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Processo do Trabalho
Profª Elisa Maria Secco Andreoni
1. Cite e explique quais são os tipos de conflitos trabalhistas.
R: Na esfera do direito do trabalho, os conflitos podem surgir tanto na esfera individual como na esfera coletiva. 
Na esfera individual, o conflito ocorre entre o empregado e o empregador, ou entre o prestador e o tomador de serviços. São os chamados dissídios individuais. 
Por outro lado, na esfera coletiva, ocorre o dissídio coletivo, no qual os sindicatos defendem os interesses dos grupos ou categorias econômicas, visando a criação e interpretação de normas que irão incidir no âmbito destas categorias. Os dissídios coletivos podem ser jurídico/de interpretação ou econômicos. 
1) Os dissídios coletivos jurídicos objetivam declarar o alcance de determinado dispositivo legal, convencional ou regulamentar.
2) Os dissídios coletivos econômicos objetivam a criação de novos direitos, exercendo a Justiça do Trabalho o poder normativo. Esses dissídios podem ser:
a. Originários – quando não há norma coletiva anterior;
b. De revisão – quando objetivam alterar cláusulas já fixadas pelo PJ em sentenças normativas; e
c. De declaração sobre paralisação do trabalho – quando decorre de greve dos trabalhadores.
2. Como podem ser solucionados os conflitos?
R: Há diversas formas de solução de conflitos, sendo elas:
1) Autotutela – é o meio pelo qual uma das partes, com a utilização de força, impõe sua vontade sobre a vontade da outra parte. Na esfera trabalhista, existe a greve e o poder de resistência do empregado em relação às alterações lesivas (arts. 468 e 483, CLT). 
2) Autocomposição – é a modalidade na qual as partes solucionam seus conflitos sem a intervenção de um terceiro, como ocorre nas negociações coletivas e nos acordos coletivos.
3) Heterocomposição – ocorre a solução do conflito mediante a entrada de um agente externo que não possua interesse no conflito. Todas as decisões judiciais são exemplos de heterocomposição. 
4) Mediação e conciliação – a mediação é a forma solução de conflitos com a interveniência de um mediador, o qual não interfere na decisão das partes envolvidas, apenas busca a aproximação delas para o diálogo. Por outro lado, a conciliação consiste no ingresso de um terceiro que irá aproximar as partes e irá sugerir possibilidades de acordo. 
3. Cite e explique os princípios do Direito Processual do Trabalho.
R: Os princípios tem tríplice função: (i) função inspiradora para o legislador; (ii) função interpretativa; e (iii) função integradora da norma. O direito processual do trabalho se sujeita aos princípios constitucionais do processo (ex.: do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa etc.) e aos princípios do direito processual civil, mas também possui princípios específicos, sendo eles:
1) Princípio Protecionista – trata-se da prestação analisada sob o ponto de vista processual, visando proteger o trabalhador ao assegurar prerrogativas processuais devido à sua hipossuficiência. Ex.: gratuidade da justiça, assistência judiciária e o impulso oficial (art. 878, CLT – juiz impulsiona de ofício o processo de execução).
2) Princípio Conciliatório – conforme o art. 764 da CLT, tantos os dissídios individuais quanto os coletivos estão sujeitos à conciliação. Sob pena de nulidade, o juiz deverá tentar a conciliação na audiência (art. 846, CLT), antes da apresentação da resposta pela reclamada, e após eventual apresentação de razões finais (art. 850, CLT). Frisa-se que o juiz não é obrigado a homologar o acordo celebrado, podendo (devendo) recusá-lo quando a normas protetivas não forem observadas (súmula 418, TST). O termo de conciliação é lavrado após a homologação do acordo e constitui título executivo judicial (art. 831, parágrafo único, CLT). Essa decisão é irrecorrível, salvo em caso de recurso para o INSS com relação às contribuições devidas. Apenas uma ação rescisória poderá impugnar a homologação do acordo (súmula 259, TST).
3) Princípio Dispositivo – é também conhecido como o princípio da inércia da jurisdição (art. 2º, CPC). O processo se inicia com a iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial.
4) Princípio da Oralidade – consiste na realização dos atos processuais pelas partes e pelo juiz na audiência, de forma verbal. Ex.: após a leitura da PI, a parte reclamada terá 20 minutos para contestar (art. 847, CLT). 
5) Princípio da Identidade Física do Juiz – é o juiz quem colhe a prova é o juiz que deverá proferir a sentença. Este princípio foi introduzido com o advento da Emenda Constitucional 24/1999. 
6) Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias – em regra, as decisões interlocutórias não ensejam, de imediato, a interposição de qualquer recurso. A apreciação do merecimento das decisões interlocutórias ocorrerá somente do recurso de decisão definitiva (art. 893, §1º, CLT). Contudo, esta irrecorribilidade comporta exceções previstas na súmula 214, do TST:
a. Decisões do TRT contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST;
b. Decisões suscetíveis de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c. Decisões que acolhem exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para o TRT distinto daquele que se vincula o juízo excepcionado, conforme art. 799, §2º, CLT. 
Há, ainda, uma exceção prevista no art. 855-A, §1º, II, da CLT: decisão que acolher ou rejeitar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, na fase de execução de sentença, é recorrível via agravo de petição. Contudo, não será recorrível se proferida na fase de conhecimento. 
7) Princípio do jus postulandi da parte – conforme o art. 791, da CLT, as partes poderão reclamar e acompanhar pessoalmente, perante a Justiça do Trabalho, sem a presença de advogado, suas reclamações trabalhistas do início ao fim do processo. A doutrina diverge quanto aos limites deste princípio, mas o TST (súmula 425) estabeleceu que o jus postulandi das partes é limitado às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação cautelar, a ação rescisória, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST. Além disso, o processo de homologação de acordo extrajudicial (arts. 855-B a 855-E, CLT) também necessitam de advogado. 
4. Quais são as fontes do direito processual trabalhista?
R: As fontes são classificadas em fontes formais e fontes materiais. As fontes do direito do trabalho não são as mesmas do direito processual do trabalho. 
a) Fontes Formais são as formas de manifestação do direito no sistema jurídico. Ou seja, são a exteriorização das normas jurídicas. São as normas positivadas no ordenamento jurídico. Em outras palavras, são as normas que regulam o processo trabalhista em si e não aquelas que regem o Direito do Trabalho. 
b) Fontes Materiais (art. 8º, CLT) referem-se aos fatores sociais, econômicos, políticos, filosóficos e históricos que deram origem ao direito, influenciando na criação das normas jurídicas. Por exemplo, quando há o descumprimento do direito material, os detentores de legitimidade e interesse podem utilizar o processo na busca da solução do conflito. Entre os escopos do processo está o de promover a realização do direito material.
5. A Reforma Trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467) é aplicável aos processos que já estavam em curso na data em que entrou em vigor?
R: Seguindo a Teoria dos Atos Isolados (art. 14, CPC), a lei processual não pode retroagir. Desta forma, ela será aplicada aos processos já em curso, mas respeitará os atos já praticados sob a égide da lei revogada. 
6. Qual a importância da CF no direito processual do trabalho?
R: A CF é fonte formal de hierarquia superior em todo o ordenamento jurídico, contendo previsões essenciais relativas ao Direito Processual, bem como à organização e competência da Justiça do Trabalho. 
7. O CPC pode ser aplicado ao processo do trabalho?
R: Sim, mas apenas em caráter subsidiário. Ou seja, conforme art. 769 da CLT, nos casos omissos, o direito processual comum (CPC) poderá ser utilizado como fonte subsidiária do direito processualdo trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas trabalhistas. 
O parágrafo único do art. 8º, da CLT, foi retirado com a reforma trabalhista de 2017. Desta forma, mesmo que incompatível com os princípios do direito do trabalho, o CPC poderá ser aplicado.
8. Como se dá o processo para homologação de acordo extrajudicial (jurisdição voluntária)?
R: A princípio, cabe frisar que a jurisdição voluntária consiste na função exercida pelo Estado, através do juiz, mediante um processo, onde se solucionam causas que lhe são submetidas sem haver conflito de interesses entre as duas partes. 
O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início com a apresentação de uma petição conjunta, sendo obrigatória a presença de advogados distintos (art. 855-B, CLT). O trabalhador poderá ser representado por um advogado do sindicato de sua categoria. 
O prazo prescricional ficará suspenso, uma vez apresentada a petição para homologação de acordo, quanto aos direitos nela especificados. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação. 
Em 15 dias, a partir da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, podendo homologá-lo ou rejeitá-lo (súmula 418, TST). O juiz pode, inclusive, designar audiência para melhor elucidação da causa submetida.
Da decisão que rejeite o acordo, será cabível recurso ordinário em 08 dias, sujeito ao preparo.
Conforme o art. 855-C, da CLT, a apresentação do acordo para homologação não prejudica o prazo para o pagamento das verbas rescisórias (art. 477, §6º, CLT) e também não afasta a multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias (art. 477, §8º, CLT).
9. Explique a organização da Justiça do Trabalho.
R: O Judiciário trabalhista possui três graus de jurisdição: (i) TST; (ii) TRTs; e (iii) Juízes do Trabalho. Nos termos do art. 111, da CF:
I. Tribunal Superior do Trabalho – é o órgão máximo da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Possui 27 ministros (brasileiros, dentre 35 a 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada), nomeados pelo Presidente da República após a aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 111-A, CF). Dentre os ministros, deverá ser respeitado o quinto constitucional (um quinto dos membros deverá ser composto por advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, com notório saber jurídico e reputação ilibada, e membros do MPT, com mais de 10 anos de efetivo exercício), os quais são indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação de suas classes, e, após o recebimento e formação da lista tríplice, o próprio Tribunal encaminhará para o Poder Executivo. 
