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Assuntos da Rodada DIREITO ADMINISTRATIVO: 1. Conceito e fontes do direito administrativo. Natureza e fins da administração. Agentes da administração. 2. Princípios básicos da administração: legalidade, moralidade, impessoalidade, finalidade, publicidade, eficiência. 3. Poderes e deveres do administrador público. Poderes administrativos: poder vinculado e poder discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia. 4. Atos administrativos. Conceitos e requisitos. Classificação. Espécies. Validade. Formalidade. Motivação. Revogação. Anulação. Modificação. Extinção. Controle de legalidade. 5. Servidores públicos. Classificação e regime jurídico. Normas constitucionais sobre o regime jurídico dos servidores públicos. 6. Cargos públicos. Provimento em cargo público. Direitos e vantagens dos servidores públicos. Deveres e responsabilidades. Sindicância e processo administrativo (Lei n. 8.112, de 11/12/1990, atualizada, aplicável ao Distrito Federal, no que couber, por força da Lei Distrital n° 197/91). 7. Responsabilidade civil do Estado. Ação de indenização. Ação regressiva. 8. Controle da administração pública: conceito. Tipos e formas de controle. Controle interno e externo. Controle prévio, concomitante e posterior. Controle parlamentar. Controle pelos Tribunais de Contas. Controle Rodada #4 Direito Administrativo Professor Moisés Moreira DIREITO ADMINISTRATIVO 2 jurisdicional. Meios de controle jurisdicional. 9. Constituição Federal: Título III, Capítulo VII - Da Administração Pública. 10. Improbidade administrativa (Lei Federal n°. 8.429/1992). Imperícia, negligência e fraude. 11. Código de ética dos servidores da carreira auditoria tributária (Lei Distrital n° 845/1994). DIREITO ADMINISTRATIVO 3 Recados importantes! ➢ Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. 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Veremos a seguir qual o fundamento dessa responsabilidade estatal. 2. Diversas teorias, ao longo do tempo, buscaram explicar os fundamentos da Responsabilidade do Estado: 2.1. A chamada teoria da irresponsabilidade do Estado afirmava que este jamais deveria responder pelos danos causados aos particulares. Teve grande notoriedade nos regimes absolutistas e baseava-se na ideia de que o rei não cometia erros, e, por essa razão, não lesaria nunca seus súditos. DIREITO ADMINISTRATIVO 5 2.2. A teoria civilista ou teoria da responsabilidade subjetiva equiparava o Estado ao indivíduo. Assim, o Estado somente era obrigado a reparar os danos nas situações em que seus agentes tivessem agido com dolo ou culpa. 2.3. A teoria da culpa administrativa defende que o dever de indenização por parte do Estado somente existirá caso seja comprovada a existência da culpa administrativa (ou culpa anônima), que decorre de uma das três formas possíveis de falta do serviço público: a) Inexistência do serviço. b) Mau funcionamento do serviço. c) Retardamento do serviço. 2.3.1. Atenção! Esta teoria ainda é adotada em algumas situações, como no caso de omissão administrativa, em que se faz necessário comprovar que o Estado não agiu onde deveria ter atuado. 2.4. A teoria do risco administrativo é a adotada pelo Brasil. Segundo ela, o Estado é obrigado a indenizar independentemente da existência de culpa. Basta que haja o fato do serviço (que é atuação do Estado geradora de um dano) e o nexo de causalidade entre o fato e o dano ocorrido. 2.4.1. Amigos, para entendermos bem: O nome “risco administrativo” significa que o próprio Estado é quem assume o risco de possíveis danos em suas atividades. 2.4.2. Assim, por essa teoria, o particular lesado não precisa comprovar a culpa do agente. 2.4.3. Basta demonstrar o fato, o dano e nexo. DIREITO ADMINISTRATIVO 6 2.4.4. O risco administrativo serve de fundamento para a chamada responsabilidade objetiva do Estado. 2.4.5. Atenção! O Estado, porém, pode se eximir da obrigação de indenizar, caso comprove culpa exclusiva do particular, a força maior ou o caso fortuito. Também, pode ter atenuada sua obrigação, caso demonstre a existência de culpa concorrente do particular. 2.5. Pela teoria do risco integral, se houver o evento danoso e o nexo causal, o Estado será obrigado a indenizar de qualquer forma, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior. Alguns doutrinadores afirmam que referida teoria foi adotada pelo Brasil nos casos de ataques terroristas e atos de guerra a aeronaves brasileiras (Lei 10.744/2003), substância nuclear (CF, art. 21, XXII, “d”) e dano ambiental (Lei 6.938/1981, art. 14, §1º). Responsabilidade do Estado É civil e extracontratual Gera obrigação de reparar os danos causados a terceiros Advém de comportamentos lícitos ou ilícitos, omissivos ou comissivos DIREITO ADMINISTRATIVO 7 3. Responsabilidade objetiva: O art. 37, §6º, da CF, regula a responsabilidade objetiva da administração, na modalidade risco administrativo. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 3.1. O dispositivo constitucional em questão se aplica a todas as pessoas de direito público (administração direta, autarquias e fundações públicas de direito público) e a todas as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, concessionárias, permissionárias e autorizatárias). 3.1.1. Exemplo: INSS (autarquia), Correios (empresa pública prestadora de serviço público). 3.2. Atenção! Referido dispositivo constitucional não incluiu as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômicas (Banco do Brasil e Petrobrás, por exemplo), que são regidas pelo Direito Civil. 3.3. A responsabilidade objetiva, regra geral, somente se aplica à hipótese de danos causados pelo Estado por meio da atuação comissiva de seus agentes. 3.3.1. Dentro da expressão “agentes” estão os servidores públicos estatutários, bem como os empregados de entidades de direito privado prestadoras de serviço público. 3.3.2. Para configurar a responsabilidade civil do Estado é imprescindível que o ato danoso seja praticado pelo agente público na qualidade de DIREITO ADMINISTRATIVO 8 agente público, ainda que ele esteja atuando ilicitamente ou fora de sua competência legal. 3.3.3. Ou seja, amigos, é preciso que o agente esteja (ou aparente estar) atuando no âmbito de suas atribuições. Assim, se um policial à paisana, em suasférias, vier a causar dano a terceiros, não haverá responsabilidade estatal. Porém, se esse policial estiver fardado, ainda que esteja num dia de folga, e causar danos a alguém, o Estado será responsável. 3.3.3.1. Cuidado aqui, pessoal! Os danos causados por agentes de fato (como, por exemplo, um servidor que ingressou por erro da comissão do concurso) são indenizáveis pelo Estado. O fundamento aqui é que a Administração permitiu ou não impediu em tempo a atuação do agente de fato. 3.3.3.2. Porém, imagem que alguém, simulando ser um policial, venha, numa falsa blitz, a causar danos a terceiros. Nesse caso, não há responsabilidade estatal. 3.4. Há responsabilidade civil objetiva das empresas que prestam serviço público mesmo em relação aos danos que sua atuação cause a terceiros não usuários do serviço público (STF/2009). Pode vir na prova! 3.5. Nas hipóteses de pessoas ou coisas sob custódia do Estado, haverá responsabilidade objetiva deste (culpa presumida), mesmo que o dano não decorra de uma atuação comissiva direta de um de seus agentes. 3.5.1. Exemplo: um preso mata o outro. Somente não caberá indenização se ficar comprovada a ocorrência de alguma excludente da responsabilidade estatal (caso fortuito ou força maior). DIREITO ADMINISTRATIVO 9 3.6. Atenção para o concurso! Vamos enfatizar: A responsabilidade da Administração fica excluída na hipótese de ser demonstrada culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. A prova, entretanto, é ônus da Administração. O caso fortuito e a força maior também são considerados excludentes da responsabilidade civil do Estado. 3.7. O §6º, do art. 37, da CF, dispõe que as pessoas jurídicas responsáveis pela indenização do dano podem cobrar do agente o valor pago. Trata-se da chamada ação regressiva, que exige a comprovação do dolo ou da culpa do agente público. Tal comprovação é ônus da pessoa jurídica que arcou com a indenização ao terceiro lesado. Responsabilidade objetiva do Estado Abrange todas as pessoas jurídicas de direito público, pouco importando a atividade exercida. Abrange as pessoas jurídicas de direito privado, mas somente aquelas que prestam serviços públicos. Os agentes públicos tem de estar agindo nessa qualidade, ou seja, na condição de agentes públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 10 4. Responsabilidade subjetiva: A jurisprudência e a doutrina entendem que nos casos de danos ensejados por omissão do Poder Público, a responsabilidade do Estado é subjetiva, embasada na teoria da culpa administrativa. A pessoa que sofreu o dano tem que provar que houve falta, deficiência ou atraso na prestação de um serviço que deveria ter sido prestado pelo Estado e o nexo causal entre esta omissão e o dano. 4.1. No entanto, a culpa administrativa não precisa ser individualizada, isto é, não precisa ser provada culpa (negligência, imprudência ou imperícia) de um agente determinado. É suficiente a comprovação do nexo de causalidade entre o dano e a omissão estatal. 