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Ética e Deontologia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dr. Alessandra Aparecida Campos Revisão Textual: Profa. Ms. Natalia Conti Relações Interpessoais e Aplicações Éticas • Relações Interpessoais • Pacientes com Necessidades Especiais • Uso de Células-Tronco • Medicamentos Genéricos • Transfusão de Sangue • Transplante de Órgãos • Alimentos transgênicos e manipulações genéticas • Aborto, eutanásia, ortotanásia e distanásia · Então procure ler com atenção o conteúdo disponibilizado, assim como o material complementar, pois nele você poderá aprofundar um pouco mais os seus estudos. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. · Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude todos com atenção! OBJETIVO DE APRENDIZADO Relações Interpessoais e Aplicações Éticas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas Relações Interpessoais A vivência no trabalho em grupo e no ambiente profissional exige dos personagens que nela atuam uma forma especial de convivência. Cada ambiente exige condutas específicas, variando dentre as diversas especialidades. Desta forma abordaremos aqui o relacionamento de uma forma ampla atendendo a essas relações especiais que são definidas dependendo do cargo a ser ocupado. Segundo Sá (2015), diversas são as condições ambientais onde podem ocorrer atuações profissionais, em seus espaços e relações de trabalho, que podem ser resumidos em: • Empregado (particular ou público) • Autônomo (individual ou coletivo) • Sócio de uma empresa (fechada, consorciada ou associada) • Sócio dirigente ou de conselho de uma empresa aberta • Participante de uma empresa multinacional Para os profissionais da área de saúde em particular não é diferente, em uma dessas categorias serão inseridos. E em cada situação deverá seguir regras e condutas para ela definidas. Em grandes empresas, mesmo sendo sócio ou acionista, muitas vezes o profissional será obrigado a praticar o que não acha recomendável, porém o faz em decorrência do fato ter sido decidido por outros. Sá (2015) também afirma que como a ação de cada personalidade do profissional é variante dentro dos diversos ambientes, existe uma tendência de que quanto mais impessoal tornar-se o processo, menos ética é possível que venha ser a conduta, caso um sistema rígido de normas não obrigar a prática da virtude. O local de trabalho pode interferir sobre a atuação do ser humano, porém a conduta só terá significado ético se for virtuosa em si. Cada localidade que ocupar terá sua própria característica, exigindo assim, uma conduta adaptável. Porém, a exigência do exercício das virtudes básicas nunca deve se alterar. (SÁ, 2015). Na relação de trabalho, onde se é o empregado, a perspectiva de perda do emprego, faz-se praticar o que é determinado pelo comandante. Neste caso a perda de autonomia promove o desejo não praticar o que é comandado, surge então o conflito de duas forças no cérebro que produzem neuroses, traumas e desequilíbrios que determinam condutas vacilantes. É o que ocorre geralmente com médicos que trabalham em locais onde são determinados os números mínimos de atendimentos. Isso poderá gerar alterações de rotinas e procedimentos, podendo piorar a qualidade dos seus exames. 8 9 Devido a esses motivos descritos é que se faz necessário que os profissionais escolham adequadamente seus locais de trabalho de acordo com a sua forma de pensar e agir, para que possam viver em um ambiente de serenidade e dignidade. Grande parte de nosso dia e vida ocorrerá neste ambiente. Na relação de trabalho, onde se é autônomo, cria-se uma personalidade jurídica, e muito cuidado deve ser tomado, visto que a relação de impessoalidade pode gerar falsa expectativa de condutas éticas. É importante transmitir para a sua empresa (principalmente de grande porte), suas características virtuosas, garantindo assim, que seus princípios sejam perpetuados e seguidos pelos seus funcionários. A mudança do mundo tradicional para o mundo moderno trouxe uma grande mudança interior no ser humano, a dicotomia entre organização e indivíduo, cuja finalidade é a de atender as exigências e resolução de problemas. Para uma organização de trabalho na área de saúde é importante ter em mente a necessidade de qualificação profissional, sensibilização e humanização na prestação dos serviços, aliado a uma remuneração compatível com o trabalho realizado em equipes, propiciando assim, criação de vínculos de profissionais e usuários, democratizando os serviços e instituições na avaliação dos serviços prestados. Atualmente, com a tendência dos trabalhos serem multiprofissionais, inter e transdisciplinares surge a necessidade de revisão de práticas