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ED - Responsabilidade Social - Respostas Simulador Parcial Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 1 1. Questão Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” - Filósofa norte-americana exortou que o feminismo negro defenda punições alternativas à prisão. Professora defendeu que movimento no Brasil, incluindo o das domésticas, seja referência para EUA. As pessoas que lotavam as cadeiras [...] ouviram a filósofa e ícone da luta pelos direitos civis dos EUA conclamar contra os que considera algozes, do Governo Trump ao sistema carcerário mundial "depositário dos humanos considerados lixo": "Com a força e o poder das mulheres negras desta região, nós resistiremos". A ativista argumentou que é preciso relacionar a violência de gênero a "violências institucionais" para buscar outras maneiras de combater o sexismo: "Não são as pessoas individualmente que decidem que a violência é a resposta; são as instituições ao nosso redor que estão saturadas de violência. Se o Estado usa a violência policial para solucionar problemas, há a mensagem de que a violência também pode ser usada para resolver problemas em outras esferas como os relacionamentos. Não podemos excluir a violência de gênero de outras violências institucionais", pontuou a filósofa. Presa em 1970 acusada de conspiração e homicídio após envolvimento com o movimento dos Panteras Negras nos EUA e pesquisadora sobre o sistema carcerário, a ativista estabeleceu as relações entre o sistema escravista e o sistema prisional. [...] Davis lembrou a trajetória de mulheres negras brasileiras e enfatizou a sua importância na construção de novas lideranças e de novos formatos de liderança. Questionou seu lugar como difusora privilegiada das ideias do feminismo negro por ser norte-americana. "As mulheres dos EUA têm muito a aprender com a longa história de luta do feminismo negro no Brasil." "Mãe Stela de Oxossi me falou sobre a importância das mulheres negras na preservação das tradições do candomblé. Vi a importância de Dona Dalva para manter a tradição do samba de roda no Recôncavo Baiano", contou. Ela também elogiou o movimento organizado bem-sucedido das trabalhadoras domésticas negras. "Nos EUA não conseguimos estruturar essa categoria com sucesso. A liderança dessas mulheres não se estrutura naquele individualismo carismático masculino que vimos no passado. É um tipo de liderança que enfatiza o coletivo e as comunidades onde vivem", afirmou ela. A professora fez questão de mencionar Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de despejo, um diário de uma moradora de favela em São Paulo dos anos 60, para dizer que a escritora “nos lembrou que a fome deveria nos fazer refletir sobre as crianças e o futuro”. Também disse que a antropóloga e ativista baiana Lélia Gonzalez foi pioneira nas conexões entre raça, classe e gênero quando pouco se falava nisso. "Ela já falava sobre os elos entre negros e indígenas na luta por direitos. Essa é uma das lições que os EUA podem aprender com o feminismo negro daqui.'' Davis foi ovacionada ao dizer que considera o movimento das mulheres negras o mais importante do Brasil hoje "na busca por liberdade". Antes de Salvador, num encontro internacional sobre feminismo negro e decolonial em Cachoeira, ela já havia defendido o poder de transformação da mobilização: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo". ED - Responsabilidade Social - Respostas Simulador Parcial Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 2 A partir das reflexões de Angela Davis e sua atuação na luta contra a segregação nos EUA, é correto afirmar que: a) Ao afirmar que “Mãe Stela de Oxossi me falou sobre a importância das mulheres negras na preservação das tradições do candomblé”, Angela Davis reitera uma visão de que a resistência da população negra nas Américas também se dá por meio da preservação de suas culturas ancestrais. (correta) b) A ação de Angela Davis, como líder dos Panteras Negras, sempre foi marcada pela violência - postura que diferenciava o movimento de líderes passivos, como Rosa Parks. c) Ao afirmar que “A liderança dessas mulheres não se estrutura naquele individualismo carismático masculino que vimos no passado”, Davis questiona as capacidades dos homens como líderes da sociedade no futuro. d) A relação que Davis estabelece entre Brasil e Estados Unidos só é possível por conta do passado escravocrata dos dois países, porém, diferentemente de nosso país, os EUA estabeleceram políticas efetivas de integração e reparação nos anos seguintes à abolição. e) A referência a diferentes militantes comunistas da história brasileira reitera a percepção socialista da realidade social pretendida por Angela Davis. 