4.2. Nos danos decorrentes de caso fortuito ou de força maior ou de “atos de terceiros”, sem que exista alguma conduta comissiva da Administração Pública, esta somente poderá ser responsabilizada se tiver concorrido diretamente, com sua omissão, para o surgimento do dano, por haver deixado de prestar adequadamente um serviço de que estivesse incumbida, isto é, caso se comprove que a adequada prestação de serviço estatal obrigatório teria evitado ou reduzido o resultado danoso. 4.2.1. Exemplo: Alagamento de uma via púbica em razão do entupimento dos bueiros. Caso fique comprovado que o Poder Público não tomou as medidas preventivas que lhe cabia para evitar ou atenuar os danos provocados pela enchente, haverá responsabilidade na modalidade culpa administrativa. 4.2.2. Obviamente, se o dano advier, de forma exclusiva, de ato de terceiros ou de fenômenos naturais, sem omissão culposa por parte da Administração, esta não estará obrigada a pagar qualquer indenização. DIREITO ADMINISTRATIVO 11 4.3. Há, porém, situações em que, mesmo diante de omissão, o Estado responde objetivamente. Trata-se das hipóteses de danos sofridos por pessoas ou coisas que se encontrem legalmente sob custódia do Estado. 4.3.1. Exemplo: Presidiário assassinado dentro da cadeia. Não é preciso comprovar a culpa do Estado, pois houve omissão específica, a de garantir a vida da pessoa custodiada. 5. Atos administrativos dos Poderes da União: Amigos, a regra geral é de que o Estado responde civilmente pelos prejuízos ocasionados em função de atos administrativos, sejam os praticados pelo executivo, sejam aqueles advindos do legislativo ou do judiciário. 6. Quanto aos atos legislativos, estes, em regra, não acarretam responsabilidade extracontratual para o Estado. 6.1. A doutrina e a jurisprudência, entretanto, reconhecem a possibilidade de atos legislativos ensejarem responsabilidade civil do Estado em duas situações: a) Edição de leis inconstitucionais. Depende de declaração de inconstitucionalidade pelo STF. b) Edição de leis de efeitos concretos, que são aquelas que possuem destinatários certos, determinados. 7. Em relação aos atos judiciais, ou seja, aqueles praticados pelo juiz na sua função típica, a regra geral também é a da irresponsabilidade do Estado. Mas existem situações específicas: DIREITO ADMINISTRATIVO 12 7.1. Atos administrativos (não jurisdicionais) praticados pelo juiz e pelos demais órgãos de apoio do Poder Judiciário: responsabilidade objetiva da Administração (art. 37, §6º, da CF). 7.2. Área criminal: “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença” (art. 5º, LXXV, CF) – responsabilidade objetiva do Estado. 7.2.1. Mas atenção para as Prisões preventivas! O decreto judicial de prisão preventiva não se confunde com o erro judiciário, mesmo que o réu, ao final da ação penal, venha a ser absolvido. Portanto, não enseja responsabilidade do Estado. 7.3. De acordo com o art. 133 do CPC, se o magistrado agir com dolo ou fraude no exercício de suas atribuições, bem como se recusar, omitir ou retardar, sem motivo justo, a adoção de providências, responderá pessoalmente. Nesse caso, não há responsabilidade civil do Estado. 8. Pessoa, para a prova, há outro assunto relevante, que envolve a responsabilidade por danos de obras públicas. Vejamos a seguir os pontos que podem ser cobrados: 8.1. Danos de obra pública: São os seguintes: a) Dano causado pelo só fato da obra: responsabilidade objetiva, na modalidade do risco administrativo, independentemente de quem esteja executando a obra (Administração, diretamente, ou particular contratado). b) Dano causado por má execução da obra: se a obra está sendo executada diretamente pela Administração, esta responde objetivamente; se a obra está DIREITO ADMINISTRATIVO 13 sendo realizada por um particular contratado, este só responde se tiver atuado com dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva). 9. Ação de reparação de dano: A reparação do dano causado pela Administração ao particular poderá dar-se amigavelmente ou por meio de ação de indenização movida por este contra aquela. 9.1. O particular que sofreu o dano praticado pelo agente deverá, pois, intentar ação de indenização em face da Administração Pública, e não contra o agente causador do dano. A pessoa que sofreu o dano não pode ajuizar a ação de indenização simultaneamente contra a pessoa jurídica e o agente público, em litisconsórcio. Esta é a regra geral e a posição do STF. 9.2. Porém, há doutrina em sentido contrário (José dos Santos e Celso Antônio). Assim, para a prova, a dica é observar o enunciado da questão: a) Se esta for genérica ou se citar o STF, considere que a açãosomente pode ser proposta em face do Estado. b) Porém, se citar a doutrina, considere que a ação pode ser proposta tanto em face do Estado quanto em face do agente. 9.3. Na ação de indenização, bastará ao particular demonstrar a relação direta de causa e consequência entre o fato lesivo e o dano, bem como o valor moral ou patrimonial desse dano (danos emergentes e lucros cessantes). 9.3.1. A Administração ficará eximida da obrigação de reparar, se comprovar que a culpa total foi do particular, ou terá sua obrigação atenuada, se comprovar que houve culpa recíproca. DIREITO ADMINISTRATIVO 14 9.4. De acordo com a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional para ajuizamento da ação de indenização contra o Estado é de 5 anos. 9.4.1. Amigos, há precedentes jurisprudenciais no âmbito do STF e STJ quanto à imprescritibilidade das indenizações oriundas de atos de perseguição, tortura e prisão, praticados durante a ditadura militar. 10. Ação regressiva: O § 6º, do art. 37, da Constituição Federal, autoriza a ação regressiva da Administração contra o agente cuja atuação acarretou o dano, desde que seja comprovado dolo ou culpa na atuação do agente. Para tanto, a entidade pública deverá comprovar já ter sido condenada a indenizar. 10.1. A obrigação de ressarcir a Administração, em ação regressiva, transmite-se aos sucessores do agente responsável pelo dano. 10.2. A ação regressiva pode ser ajuizada mesmo depois de ter sido alterado ou extinto o vínculo entre o servidor e a Administração. 10.3. Atenção! As ações regressivas são imprescritíveis. Aplica-se, no caso, o disposto no art. 37, §5º, da CF, segundo o qual: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 10.4. As ações de ressarcimento ao erário movidas pelo Estado contra agentes que tenham praticados ilícitos dos quais decorram prejuízos aos cofres públicos são imprescritíveis. Em se tratando de empregados de pessoas jurídicas de direito privado, o prazo é de 3 anos. DIREITO ADMINISTRATIVO 15 10.5. De acordo com a Lei 4.619/1965, o prazo para ajuizamento da ação regressiva é de 60 dias a partir da data em que transitar em julgado a condenação imposta à Fazenda. 10.5.1. Todavia, alguns doutrinadores, em como o STJ em alguns julgados, entendem que o direito de regresso do Estado em relação ao agente público surge com o pagamento da indenização. Em outras palavras, não bastaria o trânsito em julgado da sentença condenatória, sendo necessário, para que o interesse jurídico na ação regressiva reste demonstrado, o efetivo desembolso da indenização. Caso contrário, poderia haver o enriquecimento ilícito por parte do Estado. 