levando a construção de uma nova identidade profissional. Existe a tendência de uma horizontalização dos processos, reduzindo-se assim as hierarquias nas relações de trabalho, o que favorece profissionais mais qualificados no sentido de atender a essa demanda (RAMOS, 2007). Um dos grandes desafios para o trabalho em equipes hoje é a melhora da comu- nicação, disponibilidade para discussão das relações interpessoais, objetividade na delegação de tarefas e responsabilidade, reduzindo-se assim as relações hierárqui- cas que geram tantos casos dos chamados “assédios morais”. O assédio moral consiste em uma violência perversa, caracterizada por ataques repetitivos e cotidianos, visando a destruição da autoestima da vítima (SOARES; DUARTE, 2014). No Brasil hoje existem diversos projetos de lei que visam incluir o assédio moral no Código Civil. No Estado de São Paulo, existe a Lei nº 12.250, de 9 de fevereiro de 2006 que veda o assédio moral no âmbito da administração pública estadual direta, indireta e fundações públicas. Relação profi ssional x paciente, profi ssional x profi ssional Para tratar arelação profissional e paciente, antes é necessário entender o processo de humanização. A humanização do trabalho implica em prestar assistência de forma a valorizar o ser humano, levando em conta seus valores, necessidades e cultura. Tanto os profissionais como a população possuem direitos a um serviço humanizado que leve em conta o compromisso de que a responsabilidade seja compartilhada, de forma a fortalecer os vínculos pessoais e institucionais. O direito à informação é essencial para uma participação ativa no processo de cuidar (RAMOS, 2007). 9 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas O processo de humanização envolve compromissos no sentido de reduzir conflitos, motivar trabalhadores frente às dificuldades enfrentadas nas rotinas profissionais, mesmo que as condições de trabalho não sejam as mais adequadas. Os profissionais envolvidos nesse contexto de humanização devem buscar mecanismos de atualização permanentes para se tornarem facilitadores e mediadores de conflitos, buscando condições de estímulo à promoção, proteção e recuperação da saúde. Devem facilitar o acesso da população às informações de saúde com a finalidade de melhor dimensionar os problemas, estimular troca de experiências e melhorar os canais de informação, propondo ações que visem o respeito mútuo. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, tanto estimula as equipes de saúde quanto humaniza a equipe e o trabalho, pois permite a abertura dos profissionais às mudanças, ao diálogo e ao compartilhamento de conhecimentos, possibilitando a fala de uma mesma linguagem, em uma atitude comprometida com a visão integral dos usuários do sistema de saúde (RAMOS, 2017). Atualmente, a relação profissional/paciente encontra-se bastante desgastada, mediante a massificação das relações sociais, pela qual profissional e paciente se distanciaram. A própria denominação dos sujeitos da relação foi modificada, passando-se para a nomenclatura usuário e prestador de serviços, tudo visto sob a ótica de uma sociedade de consumo cada vez mais consciente de seus direitos, e cada vez mais exigente quanto aos resultados (BERGSTEIN, 2013) As relações paciente/profissional necessitam convivência harmônica, bioética e responsabilidade moral, pois não se mede um fato psicossocial usando critérios matemáticos. Há necessidade de, pelo menos, dois referenciais: o físico e o psicossocial. Admite-se que cerca de um terço dos pacientes de uma clínica apresente sintomas psicopatológicos ou psicógenos (MARCUCCI, 2014). Carl Rogers (1902-1987) contribuiu para um modelo de tratamento adaptado às personalidades individuais. Ao defender uma terapia centrada no paciente, conside- rava que “o terapeuta entra em relação pessoal e subjetiva com seu paciente, não como um cientista diante de um objeto de estudo, não como um médico que espera fazer diagnóstico e curar, mas de pessoa para pessoa (...) significa que ele considera o paciente como uma pessoa de valor incondicional, não importando qual seja a sua condição, seu comportamento e seus sentimentos” (MARCUCCI, 2014). Após a análise desse novo modo de conduzir a relação profissional/paciente, estabeleceu-se a personalização da terapêutica, menos autoritária e unilateral e destituída de preconceitos. A habilidade do profissional aliada aos seus conhecimentos técnicos, uma boa relação profissional/paciente, a adesão do paciente ao tratamento e a motivação de ambos podem ou não levar ao sucesso do tratamento (MARCUCCI, 2014). 