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1 Difração e Interferência Francisco Ricardo Andraschko fricardo@outlook.com Centro Universitário Uninter Pap GOIÂNIA – Av. Anhanguera, 6024 – St. Aeroporto – 74075-010 – Goiânia – GO – Brasil Resumo. Ao abordar propagação de ondas em um meio físico diferentes modos de desvios podem ser observados, devido a refrações, reflexões e difração, onde essa é a capacidade de contornar obstáculos, desde que o obstáculo possua fenda (abertura) compatível com as dimensões do comprimento da onda. Com isso parte dessa onda irá passar pela abertura e difratar, ou seja, alargar, enquanto o restante da onda fica pelo obstáculo. Também pode ser observada a interferência das ondas A interferência de ondas a qual consiste na superposição de duas ondas no espaço, classificadas de acordo com o resultado dessa superposição podendo ser interferência construtiva ou destrutiva. Palavras-chave: Difração. Inferência. Ondas. Introdução Em 1803 Thomas Young identificou a propriedade de difração nos movimentos ondulatórios [1], ou seja, a propriedade das ondas de contornar obstáculos ou passar por um orifício quando são parcialmente interrompidas por ele, como ilustra a Figura 1 abaixo. Figura 1 - Difração da onda ao passar pela fenda [1] Assim como a propriedade de difração, Thomas Young identificou a interferência de ondas, pela qual formulou o princípio da Superposição, o qual pode ser explicado como o encontro simultâneo de ondas que propagam no mesmo meio e esse encontro pode resultar em um efeito construtivo, Figura 2, (reforço da onda e amplitude superior as das ondas superpostas) ou destrutiva, Figura 3, (cancelamento total ou parcial da onda e amplitude menor que pelo menos uma das ondas superpostas), e ao final desse encontro as ondas mantem sua propagação no meio, com suas características inicias inalteradas [2]. Figura 2 - Interferência Construtiva [2] Figura 3 - Interferência Destrutiva [2] 2 Procedimento Experimental Com objetivo de estudar o fenômeno da difração utilizando um laser e fendas de diferentes tamanhos e verificar os padrões de interferência e difração produzidos por diferentes fendas, para este experimento será utilizado o Simulador do grupo ALGETEC - Bancadas Didáticas [3], composta por: • Fonte de Laser • Suporte para lâmina de difração (fendas), • Lâmina de difração com diferentes aberturas (fio de cabelo e fendas dupla). • Detector - anteparo. O roteiro experimental está dividido em duas etapas, sendo seu passo a passo descrito: a) Difração em fenda única: 1 – Após abrir o site, acessar o item de menu “experimento” a tela exibida será como a Figura 4 – Bancada do experimento Figura 4. Figura 4 – Bancada do experimento [3] 2 – Verifique o posicionamento do laser em relação ao anteparo, o laser deve ser vermelho com comprimento de onda λ = 7x10-7m deve incidir no anteparo perpendicularmente a ele. A lâmina de difração (Fendas) deve estar aproximadamente a 0,2 m do anteparo. Ao clicar no menu “anteparo”, a tela exibida será como a Figura 5. Figura 5 - Tela Anteparo [3] 3 – Usando as setas direita e esquerda para posicionar o marcador do anteparo em 600 mm e nas setas direita e esquerda posicionar a fenda no