2. Questão A imagem abaixo é da pequena Ruby Bridges sendo escoltada (por meio de um mandato judicial) por oficiais do governo até a escola para protegê-la de possíveis agressões, em Nova Orleans em 1960. A respeito do cenário da militância pelos direitos civis nos EUA, é correto afirmar que: a) A presença de oficiais garantindo o direito de uma criança em caminhar em segurança à escola indica a existência de formas de violência mais extremas que a simples segregação racial. (Correta) b) A intervenção do governo dos EUA se deu de maneira ambígua, já que o Partido Republicano era favorável ao fim da segregação e o Partido Democrata defendeu os princípios racistas de sua constituição até a proclamação dos direitos civis. c) A situação descrita na imagem acima, infelizmente, ainda é comum em muitas cidades dos EUA que não garantem a matrícula de jovens estudantes negros. d) Conquistas como o direito à educação não segregada, por meio de ordens judiciais, mostram como a ação direta e as manifestações de diversas lideranças do movimento negro eram ações fúteis, que apenas aumentavam a separação entre brancos e negros nos EUA. e) Não era necessário clamar por intervenção estatal na resolução do problema já que o mercado e a sociedade como um todo eram favoráveis ao fim da segregação racial. 3. Questão A luta por direitos é, no fundo, uma luta por oportunidades. Ao pedir por oportunidades, o negro não está buscando caridade. Ele não quer definhar enquanto vive de pagamentos da assistência social, assim como qualquer outro homem. Ele não quer que lhe seja dado ED - Responsabilidade Social - Respostas Simulador Parcial Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 3 um emprego para o qual ele não está capacitado. Tampouco, entretanto, ele quer que digam a ele que não há lugar onde ele pode ser treinado para estar capacitado. Então, com oportunidades iguais deve vir a ajuda prática e realista que vai lhe dar instrumentos para conquistar essas oportunidades. Dar um par de sapatos a um homem que não aprendeu a andar é um gesto cruel. (LUTHER KING JR., 1963). Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:evFG49ApQ14J:www.thekingc enter.org/archive/document/mlk-address-racial-injustice-poverty-and-war+&cd=1&hl=pt- BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b>. Acesso em: 05 out. 2018. Tradução do autor. A partir do trecho apresentado e da história da luta contra a segregação racial nos EUA, é correto afirmar que: a) No trecho “com oportunidades iguais deve vir a ajuda prática e realista que vai lhe dar instrumentos para conquistar essas oportunidades”, podemos apontar as cotas raciais na educação como um exemplo dessa ajuda. (Correta) b) No trecho “Ele não quer definhar enquanto vive de pagamentos da assistência social”, Martin Luther King Jr. critica, explicitamente, os valores pagos pelo governo dos EUA àqueles que precisam de auxílio social. c)Ao afirmar que “A luta por direitos é, no fundo, uma luta por oportunidades”, Martin Luther King Jr. dissocia as conquistas políticas da luta pelos direitos civis dos negros às reformas sociais que auxiliem o negro. d) Ao afirmar “o negro não está buscando caridade”, Martin Luther King Jr. se posiciona claramente contra a existência de cotas raciais nas instituições de ensino. e) Ao afirmar que o negro “não quer que lhe seja dado um emprego para o qual ele não está capacitado”, Martin Luther King Jr. admite que a culpa do desemprego entre negros é da própria comunidade afro-americana. 