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Teorias da responsabilidade objetiva do Estado

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Teorias da responsabilidade objetiva do Estado (segundo Hely Lopes Meirelles):
Daniele Costa Souza dos Santos
a) teoria da culpa administrativa: a obrigação do Estado indenizar decorre da ausência
objetiva do
serviço público em si. Não se trata de culpa do agente público, mas de culpa especial do
Poder Público,
caracterizada pela falta de serviço público.
b) teoria do risco administrativo: a responsabilidade civil do Estado por atos comissivos
ou
omissivos de seus agentes é de natureza objetiva, ou seja, dispensa a comprovação de
culpa, bastando
assim a conduta, o fato danoso e o dano, seja ele material ou moral. Não se indaga da
culpa do Poder
Público mesmo porque ela é inferida do ato lesivo da Administração.
Entretanto, é fundamental, que haja o nexo causal.
Deve-se atentar para o fato de que a dispensa de comprovação de culpa da Administração
pelo
administrado não quer dizer que aquela esteja proibida de comprovar a culpa total ou
parcial da vítima,
para excluir ou atenuar a indenização. Verificado o dolo ou a culpa do agente, cabe à
fazenda pública
acionar regressivamente para recuperar deste, tudo aquilo que despendeu com a
indenização da vítima.
Como se sabe, o Estado é realmente um sujeito político, jurídico e economicamente mais
poderoso
que o administrado, gozando de determinadas prerrogativas que não se estendem aos
demais sujeitos
de direito.
Em razão desse poder, o Estado teria que arcar com um risco maior, decorrente de suas
inúmeras
atividades e, ter que responder por ele, trazendo, assim a teoria do Risco Administrativo.
Para excluir-se a responsabilidade objetiva, deverá estar ausente ao menos um dos seus
elementos,
quais sejam conduta, dano e nexo de causalidade. A culpa exclusiva da vítima, caso
fortuito e força maior
são excludentes de responsabilidade e se tratam de hipóteses de interrupção do nexo de
causalidade.
c) Teoria do risco integral: a Administração responde invariavelmente pelo dano
suportado por
terceiro, ainda que decorrente de culpa exclusiva deste, ou até mesmo de dolo. É a
exacerbação da teoria
do risco administrativo que conduz ao abuso e à iniquidade social, com bem lembrado por
Meirelles.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, § 6º, diz: “As pessoas jurídicas de direito
público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de
dolo ou culpa”.
E no art. 5º, X, está escrito: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação”.
Vê-se por esse dispositivo que a indenização não se limita aos danos materiais. No
entanto, há uma
dificuldade nos casos de danos morais na fixação do quantum da indenização, em vista da
ausência de
normas regulamentadoras para aferição objetiva desses danos.
Neste contexto, a responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao
Poder
Público, de compor os danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes
públicos, tanto
no exercício das suas atribuições, quanto agindo nessa qualidade.
O Estado responde pelos danos causados com base no conceito de nexo de causalidade –
na relação
de causa e efeito existente entre o fato ocorrido e as consequências dele resultantes.
Não se cogita a necessidade daquele que sofreu o prejuízo, comprovar a culpa ou o dolo,
bastando
apenas a demonstração do nexo de causalidade, como se observou na leitura do art. 37, §
6º da
Constituição Federal.
Pessoas jurídicas de direito público são aquelas que integram a Administração (direta e
indireta). As
empresas públicas e as sociedades de economia mista respondem quando estiverem
prestando serviço
público.
Aquelas que exploram atividade econômica não se obrigam a responder de acordo com o
art. 37, §
6.º, da Constituição Federal; sua responsabilidade equipara-se à das empresas privadas,
ou seja, é
subjetiva, depende da demonstração de culpa.
Dessa forma, há pessoas que integram a Administração Pública e não respondem na
forma do § 6.º
do art. 37 da Constituição Federal, contudo, existem pessoas que, embora não integrem a
Administração
Pública, respondem a exemplo dos concessionários e permissionários que prestam
serviços públicos.
Segundo Alexandre Mazza29
, a teoria do risco integral, será aplicável no Brasil em situações
excepcionais, como:
a) acidentes de trabalho (infortunística): nas relações de emprego público, a ocorrência
de eventual
acidente de trabalho impõe ao Estado o dever de indenizar em quaisquer casos, aplicando
-se a teoria
do risco integral;
b) indenização coberta pelo seguro obrigatório para automóveis (DPVAT): o pagamento da
indenização do DPVAT é efetuado mediante simples prova do acidente e do dano
decorrente,
independentemente da existência de culpa, haja ou não resseguro, abolida qualquer
franquia de
responsabilidade do segurado (art. 5º da Lei n. 6.194/74);
c) atentados terroristas em aeronaves: por força do disposto nas Leis n. 10.309/2001 e n.
10.744/2003, a União assumiu despesas de responsabilidade civil perante terceiros na
hipótese da
ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados
terroristas, atos
de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra aeronaves de
matrícula
brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as
empresas de táxi-
aéreo (art. 1º da Lei n. 10.744/2003). Tecnicamente, trata-se de uma responsabilidade
estatal por ato de
terceiro, mas que se sujeita à aplicação da teoria do risco integral porque não prevê
excludentes ao dever
de indenizar. A curiosa Lei n. 10.744/2003 foi uma resposta do governo brasileiro à crise
no setor de
aviação civil após os atentados d e 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. O
objetivo dessa
assunção de responsabilidade foi reduzir o valor dos contratos de seguro obrigatórios
para companhias
aéreas e que foram exorbitantemente majorados após o 11 de Setembro;
d) dano ambiental: por força do art. 225, §§ 2º e 3º, da Constituição Federal, há quem
sustente que
a reparação de prejuízos ambientais causados pelo Estado seria submetida à teoria do
risco integral.
Porém, considerando a posição majoritária entre os jus ambientalistas, é mais seguro
defender em
concursos a aplicação da teoria do risco administrativo para danos ambientais;
e) dano nuclear: assim como ocorre com os danos ambientais, alguns administrativistas
têm
defendido a aplicação da teoria do risco integral para reparação de prejuízos decorrentes
da atividade
nuclear, que constitui monopólio da União (art. 177, V, da CF). Entretanto, a Lei de
Responsabilidade Civil
por Danos Nucleares – Lei n. 6.653/77, prevê diversas excludentes que afastam o dever de
o operador
nuclear indenizar prejuízos decorrentes de sua atividade, tais como: culpa exclusiva da
vítima, conflito
armado, atos de hostilidade, guerra civil, insurreição e excepcional fato da natureza (arts.
6º e 8º).
Havendo excludentes previstas diretamente na legislação, impõe-se a conclusão de que a
reparação de
prejuízos nucleares, na verdade, sujeita-se à teoria do risco administrativo.

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