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Transmissão sináptica (Guyton e Hall- Tratado de fisiologia médica-13 edição)

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Transmissão sináptica
↳Tipos de sinapses:
→Químicas (maioria):
O primeiro neurônio secreta por seu terminal a substância transmissora (neurotransmissores) que irá atuar em proteínas receptoras presentas na membrana do neurônio subsequente, promovendo excitação, inibição ou ainda modificar de outro modo a sensibilidade da célula.
Neurotransmissores mais conhecidos: acetilcolina, norepinefrina, epinefrina, histamina, ácido gama-aminobutírico (GABA), glicina, serotonina e glutamato.
Sua transmissão é unidirecional: neurônio pré-sináptico (que secreta o neurotransmissor) → neurônio pós-sináptico (no qual o neurotransmissor age). Esse mecanismo permite que os sinais sejam direcionados para alvos específicos.
→Elétricas: 
Os citoplasmas das células adjacentes estão conectados diretamente por aglomerados de canais de íons chamados junções comunicantes (gap junctions). Por meio dessas junções, os potenciais de ação são transmitidos de fibra muscular lisa para a próxima no músculo liso visceral e de célula muscular cardíaca para a próxima no músculo cardíaco. Sua transmissão é bidirecional.
No SNC, podem coexistir sinapses químicas e elétricas.
↳ Anatomia fisiológica da sinapse:
OBS: Neurônios localizados em outras partes da medula e do encéfalo diferem do neurônio motor no:
1. Tamanho do corpo celular;
2. Comprimento, tamanho e número de dendritos;
3. Comprimento e calibre do axônio;
4. Número de terminais pré-sinápticos 
Essas diferenças fazem esses neurônios reagirem de modo diferente dos sinais sinápticos aferentes e executarem muitas funções distintas.
→Terminais pré-sinápticos (botões sinápticos):
· Encontram-se de 10.000 a 200.000 nas superfícies dos dendritos e do corpo celular do neurônio motor (a maioria dos dendritos);
· São as porções finais terminais de ramificações de axônios de diversos outros neurônios;
· Podem ser excitatórios ou inibitórios, dependendo do neurotransmissor que secretarem;
· Fenda sináptica: separa o terminal pré-sináptico do corpo celular do neurônio pós-sináptico;
· Estruturas internas importantes para a função excitatória ou inibitória da sinapse:
Vesículas transmissoras- contêm o neurotransmissor que irá excitar o neurônio pós-sináptico se a membrana neuronal tiver receptores excitatórios, e inibir se os receptores forem inibitórios
Mitocôndrias- fornecem o trifosfato de adenosina (ATP) que supre a energia necessária para sintetizar novas moléculas de neurotransmissores.
Quando o potencial de ação chega ao terminal pré-sináptico, a despolarização de sua membrana faz com que as vesículas liberem neurotransmissores na fenda sináptica. A liberação dessa substância provoca alterações imediatas nas características de permeabilidade da membrana neuronal pós-sináptica, o que leva à excitação ou à inibição do neurônio pós sináptico, dependendo das características do receptor neuronal.
↳ Mecanismo pelo qual o potencial de ação provoca a liberação de neurotransmissor pelos terminais pré-sinápticos- o papel dos íons cálcio:
→A membrana pré-sináptica tem um grande número de canais de cálcio dependentes de voltagem que se abrem quando o potencial de ação despolariza a membrana e permitem a passagem de íons cálcio para o terminal pré-sináptico.
OBS: A quantidade de neurotransmissor liberada na fenda sináptica é diretamente proporcional ao número de íons cálcio que entram
Acredita-se que os íons cálcio que entram no terminal pré-sináptico se ligam a moléculas de proteínas especiais presentes na superfície interna da membrana pré-sináptica (sítios de liberação), provocando a abertura desses sítios e possibilitando que algumas vesículas liberem os neurotransmissores na fenda sináptica. 