10 11 Segundo Marcucci (2014) são responsabilidades do paciente: • Caracterizar, tão honesta e exatamente quanto possível, os dados relatados na anamnese • Ponderar seriamente sobre as recomendações do profi ssional e procurar segui- las, embora não seja obrigado a fazê-lo • Cooperar com o profi ssional • Comparecer às consultas assiduamente e na hora combinada, avisar o profi ssional com antecipação sobre a impossibilidade de comparecimento ou indenizá-lo pelo tempo perdido caso isso não seja feito • Pagar pelos serviços profi ssionais Segundo Marcucci (2014) são responsabilidades do profi ssional: • Manter-se atualizado em seus procedimentos • Utilizar todos os recursos terapêuticos disponíveis e orientar sobre a prevenção dos possíveis problemas • Respeitar os horários e as datas das consultas • Respeitar a autonomia do paciente participando das decisões • Reconhecer suas limitações, solicitar interconsultas e fazer encaminhamentos para outros profi ssionais e instituições mais capacitadas, de acordo com o perfi l pessoal e socioeconômico de todos os pacientes • Respeitar o código de ética estabelecido e guardar sigilo. Os profissionais devem procurar desenvolver características importantes para o atendimento de pacientes. Uma delas é a empatia, capacidade de se colocar na posição ou situação de outra pessoa, por identificação temporária, para poder melhor compreendê-la. A falta de empatia explica muitas das queixas que os pacientes fazem aos seus profissionais de saúde. Deve-se ter também um cuidado especial com a antipatia, e esta deve ser evitada. É muito penoso prestar um serviço repetidas vezes ao mesmo paciente sem que haja um grau de afetividade. Sem esta, a relação torna-se enfadonha e pesada. Tudo o que o paciente falar provocará irritação. Neste caso, o mais indicado é encaminhar o paciente indesejável a outro profissional que possa realizar o tratamento da maneira mais adequada. O profi ssional deve ter ciência dos seus limites e muitas vezes é importante saber dizer “eu não sei”. Afi rmar o desconhecimento tem suas compensações: • O paciente saberá que será bem tratado e perceberá a honestidade do atendimento • Terá a certeza de que a resposta certa será procurada. 11 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas Pacientes com Necessidades Especiais Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem hoje no mundo cerca de um bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência, sendo que aproximadamente 80% destas pessoas encontram-se nos países em desenvolvimento. Segundo a Unesco, 150 milhões de crianças com menos de 18 anos possuem algum tipo de deficiência. Mais de 50% das pessoas com deficiência não conseguem pagar por serviços de saúde (ONU BRASIL, 2017). A falta de estatísticas sobre pessoas com deficiência representa um obstáculo para planejar e implementar políticas de desenvolvimento que melhoram as vidas das pessoas com deficiência. O Terceiro Comitê da Assembleia Geral em sua reunião de número 71 propôs uma resolução sobre desenvolvimento inclusivo para pessoas com deficiência a fim de promover a realização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e outros objetivos acordados internacionalmente. Essa resolução visa estimular os Governos a executar medidas para implementar a Agenda 2030 de Desenvolvimento para Pessoas com Deficiência, além de melhorar os dados estatísticos sobre a deficiência (ONU BRASIL, 2017). Veja o vídeo produzido pelas Nações Unidas sobre o histórico das pessoas com deficiências: https://youtu.be/I9CqFndaBHM Ex pl or Os pacientes que possuem algum tipo de desvio do padrão de normalidade receberam designações que hoje são consideradas como pejorativas ou restritas. Hoje não é mais admitido que esses pacientes recebam denominações como: incapacitados, defeituosos, retardados ou excepcionais, o termo mais aceito e recomendado é o de pessoas com necessidades especiais, sejam momentâneas (um período da vida) ou perenes (por toda a vida). No ano de 1999, foi realizada a Convenção da Guatemala, com o objetivo de prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade, culminando no Brasil com a publicação do DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001 que promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Nos anos subsequentes muito ainda foidiscutido sobre as formas de eliminar a discriminação contra as pessoas com algum tipo de deficiência, mais especificamente em como integrar essas pessoas na vida social. A seguir apresentamos o artigo 25 da CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, ratificado pelo Congresso através do DECRETO LEGISLATIVO Nº 186, de 2008, e promulgado pelo DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009 que informa sobre o atendimento para os pacientes com algum tipo de deficiência para conhecimento e interpretação. 