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TRANSFORMADOR DE FORÇA (POTÊNCIA) Prof. Gênova – Maio-2021 PARTE II 2 Continuação: 2. Características construtivas: 2.1. Parte ativa: é o conjunto formado pelos enrolamentos primário e secundário e pelo núcleo, e ficam alojados dentro da carcaça do transformador, imerso em óleo. 2.2. Núcleo: É formado por chapas empilhadas e justapostas de silício, de forma a minimizar as correntes parasitas e as perdas. 3 2.3. Enrolamentos: Os enrolamentos de AT e MT são constituídos de fio de cobre, isolados entre si com esmalte / papel. No transformador com comutador de derivação sem tensão, os tapes são normalmente fabricados na bobina de AT e são acessíveis pela parte inferior do tanque, onde existe um visor com a indicação da posição do tape. Para efetuar a mudança de tape é necessário desligar o transformador e efetuar externamente ao tanque, o encaixe de uma alavanca para fazer girar o comutador de tapes. 4 2.4. Buchas: Coluna isolante que permitem a passagem dos condutores dos enrolamentos ao meio externo. Buchas primárias conectadas a chegada da linha de transmissão e buchas secundárias conectadas ao vão de interligação do transformador com a barra de MT da SE. As buchas de AT são de porcelana e para tensões superiores a 36,2 kV, devem ser condensivas, estando localizadas na parte superior da tampa. Possuem o isolamento conforme a classe de tensão: (72,5 , 36 KV...) Já as buchas secundárias, são constituídas também de porcelana, e estão localizadas também na parte superior da tampa, só que em posição oposta as buchas de AT. A bucha Xo fica localizada correspondente ao lado da bucha H1. (vide fig. Abaixo). 5 2.5. Tanque: Destinado a servir de invólucro da parte ativa e de recipiente do líquido isolante. 2.6. Radiadores: O calor gerado através da parte ativa se propaga através do óleo e é dissipado no tanque (tampa e partes laterais). Dependendo da magnitude da potência, ou dependendo das perdas, a área da superfície externa pode ser insuficiente para dissipar esse calor, sendo então necessário aumentar a área de dissipação. Para tal usam- se radiadores que poderão ser tubulares ou em forma de chapas estampadas. (ver acessórios) 6 Fluxo de óleo em circulação tanque-radiador-tanque na troca de calor com o meio externo 7 Linhas de fluxo de óleo por temperatura no radiador do transformador 8 2.7. Líquido isolante e refrigeração: Transformadores com tensão acima de 1,2 kV são construídos para trabalharem imersos em óleos isolantes. O óleo mineral isolante usado em equipamentos elétricos é extraído do petróleo. Sua composição e características dependem da natureza do petróleo do qual foi extraído e do processo empregado em sua preparação. O petróleo cru pode ser de base parafínica (produto final da destilação é a cera parafínica) ou naftênica (produto final da destilação são de natureza asfáltica). No Brasil a especificação para óleos novos tipo B (parafínico) ou tipo A (Naftênico) são as seguintes: Óleo mineral naftênico (Tipo A): para equipamentos com tensão superior a que 34,5kV; Óleo mineral parafínico (tipo B): Para equipamentos com tensão até 34,5kV; 9 Basicamente os óleos minerais isolantes são constituídos de três tipos de compostos (parafínicos, naftênicos e aromáticos). Outros compostos também são encontrados nos óleos porém de quantidades muito pequenas. De uma maneira geral os óleos isolantes, naftênicos e parafínicos são diferenciados pela quantidade relativa de compostos parafínicos, naftênicos e aromáticos. A tabela a seguir apresenta o teor de carbono aromático, naftênico e parafínico de dois óleos isolates comercializados no Brasil: Composição de óleos isolantes ASTM Tipo Naftênico Parafínico Carbonos aromáticos 11% 8% Carbonos naftênicos 46% 29% Carbonos parafínicos 43% 63% 10 O óleo mineral isolante de base parafínica é denominado de óleo parafínico e o de base naftênica é denominado de óleo naftênico. Até a 2ª década do século XX, o óleo mineral isolante parafínico tinha ampla utilização, porém seu ponto de fluidez não era suficientemente baixo que pudesse ser empregado em equipamentos elétricos instalados ao tempo em regiões com baixas temperaturas ambientes. Dessa forma o parafínico foi sendo substituído pelo naftênico porque seu ponto de fluidez (-40ºC) possibilitou a sua utilização em equipamentos elétricos submetidos a temperaturas muito baixas. Portanto a finalidade do óleo é garantir a isolação dos componentes do transformador e dissipar para o meio exterior, o calor gerado nos enrolamentos e no núcleo. 11 Para saber como se encontra a qualidade do óleo isolante, utiliza-se da técnica de manutenção preditiva que fornece através da análise físico-química e análise cromatográfica, o parecer técnico do produto, de forma que com o acompanhamento periódico destas análises pode-se acompanhar e comparar a sua evolução, de maneira que é possível determinar com certa antecipação as ações que se deve adotar para o recondicionamento e filtragem do óleo, a regeneração ou mesmo a substituição da carga de óleo, ou recuperação do equipamento antes que ele venha a falhar e se tornar indisponível. Recondicionar = tratamento por meio mecânico com o uso de filtro prensa; Regenerar = tratamento por meio químico 12 Máquina termovácuo para recondicionamento do óleo mineral isolante no transformador de força energizado. 