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Luanna Borges – Med 104 Aula 4 - PACTO PELA SAÚDE O Pacto pela Saúde foi instituído pela Portaria GM/MS nº 399/2006 e pode ser entendido como a produção de acordos sobre as regras definidoras de responsabilidades e recursos à disposição dos entes vinculados a cada esfera de governo (União, Estados e Municípios) na gestão das redes de atenção à saúde em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social. Relembrando... SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE • 8ª Conferência Nacional de Saúde – 1986 • Constituição Federal – 1988 • Lei nº 8.080 – 1990 • Lei nº 8.142 – (Conselhos de Saúde/ Fundos de Saúde/Plano de Saúde/ Relatório de Gestão) ➔ Com o processo de descentralização, a gestão do SUS, inicialmente, passou a ser regulada pelas normas operacionais básicas, que definem as responsabilidades dos municípios, Estado e União, pelas Normas Operacionais de Assistência à Saúde, e, por último, pelo Pacto pela Saúde. Normas Operacionais Básicas ✓definem as responsabilidades de cada esfera de governo, ✓estratégias e movimentos que visam dar operacionalidade ao sistema ✓visaram à reordenação dos modelos de atenção e de gestão da saúde através de instrumentos de gestão; ✓estabelece critérios e fluxos de financiamento. • NOB 91 – pagamento por produção de serviços, equiparando prestadores públicos e privados na compra e venda de serviços. ➔ Os municípios que apoiaram esta NOB, por perceberem a oportunidade de receber recursos diretamente da União sem a intermediação dos estados • NOB 92 - segue, em linhas gerais, a NOB 01/91 e mantém intocados os mecanismos de pagamento por produção de serviços. • NOB 93 – instâncias gestoras (CIB/ CIT) • NOB 96 – avanço no processo de descentralização - duas formas de habilitação dos municípios: ✓Gestão Plena da Atenção Básica ✓Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde - criou PAB Fixo e PAB Variável - consolidou a política de Municipalização da Saúde, - forte centralização do financiamento na União e pouca participação dos estados. → Com isso, vai ficando evidente a necessidade de avançar na regionalização, mediante a adoção de novas formas de organização a atenção e de gestão. Normas Operacionais da Assistência à Saúde • NOAS 01/2001 e 2002 - amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica, define o processo de regionalização da assistência e cria alternativas para o fortalecimento da gestão do sistema de saúde. - instituiu o Plano Diretor de Regionalização como um instrumento de organização do processo de regionalização, na perspectiva de garantir o acesso aos serviços de saúde o mais próximo da residência dos cidadãos, → Organização dos serviços no âmbito da atenção básica passa a ser responsabilidade dos municípios, com as ações de atenção secundária ficando a cargo da responsabilidade solidária dos municípios da microrregião e as ações de alta Luanna Borges – Med 104 complexidade sob a responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde. PACTO PELA SAÚDE • Publicado em Portaria GM/MS nº 399, de 22/02/2006. • Pactuação o firmada pelos 3 gestores (União, Estados e Municípios) do SUS. • O Pacto pela Saúde representa mudanças significativas para a execução do SUS. O PORQUÊ DO PACTO PELA SAÚDE? ➔ Tentativa de superar a fragmentação das políticas e programas de saúde ➔ Organização de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços de saúde. ➔ Qualificação da gestão ➔ Reconhecimento da autonomia dos entes federados. DESAFIOS ➔ Promover inovações nos processos e instrumentos de gestão. ➔ Alcançar maior efetividade, eficiência e qualidade da resposta do sistema às necessidades da população PRINCÍPIOS • Respeito às s diferenças loco-regionais o Reforço da organização das regiões de saúde • Qualificação do acesso da população à atenção integral à saúde o Redefinição dos instrumentos de regulação, programação e avaliação • Instituição de mecanismos de co-gestão e planejamento regional. o Com base nas necessidades de saúde da população. o Fortalecimento dos espaços e mecanismos de controle social. • Proposição de um financiamento tripartite