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1 Ombro Anatomia e Cinesiologia

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Ombro
Anatomia e Cinesiologia
DestravaFisio
1. Anatomia Básica do Ombro............................................................................................3
2. Ossos do Complexo Articular do Ombro....................................................................4
2.1 Esterno.........................................................................................................................4
2.2 Clavícula......................................................................................................................5
2.3 Escápula......................................................................................................................6
2.4 Úmero.......................................................................................................................... 7
3. Articulações do Complexo Articular do Ombro........................................................8
3.1 Articulação Esternoclavicular...................................................................................8
3.2 Articulação Acrômioclavicular.................................................................................. 8
3.3 Articulação Subdeltóidiana.......................................................................................8
3.4 Articulação Escápulo-torácica..................................................................................8
3.5 Articulação Glenoumeral...........................................................................................9
4. Componentes Musculares do Complexo Articular do Ombro............................10
4.1 Músculos do Cíngulo do Membro Superior (Escápula).....................................10
5. Movimentos...................................................................................................................... 15
6. Estabilização.................................................................................................................... 18
6.1 Estabilizadores Estáticos........................................................................................18
6.2 Estabilizadores Dinâmicos..................................................................................... 20
7. Artrocinemática do Rolar e Deslizar.......................................................................... 21
8. Princípios da Cinemática Geral da Abdução do Ombro.......................................22
8.1. Primeiro Princípio....................................................................................................22
8.2. Segundo Princípio.................................................................................................. 23
8.3. Terceiro Princípio....................................................................................................23
8.4. Quarto Princípio...................................................................................................... 24
8.5. Quinto Princípio.......................................................................................................25
8.6. Sexto Princípio........................................................................................................ 26
Referências............................................................................................................................26
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
3
1. Anatomia Básica do Ombro
A articulação do ombro se trata de uma articulação proximal do membro
superior, caracterizada a mais móvel do corpo humano devido suas disposições
anatômicas que permitem ampla mobilidade. 1,2
É constituído por um complexo articular, formado por cinco articulações,
sendo elas, três articulações verdadeiras (glenoumeral, acrômio-clavicular,
esternoclavicular) e duas falsas (subdeltóidiana e escápulo-torácica). As mesmas
são compostas da junção anatômica dos ossos: esterno; clavícula; escapula e
úmero.1,2
Figura 1: articulações do complexo articular do ombro.
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
4
2. Ossos do Complexo Articular do Ombro
2.1 Esterno
Osso plano encontrado na região central da parede anterior do tórax, sua
porção superior (manúbrio) articula-se com a clavícula e inferiormente articula-se
com as com as cartilagens costais. Divide-se em três porções: manúbrio do esterno;
corpo do esterno e processo xifóide.2
Figura 2: Acidentes ósseos do esterno.
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
5
2.2 Clavícula
Osso em formato de “S”, atua como elo de ligação entre o esqueleto axial e
apendicular nos membros superiores por meio da articulação esternoclavicular. Seus
principais pontos de referência são (figura 3): extremidade esternal (medialmente
posicionada); extremidade acromial (lateralmente posicionada) e corpo da clavícula
(espaço entre as duas extremidades.2
Figura 3: Acidentes ósseos da Clavícula
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
6
2.3 Escápula
Osso plano, de formato triangular, localizado na região posterior do tórax,
em conjunto com a clavícula compõe a cintura escapular, que une o membro
superior ao esqueleto axial. Este osso se fixa ao tronco indiretamente por meio dos
ligamentos que fixam à clavícula.2
Possui como principais acidentes ósseos (figuras 4 e 5): ângulo superior;
ângulo inferior; margem medial; margem lateral; espinha da escápula; processo
coracóide; acrômio e cavidade glenoidal (onde articula-se com o úmero, formando a
articulação do ombro).2
Figura 4: Acidentes ósseos da escapula (vista posterior)
Figura 5: Acidentes ósseos da escapula (vista anterior)
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
7
2.4 Úmero
Maior osso do membro superior, longo, em sua extremidade proximal
articula-se com a cavidade glenoidea da escápula formando a articulação do ombro,
em sua extremidade distal articula-se com rádio e ulna formando a articulação do
cotovelo. Alguns de seus pontos de referência são (figura 5): cabeça do úmero
(extremidade proximal); colo anatômico; diáfise do úmero; tubérculo maior; tubérculo
menor; tróclea e capitulo.2
Figura 5: Acidentes ósseos do úmero (vistas anterior e posterior respectivamente).
