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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO AULA 4 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL Dentre as técnicas utilizadas para a análise de crédito, já conhecemos a coleta de informações interna e externa, o registro e confirmação delas em uma base de dados segura e a avaliação de riscos por intermédio dos Cs do crédito. Agora, vamos estudar um dos pontos mais importantes e exatos de uma análise de crédito, a avaliação financeira do tomador de crédito. A avaliação permite desenhar uma situação passada, presente a tendência para o futuro tanto na pessoa física quanto na jurídica, pois os números financeiros demonstram claramente, quando verídicos e lícitos, a situação da saúde financeira de uma empresa ou uma pessoa física. Por isso, vamos dividir nossos estudos realizando avaliações diferentes entre pessoas físicas e jurídicas. Aprofundar na análise dos números contábeis e financeiros das empresas para que possamos ao final realizar uma análise financeira dentro de um processo de avaliação de concessão de crédito. CONTEXTUALIZANDO A evolução da história da análise financeira para concessão de crédito se inicia no século XIX com o desenvolvimento industrial, as empresas começaram a buscar novas formas de captação de recursos monetários para financiar sua atividade produtiva. Logo o sistema bancário passou a ser requisitado pelos empresários na busca de dinheiro. A partir dessa necessidade por parte das empresas, os banqueiros norte-americanos, em 1895, foram se aprimorar na análise financeira de balanços e começaram a exigir esses documentos para os tomadores de crédito. Naquela época, eles exigiam apenas o Balanço Patrimonial para avaliação, daí surgiu o termo análise de balanços. Em 1915, o Banco Central dos Estados Unidos determinou que somente as empresas que divulgassem seu balanço poderiam descontar títulos junto aos bancos. A análise financeira chega ao Brasil em 1968, com a criação do SERASA, sendo a empresa que passou a operar como central de análise de balanço dos bancos. A partir do SERASA, as informações passaram a ser fundamentais e obrigatórias para qualquer empresa que desejasse tomar crédito junto aos bancos brasileiros. E o resultado com as operações que tinham uma análise 3 financeira de qualidade vinha por meio dos pagamentos regulares por parte dos tomadores de crédito. Antes disso, os analistas costumavam decidir crédito mediante visitas presenciais e levantamento de dados pessoais dos tomadores que deixavam a decisão da avaliação do crédito muito subjetiva. A análise financeira construiu um diagnóstico capaz de demonstrar, por meio de números, a real situação de uma empresa ou uma pessoa física. Mais tarde, essa prática passou a ser utilizada também por empresas que realizam transações comerciais a prazo e concediam crédito a seus clientes. Portanto, se crédito é confiança e gestão de riscos, a análise financeira constitui uma ferramenta obrigatória para que o cedente visualize uma situação clara de capacidade de pagamento de seu tomador de crédito. TEMA 1 – AVALIAÇÃO FINANCEIRA PESSOA FÍSICA E JURÍDICA A avaliação financeira é fundamental na análise de crédito, uma vez que, a partir dela, podemos diagnosticar a situação passada, presente e a tendência para o futuro do tomador de crédito, seja ele pessoa física ou jurídica. Tanto na pessoa física quanto na jurídica, a avaliação financeira proporciona um subsídio para a avaliação do capital, por meio dos principais indicadores econômicos financeiros, estrutura de capitais, liquidez e resultado. Para pessoa jurídica, a avaliação está fundamentada em: fluxo de caixa, patrimônios e bens, dados contábeis sobre ativo e passivo, além do demonstrativo de resultados, margens de operação, despesas, custos, endividamentos e ciclo operacional. Para pessoa física, a avaliação está fundamentada em geração de renda, patrimônios e despesas e gastos em geral. Mas como devemos proceder nessa análise? O primeiro ponto importante é coletar essas informações e verificar se elas são verdadeiras e de preferência se estão disponíveis para consulta no SERASA ou na CVM quando a empresa for de Sociedade Anônima (S.A.). Quando as empresas divulgam os números de seus balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados reforçam a vontade de serem transparentes com o mercado e fortalecem o C do crédito relativo ao Caráter. No caso da pessoa física, é avaliar o documento entregue como declaração de imposto de renda ou holerite. É fundamental fazer pesquisa sobre as informações de renda ligando na empresa onde a pessoa trabalha e, no caso 4 de profissional liberal ou