o Estimulação de critérios de equidade para transferência de recursos fundo a fundo ➔ A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG). ➔ O TCG substitui os processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovado anualmente. Tem 3 dimensões: ➔ PACTO PELA VIDA ➔ PACTO EM DEFESA DO SUS ➔ PACTO DE GESTÃO ➔ PACTO PELA VIDA • Compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. • Estabelece um conjunto de compromissos sanitários, considerados prioritários, pactuados de forma tripartite, a ser implementado por cada ente federado. • Esses compromissos deverão ser efetivados pela rede do SUS, de forma a garantir o alcance das metas pactuadas. • Prioridades estaduais, regionais ou municipais podem ser agregadas as prioridades nacionais, a partir de pactuações locais. PACTO PELA VIDA – Prioridades: 1. Saúde do Idoso; 2.Controle do câncer do colo do útero e da mama; 3.Redução da mortalidade infantil e materna; Luanna Borges – Med 104 4.Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias ,com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 5.Promoção da Saúde; 6.Fortalecimento da Atenção Básica; ➔ PACTO EM DEFESA DO SUS Prevê ações concretas e articuladas pelos 03 níveis federativos no sentido de reforçar o SUS como política de Estado. ➔ PACTO EM DEFESA DO SUS – Prioridades 1. Repolitização da saúde (fazer uma nova política, reformular) 2. Promoção da Cidadania: mobilização social ( mostrar a saúde como direito e o SUS como garantidor desse direito) 3. Garantia de financiamento: (EC-29, orçamento do SUS, incremento de recursos) ➔ PACTO EM DEFESA DO SUS – Objetivos 1.Implementar um projeto permanente de mobilização social 2. Elaborar e divulgar a Carta dos Usuários do SUS (PORTARIA Nº 1.820, DE 13 DE AGOSTO DE 2009) ➔ PACTO DE GESTÃO Estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo ,assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. “O Brasil é um país continental e com muitas diferenças e iniqüidades regionais.” Mais do que definir diretrizes nacionais é necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades regionais. ➔ PACTO DE GESTÃO – Prioridades • Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS: federal, estadual e municipal. ➔ PACTO DE GESTÃO – Diretrizes 1. Descentralização 2. Regionalização 3. Financiamento 4. Planejamento 5. Programação Pactuada Integrada 6. Regulação da Atenção à Saúde e Assistencial 7. Participação e Controle Social 8. Gestão do Trabalho 9. Educação em Saúde ➔ PACTO DE GESTÃO – Descentralização 1. Fortalecimento das Comissões Bipartite 2. Descentralização dos processos administrativos. ➔ PACTO DE GESTÃO – Regionalização 1. Garantir o acesso, a resolutividade, a integralidade na atenção à saúde da população, através da organização das demandas e da identificação das necessidades loco-regionais. Regiões de Saúde: Recortes territoriais organizados de modo a assegurar os princípios do SUS: a Universalidade do acesso, a equidade e a integralidade do cuidado. Aconformação das Regiões deve considerar: • a identidade cultural, econômica e social entre os municípios; • as redes de comunicação e de infra-estrutura de transportes; • a existência de fluxos assistenciais. ➔ PACTO DE GESTÃO – Financiamento Luanna Borges – Med 104 1- Responsabilidade das 3 esferas de governo 2- Repasse federal feito através de blocos: I.Atenção Básica II.Atenção de Média e Alta Complexidade III.Vigilância em Saúde IV.Assistência Farmacêutica V.Gestão do SUS ▪ Os recursos de cada bloco devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações e serviços relacionados ao Bloco. 