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
8
3. Articulações do Complexo Articular do Ombro
3.1 Articulação Esternoclavicular
Se trata de uma articulação sinovial, do tipo plana, classificada como
articulação do tipo selar. Atua como elo de ligação entre o esqueleto apendicular do
MS e o esqueleto axial, comporta a movimentação da clavícula, sendo os seguintes
movimentos: elevação, depressão, protrusão, retração e rotação. A movimentação
da clavícula ocorre de forma sutil, porem extremamente importante para o correto
posicionamento da articulação do ombro, enquanto o esterno mantem-se imóvel.2
Os principais ligamentos que reforçam essa articulação são: ligamento
esternoclavicular; costoclavicular, e; interclavicular.2
3.2 Articulação Acrômioclavicular
Localizada na junção entre o acrômio da escapula e a extremidade acromial
da clavícula, se trata de uma articulação sinovial do tipo plana, da qual efetua
movimentos nos três planos anatômicos. Sua capsula articular envolve as
extremidades ósseas, e possui característica frágil, no entanto é reforçada superior e
inferiormente pelo ligamento acrômioclavicular, além de contar com ligamentos
acessórios que auxiliam em sua estabilidade (ligamento coracoclavicular e
coracoacromial).2
3.3 Articulação Subdeltóidiana
Do ponto de vista estritamente anatômico não se trata de uma articulação,
contudo podemos considerar do ponto de vista fisiológico devido ser composta por
duas superfícies que deslizam uma sobre a outra. Articulação subdeltóidiana está
mecanicamente unida à articulação escápulo-umeral, onde qualquer movimento na
articulação escápulo-umeral provoca um movimento na subdeltóidiana.2
3.4 Articulação Escápulo-torácica
Se trata de uma articulação conhecida como falsa, devido ausência de
componentes articulares propriamente ditos (capsula articular, liquido sinovial).
Apesar da ausência de um ponto de fixação entre a escapulae o tórax, a mesma se
move junto a caixa torácica, unidos indiretamente pela clavícula e alguns tecidos
musculares. A mobilidade dessa articulação permite uma maior gama de
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
9
movimentação para a articulação do ombro, além de atuar num melhor
posicionamento dos componentes articulares durante amplitude de movimento
completa do ombro.2
3.5 Articulação Glenoumeral
Articulação do ombro propriamente dita, se trata de uma articulação sinovial
do tipo esferoide que se move nos três planos de movimento. Caracterizada por ser,
a articulação mais móvel do corpo, onde articulam-se cabeça do úmero
(convexidade) e face articular da cavidade glenoidal (concavidade).2
A cavidade glenoidal apresenta-se como uma estrutura rasa acompanhada
de uma membrana fibrosa externa (capsula articular) fina e frouxa, tais disposições
anatômicas, justificam a instabilidade desta articulação em prol da ampla
movimentação. A estabilidade dessa articulação é reforçada por algumas estruturas
anatômicas, como: lábio glenoidal, anel fibroso que atua aprofundando a face
articular; Ligamentos glenoumerais (superior, médio e inferior) atuam reforçando a
capsula articular anteriormente; ligamento coracoumeral atua reforçando a parte
superior da cápsula articular; músculos do manguito rotador, que possuem como
função principal manter a cabeça do úmero acoplada à face articular da cavidade
glenoidal.2
Características anatômicas:
 Cápsula articular frouxa
 Estrutura rasa
 Lábio glenoidal (aprofundador)
 Ligamentos (reforçam a cápsula)
 Estabilização muscular
Estabilizadores estáticos
 Ligamento glenoumeral feixes (superior, médio e inferior)
 Ligamento coracoumeral: restringe flexão e extensão
 Cápsula articular
Estabilizadores dinâmicos:
 Componentes musculares (manguito rotador)
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
10
4. Componentes Musculares do Complexo Articular do Ombro
4.1 Músculos do Cíngulo do Membro Superior (Escápula)
Figura 6: Músculo Trapézio.