São órgãos do TST: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Seção Especializada em Dissídios Individuais e as Turmas. O ENAMET e o CSJT funcionam junto ao TST. 
II. Tribunais Regionais do Trabalho – possuem, no mínimo, 07 juízes recrutados pelo próprio Tribunal, com idade entre 30 e 65 anos, os quais são nomeados pelo Presidente da República (art. 115, CF). O quinto constitucional também deve ser obedecido. Além de atuarem nos limites territoriais da sua respectiva jurisdição, os TRTs podem constituir câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Sua competência territorial é definida pelos arts. 677 e 651, da CLT. Contudo, em se tratando de dissídio coletivo, a competência é determinada pelo local em que o dissídio ocorrer.
III. Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho – art. 116, CF) – consiste na primeira instância de jurisdição trabalhista. O ingresso no cargo é feito como Juiz Substituto para substituir ou auxiliar o juiz titular da vara. As promoções são feitas por antiguidade e merecimento. A criação de varas é feita por lei federal (art. 650, CLT). O juiz titular não pode “mandar” no trabalho do juiz substituto. 
De acordo com o art. 112, da CF, as comarcas que não possuem Justiça do Trabalho terão as causas trabalhistas julgadas por juízes de direito. Instalada Vara do Trabalho na localidade, a competência do Juiz de Direito cessa, inclusive para as execuções das sentenças que proferir (súmula 10, STJ). 
10. Como se dá a competência da Justiça do Trabalho?
R: A competência material da Justiça do Trabalho está prevista no art. 114, da CF, a qual foi amplamente aumentada após a EC 45/2004. Após essa emenda, a Justiça do Trabalho passou a apreciar todas as lides oriundas da relação de trabalho (qualquer vínculo jurídico no qual uma pessoa física presta serviços para outra pessoa, física ou jurídica, mediante uma contraprestação), e não apenas aquelas oriundas da relação de emprego. 
Contudo, frisa-se que a competência para julgar ações acidentárias (decorrentes de acidentes de trabalho) não é da Justiça do Trabalho, mas sim da Justiça Comum Estadual. Essas ações são propostas pelo empregado em face do INSS (art. 109, I, CF + art. 643, §2º, CLT). Por outro lado, é competente a Justiça do Trabalho para julgar a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do seguro-desemprego (súmula 389, I, TST). 
Por fim, cabe à Justiça do Trabalho o julgamento das ações, ajuizadas por empregados em face de empregadores, relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). 
Nos termos do art. 114, CF, a JT é competente para:
I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Contudo, a JT não é competente para as ações envolvendo servidores da administração pública, sendo competente a Justiça Comum Estadual ou Federal (súmulas 137 e 218, CTJ). A JT será competente nos casos em que a relação for regida pela CLT (e não seja relação estatutária). 
Em suma, a JT somente será competente quando a relação de emprego da Administração Pública for regida pela CLT. 
II. As ações que envolvam exercício do direito de greve. A JT será competente para todas as ações que se relacionam, direta ou indiretamente, com o direito de greve, sejam ações inibitórias, ações possessórias, ações de reparação de danos etc. No caso dos Correios, o TST é competente, pois a base territorial abrange mais de um estado
Por outro lado, a greve dos servidores públicos é de competência da Justiça Comum Estadual ou Federal, salvo quando a relação de emprego for regida pela CLT. 
III. As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. O termo “sindicato” abrange as federações e as confederações e, inclusive, os sindicatos de servidores públicos.
Desta forma, as lides entre sindicatos que disputam base territorial serão de competência da JT. 
IV. Os mandados de segurança, HC e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. 
a. Mandado de segurança: o ato taxado como ilegal ou abusivo deve estar submetido à jurisdição trabalhista. Por outro lado, a competência funcional para o MS irá depender da autoridade tida como coautora. 
· Vara do Trabalho – quando o ato for de auditor fiscal;
· TRT – quando o ato for do juiz do trabalho, diretor, demais funcionários, juízes de direito e juízes e funcionários do TRT;
· TST – quando o ato for do Presidente do TST ou outro Ministro.
b. Habeas Corpus: a JT será competente sempre que o ato taxado de abusivo e ilegal envolver matéria sujeita à jurisdição trabalhista. A competência funcional também depende da autoridade:
· Vara do Trabalho – quando o ato for de um particular;
· TRT – quando o ato for de juiz da Vara do Trabalho;
· TST – quando o ato for do TRT;
· STF – quando o ato for do TST (art. 102, I, i, CF). 
V. Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o. A exceção prevista neste inciso trata da competência do STF para julgas os conflitos de competência entre o STJ e quaisquertribunais, entre os Tribunais Superiores, ou entre Tribunais Superiores e qualquer outro tribunal. 
O conflito ocorre quando dois órgãos judiciais se dizem competentes (conflito positivo) ou quando dois órgãos se dizem incompetentes (conflito negativo), ou ainda quando entre dois juízes surge controvérsia sobre a reunião ou separação de processos.
O TRT será competente quando for suscitado conflito de competência entre varas do trabalho da mesma região, ou entre varas do trabalho e juiz de direito investido na jurisdição trabalhista na mesma região, bem como entre juiz estadual e junta de conciliação e julgamento (súmula 180, STJ).
O TST será competente quando for suscitado o conflito entre TRTs ou entre Varas do Trabalho e Juízes de Direito da jurisdição trabalhista sujeitos à jurisdição de TRTs diferentes.
O STJ será competente quando suscitados conflitos entre Varas do Trabalho e Juiz de Direito não investido na jurisdição trabalhista (art. 105, I, d, CF), bem como os conflitos entre o TST e órgãos de outros ramos do judiciário (art. 105, I, o, CF). 
Nos termos da súmula 420, do TST, não se configura conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada.
VI. As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. Toda e qualquer ação de dano moral/patrimonial, quando decorrentes da relação de trabalho, será de competência da JT desde que propostas pelo trabalhador em face do empregador (ainda que proposta pelos dependentes/sucessores – danos morais por ricochete/reflexo).
Frisa-se que as ações acidentárias serão sempre de competência da Justiça Comum Estadual ou Federal, e nunca da JT. Nos casos em que o acidente foi causado por inobservância das normas pelo empregador, caberá ao INSS ajuizar ação regressiva em face desse empregador, devendo essa ação de regressa ser proposta na Justiça Federal.
VII. As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Desta forma, a JT é competente para processar e julgar as ações propostas pelos empregadores que objetivam anular sanções administrativas impostas pelo MPT. 
VIII. a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. Trata-se das contribuições do empregador, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos, a qualquer título, a pessoa física que lhe preste serviço, bem como da contribuição devida pelo trabalhador e pelos demais segurados da previdência social. Essas contribuições serão executadas em decorrência das sentenças que o juiz proferir. 
A súmula vinculante 53 expandiu a competência da JT para a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados (+ art. 876, CLT + súmula 454, TST). 
IX. Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho.
11. Qual a competência do TST?
R: Encontra-se prevista no art. 111-A, §3º, da CF. Desta forma, compete ao TST processa e julgar, originalmente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. 
O Regimento Interno do TST é que dispõe sobre a sua constituição (órgãos do TST – Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídio Coletivo; Seção Especializada em Dissídios Individuais; e Turmas). 
12. Explique a competência funcional originária.
R: Trata-se daquela que conhece da causa em primeiro plano. Em regra, pertence à Vara do Trabalho (art. 652, CLT), salvo situação expressa como, por exemplo, a ação rescisória, a qual se inicia no TRT (art. 678, I, c, item 2, CLT) ou no TRT (arts. 70, I, d e 71, III, a, Regimento Interno do TST). 
13. O que é a competência funcional recursal e a competência funcional executória?
R: A competência funcional recursal consiste na competência para a prática de determinados atos em grau de recurso. Já a competência funcional executória consiste na competência para a realização da execução judicial ou extrajudicial (arts. 877 e 877-A, CLT).
14. Qual a competência territorial da Justiça do Trabalho?
R: Essa competência diz respeito ao limite territorial de cada órgão da JT, e vem disciplinada no art. 651 da CLT: a competência é da localidade da prestação de serviço pelo trabalhador, mesmo que tenha sido contratado em outro lugar. Caso os serviços tenham sido prestados em mais de um local (competência concorrente), cabe ao trabalhador propor a RT em qualquer uma das localidades.
Há exceções a essa regra: 
· §3º: foro da celebração do contrato OU foro da prestação dos serviços quando o empregador promova suas atividades fora do local da celebração do contrato. Ex.: empresas de atividades teatrais.
· §1º: vara da localidade onde a empresa possui agência/filial e a esta esteja o trabalhador subordinado. Caso não exista filial ou agência, poderá optar por onde possui domicílio ou na localidade mais próxima. 
· §2º: caso não haja convenção internacional em sentido contrário, a competência será da JT brasileira nos casos de agência ou filial situada no estrangeiro, desde que exista sede, filial ou representante no Brasil. Quanto ao direito material, será aplicada a lei mais benéfica.
Obs.: a regra do domicílio do réu, prevista no CPC, não é aplicável. 
15. É possível o foro de eleição?