↳Ação da substância transmissora sobre o neurônio pós-sináptico- função das “proteínas receptoras”:
→A membrana do neurônio pós sináptico contém proteínas receptoras compostas pelo:
1. Componente de ligação (externo)- local onde se liga o neurotransmissor;
2. Componente intracelular- atravessa toda a membrana pós-sináptica até alcançar o interior do neurônio pós-sináptico.
→A ativação dos receptores controla a abertura dos canais iônicos da célula pós-sináptica por:
1. Controle diretos dos canais iônicos para permitir a passagem de tipos específicos de íons através da membrana- receptores ionotrópicos; ou 
2. Mediante a ativação de um “segundo mensageiro” que não é canal iônico. É uma molécula que, projetando-se para o citoplasma da célula, ativa uma ou mais substâncias localizadas no interior do neurônio pós-sináptico. Aumentam ou diminuem determinadas funções celulares específicas- receptores metabotrópicos.
Canais iônicos:
São de dois tipos:
· Canais catiônicos:
Permitem a passagem de íons sódio quando aberto e, as vezes, deixam íons potássio e/ou cálcio também;
Esses canais são revestidos com cargas negativas que atraem o íon sódio carregado positivamente;
Os neurotransmissores que abrem os canais catiônicos são excitatórios (as cargas positivas excitam o neurônio).
· Canais aniônicos:
Permitem a passagem de íons cloreto e também pequenas quantidades de outros ânios;
Os neurotransmissores que abrem os canais aniônicos são inibitórios.
A abertura e o fechamento desses canais são os meios para o controle muito rápido dos neurônios pós-sinápticos.
Sistema de “segundos mensageiros”: importante para modificar as características das respostas a longo prazo das diferentes vias neuronais.
Muitas funções do sistema nervoso (ex.: processo da memória) requerem mudanças prolongadas nos neurônios, com a duração de segundos a meses após a substância transmissora não estar mais presente. Em muitos casos, a excitação ou inibição neuronal pós-sináptica prolongada é realizada pela ativação do sistema químico de “segundos mensageiros”.
Um dos tipos mais comuns desse sistema utiliza o grupo de proteínas G:
· O complexo de proteínas G inativo está livre no citosol e é formado por: guanosina difosfato (GDP) e mais três componentes (alfa- porção ativadora da proteína G, beta e gama);
· Quando o receptor é ativado por um neurotransmissor, após um impulso nervoso, o receptor sofre uma mudança conformacional, que deixa exposto um local de ligação ao complexo de proteínas G.;
· Essa ligação permite que o componente alfa libere GDP e se ligue a uma guanosina trifosfato (GTP) ao mesmo tempo que separa os componentes beta e gama do complexo. 
O complexo alfa-GTP tem liberdade de movimento no citoplasma celular e executa uma ou múltiplas funções, dependendo da característica específica de cada tipo de neurônio.
1. Abertura de canais iônicos específicos na membrana da célula pós-sináptica: o canal de potássio que se abre em resposta à proteína G, em geral, permanece aberto por tempo prolongado, ao contrário do que acontece com os canais iônicos ativados diretamente que fecham rápido;
2. Ativação do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) ou monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) na célula neuronal que podem ativar a maquinaria metabólica muito específica do neurônio, podendo iniciar alterações a longo prazo na estrutura da célula que, por sua vez, alteram a excitabilidade do neurônio por longo tempo;
3. Ativação de uma ou mais enzimas intracelulares que podem induzir uma ou mais funções químicas específicas da célula;
4. Ativação da transcrição gênica que pode provocar a formação de novas proteínas pelo neurônio, modificando a sua maquinaria metabólica ou sua estrutura. 
As alterações estruturais dos neurônios, quando ativada de forma apropriada, ocorrem especialmente nos processos de memória a longa duração.
A inativação da proteína G ocorre quando o alfa-GTP é hidrolisado para formar GDP. Essa ação leva o componente alfa a liberar-se de sua proteína-alvo, o que inativa os sistemas de segundos mensageiros, e em seguida volta a combinar-se com os componentes beta e gama. 
