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Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens Liderança e Desenvolvimento de Equipes Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba, em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014), com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração, ministrando disciplinas como Marketing, Planejamento Estratégico, Cultura organizacional e liderança, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras, em nível de graduação e de pós-graduação. Sou apaixonada por Gestão de Atendimento ao Cliente, e lecionar esse conteúdo, para mim, consiste em emergir junto com os discentes em um universo de possibilidades de gestão, técnicas e práticas dentro do contexto de atuação dos futuros profissionais em formação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudá-lo nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. SUMÁRIO Habilidades e atitudes necessárias ao exercício da liderança ..............................................................................10 Competência: definição e competência do indivíduo ......... 10 O CHA da competência: conhecimento, habilidades e atitudes ............................................................................. 15 Perfil do líder de sucesso ....................................................26 O perfil de competência do líder do século XXI ................ 26 Liderança no novo local de trabalho .................................. 36 Eficiência e eficácia na condução de um negócio ..............41 Eficiência e eficácia na condução de um negócio .............. 41 O líder eficaz ..................................................................... 47 Visão sistêmica imprescindível da gestão de recursos empresariais ........................................................................55 Visão sistêmica das organizações e da liderança ............... 55 A tomada de decisão e a gestão de equipes ........................ 62 UNIDADE 03 Liderança e Desenvolvimento de Equipes 7 Liderança e Desenvolvimento de Equipes8 Você sabia que existe um perfil do líder de sucesso? Pois bem, os líderes que se destacam apresentam um perfil pessoal e comportamental comum. Isso porque, para se exercer a liderança, é necessário que o indivíduo possua conhecimento, habilidades e atitudes específicas e que se aplicam ao dado contexto. Assim, nesta unidade você irá aprender qual o perfil esperado de um líder no século XXI, entender o que determina uma liderança eficiente e eficaz, bem como conhecer a visão sistêmica da gestão de recursos empresariais. Esse conhecimento é fundamental para que, na função de líder, você possa se autoavaliar e adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes que ainda não possui no contexto do exercício da liderança ou até mesmo criar e desenvolver líderes com esse perfil no âmbito das organizações. Pois um líder eficiente e eficaz conquista a confiança de sua equipe pelo seu caráter, torna todos os membros de sua equipe em seguidores fiéis e envolve todos os interessados, criando um grande vínculo interativo entre empresários-gestores- colaboradores. Então, ficou curioso(a)? Prepare-se, pois ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar no universo dos líderes de sucesso, desvendando suas interações dentro do contexto organizacional! INTRODUÇÃO Liderança e Desenvolvimento de Equipes 9 Olá. Seja muito bem-vindo(a) à Unidade III. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS Definir o conceito de competência, discernindo sobre as características e as peculiaridades e as diferenças do CHA (conhecimento, habilidade e atitude) da competência técnica (conhecimento e habilidade), e da competência comportamental (atitude), identificando aquelas que mais se adéquam ao perfil de liderança; Identificar o perfil de competência do líder do sé- culo XXI, exercendo suas principais característi- cas em função da dinâmica da nova economia e do novo mundo do trabalho; Diferenciar eficiência de eficácia, entendendo suas características para uma liderança eficaz; Saber liderar equipes com visão sistêmica para to- mada de decisão, gestão da equipe, analisar situa- ções de risco, administrar crises e definir metas. Aprender sobre competência, eficiência e eficácia e conhecer o caminho pelo qual podemos orientar pessoas ao atingimento de objetivos. Motive-se e vamos lá “andar” por esse caminho! 1 2 3 4 Liderança e Desenvolvimento de Equipes10 Habilidades e atitudes necessárias ao exercício da liderança OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de definir o conceito de competência, discernindo sobre as características e as peculiaridades e as diferenças do CHA (conhecimento, habilidade e atitude) da competência técnica (conhecimento e habilidade), e da competência comportamental (atitude), identificando aquelas mais adequadas ao perfil de liderança. Deter esse conhecimento será fundamental para o exercício de sua profissão, uma vez que, em alguns momentos, você deverá desenvolver pessoas nas organizações quando atuar como líder. Nesse contexto, você deverá identificar o CHA (conhecimento, habilidade e atitude) dos colaboradores da organização em que você atua e promover conhecimento, habilidade e atitudes necessárias para que essa organização atinja seus objetivos. E então? Motivado(a) para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! Competência: definição e competência do indivíduo Você já parou para pensar o que define um líder competente? Para responder a essa questão, vamos compreender, inicialmente, qual o significado da palavra competência. Com uma breve busca, encontramos os seguintes significados dispostos no Dicio (2009-2020, p. 1): [Substantivo feminino] Capacidade decorrente de profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto: recorrer à competência de um especialista. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 11 [Jurídico] Atribuição, jurídica ou consuetudinária, de desempenharcertos encargos ou de apreciar ou julgar determinados assuntos. Capacidade de fazer alguma coisa; aptidão. Dever ligado a um ofício, cargo, trabalho; atribuição, alçada. Conjunto de habilidades, saberes, conhecimentos: entrou na faculdade por competência própria. No contexto da liderança e da gestão de pessoas nas organizações, o termo competência é utilizado como um substantivo vinculado ao conhecimento, às habilidades e às atitudes das pessoas. Para definirmos melhor, nesse sentido, o que é competência, vejamos no Quadro 1 algumas definições de competência identificadas na literatura sobre gestão de pessoas e liderança nas organizações. Quadro 1: Definições de competência AUTOR (ANO) DEFINIÇÃO Le Boterf (1995) Competência é o conjunto de aprendizagens sociais e computacionais nutridas a montante pela aprendizagem e pela formação e a jusante pelo sistema de avaliações. Zarifian (1999) Competência é a inteligência prática de situações que se apoia nos conhecimentos adquiridos e os transforma com tanto mais força quanto maior for a complexidade das situações. Fleury (2002) Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, o conjunto de capacidades humanas) que justificam uma alta performance, acreditando-se que as melhores performances estão fundamentadas na inteligência e na personalidade das pessoas. Em outras palavras, a competência é percebida como um estoque de recursos que o indivíduo detém. Fonte: Elaborado pela autora, 2021. Liderança e Desenvolvimento de Equipes12 Com base no exposto anteriormente, podemos observar que a definição de competência remete aos seguintes termos e expressões: saber agir, mobilização de recursos, interação entre saberes múltiplos e complexos, aprendizado, engajamento, assumir responsabilidades e visão estratégica. Portanto, no contexto das organizações, as competências dos indivíduos (incluindo os líderes) são fontes de valor para a organização, ou seja, direcionadas aos objetivos da organização, permitem alcançá-los com sucesso. A esse respeito, assevera Fleury (2002, p. 55): “Do lado da organização, as competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo [...]”