13 A análise físico-química: Determina a condição de isolação e o estado de envelhecimento do óleo mineral isolante. Os resultados são comparados aos valores pré-estabelecidos em Normas. Valores fora dos limites especificados indicam necessidade de tratamento termo-vácuo (recondicionar), substituição da carga de óleo ou regeneração do óleo mineral. A análise físico-química do óleo compreende os seguintes ensaios: Cor, Rigidez Dielétrica, Teor de água, Acidez, Tensão Interfacial , Fator de Perdas Dielétricas (Fator de dissipação ou fator de potência): i) Cor: O óleo novo tem uma cor amarelo-pálida e é transparente. A cor muda e escurece na medida em que o óleo vai se deteriorando.Um rápido aumento da cor indica deterioração ou contaminação do óleo. O óleo em análise a sua cor vai ser comparada com uma escala padrão que representa um número que vai de 0 a 8, em 16 passos, com incremento de 0,5. O óleo novo deve ser de aspecto claro, límpido e transparente e deve corresponder ao número na escala padrão nº=0,5. O óleo deteriorado e contaminado deve ter aspecto turvo e nas piores condições deve corresponder ao nº=8 da escala padrão. Admite-se o limite médio para serviço contínuo de 2,7 na escala padrão. Uma mudança acentuada na cor do óleo de um ano para o outro indica a existência de anormalidades. 14 Escala padrão (Nº) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 15 Castanha escura (Nº 7,0) Castanha (Nº 6,0) Âmbar (Nº 5,0) Amarelo (Nº 2,5) Amarelo pálida (Nº 1,5) Claro límpido e transparente (Nº 0,5) Amarelo vivo (Nº 4,0) Preto (Nº 8,0) A escala de cores ASTM, é amplamente utilizada para classificar produtos petrolíferos como óleo, lubrificantes, fuelóleos e gasóleos. A cor dos óleos minerais é constantemente monitorizada durante o processamento de refino para determinar quando foi atingida a qualidade exigida. A cor também é utilizada para determinar se o óleo ou combustível está sendo aplicado como previsto e se existem ou não impurezas ou defeitos de qualidade. A medida que a cor escurece, cresce a contaminação do óleo mineral, devido a degradação do papel, da madeira dos calços ou devido demais partes internas do equipamento, além do surgimento de possíveis micro arcos e descargas internas. 16 Características dos óleos isolantes Condições do óleo Cor do óleo Situação do transformador Tratamentorecomendado Excelente Límpido e transparente (0,5) Novo - Boa Amarelo pálida (1) Desempenho eficaz - Estágio A Amarela (2) Compostos polares em solução abaixam a TIF - Marginal Amarelo-viva (3) (2,7) Enrolamentos envolvidos por camadas de ácidos graxos. Borra em solução a ponto de ser liberada Desborrificação com 10 recirculações de óleo naftênico Má Âmbar (4) Borra depositada nos enrolamentos e núcleo 6 recirculações qdo. NN=0,19 e TIF=24 10 recirculações qdo.NN=0,20 a 0,29 e TIF=18 Muito má Castanha (5 ou 6) A borra depositada continua a se oxidar e a endurecer. Fissuramento da isolação em progresso. Esperada provável falha prematura 20 recirculações Extremamente má Castanha-escuro (7) Borra depositada nos radiadores e bloqueando passagem. A temperatura de operação se eleva. 20 recirculações Desastrosa Preta (8) Presença de grande quantidade de borra. O Transformador deverá estar no fim de sua vida útil Tratamento diferente do normalmente utilizado para a remoção de borra. 17 18 ii) Rigidez dielétrica: Serve para medir a capacidade de um óleo suportar tensões elétricas e indicar a presença de contaminantes como água e partículas condutoras. A finalidade do ensaio é para verificar se o teor de umidade e/ou impurezas estão em níveis que possam exigir a recuperação do óleo. Os valores adotados dos parâmetros: - Para o óleo novo RD≥40KV - Para o óleo usado RD≥30KV. 19 Medidor de Rigidez Dielétrica iii) Teor de água: • A água pode existir no óleo sob a forma dissolvida, não dissolvida (em suspensão) ou livre (depositada). • A solubilidade da água no óleo é aumentada na medida em que o óleo for se deteriorando, isto é, sofrer oxidação. Um elevado teor de água acelera a deterioração química do papel isolante e é indicativo de condições de operações indesejáveis, que requerem correções. Recondicionar=tratamento por meio mecânico (filtro prensa); Regenerar=tratamento por meio químico; 20 Ensaio Óleo novo Óleo usado Satisfatório Até 230kV A recondicionar Até 230kV A regenerar Até 230kV Após tratamento Até 230kV Teor de água < 10 ppm < 25 ppm 25-40 ppm > 40 ppm < 20 21 iv) Acidez (índice de neutralização): Indica que o óleo contém qualquer material ácido que além de aumentar a oxidação do óleo e formar borras, pode também promover a degradação do papel. O ensaio consiste em comparar o índice de neutralização do óleo novo com o óleo em uso e tratado; • óleo novo: Acidez=0,03 mg KOH/g. •Bases fortes que são usadas para neutralizar o ácido e calcular o número de acidez do óleo: KOH e NaOH; •Onde KOH=solução de Hidróxido de Potássio •Ou NaOH=solução de Hidróxido de Sódio Óleo Novo = 0,03 mg KOH/g Óleo Tratado ≤ 0,10 mg KOH/g Óleo em uso ≤ 0,30 mg KOH/g v) Tensão Interfacial: É a tensão na interface óleo- água e é medida em dina/cm (milinewton/metro). Indica a presença de contaminantes polares que são substâncias quimicamente ativas e, portanto vão acelerar o envelhecimento do óleo. A determinação da tensão interfacial é muito importante na detecção da fase inicial da deterioração da isolação. Um óleo em boas condições