R: Em regra, não, pois as regras de competência são de ordem pública (absoluta) no processo do trabalho. Contudo, após a reforma trabalhista de 2017, o art. 507-A foi inserido, de forma a permitir a inserção de cláusula compromissória de arbitragem, nos casos de empregados hipersuficientes (recebem remuneração superior a duas vezes o limite máximo do estabelecido para os benefícios do Regime Geral da Previdência Social), desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa.
16. A competência poderá ser modificada?
R: Apenas nos casos de competência relativa (território). Nestes casos poderá ocorrer a prorrogação, conexão ou continência.
i. Prorrogação: trata-se da aceitação pelas partes do juízo relativamente incompetente. Prorroga-se quando o réu não alega a incompetência em preliminar de contestação. 
Pode-se dizer que a prorrogação é a pena pela não alegação da incompetência relativa, por parte do réu, em sua defesa.
ii. Conexão: ocorre quando forem comuns a causa de pediu ou o pedido de duas ou mais ações (basta apenas um). Será considerado prevento o juízo em que houver sido protocolada a primeira reclamação. 
iii. Continência: ocorrerá sempre que houver identidade entre as partes e a causa de pedir, mas o objeto/pedido de uma for mais amplo do que o da outra. 
17. Explique o Ministério Público do Trabalho.
R: O MPT integra o Ministério Público, sendo instituição permanente e essencial à Justiça, promovendo a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O MPT tutela os direitos individuais, coletivos e transindividuais. Sua competência está prevista no art. 129, da CF. 
18. O que são os atos processuais?
R: Atos processuais são atos jurídicos que objetivam a constituição, modificação, extinção, conservação ou desenvolvimento da relação processual. Em outras palavras, o ato processual é toda relação humana que produz efeito jurídico em relação ao processo.
19. Quais são os sujeitos dos atos processuais?
R: Podem praticar atos processuais as partes, o juiz, o escrivão, demais auxiliares da justiça e até mesmo terceiros estranhos ao processo (testemunhas, oficiais de justiça, depositários, leiloeiros arrematantes, por exemplo). 
20. Quais são os atos processuais das partes do processo?
R: Os atos processuais das partes, de acordo com o art. 200 do CPC (aplicação subsidiária ao processo do trabalho), consistem em declarações unilaterais ou bilaterais, as quais produzem a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais, independentemente de pronunciamento judicial (exceto a desistência da ação, a qual depende dehomologação judicial e aquiescência do réu quando feita após a contestação).
21. Classifique os atos das partes.
R: Os atos podem ser:
a) Postulatórios – aqueles nos quais as partes almejam a obtenção do pronunciamento jurisdicional ou ato judicial de conteúdo determinado. O principal ato desta classificação é o ato constitutivo da relação processual, a petição inicial. 
b) Dispositivos – traduzem negócios jurídicos processuais segundo os quais a parte abre mão, em prejuízo próprio, de alguma faculdade processual ou, até mesmo, da tutela jurisdicional, podendo ser unilaterais ou bilaterais. Por exemplo: desistência da ação (art. 485, VIII, CPC), convenção das partes para a suspensão do processo (art. 313, II, do CPC), renúncia do autor ao direito sobre o qual se funda a ação (art. 487, V, CPC), reconhecimento da procedência do pedido do réu (art. 487, III, a, CPC). 
Além disso, a doutrina admite, também, atos omissivos que traduzem a disposição de determinada posição jurídica processual. Por exemplo: deixar transcorrer o prazo para recorrer, revelia e ausência à audiência por parte do autor, gerando o arquivamento da reclamação. 
c) Instrutórios – são os atos destinados a convencer o juiz acerca da verdade dos fatos. Abrangem tanto os atos probatórios quanto as alegações das partes.
d) Reais – traduzem condutas materiais das partes no processo, tais como o pagamento das custas e apresentação de documentos. 
22. Quais são os atos processuais do juiz?
R: Os atos processuais do juiz consistem nas sentenças, decisões interlocutórias e despachos, conforme indicados no CPC (art. 203 – sentenças, decisões interlocutórias e despachos). Além destes, mesmo sem previsão expressa na legislação, o juiz ainda possui os atos materiais ou reais, caracterizados no poder de polícia que possui: inspeção judicial, interrogatório de testemunhas, assinatura de termos de audiência etc.
Nos termos do art. 832, da CLT, a sentença do juiz deverá conter o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a conclusão, bem como o prazo e as condições para o seu cumprimento (§1º, art. 832, CLT). 
Frisa-se que, nos termos do art. 832, §3º-A, da CLT, na hipótese do pedido ser o reconhecimento de verbas exclusivamente indenizatórias, a parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base valor inferior:
a) Ao salário mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício reconhecido na decisão cognitiva ou homologatória;
b) À diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão cognitiva/homologatória e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não será inferior ao salário mínimo. 
Ainda, a base de cálculo será o piso salarial definido por acordo/convenção coletiva de trabalho quando existir.
23. Cite e explique os atos processuais dos auxiliares da justiça.
R: Os atos dos auxiliares da justiça são classificados em três categorias:
a) De movimentação – aqueles que dizem respeito ao andamento do processo, atos de administração e de mero expediente, sem caráter decisório, praticados por servidor designado. Por exemplo: termos de vista às partes, expedição de mandado e ofícios, remessa dos autos ao perito ou ao MPT. 
b) De documentação – aqueles pelos quais os diretores de Secretaria certificam a prática de atos processuais pelas partes, tais como certidão de intimação.
c) De execução – são os realizados em cumprimento a mandado judicial, tais como citações, penhoras, arrestos, busca e apreensão etc. São, em regra, realizados por oficiais de justiça. 
24. Como os atos processuais poderão ser praticados no processo do trabalho?
R: De acordo com o art. 770, da CLT, em regra, serão públicos e deverão ser realizados nos dias úteis das 6h às 20h. A penhora poderá ser realizada aos domingos ou feriados, mediante autorização expressa do Juiz. 
25. Explique:
a) Princípio da instrumentalidade das formas.
R: Este princípio, previsto no art. 188 do CPC, expressa que, mesmo que os atos processuais tenham sua forma prevista em lei, não serão considerados nulos se realizados de outra maneira no caso em que atendam à sua finalidade. Em outras palavras, mesmo que se tenha estabelecido uma determinada forma para a prática do ato processual, a nulidade não será cominada se o ato atender à sua finalidade, mesmo que praticado de outra maneira.
b) Princípio da publicidade.
R: Nos termos do art. 189 do CPC, os atos processuais são sempre públicos, salvo nos casos previstos em lei (segredo de justiça). O art. 770 da CLT também prevê a publicidade dos atos. 
26. O que são termos processuais?
R: Diferentemente dos atos processuais, os termos são a materialização de alguns atos processuais. Isto é, consistem na transcrição para o processo dos atos de vontade praticados oralmente. Ex: termo de reclamação verbal, ata da audiência, termo de ratificação de acordo, todos os registros e certidões dos autos etc.
27. Explique o prazo processual no processo do trabalho.
R: O prazo processual é o lapso temporal no qual se deve praticar algum ato dentro do processo. Esse prazo pode ser dirigido às partes, aos procuradores, aos servidores, ao MPT e ao juiz. 
Será comum quando for destinado a ambas as partes e particular quando destinado a apenas uma das partes. 
O prazo prorrogável é aquele não previsto em lei, passível de prorrogação a critério do juiz, mas também aqueles cuja prorrogação foi expressamente prevista em lei. O prazo improrrogável é aquele não autorizado pela própria lei.
O prazo pode ser legal ou judicial. Os prazos legais são aqueles previstos em lei, tais como os prazos para interposição de recursos. Já os judiciais são aqueles deferidos pelo juiz. 
Poder ser, também, próprio – quando são destinados às partes e cuja inobservância acarreta a perda do direito de praticar o ato processual (preclusão temporal) - ou impróprio – quando são destinados ao juiz, ao MPT e aos serventuários da justiça, os quais não se sujeitam a preclusão da lei.
28. Como se dá a contagem dos prazos processuais?
R: Quanto a contagem, os prazos (legais e judiciais) são feitos em dias úteis, excluídos o dia do começo e incluídos o dia do vencimento (art. 775, CLT). A prorrogação somente poderá ocorrer, pelo tempo estritamente necessário, quando o juízo entender necessário ou em virtude de força maior devidamente comprovada (art. 775, §1º, CLT). 
Os prazos são suspensos nos períodos de recesso forense e férias coletivas. Durante 20/12 a 20/12, os prazos serão suspensos, mas os funcionários do PJ exercerão suas atribuições. 
29. Explique as nulidades no processo do trabalho. 
R: A nulidade ocorre quando falta algum requisito, no ato praticado, que a lei ordena como necessário. No processo do trabalho, a nulidade será declarada somente quando resultar dos atos que causem manifesto prejuízo às partes (princípio do prejuízo/da transcendência – art. 794, CLT). 
Obs.: Lembrar do princípio da instrumentalidade das formar (art. 188, CPC).
As nulidades podem ser absolutas ou relativas. Independentemente da espécie de nulidade, ela sempre dependerá de decretação judicial, pois o sistema processual permite o transito em julgado de sentença inválida.
i. Nulidades absolutas: ocorre sempre que o ato violar norma de ordem pública, como, por exemplo, as regras de competência material e funcional. Este tipo de nulidade poderá ser declarado de ofício ou a requerimento das partes. No caso de incompetência material/de foro, o magistrado deve declará-la de ofício (art. 795, §1º, CLT).