↳Receptores excitatórios ou inibitórios na membrana pós-sináptica: Mecanismos:
→Excitação
1. Abertura dos canais de sódio: aumenta o potencial intracelular da membrana;
2. Condução reduzida pelos canais de cloreto ou potássio ou de ambos: faz com que opotencial intracelular da membrana fique mais positivo que o normal;
3. Alterações no metabolismo do neurônio pós-sináptico: aumentam o número de receptores de membrana excitatórios ou diminuem o número de receptores inibitórios.
→Inibição:
1. Abertura dos canais para íons cloreto: aumenta a negatividade interna;
2. Aumento da condutância dos íons potássio para o exterior dos neurônios: provoca aumento da negatividade do lado interno;
3. Ativação de enzimas receptoras que inibem as funções metabólicas celulares: promovem o aumento do número de receptores sinápticos inibitórios ou a diminuição de receptores excitatórios.
↳Substâncias químicas que atuam como transmissores sinápticos:
→Neurotransmissores com moléculas pequenas e de ação rápida.:
· Induzem as respostas mais agudas do sistema nervoso (transmissão de sinais sensoriais para o encéfalo e sinais motores do encéfalo para os músculos).
· São sintetizados no citosol do terminal pré-sináptico e entram nas vesículas sinápticas por meio de transporte ativo;
· As vesículas que armazenam neurotransmissores de molécula pequena são recicladas e utilizadas repetitivamente. Isso ocorre porque a membrana vesicular ainda contém as proteínas enzimáticas apropriadas ou as proteínas transportadoras necessárias para sintetizar e/ou armazenar a nova substância transmissora. Depois de se fundir à membrana sináptica, a membrana vesicular se invagina, desprendendo-se de onde estava e voltando a formar uma nova vesícula. (ex.: acetilcolina obedece a esse princípio).
Características de alguns neurotransmissores:
↪Acetilcolina: em muitos casos tem efeito excitatório, entretanto tem efeito inibitório em algumas terminações nervosas parassimpáticas periféricas (ex.: inibição do coração pelo nervo vago). É secretada por:
· Terminais das grandes células piramidais do córtex motor;
· Diferentes neurônios nos gânglios;
· Neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos;
· Neurônios pré-ganglionares do SNA;
· Neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático;
· Alguns neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático.
↪Norepinefrina: se liga a receptores excitatórios, e em poucas áreas liga-se a receptores inibitórios: É secretada por:
· Terminais de diversos neurônios cujos corpos celulares estão localizados no tronco cerebral e no hipotálamo;
· Maioria dos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, onde excita alguns órgãos e inibe outros.
↪Dopamina: efeito inibitório, em geral. É secretada por:
· Neurônios que se originam na substância negra.
↪Glicina: inibitória. É secretada por:
· Sinapses da medula espinhal.
↪GABA: inibitório. É secretado por:
· Terminais nervosos situados na medula espinhal, no cerebelo, nos gânglios da base e em diversas áreas do córtex.
↪Glutamato: excitatório. É secretado por:
· Terminais pré-sinápticos em muitas vias sensoriais aferentes, assim como em diversas áreas do córtex cerebral.
↪Serotonina: inibidor das vias da dor na medula espinhal (acredita-se que sua ação inibitória nas regiões superiores do sistema nervoso auxilie no controle do humor do indivíduo, provocando sono possivelmente). É secretada por:
· Núcleos que se originam na rafe mediana do tronco cerebral e se projetam para diversas áreas encefálicas e da medula espinhal, especialmente para os cornos dorsais da medula espinhal e para o hipotálamo.
↪Óxido nítrico: não induz grandes alterações do potencial de membrana no neurônio pós-sináptico, mas modifica as funções metabólicas intracelulares que provocam alterações na excitabilidade do neurônio por alguns segundos, minutos ou até mesmo por mais tempo. É secretado por:
· Terminais nervosos em áreas encefálicas responsáveis pelos comportamentos a longo prazo e pela memória.