12 13 “Os Estados Partes reconhecem que as pessoas com deficiência têm o direito de gozar do estado de saúde mais elevado possível, sem discriminação baseada na deficiência. Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso a serviços de saúde, incluindo os serviços de reabilitação, que levarão em conta as especificidades de gênero. Em especial, os Estados Partes: a) Oferecerão às pessoas com deficiência programas e atenção à saúde gratuitos ou a custos acessíveis da mesma variedade, qualidade e padrão que são oferecidos às demais pessoas, inclusive na área de saúde sexual e reprodutiva e de programas de saúde pública destinados à população em geral; b) Propiciarão serviços de saúde que as pessoas com deficiência necessitam especificamente por causa de sua deficiência, inclusive diagnóstico e intervenção precoces, bem como serviços projetados para reduzir ao máximo e prevenir deficiências adicionais, inclusive entre crianças e idosos; c) Propiciarão esses serviços de saúde às pessoas com deficiência, o mais próximo possível de suas comunidades, inclusive na zona rural; d) Exigirão dos profissionais de saúde que dispensem às pessoas com deficiência a mesma qualidade de serviços dispensada às demais pessoas e, principalmente, que obtenham o consentimento livre e esclarecido das pessoas com deficiência concernentes. Para esse fim, os Estados Partes realizarão atividades de formação e definirão regras éticas para os setores de saúde público e privado, de modo a conscientizar os profissionais de saúde acerca dos direitos humanos, da dignidade, autonomia e das necessidades das pessoas com deficiência; e) Proibirão a discriminação contra pessoas com deficiência na provisão de seguro de saúde e seguro de vida, caso tais seguros sejam permitidos pela legislação nacional, os quais deverão ser providos de maneira razoável e justa; f) Prevenirão que se negue, de maneira discriminatória, os serviços de saúde ou de atenção à saúde ou a administração de alimentos sólidos ou líquidos por motivo de deficiência. No dia 06 de Julho de 2016 foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146), com prazo para entrar em vigor em até 180 dias da sua publicação. É muito importante ressaltar que grande parte das pessoas que possuem algum tipo de deficiência, também possuem recursos escassos para o tratamento de saúde e, desta forma, é nosso papel, como profissionais desta área, proporcionar um atendimento de qualidade a esses pacientes. Para o Brasil, onde existem cerca de 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, tem-se hoje a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, cujos objetivos principais são: 13 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas 1. proteger a saúde da pessoa com deficiência; 2. reabilitar a capacidade funcional e desempenho, contribuindo para a sua inclusão social. 3. prevenção de situações que possam levar ao aparecimento de deficiências, como por exemplo: acidentes domésticos, profissionais ou de trânsito (BRASIL, 2014). O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite, foi lançado no dia 17 de novembro de 2011 (Decreto Nº 7.612) pela presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de implementar novas iniciativas e intensificar ações que, atualmente, já são desenvolvidas pelo governo em benefício das pessoas com deficiência. Cartilha explicativa do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência: https://goo.gl/I2Sv8Z Ex pl or Segundo, a Súmula do Programa “Viver sem Limite” (2014), em relação à Atenção à saúde, informa que: “No Brasil, foi instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como objetivos principais dar acesso universal e atenção integral a toda a po- pulação brasileira. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De- ficiência reafirma esse direito e reitera que as pessoas com deficiência devem ter acesso a todos os bens e serviços da saúde, sem qualquer tipo de discriminação. O governo federal, por meio do Plano Viver sem Limi- te, vai ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com defi- ciência (temporária ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua) no SUS, com foco na organização de rede e na atenção integral à saúde. Para tanto, está sendo criada a Rede de Cuidados à Pessoa com Defi- ciência, que prevê uma série de estratégias e serviços de atendimento às necessidades específicas de pessoas com deficiência auditiva, física, visual, intelectual, múltiplas deficiências e ostomizadas. Com essa Rede, estabelece-se a articulação dos serviços de saúde, com a garantia de ações de promoção à saúde, identificação precoce de deficiências, prevenção dos agravos, tratamento e reabilitação. Até 2014, foram planejadas diversas ações, dentre as quais se destacam: qualificação das equipes de atenção básica; criação de Centros Especia- lizados em Reabilitação (CER) e qualificação dos serviços já existentes; criação de oficinas ortopédicas e ampliação da oferta de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, vinculados aos serviços de reabilitação física do SUS; qualificação da atenção odontológica, tanto na atenção básica quanto na especializada e cirúrgica”. 