Frisa-se que, havendo a declaração da nulidade absoluta, serão considerados nulos os atos decisórios.
ii. Nulidades relativas: ocorre sempre que o ato violar normas de interesse privado. O vício é sanável. Este tipo de nulidade não pode ser declarado de ofício, mas tão somente a requerimento das partes, as quais deverão arguir a nulidade na primeira oportunidade que tiverem (em audiência ou nos autos – art. 795, CLT: princípio da preclusão/da convalidação). 
A nulidade relativanão será pronunciada quando for possível repetir o ato ou quando for possível suprir a sua falta. Da mesma forma, não será pronunciada quando for arguida pela parte que a deu causa (Princípio do Interesse – art. 796, b, CLT).
As nulidades, ainda, deverão obedecer aos Princípios da Celeridade (art. 796, CLT) e da Economia (art. 797, CLT), isto é, somente poderão ser pronunciadas quando não for possível suprir a falta ou repetir o ato, bem como dependerá de declaração do juiz para determinar-se os atos a que a nulidade se estende. 
30. O que são atos inexistentes?
R: São aqueles em que não há a necessidade de ação rescisória. Isto é, a parte poderá valer-se da ação declaratória para declarar a inexistência do ato processual.
Ex.: sentença proferida em processo cuja citação foi inexistente. Sentença sem assinatura do juiz ou, ainda, assinada por juiz aposentado.
31. Quais são os sujeitos da lide?
R: Os sujeitos da lide são os sujeitos de direito material. Ex.: empregado e empregador.
32. Quais são os sujeitos do processo?
R: São aqueles que figuram na relação jurídica processual e nem sempre coincidem com os sujeitos da lide.
Os principais são: partes (reclamante e reclamado; exequente e executado; recorrente e recorrido; agravante e agravado; embargante e embargado), juiz, auxiliares da justiça e outros sujeitos que atuem no processo (ex.: advogados das partes, MPT etc.). 
33. Explique o litisconsórcio no processo do trabalho.
R: Ocorre quando há pluralidade pessoas em um ou ambos dos polos da relação processual. O litisconsórcio é a cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo.
Contudo, no processo do trabalho, não se aplica o prazo em dobro previsto no art. 229 do CPC (quando o litisconsórcio possui procuradores distintos), pois é incompatível com a celeridade inerente à Justiça do Trabalho.
 O litisconsórcio pode ser:
· Ativo, Passivo OU Misto/Bilateral – a depender da posição dos litisconsortes. O litisconsórcio ativo pode ocorrer quando há identidade de matéria (art. 842, CLT);
· Inicial ou Ulterior – a depender do momento de sua formação;
· Facultativo ou Necessário – a depender da obrigatoriedade (ex.: art. 611-A, §5º, CLT) ou não de sua formação. Se for necessário, a eficácia da sentença depende da citação de todos que forem litisconsortes. Se a reclamante não desejar incluir o litisconsorte necessário, o processo será extinto sem a análise do mérito. Somente no litisconsórcio facultativo o juiz poderá limitar o número de coligados quando puder dificultar a defesa ou a rápida solução do processo. 
No processo do trabalho, havendo várias reclamações e identidade de matéria, poderão ser cumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento, conforme o art. 842, da CLT. 
34. Explique o litisconsórcio ativo.
R: Trata-se das reclamações plúrimas, nas quais os empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento formam um litisconsórcio ativo facultativo, desde que haja identidade de matérias (art. 842, CLT).
O juiz poderá limitar o número do litisconsórcio facultativo (necessário não é possível – art. 116, CPC) quando se comprometer com a rápida solução do litígio ou o elevado número dificultar a defesa/cumprimento da sentença (art. 113, CPC).
35. Explique o litisconsórcio passivo.
R: Na pluralidade do polo passivo, pode-se citar como exemplo as demandas em que figuram como rés a empresa fornecedora de mão de obra e a tomadora de serviços. 
36. Explique a capacidade postulatória no processo do trabalho. 
R: A capacidade postulatória (jus postulandi) é a capacidade para postular em juízo. No processo do trabalho, as partes possuem capacidade postulatória limitada às Varas do Trabalho e aos TRTs, salvo as ações cautelares, ações rescisórias e o mandado de segurança. Também é obrigatória a presença de advogado no processo homologatório de acordo extrajudicial (art. 855-B, CLT).
37. Como é feita a representação do empregado falecido?
R: A representação do espólio cabe ao inventariante. Contudo, caso não haja bens, quem representa o espólio são os dependentes habilitados perante a Previdência Social (Lei 6858/80). À falta de habilitados, incumbirá aos sucessores indicados em alvará judicial do juízo cível.
38. O que é o inquérito para apuração de falta grave?
R: No judiciário, apura-se se o empregado cometeu falta grave. Somente após a finalização do inquérito, o empregador poderá dispensar o empregado por justa causa. Contudo, este processo é muito mais demorado e complexo do que se realizado internamente pela empresa. 
39. Diferencie a reclamação verbal da reclamação escrita.
R: Na reclamação verbal (art. 840, §2º, CLT), o reclamante procura o próprio TRT de sua região (Vara do Trabalho), e expõe seus motivos ao servidor. Este, por sua vez, verificará a possibilidade de ingresso na JT e distribuirá a reclamação antes mesmo de ser reduzida a termo (art. 93, XV, CF + art. 786, CLT). Após a distribuição, salvo motivo de força maior, o reclamante deverá apresentar-se em cinco dias ao cartório ou secretaria para reduzi-la a termo, sob pena da perda do direito de reclamar perante a JT pelo prazo de 6 meses (perempção provisória – art. 731, CLT). Dentro de 48h, a segunda via da petição reduzida a termo será remetida ao réu, contendo notificação para comparecimento em audiência. Entre a data do recebimento da notificação pela reclamada e a data designada para a audiência, deverá ser obedecido o prazo mínimo de cinco dias, sob pena de nulidade (art. 841, caput¸ CLT). Caso a reclamada seja a Fazenda Pública, este prazo será de 20 dias (art. 1º, II, Decreto-Lei 779/1969). O recebimento da notificação é presumido após 48h de sua postagem, sendo que incumbe ao destinatário/reclamada o ônus da prova acerca do não recebimento (súmula 16, TST). 
Por outro lado, a reclamação escrita (art. 840, §1º, CLT) deverá conter a designação do juízo, qualificação das partes, breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido (certo, determinado e com indicação de seu valor), data e assinatura do reclamante ou de seu representante. Conforme alterações oriundas da Reforma Trabalhista de 2017, as reclamações escritas cujos pedidos não forem certos, determinados e valorados serão extintos sem resolução de mérito (art. 840, §3º, CLT). O valor da causa será estimado com base, no que for compatível, nos arts. 291 a 293 do CPC. Deverá ser formulada em duas vias, acompanhadas dos documentos em que se fundar. O escrivão ou secretário remeterá a segunda via da petição, em 48h, à reclamada, notificando-a para que compareça em audiência (observado o prazo de 05 dias ou 20 dias, para a Fazenda Pública). 
40. O que é a Comissão de Conciliação Prévia?
R: Todas as demandas trabalhistas serão submetidas à Comissão de Conciliação Prévia quando existente no local de prestação dos serviços, conforme dispõe o art. 625-D, da CLT. A CCP é uma Comissão estabelecida no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Contudo, duas ADIs questionaram a constitucionalidade deste artigo e o entendimento firmado pela jurisprudência é de que a submissão dos conflitos à CCP não constitui condição da ação para o ajuizamento da reclamação trabalhista, consistindo, portanto, em mera faculdade do reclamante. 
Qualquer interessado poderá apresentar pedido à CCP, a qual, em 10 dias, deverá realizar sessão para tentativa de conciliação. Se, dentro do prazo de 10 dias, não houver a sessão, o empregado receberá uma declaração de tentativa de conciliação frustrada. 
Submetida a demanda à CCP e não prosperada a conciliação, o reclamado receberá declaração da tentativa de conciliação frustrada com descrição de seu objeto, o qual deverá ser juntado à eventual reclamação trabalhista.
Caso a conciliação ocorra, será lavrado termo assinado pelas partes, o qual é título executivo judicial com eficácia liberatória geral, salvo quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
O prazo prescricional para a relação trabalhista será suspenso a partir da provocação da CCP. Recomeçará a fluir a partir da realização da sessão ou doesgotamento do prazo de 10 dias. 
41. Explique a petição inicial e seus requisitos.
R: A petição inicial é o ato processual por meio do qual a ação é ajuizada, dando início ao processo. Ela poderá ser verbal (reduzida a termo) ou escrita. Os seus requisitos encontram-se no art. 840 da CLT. 
Frisa-se que, os pedidos que não atenderem ao §1º deste artigo serão extintos sem resolução de mérito (art. 840, §3º, CLT). Contudo, a jurisprudência estabelece que o juiz deverá conceder prazo para emenda da PI, não a extinguindo de plano. 
i. Se for escrita:
a. Designação do juízo;
b. Qualificação das partes – nome completo, nacionalidade, profissão, estado civil, endereço, documentos de identificação (CTPS, RG, CPF, CNPJ), nome da mãe do reclamante;
c. Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio – é a causa de pedir. Nos termos da teoria da substanciação, é suficiente a breve exposição dos fatos de que resulte o conflito;
d. O pedido – aquilo que decorre da causa de pedir. Deverá ser certo e determinado, com indicação de seu valor. Os pedidos que não atendam a essa disposição devem ser extintos sem resolução do mérito (art. 840, §3º, CLT). O valor da causa na PI passou a ser necessário após a reforma de 2017 para que seja definido o rito;
e. A data;
f. A assinatura do reclamante ou de seu representante.
ii. Se for verbal:
a. Será reduzida a termo;
b. Duas vias;
c. Assinadas pelo escrivão ou pelo secretário;
d. Requisitos da PI escrita.