Figura 7: Músculo Levantador da Escápula
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
11
Figura 8: Músculos Rombóides
Figura 9 Músculo Serrátil anterior
Figura 10: Músculo peitoral menor
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
12
4.2 Músculos do Ombro
Figura 11: Músculo Deltoide
Figura 12: Músculo Peitoral Paior
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
13
Figura 13: Músculo Latíssimo do Dorso (Grande Dorsal)
Figura 14: Músculo Redondo Maior
Figura 15: Músculo Supraespinhal
DestravaFisio Ombro - Anatomia Básica
14
Figura 16: Músculo Infraespinhal e Redondo Menor
Figura 17: Músculo Subescapular
Figura 18: Músculo Coracobraquial
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
15
5. Movimentos
Como dito anteriormente, a articulação do ombro é classificada como uma
articulação triaxial, ou seja, esta articulação é capaz de realizar movimentos nos três
planos e seus respectivos eixos de movimento. A literatura aponta quatro grupos de
movimentos possíveis nesta articulação: 1 flexão, extensão e hiperextensão; 2
abdução e adução no plano frontal; 3 rotações medial e lateral; e 4 abdução e
adução no plano horizontal. 1
Além destes movimentos, podemos realizar o movimento de circundução
que nomeia a junção dos movimentos possíveis no ombro, realizando movimentação
em forma de círculo. Também podemos realizar movimentação no chamado plano
escapular, muito utilizado em exercícios terapêuticos, onde os movimentos do ombro
ocorrem à cerca de 30° anteriormente ao plano frontal. A seguir serão demonstrados
os movimentos citados (imagens 19 à 24).1
Flexão (0-180°) e Extensão (0-45º)
Figura 19: Movimentos no Plano Sagital e Eixo Latero-lateral Ântero-Posterior
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
16
Abdução (0-180°)
Figura 20: Movimentos no Plano Frontal e Eixo Ântero-Posterior
Adução (0-40°)
Figura 21: Movimentos no Plano Frontal e Eixo Ântero-Posterior
Rotação Interna e Externa (0-90°) / Adução e Abdução Horizontal
Figura 22: Movimentos no Plano Transversal e Eixo Longitudinal
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
17
Figura 23: Movimentação em plano escapular.
Figura 24: Combinação de movimentos denominada circundução
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
18
6. Estabilização
Conforme citado anteriormente as estruturas que atuam reforçando a
estabilidade da articulação do ombro são classificadas em dois grupos,
estabilizadores estáticos e estabilizadores dinâmicos. Onde os estabilizadores
estáticos são os principais responsáveis por manter a estabilidade articular enquanto
a mesma se encontra imóvel, já os estabilizadores dinâmicos são os principais
responsáveis por manter a estabilidade articular durante o movimento.2
6.1 Estabilizadores Estáticos
Cápsula Articular: É um recipiente de paredes finas, fixado em torno da
cavidade glenoidal da escápula e do colo anatômico do úmero (figura 25). Formada
externamente por uma membrana fibrosa e internamente por uma membrana
sinovial. Quando o braço está pendente ao lado do corpo, a região superior da
cápsula está tensa e a inferior relaxada, ocorrendo o inverso quando o ombro está
abduzido.2
Figura 25: Capsula articular do ombro.
Lábio Glenoidal: Trata-se de um anel fibrocartilaginoso que circunda a
margem da cavidade glenoidal (figura 26), acentuando a sua concavidade
restabelecendo a congruência das superfícies articulares.1,2
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
19
Figura 26: Lábio glenoidal.
Ligamento Glenoumeral: Com seus três fascículos superior, médio e inferior
forma um Z expandido sobre a superfície anterior da cápsula (figura 27).1,2 Durante o
movimento de abdução os fascículos médio e inferior são tencionados, enquanto o
fascículo superior é distendido. Já no movimento de rotação externa os três
fascículos são tencionados, ocorrendo o oposto na rotação interna.1
Figura 27: Ligamento Glenoidal e seus três feixes.
Ligamento Coracoumeral: Formado por dois fascículos, inseridos na
tuberosidade maior do úmero por trás e tuberosidade menor do úmero pela frente
(figura 28).1,2 Durante o movimento de extensão ocorre uma tensão predominante
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
20
sobre o fascículo da tuberosidade menor do úmero, enquanto que na flexão ocorre
uma tensão predominante sobre o fascículo maior do úmero. 1,2
Figura 28: Ligamento Coracoacromial.
6.2 Estabilizadores Dinâmicos
Devido à instabilidade dessa articulação a mesma é reforçada por meio dos
componentes musculares do manguito rotador, que possuem a função de elevar e
centralizar a cabeça do Úmero na face articular da cavidade glenoidea. O manguito
rotador é composto por quatro músculos: músculo supraespinhoso; subescapular;
infraespinhoso, e; redondo menor. A descrição sobre origem, inserção, ação e
inervação de cada um destes está disponível em (tópico 4.2). 1,2
A faixa tendínea formada pela união das inserções dos tendões destes quatro
músculos compõem o chamado manguito rotador, e seus vetores de força realizam
a coaptação articular durante o movimento (figura 29).1
Figura 29: Manguito rotador e fator de coaptação articular.