possui um TIF≤ 40 dina/cm a 25ºC. A medida que o óleo se deteriora a TIF diminui. • No óleo mineral tratado TIF≤30 dina/cm • Óleo mineral em uso nos equip.: TIF≤20 dina/cm 22 23 vi) Fator de perdas dielétricas (fator de dissipação ou fator de potência): Um alto fator de perdas é uma indicação de presença de contaminantes ou de produtos de deterioração, como umidade, carbono ou matérias condutoras, sabões metálicos e produtos de oxidação. O fator de potência do óleo mineral isolante é igual ao cosseno do ângulo de fase ou do seno do ângulo de perdas do mesmo. O FP aumenta de valor a medida que a deterioração do óleo progride. O FP nos dá uma idéia da intensidade de corrente que flui pelo óleo e que é uma medida de sua contaminação e de sua deterioração O óleo novo e em boas condições deve ter um fator de potência igual a 0,05% ou menos, a 20oC. I.senφ (kVAr) I (kVA) φ I.cosφ (kW) 24 Detalhe da coleta de óleo no transformador de força 25 Coleta inicial de descarte 26 Coleta para análise físico-química 27 “E X A M E D E S A N G U E D O T R A N S F O R M A D O R ” L a u d o d a a n á lis e F ís ic o -Q u ím ic a 28 A Análise cromatográfica determina a concentração dos gases dissolvidos no óleo mineral isolante. O envelhecimento natural do equipamento pode ser remediado com a eliminação desses gases imersos no óleo. Usar um óleo de má qualidade traz sérios danos ao equipamento. Daí a importância do trabalho preditivo que detecta qualquer defeito ainda no estágio inicial a partir da composição dos gases e da rapidez com que eles são formados. 29 O óleo pode conter dissolvidos gases combustíveis e não combustíveis: Análise Cromatográfica compreende a análise dos gases: Gases combustíveis Gases não combustíveis Monóxido de carbono(CO) Oxigênio (O2) Hidrogênio (H2) Nitrogênio (N2) Metano (CH4) Dióxido de carbono(CO2) Etano (C2H6) Etileno (C2H4) Acetileno (C2H2) Fonte: Livro= Manutenção de transformadores em Líquido Isolante, capítulo 9-Deterioração do óleo mineral isolante. Milan Milasch - EFEI-ELETROBRAS, Editora Edgard Blucher LTDA. 30 Coleta de óleo mineral isolante para análise cromatográfica 31 Coleta para Análise Cromatográfica: 32 Armazenamento da coleta para envio ao laboratório (via aérea) 33 34 V.Referência 200 20.000 80.000 100 500 5000 60 100 15 V.Referência 35 2.8. Placa de identificação: A placa é um item importante, pois é ela quem fornece as principais características e potencialidades do equipamento. Na placa de identificação devem ter as seguintes informações: Nome do fabricante, Número de série, Ano de fabricação, Potência nominal, Impedância percentual, Os valores de elevação da temperatura do óleo e do enrolamento, O diagrama vetorial correspondente aos enrolamentos de AT e MT, O diagrama de ligação do enrolamento de AT com as derivações e terminais, e o de MT com os terminais, a posição do comutador de tape com as respectivas tensões, os valores das correntes nominais correspondentes, o peso do óleo, da parte ativa, do tanque com acessórios, o peso total, a quantidade de óleo, o tipo de óleo recomendado, a referência do manual de manutenção, e demais dados. O material da placa deve ser de aço inoxidável, e se posicionar em local que permita a sua visualização quando da manutenção e operação. 36 P L A C A D E I D E N T IF IC A Ç Ã O 37 2.9. Placa diagramática de fiação e controle: Devem ser confeccionadas em aço inoxidável e fixadas na parte externa do tanque em posição tal que seja possível a sua visualização quando da manutenção ou operação do equipamento. ‘ Nesse diagrama devem constar o nome do fabricante, a simbologia e os esquemas dos equipamentos auxiliares tais como: ITO = indicador da temperatura do óleo, RB = Relé detetor de gás, INO = Indicador do nível do óleo, DAP = Dispositivo de alívio de pressão, ITE = Indicador de temperatura do enrolamento (imagem térmica), diagrama de bornes, diagramas elétricos dos circuitos de força e comando da ventilação forçada, sinalização, iluminação, aquecimento, tomada e outros. 38 39 P L A C A D IA G R A M Á T IC A 40 DAP RB INO 41 2.10. Aterramento do tanque e do núcleo O tanque do transformador de força deve ser efetivamente aterrado através do seu conector de aterramento (fig. 02) na malha de terra da subestação, que deve possuir permanentemente uma baixa resistência de forma a garantir uma proteção adequada. No tanque está previsto um ou dois conectores para aterramento. Dessa forma a malha de terra deve ser conectada a esses conectores, por meio de cabo de cobre nu com seção compatível. É recomendável nesse pontoda malha ser cravada uma haste de terra. 42 O aterramento do núcleo deve ser feito em uma única ligação elétrica de fácil desconexão, em um único ponto entre o núcleo e o tanque, acessível da abertura de inspeção localizada na tampa do transformador. Para transformadores com potência igual ou maior do que 20 MVA, o acesso de conexão deve ser feito sem necessidade de expor o óleo do tanque à contaminação pelo ambiente externo. Fig. 02 – Detalhe do aterramento do tanque externo do transformador de força 43 Aterramento do tanque Aterramento do neutro 44 Detalhe da conexão do aterramento do neutro na bucha Xo 45 2.11. Desenhos da parte superior e vista lateral do transformador de força (Padrão): A seguir são apresentado os desenhos esquemáticos do transformador de força, indicando a localização de cada acessório por meio de legende e numeração correspondente. Posteriormente cada acessório será apresentado através de figuras e comentado separadamente, indicando cada função no transformador de força. 