A reclamação verbal será distribuída mesmo antes de reduzida a termo. Neste caso, após sua distribuição, o reclamante deverá se apresentar no prazo de 05 dias, salvo por motivos de força maior, ao juízo para reduzi-la (art. 796, parágrafo único, CLT). Caso não se apresente no prazo de 05 dias, o reclamante incorrerá na pena de perda do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho pelo prazo de 06 meses (art. 731, CLT). 
Frisa-se que nesta mesma pena incorrerá aquele que der causa ao arquivamento do processo (art. 844, CLT – ausência na audiência) por duas vezes seguidas, conforme o art. 732, CLT.
Na prática, as reclamações verbais já são reduzidas a termo no momento de comparecimento do reclamante, tornando-se desnecessário o comparecimento no prazo do parágrafo único do art. 796.
A PI, desde logo, deverá ser acompanhada dos documentos em que se fundar (art. 787, CLT – duas vias tornaram-se desnecessário com o PJE). Contudo, se a parte necessitar juntar algum documento posteriormente, poderá valer-se do art. 845 da CLT (na audiência).
O requerimento de citação do processo civil não é requisito da PI trabalhista, uma vez que a citação não é pessoal e é feita automaticamente pela Vara.
42. A petição inicial poderá ser aditada?
R: O aditamento da PI trabalhista é um ponto omisso na CLT. Portanto, permite-se a aplicação subsidiária do art. 329, I, do CPC. Desta forma, é admitido o aditamento da PI na audiência, antes da apresentação de resposta do réu. O aditamento somente será permitido após a resposta do réu quando este assim o permitir. 
Uma vez realizado o aditamento da PI, o juiz designará nova data para realização da audiência. 
43. A petição inicial poderá ser emendada?
R: Diferentemente do aditamento, a emenda da petição é exigência do juiz quando este verificar que os requisitos processuais não foram cumpridos ou mesmo quando conter defeitos/irregularidades capazes de atrapalhar a apreciação do mérito. A emenda também é regida pelo CPC (art. 321).
Assim, todas as vezes que os problemas da PI puderem ser sanados, o juiz deverá permitir que a parte a complete em 15 dias. Se a parte não cumprir com a exigência, o magistrado inferirá a PI. 
Nessa toada, a súmula 263 do TST dispõe que o indeferimento da PI que estiver desacompanhada de documento indispensável somente poderá ocorrer após a intimação da parte para emendar a PI em 15 dias. 
No procedimento sumaríssimo, não é permitida a emenda da PI (art. 852-B, CLT). 
44. A PI poderá ser indeferida liminarmente?
R: Sim, é possível nos casos em que a irregularidade é insanável. A decisão terá natureza terminativa, pois extinguirá o processo sem resolução de mérito.
Contra essa decisão é cabível o Recurso Ordinário, no prazo de 08 dias, conforme o inciso I do art. 895, da CLT. Aplica-se, subsidiariamente, o art. 331 do CPC, o qual faculta ao juiz a retratação em 05 dias, no caso de interposição de recurso. Caso o juiz exerça o juízo de retratação, dará regular andamento ao processo. 
45. Poderão ser concedidas tutelas provisórias? Cite e explique cada uma delas.
R: Sim, por força do art. 769, da CLT, e do art. 15, do CPC, poderão ser concedidas tutelas provisórias, com base nos arts. 294 a 311 do CPC. As tutelas provisórias poderão ser revogadas ou modificadas a qualquer momento. Por outro lado, poderá ser perpetuada ou estabilizada na hipótese do art. 304 do CPC. 
Dentre as tutelas provisórias, encontram-se as tutelas de urgência e de evidência. Por sua vez, as tutelas de urgência se subdividem em tutela antecipada e tutela cautelar.
				De urgência		antecipada	
							cautelar
Tutelas provisórias		De evidência
1. Tutelas de urgência: dependerão da probabilidade do direito e perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo, conforme o art. 300 do CPC. Ela poderá ser concedida liminarmente ou após justificação prévia (art. 300, §2º, CPC). O juiz poderá exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa a vir sofrer com a concessão da tutela. A caução, todavia, pode ser dispensada quando a parte for economicamente hipossuficiente. 
1.1. Tutelas de urgência de natureza antecipada: consiste na providência judicial que objetiva a satisfação de um direito antecipadamente, seja total ou parcial.
1.1.1. Tutela de urgência de caráter antecipado incidental: quando requerida no curso do processo. Será feita mediante simples petição nos autos do processo, dirigida ao juiz da causa, independentemente do pagamento de custas. Os requisitos do art. 300 do CPC (da probabilidade do direito e perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo) deverão ser preenchidos e demonstrados na petição.
1.1.2. Tutela de urgência de caráter antecipado antecedente: quando requerida antes do pedido final. Será requerida ao juízo competente para conhecer do pedido principal (art. 299, CPC) e seguirá o procedimento dos arts. 303 e 304 do CPC.
1.2. Tutelas de urgência de natureza cautelar: consiste em uma providência judicial que visa prevenir, conservar, defender ou assegurar a eficácia de um direito. Diferentemente da tutela de urgência de natureza antecipada, a de natureza cautelar não objetiva a satisfação de um direito. Pressupõe-se a existência de um pedido principal. 
1.2.1. Tutela de urgência de caráter cautelar antecedente: quando requerida antes da propositura da ação principal. Deverá ser requerida em juízo competente para conhecer do pedido principal (art. 299, CPC).
1.2.2. Tutela de urgência de caráter cautelar incidental: quando requerida depois de ajuizada a ação principal, conforme o art. 294 do CPC. Para este caso, basta a apresentação de uma petição apontando os requisitos e solicitando uma medida de urgência (art. 301, CPC), sem necessidade de pagamento de custas ou juntada de cópias. 
2. Tutelas da evidência: deferida quando o interessado demonstrar a maior probabilidade e verossimilhança/plausibilidade de seu direito. Não é necessário demonstrar perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme o art. 311 do CPC. 
46. Como é feita a citação do reclamado?
R: A citação é feita de forma automática pela Vara do Trabalho, não sendo necessário o requerimento do reclamante em PI. 
Nos termos do art. 841 da CLT, ao ser recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou o chefe da secretaria remeterá a segunda via da PI ou do termo ao reclamado no prazo de 48 horas. Nesta mesma oportunidade, o notificará para comparecer à audiência depois de 05 dias (na audiência, o reclamado apresentará a sua defesa). 
47. Explique a audiência trabalhista.
R: No processo do trabalho, aaudiência é ato processual de extrema importância, pois é nela que se forma a convicção do juiz (princípio da concentração e da oralidade). Uma vez distribuída a petição inicial, será designada dará da audiência. 
As audiências serão públicas e deverão ser realizadas em dias úteis previamente fixados, entre as 8h e 18h, e não poderão ultrapassar 5 horas seguidas (salvo quando houver matéria urgente – art. 813, CLT). 
O reclamante e o reclamado deverão comparecer (salvo no caso de reclamações plúrimas ou Ações de Cumprimento, nas quais o sindicato da categoria poderá representar os empregados) à audiência acompanhados de suas testemunhas e as demais provas. 
No horário designado, o juiz abrirá a audiência e irá propor novamente o acordo (art. 846, CLT). Se o juiz não propuser a conciliação, poderá ensejar a nulidade do processo. Se for celebrado acordo, será lavrado termo de conciliação (título executivo extrajudicial). Essa decisão homologatória transita em julgado imediatamente e não comporta recurso. Apenas o INSS poderá apresentar recurso para impugnar as contribuições sociais devidas. Nos termos da súmula 259 do TST, as partes poderão ingressar com ação rescisória se for o caso. 
Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação (art. 847, CLT). A defesa escrita pode ser apresentada pelo PJE até a audiência. 
Após a defesa, o juiz interrogará as partes e testemunhas. A CLT não traça uma ordem para que as testemunhas e as partes sejam ouvidas (art. 848, CLT). Desta forma, caso o juiz não siga a ordem do CPC (art. 361), não haverá nulidade ou irregularidade, pois trata-se de poder discricionário do magistrado (art. 765, CLT).
Após o encerramento da instrução (quando não for possível o acordo), as partes podem apresentar razões finais no prazo de 10 minutos, seguido de renovação da proposta de conciliação (art. 850, CLT). A sentença só é prolatada depois de restarem inviabilizadas as propostas de conciliação. 
48. Diferencie a audiência trabalhista no rito sumaríssimo
R: No rito sumaríssimo, ocorre a concentração dos atos em uma única audiência (art. 852-C, CLT), salvo necessidade de interrupção (art. 852-H, §7º, CLT). Se a audiência for interrompida, seu prosseguimento e a solução do processo ocorrerão em até 30 dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
49. O reclamante deve sempre estar presente?
R: Nos termos do art. 843, da CLT, as partes devem comparecer pessoalmente à audiência. Caso o reclamante não compareça, a reclamação será arquivada (art. 844, CLT). Nos casos de reclamações plúrimas, o reclamante só pode se ausentar em caso de substituição processual (pelo sindicato, por ex). Nas Ações de Cumprimento, o sindicato também poderá representar os empregados. 