10.5.2. Para a prova, a dica é guardar a regra geral (do trânsito em julgado). Somente se houver citação da jurisprudência é que se deve considerar que o direito de regresso está vinculado ao efetivo pagamento da indenização pelo Estado. DIREITO ADMINISTRATIVO 16 c) Mapa mental DIREITO ADMINISTRATIVO 17 d) Revisão 1 QUESTÃO 1 – FCC – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA – 2017 Suponha que tenha ocorrido o rompimento de uma adutora de empresa prestadora de serviço público de saneamento básico, causando prejuízos materiais a diversas famílias que residem na localidade, as quais buscaram a responsabilização civil da empresa objetivando a reparação dos danos sofridos. De acordo com o regramento constitucional aplicável, referida empresa a) será responsável pelos danos sofridos pelos moradores desde que comprovada culpa dos agentes encarregados pela operação ou falha na prestação do serviço. b) sujeita-se, sendo pública ou privada, à responsabilização subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. c) não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos causados, eis que, em se tratando de responsabilidade subjetiva, o caso fortuito seria excludente da responsabilidade. d) sujeita-se, ainda que concessionária privada de serviço público, à responsabilização objetiva, que admite, em certas hipóteses, algumas causas excludentes de responsabilidade, como força maior. e) somente estará sujeita à responsabilização objetiva se for uma empresa pública, aplicando-se a teoria do risco administrativo. QUESTÃO 2 – FGV – SEPOG-RO – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E FINANÇAS – 2017 Determinado ente federativo passou a figurar no polo passivo de uma ação civil de reparação de danos, sob o argumento de que Pedro, servidor público do referido ente, no DIREITO ADMINISTRATIVO 18 exercício da função, ao conduzir o veículo de um órgão estadual, atropelara e dera causa à morte de Maria. Apesar disso, existiam provas robustas de que Pedro cumprira integralmente as normas de trânsito e o acidente decorrera do comportamento inadequado de Maria. À luz da narrativa acima, na seara afeta à responsabilidade civil do Estado por atos comissivos, mais especificamente em relação à possibilidade de o comportamento de Maria afastar o dever de indenizar, a teoria adotada pela Constituição da República é a a) do risco integral, não sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. b) do risco administrativo, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. c) da culpa, sendo o dever de indenizar influenciado pela culpa, tanto do agente público como da vítima. d) da falta administrativa, não sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. e) do risco social baseada na culpa do agente, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. QUESTÃO 3 – FGV – TRT - 12ª REGIÃO (SC) – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL - 2017 Em matéria de controle da administração, o Conselho Nacional de Justiça é considerado órgão de controle: a) externo, pois tem em sua composição vários membros que não fazem parte do Poder Judiciário e está ligado diretamente ao Poder Executivo; DIREITO ADMINISTRATIVO 19 b) administrativo, pois exerce a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Judiciário com auxílio do Tribunal de Contas; c) legislativo, eis que seus membros são nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal; d) interno do Poder Judiciário, ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do Ministério Público; e) interno do Poder Judiciário, ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. QUESTÃO 4 – CESPE – SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 27 A 35 – 2017 João, servidor público ocupante do cargo de motorista de determinada autarquia do DF, estava conduzindo o veículo oficial durante o expediente quando avistou sua esposa no carro de um homem. Imediatamente, João dolosamente acelerou em direção ao veículo do homem, provocando uma batida e, por consequência, dano aos veículos. O homem, então, ingressou com ação judicial contra a autarquia requerendo a reparação dos danos materiais sofridos. A autarquia instaurou procedimento administrativo disciplinar contra João para apurar suposta violação de dever funcional. No que se refere à situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. A autarquia tem direito de regresso contra João. QUESTÃO 5 – CESPE – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL– 2017 DIREITO ADMINISTRATIVO 20 Com referência à organização administrativa, ao controle dos atos da administração pública e ao entendimento jurisprudencial acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir. É objetivaa responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos em relação a terceiros, usuários ou não do serviço, podendo, ainda, o poder concedente responder subsidiariamente quando o concessionário causar prejuízos e não possuir meios de arcar com indenizações. QUESTÃO 6 – CESPE – PGE-AM – Procurador do Estado – 2016 Um motorista alcoolizado abalroou por trás viatura da polícia militar que estava regularmente estacionada. Do acidente resultaram lesões em cidadão que estava retido dentro do compartimento traseiro do veículo. Esse cidadão então ajuizou ação de indenização por danos materiais contra o Estado, alegando responsabilidade objetiva. O procurador responsável pela contestação deixou de alegar culpa exclusiva de terceiro e não solicitou denunciação da lide. O corregedor determinou a apuração da responsabilidade do procurador, por entender que houve negligência na elaboração da defesa, por acreditar que seria útil à defesa do poder público alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente. Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item. Foi correto o corregedor quanto ao entendimento de que seria útil à defesa do poder público alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente, uma vez que, provada, ela pode excluir ou atenuar o valor da indenização. QUESTÃO 7 – FGV – MPE-RJ – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - PROCESSUAL – 2016 DIREITO ADMINISTRATIVO 21 Funcionários de sociedade empresária concessionária do serviço público municipal de coleta e tratamento de esgoto e fornecimento de água potável realizavam conserto em um bueiro localizado em via pública. Durante o reparo, um forte jato de água atingiu Fernanda, transeunte que caminhava pela calçada, ocasionando sua queda que resultou em fratura do fêmur. No caso em tela, a indenização devida a Fernanda deve ser suportada: a) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil subjetiva, sendo imprescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários; b) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil objetiva, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários; c) pelo Município, diretamente, na qualidade de poder concedente, que tem responsabilidade civil subjetiva, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo dos seus funcionários da concessionária; d) pelo Município e pela sociedade empresária concessionária, de forma solidária, que têm responsabilidade civil objetiva, sendo imprescindível a comprovação da culpa ou dolo dos funcionários da concessionária; e) pelos funcionários responsáveis pelo dano, diretamente, que têm responsabilidade civil objetiva, sendo prescindível a comprovação de terem atuado com culpa ou dolo. DIREITO ADMINISTRATIVO 22 e) Revisão 2 QUESTÃO 8 – FGV – IBGE – ANALISTA - PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E DISCIPLINARES – 2016 Mariano, motorista de fundação pública federal de direito público, conduzia com as cautelas necessárias veículo oficial da entidade levando documentação de repartição regional para a sede da fundação. No meio do trajeto, o veículo foi abalroado por um motociclista que conduzia sua moto na contramão da direção e em velocidade acima do permitido para a via. O motociclista sofreu lesões corporais graves em razão do acidente, mas felizmente Mariano saiu ileso do episódio. No caso em tela, em matéria de indenização em favor do motociclista: a) afasta-se a responsabilidade civil administrativa da fundação pública, eis que não ficou comprovado dolo ou culpa de seu agente Mariano; b) afasta-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, eis que ficou comprovada a culpa exclusiva da vítima (motociclista), fato que rompe o nexo causal; c) aplica-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, não havendo necessidade de comprovação do dolo ou culpa de Mariano, devendo a fundação reparar os danos; d) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, não havendo necessidade de comprovação do dolo ou culpa do motorista, devendo a fundação reparar os danos; e) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, em razão da teoria do risco administrativo, devendo a fundação reparar os danos. QUESTÃO 9 – CESPE – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - ÁREA ADMINISTRATIVA - GESTÃO DE PESSOAS – 2016 DIREITO ADMINISTRATIVO 23 A respeito de reparação de danos, sindicância e processo administrativo, e controle interno da administração pública, julgue o item seguinte. Nos termos da lei, a obrigação de reparação de dano praticado por servidor público não é extensível aos seus sucessores. QUESTÃO 10 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR – 2015 Dois Policiais Militares abordaram um adolescente que estava caminhando sozinho em via pública, sem qualquer indício de estar em situação flagrancial de ato infracional análogo a crime. Agindo com desnecessária agressividade física e moral, bem como com evidente arbitrariedade, os policiais revistaram o menor, o interrogaram e desferiram-lhe socos no rosto, tudo em movimentada avenida. Finda a abordagem, os militares estaduais liberaram o menor. Após orientação