marcador 400 mm, como ilustra a Figura 6 a seguir. Figura 6 - Reposicionamento Anteparo e Fenda [3] 4 – Para posicionar a lâmina de difração, clique no menu na opção “dupla fenda”, em seguida clique com o botão direito sobre a imagem das fendas e selecione a opção “fio de cabelo”, como na Figura 7, de modo que o feixe de luz atravesse essa fenda e produza uma figura de difração no anteparo. Figura 7 - Seleção do tipo de Fenda [3] 5 – Clique no menu e selecione a opção “franjas”, irá surgir a Figura 8 abaixo. Figura 8 - Exibição das Fendas [3] 6 – Inicialmente, identifique a posição central do máximo mais intenso, posição zero. 7 – Meça na imagem as posições dos mínimos, tanto à direita quanto à esquerda do máximo mais intenso. Para facilitar a leitura você pode aumentar ou diminuir o zoom nos botões “Ampliar escala” e “Reduzir escala”. Aumente a escala até obter uma boa leitura, lembre-se de medir do centro do máximo 3 central até o centro dos mínimos de interferência adjacentes. 8 – Determine a distância (y) entre o máximo central e o primeiro mínimo; entre o máximo central e o segundo mínimo; e assim por diante, anotando na tabela de dados 1. Figura 9 - Distância (y) entre máx. central e 'n' mín. 9 – Meça a distância exata entre o anteparo e a lâmina de difração clicando em anteparo, este valor deve ser 0,2 metros ou 200mm. b) Difração em fenda dupla: Esta parte do experimento segue os mesmos procedimentos do item “a) Difração em fenda única”, diferindo apenas na seleção das fendas (passo 4). Com isso deve-se seguir os passos 1 a 3 do item a). 4 - Posicionar a lâmina de difração, clicando no menu “dupla fenda”, em seguida com o botão direito sobre a imagem das fendas e selecione a opção “fenda dupla I” de modo que o feixe de luz atravesse essa fenda e produza uma figura de difração no anteparo. Figura 10 - Seleção fenda I [3] Seguir os passos 5 a 9 do item a). 10 – Repetir o passo 4, porém selecionar a opção “fenda dupla II” e repetir os passos seguintes (5 a 9). Figura 11 -- Seleção fenda II [3] 11 – Repetir o passo 4, porém selecionar a opção “fenda dupla III” e repetir os passos seguintes (5 a 9). Figura 12 - Seleção fenda III [3] Análise e Resultados a) Medição em Fenda Única: Os resultados obtidos pela medição do experimento, estão apresentados na Tabela 1 abaixo, onde pelo passo 8 são referenciados os itens medidos da fenda e consequentemente os valores de y, em mm. Tabela 1 - Resultado medição Fenda Única Largura da abertura Mínimo y (mm) Fio de Cabelo (60μm) 1 1,2 2 3,6 3 5,8 4 8,0 5 10,5 6 13,0 E pode-se notar a relação de espaçamento entre franjas, a qual varia entre 2 e 3mm. E pelos resultados obtidos é possível, com base na geometria, pode ser escrita a expressão para cálculo do ângulo θ, conforme Figura 13 e Equação 1 a seguir. 