O arquivamento do processo importa em extinção do processo sem resolução de mérito. 
Se o não comparecimento do reclamante for devido a uma doença ou por qualquer outro motivo ponderoso, nos termos do §2º do art. 845 da CLT, poderá ser representado por um empregado que pertença à mesma profissão ou pelo seu sindicato. Esse artigo é muito criticado, pois não há sequer a exigência de que sejam empregados da mesma empresa. Nesta hipótese, os representantes não realizarão a audiência em si, somente evitarão o arquivamento da mesma. 
A ausência injustificada do reclamante importará na sua condenação ao pagamento das custas (art. 789, CLT), mesmo que seja beneficiário de Justiça Gratuita. Esse pagamento é condição para propositura de nova demanda (art. 844, §§ 2º e 3º, CLT). 
Caso o reclamado dê causa a novo arquivamento seguido por não comparecimento em audiência, sofrerá os efeitos da perempção provisória (art. 732, CLT), não podendo propor ação perante à JT pelo prazo de 06 meses. 
Frisa-se que a ausência do reclamante só importa em arquivamento quando se tratar de audiência inaugural ou se a audiência for fracionada quando a reclamada não apresentar contestação (súmula 09, TST). 
50. O reclamado deve sempre estar presente?
R: Conforme o art. 843, da CLT, sim. O reclamado deve estar presente no momento da audiência, sob pena de revelia com confissão quanto à matéria de fato (art. 844, CLT). A revelia ocorre inclusive quanto a pessoa jurídica de Direito Público. 
O empregador poderá ser substituído pelo gerente ou por qualquer outro preposto que tenha conhecimento dos fatos. Frisa-se que, nos termos do art. 843, §3º, da CLT, o preposto não precisa ser empregado da parte reclamada. 
Ainda que o reclamado não compareça, a presença de seu advogado faz com que a contestação e os documentos eventualmente apresentados sejam aceitos (art. 844, §5º, CLT). Desta forma, afasta-se a revelia, resultando apenas na confissão. 
51. Quando a revelia não produzirá efeitos?
R: Nos termos do §4º do art. 844, da CLT, a revelia não produzirá efeitos quando:
a) havendo pluralidade de reclamados, alguns deles contestar a ação;
b) o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
c) a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
d) as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Além disso, também não produzirá efeitos nos termos do §5º do art. 844.
52. É possível nomear curador especial para o reclamado revel?
R: A doutrina majoritária diz eu não, pois a CLT é omissa e o processo do trabalho é regido pelo Princípio da Simplicidade. Além disso, a citação é feita através de carta, resultando na desnecessidade de citação pessoal. Basta que a correspondência seja entregue, podendo ser inclusive na portaria da empresa.
A CLT apenas expressa uma hipótese em que o curador especial será obrigatoriamente designado, sendo nos casos de menores de 18 anos (art. 793, CLT). 
53. Pode haver a sucessão das partes?
R: A sucessão ocorre quando há a substituição da parte do processo em decorrência da alteração de titularidade do direito material discutido em juízo. Ex.: morte de uma das partes.
No âmbito trabalhista, ocorrendo a morte do empregado, seus dependentes (ou o espólio) poderão assumir o polo ativo (art. 1º, Lei 6858/80 – hipótese de valores do PIS-PASEP não pagos em vida ao empregado).
54. Diferencie a sucessão processual da substituição processual.
R: A sucessão ocorre sempre que a titularidade do direito material discutido em juízo se altera. 
Por outro lado, a substituição processual/legitimidade extraordinária ocorre quando alguém, autorizado por lei, atua em juízo como parte, em nome próprio, defendendo direito alheio. Trata-se da transferência do direito de ação (art. 18, CPC – legitimidade extraordinária). O substituto somente não poderá transigir, renunciar e reconhecer judicialmente o pedido, pois o direito não lhe pertence. Com anuência do substituído, poderá apenas renunciar ou transigir.
A legitimidade do substituto é concorrente, podendo integrar a lide na qualidade de assistente. 
Nos termos da OJ 121, da SDI 1 do TST, o sindicato tem legitimidade para atuar na qualidade de substituto processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade. Ademais, o item III, da súmula 219 do TST, determina que serão devidos honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical atuar como substituto processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade. 
A substituição ocorre quando:
a) Existe lei atribuindo a alguém o direito de ação, para que possa agir em nome próprio para a defesa de direito material alheio; e
b) Ausência do titular daquele direito material como parte.
55. O que é a representação processual?
R: Consiste na possibilidade de atuar no processo em nome de outrem, demandando direito alheio.
Na seara trabalhista, o empregador poderá ser representado pelo gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento dos fatos (não precisando ser funcionário da parte reclamada – art. 843, §3º, CLT). Do outro lado, o empregado poderá ser representado por outro empregado da mesma profissão ou pelo seu sindicato, o qualdeverá informar o justo motivo para o não comparecimento do reclamante (art. 843, §2º, CLT), sob pena de arquivamento da reclamação.
O empregador doméstico poderá ser representado por qualquer pessoa da família. 
O art. 75, do CPC, traz as hipóteses de representação legal e voluntária. 
56. Como ocorre a defesa?
R: A contestação é utilizada para a defesa do mérito, enquanto as exceções substanciais são utilizadas para defesas processuais (preliminares de mérito – ex.: arts. 799 e 800, CLT). 
Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação (art. 847, CLT). A defesa escrita pode ser apresentada pelo PJE até a data da audiência. 
A contestação/defesa é defesa geral, na qual o reclamado deve externar todos os argumentos em sentido contrário à pretensão do reclamante. Pelo princípio da instrumentalidade das formas, admite-se que a arguição de exceções seja feita na mesma peça da contestação.
57. Cite e explique as possíveis respostas que o reclamado poderá fazer.
R: Após recebida e protocolada a reclamação, uma segunda via da petição será enviada ao réu, que, no mesmo ato, será notificado para comparecer à audiência. O réu, então, poderá pleitear:
i. Exceção de incompetência territorial (incompetência relativa): nos termos do art. 800, da CLT, a reclamada poderá pleitear a exceção de incompetência territorial caso a reclamante não tenha cumprido com a regra do art. 651, da CLT. Essa exceção deverá ser apresentada no prazo de cinco dias a contar do recebimento da notificação para comparecimento em audiência. Ou seja, deverá ser feito antes da audiência e em peça que sinalize a existência dessa exceção, devendo a instruir com as provas necessárias. Findo o prazo de cinco dias, ocorrerá a preclusão (não podendo o reclamado alegá-la em audiência) e, por se tratar de incompetência relativa, a competência territorial será prorrogada. Protocolada a petição, o processo e o prazo prescricional ficarão suspensos. 
Procedimento:
· Protocolada a petição;
· Autos serão conclusos ao juiz;
· Intima-se o reclamante e eventuais litisconsortes para manifestação em 05 dias (prazo comum);
· Caso entenda necessário, o juiz poderá designar audiência para a produção de prova oral (podendo ouvir por carta precatória);
· Decisão (o processo seguirá normalmente, com a designação da audiência, apresentação de defesa e a instrução processual no juízo competente): (i) se rejeitada, o processo seguirá no local de ajuizamento; (ii) se acolhida, o processo será remetido ao foro competente para prosseguimento do feito no local correto. A decisão é interlocutória e, portanto, não comporta recurso imediato (art. 893, §1º, CLT). Contudo, se a decisão que acolhe a exceção de incompetência territorial remeter o processo a uma localidade pertencente a TRT distinto daquele em que a reclamação foi inicialmente distribuída, caberá (imediatamente) o recurso ordinário, conforme a súmula 214, c, do TST. 
ii. Defesa simplificada: aberta a audiência, o juiz dará 20 minutos para que o réu apresente sua resposta. Durante este tempo, o réu poderá apresentar contestação, exceção de impedimento ou suspeição e/ou reconvenção. As exceções de impedimento e/ou suspeição podem ser apresentadas, ainda, no prazo de 15 dias a contas do conhecimento do fato (art. 146, CPC).
a. Contestação: é o principal meio de defesa, pelo qual o réu/reclamada exerce seu direito constitucional ao contraditório. Toda a matéria de defesa poderá ser alegada. Nos termos do art. 336, do CPC, a defesa poderá ser norteada pelos princípios da impugnação especificada (reclamado deve impugnar todos os pedidos formulados pelo reclamante sob pena de serem tidos como incontroversos – a impugnação genérica só é admitida ao defensor dativo, ao curador especial e ao órgão do MP, conforme art. 341, parágrafo único, do CPC) e da eventualidade (todos os meios de defesa deverão ser apresentados em uma única oportunidade). Nos termos do art. 467, da CLT, as matérias que não forem impugnadas deverão ser pagas na própria audiência, sob pena de multa de 50% sobre o valor devido (a multa só não é devida para União, Estado, DF, Municípios, autarquias e fundações públicas). 
Haverá 20 minutos, em audiência, para apresentação da contestação. Contudo, o réu pode apresentar sua contestação escrita por meio do sistema de processo judicial eletrônico até a data da audiência (art. 847, CLT).
O oferecimento da contestação, desde que sem sigilo, impede que o reclamante desista da ação sem o consentimento do reclamado (art. 841, §3º, CLT). 