jurídica da Defensoria Pública, o menor ajuizou ação indenizatória com base na responsabilidade civil: a) objetiva e direta dos Policiais Militares, que arcarão diretamente com a reparação pelos danos morais que causaram ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo; b) subjetiva e solidária dos Policiais Militares e do Estado, que arcarão com a reparação pelos danos morais causados ao menor, mediante a comprovação de terem agido com culpa ou dolo; c) objetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, independentemente da comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos; d) objetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos; DIREITO ADMINISTRATIVO 24 e) subjetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos. QUESTÃO 11 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR – 2015 Luísa, passageira no ônibus da linha 123, da concessionária EW LTDA, sofreu uma concussão na cabeça após o choque sofrido contra o banco da frente onde estava sentada. O ocorrido deveu-se a freada brusca realizada pelo motorista que conduzia o veículo e, simultaneamente, conversava por mensagens de texto através de um aplicativo para celulares. Pode-se afirmar, quanto ao ocorrido, que: a) a concessionária não responde diretamente, pois é flagrante a culpa do motorista, efetivo causador dos danos; b) a responsabilidade civil da concessionária será apurada mediante a verificação de culpa, pois se trata de ato ilícito; c) a EW LTDA, embora seja concessionária de serviço público, por sua culpa in eligendo, exclui a responsabilidade civil do Estado; d) a concessionária, fornecedora de serviço público, responderá objetivamente pelos danos decorrentes do seu empreendimento; e) o Estado, como poder cedente, poderá ser demandado na via da responsabilidade civil objetiva, por sua culpa in contrahendo. QUESTÃO 12 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - ANALISTA ADMINISTRATIVO – 2015 DIREITO ADMINISTRATIVO 25 Apesar das sucessivas solicitações formuladas pelos moradores de uma determinada localidade, o Estado deixou de reforçar a segurança no local.Em razão dessa omissão, foi praticado novo ilícito em detrimento de um morador, o que lhe causou danos patrimoniais. Nesse caso, é correto afirmar que eventual responsabilidade do Estado será de natureza: a) objetiva, desde que demonstrado que o dano decorreu da omissão dos seus agentes; b) subjetiva, o que exige a prévia condenação do agente público omisso; c) objetiva, o que pressupõe a demonstração da culpa do agente público e o nexo de causalidade; d) subjetiva, sendo necessário demonstrar o elemento subjetivo do agir; e) objetiva, o que significa dizer que deve ser analisada, apenas, possível culpa da vítima. QUESTÃO 13 – FGV – PREFEITURA DE NITERÓI - RJ – FISCAL DE TRIBUTOS - 2015 Ronaldo deu entrada em hospital municipal com quadro de dengue, mas demorou mais de dezoito horas para ser atendido. Ficou comprovado pela perícia que, exclusivamente em razão da omissão específica em seu atendimento médico, Ronaldo contraiu infecção hospitalar e sofreu grave hemorragia. Após obter alta, o paciente ingressou com ação em face do Município, comprovando os danos materiais e morais que sofreu, e obteve indenização com base na responsabilidade civil: a) objetiva do Município, na qual é prescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; b) objetiva do Município, na qual é imprescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; DIREITO ADMINISTRATIVO 26 c) subjetiva do Município, na qual é imprescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; d) subjetiva do Município, na qual é prescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; e) subjetiva do Município, na qual é irrelevante a ocorrência da omissão específica, do nexo causal e do dolo ou culpa, bastando ao autor comprovar o dano. QUESTÃO 14 – FGV – PREFEITURA DE NITERÓI - RJ – CONTADOR – 2015 Fernando conduzia seu veículo na contramão da direção e colidiu com um ônibus de sociedade empresária concessionária do serviço público de transporte coletivo de passageiros. Inconformado com os danos materiais que sofreu, Fernando ajuizou ação pleiteando indenização, sendo certo que, no curso da instrução probatória, restou comprovada a sua culpa exclusiva. No caso em tela, o pedido feito por Fernando na ação deverá ser julgado: a) procedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil objetiva, na qual não há necessidade de se demonstrar o nexo causal entre a conduta e o resultado danoso; b) procedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil subjetiva, na qual não há necessidade de se demonstrar o elemento subjetivo do condutor do coletivo da concessionária; c) improcedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil subjetiva e Fernando deveria ter comprovado o elemento subjetivo do condutor do coletivo da concessionária; d) improcedente, porque, apesar de se tratar, em tese, de responsabilidade civil subjetiva, Fernando não comprovou que o resultado danoso adveio de conduta ilícita do motorista do ônibus; DIREITO ADMINISTRATIVO 27 e) improcedente, porque, apesar de se tratar, em tese, de responsabilidade civil objetiva, o nexo causal foi rompido em razão da culpa exclusiva da vítima, Fernando. DIREITO ADMINISTRATIVO 28 f) Revisão 3 QUESTÃO 15 – FGV – PREFEITURA DE CUIABÁ – MT – TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - BACHAREL EM DIREITO – 2015 Sobre responsabilidade Civil do Estado, assinale a afirmativa correta. a) A característica fundamental da responsabilidade objetiva é a necessidade de restar comprovada, pelo lesado, a culpa do agente ou do serviço pelo fato administrativo. b) O Estado somente causa danos aos particulares por atos comissivos. c) O Estado é sempre o responsável por tudo o que acontece no meio social, segundo a teoria da responsabilidade objetiva. d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. e) A culpa exclusiva da vítima não é causa excludente da responsabilidade estatal. QUESTÃO 16 – FGV – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO – 2015 Acerca da responsabilidade civil extracontratual do Estado, é correto afirmar que: a) há responsabilidade do Estado por danos causados a particulares decorrentes de lei declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário; b) a responsabilidade civil das concessionárias e permissionárias de serviço público pressupõe a existência de falha na prestação do serviço; c) o Estado é solidariamente responsável por quaisquer danos decorrentes de condutas das concessionárias e permissionárias de serviços públicos; DIREITO ADMINISTRATIVO 29 d) o direito de regresso é exercido pelo Estado contra seus agentes que, agindo no horário de trabalho, tenham intencionalmente dado causa a danos a terceiros; e) a indenização devida pelo Estado à vítima deve ser proporcional ao grau de culpabilidade do agente estatal causador do dano. QUESTÃO 17 – FGV – DPE-MT – ADVOGADO – 2015 Sobre a responsabilidade civil do Estado, analise as afirmativas a seguir. I. A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados a terceiros somente restará configurada diante de atos ilícitos. II. A expressa previsão, em nosso ordenamento, da responsabilidade objetiva do Estado impede a utilização do caso fortuito ou da culpa da vítima como causas excludentes da responsabilidade. III. A responsabilidade objetiva do Estado não dispensa a demonstração do nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano causado. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. DIREITO ADMINISTRATIVO 30 QUESTÃO 18 – CESPE – TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 1, 18, 19, 37 E 38 – 2016 Com relação à responsabilidade civil do Estado, aos serviços públicos e ao controle da administração pública, julgue o item subsequente. Situação hipotética: O motorista de determinado veículo particular, não tendo respeitado o sinal vermelho do semáforo, provocou a colisão entre o veículo que dirigia e um veículo oficial do TCE/PA que estava estacionado em local proibido. Assertiva: Nessa situação, o valor da indenização a ser paga pelo Estado será atenuado ante a existência de culpa concorrente, já que o Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva do tipo risco administrativo. QUESTÃO 19 – FCC – SEGEP-MA – PROCURADOR DO ESTADO – 2016 Uma célula de grupo terrorista detona uma carga explosiva em aeronave de matrícula brasileira, operada por empresa brasileira de transporte aéreo público, causando mortes e ferimentos em diversos passageiros. Esclareça-se que a aeronave decolou de aeroporto brasileiro e a explosão ocorreu por ocasião da chegada ao destino, em solo norte-americano, sendo que diversas vítimas haviam embarcado em escala no México. Em vista de tal situação e nos termos da legislação brasileira, a) a responsabilidade principal e de caráter objetivo é da empresa prestadora do serviço de transporte aéreo público, somente havendo responsabilidade estatal em caráter subsidiário. b) fica excluída a responsabilidade da União, haja vista que somente fatos ocorridos no território nacional são capazes de justificar a aplicação da responsabilidade objetiva nos serviços públicos. DIREITO ADMINISTRATIVO 31 c) somente deve haver responsabilização da União em favor dos passageiros que embarcaram em solo brasileiro, caracterizada,no caso, a responsabilidade subjetiva por culpa do serviço, em razão da falha na prestação do serviço de segurança aeroportuária. d) não há responsabilidade estatal, visto que se trata de caso fortuito, circunstância excludente de responsabilidade, haja vista a inexistência de nexo causal entre o evento danoso e a conduta das autoridades estatais. e) aplica-se a teoria do risco integral, devendo a União indenizar os passageiros que tenham sofrido danos corporais, doenças, morte ou invalidez sofridos em decorrência do atentado. QUESTÃO 20 – FGV – TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA – 2016 Marcos, motorista de um ônibus de transporte público de passageiros de determinado município, ao conduzir o veículo, por sua culpa, atropelou e matou João. A família da vítima ingressou com uma ação de indenização contra o município e a concessionária de transporte público municipal, que administra o serviço. Citada, a concessionária municipal denunciou à lide Marcos, por entender que ele deveria ser responsabilizado, já que fora o causador do dano. O município alegou ilegitimidade passiva e ausência de responsabilidade no caso. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta conforme o entendimento doutrinário e jurisprudencial relativamente à responsabilidade civil do Estado. a) A denunciação à lide, no caso, não será obrigatória para se garantir o direito de regresso da concessionária contra Marcos. b) A culpa exclusiva ou concorrente da vítima afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária. c) A reparação civil do dano pelo município sujeita-se ao prazo prescricional de vinte anos. DIREITO ADMINISTRATIVO 32 d) A responsabilidade civil da concessionária, na hipótese, será subjetiva, pois João não era usuário do serviço público de transporte coletivo. e) A responsabilidade civil do município, no caso, será objetiva, primária e solidária. QUESTÃO 21 – FCC – TRT - 23ª REGIÃO (MT) – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – 2016 Considere a seguinte situação hipotética: em determinado Município do Estado do Mato Grosso houve grandes deslizamentos de terras provocados por fortes chuvas na região, causando o soterramento de casas e pessoas. O ente público foi condenado a indenizar as vítimas, em razão da ausência de sistema de captação de águas pluviais que, caso existisse, teria evitado o ocorrido. Nesse caso, a condenação está a) correta, tratando-se de típico exemplo da responsabilidade disjuntiva do Estado. b) incorreta, por ser hipótese de exclusão da responsabilidade em decorrência de fator da natureza. c) correta, haja vista a omissão estatal, aplicando-se a teoria da culpa do serviço público. d) correta, no entanto, a responsabilidade estatal, no caso, deve ser repartida com a da vítima. e) incorreta, haja vista que o Estado somente responde objetivamente, e, no caso narrado, não se aplica tal modalidade de responsabilidade. DIREITO ADMINISTRATIVO 33 g) Normas utilizadas CONSTITUIÇÃO FEDERAL (Art. 5º, LXXV, art. 37, § § 6º e 5º, e 21, XXII, “d”)) Art. 5º LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Art. 21 Compete à União: XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; DIREITO ADMINISTRATIVO 34 Art. 37 § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. LEI 4.619/1965 (Art. 2º) Art. 2º O prazo para ajuizamento da ação regressiva será de sessenta dias a partir da data em que transitar em julgado a condenação imposta à Fazenda. LEI 6.938/1981 (Art. 14, §1º) Art. 14 § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. DIREITO ADMINISTRATIVO 35 LEI 10.744/2003 (Art. 5º) Art. 5º Fica a União autorizada a emitir títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional, cujas características serão definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda, para atender eventuais despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo. DIREITO ADMINISTRATIVO 36 h) Gabarito 1 2 3 4 5 D B E CERTO CERTO 6 7 8 9 10 CERTO B B ERRADO C 11 12 13 14 15 D D A E D 16 17 18 19 20 A C CERTO E A 21 C DIREITO ADMINISTRATIVO 37 i) Breves comentários às questões QUESTÃO 1 – FCC – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA – 2017 Suponha que tenha ocorrido o rompimento de uma adutora de empresa prestadora de serviço público de saneamento básico, causando prejuízos materiais a diversas famílias que residem na localidade, as quais buscaram a responsabilização civil da empresa objetivando a reparação dos danos sofridos. De acordo com o regramento constitucional aplicável, referida empresa a) será responsável pelos danos sofridos pelos moradores desde que comprovada culpa dos agentes encarregados pela operação ou falha na prestação do serviço. b) sujeita-se, sendo pública ou privada, à responsabilização subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa. c) não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos causados, eis que, em se tratando de responsabilidade subjetiva, o caso fortuito seria excludente da responsabilidade. d) sujeita-se, ainda que concessionária privada de serviço público, à responsabilização objetiva, que admite, em certas hipóteses, algumas causas excludentes de responsabilidade, como força maior. e) somente estará sujeita à responsabilização objetiva se for uma empresa pública, aplicando-se a teoria do risco administrativo. Comentários: A empresa, pública ou privada, prestadora de serviços públicos responde de forma objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, não é necessária a comprovação da culpa ou dolo de seus empregados. A responsabilidade, entretanto, poderá ser afastada em algumas hipóteses, como no caso de força maior. Assim, está correta a alternativa “d”. DIREITO ADMINISTRATIVO 38 Gabarito: D QUESTÃO 2 –FGV – SEPOG-RO – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E FINANÇAS – 2017 Determinado ente federativo passou a figurar no polo passivo de uma ação civil de reparação de danos, sob o argumento de que Pedro, servidor público do referido ente, no exercício da função, ao conduzir o veículo de um órgão estadual, atropelara e dera causa à morte de Maria. Apesar disso, existiam provas robustas de que Pedro cumprira integralmente as normas de trânsito e o acidente decorrera do comportamento inadequado de Maria. À luz da narrativa acima, na seara afeta à responsabilidade civil do Estado por atos comissivos, mais especificamente em relação à possibilidade de o comportamento de Maria afastar o dever de indenizar, a teoria adotada pela Constituição da República é a a) do risco integral, não sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. b) do risco administrativo, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. c) da culpa, sendo o dever de indenizar influenciado pela culpa, tanto do agente público como da vítima. d) da falta administrativa, não sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. e) do risco social baseada na culpa do agente, sendo o dever de indenizar afastado pela culpa exclusiva da vítima. Comentários: A Constituição da República adota a teoria do risco administrativo (art. 37, § 6º). Segundo ela, o Estado é obrigado a indenizar independente da existência de culpa. Basta que haja o fato do serviço e o nexo de causalidade entre o fato e o dano ocorrido. O Estado, DIREITO ADMINISTRATIVO 39 porém, pode se eximir da obrigação de indenizar, caso comprove culpa exclusiva do particular, ou pode ter atenuada sua obrigação, caso comprove culpa concorrente do particular. Gabarito: B QUESTÃO 3 – FGV – TRT - 12ª REGIÃO (SC) – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL - 2017 Em matéria de controle da administração, o Conselho Nacional de Justiça é considerado órgão de controle: a) externo, pois tem em sua composição vários membros que não fazem parte do Poder Judiciário e está ligado diretamente ao Poder Executivo; b) administrativo, pois exerce a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Judiciário com auxílio do Tribunal de Contas; c) legislativo, eis que seus membros são nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal; d) interno do Poder Judiciário, ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do Ministério Público; e) interno do Poder Judiciário, ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Comentários: O Conselho