14 15 Acesse o site e conheça mais sobre o assunto: http://www.pessoacomdefi ciencia.gov.br Ex pl or Uso de Células-Tronco Segundo Mayana Zatz (2004), as células tronco são células somáticas, que na sua fase de blastocisto são pluripotentes, ou seja, com capacidade de reprodução em qualquer tipo de tecido. É importante ressaltar que existem diversos tipos de células-tronco que podem ser produzidas, dentre elas: • Células obtidas de indivíduos adultos (medula óssea, sangue, fígado) • Células provenientes do cordão umbilical e placenta • Células embrionárias Células totipotentes, são totalmente indiferenciadas, com capacidade de gerar qualquer tipo de célula e tecido existentes no organismo, inclusive tecidos extraembrionários. Células pluripotentes, também chamadas de embrionárias, não podem originar tecidos extraembrionários, mas dão origem aos demais tipos de células e tecidos do embrião. Células multipotentes são as também chamadas células-tronco adultas, podem gerar alguns tipos celulares, ou vários tipos de células de apenas um tecido. Elas estão presentes em quase todo o corpo, são alguns exemplos: células hematopoiéticas da medula óssea, e mesenquimais, do tronco-neural no cérebro, do cordão umbilical. As células provenientes de indivíduos adultos são questionáveis, pois a quantidade é pequena e não se sabe em que tecidos são capazes de se diferenciar. As células-tronco provenientes do cordão umbilical possuem uma ótima característica para o tratamento de doenças sanguíneas. Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão umbilical é o melhor material para substituir a medula em casos de leucemia (ZATZ, 2004). As células-tronco que envolvem maiores questionamentos éticos são as provenientes de células embrionárias, visto que seriam provenientes de embriões não utilizados (descartados em clínicas de fertilização). Alguns autores questionam se isso não geraria um comércio de óvulos e que poderia haver destruição de embriões humanos (ZATZ, 2004). 15 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas O uso de células-tronco vem sendo amplamente utilizado e muitasdas vezes, ainda, sem uma comprovada eficácia científica, portanto do ponto de vista ético, é importante que o profissional que deseja fazer uso desta forma de tratamento saiba o quão perigosa a mesma pode ser, antes de sair indicando os procedimentos aos seus pacientes. No entanto, não deve negar de imediato a possibilidade de ações terapêuticas importantes que podem ocorrer a partir do uso de células-tronco. Para evitar o uso indevido dessas células e diante da grande discussão sobre as células obtidas a partir de embriões e sobre a origem da vida, no Brasil, em 2005 foi criada a Lei da Biossegurança (LEI Nº 11.105/2005). Acesse aqui e veja o que diz a Lei da Biossegurança: https://goo.gl/Ikcd46 Ex pl or Medicamentos Genéricos No ano de 1999 no Brasil, foi instituída a Lei 9787, regulamentada pelo decreto 3.181/99, que estabelece o medicamento genérico e dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos. Segundo informações constantes no site da ANVISA (2017): “os medicamentos genéricos são aqueles que contém o(s) mesmo(s) princípio(s) ativo(s), na mesma dose e forma farmacêutica, administrados pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do me- dicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência e podendo, com este, ser intercambiável”. Vale destacar que existem outras formas de se produzir medicamentos com o mesmo princípio ativo, no entanto, são denominados medicamentos similares, neste caso, não se é permitida a substituição do medicamento caso o médico prescreva o de referência (também conhecidos como medicamentos “de marca”). Os medicamentos de referência possuem eficácia terapêutica, segurança e qualidade comprovadas cientificamente no momento do registro, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Recentemente, viram-se amplamente divulgadas na mídia, notícias que levam a população a desacreditar do uso de medicamentos genéricos, informando que estes não estão utilizando a quantidade adequada do princípio ativo. Discussões deste tipo exigem uma verificação importante da Anvisa, que se pronunciou justificando, mas não esclarecendo os reais fatos (GLOBO.COM, 2017). 