46 Vista superior do transformador de potência 47 48 Vista em corte do transformador de potência 01-CDC 02-CS-Conservador Óleo. 03-CSC-Conservador óleo CDC. 04-RA-Radiador. 05-TA-Tanque. 06-DPC-disp. de prot. Variação súbita de pressão CDC. 07-RB-Relé de gás. 08-R-Respirador do conservador. 09-RC- Resp. do cons. do CDC. 10-VDC-Válvula reter óleo cons CDC e DPC. 11-VOT-Válv. Reter óleo cons e RB. 12-VDR-Válv. Reter óleo radiador. 13-VDC-Válv. Drenagem CDC. 14-VDCS-Valv. bujão drenagem amostra cons. Óleo. 15- VDCC-Válv drenagem cons. CDC. 16-VDF-Válv.drenagem e fechamento de óleo do transformador. 17-VS-Válvula superior filtragem do óleo 18-DAO-Dispositivo para retirar amostra óleo do transformador 19-DAP-Dispositivo alívio de pressão 20-B-Bujão-para enchimento ou drenagem do óleo do CS. 49 3. Acessórios e componentes do transformador de potência 3.1. Termômetro e óleo O termômetro de óleo é um acessório acoplado na parte externa do tanque do transformador de força que tem a função de medir e indicar a temperatura do óleo isolante do transformador, através de um bulbo localizado na sua extremidade e colocado no ponto mais quente dentro do tanque, que corresponde a parte logo abaixo da tampa. Além da medição e indicação da temperatura do óleo, o termômetro pode acionar através de contatos auxiliares, a entrada ou saída da ventilação forçada, a sonorização de alarme. ou mesmo promover o trip no disjuntor do transformador quando a temperatura do óleo ultrapassar os limites pré estabelecidos. 50 De acordo com a Figura a seguir, pode-se observar que o termômetro possui 3 ponteiros, sendo 2 de ligação e 1 de indicação da temperatura máxima atingida em um período. Estes 3 ponteiros são controláveis externamente, sendo que os dois primeiros movimentam-se apenas por ação externa, enquanto o terceiro é impulsionado pela agulha de temperatura (ponteiro de araste), apenas quando em ascensão da temperatura, pois na redução desta, ele fica imóvel, indicando qual a temperatura máxima atingida num determinado período, e sujeito apenas a ação externa. Pelo controle externo os ponteiros limites poderão ser movimentados à vontade, de forma que se pode adotar um ajuste para os seguintes eventos: Temperatura de regulagem recomendada para ponteiros: 51 oc Termômetros de óleo (ITO): Diagrama esquemático do termômetro de óleo: 1 2 3 4 Tanque do transformador Cuba de alojamento do sensor de temperatura a d Para elevação de 55°C de temperatura no enrolamento, considerar: a = contato de alarme sonoro ou visual: a = 85°C d = contato de desligamento: d = 95°C. (Normalmente não utilizado no ITO). 52 3.2. Termômetro de imagem térmica (enrolamento) O termômetro de imagem térmica, também conhecida como termômetro de enrolamento tem a função de medir a temperatura do enrolamento do transformador. Ela é denominada imagem térmica por reproduzir indiretamente a temperatura do enrolamento. A temperatura do enrolamento, que é a parte mais quente do transformador, nada mais é do que a temperatura do óleo acrescida da sobreelevação da temperatura do enrolamento ( t ) em relação ao óleo. 53 O sistema é composto de uma resistência de aquecimento e de um sensor de temperatura simples ou duplo, ambos encapsulados e montados em um poço protetor imerso em uma câmara de óleo. O conjunto é instalado na tampa do transformador, equalizando-se com a temperatura do topo do óleo, e dessa forma indica a temperatura do ponto mais quente do enrolamento. A resistência de aquecimento é alimentada por um transformador de corrente, associado ao enrolamento secundário do transformador de força. Normalmente é um TC tipo bucha. 54 Detalhe: Termômetro de imagem térmica e TC p/ alimentação da resistência de aquecimento oc ITE Bucha do transformador TC de bucha Diagrama esquemático TC-1 termômetro de enrolamento ITE Sensor vf vf a d 12 16 13 15 17 18 19 20 ITE vf=60oC(1º estágio) e 70ºC(2º estágio), a = 95oC e d =115oC? • Atualmente está sendo utilizado o MT (monitor de temperatura) que possui tecnologia microprocessada, e veio para substituir os tradicionais termômetros de óleo e enrolamento. • O MT vem instalado dentro do quadro de comando do transformador e fornece indicação local das temperaturas do óleo e enrolamento. 55 • Alarme ou desligamento por temperatura do óleo ou enrolamento. • Comando do sistema de resfriamento por moto-ventiladores. • Possui porta serial RS 485 para comunicação externa. 