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ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Pescoço 1. OSSOS E FÁSCIA DO PESCOÇO ● Os ossos do pescoço são as vértebras cervicais e o hioide; ● O hioide é um osso móvel localizado na parte anterior do pescoço no nível da vértebra C3. Do ponto de vista funcional, o hioide é um local de inserção para os mm. anteriores do pescoço e atua como suporte para manter a via respiratória aberta. Possui corpo e cornos maior e menor; ● As estruturas do pescoço são recobertas pela tela subcutânea cervical e separadas em compartimentos por camadas de fáscia cervical; ● A tela subcutânea cervical é uma camada de tecido conjuntivo adiposo situada entre a derme da pele e a lâmina superficial da fáscia cervical, contém nervos cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos superficiais e quantidades variáveis de gordura; ● O músculo platisma é uma lâmina larga e fina de músculo na tela subcutânea do pescoço, derivado do mesênquima no 2o arco faríngeo do embrião e é suprido pelo ramo cervical do nervo facial (NC VII). Suas fibras originam-se na fáscia muscular que cobre as partes superiores dos músculos deltoide e peitoral maior e seguem sobre a clavícula até a margem inferior da mandíbula, fundindo-se com os mm. da face. O m. platisma age tensionando a pele e criando sulcos cutâneos verticais, liberando a pressão sobre as veias superficiais; 1 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● A fáscia cervical é formada por 3 lâminas: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral. Essas lâminas sustentam as vísceras, músculos, vasos e linfonodos profundos, formam planos de clivagem naturais, permitindo a separação dos tecidos em cirurgias, limitam a disseminação de infecções e garantem o deslizamento das estruturas do pescoço. A fáscia cervical também se condensa ao redor da artéria carótida comum, veia jugular interna e nervo vago para formar a bainha carótica: ○ Lâmina superficial: circunda todo o pescoço profundamente à pele e tela subcutânea, se dividindo em partes superficial e profunda para circundar os mm. trapézio e ECM. Divide-se ainda para envolver a glândula submandibular e para formar a cápsula fibrosa da glândula parótida. O ligamento estilomandibular é uma espessura dessa lâmina. Para envolver o m. ECM, a parte superficial da lâmina fixa-se à parte anterior do esterno e a parte profunda fixa-se à parte posterior do esterno, formando o espaço supraesternal, o qual envolve as extremidades inferiores das veias jugulares anteriores, o arco venoso jugular, gordura e alguns linfonodos profundos; ○ Lâmina pré-traqueal: circunda os mm. infra-hióideos (parte muscular) e vísceras cervicais - glândula tireóide, traquéia e esôfago (parte visceral), funde-se com o pericárdio fibroso no tórax e é contínua com a fáscia bucofaríngea da faringe e a bainha carótica; ○ Lâmina pré-vertebral: circunda a coluna vertebral e os mm. associados a ela - longo do pescoço e da cabeça, escalenos e mm. profundos do pescoço. Fixa-se à base do crânio, funde-se à fáscia endotorácica e ao ligamento longitudinal anterior e estende-se lateralmente como a bainha axilar. As partes cervicais dos troncos simpáticos estão incrustadas nessa lâmina; ○ Bainha carótica: contém artérias carótida comum e interna, veia jugular interna, nervo vago, linfonodos cervicais profundos, nervo do seio carótico e fibras nervosas simpáticas. Comunica-se com o mediastino do tórax inferiormente e com a base do crânio superiormente, as quais são possíveis vias de disseminação de infecções e do sangue extravasado. ● O espaço retrofaríngeo é o mais importante espaço virtual interfascial no pescoço, situa-se entre a fáscia pré-vertebral e a fáscia bucofaríngea (parte da fáscia pré-traqueal) que circunda a faringe. A fáscia alar constitui uma subdivisão do espaço retrofaríngeo, seguindo da linha mediana da fáscia bucofaríngea às bainhas caróticas lateralmente. Esse espaço permite o movimento da faringe, laringe, traqueia e esôfago em relação à coluna vertebral. 