O óxido nítrico, diferente dos outros, não é formado e armazenado em vesículas no terminal pré-sináptico, ele é sintetizado quase instantaneamente conforme a sua necessidade, quando se difunde para fora dos terminais pré-sinápticos 
→Neuropeptídeos de tamanho molecular maior e de ação lenta.:
· Quantidades liberadas são bem menores em relação as dos neurotransmissores, porém eles têm um potencial mil vezes maior do que a dos neurotransmissores.
· Provocam ações mais prolongadas (mudança a longo prazo do número de receptores neuronais, abertura ou fechamento por longos períodos de certos canais iônicos e mudanças a longo prazo do número ou dimensão das sinapses).
· São sintetizados como partes integrais de grandes moléculas proteicas pelos ribossomos situados no corpo celular do neurônio.
As moléculas proteicas entram no espaço interno do retículo endoplasmático e depois no Aparelho de Golgi, onde passam por duas alterações:
1. A proteína formadora de neuropeptídeo é clivada por ação enzimática, formando fragmentos menores que são o próprio neuropeptídeo ou seu precursor;
2. O Aparelho de Golgi empacota o neuropeptídeo em vesículas que são liberadas no citoplasma.
As vesículas são transportadas pelo fluxo axônico até as terminações das fibras nervosas, onde irão liberar seu conteúdo em resposta a potenciais de ação.
OBS: essa vesícula passa por autólise e não é reutilizada.
↳Eventos elétricos durante a excitação neuronal:
→Potencial de repouso da membrana do corpo celular do neurônio:
O potencial de repouso da membrana desse neurônio motor é -65mV (menos negativo do que os -90mV encontrados nas grandes fibras nervosas periféricas e nas fibras de músculo esquelético). 
A voltagem mais baixa é importante porque permite o controle tanto positivo quanto negativo do grau de negativo do grau de excitabilidade do neurônio., mecanismo base para a excitação e a inibição.
→Diferenças de concentração dos íons através da membrana do corpo celular do neurônio:
· Íons sódio e potássio: influenciados pela bomba de Na+K+ 
· Íons cloreto: a razão principal para a baixa concentração de íons Cl- no neurônio é o potencial de -65mV da célula que, por ser negativo, repete os íons cloreto com carga negativa, forçando-os para fora através dos canais.
O potencial elétrico através da membrana celular pode se opor aos movimentos dos íons através dessa membrana - potencial de Nernst para esse íon.
Íons sódio: 142mEq/l no exterior 14mEq/l no interior = o potencial de membrana que irá se opor ao movimento dos íons sódio através dos canais de sódio é de +61mV. Como o potencial de membrana real é de -65mV os íons sódio que vazam para o interior são imediatamente bombeados de volta para o exterior pela bomba de sódio.
Íons potássio: 120mEq/l no exterior 4,5mEq/l = potencial de Nernst de -86mV. Esse potencial é mais negativo que os -65 da membrana, por isso existe uma tendência efetiva dos íons potássio se difundirem para fora do neurônio, mas esse efeito é contrabalançado pelo bombeamento contínuo dos íons potássio para o interior da célula.
Íons cloreto: 107mEq/l no exterior 8mEq/l no interior = potencial de Nernst de -70mV. Esse potencial é ligeiramente mais negativo que os -65, portanto os íons cloreto tendem a penetrar com pequena intensidade no interior dos neurônios, mas esses poucos íons que penetram são lançados para fora pela bomba ativa de cloreto. 
→Distribuição uniforme do potencial elétrico dentro do corpo celular:
Qualquer alteração do potencial, em qualquer parte do corpo celular, induz à alteração quase precisamente igual do potencial, em todos os outros pontos do corpo celular (enquanto o neurônio não estiver transmitindo um potencial de ação).
→Efeito da excitação sináptica na membrana pós-sináptica- potencial excitatório pós-sináptico:
1. Neurônio em repouso; 
2. Um neurotransmissor age sobre receptor excitatório de membrana, aumentando a permeabilidade da membrana ao sódio. Devido ao grande gradiente de concentração e à acentuada negatividade elétrica do neurônio, íons sódio se difundem rapidamente para a célula. O rápido influxo dos íons sódio com carga positiva neutraliza parte da negatividade do potencial de repouso da membrana, aumentando o potencial de repouso da membrana para um valor mais positivo, -45mV Esse aumentoé chamado de potencial pós-sináptico excitatório (PPSE), porque se esse potencial aumentar até o limiar na direção positiva irá provocar o potencial de ação no neurônio pós-sináptico e, dessa forma, o excitando.