56 Detalhe do Quadro de comando do transformador de força Detalhe do Monitor de temperatura 57 Monitor de temperatura - MT Desenho da Almotolia=indica a temperatura do óleo; Desenho da bobina=indica a temperatura do enrolamento; Obs. ITE: t=60°C (Liga 1º estágio VF) 58 3.3. Dispositivo de alívio de pressão (DAP) São dispositivos utilizados em transformador de força imersos em líquido isolante, para proporcionar o alívio de pressão interna, com a finalidade de protegê-los contra possível deformação ou ruptura do tanque em casos de defeitos internos que provoquem o surgimento de pressões elevadas e perigosas. a) Dispositivo de alívio de pressão do tipo membrana: São conhecidos também como tubo de explosão, no qual o alívio de pressão ocorrerá pelo rompimento da membrana. Sempre que o transformador for submetido a vácuo, essa membrana deve ser isolada do tanque e quando for manusea-lá, devem ser tomados os devidos cuidados para não danificá-la. No transporte também é aconselhável utilizar uma proteção para a membrana, que antes do início do funcionamento do transformador deve ser obrigatoriamente retirada 59 a) Dispositivo de alívio de pressão do tipo membrana: 60 Transformador de força com válvula de alívio de pressão tipo cachimbo: 61 b) Dispositivo de alívio de pressão do tipo válvula: Constitui-se numa válvula com mola, provida de um sistema de amplificação instantânea da força de atuação. Fecha-se automaticamente após a operação, impedindo assim, a entrada de qualquer agente externo no interior do transformador. A válvula não necessita ser isolada do tanque quando o transformador é submetido a vácuo. Dispositivo de alívio de pressão do tipo válvula (DAP) 62 3.4. Relé de pressão súbita: É um acessório utilizado na proteção de transformador de força tipo selado. É projetado para atuar quando ocorrem defeitos no transformador que produzem pressão interna anormal, sendo sua operação ocasionada somente pelas mudanças rápidas de pressão interna, independente da pressão de operação do transformador. Relé de pressão súbita 63 3.5. Conservador de óleo: É o recipientecilíndrico onde o óleo mineral isolante é conservado, expandindo-se e retraindo-se, de forma que serve de câmara para que a circulação do óleo no transformador possa ocorrer livremente. 64 Podemos fazer uma análise comparativa com um pulmão existente no transformador. Nele, em conjunto com o desumidificador, ocorre uma verdadeira respiração, fazendo a retirada da umidade da parte interior para a parte exterior. É conhecido também como tanque de expansão e nele está acoplado o secador de ar que tem a função de expulsar o ar para o exterior, quando o óleo aquece e se dilata, retirando a sua umidade. No transformador com CDC o tanque de expansão do comutador é separado fisicamente do tanque de expansão do transformador. (vide foto) 65 Cordão de solda que indica a separação física do tanque de expansão do comutador 66 3.6. Desumidificador de ar Com o objetivo de manter elevados índices dielétricos do líquido isolante, dos transformadores de força, estes são equipados com o acessório denominado secador de ar, o qual devido a sua capacidade de absorção de umidade, seca o ar que flui ao transformador. Secador de ar 67 Sílica-gel ativo 68 Sílica-gel saturado 69 O desumidificador de ar é composto de um recipiente metálico, no qual está contido o agente secador (sílica- gel) e uma câmara para óleo, colocada diante do recipiente, que contém o agente, isolando-o dessa forma da atmosfera. Durante o funcionamento normal do transformador, o óleo aquece e dilata, expulsando o ar do conservador através do secador. Havendo diminuição do carregamento do transformador, ou da temperatura ambiente, também haverá abaixamento da temperatura do óleo, acompanhada da respectiva redução do volume. Forma-se então, uma depressão de ar no conservador e o ar ambiente é aspirado através da câmara e do agente secador, o qual absorve a umidade contida no ar, que entrará em contato com o óleo. 70 3.7. Silica-gel Sílica-gel é o agente secador e tem por finalidade secar o ar aspirado pelos transformadores resfriados a óleo, quando a carga e a temperatura caem, causando a contração do óleo. A sílica-gel é um cristal vítreo e duro, quimicamente quase neutro e altamente higroscópio. Trata- se de um silício impregnado com cloreto de cobalto, tendo, quando no estado ativo, a cor azul celeste, de aspecto cristalino. É capaz de absorver água até 40% do seu próprio peso. Devido a absorção da água torna-se róseo, devendo então ser substituído ou regenerado. A higroscopicidade da sílica-gel pode ser restabelecida pelo aquecimento em estufa na temperatura de 130 a 150°C, evaporando dessa maneira, a água absorvida. 71 Sentido do crescimento da saturação do sílica-gel 72 A fim de acelerar o processo de secagem, convém mexê-la constantemente até a sua recuperação total de sua cor característica. Após de 8 a 10 horas o sílica-gel restabelece a sua cor original azul. Seu contato com o óleo ou com os menores vestígios do mesmo deve ser evitado a todo custo para que não perca a sua cor azul, tingindo-se de marrom ou até de preto, o que a torna imprestável. Após a regeneração a sílica-gel deve ser imediatamente conservada num recipiente seco, hermeticamente fechado. A silica-gel tem uma vida útil muito prolongada, e através de um processo de secagem, que pode ser aplicado repetidas vezes, pode ser regenerado e reutilizado. Em condições normais o agente secador tem uma duração média, sem regeneração, de aproximadamente 6 (seis) meses. 73 3.8. Relé de gás (tipo Buchholz) ou Trafoscópio O relé de gás tipo Buchholz, denominado também como trafoscópio, tem por finalidade proteger aparelhos elétricos que trabalham em líquido isolante, geralmente transformadores de força Enquanto sobrecargas e sobrecorrentes são fenômenos controlados e protegidos por relés de máxima intensidade de corrente, defeitos tais como perda de óleo, descargas internas, isolação defeituosa dos enrolamentos, do ferro ou mesmo contra a terra, ocorridos em transformadores equipados com um relé de máxima, podem causar avarias de grande monta caso o defeito permaneça desapercebido do operador durante algum tempo. 