autônomo, solicitar também informações de movimentação bancária. TEMA 2 – PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NA PESSOA FÍSICA As pessoas físicas apresentam um perfil de consumo elevado. Isso pode provocar endividamentos comprometedores em suas finanças. O poder de compra das pessoas é caracterizado por sua renda, idade, fatores culturais e sazonais. Por isso, nas finanças domésticas, devemos colocar na balança as despesas de um lado e as receitas do outro para buscarmos um equilíbrio capaz de gerar condições de honrar com os compromissos assumidos. Dentre as finanças domésticas, podemos destacar como fatores de comprometimento da renda a alimentação, a habitação e o transporte. Logo, esses indicadores precisam ser mensurados na avaliação de crédito para uma decisão assertiva na concessão. Na avaliação da concessão de crédito para pessoa física, o analista deve observar a capacidade de geração de caixa (rendas) em relação aos custos e às despesas mensais. Segundo a política creditícia do país deliberada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o cedente não deve endividá-lo mais do que 30% de seu rendimento mensal. A modalidade de crédito a ser contratada também é um fator determinante na avaliação da capacidade financeira da pessoa física, pois existem produtos com curto e longo prazo. Vejamos alguns casos a seguir: O produto cheque especial representa uma concessão de crédito em que o valor contratado fica disponível em conta. Logo, se o cedente do crédito liberar ao tomador de crédito um valor equivalente à sua renda mensal e ele utilizar todo o limite, chegará um momento em que ele depende do banco para pagar os compromissos financeiros, como as despesas para manter sua casa e ele próprio. Por isso, os bancos, ao realizarem a análise financeira de uma pessoa física, precisam verificar um percentual potencial que não irá agravar sua situação financeira ao longo do tempo. Outro produto de crédito para a pessoa física que podemos citar é o consignado. Além de a taxa ser mais baixa que outras linhas, o banco pode operar com 30% da margem de sua renda e fazer o desconto da parcela direto 5 na folha de pagamento. No entanto, o cedente do crédito deve tomar cuidado com as despesas que possui em casa, e o tomador de crédito deve cuidar para não endividá-lo a ponto de gerar restritivos em seu nome no futuro e vir a ser inadimplente no mercado, pois, quando ele verificar que não consegue pagar os compromissos firmados com o salário total, poderá vir renegociar a dívida e aumentar seu endividamento com a cedente. É muito importante na análise financeira da pessoa física avaliar os fatores como: a renda principal e adicional; despesas pessoais: lazer, vestuário, alimentos, remédios, entre outros; despesas domésticas: água, luz, telefone, aluguel, condomínio, TV por assinatura, entre outros; responsabilidades com empréstimos e financiamentos em outros bancos. Saiba mais Para mais informação sobre o assunto, acesse: http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/natalia.pdf http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/19052004pof2002html. shtm TEMA 3 – PARÂMETROSDE AVALIAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA A pessoa jurídica é responsável dentro de uma economia pela produtividade, distribuída nos setores de agricultura ou agronegócios, indústria e comércio/prestação de serviços, que são também os setores que mensuram o Produto Interno Bruto (PIB). Logo, dentro do seu respectivo setor, gera atividades que serão necessárias para suas receitas e, a partir daí, surge a necessidade de expansão, implantação de projetos, entre outros, e, quando não são capitalizadas, recorrem a créditos com terceiros, sejam eles bancos ou empresas fornecedoras de sua atividade. Quando buscam aos bancos para tomar crédito, devem apresentar à instituição bancária todos os documentos que caracterizam a empresa. Portanto os números financeiros são os primeiros a serem avaliados. E os bancos http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/natalia.pdf http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/19052004pof2002html.shtm http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/19052004pof2002html.shtm 6 solicitam fontes para verificar a geração de caixa da empresa e seu patrimônio capazes de demonstrar sua capacidade de pagamento para o valor solicitado ao longo do tempo. No Balanço Patrimonial, os analistas de crédito das instituições financeiras irão avaliar as fontes de pagamento sob duas ópticas: Fontes primárias: fluxo de caixa da empresa para empréstimo de curto prazo e geração de lucros no decorrer do tempo para empréstimo de longo