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CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CONTRATUAL

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CONTRATOS – A3
Contratos gratuitos/ benéficos e onerosos
Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, podem ser gratuitos ou onerosos.
Gratuitos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Ex: doação pura, comodato, reconhecimento de filho. Para a outra, só há sacrifício, obrigação. Outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra.
Nos contratos onerosos, ambas as partes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Impõem ônus e ao mesmo tempo acarretam vantagens a ambas as partes. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ambos buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício.
Contratos comutativos: Prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco.
Na ideia de comutatividade está presente a de equivalência das prestações.
Contratos aleatórios por natureza: Pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. É que a perda ou o lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. Ex: contratos de jogo, aposta e seguro. O contrato de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora sempre é aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual.
Contratos acidentalmente aleatórios: Contratos tipicamente comutativos que em razão de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios. Duas espécies: a) venda de coisas futuras; b) venda de coisas existentes mas expostas a risco. Nos que tem por objeto coisas futuras, o risco pode referir-se à própria existência da coisa e à sua quantidade.
Do risco respeitante à própria existência da coisa tem-se a hipótese da venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem.
Contratos paritários e de adesão. Contrato-tipo
Paritários são do tipo tradicional em que as partes discutem livremente as condições porque se encontram em situação de igualdade. Há uma fase de negociações preliminares na qual as partes discutem as cláusulas e condições do negócio.
De adesão são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, não podendo modifica-las: aceita-as ou rejeita-as, em bloco. Ex: contratos de seguro, consórcio, de transporte, celebrados com as concessionárias de serviços públicos.
Neste nos deparamos com uma restrição mais extensa ao tradicional princípio da autonomia da vontade. Comumente é celebrado em relação de consumo, sendo regido pelo CDC. Na dúvida, a interpretação deve favorecer o aderente, porque quem estabelece as condições é o outro contratante, que tem a obrigação de ser claro e evitar dúvidas.
São nulas as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Contrato-tipo ou contrato de massa. É apresentado por um dos contraentes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a subscrevê-lo. Não lhe é essencial a desigualdade econômica e admite discussão sobre o conteúdo. As cláusulas não são impostas, apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades.
Os contratos de adesão são endereçados a um número indeterminado de pessoas, enquanto os contratos-tipo destinam-se a pessoas ou grupos identificáveis.
Podem ser acrescentadas às impressas, cláusulas datilografadas ou manuscritas.
Quanto ao momento da execução:
Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo :Momento em que devem ser cumpridos.
De execução instantânea são os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após sua celebração. Ex: compra e venda à vista. Cumprida a celebração, exaurem-se. Extingue-se a obrigação. A nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior.
De execução diferida ou retardada são os que devem ser cumpridos em um só ato, mas em momento futuro. A prestação de uma das partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo.
De trato sucessivo ou execução continuada são os que se cumprem por meio de atos reiterados. A ação para exigir o cumprimento das prestações vencidas, nos contratos de trato sucessivo, começa a fluir da data do vencimento de cada prestação.
Quanto ao agente:
Contratos personalíssimos e impessoais: Personalíssimos são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. O obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante. São intransmissíveis aos sucessores e não podem ser objeto de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante, são anuláveis.
Impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente pelo obrigado ou por terceiro.
Contratos individuais e coletivos: No individual as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Não é a singularidade da parte que o identifica.
Os coletivos perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas. Não tem eles verdadeiramente natureza contratual, constituem um acordo normativo. Porém a doutrina em geral tem admitido essa classificação e a natureza contratual. Gera deliberações normativas, que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas.
Quanto ao modo porque existem:
Contratos principais e acessórios. Contratos derivados: Acessórios dependem de outro como premissa indispensável. Tem sua existência subordinada à do contrato principal. Ex: cláusula de fiança. Tem como função principal garantir o cumprimento do principal (maioria).
Principais são autônomos, têm existência própria.
Nulo o contrato principal, nulo o acessório, mas a recíproca não é verdadeira. A prescrição da obrigação principal acarretará a da acessória, mas a recíproca também não é verdadeira.
As partes podem convencionar a extinção do contrato principal em virtude do desparecimento do acessório. Ex: nos contratos de locação pode haver uma cláusula resolutória baseada no falecimento, na falência ou na interdição do fiador, salvo se o locatário dentro de certo prazo apresentar outro fiador idôneo a critério do locador.
Os contratos acessórios podem ser preparatórios, integrativos ou complementares.
Alguns são denominados derivados ou subcontratos. Derivados têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato. Ex: sublocação, subempreitada e subconcessão. Tem em comum com os acessórios que também dependem de outrem, mas diferem dos mesmos por participar da própria natureza do direito versado no principal.
Contratos consensuais e reais: Consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
Reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, mútuo e alguns poucos. Não se formam sem a tradição da coisa. Antes pode existir a promessa de contratar.
Contratos preliminares e definitivos: Preliminar é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Assim tem um único objeto. Também denominado de pré-contrato. Quando tem por objeto a compra e venda de imóvel é denominado promessa de compra e venda ou compromisso de compra e venda, se irretratável e irrevogável.
Quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das partes, constituindo promessa unilateral, denomina-se opção. Uma parte assume uma obrigação enquanto a outra não. Na sua formação a opção é negócio jurídico bilateral, mas nos efeitos é contrato unilateral. A parte querecebe a oferta verificará a conveniência de aceita-la ou não. Seu exercício pode culminar em outro contrato preliminar ou em um definitivo. Se para a aceitação do destinatário da promessa não se estabeleceu o termo, este pode ser fixado pelo juiz.
Definitivo tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença.

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