2 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 2. REGIÕES CERVICAIS ● O pescoço é dividido em 4 regiões pelas margens dos mm. trapézio e ECM; 2.1 - REGIÃO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEA ● O ECM divide o pescoço em regiões anterior e lateral, é o principal ponto de referência muscular do pescoço. Possui 2 cabeças, uma esternal (fixa-se ao manúbrio) e outra clavicular e entre elas forma-se a fossa supraclavicular menor, a qual contém a parte inferior da veia jugular interna. A inserção superior do ECM é o processo mastoide do temporal e a linha nucal superior do occipital. 2.2 - REGIÃO CERVICAL POSTERIOR ● Região posterior às margens anteriores do trapézio. 2.3 - REGIÃO CERVICAL LATERAL ● É limitada: ○ Anteriormente pela margem posterior do músculo ECM; ○ Posteriormente pela margem anterior do músculo trapézio; ○ Inferiormente pelo terço médio da clavícula; ○ Por um ápice, onde os músculos ECM e trapézio encontram-se na linha nucal superior do occipital; ○ Por um teto, formado pela lâmina superficial da fáscia cervical; ○ Por um assoalho, formado por músculos cobertos pela lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. ● É divididas em: ○ Trígono occipital: limites - anterior, margem posterior do m. ECM; posterior, margem anterior do m. trapézio e inferior, margem superior do ventre inferior do m. omo-hióideo. Conteúdo - artéria occipital (emerge em seu ápice), nervo acessório (NC XI, supre o m. ECM e trapézio - único nervo motor do triângulo posterior superficial à fáscia), ramos cutâneos dos nervos cervicais C2, C3 e C4 e linfonodos cervicais. A estimação da localização do nervo acessório é importante em razão do alto número de lesões iatrogênicas. O trajeto aproximado desse nervo é determinado por uma linha que cruza a junção dos terços superior e médio da margem posterior do ECM e a junção dos terços médio e inferior da margem anterior do músculo trapézio; ○ Trígono omoclavicular/subclávio: limites - superior, ventre inferior do m. omo-hióideo; inferior, clavícula e anterior, m. ECM. Conteúdo - parte inferior da veia jugular externa (superficial) e a terceira parte da artéria subclávia (profunda), separadas pela lâmina superficial da fáscia cervical. Logo abaixo do ventre inferior do músculo omo-hióideo está a fossa supraclavicular maior, a depressão sobre o trígono omoclavicular, clinicamente importante para a palpação da artéria subclávia. O trajeto da artéria subclávia no pescoço é representado por uma linha curva que vai da articulação esternoclavicular (EC) até o ponto médio da clavícula. As pulsações subclávias podem ser palpadas mediante pressão inferoposterior (para baixo e para trás) logo atrás da junção dos terços medial e intermédio da clavícula. Este é o ponto de compressão da artéria subclávia; a pressão mais firme, comprimindo a artéria contra a costela I, pode ocluir a artéria quando há hemorragia distal no membro superior. 3 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● A veia jugular externa (VJE) começa perto do ângulo da mandíbula e é formada pela união da parte posterior da veia temporomandibular com a veia auricular posterior, drena a maior parte do couro cabeludo e parte lateral do pescoço e desemboca na veia subclávia. A VJE recebe as veias cervicodorsais, supraescapular e jugular anterior. Pode ser proeminente, sobretudo se distendida pela inspiração profunda seguida por interrupção da respiração e expiração contra resistência (manobra de Valsalva), ou leve compressão da parte inferior da veia; ● O nervo acessório (NC XI) passa profundamente ao músculo ECM, suprindo-o antes de entrar na região cervical lateral, na junção dos terços superior e médio da margem posterior do músculo ECM, ou abaixo da junção. As raízes do plexo braquial (ramos anteriores de C5–C8 e T1) aparecem entre os músculos escalenos anterior e médio e passa pelo canal cervicoaxilar para inervar a maior parte do membro superior. O nervo supraescapular origina-se do tronco superior do plexo braquial e inerva os mm. supraespinhal e infraespinhal. Os ramos anteriores de C1 a C4 formam as raízes do plexo cervical. Os ramos superficiais do plexo que inicialmenteseguem em sentido posterior são ramos cutâneos (sensitivos) e os ramos profundos que seguem em sentido anteromedial são ramos motores, inclusive as raízes do nervo frênico (para o diafragma) e a alça