prazo. Fontes secundárias: venda ou conservação de ativos imobilizados e injeção de capital. No Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), os bancos costumam avaliar a performance dos indicadores que constroem um perfil sobre sua margem de ganho bruta, líquida e operacional. Quanto ele recolhe impostos, há melhora ou piora no índice de eficiência operacional. Índice de Eficiência Operacional = despesas totais / faturamento x 100 Ainda no DRE, o cedente do crédito pode verificar se a empresa na sua gestão vem ganhando mercado com o crescimento de suas receitas ou se o mercado está apto a aumentos e variações de preços de produtos ou serviços. Já no caso do passivo da empresa, que são os recursos com terceiros, os bancos podem, por meio de sistemas interligados, como é o caso do SISBACEN, verificar o endividamento bancário da pessoa jurídica em outros bancos ou instituições financeiras. Para isso, basta que o cliente autorize a consulta via documento assinado pelos sócios. De posse dessas informações, o cedente do crédito poderá avaliar as características de endividamento da empresa, se ela está com dívida elevada a longo ou curto prazo. A informação do tempo é muito importante na hora de definir a modalidade de crédito que será utilizada para conceder o valor, pois se, ele está envidado a curto prazo, necessita de produtos de crédito que vão alongar sua dívida e não aumentar o limite disponível em curto prazo, pois deixará a empresa mais apertada ainda. 7 Saiba mais Para mais informação sobre o assunto, acesse: http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/2CCF/20080717214924.pdf TEMA 4 – DADOS CONTÁBEIS E ÍNDICES FINANCEIROS De acordo com o Serasa/Experian, os principais indicadores financeiros são: estrutura de capitais; liquidez; resultados. O termômetro locomotivo da empresa é denominado fluxo de caixa. Por meio dele, é possível verificar qual é a solvência da empresa para honrar com seus compromissos diários. No fluxo de caixa, as vendas à vista significam entradas imediatas de recursos; já nas vendas a prazo, o valor só entra no caixa quando há cobrança das duplicatas a receber. Essas são as principais entradas e saídas de caixa. Ainda podemos citar como entrada e saída de caixa os seguintes indicadores: pagamento de salários; pagamento de impostos; pagamento ou recebimento de dividendos; pagamento ou recebimento de juros bancários; aumento ou redução de capital. O importante na avaliação desse indicador é que os valores das entradas sejam maiores que os valores de saída. Indicadores do Fluxo de Caixa: Necessidade de capital de giro Para entender a necessidade de capital de giro de uma empresa, é necessário antes diferenciar grupos de ativos e passivos. Segundo Rodrigues (2011), os principais grupos de ativos e passivos para calcular a necessidade de capital de giro são: http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/2CCF/20080717214924.pdf 8 O Ativo financeiro: valores disponíveis para uso imediato que a empresa possui em seus ativos. Componentes: caixa, aplicações financeiras e os saldos em contas bancárias; O Ativo operacional: valores da atividade da empresa oriundos da compra – transformação – venda – recebimento. Componentes: contas a receber, estoque, impostos a recuperar e demais ativos de curto e longo prazo; O Passivo imediato: valores cujo não pagamento compromete a manutenção imediata da atividade da empresa. Componentes: valores a pagar a fornecedores. O Passivo operacional: valores da atividade operacional da empresa. Componentes: imposto sobre vendas, obrigações sociais, obrigações tributárias, imposto de renda (IR), Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e demais passivos operacionais. A importância de entender a diferença entre as contas dos balanços está no fato de o administrador conseguir analisar se sua operação é financiada com recursos próprios ou de terceiros como os bancos. Isso pode ser avaliado por meio do indicador Necessidade de Capital de Giro (NCG). NCG = Ativo disp. + Ativo Operac. – Passivo Imed. – Passivo Operac. Geração operacional bruta de caixa A geração operacional bruta de caixa é mensurada pelo indicador Ebitda (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), sendo sua tradução para o português “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”. Logo, isso fornecerá uma visão clara aos sócios e/ou administradores da empresa sobre sua produtividade e capacidade operacional, uma vez que retira do cálculo fatores de decréscimo que impactam no resultado final da empresa. O Ebtida é muito utilizado por investidores que desejam comprar ou investir em uma empresa como balizador sobre o potencial apresentado