4 Figura 13 - Geometria de formação da fenda tan 𝜃 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 , ou seja, tan 𝜃 = 𝑦 𝐷 logo tem-se a Equação 1: 𝜃 = tan−1 ( 𝑦 𝐷 ) Cada feixe ao passar pela fenda gera um ângulo incidente, o qual pode ser encontrado aplicando os valores da Tabela 1 à Equação 1 e exibido na Tabela 2. Tabela 2 – Ângulo θ incidente do feixe Mínimo D (mm) y (mm) 𝜽 1 200 1,2 0,344 2 200 3,6 1,031 3 200 5,8 1,661 4 200 8,0 2,291 5 200 10,5 3,005 6 200 13,0 3,719 E pelos resultados obtidos é possível, com base na óptica física, pode ser escrita a expressão para cálculo do ângulo formado entre a direção do feixe central e a direção de cada mínimo devido a difração, conforme Tabela 1Figura 13 e Equação 2 a seguir. Sabendo que o comprimento de onda λ = 700mm, e que para pequenos ângulos sin 𝜃 = 𝜃 = tan 𝜃 , tem-se: 𝑎. sin 𝜃 = 𝑚. 𝜆 → sin 𝜃 = (𝑚.𝜆) 𝑎 , logo sin 𝜃 = (𝑚.𝜆) 𝑎 = tan 𝜃, então tem-se a Equação 2: tan 𝜃 = (𝑚. 𝜆) 𝑎 Combinando as Equações 1 e 2 tem-se: tan 𝜃 = ( 𝑦 𝐷 ) = (𝑚.𝜆) 𝑎 → 𝑦 𝐷 = (𝑚.𝜆) 𝑎 , assim temos a Equação 3: 𝑦 = 𝑚𝜆𝐷 𝑎 Onde: y = distância entre máximo central e o mínimo m = número do mínimo λ = comprimento de onda D = distância entre anteparo e lâmina de difração a = largura da fenda Ainda de acordo com os dados da Tabela 1 é possível obter o Gráfico 1. Gráfico 1 - y(m) x mínimo E com a linha de tendencia do gráfico é possível obter a equação linear do mesmo, dado pela Equação 4: 𝑓(𝑥)= 0,0023𝑥 − 0,0014 Onde x é o valor do mínimo, obtendo então por cálculo a Tabela 3. Tabela 3 – y (em m) calculado pela Equação 4. Largura da abertura Mínimo y (m) y (m) (calculado) Fio de Cabelo (60μm) 1 0.0012 0.0011 2 0.0036 0.0034 3 0.0058 0.0057 4 0.0080 0.0080 5 0.0105 0.0103 6 0.0130 0.0126 Ainda pela Equação 4, obtém-se também a largura do fio de cabelo: 0.0012 0.0036 0.0058 0.0080 0.0105 0.0130 0.0000 0.0020 0.0040 0.0060 0.0080 0.0100 0.0120 0.0140 0 2 4 6 8 y (m ) mínimo 5 𝑎 = 𝜆𝐷 𝐴 → 𝑎 = 7∗10−7∗0,2 0,0024 → 𝑎 = 58,33𝜇𝑚 Esse valor é aproximado ao teórico (60𝜇𝑚) , podendo haver incertezas na medição e arredondamentos dos cálculos, porém ainda aceitáveis pelo erro menor a 3% em uma unidade de medição muito pequena. a) Medição em Fenda Dupla: Os resultados obtidos pela medição da 2ª parte do experimento, estão apresentados na Tabela 1 abaixo, onde pelo passo 8 são referenciados os itens medidos da fenda e consequentemente os valores de y, em mm. Tabela 4 - Resultado medição Fenda Dupla Largura da abertura Mínimo y (mm) Fenda I 1 3.000 2 8.000 3 13.500 4 18.500 5 23.500 6 28.500 Fenda II 1 1.800 2 4.600 3 8.500 4 10.500 5 13.500 6 16.000 Fenda III 1 1.600 2 4.600 3 8.000 4 10.500 5 13.500 6 16.500 E pode-se notar a relação de espaçamento entre franjas, por fenda, ou seja, 3 padrões distintos, diferente de fenda única (padrão único). Ainda pelos resultados obtidos é possível, com base na geometria, pode ser escrita a expressão para cálculo do ângulo θ, conforme Figura 13 e Equação 1 (item a). Equação 1: 𝜃 = tan−1 ( 𝑦 𝐷 ) Cada feixe ao passar pela fenda gera um ângulo incidente, o qual pode ser encontrado aplicando os valores da Tabela 4 à Equação 1 e exibido na Tabela 5. Tabela 5 – Ângulo θ incidente do feixe nas Fendas Largura da abertura Mínimo D (mm) y (mm) 𝜽 Fenda I 1 200 3.000 0.8594 2 200 8.000 2.2918 3 200 13.500 3.8675 4 200 18.500 5.2999 5 200 23.500 6.7323 6 200 28.500 8.1646 Fenda II 1 200 1.800 0.5157 2 200 4.600 1.3178 3 200 8.500 2.4351 4 200 10.500 3.0080 5 200 13.500 3.8673 6 200 16.000 4.5837 Fenda III 1 200 1.600 0.4584 2 200 4.600 1.3178 3 200 8.000 2.2918 4 200 10.500 3.0080 5 200 13.500 3.8675 6 200 16.500 4.7269 E pelos resultados obtidos é/ possível, com base na óptica física, pode ser escrita a expressão para cálculo do ângulo formado entre a direção do feixe central e a direção de cada mínimo devido a interferência, conforme Tabela 5Figura 13 e Equação 5 a seguir. 