1) Deverão ser alegados, primeiramente, as questões processuais (preliminares ao mérito/defesas indiretas que acarretam a extinção do processo sem resolução do mérito) contidas no art. 337 do CPC, sendo elas:
· Inexistência/nulidade da citação;
· Incompetência absoluta e relativa (salvo a incompetência territorial);
· Incorreção do valor da causa;
· Inépcia da PI;
· Perempção;
· Litispendência;
· Coisa julgada;
· Conexão;
· Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
· Convenção de arbitragem;
· Ausência de legitimidade ou de interesse processual;
· Falta de caução/prestação que a lei exija como preliminar; e/ou
· Indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça.
2) Também poderão ser alegados as questões prejudiciais de mérito, as quais, caso sejam reconhecidas, acarretam a extinção do processo com resolução do mérito (art. 487, CPC). São elas:
· Prescrição (art. 7º, XXIX, CF + art. 11, CLT) – subdividida em bienal e quinquenal. A prescrição bienal refere-se ao direito de o trabalhador postular seus direitos, após a extinção do contrato de trabalho, no prazo de 02 anos. Por outro lado, a prescrição quinquenal refere-se às lesões a direitos ocorridas durante a vigência do trabalho. Dessa forma, extinto o contrato de trabalho, o reclamante poderá pleitear seus direitos na JT em 02 anos, desde que referentes aos 05 anos que antecedem a propositura da ação. 
A súmula 362, do TST, dispõe sobre a prescrição do FGTS: (i) se a ciência da lesão ocorreu a partir de 13/11/2014, aplica-se a prescrição quinquenal; (ii) se a ciência ocorreu antes de 13/11/2014, aplica-se o que se consumar primeiro, 30 anos (a partir do termo inicial) ou cinco anos a partir de 13/11/2014.
A interrupção da prescrição somente ocorrerá com o ajuizamento da reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente. 
· Prescrição intercorrente: é aquela que ocorre no curso do processo, admitida no processo do trabalho por meio da súmula 327, do STF + art. 11-A, da CLT. Desta forma, conforme o art. 2º da IN 41/2018 TST, seu prazo inicia-se no momento de descumprimento de determinação judicial no curso da execução (§1º, art. 11-A, CLT) e perdurará por 02 anos. Frisa-se que a prescrição intercorrente somente é aplicável aos processos cujas determinações tenham ocorrido após 11/11/2017 (Reforma Trabalhista). 
· Decadência – consiste na perda do próprio direito. No processo do trabalho, pode ocorrer em três momentos: (i) em 120 dias da ciência do ato impugnado para requerer o mandado de segurança (art. 23, Lei 12.016/2009); (ii) em 02 anos para a propositura de ação rescisória (art. 975, CPC); e (iii) em 30 dias para ajuizamento do inquérito judicial para apuração de falta grave (art. 853, CLT).
· Compensação – consiste na extinção das obrigações até onde se compensarem. Nos termos do art. 767, da CLT, e da súmula 48, do TST, a compensação estará preclusa se não for alegada na contestação. Nos litígios, a compensação poderá ser feita em qualquer montante, mas sempre até o limite do crédito do reclamante. Frisa-se que a compensação está limitada às dívidas de natureza trabalhista, conforme súmula 18 do TST. 
· Retenção – consiste em não se devolver a coisa que se retém legitimamente para compelir seu proprietário a um pagamento que esteja obrigado.
3) Exceções de impedimento e suspeição: contidas no art. 799, da CLT, constituem espécies de defesa que visam atacar a parcialidade do juiz. Essas exceções serão processadas nos própriosautos, conforme sistemática do CPC, por meio de petição. Nos termos do art. 795, da CLT, o reclamante deverá apresentar as exceções na primeira oportunidade que tiver. Já o reclamado deverá alegá-las na contestação ou por petição específica. 
A suspeição pode ser alegada de ofício ou a requerimento das partes, sob pena de preclusão. Por outro lado, o impedimento não precluirá, podendo ser alegado a qualquer momento pelas partes ou de ofício pelo juiz. 
4) Reconvenção: trata-se de uma ação. Deve ser apresentada na audiência, na própria contestação, mas em capítulo separado (art. 343, CPC). Para que seja admitida, deverá o juízo da causa ser competente para apreciar as duas demandas, deverá haver compatibilidade entre os procedimentos, deverá haver pendencia da ação principal, e deverá haver conexão entre as ações (objeto ou causa de pedir forem comuns). 
Apresentada, o juiz determinará nova audiência em, no mínimo, 05 dias (art. 841, CLT), para que o autor apresente resposta à reconvenção. Caso não responda, serão aplicados os efeitos da confissão ficta. A ação e a reconvenção poderão ser apreciadas em momentos distintos. Todavia, é conveniente que sejam apreciadas na mesma sentença. 
58. O que é o mandato tácito?
R: O mandato tácito é admitido na Justiça do Trabalho. É aquele constituído na própria ata de audiência, a requerimento do advogado com anuência da parte (art. 791, §3º, CLT). Nessas hipóteses, contudo, é vedado o substabelecimento.
59. Qual o limite máximo de honorários sucumbenciais?
R: Caso as partes não estejam fazendo uso do jus postulandi, serão devidos honorários sucumbenciais fixados entre 5% a 15%. 
60. Quais são os honorários devidos nos casos de sucumbência recíproca?
R: Quando há a procedência parcial do pedido da reclamante, o juízo deverá arbitrar honorários de sucumbência recíproca. Nesse caso, será vedada a compensação entre honorários (art. 791-A, §3º, CLT). 
61. O que são provas?
R: Prova é o objeto que possibilita o conhecimento de um determinado fato e também ao próprio conhecimento que se obtém de referido objeto. Provar equivale a formar a convicção sobre a existência ou inexistência de fatos relevantes ao processo. O objeto de prova, no processo do trabalho, é constituído por fatos relevantes e controvertidos que não sejam notórios.
Aplica-se, subsidiariamente, o art. 347 do CPC, o qual dispõe que independem de provas os fatos (i) notórios, (ii) afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária, (iii) admitidos no processo como incontroversos e (iv) em cujo favor milita presunção legal de existência ou veracidade. Ainda, há presunções absolutas, as quais não admitem prova em contrário, e presunções relativas (ex.: anotação da carteira profissional). 
62. Como se dá a valoração da prova?
R: A valoração da prova não implica, necessariamente, no confronto e comparações. Pode induzir, meramente, a contemplação de algo na sua própria singularidade.
63. De quem é o ônus da prova? Poderá haver inversão?
R: Pela regra do art. 818 da CLT, o reclamante possui o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito. Por outro lado, a reclamada tem o ônus da prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
Contudo, o magistrado poderá inverter o ônus da prova (distribuição dinâmica da prova), com base no princípio da aptidão da prova. Ou seja, nos casos legais ou quando houver impossibilidade ou extrema dificuldade de cumprir o encargo da prova ou, ainda, a maior facilidade de obter a prova, poderá ser realizada a inversão do ônus da prova (art. 818, § 1º, CLT). A decisão deverá ser fundamentada e proferida antes da instrução. Implicará no adiamento da audiência a requerimento da parte interessada. A prova poderá ser constituída por qualquer meio em direito admitido. 
A inversão, contudo, não poderá gerar ônus de produzir prova impossível ou excessivamente difícil, conforme o §3º do art. 818. 
Súmula 6, VIII, TST: é do empregador o ônus da prova acerca de fato impeditivo/modificativo/extintivo da equiparação salarial.
Súmula 16, TST: presume-se recebida a notificação 48h depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
Súmula 212, TST: o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador (princípio da continuidade da relação de emprego). 
64. Quais são os meios de prova admitidos?
R: No processo do trabalho, todos os meios de prova são admitidos. 
Frisa-se que as cópias simples apresentadas poderão ser declaradas autenticadas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal (art. 830, CLT). A apresentação da cópia autenticada deverá ser apresentada se a cópia simples for impugnada pela parte adversa. 
65. Explique o depoimento das partes e testemunhas.
R: Tanto as partes quanto as testemunhas serão inquiridas pelo juiz, não sendo aplicável a regra do CPC (ar t. 459), a qual permite a inquirição direta das testemunhas pela parte. As partes poderão inquirir as partes somente por intermédio do juiz. 
Aplica-se a confissão ficta à parte que, expressamente intimada com a cominação, deixa de comparecer à audiência em prosseguimento na qual deveria expor (súmula 74, TST). No entanto, a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta.
No procedimento ordinário, as partes poderão indicar três testemunhas, no máximo (nos litisconsórcios ativos, serão 03 testemunhas no total), as quais comparecerão à audiência sem notificação ou intimação. Aquelas que não comparecerem sem motivo justificado serão intimadas de ofício pelo Juiz ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva e ao pagamento de multa. 
As testemunhas não poderão ouvir os depoimentos uma das outras. 
Nos termos da súmula 357, do TST, não é suspeita a testemunha pelo simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. 
Frisa-se que não prestarão compromisso legal de dizer a verdade aquelas testemunhas que forem parentes de até terceiro grau civil, forem amigo íntimo ou inimigo de quaisquer das partes. Nesse caso, serão ouvidas como informantes (art. 829, CLT). 
Conforme o art. 793-D, da CLT, a partir de 11/11/2017, a testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais, incorrerá em multa do art. 793-C, CLT (de 1% a 10% do valor corrigido da causa + indenizar a parte contrária pelos prejuízos sofridos + honorários + despesas). 