Nacional de Justiça é um órgão de controle interno do Poder Judiciário (não abrange o Ministério Público). Gabarito: E DIREITO ADMINISTRATIVO 40 QUESTÃO 4 – CESPE – SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 27 A 35 – 2017 João, servidor público ocupante do cargo de motorista de determinada autarquia do DF, estava conduzindo o veículo oficial durante o expediente quando avistou sua esposa no carro de um homem. Imediatamente, João dolosamente acelerou em direção ao veículo do homem, provocando uma batida e, por consequência, dano aos veículos. O homem, então, ingressou com ação judicial contra a autarquia requerendo a reparação dos danos materiais sofridos. A autarquia instaurou procedimento administrativo disciplinar contra João para apurar suposta violação de dever funcional. No que se refere à situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir. A autarquia tem direito de regresso contra João. Comentários: O item está correto, pois, tendo João agido com dolo, a autarquia tem direto de regresso contra ele, nos termos do § 6º, do art. 37, da Constituição Federal. Gabarito: CERTO QUESTÃO 5 – CESPE – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL– 2017 Com referência à organização administrativa, ao controle dos atos da administração pública e ao entendimento jurisprudencial acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir. É objetiva a responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos em relação a terceiros, usuários ou não do serviço, podendo, ainda, o poder concedente responder subsidiariamente quando o concessionário causar prejuízos e não possuir meios de arcar com indenizações. Comentários: As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos causados a terceiros, usuários ou não do serviço, de forma objetiva DIREITO ADMINISTRATIVO 41 e primária. Entretanto, o Estado pode ser acionado de forma subsidiária, caso a concessionária não cumpra com a sua obrigação de indenizar. Assim, o item está correto. Gabarito: CERTO QUESTÃO 6 – CESPE – PGE-AM – Procurador do Estado – 2016 Um motorista alcoolizado abalroou por trás viatura da polícia militar que estava regularmente estacionada. Do acidente resultaram lesões em cidadão que estava retido dentro do compartimento traseiro do veículo. Esse cidadão então ajuizou ação de indenização por danos materiais contra o Estado, alegando responsabilidade objetiva. O procurador responsável pela contestação deixou de alegar culpa exclusiva de terceiro e não solicitou denunciação da lide. O corregedor determinou a apuração da responsabilidade do procurador, por entender que houve negligência na elaboração da defesa, por acreditar que seria útil à defesa do poder público alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente. Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item. Foi correto o corregedor quanto ao entendimento de que seria útil à defesa do poder público alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente, uma vez que, provada, ela pode excluir ou atenuar o valor da indenização. Comentários: A culpa exclusiva de terceiro é uma das excludentes da responsabilidade objetiva do Estado. Desse modo, o Corregedor tem razão. O item está correto Gabarito: CERTO QUESTÃO 7 – FGV – MPE-RJ – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - PROCESSUAL – 2016 DIREITO ADMINISTRATIVO 42 Funcionários de sociedade empresária concessionária do serviço público municipal de coleta e tratamento de esgoto e fornecimento de água potável realizavam conserto em um bueiro localizado em via pública. Durante o reparo, um forte jato de água atingiu Fernanda, transeunte que caminhava pela calçada, ocasionando sua queda que resultou em fratura do fêmur. No caso em tela, a indenização devida a Fernanda deve ser suportada: a) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil subjetiva, sendo imprescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários; b) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil objetiva, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários; c) pelo Município, diretamente, na qualidade de poder concedente, que tem responsabilidade civil subjetiva, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo dos seus funcionários da concessionária; d) pelo Município e pela sociedade empresária concessionária, de forma solidária, que têm responsabilidade civil objetiva, sendo imprescindível a comprovação da culpa ou dolo dos funcionários da concessionária; e) pelos funcionários responsáveis pelo dano, diretamente, que têm responsabilidade civil objetiva, sendo prescindível a comprovação de terem atuado com culpa ou dolo. Comentários: As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem de forma objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, não é necessária a comprovação da culpa ou dolo dos empregados da concessionária. Vale lembrar,contudo, que é assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Gabarito: B DIREITO ADMINISTRATIVO 43 QUESTÃO 8 – FGV – IBGE – ANALISTA - PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E DISCIPLINARES – 2016 Mariano, motorista de fundação pública federal de direito público, conduzia com as cautelas necessárias veículo oficial da entidade levando documentação de repartição regional para a sede da fundação. No meio do trajeto, o veículo foi abalroado por um motociclista que conduzia sua moto na contramão da direção e em velocidade acima do permitido para a via. O motociclista sofreu lesões corporais graves em razão do acidente, mas felizmente Mariano saiu ileso do episódio. No caso em tela, em matéria de indenização em favor do motociclista: a) afasta-se a responsabilidade civil administrativa da fundação pública, eis que não ficou comprovado dolo ou culpa de seu agente Mariano; b) afasta-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, eis que ficou comprovada a culpa exclusiva da vítima (motociclista), fato que rompe o nexo causal; c) aplica-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, não havendo necessidade de comprovação do dolo ou culpa de Mariano, devendo a fundação reparar os danos; d) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, não havendo necessidade de comprovação do dolo ou culpa do motorista, devendo a fundação reparar os danos; e) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, em razão da teoria do risco administrativo, devendo a fundação reparar os danos. Comentários: A responsabilidade objetiva da Administração fica excluída na hipótese de ser demonstrada culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. A prova, entretanto, é ônus da Administração. O caso fortuito e a força maior também são considerados excludentes da responsabilidade civil do Estado. Logo, no caso em tela, a fundação pública federal de direito público não será obrigada a indenizar o motociclista. Gabarito: B DIREITO ADMINISTRATIVO 44 QUESTÃO 9 – CESPE – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - ÁREA ADMINISTRATIVA - GESTÃO DE PESSOAS – 2016 A respeito de reparação de danos, sindicância e processo administrativo, e controle interno da administração pública, julgue o item seguinte. Nos termos da lei, a obrigação de reparação de dano praticado por servidor público não é extensível aos seus sucessores. Comentários: A obrigação de ressarcir a Administração, em ação regressiva, transmite-se aos sucessores do agente que tenha atuado com dolo ou culpa. Assim, a questão está errada. Gabarito: ERRADO QUESTÃO 10 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR – 2015 Dois Policiais Militares abordaram um adolescente que estava caminhando sozinho em via pública, sem qualquer indício de estar em situação flagrancial de ato infracional análogo a crime. Agindo com desnecessária agressividade física e moral, bem como com evidente arbitrariedade, os policiais revistaram o menor, o interrogaram e desferiram-lhe socos no rosto, tudo em movimentada avenida. Finda a abordagem, os militares estaduais liberaram o menor. Após orientação jurídica da Defensoria Pública, o menor ajuizou ação indenizatória com base na responsabilidade civil: a) objetiva e direta dos Policiais Militares, que arcarão diretamente com a reparação pelos danos morais que causaram ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo; DIREITO ADMINISTRATIVO 45 b) subjetiva e solidária dos Policiais Militares e do Estado, que arcarão com a reparação pelos danos morais causados ao menor, mediante a comprovação de terem agido com culpa ou dolo; c) objetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, independentemente da comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos; d) objetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos; e) subjetiva do Estado, que arcará com a reparação pelos danos morais causados pelos policiais ao menor, mediante