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Hipertensão Mascarada


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Letícia Santos - Medicina 
Hipertensão mascarada 
 
Como ocorre a hipertensão mascarada? 
 
 A Hipertensão Mascarada (HM) é aquela em que a PA é normal no consultório (<140/90 mmHg) e anormal na 
avaliação pelas medidas domiciliares ou pela MAPA no período da vigília (PA ≥135/85 mmHg). Esses pacientes são 
semelhantes aos hipertensos sustentados em risco cardiovascular. Recentemente, a Sociedade Europeia de 
Hipertensão publicou uma revisão de sua diretriz de MAPA, considerando valores anormais não apenas os do período 
de vigília, mas também os do sono (≥120/70 mmHg), além da medida domiciliar da PA (≥135/85mmHg) como critérios 
diagnósticos de HM. 
 
 A HM é encontrada em 7,0 - 17,0 % da população geral (sem tratamento) e em 50,0 % ou mais dos hipertensos 
em tratamento, e está associada a aumento do risco cardiovascular (RCV). O estudo Finn-Home documentou 
prevalência de HM de 8,1%, e a presença de PA de consultório na faixa normal alta, a idade mais avançada, o maior 
IMC, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o diabetes e a presença de hipertrofia ventricular esquerda ao 
eletrocardiograma como determinantes independentes da ocorrência de HM. 
 
 Em adolescentes, a HM ocorre em 7,0% dos indivíduos, os quais têm duas vezes mais chance de ter história familiar 
de HA, IMC elevado e maior prevalência de HVE que os normotensos. 
 
 O tratamento de pacientes com HA sustentada leva a uma redução significativa da morbidade e mortalidade 
cardiovascular. Assim, o tratamento de pacientes com HM resulta em redução comparável de desfechos 
cardiovasculares. 
 
 O tabagismo, a presença de estresse, a ingestão excessiva de álcool e a presença de apneia obstrutiva do sono 
estão frequentemente associados a HM. Portanto, as mudanças de estilo de vida estão plenamente indicadas nesses 
pacientes e devem representar as intervenções terapêuticas de primeira linha. 
 
 Além disso, no tratamento medicamentoso da HA, a maior parte da redução do risco cardiovascular tem sido atribuída 
à redução da PA. Este mesmo raciocínio se aplica à HM. Todas as classes de fármacos disponíveis poderão ser 
utilizadas, respeitando-se as condições associadas e o perfil de RCV global do paciente. Uma particularidade da HM é 
a presença de elevação da PA noturna, dessa forma a preferência por prescrição de pelo menos um fármaco no 
período da noite deve ser considerado nessa situação. 
 
Referências: 
 
 BARROSO, Weimar Kunz Sebba et al. Prevalência de Hipertensão Mascarada e do Avental Branco em Pré-Hipertensos 
e Hipertensos Estágio 1 com o uso da TeleMRPA. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 113, p. 970-975, 2019. 
 
 CAMPANA, Erika Maria Gonçalves; FARIA, Rafael Almeida de; BRANDÃO, Andréa Araujo. Hipertensão mascarada: 
diagnóstico e tratamento. Rev. Bras. Cardiol.(Impr.), v. 27, n. 4, p. 289-292, 2014. 
 
 Jordana Cohen, MD, MSCE & Raymond R Townsend, MD. White coat and masked hypertension. UPTODATE. 2020. 
 
 KAISER, Sergio Emanuel; GISMONDI, Ronaldo. HIPERTENSÃO MASCARADA: QUAL O VERDADEIRO RISCO 
CARDIOVASCULAR?. Rev Bras Hipertens, v. 27, n. 2, p. 71-5, 2020.

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