. Portanto, para fins de nossos estudos, assumimos a definição de competência disposta por Fleury (2002), de modo que ela é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, o conjunto de capacidades humanas que justificam uma alta performance. Portanto, líderes competentes são líderes de alta performance que geram valor econômico para as organizações e social para as pessoas que dela fazem parte, conforme ilustra a Figura 1. DEFINIÇÃO Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, o conjunto de capacidades humanas que justificam uma alta performance (FLEURY, 2002). Analisando a Figura 1, note que o comportamento competente de um líder permite desenvolver habilidades, conhecimentos e atitudes nos seus liderados, assim como o seu comportamento é resultado de seus conhecimentos, habilidades e Liderança e Desenvolvimento de Equipes 13 atitudes como indivíduo, do mesmo modo que o comportamento competente de líder contribui para o alcance de resultados e atingimento dos objetivos organizacionais. Diante disso, não se esqueça: um líder agrega tanto valor social (desenvolvendo pessoas) como econômico (desenvolvendo a organização) para a empresa em que ele desempenha seu papel. Figura 1: Competências, como fonte de valor para o indivíduo e para a organização saber agir saber mobilizar saber transferir saber aprender saber se engajar ter visão estratégica assumir responsabilidades Indivíduo Organização Social Econômico Agregar Valor Conhecimentos Habilidades Atitudes Líder com Competência Fonte: Adaptado de Fleury (2002, p. 55). Com base na figura anterior, temos que o líder dentro da organização é um indivíduo que detém um “saber agir. Para ficar claro em nossa mente, vejamos no Quadro 2 o significado dos verbos empregados nessa definição de líder. Liderança e Desenvolvimento de Equipes14 Quadro 2: Competências para um profissional de liderança Saber agir Saber o que e por que faz. Saber julgar, escolher, decidir. Saber mobilizar recursos Criar sinergia, saber organizar e direcionar os recursos organizacionais em prol do atingimento de objetivos. Saber comunicar Compreender, trabalhar, transmitir informações e conhecimentos. Saber aprender Trabalhar o conhecimento e a experiência, rever modelos mentais, saber desenvolver. Saber se engajar e se comprometer Saber empreender, assumir riscos. Comprometer-se com os resultados. Saber assumir responsabilidades Ser responsável, assumindo os riscos e as consequências de suas ações e sendo por isso reconhecido. Ter visão estratégica Conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente, identificando oportunidades e alternativas. Fonte: Adaptado de Fleury (2002, p. 56). Com base no disposto no quadro acima, faça a seguinte reflexão: eu possuo quais dessas competências? Independentemente de sua resposta, saiba que cada uma delas pode ser desenvolvida. Como isso é possível? Por meio de treinamentos. Por exemplo, as competências de comunicação podem ser desenvolvidas ou melhoradas por meio da sua participação em um curso de oratória ou em dinâmicas de interação com pessoas. Ficou curioso(a) para saber como desenvolver as demais competências? Pesquise um pouco sobre o assunto e irá descobrir como adquiri-las ou aprimorá-las. Em suma, o foco do nosso aprendizado nesta unidade é a competência do ser individual. Como pudemos ver na Figura 1, a competência de liderar remete a agregar valor social aos indivíduos por meio de conhecimento (C), habilidades (H) e atitudes (A), o que é denominado na literatura como CHA da Liderança e Desenvolvimento de Equipes 15 competência. A seguir, vamos estudar detalhadamente cada um desses componentes. O CHA da competência: conhecimento, habilidades e atitudes Com base no que estudamos até aqui, temos que a competência, no contexto dos indivíduos dentro das organizações, remete ao desenvolvimento de três dimensões, a saber: conhecimento, habilidade e atitude. Essas dimensões abordam, portanto, competências de cunho técnico (conhecimento e habilidades) e de natureza comportamental (atitude) necessárias para o desenvolvimento do trabalho dentro das organizações. Das iniciais dessas três dimensões denomina-se o conhecido CHA da competência, cujos significados estão dispostos objetivamente no Quadro 3. Quadro 3: Dimensões da “competência” e seus significados C H A Competências técnicas Competências comportamentais CONHECIMENTOS HABILIDADES ATITUDES Escolaridade, conhecimentos técnicos, cursos gerais e especializações. Experiência e prática do saber. Ter ações compatíveis para atingir os objetivos, aplicando os conhecimentos e habilidades adquiridas e/ou a serem adquiridas. C = saber (conhecimentos adquiridos no decorrer da vida, nas escolas, universidades, cursos etc. Ex.: conhecimento da concorrência e técnicas de negociação). H = saber fazer (capacidade de realizar determinada tarefa, seja física ou mental. Ex.: análise da concorrência e negociação). A = querer fazer (comportamentos que temos diante de situações do nosso cotidiano e das tarefas que desenvolvemos no nosso dia a dia. Ex.: participar da concorrência e fazer negociações). Fonte: Adaptado de Rabaglio (2001). Liderança e Desenvolvimento de Equipes16 No Quadro 3, você conseguiu visualizar a diferença entre conhecimento, habilidade e atitudes, certo? Para garantir uma resposta positiva a esse questionamento, vejamos um exemplo. Supomos que Pedro é um líder do setor produtivo de uma fábrica. Esse setor adquiriu um novo equipamento e Pedro precisa treinar seus funcionários para que o operem devidamente. Pedro nunca havia operado tal equipamento antes, mas estudou com muita atençãoe assimilou todo o conteúdo presente no manual de instruções de montagem e de uso dele. Nesse contexto, podemos afirmar que Pedro possui conhecimentos e habilidades requeridas para sua tarefa de treinar os funcionários? Vou responder: conhecimento sim, porque ele teve a atitude de ler o manual de instruções, conhecendo, assim, como o equipamento é montado e como ele opera. Contudo, Pedro não possui conhecimento técnico, pois nunca operou o equipamento antes. Neste tópico, vamos estudar o conhecimento e, no seguinte, serão abordadas as habilidades e as atitudes. No que tange ao conhecimento, ele é definido por Devenport e Prusak (1998, p. 6) do seguinte modo: Conhecimento é uma mistura fluida de experiên- cia condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, o qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais. Outra definição de conhecimento nos é fornecida por Chiavenato (2016, p. 338): O conhecimento é uma mistura de experiências condensada, valores, informações contextuais e insights (discernimento) de uma pessoa e que pro- porciona uma estrutura para a avaliação e a incor- poração de novas experiências e informações. O Liderança e Desenvolvimento de Equipes 17 conhecimento está na mente das pessoas. As pes- soas transformam a informação em conhecimento, fazendo comparações, analisando as consequên- cias, buscando as conexões e conversando com outras pessoas sobre as informações recebidas. Com base nas definições acima, temos que o conhecimento está relacionado à experiência das pessoas e ao processamento de informações. Nesse sentido, devemos entender por informação a reunião ou o conjunto de dados e conhecimentos organizados, que permite constituir referências sobre um determinado acontecimento, fato ou fenômeno. Já é experiência remete aos sentimentos, procedimentos, rotinas vivenciadas pelos indivíduos. Assim, objetivamente podemos entender por conhecimento o atributo de possuir entendimento e compreensão sobre algo por intermédio da experiência e do raciocínio acerca das informações. Dentro dessa perspectiva, comumente o conhecimento encontra-se classificado, basicamente, em explícito e em tácito. IMPORTANTE Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), na perspectiva da criação do conhecimento organizacional, o conhecimento explícito é algo sistematizado e formal, enquanto o tácito é algo dificilmente visível e exprimível. Como consequência, o conhecimento explícito é codificado em palavras, números, expressões lógicas e é facilmente transmitido e compartilhado, enquanto o tácito é altamente pessoal e de difícil formalização, sendo assim de difícil transmissão e compartilhamento. Agora que distinguimos os tipos de conhecimento, uma questão interessante que devemos pensar é: o conhecimento Liderança e Desenvolvimento de Equipes18 explícito pode se tornar tácito e vice-versa? Precisamos entender aqui que o conhecimento explícito é o conhecimento tácito codificado e disseminado. Nesse sentido, temos que o conhecimento tácito pode ser então transformado em explícito. EXPLICANDO DIFERENTE+++ São exemplos de conhecimento tácito insights e palpites dos indivíduos que fazem parte da organização. Esses exemplos de conhecimento têm pouco valor para a organização se o indivíduo não puder convertê-los em conhecimento explícito para que seja compartilhado com os demais membros da organização. Agora que você sabe o que é o conhecimento e seus tipos, já se perguntou como ele é gerado nas organizações? Vamos então, objetivamente, descrever como o conhecimento é gerado a partir da teoria da criação do conhecimento organizacional. Essa teoria assume que o conhecimento na organização surge da interação entre conhecimento tácito e explícito e entidades criadoras de conhecimento. Nesse sentido, a teoria se embasa em duas dimensões, a ontológica e a epistemológica, conforme podemos observar na Figura 2. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 19 Figura 2: Duas dimensões da criação do conhecimento Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 62). Na figura anterior, o que seriam, então, as dimensões epistemológica e antológica? Vou explicar: entenda que a dimensão epistemológica da criação do conhecimento trata da distinção entre conhecimento tácito e explícito, bem como da conversão do primeiro no segundo. Já a ontológica foca nos níveis de entidades criadoras do conhecimento - individual, grupal, organizacional e Inter organizacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Segundo os criadores da teoria em questão, o núcleo dela é o entendimento de uma espiral que surge da interação entre as dimensões em todos os seus níveis. Dessa interação surgem quatro modos de convenção do conhecimento tácito e explícito, bem como quatro tipos de conhecimento, conforme representa a Figura 3 e define o Quadro 4. Liderança e Desenvolvimento de Equipes20 Figura 3: Espiral do conhecimento e conteúdo do conhecimento criado pelos quatro modos Fonte: Adaptado Nonaka e Takeuchi (1997, p. 80-81). Vamos agora analisar a Figura 3, que ilustra como o conhecimento é criado. Para isso, imagine uma situação em que você, como líder, precisa desenvolver em um novo liderado conhecimentos sobre a organização e sobre os procedimentos de trabalho. Ele acabou de ser contratado e é seu primeiro emprego; por outro lado, você como líder detém todos com conhecimentos que ele precisa aprender. Nesse sentido, olhando para figura, você está posicionado no quadrante de internalização, e o seu novo liderado no de socialização. O caminho a percorrer de seu liderado até chegar ao mesmo nível de conhecimento que você é representado pela espiral na figura. Assim sendo, ele passará da socialização para a externalização e da internalização para combinação. Esse processo repete-se cada vez que você ensina algo novo a ele. Desse modo, vejamos no Quadro 4 no que consiste cada quadrante da Figura 3, que são denominados de modos de conversão do conhecimento. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 21 Quadro 4: Modos de conversão do conhecimento MODO OU TIPO DE CONHECIMENTO DEFINIÇÃO Socialização (de conhecimento tácito em conhecimento tácito) É um processo de compartilhamento de experiências dando origem à criação de conhecimento tácito, como modelos mentais ou habilidades técnicas compartilhadas. Externalização (de conhecimento tácito em conhecimento explícito) É um processo de articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos. É um processo de criação do conhecimento expresso na forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses e modelos. Combinação (de conhecimento explícito em conhecimento explícito) É um processo de sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento, a partir do envolvimento e da combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito. Esse processo pode se dar por meio de documentos, reuniões, conversas etc. Internalização (de conhecimento explícito para tácito) É o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito, o “aprender fazendo”. Fonte: Adaptado de Nonaka e Takeuchi (1997, p. 68-79). Veja bem: no Quadro 4, você se apropriou de um conhecimento importante para sua prática profissional. Isso mesmo! Esse conhecimento permite que você entenda como o conhecimento é gerado na organização e é convertido de um tipo a outro. Portanto, está apto, por exemplo, a desenvolver novos conhecimentos em seus liderados, compartilhando desde experiências até o aprender a fazer. Aqui então você já entendeu o C do CHA da competência. No que se refere às habilidades no contexto do CHA, podemos defini-las como capacidade individual de desempenhar as diversas tarefas de uma função. Essas habilidades podem ser tanto intelectuais como físicas, conformeasseveram Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 49): Liderança e Desenvolvimento de Equipes22 As habilidades totais de uma pessoa normalmente são formadas por dois grupos de fatores: as habili- dades intelectuais e as físicas. [...] Habilidades in- telectuais - capacidade para desempenhar ativida- des mentais, tais como refletir, raciocinar e resolver problemas. [...] Habilidades físicas - capacidade de desempenhar atividades que demandam resistên- cia, destreza, força e características similares. Diante do exposto, quando voltamos o nosso foco para a liderança, temos que um líder competente é aquele que consegue, dentro das organizações, colaborar na geração do conhecimento e desenvolver, aprimorar e direcionar as habilidades dos seus liderados rumo ao atingimento dos objetivos organizacionais, gerando valor tanto para a empresa como para seus liderados. Ainda, cabe ao líder influenciar e gerenciar atitudes dos indivíduos, aqui temos, então, o “A” do CHA da competência. Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010), a atitude é uma ação que remete a uma avaliação de algo por parte do indivíduo. Assim, destacam que: Atitudes são afirmações avaliatórias — favorá- veis ou desfavoráveis — com relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem uma predisposição individual com relação a alguma situação ou fe- nômeno. Quando digo “gosto do meu trabalho”, estou expressando a minha atitude com relação ao trabalho. (Robbins; Judge; Sobral, 2010, p. 66) Dessa forma, as atitudes dos indivíduos dentro das organizações refletem a combinação dos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais deles. O Quadro 5 ilustra e define cada um desses componentes. Perceba nele que uma atitude resulta da combinação entre avaliação, sentimento e comportamento. Então, com base no quadro a seguir, se você quiser promover, no contexto da liderança, uma atitude positiva Liderança e Desenvolvimento de Equipes 23 em seus liderados, o que você deve fazer? Analise o conteúdo do quadro que vou lhe responder logo a seguir. Quadro 5: Componentes da atitude dos indivíduos Componentes de uma atitude Componente cognitivo: componente da atitude que se refere à crença ou à opinião acerca de um objeto, pessoa ou situação. Componente afetivo: componente da atitude que se refere ao afeto e às emoções com relação a um objeto, pessoa ou situação. Componente comportamental: componente da atitude que se refere à intenção de comportar-se de determinada maneira com relação a alguém ou alguma coisa. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 67). Agora que você analisou o conteúdo do quadro anterior, vou responder ao questionamento feito antes. Para promover, no contexto da liderança, uma atitude positiva em seus liderados, você deve exibir um comportamento que seja avaliado como positivo, gerando um sentimento e uma ação positivos no seu liderado. Por exemplo: se você quer que seus liderados confiem em você, deve agir com transparência e dizer a verdade, pois Liderança e Desenvolvimento de Equipes24 isso irá gerar um sentimento de que você é uma pessoa honesta e confiável; consequentemente, seus liderados irão procurá-lo quando precisarem de um conselho ou emitirem opiniões práticas. Diante de tudo que aprendemos aqui, podemos concluir que o perfil de liderança eficaz requer do líder, assim como ele requer de seus liderados, conhecimentos, habilidades e atitudes que permitam identificar esses aspectos e gerenciá-los em seus liderados. O perfil de competência de um líder, nesse sentido e ante a nova economia e mundo do trabalho, será nosso objeto de estudo no capítulo seguinte. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, o conjunto de capacidades humanas que justificam uma alta performance. Dessa definição deriva o CHA da competência: conhecimento, habilidades e atitudes. O conhecimento é, nesse sentido, o atributo de possuir entendimento e compreensão sobre algo por intermédio da experiência e do raciocínio acerca das informações. Esse conhecimento pode ser tácito ou explícito e, no contexto das organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais. Quanto às habilidades, remetem à capacidade individual de desempenhar as diversas tarefas de uma função. As habilidades individuais totais são a soma de habilidades intelectuais e físicas. Já as atitudes individuais são definidas como Liderança e Desenvolvimento de Equipes 25 afirmações avaliatórias — favoráveis ou desfavoráveis — com relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem uma predisposição individual com relação a alguma situação ou fenômeno. As atitudes resultam de componentes cognitivos, afetivos e comportamentais. Diante do exposto, ao término desse capítulo conclui-se que um líder competente é aquele que consegue, dentro das organizações, colaborar para a geração do conhecimento, desenvolver, aprimorar e direcionar as habilidades, influenciar e gerenciar atitudes dos seus liderados rumo ao atingimento dos objetivos organizacionais, gerando valor tanto para a empresa como para eles. Liderança e Desenvolvimento de Equipes26 Perfil do líder de sucesso OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar o perfil de competência do líder do século XXI, que exerce suas principais características em função da dinâmica da nova economia e do novo mundo do trabalho. Isso porque, neste capítulo, você irá conhecer os desafios enfrentados pelas organizações e pelos líderes no contexto do século XXI (competitividade, avanços tecnológicos etc.), as características pessoais e comportamentais que traçam o perfil do líder do século XXI e as formas de liderança que se aplicam ao novo local de trabalho (liderança nível 5, liderança feminina, virtual e servidora). Esse conhecimento irá nortear você em sua prática profissional dentro das organizações, uma vez que essas formas estão em constante mudança para adaptarem-se e responderem às demandas do século XXI. Nesse sentido, você terá que encontrar líderes capazes de auxiliar nesse processo de adaptação e mudança, ou até mesmo ser você esse líder. E então? Motivado(a) para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! O perfil de competência do líder do século XXI Se você avançou nos estudos de liderança já é capaz de responder a este questionamento: o que é um líder de sucesso? Bem, como vimos no capítulo anterior, o líder competente possui características que lhe permitem se destacar no contexto de liderança, e nesse sentido podemos entender que líderes competentes são líderes de sucesso, certo? Não. Na verdade, Liderança e Desenvolvimento de Equipes 27 para que isso ocorra, é necessário que o perfil de competência do líder (conhecimento, habilidades e atitudes) esteja alinhado com o contexto em que a liderança é exercida. Assim, assumamos que um líder de sucesso é um líder competente em seu contexto de atuação. Então, no século XXI, qual é o perfil desse líder? Para responder a esse questionamento, temos primeiramente que entender os desafios das organizações deste século, e, a posteriori, identificar esse perfil. A esse respeito destaca Ferraz (2015, p. 13): Mudanças abruptas, vantagens