𝑑. sin 𝜃 = (𝑚 + 1 2 ) 𝜆 Onde: d: distância entre fendas λ = comprimento de onda Rearranjando a Equação 5 fica: sin 𝜃 = (𝑚 + 1 2) 𝜆 𝑑 6 Sabendo que o comprimento de onda λ = 700mm, e que para pequenos ângulos sin 𝜃 = 𝜃 = tan 𝜃 , tem-se: sin 𝜃 = 𝜃 = tan 𝜃 = (𝑚 + 1 2) 𝜆 𝑑 tan 𝜃 = (𝑚 + 1 2 ) 𝜆 𝑑 Combinando a Equação 2: tan 𝜃 = ( 𝑦 𝐷 ) = (𝑚+ 1 2 )𝜆 𝑑 , assim temos a Equação 6: 𝑦 = (𝑚 + 1 2) 𝜆𝐷 𝑑 Onde: y = distância entre máximo central e o mínimo m = número do mínimo λ = comprimento de onda D = distância entre anteparo e lâmina de difração d = distância entre fendas Ainda de acordo com os dados da Tabela 5Tabela 1 é possível obter os Gráfico 2, Gráfico 3 e Gráfico 4, bem como as Equações 7, 8 e 9 a seguir. Gráfico 2 - y(m) x mínimo – Fenda I E com a linha de tendencia do gráfico é possível obter a equação linear do mesmo, dado pela Equação 7: 𝑓(𝑥) = 0,0052𝑥 − 0,0021 Gráfico 3 - y(m) x mínimo – Fenda II Equação 8: 𝑓(𝑥) = 0,0028𝑥 − 0,0008 Gráfico 4 - y(m) x mínimo – Fenda III Equação 9: 𝑓(𝑥) = 0,003𝑥 − 0,0013 Onde x é o mínimo, obtendo então por cálculo a Tabela 6 – y(m) calculado nas Equação 7, 8 e 9Tabela 6. Tabela 6 – y(m) calculado nas Equação 7, 8 e 9 Largura da abertura Mínimo y (m) y (m) (calculado) Fenda I 1 0.0030 0.0030 2 0.008 0.0081 3 0.0135 0.0132 4 0.0185 0.0183 5 0.0235 0.0234 6 0.0285 0.0285 Fenda II 1 0.0018 0.0273 2 0.0046 0.0554 3 0.0085 0.0835 4 0.0105 0.1116 5 0.0135 0.1397 6 0.016 0.1678 Fenda III 1 0.0016 0.0017 2 0.0046 0.0047 3 0.0080 0.0077 4 0.0105 0.0107 5 0.0135 0.0137 6 0.0165 0.0167 Nota-se pequenas distorções de valores entre calculado e lido, o que é natural devida a precisão da leitura. Rearranjando a Equação 6 e utilizando a Equação 7, tem-se o cálculo da separação da Fenda I: 0.003 0.008 0.0135 0.0185 0.02350.0285 0 0.01 0.02 0.03 0 2 4 6 8 y (m ) mínimo 0.0018 0.0046 0.0085 0.0105 0.0135 0.016 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0 2 4 6 8 y (m ) mínimo 0.0016 0.0046 0.008 0.0105 0.0135 0.0165 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0 2 4 6 8 y (m ) mínimo 7 𝑑 = 2 𝜆𝐷 𝐴 → 𝑑 = 2 7∗10−7∗0,2 0,0052 → d = 53,846𝜇𝑚 Conclusão Pelo experimento foi possível verificar o alinhamento da teoria e prática, respeitando as limitações de medição. Contudo o objetivo de observar o comportamento do fenômeno de difração e dos padrões de interferência produzido pelas Fendas, única e duplas, pode ser cumprido. Referências [1] M. A. d. S. Santos, “Mundo Educação - UOL,” [Online]. Available: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/o-fenomeno- difracao.htm. [Acesso em 04 Março 2021]. [2] M. M. Teixeira, “Mundo da Educação - UOL,” [Online]. Available: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/interferencia- ondas.htm. [Acesso em 04 Março 2021]. [3] ALGETEC Laboratorios Virtuais, “Difração por fenda dupla,” ALGETEC, [Online]. Available: https://www.virtuaslab.net/ualabs/ualab/25/60414e3612769.html. [Acesso em 04 Março 2021]. .
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