16 17 Transfusão de Sangue No Brasil, os primeiros relatos sobre a transfusão sanguínea data de 1920. Em 1950, com o I Congresso Paulista de Hemoterapia fundou-se a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH). Em 1965, o Ministério da Saúde (MS) criou a Comissão Nacional de Hemoterapia para a criação dos hemocentros. Na década 80, o MS instituiu a Política Nacional do Sangue, Componentes e Hemoderivados, culminando com o Decreto 3.990/2001, que regulamentou a Lei 10.205/2001, a chamada “Lei do Sangue”. O grande questionamento ético no caso de transfusões de sangue refere-se às Testemunhas de Jeová que não aceitam transfusão sanguínea mesmo que ocorra risco de morte, pois violam as leis de Deus. Sabendo-se que no Brasil a liberdade de credo é resguardada pela própria Constituição, nesta situação, recai sobre os profissionais de saúde um grande dilema, que deverá ser o de escolha entre respeitar a autonomia do paciente ou os dispositivos legais que regem a sua prática profissional (FRANÇA, 2008). Neste caso, é importante deixar claro que ao considerar que a doutrina das Testemunhas de Jeová interfere na tomada de decisão ética, os profissionais devem propor alternativas terapêuticas para a transfusão nesses indivíduos e citar o ordenamento jurídico, ético e bioético que justifique este procedimento. Na impossibilidade da hemoterapia alternativa, cabe ao médico reger-se pelo ordenamento jurídico e pela Resolução 1021/1981, do Conselho Federal de Medicina e o Código de Ética Médica, em seus artigos 56 e 57, e proceder a transfusão sanguínea para preservar a vida, apesar da recusa do paciente. Quando o procedimento for eletivo, com necessidade comprovada de transfusão, compete ao hospital requisitar decisão jurídica para proceder a hemoterapia, caso ela seja recusada (FRANÇA, 2008). Transplante de Órgãos A temática da doação e transplante de órgãos não é recente. Os primeiros transplantes que foram realizados foram os de córneas, por volta de 1880. Os demais órgãos começaram a ser transplantados depois de 1950, no entanto muitos casos de transplantes não apresentavam sucesso, em função das rejeições que ocorriam devido à falta de compatibilidade. Com o avanço das pesquisas com medicações imunossupressivas, os casos de sucesso só cresceram. Os órgãos que começaram a ser transplantados foram as córneas, seguidas pelos rins, e depois pela medula, pulmões, fígado e pâncreas. Ossos e pele foram testados mais tardiamente (PESSINI, 2007). 17 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas No Brasil, o pesquisador pioneiro no transplante de órgãos foi o Dr. Euryclides de Jesus Zerbini. Em 26 de maio de 1968 ele realizou, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, o primeiro transplante de coração da América Latina. Seu paciente viveu apenas alguns dias, visto que naquela época não havia medicamentos capazes de evitar a rejeição do transplante. Em 1985, já com o desenvolvimento de drogas de combate à rejeição, ele realizou, com sucesso, a mesma cirurgia em um paciente portador da doença de Chagas. Em 1987, foi criada a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com a finalidade de: • Promover e estimular o desenvolvimento de todas as atividades relacionadas aos transplantes de órgãos e tecidos humanos; • Congregar os profissionais e as entidades envolvidas ou interessadas em transplantes de órgãos e tecidos; • Contribuir para o estabelecimento de normas e para a criação e aperfeiçoamento de legislação relacionada com o transplante de órgãos e tecidos; • Estimular a doação de órgãos e tecidos e oferecer apoio técnico e logístico para organização e funcionamento de centrais de notificação, captação e distribuição de tecidos e órgãos; • Estimular a pesquisa e colaborar na difusão de conhecimentos sobre transplante de órgãos e tecidos; • Promover a realização de congressos, simpósios, conferências e outras atividades relacionadas ao transplante de órgãos e tecidos; • Difundir junto ao público em geral, com os recursos de conscientização disponíveis e respeitada a ética profissional, o significado humanitário, científico e moral da doação de órgãos e tecidos para transplantes; • Estimular o intercâmbio com entidades congêneres. • Promover a realização de eventos educacionais, esportivos e culturais, relacionados com os transplantados, doadores e familiares. • Promover a captação de recursos para o desenvolvimento das atividades essenciais. (ABTO, 2017) A grande temática recente de discussão sobre o transplante de órgãos está no tráfico de órgãos e isso ocorreu devido à grande necessidade e baixa demanda de órgãos disponíveis para serem transplantados. Em 2008, ocorreu em Dubai uma reunião com diversos pesquisadores e governantes, com o objetivo de criar uma forma de proteção da população vulnerável no risco ao tráfico de órgãos, criando-se assim a Declaração de Istambul, que além de definir sobre o tráfico de órgãos e o comércio de transplantes, propôs regras aos países participantes para que esses criassem suas próprias legislações, desenvolvessem e implementassem políticas e procedimentos para melhorar o número de órgãos disponíveis para transplante, seguindo os princípios éticos. 