cervical. A raiz superior da alça cervical, que conduz fibras dos nervos espinais C1 e C2, une-se momentaneamente e depois se separa do nervo hipoglosso (NC XII) enquanto atravessa a região cervical lateral. A raiz inferior da alça cervical origina-se de uma alça entre os nervos espinais C2 e C3. As raízes superior e inferior unem-se, formando uma alça secundária, a alça cervical, formada por fibras dos nervos espinais C1–C3, que se ramificam para suprir os músculos infra-hióideos, com exceção do tíreo-hióideo, que recebe fibras de C1, que descem separadas do nervo hipoglosso (nervo para o músculo tíreo-hióideo). Os ramos cutâneos do plexo cervical emergem ao redor do meio da margem posterior do músculo ECM, muitas vezes denominado ponto nervoso do pescoço, e suprem a pele do pescoço, parte superolateral da parede torácica e o couro cabeludo entre a orelha e a protuberância occipital externa. Os ramos do plexo cervical que se originam da alça nervosa entre os ramos anteriores de C2 e C3 são: ○ Nervo occipital menor (C2): supre a pele do pescoço e o couro cabeludo posterossuperior à orelha; ○ Nervo auricular magno (C2 e C3): pele sobrejacente à glândula parótida – e a bainha que circunda a glândula –, o processo mastoide, as duas faces da orelha e uma área de pele que se estende do ângulo da mandíbula até o processo mastoide; ○ Nervo cervical transverso (C2 e C3): supre a pele que cobre a região cervical anterior, divide-se em ramos superior e inferior; ● Os ramos do plexo cervical que se originam da alça nervosa formada entre os ramos anteriores de C3–C4 são: ○ Nervos supraclaviculares (C3 e C4): emergem como um tronco comum sob a cobertura do músculo ECM, enviando pequenos ramos para a pele do pescoço que cruzam a clavícula e suprem a pele sobre o ombro. ● A linfa dos tecidos superficiais da região lateral do pescoço drena para os linfonodos cervicais superficiais, situados ao longo da VJE, superiormente ao ECM. Os vasos eferentes desses linfonodos drenam para os linfonodos cervicais profundos, situados ao longo da VJI, inferiormente ao ECM, revestida pela bainha carótica. 2.4 - REGIÃO CERVICAL ANTERIOR 4 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Limites: ○ Um limite anterior formado pela linha mediana do pescoço; ○ Um limite posterior formado pela margem anterior do músculo ECM; ○ Um limite superior formado pela margem inferior da mandíbula; ○ Um ápice localizado na incisura jugular no manúbrio do esterno; ○ Um teto formado por tela subcutânea que contém o músculo platisma; ○ Um assoalho formado pela faringe, laringe e glândula tireoide. ● É dividida pelos mm. digástrico e omo-hióideo em 1 trígono ímpar (submentual) e 3 pares (submandibular, muscular e carótico): ○ Trígono submentual: limites - inferior, corpo do hióide; laterais, ventres anteriores do m. digástrico. O assoalho é formado pelos dois m. milo-hióideos, unidos por uma rafe fibrosa mediana, o ápice é formado pela sínfise da mandíbula (união dos dois lados durante o primeiro ano de vida) e a base pelo corpo do hióide. Possui linfonodos submentuais e veias que formam a veia jugular anterior (VJA); ○ Trígono submandibular: limites - margem inferior da mandíbula e ventres anterior e posterior do m. digástrico. O assoalho é formado pelos mm. milo-hióideo, hioglosso e constritor médio da faringe. Possui a glândula submandibular. Os linfonodos submandibulares situam-se de cada lado da glândula submandibular e ao longo da margem inferior da mandíbula. O nervo hipoglosso (NC XII), o nervo para o m. milo-hióideo (ramo de NC V3, que também supre o ventre anterior do m. digástrico), partes da artéria e veia faciais e artéria submentual (ramo da artéria facial) seguem até o trígono submandibular; ○ Trígono carótico: limites - ventre superior do m. omo-hióideo, ventre posterior do m. digástrico e margem anterior do ECM. Contém a artéria carótida comum, a qual seu pulso pode ser auscultado ou palpado, sobre a cartilagem tireóidea, imediatamente medial ao ECM e inferiormente à bifurcação da carótida. A ACC divide-se em artérias carótidas interna e externa no nível da margem superior da cartilagem tireóidea. As estruturas neurovasculares desse trígono (ACC e interna, VJI, nervo