1- Responsabilidade das 3 esferas de governo 2- Repasse federal de CUSTEIO feito através de 5 blocos: I.Atenção Básica II.Atenção de Média e Alta Complexidade III.Vigilância em Saúde IV.Assistência Farmacêutica V.Gestão do SUS 3- Repasse federal de INVESTIMENTO ▪ Os recursos de cada bloco devem ser aplicados, exclusivamente, nas ações e serviços relacionados ao Bloco. ▪ Os repasses, antes realizados em seis blocos temáticos, passam a ser feitos em duas modalidades: custeio e investimento. NOVO • Pactuada na 1ª Reunião Ordinária da CIT de 2017: NOVO Os recursos agora terão duas destinações: custeio e investimento. ✓Inviabilizando um possível planejamento eficiente, ✓Inviabilizando a execução real do planejado e aprovado pelos Conselhos de Saúde. • Segundo economistas da saúde, a maior parte das experiências internacionais de alocação equitativa de recursos distingue recursos de custeio para financiar as ações e serviços de saúde dos recursos de investimento. PORTARIA 3.992 –28 DE DEZEMBRO DE 2017 NOVO A partir de janeiro de 2018 os recursos do Ministério da Saúde, destinados a despesas com ações e serviços públicos de saúde, a serem repassados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, serão organizados e transferidos na forma dos seguintes blocos de financiamento: Financiamento NOVO PORTARIA Secretaria de Planejamento e Orçamento Nº 1, DE 5 DE FEVEREEIRO DE 2021 I - Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde II - Bloco de Estruturação da Rede de Serviços Públicos de Saúde ➔ PACTO DE GESTÃO – Planejamento a. critério para planejamento → necessidade da população. b. integração dos instrumentos de planejamento (PPI, Pacto, Agenda, etc.) c. institucionalização e fortalecimento do Sistema de Planejamento, incluindo o monitoramento e avaliação no processo de planejamento. d. revisão dos instrumentos de planejamento (planos, relatórios, programações etc). (padronização) ▪ Processo articulado, integrado e solidário entre as 03 esferas de governo ➔ PACTO DE GESTÃO – Programação Pactuada Integrada ▪ Desenho da referência e contra-referência, com o respectivo desenho do processo Luanna Borges – Med 104 regulatório e do conjunto das responsabilidades a serem assumidas por cada ente ▪ Explicitar pactos de referências entre municípios parcela de recursos destinados à população própria e referenciada Principais Diretrizes: ✓ feita por área de atuação a partir das ações básica; ✓programação da assistência ✓visualização dos recursos financeiros das 03 esferas de governo; ✓revisão periódica e sempre que necessária; ✓subsidiar a programação físico-financeira dos estabelecimentos; ✓guardar relação com o desenho da regionalização ➔ PACTO DE GESTÃO – Regulação Define Conceitos a. Regulação da Atenção à Saúde b. Contratação: c. Regulação Assistencial d. Complexo Regulador e. Auditoria Assistencial ou Clínica ➔ PACTO DE GESTÃO – Participação e Controle Social Fortalecimento da participação social: 1.Apoio aos conselhos, conferências, movimentos sociais 2.Apoio ao processo de formação de conselheiros 3.Estimulo à participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de saúde 4.Apoio aos processos de educação popular na saúde 5.Apoio à implantação e implementação de ouvidorias 6.Apoio ao processo de mobilização social e institucional em defesa do SUS ➔ PACTO DE GESTÃO – Gestão do Trabalho 1. Estruturação da área de Gestão do Trabalho no SUS 2. Capacitação para a Gestão do Trabalho no SUS (qualificação de gestores e técnicos) 3. Sistema Gerencial de Informação ➔ PACTO DE GESTÃO – Educação em Saúde 1. Avançar na implementação da Política Nacional de Educação Permanente 2. Considerar a educação permanente parte essencial de uma política de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para a qualificação do SUS 3. Centrar, o planejamento, programação e acompanhamento das atividades educativas e conseqüentes alocações de recursos na lógica de fortalecimento e qualificação do SUS e atendimento das necessidades sociais em saúde; • A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG). • O TCG substitui os processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovado anualmente. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria- Executiva.Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Sistema de Planejamento do SUS: uma construção coletiva: orientações gerais para elaboração de instrumentos de planejamento: Programação Anual de Saúde e Relatório Anual de Gestão: estrutura e conteúdo /Ministério da Saúde, SecretariaExecutiva,Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 32p. (SérieB.Textos Básicos de Saúde)(Série Cadernos de Planejamento;v.6)
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