18 19 Acesse https://goo.gl/hh44Fx e veja na íntegra a declaração de Istambul. Ex pl or Transplantes no Brasil Em 1997, foram criados o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o seu órgão central, as Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) para cada Estado brasileiro e os Cadastros Técnicos (lista única) para distribuição dos órgãos e tecidos doados. Foram também destinados recursos financeiros para o pagamento do processo de doação (ABTO, 2017). Hoje no Brasil, os transplantes estão normatizados,e através do RBT (Registro Brasileiro de Transplantes) é possível acompanhar mensalmente o número de transplantes realizados. Para ter acesso a esse registro, basta acessar o RBT dentro do sítio da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. No ano de 2016 ocorreram 5940 órgãos transplantados de janeiro a setembro de 2016, sendo 267 transplantes de coração, 4.114 rins e 1.381 fígados (RBT, 2016). Acesse o link abaixo e atualize periodicamente seus dados, conforme cronograma para coleta de dados do Registro Brasileiro de Transplante em 2016: www.abto.org.br/rbt Ex pl or Alimentos transgênicos e manipulações genéticas Outra grande temática bioética é o uso de alimentos transgênicos e os diversos tipo de manipulações genéticas. Por definição, manipulação genética é o ato de alterar células de DNA com o objetivo de introduzir características ou produzir novas proteínas que favorecem melhorias no sentido de garantir sua utilidade. Tipos de manipulação genética 1. Manipulação de células de plantas: existem elementos que são consumidos com diversos tipos de manipulações, desenvolvidos principalmente com a engenharia genética. Exemplos mais comuns são as manipulações nos cereais, como o trigo e o centeio, a soja e o milho. 2. Manipulação de células animais: existem diversos laboratórios que já realizam manipulações, inclusive com a produção de novos seres. Com a biotecnologia já foi possível inclusive a criação de novos animais a partir de modificações celulares; o exemplo mais conhecido e divulgado dessa atividade é o caso da ovelha Dolly. A técnica da clonagem foi utilizada gerando um novo ser vivo. 19 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas 3. Manipulação de células de seres humanos: com o projeto Genoma Humano, realizou-se e ainda se realiza a descodificação do gene humano, o que permitirá em um futuro muito próximo realizar as mesmas manipulações já realizadas com plantas e animais. Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em laboratórios com o objetivo de conseguir melhorar a qualidade do produto, no entanto, muito tem sido questionado pelos ambientalistas devido aos danos irreversíveis que podem ser gerados ao meio ambiente. Os genes de plantas e animais são manipulados e muitas vezes combinados, com novos organismos sendo produzidos. Os organismos geneticamente modificados, depois da fase laboratorial, são implantados na agricultura ou na pecuária. Vários países adotam esta metodologia como forma de aumentar a produção e diminuir seus custos. No Brasil, a regulação sobre o assunto foi dada pelo decreto 5.591, de 22 de novembro de 2005, que regulamenta dispositivos da Lei 11.105 (Lei da Biossegurança), de 24 de março de 2005, e também regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição, e dá outras providências. Ainda dentro do assunto relacionado aos alimentos transgênicos, o decreto 4.680/03 regulamentou o direito à informação, quanto aos alimentos e ingre- dientes alimentares que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGM). Em 2015, foi proposto ao Senado Federal o Projeto de Lei 4148/08 aprovado pelo Congresso que desobriga a necessidade de rotular produtos com menos de 1% de alimento modificado. O projeto ainda está em processo de relatoria, mas já foi rejeitado pela Comissão de Ciência, Tecno- logia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), sendo encaminhado ainda a outras comissões. Entre no link abaixo e acompanhe o desenrolar no Senado Federal desse projeto de Lei: https://goo.gl/5AK67g Ex pl or Aborto, eutanásia, ortotanásia e distanásia O aborto no Brasil vem sendo motivo de grande discussão, e novamente provoca discussão depois que em novembro de 2016, o Supremo Tribunal Federal definiu que o aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime e informam que a criminalização do aborto ainda no primeiro trimestre da gravidez fere a Constituição Federal. O ministro Luís Roberto Barroso informou que os artigos do Código Penal são inconstitucionais. Apesar da decisão ser válida apenas para o caso específico (em que os réus foram soltos), a notícia gerou uma grande polêmica e confusão, o que fez borbulhar as redes sociais. Vamos conceituar os tópicos! 