vago, linfonodos cervicais profundos, nervo do seio carótico e fibras simpáticas) são envolvidas pela bainha carótica. O trígono carótico também contém o nervo hipoglosso (NC XII) e o tronco simpático cervical. Nesse trígono estão localizados: ■ Seio carótico: uma dilatação na parte proximal da artéria carótida interna, barorreceptor sensível a alterações da pressão arterial. Suprido pelo nervo do seio carótico, ramo do nervo glossofaríngeo (NC IX) e pelo nervo vago (NC X); ■ Glomo carótico: uma pequena massa de tecido ovóide marrom-avermelhada em vida, situada na face medial/profunda da bifurcação da artéria carótida, é um quimiorreceptor sensível às concentrações de O2, estimulado pela baixa concentração, disparando um reflexo que aumenta a FC, FR e PA. Suprido pelo nervo do seio carótico e pelo NC X. 5 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ○ Trígono muscular: limites - ventre superior do m. omo-hióideo, margem anterior do ECM e plano mediano do pescoço. Contém os mm. infra-hióideos (omo-hióideo, esterno-hióideo, tireo-hióideo e esternotireóideo) e as vísceras cervicais. ● Os mm. infra e supra-hióideos estabilizam e movem o hióide e a laringe. Os supra-hióideos são o ventre anterior e posterior do digástrico, milo-hióideo, gênio-hióideo e estilo-hióideo. Cada músculo digástrico tem dois ventres, unidos por um tendão intermédio. Uma alça fibrosa derivada da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical permite que o tendão deslize em sentido anterior e posterior, enquanto une esse tendão ao corpo e ao corno maior do hióide. A diferença na inervação entre os ventres anterior e posterior dos músculos digástricos resulta de sua diferente origem embriológica dos 1o e 2o arcos faríngeos, respectivamente. O NC V supre derivados do 1o arco, e o NC VII supre os derivados do 2o arco. Os músculos infra-hióideos são divididos em um plano superficial, formado pelos músculos esterno-hióideo e omo-hióideo, e um plano profundo, composto pelos músculos esternotireóideo e tíreo-hióideo. Como o músculo digástrico, o músculo omo-hióideo tem dois ventres (superior e inferior) unidos por um tendão intermédio. A alça de fáscia para o tendão intermédio une-se à clavícula. O músculo esternotireóideo é mais largo do que o músculo esterno-hióideo, sob o qual está localizado. O músculo esternotireóideo cobre o lobo lateral da glândula tireóide. Sua inserção à linha oblíqua da lâmina da cartilagem tireóidea imediatamente superior à glândula limita a extensão superior de uma glândula tireóide aumentada; ● Essa região contém o sistema carótico de artérias, formado pela ACC e seus ramos ACE e ACI. Também contém as VJI e VJA. As artérias carótidas internas entram no crânio através dos canais caróticos nas partes petrosas dos temporais e tornam-se as principais artérias do encéfalo e das estruturas contidas nas órbitas. A artéria carótida externa origina 6 ramos antes de terminar em artéria temporal superficial e maxilar: um ramo medial (artéria faríngea ascendente), dois ramos posteriores (artérias occipital e auricular posterior) e três ramos anteriores (artérias tireóidea superior, lingual e facial); ● A VJI origina-se no forame jugular, em continuação com o seio sigmóideo. O bulbo superior da VJI é uma dilatação em sua origem. A veia situa-se na parte lateral da bainha carótica, a ACC medial e o nervo está localizado na parte posterior. A extremidade inferior da veia segue passando pela fossa supraclavicular menor, possibilitando inserir cateter ou agulha nesta região. Une-se à veia subclávia para formar a veia braquiocefálica. A extremidade inferior da VJI dilata-se para formar o bulbo inferior da VJI,o qual contém um par de válvulas que permitem o fluxo sanguíneo em direção ao coração e impedem o refluxo para a veia, como poderia ocorrer no caso de uma inversão. As tributárias da VJI são o seio petroso inferior e as veias facial e lingual (muitas vezes por intermédio de um tronco comum), além das veias faríngea e tireóideas superior e média. A veia occipital geralmente drena para o plexo venoso suboccipital, drenado pela veia cervical profunda e a veia vertebral, mas pode drenar para a VJI. seio petroso inferior deixa o crânio através do forame jugular e entra no bulbo superior da VJI. O seio petroso inferior deixa o crânio através do forame jugular e entra no bulbo superior da VJI; ● Os nervos da região cervical anterior são: ○ Nervo cervical transverso (C2 e C3): supre a pele que cobre a região cervical anterior; ○ Nervo hipoglosso (NC XII): é o nervo motor da língua; ○ Ramos dos nervos glossofaríngeo (NC IX) e vago (NC X): nos trígonos submandibular e carótico. O NC IX está relacionado principalmente com a língua e com a faringe. No pescoço, o NC X dá origem aos ramos faríngeo, laríngeo e cardíaco. 