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1 Bruna Viana - 103 Semiologia da Linguagem – PAPM IV 1861 – Médico francês psiquiatra recebeu paciente que mudou o comportamento de forma repentina. O paciente não conseguia responder bem ao diálogo. Ele usava a linguagem “tã”. Não existia anamnese e o paciente veio a falecer. Lesão no lobo frontal foi vista durante a necropsia. Segundo paciente com os mesmos sintomas, porém não conseguia se comunicar de forma alguma e também veio a falecer, apresentando, também, lesão no lobo frontal. Hipótese: área do cérebro responsável pela linguagem. Área estimulada para codificar e transmitir a palavra. Lesão no lobo frontal: perda da fala e da escrita. Lesão no lobo parietal: perda da capacidade da escuta (entendimento) e da leitura. Surdez verdadeira: não escuta o som. Afasia: percepção do som, mas sem entendimento. Área de Exner: área responsável pela escrita. Área de Wernicke: área responsável por entender os sons. Giro angular: área responsável pela leitura Área de Broca: área responsável pela fala. Afasia de Broca: compreensão preservada. Fala não fluente. AVC no lobo frontal do lado esquerdo. O paciente sabe que está falando errado e fica nervoso, deprimido, angustiado. Ele tem consciência de que não está sendo compreendido. Afasia de Wernicke: compreensão pobre; não entende o que está sendo falado. Fala fluente, sem significado. Não é propriamente verificada. Ex.: pergunta o que ele está sentindo e o paciente entende como se o médico estivesse perguntando o que ele comeu naquele dia. Causas principais: AVC (quadro clínico súbito logo de cara, intenso) e demências (quadro clínico mais progressivo). Como testar o paciente? 2 Bruna Viana - 103 Secçao no mini-exame do estado mental. Afasia de Broca: anamnese do paciente; pedir para o paciente nomear objetos. Afasia de Wernicke: solicitar ao paciente fechar os olhos/levantar o braço esquerdo. Gestos de sim e não. Perguntar para o paciente se ele sabe o que é x objeto e combinar comandos para sim e não (levantar mão esquerda para sim e mão direita para não, por exemplo) Escrita: frase, ditado. Algo mais elaborado, sem ser o nome. Leitura: abra a boca/coloque a mão no nariz. NÃO CONFUNDIR OS TERMOS!!! (Afasia/disfasia x Disartria (fala enrolada) x Dislalia (acontece muito com criança. Troca de vogal, gagueira. Cebolinha) x Afônia/disfônia) 3 Bruna Viana - 103 Exame neurológico do Estado Mental Síndrome demencial: Prejuízo em 2 domínios cognitivos ou comportamental. Declínio em relação a um nível pré-estabelecido. Impacto importante nas tarefas diárias ou prejuízo social. Alzheimer é uma demência, mas nem toda demência é um Alzheimer. Uma pessoa esquecida não necessariamente é demente. Precisa de uma anamnese, saber como o paciente era antes e como ele está atualmente. Ordem cronológica importa. Domínios cognitivos: Memória: capacidade do indivíduo de reter uma informação e depois de um certo tempo evocar essa mesma informação. Função executiva/atenção Linguagem Comportamento: apatia súbita, depressão. Habilidades visuoespaciais: capacidade de representar, analisar e manipular mentalmente objetos. Ex.: estacionar carro, pois é fundamental controlar o espaço que temos entre o carro e os obstáculos ao redor. Apraxia ideomotora: tem força mas desaprendeu a fazer o gesto. Apraxia ideacional: paciente não consegue mais realizar funções sequenciadas. Aestereognosia: paciente sente, mas não enxerga. Não reconhece o objeto. Entrega um objeto na mão do paciente e ele não sabe dizer o que é. Agrafiestesia: com linguagem. Desenha um A na mão do paciente e ele fala que parece uma montanha. Não percebe o que é. Agnosias visuais: paciente vê as coisas, mas não sabe o que é. Ex.: olha, vê, mas não enxerga. 4 Bruna Viana - 103 Quando começa? NA ANAMNESE. Acompanhante na consulta pode ajudar quando em caso de demência. Paciente dá um sinal típico de esquecimento: virada da cabeça. Quando você pergunta alguma coisa ao paciente e ele vira a cabeça para o acompanhante, buscando resposta ou segurança na resposta que ele vai dar. Desconforto, insegurança e incerteza do que está respondendo. Pontos importantes na anamnese cognitiva 1- Idade 2- Nível de escolaridade 3- Dominância: destro ou canhoto 4- Início e progressão. Ordem cronológica dos fatos 5- Atrapalha ou não as funções cotidianas? (Funcionalidade) 6- Uso de medicamentos (as vezes tratamento não é dar remédio e sim tirar. As vezes um medicamento pode causar esquecimento) 7- Medicamentos que a longo prazo causam problemas cognitivos 8- Pesquisar na HPP: antidepressivos, clonazepam, remédio para emagrecer. Exame do Estado Mental (Folstein, 1975) Avaliar as áreas cognitivas. Auxiliar no diagnóstico e acompanhar evolução. Influenciado pela escolaridade. Não faz diagnóstico sem história clínica. Memória, atenção, cálculo, linguagem e C. visuoespacial. * Orientação temporal. 5 perguntas * Orientação espacial. 5 perguntas * Memória (registro): falar 3 palavras para serem memorizadas e perguntar após certo tempo. 5 Bruna Viana - 103 * Serial Seven: 100 – 7 até pedir para parar. * Em caso de vergonha da parte do paciente, pode ser pedido para soletrar a palavra mundo de trás para frente. * Memória (evocação): repetir as 3 palavras faladas no início. * Linguagem: mostrar uma caneta e um relógio e perguntar o que é. * Repetir “nem aqui, nem ali e nem acolá”. * Função executiva e praxia: solicitar que o paciente pegue o papel com a mão esquerda (mão não dominante), dobre o papel ao meio 2x e coloque no chão. * Pegar um papel e pedir para o paciente copiar a figura o mais parecido que ele puder. Ao final: pontuação de 0 até 30 Pontos de corte: 24 – 30: normal (8 anos ou mais – escolaridade) 18: escolaridade baixa e analfabetos (menos de 8 anos de escolaridade) Efeito teto: esse teste tem suas falhas. O paciente pode ter demência e gabaritar o teste. Efeito chão: pegar alguém para testar sem escutar a anamnese. O paciente responde com má vontade, sem paciência para o teste e tira uma pontuação baixa ou pela baixa escolaridade.
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