Somação: descargas simultâneas de vários terminais (de 40 a 80) ao mesmo tempo ou em rápida sucessão que provocam o PPSE.
*PPSE: +20mV (excitatório)
→Geração do potencial de ação no segmento inicial do axônio ao emergir do neurônio- limiar de excitação:
Quando o PPSE aumenta o suficiente na direção positiva, passa por valor em que ele deflagra o potencial de ação no neurônio.
O potencial de ação não se inicia nas regiões adjacentes às sinapses excitatórias, mas sim no segmento inicial do axônio (ponto em que o axônio emerge do corpo celular). Isso ocorre porque o corpo celular tem poucos canais de sódio dependentes de voltagem em sua membrana, tornando difícil que o PPSE promova a abertura da quantidade de canais de sódio necessária para disparar o potencial de ação.
OBS: o segmento inicial tem concentração 7x maior de canais sódio dependentes de voltagem do que o corpo celular e assim pode gerar potencial de ação com muito mais facilidade do que a soma neuronal.
Uma vez disparado o potencial de ação, ele se propaga na direção periférica ao longo do axônio e também de modo retrógrado em direção ao corpo celular e, algumas vezes, retrogradamente pelos dendritos.
↳Eventos elétricos durante a inibição neuronal:
→Efeito das sinapses inibitórias sobre a membrana pós-sináptica- potencial inibitório pós-sináptico:
3. As sinapses inibitórias promovem, principalmente, a abertura de canais de cloreto que irá permitir que os íons cloreto com carga negativa entrem para o meio intracelular e tornem o potencial de membrana no interior do neurônio mais negativo (-70mV) que o normal. 
A abertura dos canais de potássio vai permitir que os íons potássio com carga positiva se dirijam para o exterior, tornando o potencial de membrana no interior do neurônio mais negativo também.
*PPSI: -5mV (inibitório)
Com isso ocorre uma hiperpolarização que inibe o neurônio por estar o potencial de membrana ainda mais negativo que o potencial intracelular normal. Chamamos esse aumento da negatividade de PPSI (potencial inibitório pós-sináptico).
Essa é uma inibição pós-sináptica!
↳Inibição pré-sináptica:
É causada pela liberação de substância inibitória nos terminais nervosos pré-sinápticos, antes mesmo que esses terminais atinjam o neurônio pós sináptico.
Essa inibição ocorre em muitas vias sensoriais no sistema nervoso.
Na maioria das vezes, o neurotransmissor inibitório é o GABA.
· Essa liberação tem efeito específico (abrir canais aniônicos permitindo a difusão de íons cloreto para o terminal da célula, sendo as suas cargas negativas responsáveis por inibir a transmissão sináptica porque cancelam boa parte do efeito excitatório dos íons sódio com carga positiva que também entram nos terminais quando chega o potencial de ação).
↳Curso temporal dos potenciais pós-sinápticos:
Quando a sinapse excitatória excita o neurônio motor, a membrana neuronal fica muito permeável aos íons sódio por um período de 1 a 2 milissegundos. Durante esse espaço de tempo, uma quantidade suficiente de íons de sódio se difunde rapidamente para o interior do neurônio motor, aumentando seu potencial intraneuronal por alguns milissegundos e, assim, criando o PPSE (curvas azul e verde). Esse potencial diminui nos 15 milissegundos subsequentes, tempo necessário para que o excesso de cargas positivas saia do neurônio excitado e se reestabeleça o potencial de repouso.
No PPSI, a sinapse inibitória aumenta a permeabilidade da membrana parra os íons potássio ou cloreto ou ambos, por um período de 1 a 2 milissegundos, e esse evento provoca a diminuição do potencial de membrana para um valor mais negativo do que o normal, gerando o PPSI. Tal potencial também desaparece nos próximos 15 milissegundos. 