6 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 3. VÍSCERAS DO PESCOÇO ● Dispostas em 3 camadas, de acordo com sua função: ○ Camada endócrina: glândula tireóide e paratireóide; ○ Camada respiratória: laringe e traqueia (funções - caminho pérvio para a entrada de ar para os pulmões, controle da entrada do ar e produção da voz); ○ Camada alimentar: faringe e esôfago. 3.1 - TIREÓIDE ● Profundamente aos mm. esternotireóideo e tireo-hióideo, no nível das vértebras C5 a T1; ● Possui lobos direito e esquerdo unidos pelo istmo, é circundada por uma cápsula fibrosa, a qual fixa-se à cartilagem cricóidea e anéis da traqueia. Externamente à cápsula é circundado por uma bainha frouxa, a parte visceral da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical; ● Irrigação: artérias tireóideas superior (ramo da ACE) e inferior (ramo da subclávia), situadas entre a cápsula fibrosa e a bainha frouxa; ● Drenagem venosa: as veias tireóideas superior, média e inferior formam o plexo venoso tireóideo e drenam para a VJI (as duas primeiras) e para a veia braquiocefálica (a última). 7 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 3.2 - LARINGE ● Formada por 9 cartilagens unida por ligamentos e possuem as pregas/cordas vocais; ● Nível das vértebras C3 a C6; ● Comunica-se com a faringe superiormente (parte laríngea da faringe) e com a traqueia inferiormente, possuindo como principal função a de atuar como um esfíncter para as vias aéreas inferiores, principalmente durante a deglutição, mantendo as vias respiratórias pérvias. Além disso, a produção da voz é outra função importante desse órgão; ● O esqueleto da laringe, como já dito, é formado por 9 cartilagens: 3 ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e 3 pares (aritenóidea, corniculada e cuneiforme): ○ Cartilagem tireóidea: maior das cartilagens, sua margem superior situa-se no nível da vértebra C4. Possui 2 lâminas que se fundem anteriormente no plano mediano para formar a proeminência laríngea - pomo de Adão (projeção bem visível em homens). Acima dessa proeminência, forma-se a incisura tireóidea superior (bem definida, em forma de V) e abaixo a incisura tireóidea inferior (pouco visível). Essas lâminas projetam-se posteriormente como cornos superior e inferior. O corno superior e a margem superior fixam-se ao hióide pela membrana tireo-hióidea, a qual se espessa centralmente como ligamento tireo-hióideo mediano e lateralmente como ligamentos tireo-hióideos laterais. O corno inferior se articula com a parte lateral da cartilagem cricóidea na articulação cricotireóidea, a qual movimenta e rota a cartilagem tireóidea modificando o comprimento das pregas vocais; ○ Cartilagem cricóidea: forma de anel, com sua parte posterior chamada de lâmina e a anterior de arco. Embora menor, é mais espessa e forte que a cartilagem tireóidea e é o único anel de cartilagem a circundar completamente uma parte da via respiratória. Liga-se à margem inferior da cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano e ao primeiro anel traqueal pelo ligamento cricotraqueal; ○ Cartilagem aritenóidea: pares piramidais com 3 lados, que se articulam com a margem superior da lâmina da cartilagem cricóidea. O ápice tem a cartilagem corniculada e se fixa à prega ariepiglótica, o processo vocal anteriormente permite a inserção posterior do ligamento vocal, e o processo muscular lateralmente atua como alavanca à qual estão fixados os músculos cricoaritenóideos posterior e lateral. As articulações cricoaritenóideas, localizadas entre as duas cartilagens, permitem a movimentação da cartilagem aritenóidea e consequentemente o tensionamento, relaxamento