a comprovação de terem agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso em face dos agentes públicos. Comentários: A Administração responde de forma objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Dessa forma a ação deve ser proposta em face do Estado, que deverá indenizar o menor. Posteriormente, caberá ação regressiva da Administração contra o agente cuja atuação acarretou o dano, desde que seja comprovado dolo ou culpa em sua atuação. Gabarito: C QUESTÃO 11 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR – 2015 Luísa, passageira no ônibus da linha 123, da concessionária EW LTDA, sofreu uma concussão na cabeça após o choque sofrido contra o banco da frente onde estava sentada. O ocorrido deveu-se a freada brusca realizada pelo motorista que conduzia o veículo e, DIREITO ADMINISTRATIVO 46 simultaneamente, conversava por mensagens de texto através de um aplicativo para celulares. Pode-se afirmar, quanto ao ocorrido, que: a) a concessionária não responde diretamente, pois é flagrante a culpa do motorista, efetivo causador dos danos; b) a responsabilidade civil da concessionária será apurada mediante a verificação de culpa, pois se trata de ato ilícito; c) a EW LTDA, embora seja concessionária de serviço público, por sua culpa in eligendo, exclui a responsabilidade civil do Estado; d) a concessionária, fornecedora de serviço público, responderá objetivamente pelos danos decorrentes do seu empreendimento; e) o Estado, como poder cedente, poderá ser demandado na via da responsabilidade civil objetiva, por sua culpa in contrahendo. Comentários: As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem de forma objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Assim, não é necessária a comprovação da culpa ou dolo dos empregados da concessionária. Vale lembrar, contudo, que é assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Gabarito: D QUESTÃO 12 – FGV – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO - ANALISTA ADMINISTRATIVO – 2015 Apesar das sucessivas solicitações formuladas pelos moradores de uma determinada localidade, o Estado deixou de reforçar a segurança no local. Em razão dessa omissão, foi praticado novo ilícito em detrimento de um morador, o que lhe causou danos patrimoniais. Nesse caso, é correto afirmar que eventual responsabilidade do Estado será de natureza: DIREITO ADMINISTRATIVO 47 a) objetiva, desde que demonstrado que o dano decorreu da omissão dos seus agentes; b) subjetiva, o que exige a prévia condenação do agente público omisso; c) objetiva, o que pressupõe a demonstração da culpa do agente público e o nexo de causalidade; d) subjetiva, sendo necessário demonstrar o elemento subjetivo do agir; e) objetiva, o que significa dizer que deve ser analisada, apenas, possível culpa da vítima. Comentários: A jurisprudência e a doutrina entendem que nos casos de danos ensejados por omissão do Poder Público, a responsabilidade do Estado é subjetiva, embasada na teoria da culpa administrativa. A pessoa que sofreu o dano tem que provar que houve falta na prestação de um serviço que deveria ter sido prestado pelo Estado e o nexo causal entre esta omissão e o dano. Gabarito: D QUESTÃO 13 – FGV – PREFEITURA DE NITERÓI - RJ – FISCAL DE TRIBUTOS - 2015 Ronaldo deu entrada em hospital municipal com quadro de dengue, mas demorou mais de dezoitohoras para ser atendido. Ficou comprovado pela perícia que, exclusivamente em razão da omissão específica em seu atendimento médico, Ronaldo contraiu infecção hospitalar e sofreu grave hemorragia. Após obter alta, o paciente ingressou com ação em face do Município, comprovando os danos materiais e morais que sofreu, e obteve indenização com base na responsabilidade civil: a) objetiva do Município, na qual é prescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; DIREITO ADMINISTRATIVO 48 b) objetiva do Município, na qual é imprescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; c) subjetiva do Município, na qual é imprescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; d) subjetiva do Município, na qual é prescindível ao autor a comprovação do dolo ou culpa dos agentes públicos responsáveis pela omissão; e) subjetiva do Município, na qual é irrelevante a ocorrência da omissão específica, do nexo causal e do dolo ou culpa, bastando ao autor comprovar o dano. Comentários: A jurisprudência e a doutrina entendem que nos casos de danos ensejados por omissão do Poder Público, a responsabilidade do Estado é subjetiva, embasada na teoria da culpa administrativa. Há, porém, situações em que, mesmo diante de omissão, o Estado responde objetivamente. Trata-se das hipóteses de danos sofridos por pessoas ou coisas que se encontrem legalmente sob custódia do Estado, como no caso da questão, em que Ronaldo estava internado em hospital municipal. Gabarito: A QUESTÃO 14 – FGV – PREFEITURA DE NITERÓI - RJ – CONTADOR – 2015 Fernando conduzia seu veículo na contramão da direção e colidiu com um ônibus de sociedade empresária concessionária do serviço público de transporte coletivo de passageiros. Inconformado com os danos materiais que sofreu, Fernando ajuizou ação pleiteando indenização, sendo certo que, no curso da instrução probatória, restou comprovada a sua culpa exclusiva. No caso em tela, o pedido feito por Fernando na ação deverá ser julgado: DIREITO ADMINISTRATIVO 49 a) procedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil objetiva, na qual não há necessidade de se demonstrar o nexo causal entre a conduta e o resultado danoso; b) procedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil subjetiva, na qual não há necessidade de se demonstrar o elemento subjetivo do condutor do coletivo da concessionária; c) improcedente, porque se trata, em tese, de responsabilidade civil subjetiva e Fernando deveria ter comprovado o elemento subjetivo do condutor do coletivo da concessionária; d) improcedente, porque, apesar de se tratar, em tese, de responsabilidade civil subjetiva, Fernando não comprovou que o resultado danoso adveio de conduta ilícita do motorista do ônibus; e) improcedente, porque, apesar de se tratar, em tese, de responsabilidade civil objetiva, o nexo causal foi rompido em razão da culpa exclusiva da vítima, Fernando. Comentários: No caso em tela, o pedido feito por Fernando na ação deverá ser julgado improcedente, pois a responsabilidade objetiva da Administração ou da concessionária de serviço público fica excluída na hipótese de ser demonstrada culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. Gabarito: E QUESTÃO 15 – FGV – PREFEITURA DE CUIABÁ – MT – TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - BACHAREL EM DIREITO – 2015 Sobre responsabilidade Civil do Estado, assinale a afirmativa correta. a) A característica fundamental da responsabilidade objetiva é a necessidade de restar comprovada, pelo lesado, a culpa do agente ou do serviço pelo fato administrativo. DIREITO ADMINISTRATIVO 50 b) O Estado somente causa danos aos particulares por atos comissivos. c) O Estado é sempre o responsável por tudo o que acontece no meio social, segundo a teoria da responsabilidade objetiva. d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. e) A culpa exclusiva da vítima não é causa excludente da responsabilidade estatal. Comentários: Amigos, a alternativa correta é a “d”. A “a” está errada, pois a responsabilidade objetiva é caracterizada pela desnecessidade de comprovação da culpa ou dolo do agente público. A “b” está errada, porque o Estado também pode causar danos aos particulares por atos omissivos. A “c” está incorreta, porque há situações em que a responsabilidade da Administração é afastada, como no caso em que se comprova culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. Por fim, a “e” também está errada, pois, como já foi dito, a culpa exclusiva da vítima é causa excludente da responsabilidade estatal. Gabarito: D QUESTÃO 16 – FGV – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO – 2015 Acerca da responsabilidade civil extracontratual do Estado, é correto afirmar que: a) há responsabilidade do Estado por danos causados a particulares decorrentes de lei declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário; b) a responsabilidade civil das concessionárias e permissionárias de serviço público pressupõe a existência de falha na prestação do serviço; c) o Estado é solidariamente responsável por quaisquer danos decorrentes de condutas das concessionárias e permissionárias de serviços públicos; DIREITO ADMINISTRATIVO 51 d) o direito de regresso é exercido pelo Estado contra seus agentes que, agindo no horário de trabalho, tenham intencionalmente dado causa a danos a terceiros; e) a indenização devida pelo Estado à vítima deve ser proporcional ao grau de culpabilidade do agente estatal causador