74 É instalado em transformador justamente para, em tempo hábil, indicar por meio de alarme ou desligamento, defeitos como os acima citados e, desse modo, evitar a continuidade dos mesmos. O relé Buchholz é normalmente instalado entre o tanque principal e o tanque de expansão do transformador. A carcaça é de ferro fundido, possuindo duas aberturas flangeadas e ainda de dois visores providos de uma escala graduada indicativa do volume de gás. Internamente encontram-se duas boias montadas uma sobre a outra. Quando do acúmulo de uma certa quantidade de gás no relé, a boia superior é forçada a descer. Se por sua vez uma produção excessiva de gás provoca uma circulação de óleo no relé, é a boia inferior que reage, antes mesmo que os gases formados atinjam o relé. Em ambos os casos, as boias ao sofrerem o deslocamento, acionam um contato elétrico. Caso o alarme soe sem que o transformador seja desligado, deve- se desliga-lo imediatamente, e, em seguida, deve-se fazer o teste do gás retirado do interior do relé. Para fazer esta verificação, retirar uma pequena quantidade dos gases acumulados no relé Buchholz, pelo bujão de purga, utilizando para isso uma seringa de vidro ou plástico. Acoplar à seringa uma agulha do tipo de injeção cuja ponta deverá ser aproximada de uma chama. Pressionar lentamente o êmbolo da seringa. Se os gases foram combustíveis, aparecerá uma chama neste orifício, que permanecerá acesa até o completo esvaziamento da seringa. - Gás combustível, com presença de acetileno. Nesse caso deve haver um defeito a ser reparado na parte elétrica; - Gás incombustível, sem acetileno. Nesse caso temos o ar puro. O transformador poderá ser religado sem perigo, após se efetuar a sangria do relé. O alarme soando repetidamente indica ar penetrando no transformador. Desligue e repare a falha. 75 76 -Nenhuma formação de gás, onde o nível de gás do relé está baixando e uma quantidade de ar está sendo sugada através da válvula aberta. Nesse caso o nível do óleo está muito baixo, possivelmente devido a um vazamento. Repare o vazamento e preencha o transformador com óleo até o nível correto. Uma observação na quantidade e aspecto dos gases desprendidos permite localizar a natureza e gravidade do defeito. A cor dos gases nos dá uma boa indicação sobre o lugar de onde se originou o defeito. Gases brancos são formados pela destruição do papel; Gases amarelos são formados pela deterioração das peças internas de madeira; Gases negros ou cinzas são formados pela decomposição do óleo. 77 Funcionamento passo a passo do relé Buchholz: Na fig. 15.1 podemos observar o funcionamento do relé Bulchholz no caso em que o transformador de força se encontra operando dentro da normalidade. A cavidade interior do relé “a”, deve operar normalmente cheio de óleo, cujo meio se encontram instaladas duas bóias, b1 e b2, que se movem ao redor dos seus eixos fixos. No caso da consequência da ocorrência de um defeito sem muita importância, que gerou a produção de pequenas bolhas de gás, conforme fig. 15.2, que se elevam no interior do tanque do transformador e se dirigem para o tanque de expansão, passando pelo relé Buchholz, estas bolhas são captadas e armazenadas pelo relé, de forma que o nível de óleo baixa progressivamente a medida que as bolhas ocupem o espaço superior do receptáculo. 78 Como consequência a boia superior b1 se inclina e quando a quantidade de gás é suficiente, fecha os contatos c1 que alimenta um circuito de alarme d. Se o desprendimento de gás continuar a ponto do nível de óleo no receptáculo baixar até que os gases possam alcançar a tubulação de interligação com o tanque de expansão,pode fazer com que a boia b2 feche os contatos c2 que por sua vez aciona o mecanismo de abertura dos disjuntores ( f ) tanto de AT como de MT (fig. 15.3). 79 Fig. 15.1 – Relé Buchholz em operação normal. Fig. 15.2 – Relé Buchholz operando o contato de alarme pela presença de certa quantidade de bolhas de gás. Fig. 15.3 – Relé Buchholz operando pela presença de grande quantidade de bolhas de gases, comandando o alarme e trip dos disjuntores. 80 3.9. Indicador de nível de óleo (INO) Os indicadores magnéticos de nível de óleo tem por finalidade indicar com precisão o nível do líquido isolante e, ainda, quando provido de contatos para alarme ou desligamento, servirem como aparelhos de proteção do transformador. Os indicadores magnéticos do nível de óleo possuem a sua carcaça em alumínio fundido, sendo que a indicação de nível é feita por ponteiro acoplado a um imã permanente de grande sensibilidade, fato esse que o torna bastante preciso. O mostrador dos indicadores magnéticos de nível possui três indicações, ou sejam: MIN, que corresponde ao nível mínimo, 25°C, que corresponde a temperatura ambiente, e MAX, que corresponde ao nível máximo. Diagrama esquemático do indicador do nível de óleo = INO 81 3.10. Radiador tubular/chapas estampadas Os radiadores são peças acopladas ao tanque do transformador que tem como função auxiliar na dissipação de calor gerado na parte ativa que se propaga através do óleo e é dissipado no tanque (tampa e paredes laterais). A elevação de temperatura do óleo e dos enrolamentos são normalizadas e devem ser limitadas para evitar a deterioração do isolamento e do próprio óleo. Dependendo da potência do transformador e de suas perdas, a área da superfície externa pode ser insuficiente para dissipar esse calor, sendo então necessário aumentar a área de dissipação. Para tal, usam-se radiadores, que no caso dos transformadores de força, na maioria das vezes utiliza radiadores tubulares. 