestinalis “A desnutrição e as infecções por parasitos intestinais como Giardia duodenalis coexistem nas mesmas regiões geográficas, atingindo maiores prevalências em países em desenvolvimento. O ciclo da desnutrição e infecção implica que ambas as condições se podem agravar mutuamente e comprometer o crescimento e desenvolvimento das crianças, com especial relevância para as menores de cinco anos”. Giardia é um protozoário resistente a cloração. Para quase todas as parasitoses temos higiene dos alimentos, das mãos, tampar as comidas. Epidemiologia Distribuição mundial doença negligenciada. Atinge principalmente crianças de regiões tropicais e subtropicais e baixo nível econômico; em adultos se confere certo grau de resistência em infecções subsequentes. - Surtos epidêmicos - veiculados por água: “diarreia dos viajantes”. Infecta vários animais domésticos e silvestres: necessidade de estudos pra estabelecer o papel dos animais enquanto reservatórios; Cisto resiste até 2 meses em boas condições de umidade, resistentes a cloração e debaixo das unhas. Frequente em ambientes coletivos: enfermarias, creches, internatos, asilos. Se multiplica de forma assexuada (divisão binária longitudinal). Morfologia Trofozoíto Excitozoíto Cisto Juliana Vieira Queiroz Almeida 25 Ciclo biológico Hábitat: intestino delgado duodeno e jejuno Reprodução: divisão binária longitudinal Ciclo biológico: tipo monoxênico - Ingestão de cistos maduros através de água e alimentos contaminados ou transmissão direta pelas mãos (Fecal-oral) desencistamento (excitozoíto) colonização de trofozoítosna mucosa do intestino delgado (duodeno) divisão binárias encistamento eliminação de cistos nas fezes. - O excitozoito se diferencia em trofozoito se multiplica no epitélio intestinal que vai formar um tapete esse trofozoito se encista é eliminado nas fezes Trofozoitos induzem um processo inflamatório mediado por proteases que atuam sobre as glicoproteinas de superfície das células epiteliais alterando a integridade da sua membrana. # Atapetamento do epitélio reduzindo sua absorção. Transmissão Ingestão de cistos maduros. Contaminação fecal oral: - É fundamental a orientação relacionada a cloração dos alimentos. - Ingestão de águas não tratadas. - Alimentos contaminados com água de esgoto e por vetores mecânicos. - Mãos contaminadas com fezes. - Sexo anal-oral. Transmissão principal é por meio de cistos maduros ingestão de águas não tratada, alimentos contaminados com água de esgotos e por transmissão de vetores. Patogenia Maior susceptibilidade: menores de 5 anos, pacientes com hipogamaglobulinemia e deficiência de IgA. Provoca diarreia e má-absorção intestinal. - Desnutrição (casos crônicos), anemia, aumento das parasitoses intestinais criança não cresce com a faixa etária. Adere-se às microvilosidades do intestino delgado através de seu disco ventral e impede a absorção de nutrientes. - Lesa a mucosa e faz um atapetamento. - Redução da absorção: Trofozoítos induzem um processo inflamatório mediado por proteases que atuam sobre as glicoproteínas de superfície das células epiteliais, alterando a integridade da sua membrana. # Atapetamento do epitélio, reduzindo a absorção. Quadro clínico Diarreia aquosa, explosiva com odor fétido e dor abdominal e muito muco. - Chamada de diarreia dos viajantes por atingir principalmente primoinfectados, sendo muito mais grave. - Diarreia com esteatorreia (por má ingestão dos lipídeos), perda de apetite (associada ou não ao emagrecimento), irritabilidade, náuseas, vômitos. - 50% dos indivíduos evoluem para infecções autoresolutivas com cura espontânea, principalmente aqueles que já se infectaram mais de uma vez. Intolerância a lactose giárdia dependente. - Descartar giárdia, pois essa destrói algumas enzimas digestivas. Ocorre a má absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) , ácidos graxos, ácido fólico, vitaminas B12, ferro, xilose e lactose. Além disso, houve a alteração de enzimas digestivas levando a intolerâncias à lactose. Diagnóstico Diagnóstico: período negativo (se faz testes constantemente para se ver se houve negativação). Parasitológico: - Padrão ouro: E.P.F (Teste Parasitológico de Fezes) # Técnica de Kato-Katz. - Nas fezes formadas: pesquisa de cistos pelo método à fresco ou pelo método de Faust ou HPJ. Juliana Vieira Queiroz Almeida 26 - Nas fezes diarreicas: pesquisa de trofozoítos ou cistos devem ser examinadas imediatamente após a coleta ou colocar em solução conservante, pois os trofozoítos têm viabilidade curta MIF (rotina de custo acessível). - No fluido duodenal e biópsia: pesquisa de trofozoítos para casos de diarreia crônica “Entero-test”. # Entero-test: paciente engole capsula com um fio de náilon e depois de 4 horas o retiro - em indivíduos parasitologicamente. Imunológico: - No soro: pesquisa de anticorpos por ELISA ou IFI pouco sensível e específico; - Nas fezes: pesquisa de antígenos por ELISA sensibilidade em torno de 85% a 95% e especificidade de 90 a 100%. Molecular: - Amostras de água: pesquisa de DNA parasitário por PCR. - Amostras de fezes de pacientes: amplificação do DNA do parasito - Aplicação: pesquisas. Tratamento Furazolidona (Giarlam): há indivíduos que desenvolveram resistência. Metronidazol. Tinidazol. Secnidazol (Secnidal). Albendazol. Nitazoxanida (Annita): é muito caro, de forma que para pessoas mais pobres se indica albendazol (disponível nos postos). Casos refratários: - Metronidazol: 750mg, 3x dia, 21 dias. - Giarlam: o medicamento somente deve ser administrado durante a gestação, sob estrito acompanhamento médico, quando os benefícios para a mãe justificarem o potencial de risco para o feto. - 1 mês a 6 anos: Giarlam suspensão (5 ml, 2x dia, 7 dias). # Pode ser necessário: redução da dose se ocorrerem efeitos como náuseas e vômitos. Alguns pacientes podem requerer um período maior de tratamento que o recomendado, ou seja, de 8 a 10 dias. # Controle de cura: 7°- 14°e 21° dias. Por que a lactante não pode fazer o uso da primetamina e o bebe recém-nascido pode tomar esse medicamento? A quantidade da pirimetamina secretada no leite materno é insuficiente para contraindicar seu uso em mulheres que estão amamentando. Entretanto, a administração concomitante de agentes inibidores de folatos na criança que está sendo amamentada deve ser evitada. - Não justifica dar vermifuga uma vez ao ano para os bebes, pois esse também é tóxico. Profilaxia Ligada a educação e engenharia sanitárias - Higiene pessoal. - Proteção dos alimentos. - Ampliação dos serviços de água e esgoto domiciliar. - Diagnóstico e Tratamento dos positivos. - Educação em Saúde. Vacina - Em humanos: em fase de pesquisa. - Animal (cão): a Giardia Vax (vacina inativada) foi lançada em 2002, é muito segura e eficaz. Amebíase - Entamoeba histolytica. Epidemiologia Importante problema de saúde pública: 50 milhões de casos - 100.000 óbitos a cada ano. Segunda causa de mortes por parasitoses intestinais no mundo. Faixa etária mais acometida: 1 a 5 anos. 12% da população mundial portadora – destes 10% sintomáticos. Juliana Vieira Queiroz Almeida 27 Assintomáticos: Entamoeba díspar. Alguns casos de E. histolytica brandos. Desafio: diagnóstico diferencial das duas espécies. Países industrializados: risco – imunocomprometidos, homoafetivos masculinos, população mais carente. Biologia Única patogênica; em algumas situações; apresenta formas: - Cisto: forma resistente que fica no solo. # Esféricos ou ovais; - Metacística: emerge do cisto no intestino delgado, forma mononucleada. # Dá origem aos trofozoítos. - Trofozoíto: 1 núcleo – forma ativa (reproduz, alimentase). # Ativo, alongado, com pseudópodes. Patologia da doença A E. histolytica é um complexo de várias linhagens. Comensais: luz do intestino - Assintomáticas: amebíase intestinal não-invasiva; Virulentas ou patogênicas: responsáveis por quadros clínicos da doença - Amebíase intestinal invasiva e/ou extraintestinal. Manifestações clínicas Forma assintomática: maioria. Formas sintomáticas: - Diarreica: 2-4 evacuações/dia; fezes moles com muco, dor em hipocôndrio direito. - Disentérica: 8-10 evacuações/dia, fezes moles com muco ou sangue, febre e calafrios, colites, peritonites, perfuração intestinal, hemorragias, ameboma (imagem ao lado; úlcera com colo de garrafa), sepse. - Extra Intestinal: febre, abscessos hepáticos, dor em hipocôndrio direito - patognomônico, abscessos pulmonares; infecções cerebrais, amebíase cutânea. Qual a implicação clínica de amebas comensais no exame de fezes? Comensais: E. dispar, E. hartmani; E. coli, E. polecki; Endolimax nana e Iodamoeba butschlii. Clínica: nenhuma, pois não causam sintomas. Importância: indicam má qualidade de saúde da população, pois sua contaminação também é fecal-oral, sendo fator de risco para outros parasitos intestinais. Diagnóstico: - Análise morfológica de cistos e trofozoítos, no exame de fezes, sob microscópio óptico (é considerado o tamanho, a estrutura e número de núcleos e as inclusões citoplasmáticas). - A diferenciação específica entre E. histolytica e E. dispar é feita por testes sorológicos (ELISA), análise do perfil eletroforético de enzimas ou por PCR. O custo elevado inviabiliza a diferenciação na rotina! Diagnóstico Padrão ouro: Teste de
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