fugazes, inovações tecnológicas, concorrentes indisciplinados, mer- cados fragmentados, clientes poderosos, acionis- tas rebeldes - esses desafios do século XXI estão pondo à prova os limites da estrutura das organi- zações em todo o mundo, e expondo as limitações do modelo de gestão que não conseguiu acompa- nhar os tempos. Fim da era da liderança autori- tária e o início de um ciclo competitivo centrado no capital humano. Os líderes do século XXI vêm sedefrontando com um mundo que se modifica rapidamente. A revolução do consumo de tecno- logia, informação e conhecimento atingiu grande velocidade. As pessoas estão cada vez mais escla- recidas, conscientes e nem exércitos inteiros po- dem conter ou mesmo diminuir o fluxo acelerado de informações através das fronteiras. Padrões de qualidade cada vez mais elevados exigem trans- formação das organizações em mercados globais. Com base no exposto, podemos resumir identificando, portanto, algumas variáveis presentes no ambiente das organizações no século XXI que irão requerer dos líderes conhecimento, habilidades e atitudes para liderar nesse contexto. Que variáveis são essas? Para responder a esse questionamento, atente-se para o conteúdo do Quadro 6. Liderança e Desenvolvimento de Equipes28 Quadro 6: Variáveis presentes no ambiente das organizações no século XXI VARIÁVEL FONTE/DEFINIÇÃO Mudança organizacional Robbins, Judge e Sobral (2010) Processo de adaptação das empresas a forças para mudanças por meio da alteração no modo com que realiza e desenvolve suas atividades organizacionais. Vantagem competitiva Porter (2004) É um conjunto de características que permite a uma empresa ser diferente por entregar mais valor sob o ponto de vista dos clientes, diferenciando-se da concorrência e, por isso, obtendo vantagens no mercado. Forças competitivas Porter (2004) São um framework de análise setorial que permite entender o nível de competitividade de um mercado. O modelo desenvolvido por Porter (2004) apresenta os atores envolvidos (concorrentes, fornecedores, compradores, novos entrantes e substitutos), como eles se relacionam e como influenciam o sucesso dos negócios. Inovação tecnológica Fuck e Vilha (2012) As inovações tecnológicas podem ser incrementais ou radicais. As incrementais podem ser entendidas como aperfeiçoamentos contínuos e graduais de produtos, serviços ou processos já existentes e correspondem à maior parte das inovações geradas. Já as radicais correspondem à introdução de produtos, serviços ou processos totalmente novos no mercado e estão fortemente relacionadas com as atividades de P&D. Fonte: Elaborado pela autora, 2021. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 29 Então diante do que você leu e do que deve ter entendido a respeito do conteúdo do Quadro 6, as variáveis presentes no ambiente das organizações no século XXI, que irão requerer dos líderes conhecimento, habilidades e atitudes para liderar nesse contexto, são: mudança organizacional, vantagem competitiva, forças competitivas, inovação tecnológica e segmentação de mercado. O Quadro 6 apresenta objetivamente a definição de cada uma dessas variáveis. Dentre elas, destacamos a mudança organizacional, uma vez que as demais, quando incorporadas nas organizações, geram mudanças. Por exemplo, a compra de uma inovação incorporada no processo de produção de uma empresa irá gerar mudança nas rotinas do trabalho e nas atividades desenvolvidas pelos funcionários. Isso irá requerer, em muitos casos, novos conhecimentos, habilidades e atitudes das pessoas que irão lidar com a inovação, de modo que exigirá dos líderes um comportamento de orientação a esse respeito. Assim, temos que o papel principal do líder do século XXI é gerenciar a mudança, conforme enfatizam Souza Neto e Calvosa (2006, p. 86): [...] o papel do líder no século XXI não é “gerenciar a mudança”, mas sim criar o próprio futuro dentro do panorama que se está modificando em um conceito que ele determina como “liderar a mudança”. A outra característica desta época que estamos vivendo é o que podemos denominar de “universalização da mudança», o que significa que praticamente ninguém escapará de seus impactos. Os líderes em todos os níveis hierárquicos precisam estar à frente da mudança e fazê-la acontecer. Espera-se de um líder a capacidade de atuar em cenários nos quais a convivência da ordem e do caos se faz sentir. Que possuam múltiplas habilidades, Liderança e Desenvolvimento de Equipes30 tanto de natureza comportamental quanto técnica que, ancoradas em valores e atitudes, lhes permita lidar adequadamente com ambiguidades [...]. Ainda a respeito do papel do líder no século XXI, Bass (apud COUVEY, 1994, p. 137) define que a liderança para o novo século encabece a: [...] interação entre dois ou mais membros de um grupo que frequentemente envolve uma estrutura- ção ou uma reestruturação de situações, percep- ções e expectativas destes membros. Líderes são agentes de mudança – pessoas cujos atos afetam outras pessoas mais do que os atos de outras pes- soas os afetam. Agora que você já sabe que a liderança no século XXI é desenvolvida em um contexto de mudança, precisa entender no que consiste a mudança nas organizações. Isso porque, ao entender esse processo de mudança, será possível identificar quais as habilidades do líder, atributos e práticas são requeridos nesse contexto. Então, antes de traçarmos um perfil do líder do século XXI, vamos estudar objetivamente em que consiste a mudança organizacional, uma vez que os líderes são agentes de mudança. Nas organizações, a mudança pode ocorrer de forma planejada ou espontânea, dependendo das necessidades e do contexto em que a organização se encontra. Quando ela ocorre de maneira planejada, são os seus gestores que programam, implementam e controlam sua execução e desempenho. No entanto, quando ela ocorre espontaneamente, são as ações do dia a dia da empresa que fazem surgir as mudanças para se adequarem às necessidades encontradas, sendo geralmente aplicada por pessoas que não possuem posição de autoridade (PINTO; LYRA, 2003). Liderança e Desenvolvimento de Equipes 31 As mudanças organizacionais são instigadas, principalmente, por demandas do mercado, avanços na tecnologia e/ou uma estratégia organizacional que vise a algum objetivo em especial. De acordo com Robbins, Judge e Sobral (2010), existem seis principais fatores que influenciam a mudança, são eles: natureza da força de trabalho, tecnologia, choques econômicos, competição, tendências sociais e política internacional. A principal barreira encontrada para a implementação de uma mudança organizacional é a resistência à mudança, que pode ser caracterizada como qualquer comportamento de um indivíduo ou grupo de indivíduos que busca manter o status quo quando surge uma pressão para a mudança (HERNANDEZ; CALDAS, 2001), seja ela de hábitos, de atividades, de processos etc. A resistência à mudança pode advir de fontes individuais e organizacionais. Destacam-se, nesse contexto, as seguintes fontes individuais, apontadas por Robbins, Judge e Sobral (2010): hábitos, segurança, fatores econômicos, medo do desconhecido, processo seletivo de informação. O Quadro 7 elucida cada uma dessas possíveis fontes de resistência a mudanças. Quadro 7: Fontes individuais de resistência a mudanças nas organizações FONTE DESCRIÇÃO E IMPLICAÇÕES PARA RESISTÊNCIA Hábitos Hábitos ou respostas programadas para enfren- tar a complexidade da vida. Quando nos defron- tamos com a mudança, essa tendência de reagir conforme de costume transforma-se em fonte de resistência. Segurança As pessoas com elevada necessidade de segu- rança costumam resistir à mudança por se sen- tirem ameaçadas. Liderança e Desenvolvimento de Equipes32 Fatores econômicos As mudanças nas tarefas ou rotinas estabele- cidas podem suscitar temor com relação às fi- nanças quando uma pessoa acha que não será capaz de apresentar o mesmo desempenho de antes, especialmente quando a remuneração é vinculada à produtividade. Medo do desconhecido A mudança faz o conhecido ser trocado pela am- biguidade e pela incerteza. Processamento seletivo de informações As pessoas processam seletivamente as infor- mações para manter suas percepções intactas. Elas só ouvem o que querem ouvir. Ignoram informações que possam desafiar o mundo que construíram. Fonte: Adaptado deRobbins, Judge e Sobral (2010). Vamos visualizar na prática as fontes de resistência a mudanças. Para isso, você vai se colocar agora no lugar de um funcionário que foi transferido de departamento para desenvolver uma nova função, uma vez que sua função antiga será desenvolvida por um novo equipamento que a empresa pensa adquirir. Quais são as perguntas que vêm a sua mente? Quais os sentimentos que você imagina que sentiria nessa situação se você não quer mudar de função? Ao responder a essas perguntas, você poderia tomar duas decisões. A primeira é resistir à mudança, buscando justificativas para a empresa não comprar a nova máquina ou aceitar o que virá. Diante da possibilidade de resistência à mudança, é necessário que a organização busque adotar medidas que visem superar resistências ou até mesmo evitar que elas surjam diante de um cenário de mudança. Nesse sentido, a organização pode fazer uso de vários mecanismos/táticas, os quais são destacadas no Quadro 7. Salienta-se que a escolha pela adoção desses mecanismos deve considerar as percepções dos indivíduos em relação À mudança, fazendo a escolha da tática ou das táticas que melhor contribuirão para a redução da resistência. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 33 Quadro 8: Mecanismos e táticas para lidar com a resistência à mudança MECANISMO/ TÁTICA REFLEXOS PARA RESISTÊNCIA Educação e comunicação Comunicar a lógica da mudança pode reduzir a resistência dos funcionários em dois níveis. No primeiro, ela combate os efeitos da falta de informação e da comunicação deficiente: se os funcionários ficam sabendo de tudo o que se refere aos fatos e esclarecem qualquer mal-entendido, a resistência pode retroced- er. No segundo, a comunicação pode ser útil para “vender” a necessidade de mudança ao apresentá-la de maneira apropriada. Participação Quando os participantes tiverem competên- cia para dar uma contribuição significativa, seu envolvimento poderá reduzir a resistên- cia, gerar comprometimento e melhorar a qualidade da decisão final. Apoio Quando o funcionário demonstra muito medo e ansiedade, o aconselhamento e a terapia, o treinamen- to em novas habilidades ou uma pequena li- cença remunerada podem facilitar o ajuste. Quando os gestores ou funcionários têm baixo comprometimento emocional com a mudança, eles são mais resistentes a ela. Desenvolvimento de relações positivas As pessoas se dispõem mais a aceitar as mu- danças se confiam nos gerentes que as imple- mentam. Implementação de mudanças de forma justa Procedimentos justos tornam-se particular- mente relevantes quando os funcionários per- cebem os resultados como negativos. Portan- to, é de suma importância que os funcionários vejam a razão para a mudança e percebam sua implementação como coerente e justa. Liderança e Desenvolvimento de Equipes34 Manipulação A manipulação se refere a tentativas de in- fluência disfarçada. A distorção de fatos para torná-los mais atraentes, a sonegação de in- formações e a criação de falsos rumores para induzir os funcionários a aceitar as mudanças são alguns exemplos de manipulação. Cooptação É uma tentativa de “subornar” os líderes dos grupos de resistência, oferecendo-lhes pa- péis-chave nas decisões sobre as mudanças, buscando a opinião desses líderes não porque isso vá resultar em uma decisão melhor, mas apenas para obter seu apoio. Seleção de pessoas Selecionar pessoas abertas a experiências, com atitudes positivas, dispostas a assumir riscos e com comportamento flexível e apto a aceitar mudanças. Coerção Uso de ameaças diretas ou de força sobre os resistentes. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 270-271). Prontinho! No Quadro 8, você compreendeu como usar artifícios para superar a resistência à mudança. Então, que tal imaginar como isso se aplica na prática? Vamos lá! Lembra da situação exposta anteriormente, em que você se colocou na situação de um funcionário que resiste a sua mudança de função devido à aquisição de uma máquina? Agora se imagine no lugar de um líder que terá que convencer esse funcionário a aceitar a mudança. Nesse sentido, como líder, o que você faria? Algumas respostas possíveis seriam: comunicar e envolver o funcionário sobre a escolha da máquina, para ele entender a importância dela para a organização, bem como informar como ele será importante na nova função. Mostrar apoio aos sentimentos de medo e dúvida, fazendo com que ele se sinta seguro e que possa Liderança e Desenvolvimento de Equipes 35 contar com você quando tiver dificuldade na nova função. Ou, ainda, ameaçar despedi-lo se não aceitar a nova função. Então, diante do exposto, podemos concluir que no contexto de mudança a liderança é fundamental para promover a superação da resistência a mudanças. Nesse sentido, cabe ao líder identificar as fontes individuais de resistência a mudanças na organização e selecionar mecanismos e táticas adequados para superar essa resistência. Essa tarefa não é simples, requerendo, portanto, do líder habilidades, atributos e práticas que caracterizam o perfil de competência do líder do século XXI. Desse modo, qual o perfil de competência do líder do século XXI? Respondendo a esse questionamento, a Figura 6 apresenta essas habilidades. Figura 4: Habilidades requeridas dos líderes do século XXI Fonte: Adaptado de Souza Neto e Calvosa (2006, p. 86-87). Além das habilidades destacadas na Figura 4, soma- se ao perfil do líder a capacidade de formar outros líderes, ao apresentar o seguinte comportamento destacado por Souza Neto e Calvosa (2006, p. 87): Liderança e Desenvolvimento de Equipes36 [...] monitorar o ambiente externo, contribuir na prestação de valores e crenças dignificantes, ter habilidade na busca de clarificação de problemas, ser criativo, fazer da informação sua ferramenta de trabalho, ter iniciativa, comprometimento atitude sinérgica, ousadia, visualizar o sucesso, construir formas de autoaprendizado, conhecer seus pontos fortes e os fracos, ser ouvido, reconhecer que todos de alguma forma têm alguma coisa com que podem contribuir, visualizar a comunicação, pensar globalmente e agir localmente, reconhecer o trabalho das pessoas, ter energia radiante e ser ético. IMPORTANTE Um líder de sucesso no século XXI é um líder orientado para a mudança organizacional, apresentando habilidades de direcionar seus liderados a lidarem com os desafios do século e contribuindo assim para o bom desempenho das organizações. Conforme estudamos até aqui, o líder atua em um contexto que podemos denominar como um novo local de trabalho, e nesse lugar ele pode assumir formas de liderança. Essas formas de liderança são apresentadas a seguir. Liderança no novo local de trabalho A forma de liderar vem mudando conforme surgem mudanças no ambiente das organizações, porque, conforme vimos anteriormente, essas mudanças refletem na forma como os membros da organização desempenharão suas atividades. Diante disso, sugerem-se quatro áreas de interesse especial para a liderança no novo local de trabalho, a saber: liderança nível Liderança e Desenvolvimento de Equipes 37 5, o jeito de liderar das mulheres, liderança virtual e liderança servidora. Essas áreas são apresentadas objetivamente no Quadro 9. DEFINIÇÃO O novo local de trabalho nas organizações é um local caracterizado pelas mudanças drásticas no ambiente das organizações. São exemplos dessas mudanças: globalização, comércio eletrônico, organizações virtuais, aumento da diversidade no perfil demográfico e pessoal dos funcionários etc. (DAFT, 2005). Quadro 9: Quatro áreas de interesse especial para a liderança no novo local de trabalho. LIDERANÇA NÍVEL 5 A liderança nível 5 refere-se ao nível mais alto na hierarquia das capacidades dos gerentes que atuam nas organizações, conforme apresenta a Figura A. Uma das características dos líderes do nível 5 é a falta quase que total de ego. Esses líderes são despretensiosos,aceitam as responsabilidades pelos seus erros e dão crédito pelos bons resultados para as outras pessoas. São ainda outras características marcantes desse tipo de líder: feroz determinação para fazer o que for necessário para produzir resultados ótimos e duradouros para suas organizações; são extremamente ambiciosos para suas empresas em vez de a si próprios; e desenvolvem outros líderes por toda organização, para, em caso de sua saída da empresa, ela poder continuar com o alto desempenho. Liderança e Desenvolvimento de Equipes38 Figura A: Hierarquia da liderança nível 5. Em cada nível, o indívido apresenta um pefil. No nível 1, ele é contribuinte produtivo; oferece talento, conhecimento, habilidades e bons hábitos de trabalho como funcionário individual. No nível 2, ele contribui para a relaização das metas das equipes; trablaha eficazmente com os outros em um grupo. No nível 3, ele estabelece planos e organiza as pessoas para a busca eficiente e efetiva dos objetivos. No nível 4, ele constrói o compromisso amplo para uma visão clara e compulsiva; estimula as pessoas para o alto desenpenho. Por fim, no nível 5, ele controí uma grande organização duradoura por meio da combinação de humildade pesssoal e resolução profissional. O jeito de liderar das mulheres Pesquisas demonstram que as mulheres, na função de líderes, possuem foco na minimização da ambição pessoal e no desenvolvimento das pessoas. Nesse sentido, a liderança exercida por mulheres se destaca por elas apresentarem maior habilidade em motivar, promover comunicações e ouvir as pessoas. O estilo de liderança das mulheres é denominado de liderança interativa, que é um estilo de liderança caracterizado por valores de inclusão, colaboração, construção de relacionamentos e carinho. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 39 Liderança servidora: Os líderes servidores são aqueles que têm como principal característica o trabalho para satisfazer as necessidades e as metas dos subordinados, assim como para cumprir a missão da organização. Fonte: Adaptado Daft (2005, p. 390-391). Com base no Quadro 9, você seria capaz de identificar como essas áreas de interesse especial para a liderança no novo local de trabalho contribuem para a construção do perfil de competência do líder do século XIX? Vou responder. Com base em tudo que você estudou até aqui, podemos concluir que o líder do século XIX deve ter um perfil orientado para a mudança. Portanto, ele deve compreender as fontes de resistência a mudanças se colocando no lugar de seus liderados. Nesse sentido, ele precisa ser humilde e bem resolvido como profissional, conforme prevê a liderança do nível 5. Ainda, deve ter habilidades de motivar, promover comunicações e ouvir as pessoas. Isso é o que se observa no estilo de liderança das mulheres. E, por fim, precisa buscar satisfazer as necessidades de seus liderados ao mesmo tempo em que atende aos objetivos organizacionais, sendo esse o foco da liderança servidora. Desse modo, ao final deste capítulo, você deve concluir que um líder do século XIX tem um perfil comportamental orientado pelas lideranças nível 5, feminina e servidora. Liderança e Desenvolvimento de Equipes40 RESUMINDO E agora? Você se sente capaz de identificar o perfil de competência do líder do século XXI, exercendo suas principais características em função da dinâmica da nova economia e do novo mundo do trabalho? Para garantirmos uma resposta positiva a esse questionamento, vamos rever o que você aprendeu até agora. Inicialmente, você viu que o contexto em que a liderança é exercida nas organizações do século XXI é marcado por mudanças resultantes de variáveis como competitividade e inovação tecnológica. Nesse sentido, o líder deste século estabelece a interação entre dois ou mais membros de um grupo que, frequentemente, envolvem uma estruturação ou uma reestruturação de situações, percepções e expectativas deles. Líderes são agentes de mudança – pessoas cujos atos afetam outras pessoas mais do que os atos de outras pessoas os afetam. Assim, desempenhar esse papel requer do líder um perfil que incorpore habilidades como estar próximo ao cliente (foco no cliente e não no produto), deixar agir com autonomia (empowerment), produzir por meio de pessoas (estimular o crescimento dos orientados), compartilhar valores (conhecimento, redes de relacionamentos e compaixão), ter equipe enxuta e ágil (downsizing), trabalhar com qualidade total, aceitar as contribuições dos outros etc. Ainda destacamos que um traço marcante e necessário no perfil do líder é a capacidade de desenvolver outros líderes. Portanto, ao final deste capitulo, você pôde concluir que os líderes no novo ambiente de trabalho tendem a ser líderes de nível 5, interativos e ou servidores. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 41 Eficiência e eficácia na condução de um negócio OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de diferenciar eficiência de eficácia, entendendo suas características para uma liderança eficaz. Isso porque você irá entender a definição de eficiência e de eficácia no contexto das organizações e suas implicações para a liderança. Ainda neste capítulo você irá entender como os seguidores definem um líder eficaz, além de conhecer a importância de esses líderes terem credibilidade em seu ambiente de atuação. Esse conhecimento é importante em sua prática quando houver necessidade de identificar se um líder colabora efetivamente para o atingimento dos objetivos da organização, sendo assim possível potencializar essa contribuição ou ainda promover treinamentos de liderança para aumentar o nível de eficácia dos líderes. E então? Motivado(a) para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! Eficiência e eficácia na condução de um negócio A liderança tem por finalidade dirigir pessoas, ela consiste, portanto, em uma das funções da administração, a saber: planejamento, organização, direção e controle. Assim, um administrador-líder tem o papel de administrar a organização pela qual é responsável, desenvolvendo o processo ilustrado na Figura 5. Salienta-se que o líder pode ser um outro indivíduo da organização, de modo que ele deve ser envolvido pelo administrador no processo de administrar. Liderança e Desenvolvimento de Equipes42 Figura 5: O processo de administração Fonte: Sobral e Peci (2008, p. 8). Entenda que a figura anterior remete ao processo cíclico conforme a imagem demonstra. Esse processo inicia pelo planejamento, que consiste na definição de objetivos e desenvolvimento de estratégias e ações para alcançá-los. Após o planejamento é determinado o que deve ser feito, como deve ser feito e quem deve fazer o que fora planejado. Esse segundo passo do processo é a organização. Quanto à direção, ela consiste no ato de liderar e de motivar os membros da organização para desenvolverem o que foi planejado e organizado. E, por fim, o controle remete ao monitoramento do desempenho para garantir que os objetivos sejam alcançados. Então, o líder dirige os membros de uma organização. A respeito da liderança como a função de dirigir pessoas no processo administrativo, explicam Sobral e Peci (2008, p. 8): Dirigir significa liderar, motivar e coordenar os trabalhadores no desenvolvimento de suas ati- vidades. [...]. O responsável por uma equipe ou grupo, o líder, tem a responsabilidade de propor- cionar um ambiente propício à execução de um trabalho de qualidade e no qual os trabalhadores se sintam satisfeitos. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 43 Diante do exposto, o líder tem um papel fundamental na administração das organizações, por isso ele deve entender o que é administrar a fim de desempenhar seu papel de forma a contribuir com todo o processo ilustrado anteriormente. Mas o que é administrar? Ou seja, o que envolve a administração? Para que possamos avançar em nossos estudos neste capítulo, precisamos ter em mente, clara ou objetivamente, uma definiçãomais completa possível desse conceito, conforme apresentam Sobral e Peci (2008, p. 5): Uma definição mais complexa de administração é dada a seguir: “Administração é um processo que consiste na coordenação do trabalho dos membros da organização e na alocação dos recursos organi- zacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficiente e eficaz”. Vejamos que, na definição de administração acima, administrar remete à realização de tarefas e ter eficiência e eficácia nos objetivos organizacionais. Portanto, um líder deve saber diferenciar esses conceitos. Pare agora e reflita um pouco: para você, o que é eficiência? O que é eficácia? Qual imagem vem a sua mente quando nos referimos a uma pessoa eficiente e eficaz? Calma, vamos elucidar esses conceitos por meio da definição teórica e de um exemplo prático. Em termos teóricos, o Quadro 10 dispõe de algumas das definições atribuídas a esses conceitos, identificadas na literatura sobre administração. Já o Quadro 11 traz um exemplo da aplicação desses conceitos de forma a mostrar na prática suas diferenças. Liderança e Desenvolvimento de Equipes44 Quadro 10: Definindo eficiência e eficácia EFICIÊNCIA EFICÁCIA Definição Fonte Definição Fonte “É a capacidade de realizar as ativ- idades da organi- zação, minimizando a utilização dos seus recursos, ou seja, é a capacidade de desempenhar corre- tamente as tarefas. É uma medida da relação entre os re- sultados e os recur- sos consumidos”. Sobral e Peci (2008, p. 5) “É a capacidade de realizar as atividades da organização de modo a alca- nçar os objetivos estabelecidos. Eficácia impli- ca escolher os objetivos cer- tos e conseguir atingi-los, e a sua principal preocupação é com os fins.” Sobral e Peci (2008, p. 5) “É a palavra usada para indicar que a organização utili- za produtivamente, ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na uti- lização dos recur- sos, mais eficiente de recursos é a or- ganização”. M a x i m i a n o (2017) “É a palavra us- ada para indicar que a organi- zação realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz”. Maximiano (2017) Fonte: Elaborado pela autora, 2021. No Quadro 10 você deve ter percebido que há uma distinção conceitual a respeito do que é eficiência e eficácia. Essa diferenciação se dá quanto à orientação do termo para o alcance dos objetivos (eficácia) e à utilização dos recursos (eficiência). Mas como essa distinção se aplica na prática? Você pode responder a esse questionamento ao assimilar o exemplo Liderança e Desenvolvimento de Equipes 45 disposto no Quadro 11. Note que no referido exemplo, a troca de pneus é um objetivo, mas a eficiência remete ao contexto em que a troca está sendo realizada e os usos adequados dos recursos de forma produtiva ante a esse contexto. Nesse sentido, usar equipamentos de Fórmula-1 para trocar o pneu de um carro comum pode ser eficaz, mas não eficiente, pelo desperdício de recursos, ou seja, pelo alto custo dos equipamentos. Quadro 11: Diferenciando na prática eficiência e eficácia As organizações podem ser eficientes e eficazes, ou ineficientes e ineficazes, e criar problemas em vez de resolver. Tudo depende da forma como as organizações são administradas. O papel da administração é assegurar a eficiência e a eficácia das organizações. Eficiência e eficácia são avaliadas dentro de contextos. Se você precisa trocar o pneu do carro, talvez precise de mais de 30 minutos. A eficácia (pneu trocado) ocorre no contexto em que a eficiência (30 minutos) não é muito relevante para você. Mas, se você é piloto de Fórmula-1, precisa trocar quatro pneus em menos de 3 segundos. Custa caríssimo: os mecânicos, as ferramentas, as instalações. Altamente ineficiente sob a perspectiva do consumidor comum (desperdício de recursos), mas altamente eficaz do ponto de vista de minimizar o tempo de parada (no contexto da Fórmula-1). Figura A: A síntese da eficiência e da eficácia. Fonte: Maximiano (2017, p. 8). Liderança e Desenvolvimento de Equipes46 Em suma, temos que a eficiência remete à utilização dos recursos, enquanto a eficácia remete à realização dos objetivos. A Figura 6 ilustra de forma comparativa a diferença em termos práticos. Diante disso, embora sejam definições distintas no contexto prático das organizações, são relacionadas, conforme elucidam Sobral e Peci (2008, p. 5): Apesar das diferenças entre os conceitos de eficiência e eficácia, eles estão correlacionados. Sem eficácia, a eficiência é inútil, pois a