82 Especial atenção deve ser dada as válvulas que abrem e fecham o fluxo de óleo do tanque para as tubulações dos radiadores. Com freqüência uma ou outra é deixada fechada, impedindo a circulação normal do óleo, o que pode geral um aquecimento localizado, quase sempre detectado pela termografia. 83 3.11. Buchas As buchas utilizadas na AT dos transformadores de força são do tipo condensivas. As buchas condensivas são fabricadas para tensões de 25 a 765 KV. Possuem em sua formação as seguintes partes principais: condutor central, que pode ser maciço ou em forma de tubo; capacitor com isolação de papel impregnado com óleo ou massa isolante; isolador de porcelana em duas partes, superior (externa) e inferior (interna); óleo ou massa isolante; conjunto de molas e indicador de nível de óleo; derivação capacitiva ou de teste de fator de potência (FDP) e terminais superior e inferior. 84 O capacitor é colocado dentro do isolador de porcelana com óleo mineral ou massa isolante. As peças de porcelana são comprimidas contra as gaxetas pela ação do conjunto de molas situado na cabeça de bucha, a qual tem também um indicador de nível de óleo, a câmara de expansão, o gancho de suspensão e o terminal de conexão. A bucha é hermeticamente selada e as junções sem gaxeta são soldadas. O indicador mais confiável para verificação de umidade das buchas, é o teste de fator de potência, que se apresenta baixo quando nova, devendo permanecer baixo em serviço desde que a bucha esteja em boas condições, sem fissuras na porcelana, sem vazamentos. Um aumento no fator de potência evidencia uma mudança das características do dielétrico e uma tendência contínua para valores sempre maiores de FDP , o que evidencia uma condição potencial de falha em evolução. 85 Outro indicador importante é a determinação da capacitância da bucha que pode ser medido com um capacímetro e comparar o valor medido com o valor indicado pelo fabricante, que vem constando na placa da bucha. As buchas mais modernas o valor limite de FDP é de 1%. Quanto as buchas de MT são do tipo seca, buchas cuja isolação é constituída só de porcelana, e são fabricadas para tensões de 15 a 25 kV. Observe a marcação X0 X1 X2 X3 e a descida do cabo da bucha X0 para o aterramento do centro da Y na malha de terra da Subestação. 86 3.12. Comutador de derivação em carga (CDC) O comutador de derivações tem a função de efetuar as mudanças de derivações nos enrolamentos de AT, estando o transformador sob carga, de forma a possibilitar uma regulação de tensão quase que contínua para qualquer situação de carga, mesmo que a tensão primária decresça ou incremente de valores, o equipamento efetua a comutação de tapes de maneira que o secundário seja sempre atendido em 13,8 KV. As mudanças são proporcionadas por um mecanismo motorizado onde um circuito de comando efetua o controle do motor para inserção ou retirada de tapes. O controle é eletrônico ou é utilizado um relé regulador. Um sensor monitora a tensão de alimentação, através de TPs, que por sua vez compara o valor produzido pela relação de transformação na saída, efetuando as alterações adequadas. 87 O CDC normalmente disponibiliza 17 tapes: No transformador de força que possua CDC, o tanque de expansão ou conservador de óleo é separado fisicamente com uma divisória interna tendo em vista que o óleo utilizado no CDC se torna contaminado mais rapidamente devido as frequentes comutações de tape, cujos centelhamentos quando da mudança de uma posição elétrica para outra, provoca a contaminação do óleo. Dessa forma o compartilhamento do óleo não seria adequado do ponto de vista de contaminação. Mesmo assim é utilizado um purificador para este óleo do comutador. Observe que no indicador do tape existem 3 ponteiros, sendo 2 bobos, que são arrastados junto com o principal quando eleva o tape e quando abaixa o tape. Quando o principal retorna fica a memória qual o máximo e mínimo tape atingido num período. 88 Observe na foto do 02T3, o quadro de comando do comutador e separação flangeada no tanque de expansão (Separando o óleo do comutador do óleo do tanque. 89 Desenhos de detalhes do comutador de derivação em carga 90 Sinistro em transformador de força: Sobre este tema seria importante que o aluno tivesse uma noção do que representa a danificação de um transformador de potência instalado numa subestação. Como foi comentado no início, o custo de aquisição de um equipamento desse porte corresponde a aproximadamente a 20% dos custos de construção de uma subestação, por isso é considerado o coração da instalação. Como vimos são vários acessórios colocados a disposição da máquina para que ela funcione de forma adequada e seja monitorada 24h, sendo fundamental que as proteções intrínsecas cumpram o seu papel, evitando dados ou impedimentos de maior monta. 