66. Explique a perícia.
R: Ocorrerá quando os pedidos formulados necessitem de prova técnica. O juiz, portanto, designará perito e fixará o prazo para entrega do laudo. Não poderá ser feito depósito prévio para o custeio da perícia, por ser ilegal e incompatível com os ditames do processo trabalhista (art. 790-B, CLT + OJ 98, SDI 2, TST). 
É permitida a indicação de um assistente para cada parte, o qual poderá ser indagado pelo juiz e que deverá apresentar laudo no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos. 
A perícia é obrigatória para a comprovação de insalubridade. Todavia, em sua impossibilidade, poderá ser substituída pela prova emprestada, ou por qualquer outro meio de prova, nos termos da OJ-SDI1-278 do TST. 
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários perícias é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária de justiça gratuita, conforme o art. 790-B, da CLT. A União responderá pelo encargo comente quando o beneficiário da justiça gratuita comprovar que não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa. ESSE ARTIGO É QUESTIONADO PELA ADI 5766. 
Ao fixar os honorários, o juiz deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da JT. 
67. O que é o interrogatório da parte e como é feito?
R: O interrogatório é sempre determinado de ofício pelo juiz. Na CLT, não há o depoimento feito mediante requerimento da parte. O interrogatório é feito com o término da defesa.
68.Explique o rito sumário.
R: No rito sumário, conforme disciplinado pela Lei 5584/1970 (art. 2º, §§3º e 4º), há maior celeridade e efetividade nas demandas cujo valor da causa não ultrapasse dois salários mínimos. Essas demandas se submeterão ao procedimento ordinário, mas não às modalidades de recursos (salvo se versarem sobre matéria constitucional).
Contudo, a Lei 9957/2000 derrogou os dispositivos acerca do rito sumário. Desta forma, as causas na JT seguirão somente os ritos ordinários ou sumaríssimo.
69. Explique o rito sumaríssimo.
R: Instituído pela Lei 9957/2000 (arts. 852-A e 852-I, CLT), será o rito a ser seguido nas causas cujo valor não ultrapassar 40 salários mínimos na data de sua propositura. Se ação for plúrima, o valor total da causa, de todos os pedidos dos reclamantes, não poderá exceder 40 salários mínimos. 
A administração pública direta, autárquica e fundacional jamais será abrangida pelo rito sumaríssimo, independentemente do valor da causa, assim como as Ações Coletivas. 
O reclamante deverá indicar o nome e o endereço correto da reclamada, pois é vedada a citação por edital. Caso o reclamante não o faça, o processo será arquivado com o consequente pagamento de custas do processo, não sendo permitida emenda a PI. 
Caso a reclamada esteja tentando “fugir” para não receber a citação, o juiz poderá converter o procedimento para o ordinário. 
A audiência deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias do ajuizamento da ação (art. 852-B, III, CLT). 
São permitidas somente duas testemunhas para cada parte (não abarca o litisconsórcio), as quais deverão comparecer sem intimação (art. 852-H, §2º, CLT). 
É dispensado o relatório na sentença, contudo o juiz necessitará mencionar os fatos relevantes da audiência. 
É admitida a prova pericial/técnica quando o fato o exigir ou for legalmente imposto, conforme exigências do art. 852-H, §4º, CLT. 
Por fim, o recurso de revista somente será admitido quando a sentença contrariar sumula do TST ou sumula vinculante do STF ou por violação direta da CF (art. 898, §9º, CLT). 
70. Explique as peculiaridades dos recursos trabalhistas.
R: Os recursos trabalhistas possuem as seguintes características específicas:
i. Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias – conforme o §1º, do art. 893, da CLT, as decisões interlocutórias somente poderão ser impugnadas em recurso da decisão definitiva. 
ii. Efeito devolutivo – este efeito é a regra dos recursos trabalhistas. Assim, a matéria impugnada é submetida a julgamento pelo órgão destinatário do recurso (tantum devolutum quantum appellatum). 
iii. Uniformidade do prazo recursal – o art. 6º da Lei 5.584/1970 determina que o prazo para interpor e contra-arroazar é de 08 dias, para qualquer recurso. Há três exceções:
a. Embargos de declaração: 5 dias;
b. Recurso extraordinário para o STF: 15 dias; e
c. Pedido de revisão (dissídios de alçada): 48 horas. 
71. Quais são os efeitos dos recursos?
R: São os abaixo:
i. Devolutivo – devolve o exame da questão impugnada ao órgão superior (art. 899, CLT);
ii. Devolutivo em profundidade – extrai-se do art. 1013, §1º, do CPC. O efeito devolutivo, do recurso ordinário, em profundidade transfere ao Tribunal Regional a análise de todos os fundamentos relacionados à matéria impugnada;
iii. Suspensivo – pode ser atribuído às decisões das Turmas dos Tribunais do Trabalho no julgamento de processos coletivos (art. 9º, Lei 7.701/1988). Caso a parte pretenda a obtenção desse efeito, deverá elaborar requerimento dirigido ao tribunal/relator/presidente/vice-presidente, por aplicação subsidiária do art. 1029, §5º, CPC (súmula 414, I, TST);
iv. Translativo – consiste na capacidade que o tribunal possui de avaliar matérias que não tenham sido objeto de recurso por se tratar de ordem pública;
v. Substitutivo – consiste na substituição da decisão recorrida pela decisão proferida em sede recursal (art. 1008, CPC);
vi. Extensivo – ocorre no litisconsórcio unitário quando a decisão deve ser uniforme para todos (art. 1005, CPC);
vii. Regressivo – possibilita a retratação do juízo prolator da decisão. Possui incidência no agravo de instrumento e no agravo regimental, bem como do recurso que impugna decisão de extinção sem resolução de mérito (art. 485, §7º, CPC). 
72. Explique o juízo de admissibilidade dos recursos da Justiça do Trabalho.
R: Na JT, a admissibilidade está condicionada ao preenchimento de pressupostos extrínsecos e intrínsecos. O não atendimento a esses pressupostos ensejará a inadmissibilidade ou ao não conhecimento do recurso. 
O juízo de admissibilidade será realizado em dois momentos. 1º.: perante o juízo a quo, ou seja, quando da interposição do recurso e na chegada das contrarrazões recursais. 2º.: perante o juízo ad quem, ou seja, pelo desembargador relator, quando o recurso for remetido para a instância superior.
Frisa-se que a decisão monocrática proferida pelo desembargador relator poderá ocorrer, conforme art. 932 do CPC + súmula 435 do TST.
1) PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS (OU SUBJETIVOS)
São subjetivos, pois dizem respeito à pessoa que recorre. São os seguintes:
i. Legitimidade – nos termos do art. 996, do CPC, são legitimados para opor recursos a parte vencida, qualquer terceiro interessado ou o MP naqueles processos em que figurar como parte ou fiscal da lei (art. 83, VI, Lei 75/1993);
ii. Capacidade – a parte que possui legitimidade para recorrer deverá, no momento de interposição do recurso, ser plenamente capaz. 
iii. Interesse – a parte deverá demonstrar que o recurso é útil e necessário, sob pena de não ser conhecido. 
2) PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS (OU OBJETIVOS) 
 São objetivos, pois dizem respeito ao próprio recurso. São os seguintes:
i. Representação – estando as partes representadas por advogados (podem utilizar o jus postulandi), é obrigatória a assinatura destes nos recursos, bem como ser apresentado o instrumento de mandato, podendo ser inclusive o mandado tácito. Dessa forma, constata a total falta (tanto na petição quanto nas razões recursais) de assinatura no recurso, deverá o relator conceder 05 dias à parte para regularização do ato. 
ii. Recorribilidade do ato – salvo exceções (súmula 214, TST), são recorríveis apenas as sentenças e acórdãos na JT. 
iii. Adequação – o recurso utilizado deve estar em conformidade com a decisão. Todavia, utilizando-se do princípio da fungibilidade, poderá o magistrado admitir recurso inadequadamente interposto quando (i) inexistir erro grosseiro; (ii) houver dúvida doutrinária ou jurisprudencial quanto ao recurso correto; e (iii) o recurso erroneamente interposto deverá obedecer ao prazo do recurso adequado.
iv. Tempestividade – o recurso deve ser interposto no prazo legal. Em regra, os recursos trabalhistas possuem prazo de 08 dias. Todavia, há exceções: (i) 05 dias para embargos de declaração; (ii) 15 dias para o recurso extraordinário ao STF; e (iii) 48 horas para o pedido de revisão do valor da causa. 
Os recursos devem ser interpostos até as 24 horas do último dia do prazo. Os recursos podem ser interpostos antes mesmo da abertura do prazo recursal (ex.: antes da publicação do acórdão). 
v. Preparo – exige-se que a parte recorrente recolha as custas. Quando a recorrente for a recorrente, exige-se o depósito recursal. 
As custas consistem no pagamento das despesas com porte de remessa e retorno dos autos e as despesas postais. Serão recolhidas nas instituições financeiras integrantes da Rede Arrecadadora de Receitas Federais, bastando que seja utilizada a guia correta e o código correto para cada caso. 
O empregador deverá pagar as custas processuais nos casos de sentença de total procedência ou de procedência em parte. Já o empregado deverá pagar as custas somente nos casos de total improcedência da ação ou se o processo for extinto sem resolução do mérito. 
São isentos do pagamento de custas os beneficiários da justiça gratuita, a União, os Estados, o DF, os Municípios, autarquias e fundações públicas que não explorem atividade econômica, o MPT e os correios. Essa isenção não alcança entidades fiscalizadoras

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