pelo negócio. Ebitda = LO + Depreciação + Amortização + Despesas financeiras líquidas. Estrutura de capitais Não apenas aponta a forma como a empresa se financia, mas também mostra em que ativos aplica esses financiamentos. Os capitais arrecadados de terceiros representam recursos não provenientes de sócios, de curto e longo prazo – passivo circulante + exigível a longo prazo. Os índices que compõem a estrutura de capitais são: 9 Endividamento Geral = Financiamento Curto Prazo + Financiamento Longo Prazo x100 Passivo Total Esse indicador demonstra o risco de crédito da empresa em função dos recursos captados de terceiros. Endividamento Geral alto = risco alto Curto Prazo = Financiamento Curto Prazo x100 Passivo Circulante Endividamento Curto Prazo (ECP) alto = dificuldades de implantar novos projetos expansionistas em curto prazo pelo alto grau de compromisso a pagar exigido pelo endividamento. Bancário Líquido = (Financiamento Curto Prazo – Caixa – Bancos – Aplicações / Passivo Circulante) x 100 Quanto maior for o Endividamento Bancário Líquido (EBL) da empresa, maior será sua dependência da liquidação de ativos circulantes para o pagamento da dívida de curto prazo. Imobilização do patrimônio Líquido = (ativo permanente / capital próprio) x 100 Demonstra a adequação do uso das fontes próprias de recursos. Agora vamos estudas a Liquidez; veja seus indicadores: Liquidez geral LG = Ativo total / Passivo total – Patrimônio líquido Demonstra se aempresa possui ativos suficientes para o pagamento de obrigações adquiridas por meio de terceiros. Quanto maior o índice, maior será a capacidade geral de pagamento das dívidas. 10 Liquidez corrente LC = Ativo circulante / Passivo circulante Demonstra se a empresa possui ativo a curto prazo suficiente para o pagamento de obrigações adquiridas por meio de terceiros no curto prazo. Quanto maior o índice, maior será a capacidade no curto prazo de pagamento das dívidas da empresa. Liquidez seca LS = Ativo circulante – Estoques / Passivo circulante É o mais eficiente e conservador, pois demonstra se a empresa tem condições de pagar as dívidas apenas com valores para conversão imediata em dinheiro, sem considerar os estoques. Quanto maior o índice, maior será a capacidade de pagamento das dívidas da empresa, independentemente das vendas dos estoques. Outros indicadores relacionados a liquidez Ciclo operacional O Ciclo Operacional demonstra o período potencial em que a empresa compra, transforma e vende seu produto ou serviço. Para Rodrigues (2011), o ciclo operacional é dividido em: O Prazo Médio Recebimento Vendas (PMRV): determina a média de recebimento das vendas se a empresa mantiver seus níveis de duplicatas a receber e de receitas operacionais líquidas. PMRV = clientes x n(dias) / Receita Operacional Líquida O Prazo Médio Renovação Estoques (PMRE): determina o prazo médio onde os estoques serão totalmente consumidos e vendidos, caso mantido o nível de produção atual da empresa. PMRE = Estoques x n(dias) / Custo de produção O Prazo Médio Pagamento Fornecedores (PMPF): representa o prazo médio de pagamento aos fornecedores responsáveis por suprir a necessidade de insumos da atividade produtiva da empresa. PMPF = fornecedores x n(dias) / Custo produção 11 Ciclo operacional (CO): CO = PMRE + PMRV Ciclo Financeiro (CF): CF = CO – PMPV Margem Margem Bruta (MB): representa se a empresa possui processo de produção eficiente. MB = (Lucro bruto / Receita operacional líquida) x 100 Logo: Quanto maior for a sua MB, melhor será sua eficiência produtiva. Margem Operacional (MO): representa se a empresa possui um processo administrativo comercial eficiente capaz de evitar despesas exageradas. MO = (Lucro Operacional / Receita Operacional Líquida) x 100 Logo: Quanto maior for sua MO, melhor será sua eficiência nos processos burocráticos que evitam despesas desnecessárias. Margem Líquida: representa, além de processo operacional eficiente, condições de cumprir com os gastos de situações adversas, ou seja, dos quais não tenha controle. ML = (Lucro Líquido / Receita operacional liquida) x 100 Logo: Quanto maior for sua ML, melhor será a capacidade de cumprir com as responsabilidades operacionais ou não operacionais. Maior será a remuneração dos sócios da empresa. TEMA 5 – FORMALIZAÇÃO DE GARANTIAS Como em todas as operações de crédito, é fundamental realizar um estudo para apurar os riscos que podem levar à perda no futuro. Para isso, é importante também definir métodos para reduzir a exposição para esses riscos. As garantias são utilizadas para inibir possíveis inadimplências e perdas no futuro. Para isso, o cedente do crédito precisa definir a garantia que o tomador do