e aproximação das pregas vocais; ○ Cartilagem epiglótica: formada por cartilagem elástica, confere flexibilidade à epiglote (cartilagem em forma de coração coberta por túnica mucosa). Situa-se posteriormente à raíz da língua e ao hióide e anteriormente ao ádito da laringe. Sua extremidade superior larga é livre e a extremidade inferior fina, o pecíolo epiglótico, fixa-se ao ângulo das lâminas da cartilagem tireóidea pelo ligamento tireoepiglótico. O ligamento hioepiglótico fixa a cartilagem ao hióide. A membrana quadrangular é uma lâmina submucosa fina de tecido conjuntivo que se estende entre as faces laterais das cartilagens aritenóidea e epiglótica. A margem inferior livre constitui o ligamento vestibular, que é coberto frouxamente por túnica mucosa para formar a prega vestibular. Essa prega situa-se acima da prega vocal e estende-se da cartilagem tireóidea até a cartilagem aritenóidea. A margem superior livre da membrana quadrangular forma o ligamento ariepiglótico, que é coberto por túnica mucosa para formar a prega ariepiglótica. As cartilagens corniculada e 8 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork cuneiforme apresentam-se como pequenos nódulos na parte posterior das pregas ariepiglóticas. A membrana quadrangular e o cone elástico são as partes superior e inferior da membrana fibroelástica da laringe, que está localizada na tela submucosa. A epiglote atua como uma válvula de desvio sobre a abertura superior da laringe durante a deglutição. ● Os ligamentos vocais estendem-se do ângulo das lâminas da cartilagem tireóidea aos processos vocais da cartilagem aritenóidea. Formam o esqueleto submucoso das pregas vocais e são a margem superior livre espessada do cone elástico ou membrana cricovocal. As partes da membrana que se estendem lateralmente entre as pregas vocais e a margem superior da cartilagem cricóidea são os ligamentos cricotireóideos laterais. O cone elástico, fibroelástico, funde-se anteriormente com o ligamento cricotireóideo mediano. O cone elástico e a túnica mucosa sobrejacente fecham a abertura da traqueia, com exceção da rima da glote central (abertura entre as pregas vocais); ● A cavidade da laringe estende-se do ádito da laringe, onde comunica-se com a faringe, ao nível da margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua com a traqueia. A cavidade da laringe inclui: ○ Vestíbulo da laringe: entre o ádito da laringe e as pregas vestibulares; ○ Parte média da cavidade da laringe: a cavidade central (via respiratória) entre as pregas vestibulares e vocais; ○ Ventrículo da laringe: recessos que se estendem lateralmente da parte média da cavidade da laringe entre as pregas vestibulares e vocais. O sáculo da laringe é uma bolsa cega que se abre para cada ventrículo revestida por glândulas mucosas; ○ Cavidade infraglótica: a cavidade inferior da laringe entre as pregas vocais e a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua com o lúmen da traqueia. ● As pregas vocais controlam a produção do som. Cada prega contém: ○ Ligamento vocal, formado por tecido elástico espessado que é a margem livre medial do cone elástico; ○ Músculo vocal, formado por fibras musculares muito finas que ocupam posição imediatamente lateral aos ligamentos vocais. ● Essas pregas produzem vibrações audíveis quando suas margens livres estão justapostas (masnão comprimidas) durante a fonação, e o ar é expirado intermitentemente com força. Essas pregas também são o principal esfíncter respiratório da laringe, impedindo até a entrada total do ar; ● A glote (o aparelho vocal da laringe) é formada pelas pregas e processos vocais, juntamente com a rima da glote, a abertura entre as pregas vocais. Durante a respiração comum, a rima é estreita e cuneiforme; durante a respiração forçada, é larga e trapezóide. A menor amplitude de altura da voz de homens pós-púberes resulta do maior comprimento das pregas vocais; ● As pregas vestibulares possuem função protetora, situam-se entre as cartilagens tireóidea e aritenóidea e o espaço entre os ligamentos vestibulares é a rima do vestíbulo; ● As artérias laríngeas superior e inferior são ramos das artérias tireóidea superior (ramo da ACE) e inferior (ramo da subclávia). As