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
21
A estabilidade do ombro está diretamente relacionada à estabilidade
escapular, onde os músculos trapézio (parte superior, média e inferior), romboides
(maior e menor) e serrátil anterior possuem um papel fundamental para a
estabilização da articulação escápulo-torácica e também atuam em conjunto com os
músculos do Manguito Rotador compondo o Ritmo Escapulo umeral.1
7. Artrocinemática do Rolar e Deslizar
Por meio da artrocinemática podemos observar que o movimento de abdução do
ombro envolve o rolamento superior e deslizamento inferior da cabeça do úmero
(estrutura convexa) ao longo da cavidade glenóide (estrutura côncava). Já o
movimento de adução ocorre de forma similar porém no sentido inverso, com o
rolamento inferior e deslizamento superior da cabeça do úmero.3
Os movimentos de rolar e deslizar são de suma importância para que o
movimento ocorra em suaamplitude completa (Fig. 30). Tendo em vista que a
cabeça do úmero possui um diâmetro superior ao da cavidade glenóide, os
movimentos simultâneos de rolar e deslizar permitem que a ampla superfície da
cabeça do úmero role sobre a superfície menor da cavidade glenóide, sem que
ocorra perda de contato entre as estruturas. Um deslizamento inferior insuficiente
pode ter como consequência a compressão das estruturas presentes no espaço
subacromial (bursa e tendões) em razão do rolamento superior aproximar a cabeça
do úmero ao arco acrômial.3
Figura 30: Artrocinemática do Rolamento e Deslizamento
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
22
8. Princípios da Cinemática Geral da Abdução do Ombro
O movimento voluntário de abdução do ombro, depende de uma sequência
cinemática ideal de todo o complexo para que ocorra de forma natural e indolor. É
de fundamental importância ter o conhecimento de como ocorre o trabalho
simultâneo das articulações para saber identificar de que forma danos em uma parte
do complexo podem afetar as demais partes e assim realizar uma avaliação mais
eficaz e propor um adequado programa de tratamento.3
8.1. Primeiro Princípio
A cinemática geral de abdução do ombro é composta por seis princípios, sendo
o primeiro deles conhecido como Ritmo Escapuloumeral (Fig. 31). O ombro possui
um arco de movimento em abdução de aproximadamente 180°, existindo um ritmo
cinemático natural composto pela abdução glenoumeral e pela rotação superior da
escápula. Segundo Inman após 30° iniciais de abdução ocorre um ritmo constante
com razão de 2:1, onde para cada 3 graus de abdução de ombro, 2 graus de
abdução ocorrem na articulação glenoumeral e 1 grau de rotação superior ocorre na
articulação escapulotorácica. Portanto, o primeiro princípio cinemático da abdução
do ombro é caracterizado por um ritmo escapuloumeral de 2:1, onde o arco de
movimento de 180° resulta de 120° de abdução da articulação GU e 60° de rotação
superior da articulação escapulotorácica que ocorrem de forma simultânea.3
Figura 31:Ritmo Escapuloumeral
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
23
8.2. Segundo Princípio
O segundo principio consiste no movimento combinado das articulações EC e
AC (Fig. 32). Como visto anteriormente, para que o arco de movimento alcance a
sua amplitude máxima de 180° de abdução, é necessário que ocorra 60° de rotação
superior na articulação escapulotorácica. Entretanto, para que esse movimento
ocorra é necessário a participação de outras suas articulações que compõem o
complexo do ombro, sendo elas a articulação esternoclavicular que realiza o
movimento de elevação e a articulação acromioclavicular que simultaneamente
realiza o movimento de rotação superior, resultando assim no movimento de rotação
superior da articulação escapulotorácica.3
Figura 32: Elevação Esternoclavicular e Rotação Superior Acromioclavicular
8.3. Terceiro Princípio
O terceiro princípio é caracterizado pelo movimento de retração da clavícula que
ocorre na articulação EC durante a abdução completa do ombro (Fig. 33). Partindo
de sua posição anatômica, horizontal e posteriorizada aproximadamente 20° ao
plano frontal, a clavícula realiza em torno de 15° de retração auxiliando a articulação
AC a posicionar a escapula de forma ideal no plano horizontal.3