OBS: neuropeptídeos podem excitar ou inibir o neurônio pós-sináptico por centenas de milissegundos, segundos, minutos ou até mesmo horas. 
↳Somação espacial nos neurônios- limiar de disparo: somação de potenciais pós-sinápticos simultâneos pela ativação de múltiplos terminais em áreas muito espaçadas na membrana neuronal até que a excitação neuronal ocorra.
Para cada sinapse excitatória que dispara simultaneamente, o potencial de membrana total fica mais positivo de 0,5 a 1,0mV. Quando o PPSE se torna grande o suficiente, o limiar de disparo será alcançado e o potencial de ação vai ser gerado espontaneamente no segmento inicial do axônio. 
↳Somação temporal causada por descargas sucessivas de um terminal pré-sináptico:
O potencial pós-sináptico modificado pode durar até 15 milissegundos depois dos canais de membrana já terem se fechado.
A segunda abertura desses canais pode aumentar o potencial pós-sináptico até um nível ainda maior e quanto mais rápida a velocidade de estimulação, maior será o potencial pós-sináptico. 
Desse modo, descargas sucessivas de um só terminal pré-sináptico, se ocorrerem com rapidez suficiente, podem ser adicionadas uma às outras, se somando (somação temporal).
↳Somação simultânea dos potenciais :
Se o PPSI tender a promover valor menor de potencial de membrana para valor mais negativo, enquanto o PPSE tender a aumentar o potencial de membrana ao mesmo tempo, esses dois efeitos podem se anular completamente ou parcialmente.
↳Facilitação dos neurônios:
Geralmente, a somação dos potenciais pós-sinápticos é excitatória, mas não se aumenta até o ponto de atingir o limiar para o disparo do neurônio pós-sináptico.
O neurônio está sendo facilitado quando seu potencial de membrana está mais próximo do limiar de disparo do que o normal, mas ainda não no nível do disparo. Assim, quando outro sinal excitatório chegar ao neurônio irá excitá-lo muito facilmente. 
↳Funções especiais dos dendritos na excitação neuronal:
→Amplo campo espacial de excitação dos dendritos:
· Possibilita uma grande possibilidade para a somação de sinais de diversas fibras nervosas pré-sinápticas distintas;
· De 80 a 95% de todos os terminais pré-sinápticos terminam nos dendritos.
→A maioria dos dendritos não pode transmitir potenciais de ação, mas pode transmitir sinais no mesmo neurônio por condução eletrotônica.
Decretamento de condução eletronônica nos dendritos- maior efeito excitatório ou inibitório das sinapses localizadas nas proximidades do corpo celular:
· Altos níveis de PPSE nas extremidades dos dendritos;
· No entanto, grande parte do PPSE é perdida antes que atinja o corpo celular, pois como os dendritos são longos e suas membranas delgadas e, ao menos, parcialmente permeáveis aos íons potássio e cloreto, há um vazamento da corrente elétrica. 
· Essa redução do potencial de membrana, à medida que se propaga eletrotonicamente pelos dendritos em direção ao corpo é chamada de condução decremental.
OBS: quanto mais longe a sinapse excitatória estiver do corpo celular menor será o sinal excitatório que chega ao corpo celular.
→Somação da excitação e da inibição nos dendritos:
· Os dendritos podem somar os potenciais pós-sinápticos excitatórios e inibitórios, da mesma forma que o corpo celular.
↳Relação entre estado de excitação do neurônio e frequência de disparo:
→O “estado excitatório” do neurônio é definido como o impulso excitatório resultante da somação dos potenciais excitatórios e inibitórios nesse neurônio:
-Se existe grau de maior de excitação do que de inibição no neurônio em dado instante, se diz que esse é um estado excitatório;
-Se existe mais inibição que excitação, se diz estado inibitório.
Quando o estado excitatório do neurônio aumenta acima do limiar de excitação, o neurônio disparará repetitivamente durante o tempo em que o estado excitatório permanecer nesse nível.