organização não consegue realizar o seu propósito. Por outro lado, é fácil ser eficaz quando se é ineficiente, visto que muitos recursos são desperdiçados. Nesse caso, as organizações alcançam os seus objetivos, mas fazem-no a um custo muito alto. Uma administração de sucesso consiste em obter simultaneamente eficácia e eficiência na utilização dos recursos organizacionais. Então, que tal visualizar objetivamente as diferenças entre eficiência e eficácia e relação entre elas? Vejamos a Figura 6. Note que, quando algo é determinado como eficiente e eficaz, deve ser bem feito e de forma certa, e assim por diante. A eficiência e a baixa utilização dos recursos ao mesmo tempo mostram que há um alto atingimento dos objetivos. Figura 6: Eficiência e eficácia Fonte: Adaptado de Sobral e Peci (2008, p. 6). Liderança e Desenvolvimento de Equipes 47 Agora que você conhece o que define eficiência e eficácia na Figura 6, seria capaz de definir o que é um líder eficiente e um líder eficaz? Bem, tomando como base o que estudamos até aqui, podemos entender por líder eficiente aquele que utiliza seus recursos (conhecimentos, habilidades e atitudes) com foco em desempenhar bem seu papel de líder sem maiores preocupações com a forma que seu papel contribui para o atingimento dos objetivos organizacionais. Já um líder eficaz tem seu foco voltado para o atingimento de objetivos tanto dos liderados como da organização. No tópico a seguir, vamos entender melhor quais são as características de um líder eficaz. O líder eficaz Primeiramente, vamos recordar o conceito de liderança para então entender mais a fundo o que é um líder eficaz. Bergamini (2009, p. 14) apresenta a seguinte definição: “a liderança não pode ser concedida por poder ou segundo uma estrutura; só se é um líder, se as pessoas seguirem sua liderança, tendo a liberdade de não o fazerem”. Diante disso, temos que a liderança é um poder ou uma estrutura que só existe quando o líder é reconhecido e seguido por seus liderados. Portanto, um líder eficaz, obrigatoriamente, é reconhecido e seguido por seus liderados. Para Bergamini (2002, p. 33): “A eficácia do líder repousa na percepção positiva que o seguidor tem dele. É essa percepção que conferirá ao líder credibilidade e culminará com o envolvimento espontâneo do seguidor”. Mas isso não é uma característica que define um líder eficaz de um ineficaz, então precisamos melhor definir o que vem a ser esse líder. Para encontrar essa definição, precisamos identificar as características de um líder eficaz na percepção dos liderados. Vamos começar refletindo. Para e pense um pouco: quais características pessoais e comportamentais você consegue listar de um líder que você considera eficaz? Faça uma pequena lista. Com ela em mãos, vamos verificar se você reconheceu Liderança e Desenvolvimento de Equipes48 parte das características listadas por liderados. Segundo Eales- White (2010), os líderes eficazes apresentam os seguintes comportamentos apontados por liderados: demostram que pensam sobre a função de liderança; desenvolvem a percepção e a autoconfiança; pensam nos outros; exibem integridade na tomada de decisão e tomam decisões; compartilham informações; são confiantes o bastante para cometerem erros, admiti-los e apreender com eles; dirigem com treinamento e delegamautoridade e responsabilidade. De forma objetiva, o Quadro 12 apresenta cada um desses comportamentos apontados pelos liderados como características de um líder eficaz. Quadro 12: Características do comportamento de líderes eficazes LÍDERES EFICAZES Demostram que pensam sobre a função de liderança • Pensam sobre a sua função e planejam sua estratégia de liderança praticamente da mesma maneira que tratam todos os outros assuntos importantes dentro de uma organização. Desenvolvem a percepção e autoconfiança • Desenvolvem uma consciência de si mes- mos. Identificam, reconhecem e compreen- dem seus pontos fortes e fracos, acreditam em si mesmos e em sua competência e ca- pacidade. • Pensam positivamente sobre si mesmos an- tes de pensar positivamente sobre os seus liderados. • Quanto mais tem o controle de si mesmo, menos necessita controlar os outros. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 49 Pensam nos outros • Preocupam-se com seus seguidores. • São bons ouvintes. • Proporcionam apoio tanto a nível material quanto emocional, dando retorno para en- corajar seus seguidores e permitir o cresci- mento deles. • São bons treinadores: fazem perguntas que demostram empatia e que capacitam os seguidores a descobrir e a aprender por si mesmos em vez de lhes dizer o que fazer. Exibem integridade na tomada de decisão e tomam decisões • Tomam decisões corretas, imparciais e justas. Diferentemente dos líderes inefica- zes, que em alguns casos tomam decisões erradas ou incoerentes para acomodar as mudanças de alternância de poder aos in- teresses políticos do grupo ou a mudanças de opinião daqueles que se encontram na posição de comando na estrutura organi- zacional. Compartilham informações • Reconhecem que seus seguidores querem responsabilidade e, assim, compartilham informações. • Adotam uma política de “precisam saber” favorável aos seguidores e não na perspec- tiva da organização. São confiantes o bastante para cometerem erros, admiti-los e apreender com eles • São humildes. • Reconhecem a necessidade de mudança e de aprendizado contínuo. Dirigem com treinamento • Orientam e dirigem as ações dos liderados, exigindo um controle necessário nos casos em que liderados se encontram em uma função ou em tarefas que não dominam bem. Delegam autoridade e responsabilidade • Compartilham autoridade e responsabili- dade, assumindo as rédeas. Fonte: Adaptado de Eales-White (2010). Liderança e Desenvolvimento de Equipes50 Com base no conteúdo do Quadro 12, você seria capaz de avaliar o comportamento de um líder em relação a sua eficácia? Por exemplo, sabendo que Ana é uma líder que permite que seus liderados assumam reponsabilidades, enquanto Pedro é um líder que centraliza as decisões, qual dos dois é, possivelmente, um líder mais eficaz? Resposta: Ana, porque delegar autoridade e responsabilidade permite que os liderados tenham autonomia. Ainda a respeito das características dos líderes eficazes, Eales- White (2010) destaca alguns atributos deles, os quais estão dispostos na Figura 7. Figura 7: Atributos dos líderes eficazes Fonte: Eales-White (2010, p. 23). Perceba que ser um líder eficaz é resultado de um conjunto de ações. Dentre essas, devemos destacar algumas que são imprescindíveis para o exercício da liderança no século XIX, como dinamismo, inovação e elevados padrões éticos. O dinamismo remete ao fato de saber lidar com as mudanças no ambiente das organizações, ou seja, um líder eficaz é dinâmico quando é orientado para a mudança. Quanto à inovação, remete à capacidade de criar e implementar algo novo ou melhorar determinado contexto. E a ética remete ao comportamento que segue regras e normas socialmente aceitas. Líderes não dinâmicos, não inovadores e não éticos, consequentemente, não Liderança e Desenvolvimento de Equipes 51 conseguem ser eficazes para contribuir com o atingimento dos objetivos de seus liderados e das organizações. Temos, agora, conhecimento suficiente para definirmos o que é um líder eficaz. Assim, podemos dizer que um líder eficaz é aquele que tem seu foco voltado para o atingimento de objetivos, tanto dos liderados como da organização; pensa em si mesmo, liderando pelo exemplo, inserindo o trabalho dos seguidores em um contexto, desenvolvendo e apoiando eles. DEFINIÇÃO Líder eficaz é o líder que tem seu foco voltado para o atingimento de objetivos tanto dos liderados como da organização; pensa em si mesmo, liderando pelo exemplo, inserindo o trabalho dos seguidores em um contexto, desenvolvendo e apoiando eles (EALES-WHITE, 2010). Diante da definição de líder eficaz, você deve estar se perguntando como ele faz tudo que a definição aponta. Pois bem, ele desenvolve essas atribuições por meio de suas características pessoais e comportamentais, conforme ilustra a Figura 8. Liderança e Desenvolvimento de Equipes52 Figura 8: O líder eficaz Fonte: Eales-White (2010, p. 24). Por fim, para que um líder eficaz possa desenvolver as atribuições conforme as destacadas na Figura 8, é necessário que ele tenha credibilidade junto aos seus liderados. Para Bergamini (2002), a eficácia de um líder é relacionada à habilidade dele de conseguir, junto aos seguidores, aquilo que se conhece como credibilidade. Nesse sentido, o que podemos entender por credibilidade? Credibilidade é, nesse contexto, a característica de quem é confiável, ou seja, que expressa crença na probidade moral, na sinceridade, lealdade, competência, discrição e sentimento de segurança. Segundo Bergamini (2002, p. 46), temos que: Ser eficaz como líder não significa projetar a pró- pria imagem como alguém apenas responsável e competente, conhecedor das técnicas de trabalho ou uma figura forte que se preocupa, sobretudo, com que o trabalho seja feito. Os líderes que têm conseguido usufruir os mais altos níveis de cre- Liderança e Desenvolvimento de Equipes 53 dibilidade não gastam seu tempo demonstrando poder e competência superiores. Aqueles que re- conhecidamente dispõem de maior poder usam melhor o seu tempo aproveitando pontos de vista que possam emergir, experimentando novas for- mas de comportamento e trabalhando a favor da busca do desenvolvimento individual, grupal e or- ganizacional. Por fim, para ser um líder eficaz deve-se, além de ser um líder