crédito disponibilizará, além de formalizar corretamente em contrato para, quando preciso, poder exigir sua utilização. A garantia nos faz estudar alguns 12 fatores na ausência do conhecimento do grau de risco do tomador de crédito, sendo eles: histórico do crédito do cliente no mercado; histórico do crédito do cliente com o banco ou a empresa; fluxo de caixa no presente; quadro de lucratividade; tempo da empresa; experiência de gerenciamento; estabilidade; perspectivas financeiras futuras; certeza e capacidade de conversão das fontes de pagamento primárias e secundárias; finalidade e duração do empréstimo. Tipos de garantia: Existem dois tipos: Reais – vinculam um ou mais bens ao cumprimento da obrigação: hipoteca, penhor e alienação fiduciária. Clean ou pessoais – não vinculam um ou mais bens ao cumprimento da obrigação, sendo elas: aval e fiança. Nas garantias reais, o cedente deve levar em consideração os seguintes tópicos: avaliação do bem dado em garantia; liquidez do bem; depreciabilidade do bem; capacidade de comercialização do bem no mercado de vendas; controlabilidade sobre o bem, principalmente na questão de formalização via contrato de concessão de crédito. Leitura obrigatória Realizar a leitura do capítulo 6 da obra: Rodrigues, C. M. Análise de crédito e risco. Curitiba: Ibpex, 2011. 13 Saiba mais Um gestor de empresas deve visualizar nos balanços e demonstrativos financeiros a real situação operacional financeira da companhia, uma vez que avaliar apenas os números não resolverá problemas, se existirem, e nem lhe possibilitará gerar mais resultados satisfatórios. Por isso, na administração moderna, o diagnóstico financeiro é uma ferramenta fundamental para o progresso e sustentação de um negócio empresarial. Para saber mais sobre análise financeira, pesquise: https://www.youtube.com/watch?v=zJmVhD1CISw https://www.youtube.com/watch?v=WUQUMW3smFM TROCANDO IDEAIS A empresa precisa avaliar constantemente a vida financeira de seus tomadores do crédito para estar sempre próxima de um diagnóstico de capacidade de pagamento ou dificuldade em honrar com o crédito. Quando a empresa ou banco se distancia dos tomadores do crédito, por falta de acompanhamento de seus números contábeis e de resultado, pode passar por possíveis situações de default ou perda no futuro. Em crédito, analisar e acompanhar são pilares fundamentais para resultados satisfatórios e redução de risco. NA PRÁTICA Um cliente pessoa jurídica solicita um crédito de R$ 80.000,00 para capital de giro a um prazo de 24 meses para pagá-lo. Quais indicadores financeiros da empresa devemos avaliar? Seguindo a premissa de avaliação financeira, precisaremos definir qual a sua real situação nos indicadores de Liquidez Geral, Corrente e Seca. De Margem Bruta, Operacional e Líquida. De endividamento Geral, a Curto Prazo e o Bancário. No Ciclo Operacional, devemos descobrir o Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV), o Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) e o Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores (PMPF). E, por fim, o fluxo de caixa com os indicadores de Necessidade de Capital de Giro (NCG) e a Geração Operacional Bruta de Caixa (Ebitda). https://www.youtube.com/watch?v=zJmVhD1CISw https://www.youtube.com/watch?v=WUQUMW3smFM 14 SÍNTESE A análise financeira de uma pessoa física ou jurídica fornece ao cedente do crédito uma real situação da saúde financeira do tomador do capital principalmente para avaliá-lo no que se refere à capacidade de gerar recursos no curto e longo prazo para honrar com a responsabilidade adquirida. Por isso, fazer com cuidado e atento aos detalhes de repostas dos indicadores financeiros representará uma situação mais próxima da realidade em que se encontra o possível tomador de crédito, seja ele pessoa física ou jurídica. REFERÊNCIAS CARVALHO, K. W. de; MELO, M de P.; BARROS, L. E. V.; AGOSTINI, C. A importância da análise das demonstrações contábeis na concessão de crédito. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/17120254.pdf>. Acesso em: 20 out. 2016. CROUHY, M.; GALAI, D.; MARK, R. Gerenciamento do risco: abordagem conceitual e prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. LIMA JÚNIOR, P de T. O uso das demonstrações contábeis para a concessão de crédito bancárioa empresas. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25739/000751643.pdf>. Acesso em: 17 out. 2016. RODRIGUES, C. M. Análise de crédito e risco. Curitiba: Ibpex, 2011. ZANLUCA, J. de S. Ciclos econômicos, operacional e financeiro. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ciclos.htm>. Acesso em: 20 out. 2016.
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