· O neurônio 1 tem baixo limiar para excitação, quanto o 3 tem limiar alto;
· O neurônio 2 tem menor frequência máxima de disparo rápido, enquanto o neurônio 3 tem maior.
Alguns neurônios do SNC disparam continuamente porque mesmo o estado excitatório normal está acimado limiar. Suas frequências de disparo podem, em geral, ser ainda mais elevadas pelo aumento de seu estado excitatório. 
Neurônios diferentes respondem de modo de modo distinto, têm diferentes limiares de excitação e apresentam grandes diferenças nas frequências máximas de disparo.
↳Características especiais da transmissão sináptica:
→Fadiga da transmissão sináptica: quando a frequência de disparo começa a diminuir progressivamente nos próximos milissegundos ou segundos após as sinapses excitatória terem sido repetitivamente estimuladas.
· Consiste principalmente na exaustão total ou parcial dos estoques de substância transmissora nos terminais pré-sinápticos;
OBS: Os terminais excitatórios podem armazenar neurotransmissores excitatórios suficientes para provocar apenas cerca de 10.000 potenciais de ação, e o neurotransmissor pode ser esgotado por estimulação de apenas poucos segundos ou minutos.
· Fatores que resultam na fadiga:
1. Inativação progressiva de muitos receptores de membrana pós-sinápticos;
2. Lento desenvolvimento de concentrações anormais de íons na célula neuronal pós-sináptica.
O desenvolvimento da fadiga é um mecanismo protetor contra a atividade neuronal excessiva.
Ex.: A fadiga é provavelmente o meio mais importante pelo qual o excesso de excitabilidade do cérebro, durante convulsão epiléptica, é, por fim, superado e então o ataque cessa.
→Efeito da acidose ou da alcalose na transmissão:
· Acidose (diminuição do pH do líquido intersticial): deprime a atividade neuronal de modo drástico, promovendo estado de coma;
· Alcalose (aumento do pH do líquido intersticial): aumenta acentuadamente a excitabilidade neuronal, podendo provocar ataque epilético.
→Efeito da hipoxia na transmissão sináptica:
Hipoxia: cessação de disponibilidade de oxigênio
· Mesmo que apenas por alguns segundos, pode provocar completa ausência de excitabilidade de alguns neurônios.
→Efeito dos fármacos sobre a transmissão sináptica:
· Cafeína, teofilina e teobromina, encontradas no café, no chá e no cacau, respectivamente, aumentam a excitabilidade neuronal por reduzirem o limiar de excitação dos neurônios.
Estricina também aumenta a excitabilidade neuronal, por inibir a ação de algumas substâncias transmissoras inibitórias (especialmente o efeito inibitório da glicina na medula espinhal).
Os efeitos dos neurotransmissores excitatórios passam a ser preponderantes e os neurônios ficam tão excitados que produzem rápidas descargas repetitivas, resultando em espasmos musculares tônicos graves.
· Anestésicos: a maioria aumenta o limiar para excitação da membrana neuronal, reduzindo a transmissão sináptica em muitos pontos do sistema nervoso.
Devido ao fato de que grande parte dos anestésicos é lipossolúvel, tem sido afirmado que algumas dessas substâncias podem mudar as características físicas das membranas neuronais, respondendo menos aos agentes excitatórios.
→Retardo sináptico:
Durante a transmissão do sinal neuronal do neurônio pré para o pós-sináptico certa quantidade de tempo é consumida no processo da:
1. Descarga da substância transmissora pelo terminal pré-sináptico;
2. Difusão do neurotransmissor para a membrana neuronal pós-sináptica;
3. Ação do neurotransmissor no receptor de membrana;
4. Ação do receptor promovendo o aumento da permeabilidade da membrana;
5. Difusão do sódio para o neurônio, aumentando o PPSE até o nível que provoque o potencial de ação.
O período para que esses eventos ocorram é chamado de retardo sináptico, durando em torno de 0,5 milissegundos.
Da medida do tempo de retardo, pode ser estimado o número de neurônios em série presentes no circuito.

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