do dano. Comentários: Amigos, a questão correta é a “a”. Os atos legislativos, em regra, não acarretam responsabilidade extracontratual para o Estado; porém, a doutrina e a jurisprudência reconhecem a possibilidade de atos legislativos ensejarem responsabilidade civil do Estado em duas situações: edição de leis inconstitucionais ou edição de leis de efeitos concretos (possui destinatários certos, determinados). As demais alternativas estão incorretas: a “b”, porque a responsabilidade civil das concessionárias e permissionárias de serviço público é objetiva e não pressupõe, necessariamente, a existência de falha na prestação do serviço; a “c”, porque a responsabilidade recai sobre a concessionária ou permissionária, não havendo responsabilidade solidária do Estado; a ”d”, porque a ação regressiva é cabível quando o ato danoso é causado por agente público na qualidade de agente público, não sendo imprescindível que seja no horário de trabalho; a “e”, porque a indenização deve ser proporcional ao dano causado. Gabarito: A QUESTÃO 17 – FGV – DPE-MT – ADVOGADO – 2015 Sobre a responsabilidade civil do Estado, analise as afirmativas a seguir. I. A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados a terceiros somente restará configurada diante de atos ilícitos. DIREITO ADMINISTRATIVO 52 II. A expressa previsão, em nosso ordenamento, da responsabilidade objetiva do Estado impede a utilização do caso fortuito ou da culpa da vítima como causas excludentes da responsabilidade. III. A responsabilidade objetiva do Estado não dispensa a demonstração do nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano causado. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Comentários: Amigos, somente a afirmativa III, está correta. A I está errada, porque os atos lícitos também podem gerar a responsabilidade civil do Estado. A execução de uma obra pública, por exemplo,apesar de lícita, pode inviabilizar o comércio de uma determinada área, gerando a responsabilidade estatal. A II está errada, porque o caso fortuito e a força maior também são considerados excludentes da responsabilidade civil do Estado. Gabarito: C QUESTÃO 18 – CESPE – TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS 1, 18, 19, 37 E 38 – 2016 Com relação à responsabilidade civil do Estado, aos serviços públicos e ao controle da administração pública, julgue o item subsequente. DIREITO ADMINISTRATIVO 53 Situação hipotética: O motorista de determinado veículo particular, não tendo respeitado o sinal vermelho do semáforo, provocou a colisão entre o veículo que dirigia e um veículo oficial do TCE/PA que estava estacionado em local proibido. Assertiva: Nessa situação, o valor da indenização a ser paga pelo Estado será atenuado ante a existência de culpa concorrente, já que o Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva do tipo risco administrativo. Comentários: Pela teoria do risco administrativo, adotada pelo Brasil, o Estado é obrigado a indenizar independentemente de culpa. Basta existir o fato do serviço e o nexo de causalidade entre o fato e o dano ocorrido. Pode, entretanto, eximir-se da obrigação de indenizar, se comprovar culpa exclusiva do particular, ou ter atenuada sua obrigação, se comprovar culpa concorrente. Assim, o item está correto. Gabarito: CERTO QUESTÃO 19 – FCC – SEGEP-MA – PROCURADOR DO ESTADO – 2016 Uma célula de grupo terrorista detona uma carga explosiva em aeronave de matrícula brasileira, operada por empresa brasileira de transporte aéreo público, causando mortes e ferimentos em diversos passageiros. Esclareça-se que a aeronave decolou de aeroporto brasileiro e a explosão ocorreu por ocasião da chegada ao destino, em solo norte-americano, sendo que diversas vítimas haviam embarcado em escala no México. Em vista de tal situação e nos termos da legislação brasileira, a) a responsabilidade principal e de caráter objetivo é da empresa prestadora do serviço de transporte aéreo público, somente havendo responsabilidade estatal em caráter subsidiário. DIREITO ADMINISTRATIVO 54 b) fica excluída a responsabilidade da União, haja vista que somente fatos ocorridos no território nacional são capazes de justificar a aplicação da responsabilidade objetiva nos serviços públicos. c) somente deve haver responsabilização da União em favor dos passageiros que embarcaram em solo brasileiro, caracterizada, no caso, a responsabilidade subjetiva por culpa do serviço, em razão da falha na prestação do serviço de segurança aeroportuária. d) não há responsabilidade estatal, visto que se trata de caso fortuito, circunstância excludente de responsabilidade, haja vista a inexistência de nexo causal entre o evento danoso e a conduta das autoridades estatais. e) aplica-se a teoria do risco integral, devendo a União indenizar os passageiros que tenham sofrido danos corporais, doenças, morte ou invalidez sofridos em decorrência do atentado. Comentários: Amigos, pela teoria do risco integral, havendo o evento danoso e o nexo causal, o Estado será obrigado a indenizar de qualquer forma, não existindo excludentes de responsabilidade. Para alguns doutrinadores, esta teoria é adotada pelo Brasil nos casos de substância nuclear, dano ambiental e de atos de guerra a aeronaves brasileiras e ataques terroristas, como citado na questão. Assim, a alternativa correta é a “e”. Gabarito: E QUESTÃO 20 – FGV – TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA – 2016 Marcos, motorista de um ônibus de transporte público de passageiros de determinado município, ao conduzir o veículo, por sua culpa, atropelou e matou João. A família da vítima ingressou com uma ação de indenização contra o município e a concessionária de transporte público municipal, que administra o serviço. Citada, a concessionária municipal denunciou à DIREITO ADMINISTRATIVO 55 lide Marcos, por entender que ele deveria ser responsabilizado, já que fora o causador do dano. O município alegou ilegitimidade passiva e ausência de responsabilidade no caso. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta conforme o entendimento doutrinário e jurisprudencial relativamente à responsabilidade civil do Estado. a) A denunciação à lide, no caso, não será obrigatória para se garantir o direito de regresso da concessionária contra Marcos. b) A culpa exclusiva ou concorrente da vítima afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária. c) A reparação civil do dano pelo município sujeita-se ao prazo prescricional de vinte anos. d) A responsabilidade civil da concessionária, na hipótese, será subjetiva, pois João não era usuário do serviço público de transporte coletivo. e) A responsabilidade civil do município, no caso, será objetiva, primária e solidária. Comentários: Amigos, a alternativa correta é a “a”, pois a denunciação à lide é desnecessária, bastando que a Concessionária ajuíze ação regressiva em face de Marcos. A “b” está errada, pois a culpa concorrente da vítima não afasta a responsabilidade, apenas pode atenuá-la. A “c” está errada, porque, de acordo com a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional para ajuizamento da ação de reparação de dano contra o Estado é de 5 anos. A ”d” está errada, pois há responsabilidade civil objetiva das empresas que prestam serviço público mesmo em relação aos danos que sua atuação cause a terceiros não usuários do serviço público (STF/2009). Por fim, a “e” está errada, porque a responsabilidade do município, no caso, é objetiva, secundária e subsidiária. Gabarito: A DIREITO ADMINISTRATIVO 56 QUESTÃO 21 – FCC – TRT - 23ª REGIÃO (MT) – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – 2016 Considere a seguinte situação hipotética: em determinado Município do Estado do Mato Grosso houve grandes deslizamentos de terras provocados por fortes chuvas na região, causando o soterramento de casas e pessoas. O ente público foi condenado a indenizar as vítimas, em razão da ausência de sistema de captação de águas pluviais que, caso existisse, teria evitado o ocorrido. Nesse caso, a condenação está a) correta, tratando-se de típico exemplo da responsabilidade disjuntiva do Estado. b) incorreta, por ser hipótese de exclusão da responsabilidade em decorrência de fator da natureza. c) correta, haja vista a omissão estatal, aplicando-se a teoria da culpa do serviço público. d) correta, no entanto, a responsabilidade estatal, no caso, deve ser repartida com a da vítima. e) incorreta, haja vista que o Estado somente responde objetivamente, e, no caso narrado, não se aplica tal modalidade de responsabilidade. Comentários: A jurisprudência e a doutrina entendem que, nos casos de danos ensejados por omissão do Poder Público, a responsabilidade do Estado é subjetiva, embasada na teoria da culpa administrativa. Gabarito: C
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