Prévia do material em texto
Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP TROCAS GASOSAS E CONTROLE DA VENTILAÇÃO 1. FUNÇÕES DO APARELHO RESPIRATÓRIO - Função primária: Manutenção dos gases sanguíneos Manter o balanço ácido-básico - Função secundária: Participa da termorregulação Auxilia na regulação do equilíbrio ácido-base Metaboliza substâncias Imunológica Olfação 2. TROCAS GASOSAS Ao analisar o sistema respiratório, podemos identificar 3 trocas gasosas importantes - TROCA I: entre o ar atmosférico e o pulmão (ventilação) - TROCA II: entre o pulmão e o sangue - TROCA III: entre o sistema circulatório e as células A função mais conhecida e importante da ventilação pulmonar é a de fornecer oxigênio ao sangue venoso e dele remover o excesso de gás carbônico A ventilação e o fluxo sanguíneo pulmonar (perfusão) são componentes importantes das trocas gasosas no pulmão A relação entre ventilação-perfusão é o principal determinante das trocas gasosas normais 3. DIFUSÃO E TRANSPORTE DE GASES NO ORGANISMO - A difusão ocorre na membrana alveolocapilar – membrana fina de grande área. - O que determina a difusão é a Lei de Fick, que possui duas variáveis importantes: a solubilidade e o peso molecular. - Acerca da solubilidade, ela é diretamente proporcional a difusibilidade ou constante de difusão de um gás. - Além disso, quanto mais fácil se der a difusão de um gás, maior será a velocidade de passagem do mesmo. - O CO2 possui uma solubilidade muito maior que o O2 assim, sua constante de difusão também é superior. Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP - Assim, o CO2 vai se difundir muito mais rápido que o O2 – Lei de Graham - Nesse processo de difusão, é necessário que o gás fique em contato tempo o suficiente para que a troca aconteça. - Os gradientes de pressões de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue venoso são suficientes para equilibrar as pressões parciais em 0,25s - A hemácia fica em média 0,75s em contato com a barreira alveolocapilar, para que o gás consiga atravessar e se ligar a mesma. - No exercício, temos um aumento de débito cardíaco, ocasionando uma hiperperfusão, fazendo com que ocorra um menor tempo de contato entre a hemácia e a barreira. Tal fato poderia ser prejudicial a troca, porém ao se tratar de um individuo saudável, o mesmo compensará tal fato com o aumento da ventilação. Assim, mesmo a hemácia ficando menos tempo a troca não é afetada. 4. FATORES LIMITANTES Troca limitada por perfusão (CO2 e O2): - Limitada pela quantidade de sangue que perfunde o alvéolo - Gás no sangue entra em equilíbrio com o gás alveolar Troca limitada por difusão (CO): - Alta solubilidade no sangue - Alta afinidade por Hb - Impede que o gás no sangue entre em equilíbrio com o gás alveolar - Intoxicação por monóxido de carbono 5. TRANSPORTE DE 02 - Dissolvido no plasma (3%) - Oxiemoglobina (97%) - A ligação do oxigênio com a hemoglobina é reversível, visto que o mesmo precisa ser disponibilizado para os tecidos. A hemácia deve carrear o gás, mas precisa liberá-lo. - 1 HB = 4 O2 6. CURVA DE DISSOCIAÇÃO OXI-HEMOGLOBINA - A curva de dissociação da oxi-hemoglobina ilustra a relação entre PO2, no sangue, e o numero de moléculas, e o numero de moléculas de O2 ligadas à Hb - Curva de formado sigmoide - Deslocamentos da curva para esquerda ou para direita (menor afinidade com do O2 com a hemoglobina), representam condições patológicas Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP - Interesse fisiológico: mesmo que ocorra uma grande variação na pressão parcial de O2, o amplo espectro permite que a saturação da hemoglobina se mantenha a mesma > A queda da PO2, dentro de ampla faixa de variação da pressão parcial (100 a 60 mmHg) = efeito mínimo sobre a saturação da HG (90 – 100%) - Efeito Borr: dissociação do O2 da Hb na presença de CO2, visto que a mesma possui mais afinidade pelo dióxido de carbono, 7. TRANSPORTE DE CO2 - Dissolvido - Ácido carbônico - HCO3 (bicarbonato) - Compostos carbamínicos (prot. plasma) - Carbamino-hemoglobina (HbCO2) 8. QUOCIENTE RESPIRATÓRIO - 80 moléculas de CO2 (EXP) a cada 100 moléculas de O2 (INSP) - Porção de troca respiratória: 0,8 (proporção de CO2 expirado e o O2 captado) - Quociente respiratório: nos tecidos - PaCO2 só depende da ventilação alveolar e da produção de CO2 - Existe relação inversa entre a ventilação alveolar e a PaCO2 9. CURVA DE DISSOCIAÇÃO DO CO2 - O sangue desoxigenado (sangue venoso) capta espontaneamente e transporta mais CO2 que o sangue oxigenado - Efeito Haldane: dissociação do CO2 da Hb na presença de O2 (deslocamento para a esquerda) Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP 10. GASOMETRIA - Exame realizado para avaliar a normalidade das trocas gasosas - Se coleta uma pequena quantidade de sangue arterial, avaliando o pH, a quantidade de PaCO2 e PaO2 - Existem valores de normalidade para cada um dos critérios - Assim, pode se identificar se o desequilíbrio está relacionado com a perfusão ou com a ventilação do indivíduo 11. CONTROLE DA VENTILAÇÃO Respiração: - Automática e espontânea (tronco encefálico) - O padrão automático e espontâneo pode ser modificado, alterado ou suprimido de modo voluntário - O efetor do ciclo de inspiração e expiração é a musculatura respiratória - Intervalo de descargas (neurônios) determinam a frequência respiratória - A duração das descargas e o número de unidades motoras ativadas determinam o volume corrente - Centro de controle respiratório bulbar - Outros grupos respiratórios no tronco encefálico (ponte) - Centros superiores - Receptores mecânicos pulmonares - Quimiorreceptores Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP 12. CENTRO DE CONTROLE RESPIRATÓRIO BULBAR - Ritimicidade e automaticidade do padrão respiratório - Localizado na formação reticular do bulbo, próximo ao 4º ventrículo - Dois núcleos importantes: núcleo do Trato Solitário e o Reto Ambíguo - Existem neurônios na região do bulbo e da ponte importantes para o controle da respiração - Dois agrupamentos de neurônios repiratórios: > GRD: composto por células do núcleo do trato solitário (aferências do IX e X e processa) > GRV: porção rostral do núcleo retrofacial, porção caudal do núcleo retroambíguo, porção rostral do retroambíguo e do núcleo para-ambíguo – neurônios que possuem função para estimular a inspiração e expiração > Neurônios do n. para-ambíguo -> nervo vago -> m. laríngeos e faríngeos – via vago - Inspiração: a) Aumento da frequência de descargas (contrai músculos) b) OFFSWITCH: diminuição da descarga c) Aumento da descarga (fase I da expiração) d) Reduzindo a descarga (fase II da expiração) 13. QUIMIORRECEPTORES - Detectam alterações de PH e dos gases sanguíneos - Centrais: detectam alterações no líquido cefalorraquidiano