competente, possuir poder sobre seus liderados que advém da credibilidade. Esse poder permite que o líder eficaz use seu tempo aplicando ações em prol do desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos na organização. Liderança e Desenvolvimento de Equipes54 RESUMINDO E agora? Você se sente capaz de diferenciar eficiência de eficácia, entendendo suas características para uma liderança eficaz? Se você chegou até aqui, sua resposta é sim. Isso porque, neste capítulo, você aprendeu que, por definição, nas organizações a eficiência é a capacidade de realizar as atividades, minimizando a utilização de recursos, ou seja, é a capacidade de desempenhar corretamente as tarefas. É uma medida da relação entre os resultados e os recursos consumidos. Já a eficácia é a capacidade de realizar as atividades da organização de modo a alcançar os objetivos estabelecidos. Eficácia implica escolher os objetivos certos e conseguir atingi-los, e a sua principal preocupação é com os fins. A partir desse entendimento, podemos concluir que um líder eficiente é aquele que utiliza seus recursos (conhecimentos, habilidades e atitudes) com o foco em desempenhar bem seu papel de líder sem maiores preocupações com a forma que seu papel contribui para o atingimento dos objetivos organizacionais. Já um líder diante das características apontadas por liderados é aquele que tem seu foco voltado para o atingimento de objetivos tanto dos liderados como da organização, pensando em si mesmo, liderando pelo exemplo, inserindo o trabalho dos seguidores em um contexto, desenvolvendo e apoiando seguidores. Liderança e Desenvolvimentode Equipes 55 Visão sistêmica imprescindível da gestão de recursos empresariais OBJETIVO Ao término deste capítulo, você será capaz de liderar equipes com visão sistêmica para a tomada de decisão, fazer a gestão da equipe, analisar situações de risco, administrar crises e definir metas. Sabendo que o campo de atuação do líder está nas organizações, nesta unidade você vai entendê-las como sistemas, de modo a ter uma visão da organização como um todo no exercício da liderança. Ainda neste capítulo, vai aprender a relacionar a visão sistêmica para a liderança ante os seguintes aspectos inerentes à gestão/administração das organizações: tomada de decisão e gestão de equipes. A seguir, portanto, você saberá definir cada um desses aspectos. Deter esse conhecimento será fundamental para o exercício de sua profissão, uma vez que um líder deve entender o reflexo de sua liderança na organização como um sistema de interação, um todo sinérgico no qual sua atuação contribui para o alcance dos objetivos organizacionais. E então? Motivado(a) para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! Visão sistêmica das organizações e da liderança Ao longo do desenvolvimento das organizações, muitas teorias administrativas buscaram compreender o comportamento delas, os elementos que dela fazem parte e como eles se relacionam entre si. Nesse sentido, temos as seguintes abordagens teóricas sobre as organizações e sua gestão: abordagem clássica da Liderança e Desenvolvimento de Equipes56 administração, abordagem das relações humanas, estruturalismo, abordagem comportamental, teoria geral de sistemas, abordagem contingencial, entre outras. Aqui nosso foco de estudo é voltado para o entendimento da visão sistêmica da liderança, e para tanto, a priori, precisamos conhecer no que consiste a teoria de sistemas e como ela descreve a organização e seus processos. A primeira coisa que precisamos saber é o que é um sistema. Nesse sentido, o definimos conforme dispõe Maximiano (2017, p. 289): Sistema é um todo complexo ou organizado; é um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo. Um conjunto de partes que interagem e funcionam como um todo é um sistema. Qualquer entendimento da ideia de sistemas compreende: • Um conjunto de entidades chamadas partes, elementos ou componentes. • Alguma espécie de relação ou interação das partes. • Propriedades do conjunto que são superiores às dos componentes individuais. Assim, podemos definir sistema como um todo complexo, composto por partes que interagem entre si de modo interdependente. Devemos entender que, do termo complexo aplicado à definição de sistemas, remete ao fato de ele ser composto por muitas partes, sendo difícil de gerir e entender. Um sistema é complexo por envolver muitas variáveis em seu funcionamento, ser formado por diferentes elementos. A partir dessa definição de sistemas surge então a teoria geral de sistemas que foi usada como lente de entendimento das organizações e nos fornece a visão das organizações como sistemas. Assim, a organização é um sistema aberto (que interage com o ambiente externo), composto por muitas partes/ Liderança e Desenvolvimento de Equipes 57 elementos interdependentes. De forma objetiva, a Figura 9 apresenta as bases da teoria de sistemas e seu entendimento sobre as organizações. DEFINIÇÃO Organização é um sistema aberto (que interage com o ambiente externo), composto por muitas partes/elementos interdependentes (SOBRAL; PECI, 2008). Figura 9: Teoria de sistemas Fonte: Adaptado de Sobral e Peci (2008, p. 6). Agora que você já conhece a base da teoria de sistemas, vamos partir para o entendimento de como a liderança deve ser exercida nas organizações como sistemas. Nesse sentido, Gil (1994) orienta que, na administração, o sistema com foco no campo da gestão de pessoas tem o profissional de liderança com seu comportamento norteado pelos seguintes aspectos: interdependência das partes, ênfase no processo, probabilismo, multidisciplinaridade, concepção multicausal, caráter descritivo, Liderança e Desenvolvimento de Equipes58 caráter multimotivacional, entre outros. Esses aspectos, para fins de melhor entendimento, encontram-se definidos no Quadro 13. Quadro 13: Aspectos norteadores do comportamento dos líderes em uma organização sistêmica Aspecto Definição Interdependência das partes Quando se concebe uma administração como sistema, torna-se possível identificar suas partes como subsistemas interdependentes, os quais, embora distintos, apresentam-se intimamente relacionados. O adequado funcionamento de um requer o feedback fornecido pelo outro. Ênfase no processo A administração sistêmica é dinâmica. A organização não é vista como uma estrutura es- tática, mas como um processo em contínua mu- dança. Probabilismo O discurso de uma organização sistêmica não é caracterizado pela certeza absoluta, mas pela probabilidade, guardando, de resto, coerência com o enfoque adotado nas ciências humanas. Multidisciplinaridade Organização sistêmica, até mesmo pela variân- cia de seus componentes, deve valer-se das con- tribuições advindas de vários campos do conhe- cimento. Concepção multicausal Quando se adota a visão sistêmica, os fenômenos observados em relação aos indivíduos e grupos tendem a ser analisados a partir da consideração dos múltiplos fatores que podem determinar ou interferir em sua ocorrência. Tal postura contrasta com as tradicionais, que pressupõem a causali- dade a partir de um fator único. Caráter descritivo Enquanto as organizações tradicionais estão mais preocupadas com o que deve ser feito, as organizações sistêmicas procuram antes com- preender os fenômenos e deixar a escolha dos objetivos e procedimentos aos indivíduos que a compõem. Liderança e Desenvolvimento de Equipes 59 Caráter multimotivacional De acordo com as teorias psicológicas de caráter sistêmico, os atos humanos podem ser determina- dos por múltiplos motivos. As organizações, por sua vez, são constituídas para a satisfação desses objetivos. Uma empresa pode ter como objetivo principal o lucro; entretanto, deve também pro- porcionar os meios para a satisfação de outros objetivos. Da mesma forma, a título de exemplo, o empregado pode não se motivar apenas com o salário (é o que vem acontecendo...), mas também com a realização profissional ou mesmo a busca de status. Participação Processo de tomada de decisões em âmbito sistêmico requer a participação daqueles que at- uam nas diferentes unidades, pois serão também destinatários das mesmas decisões, e por elas re- sponsáveis de alguma forma. Abertura Adequado funcionamento de uma organização sistêmica requer permanente abertura em relação ao ambiente (interno ou externo), bem como dis- posição para ajustar-se às alterações que aí se pro- cessam. Ênfase nos papéis As organizações sistêmicas lidam com expecta- tivas de papéis. Assim, seus membros precisam estar permanentemente informados acerca do que deles se espera em relação à organização, a seus colegas de trabalho e ao público externo. Fonte: Meinen (2007, p. 40-41). Uma vez que conheceu os aspectos que devem nortear a ação de um líder, você deve ter em mente que ele, dentro dessa perspectiva, deve usar seus conhecimentos, suas habilidades e suas atitudes para colaborar com as diversas partes da organização a partir de seus liderados. Para isso, ele deve ter conhecimentos de gestão e do funcionamento da organização como um todo. Isso porque, hoje, as organizações modernas são vistas como sistemas, de modo que mudou também o enfoque do comportamento do líder. Liderança e Desenvolvimento de Equipes60 Assim, ele passa a devolver uma liderança sistêmica, dedicando-se a sintetizar, conectar, aprender, influenciar e estimular a auto-organização e o autocontrole nas organizações. O Quadro 14 apresenta, de forma comparativa, a dedicação dos líderes na visão organizacional tradicional e
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