20 21 Aborto – Etimologicamente significa privação do nascimento. Dentro de uma conceituação clássica seria a “expulsão ou extração de toda ou qualquer parte da placenta ou das membranas, sem um feto identificável, ou de um recém-nascido vivo ou morto, que pese menos de quinhentos gramas”. Este conceito foi baseado na viabilidade fetal extrauterina e é mundialmente aceito pela literatura médica (PESSINI, 2007). O aborto provocado ou induzido é aquele que acontece pela intervenção do homem. Do ponto de vista legal, o aborto é a interrupção da gravidez com intuito de morte do concepto, não fazendo alusão à idade gestacional. No âmbito da bioética o aborto espontâneo refere-se à interrupção espontânea da gravidez antes da viabilidade, após esse período são chamados partos precoces (vivo) ou parto de natimortos (morto). Qualquer interrupção da gravidez de forma provocada por técnicas médicas ou cirúrgicas é denominada de aborto, independentemente do estágio do feto (PESSINI, 2007). Depois dessa introdução, nos perguntamos então o que é considerado aborto legal. À luz da bioética, especialistas defendem a ampliação do aborto legal para os casos de malformação fetal ou da existência de doenças hereditárias que impossibilitem a criança de seguir sua vida de forma normal, ficando essa decisão ao casal. No Brasil hoje, o aborto é permitido em situações próprias, quando resulta de estupro, para salvar a vida da gestante ou no caso do feto ser anencéfalo. Eutanásia – Etimologicamente, este termo originou-se do grego eu + thanatos, que pode ser traduzido como “boa morte” ou “morte sem dor”. Do ponto de vista médico, significa abreviar a vida de um paciente em estado terminal ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos. É um tema muito polêmico, pois pode interferir diretamente no que o paciente pensa ou deseja sobre a sua condição. No Brasil, o Código Penal não estipula a prática da eutanásia. Deste modo, o mé- dico que termina a vida de um paciente por compaixão comete o chamado “homicí- dio simples”, indicado no artigo 121, e está sujeito a pena de 6 a 20 anos de reclu- são. O direito à vida é considerado inviolável de acordo com a Constituição Federal. Mesmo sendo proibida no Brasil, no estado de São Paulo, a lei estadual 10.241/99 confere o direito ao usuário de um serviço de saúde de rejeitar tratamento doloroso para o prolongamento da vida. Ortotanásia – Morrer com dignidade ou o ato de morrer bem. O conceito permite ao doente que entrou numa fase irreversível, e aqueles que o cercam, enfrentar a morte com tranquilidade, visto que nesta perspectiva a morte é inevitável e que faz parte da vida (PESSINI, 2007). 21 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas Distanásia – É exatamente o contrário da eutanásia, ou seja, o ato de prolongar ao máximo a vida de uma pessoa que tem uma doença incurável. Frequentemente a distanásia implica numa morte lenta e sofrida. A distanásia começou a se tornar um problema ético na medida em que o progresso técnico científico começou a interferir de forma decisiva nas fases finais da vida humana (PESSINI, 2007). 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Diretrizes básicas para captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos ABTO. Diretrizes básicas para captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. 2009. https://goo.gl/nEJm4N Distanásia: percepção dos profissionais da enfermagem MENEZES, M. B.; SELLI, L.; ALVES, J. S. Distanásia: percepção dos profissionais da enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem,Ribeirão Preto, v. 17, n. 4, p. 443- 448, Aug. 2009. https://goo.gl/RNKBOu 23 UNIDADE Relações Interpessoais e Aplicações Éticas Referências ABTO. Diretrizes básicas para captação e retirada de múltiplos órgãos e tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. 2009. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/pdf/livro.pdf> Acesso em: fevereiro de 2017. ABTO. Estatuto da ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. 2017. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=488 &c=935&s=0&friendly=estatuto-da-abto---associacao-brasileira-de-transplante-de- orgaos> Acesso em fevereiro de 2017. ARAÚJO, L.U. et al. 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