4. Questão A charge abaixo foi publicada pelo jornal Miami Herald no ano de 2013. Ela aborda a polêmica existente nos EUA sobre a obrigatoriedade de um documento de identificação para participar das eleições. A respeito do direito ao voto da população afro-americana ao longo do século XX é correto afirmar que: a) O direito ao voto dos afro-americanos não era uma das principais bandeiras de Martin Luther King Jr., que, como vimos, se preocupou, sobretudo, com questões sociais que afligiam o negro nos EUA: o desemprego e a baixa escolaridade, por exemplo. b) Em nenhum momento do século XX o direito ao voto foi explicitamente negado pela Constituição ou pelo governo federal nos EUA, o que não impediu que surgisse uma série de medidas que obstaculizaram ou impediram esse direito nos municípios e estados – sobretudo no Sul. (Correta) c) O direito ao voto sempre foi garantido aos negros nos EUA, infelizmente, porém, até a lei dos Direitos Civis de 1963, era vetada a possibilidade de que afro-americanos pudessem concorrer como candidatos aos cargos políticos. d) Após a morte de Martin Luther King Jr. e a aprovação da nova lei dos Direitos Civis de 1968 – com a liderança de Coretta Scott King – finalmente se colocou fim, em definitivo, a instrumentos de segregação nos EUA. ED - Responsabilidade Social - Respostas Simulador Parcial Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 4 e) A exigência de registros e documentos de identificação para os eleitores nos EUA foi necessária diante das constantes manipulações dos resultados eleitorais que, como de costume, diminuíram o peso dos colégios eleitorais majoritariamente habitados por afro-americanos. 5. Questão O discurso abaixo foi realizado por Malcolm X meses antes de seu assassinato. Leia-o com atenção e responda à questão: [...] é ruim que sigamos nos referindo a nós mesmos como nos chamam, “Negros”, isso é negativo. Quando nós dizemos “nos chamam de Negros” isso é para chamar atenção para o fato de que não somos, mas que estão dizendo que somos. Nós somos africanos, e acontece de estarmos na América. Nós não somos americanos. Nós somos pessoas que, no passado, foram africanos que foram sequestrados e trazidos para a América. Nossos pais ancestrais não eram peregrinos. Nós não desembarcamos em Plymouth Rock [local onde desceram os primeiros calvinistas ingleses considerados nos EUA como fundadores do país]: Plymouth Rock desembarcou em nós. Nós fomos trazidos aqui contra nossa vontade; nós não fomos trazidos aqui para nos tornarmos cidadãos. Nós não fomos trazidos aqui para gozar de benefícios constitucionais dos quais se fala tão lindamente hoje. Porque nós não fomos trazidos aqui para sermos feitos cidadãos - hoje, nós que estamos, em certo nível, acordando, começamos a perguntar por aquelas coisas que eles dizem supostamente ser para todos os americanos... E eles olham para nós com hostilidade e inimizade. (MALCOLM X, “The ballot or the bullet”, [1964]. A partir do trecho apresentado, do autor e dos impasses da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é correto afirmar que: a) Ao afirmar “Nós não somos americanos”, Malcolm X indica que seu sonho de um país integrado entre brancos e negros a partir de valores cristãos ainda estava muito longe de se realizar. b) Ao afirmar “hoje, nós que estamos, em certo nível, acordando, começamos a perguntar por aquelas coisas que eles dizem supostamente ser para todos os americanos”, Malcolm X questiona a liderança de Martin Luther King Jr., que negava a viabilidade da integração entre brancos e negros nos EUA. c) Ao afirmar “... E eles olham para nós com hostilidade e inimizade”, “eles” referia-se às divisões internas do movimento negro. d) Ao afirmar “Nós fomos trazidos aqui contra nossa vontade; nós não fomos trazidos aqui para nos tornarmos cidadãos”, Malcolm X enfatiza o passado escravocrata dos EUA. (Correta) e) Ao afirmar “Plymouth Rock desembarcou em nós”, Malcolm X questiona a versão oficial da história estadunidense, que se baseia numa narrativa heroica de católicos, perseguidos religiosos, que criaram uma terra de paz, liberdade e diversidade.
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