veias acompanham as artérias laríngeas, a veia laríngea superior drena para VJI e a inferior para a veia braquiocefálica. Os nervos laríngeos são os ramos laríngeos superior e inferior do nervo vago (NC X): ○ Nervo laríngeo superior: origina-se no gânglio vagal inferior na extremidade superior do trígono carótico. Divide-se em dois ramos terminais na bainha carótica: nervo laríngeo interno (sensitivo e autônomo) e externo (motor). O nervo laríngeo interno, maior ramo 9 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork do laríngeo superior, perfura a membrana tireo-hióidea com a artéria laríngea superior, enviando fibras sensitivas para a túnica mucosa laríngea no vestíbulo da laringe, parte média da cavidade laríngea e face superior das pregas vocais. O nervo laríngeo externo segue com a artéria tireóidea superior e supre o m. constritor inferior da faringe e m. cricotireóideo; ○ Nervo laríngeo inferior: continuação do nervo laríngeo recorrente, um ramo do nervo vago, acompanha a artéria laríngea inferior. Divide-se em ramos anterior e posterior e supre todos os músculos intrínsecos, com exceção do cricotireóideo, e por isso o nervo laríngeo inferior é o nervo motor primário da laringe. 3.3 - FARINGE ● Estende-se da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóide anteriormente e a vértebra C6 posteriormente; ● A parte nasal da faringe tem função respiratória. Há uma prega vertical de túnica mucosa, a prega salpingofaríngea, estende-se inferiormente a partir da extremidade medial da tuba auditiva. Presença das tonsilas faríngeas; ● A parte oral da faringe tem função digestória. Os limites são: superior, palato mole; inferior, base da língua; laterais, arcos palatoglosso e palatofaríngeo. Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote. Presença das tonsilas palatinas. A fossa tonsilar é formada pelo músculo constritor superior da faringe e pela lâmina fibrosa e fina da fáscia faringobasilar; ● A parte laríngea da faringe situa-se posteriormente à laringe, estendendo-se da margem superior da epiglote e das pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde se estreita e se torna contínua com o esôfago. Posteriormente, a parte laríngea da faringe mantém relação com os corpos das vértebras C IV a C VI. As paredes posterior e lateral são formadas pelos músculos constritores médio e inferior da faringe. Internamente a parede é formada pelos músculos palatofaríngeo e estilofaríngeo. A parte laríngea da faringe comunica-se com a laringe através do ádito da laringe em sua parede anterior; ● O recesso piriforme é uma pequena depressão da parte laríngea da faringe de cada lado do ádito da laringe. Esse recesso revestido por túnica mucosa é separado do ádito da laringe pela prega ariepiglótica. Lateralmente, o recesso piriforme é limitado pelas faces mediais da cartilagem tireóidea e pela membrana tíreo-hióidea. Os ramos dos nervos laríngeo interno e laríngeo recorrente situam-se profundamente à túnica mucosa do recesso piriforme e são vulneráveis à lesão quando um corpo estranho se aloja no recesso; ● A camada circular externa de músculos faríngeos consiste em três constritores da faringe: superior, médio e inferior. Os músculos longitudinais internos são o palatofaríngeo, o estilofaríngeo e o salpingofaríngeo. Esses músculos elevam a laringe e encurtam a faringe durante a deglutição e a fala. Os músculos constritores da faringe têm um revestimento fascial interno forte, a fáscia faringobasilar e um revestimento fascial externo fino, a fáscia bucofaríngea. Inferiormente, a fáscia bucofaríngea funde-se com a lâmina pré-traqueal de fáscia cervical. Os três músculos constritores são supridos pelo plexo nervoso faríngeo formado por ramos faríngeos dos nervos vago (fibras motoras) e glossofaríngeo (fibras sensitivas) e por ramos simpáticos do gânglio cervical superior. 10 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork REFERÊNCIAS - MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8ª.edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. - NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 7ª.edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 11
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