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
24
Figura 33:Retração da Clavícula
8.4. Quarto Princípio
No quarto princípio observamos os movimentos de aproximadamente 20° de
inclinação posterior e 10° de rotação externa da escápula, entretanto essas
angulações podem variar sendo determinadas pela cinemática das articulações EC
e AC (Fig. 34). Em posição de repouso a escápula possui em torno de 35° de
inclinação anterior, mediante o movimento o movimento de abdução do ombro
inicialmente a escápula se inclina posteriormente pelo movimento da articulação AC,
enquanto que a rotação externa ocorre de forma leve e variável de forma global
decorrente da combinação da movimentação das articulações AC e EC. Segundo
Ludewing a articulação AC roda internamente durante a abdução do ombro,
entretanto qualquer potencial rotação interna da escápula é compensada por uma
grande rotação rotação na articulação EC, resultando em uma inclinação externa
global da escápula, contudo a escápula mantém-se inclinada anteriormente no plano
escapular. Esses movimentos são importantes e são responsáveis por mover o arco
coracoacromial para longe da cabeça do úmero, sugere-se ainda que esses
movimentos auxiliam a preservar o volume do espaço subacromial durante a
abdução, diminuindo a probabilidade de impacto das estruturas reduzindo o estresse
mecânico nos músculos do manguito rotador.3
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
25
Figura 34:Inclinação Posterior e Rotação Externa da Escápula
8.5. Quinto Princípio
O quinto princípio consiste na rotação posterior da clavícula em torno de seu
próprio eixo que segundo a literatura varia de 20 a 35 graus dependendo da
angulação da abdução do ombro. O movimento de rotação posterior da clavícula
ocorre na articulação AC (Fig. 35), sendo resultado do tensionamento do ligamento
coracoclavicular devido ao movimento de rotação superior da escápula. Segundo
Ludewing a rotação posterior da clavícula está mecanicamente associada com a
inclinação posterior da articulação AC, sendo fundamentais para a realização da
abdução completa do ombro.3
Figura 35:Rotação Posterior da Clavícula
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
26
8.6. Sexto Princípio
O sexto princípio cinemático da abdução do ombro consiste no movimento de
rotação externa do úmero (Fig. 36). A rotação externa do úmero permite que o
tubérculo maior passe posteriormente ao acrômio, evitando assim um impacto com
as estruturas presente no espaço subacromial.3
Figura 36:Rotação Externa do Úmero
Conhecer os seis princípios cinemáticos da abdução do ombro é de suma
importância para o entendimento da biomecânica envolvida na realização do
movimento e do bom funcionamento simultâneo de diferentes componentes
pertencentes ao complexo do ombro.3
Referências
1- Kapandji, A. L (Ibrahim Adalbert) Fisiologia articular, volume 1 : esquemas
comentados de mecânica humana / A. L Kapandji ; [tradução da 5.ed. original
de Editorial Médica Panamericana S.A. - São Paulo: Panamericana ; Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
2- Lynn S. Lippert, M. P. (2013). Cinesiologia Clínica e Anatomia (5 ª ed.). (M. d.
Azevedo, & C. L. Araújo, Trads.) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil:
DestravaFisio Ombro - Cinesiologia
27
Guanabara Koogan.
3- Neumann, D. A. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético:
Fundamentos para Reabilitação. Tradução 2ª Ed. Elsevier 2011.
	1. Anatomia Básica do Ombro
	2.Ossos do Complexo Articular do Ombro
	2.1 Esterno
	2.2 Clavícula
	2.3 Escápula 
	2.4 Úmero 
	3.Articulações do Complexo Articular do Ombro
	3.1 Articulação Esternoclavicular
	3.2 Articulação Acrômioclavicular
	3.3 Articulação Subdeltóidiana
	3.4 Articulação Escápulo-torácica
	3.5 Articulação Glenoumeral
	4.Componentes Musculares do Complexo Articular do Om
	4.1 Músculos do Cíngulo do Membro Superior (Escápu
	5. Movimentos
	6. Estabilização
	6.1 Estabilizadores Estáticos
	6.2 Estabilizadores Dinâmicos
	7.Artrocinemática do Rolar e Deslizar
	8. Princípios da Cinemática Geral da Abdução do Om
	8.1. Primeiro Princípio
	8.2. Segundo Princípio
	8.3. Terceiro Princípio
	8.4. Quarto Princípio
	8.5. Quinto Princípio
	8.6. Sexto Princípio
	Referências

Outros materiais