91 Quando da ocorrência de uma falha no equipamento ou nos vãos de AT e MT, como por exemplo no 02T1, o equipamento é desligado por trip nos disjuntores 12T1 e 11T1 automaticamente, e por critérios técnicos, só poderá ser religado após passar por diversos testes e ensaios. A partir do momento que a operação detectou o desligamento do transformador, a manutenção é imediatamente acionada com informações importantes e preciosas, para a tomada de decisão, como por exemplo, qual a proteção que atuou? como no caso da atuação do relé de gás, e a partir desse momento equipes especialistas são mobilizadas para o local do sinistro, em qualquer parte do estado, para fazer uma análise mais apurada do que realmente aconteceu. Neste interim a operação já tomou todas as providências para que as cargas sejam remanejadas para outros alimentadores ou para outras subestações. 92 Também nesse período a manutenção já está sabendoaonde dispõe de equipamento reserva, se compatível com a potência e demais dados, o local (almoxarifado local, almoxarifado central, depósito do regional, almoxarifado de logística). Simultaneamente são feitos contatos também com a empresa de aluguel de equipamentos pesados (guindaste, carreta, batedores, etc.) independente da hora e do dia da semana. São parceiros que podem ser acionados a qualquer momento e em situações de emergência. Aqui no estado do Ceará existem algumas empresas, entre as quais destacamos a “MAKRO Engenharia” e a “SOFERRO” que dispõem de equipamento de porte para utilização a qualquer momento que a situação exigir. Enquanto isso é checado no depósito que se encontra o equipamento, todos os seus acessórios, inclusive as rodas 93 Como o equipamento da reserva técnica se encontra sem óleo mineral isolante no seu interior, tambores de óleo mineral naftênico são também separados para seguir até o local da subestação sinistrada. Confirmado a danificação do transformador, iniciam os trabalhos para isolamento da área e desmontagem do equipamento defeituoso. desconexão dos cabos de AT e MT, desconexão da fiação, retirada e drenagem do óleo para tambores, desmontagem dos radiadores e demais componentes, montagem de trilhos para deslocamento e afastamento de forma a facilitar a colocação do novo transformador nos trilhos para poder ser deslocado e colocado na sua base. Montagem de rodas, radiadores e acessórios e enchimento do óleo, utilizando a máquina termovácuo. Também devem ser feitos todos os ensaios para checagem se o equipamento pode ser energizado. 94 Nessa ação o tempo é fundamental e para que tudo transcorra dentro da normalidade e num menor tempo possível, é necessário que o planejamento e a execução trabalhem de forma sincronizada, pois o tempo para substituição de uma transformador de força, depende de muitas variáveis, como: tamanho, peso, potência do transformador, local do sinistro, disponibilidade da reserva técnica, se na subestação dispõe de outro transformador, dentre outros fatores. De qualquer forma os trabalhos para trocar um transformador avariado , trabalhando sempre no período diurno das 8:00 às 18:0h, leva de 4 a 7 dias. Para situações mais críticas, onde há necessidade imediata da substituição, o trabalho é realizado initerruptamente, 24h/dia, e a demora leva de 2 a 4 dias 95 É por isso que as empresas concessionárias de energia elétrica buscam cada vez mais a melhoria continua dos seus processos, e para isso adotam, o critério n-1 das fontes supridoras, que no momento da falta os demais sistemas possam suprir adequadamente a configuração modificada devido a indisponibilidade de um elemento. Nesse enfoque engloba subestações, linhas de transmissão, novos encontro de alimentadores, mais de um transformador de força na subestação, barramentos com maiores possibilidades de manobra, projetos de subestação com melhor layout e espaços adequados de acesso, instalação de disjuntor de barra, disponibilização de subestação móvel, dentre tantas outras possibilidades. Muitas das melhorias podem ser incluídas no plano de obras das empresas, que atendem as exigências do órgão regulador e fiscalizador que é a ANEEL.. 96 97 98 99 100 101 102 Literatura técnica sobre transformador • NBR 5356 – Transformador de Potência • - Parte 1: Generalidades • - Parte 2: Aquecimento • - Parte 3: Nível de isolamento • - Parte 4: Guia para Ensaios • NBR 5380 – Métodos de ensaios; • NBR 5458 – Transformador de Potência - Terminiologia • NBR 7036 – Recebimento, instalação e manutenção de transformador de distribuição imersos em líquido isolante – Procedimento. • NBR 7037 - Recebimento, instalação e manutenção de transformador de potência em óleo isolante mineral – Procedimento. • NBR 9368 – Transformador de Potência de tensão máxima até 145KV – Características elétricas e mecânicas; • Manutenção de transformadores em líquido isolante – Milan Milasch – Eletrobrás-Escola Federal de Engenharia de Itajubá-EFEI – Editora Edgard Blucher LTDA. • Manual de instalação e manutenção de transformadores – WEG Transformadores LTDA; • NBR 15422 – Óleo vegetal isolante para equipamentos elétricos; • Encontro Regional sobre Transformador de Potência e Reatores Derivação: – A padronização no setor de energia elétrica e seus reflexos nos custos das instalações; – Foto de guindaste da Mako Engenharia 103 – Foto de carreta da RANDON para transporte de transformador de grande porte; – Foto de guindastes da SOFERRO no içamento e movimentação de transformador em subestação, site www.soferroguindastes.com.br – Foto de guindaste telescópico da Mako Engenharia, site www.makroengenharia.com.br – Substituição de transformador de força em Vitória-ES- Foto: redemontagem.com.br 104 http://www.makroengenharia.com.br/
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