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Apostila para Concurso de Guarda Municipal 1 Noções de Direito Penal 2 3 Qual é a importância desta disciplina para a formação do Guarda Municipal? Os guardas municipais devem conhecer o conceito de crime e de contravenções para que possam atuar no limite da legalidade. Por estarem inseridos no campo da Segurança Pública precisam saber das circunstâncias que ensejam a conduta ilícita e aquelas que excluem a ilicitude e a culpabilidade do agente para que não venham usar a força de maneira indevida ou abusiva. Direito Positivo 4 Conjunto de normas disciplinadoras indispensáveis ao convívio entre os indivíduos em uma sociedade. Direito Penal 5 Ramo do Direito Público dedicado às normas emanadas pelo Poder Legislativo para reprimir os delitos cominando penas com a finalidade de preservar a sociedade. Baseia-se em normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe certas condutas, sob ameaça de sanção penal, estabelecendo ainda os princípios para a aplicação das penas e das medidas de segurança. Direito Penal 6 Visa proteger os bens jurídicos fundamentais (todo valor reconhecido pelo direito). No crime de furto, o resultado é representado pela ofensa ao bem jurídico "patrimônio"; no homicídio há lesão ao valor jurídico "vida humana"; na coação, uma violação à liberdade individual. Tríade fundamental de bens jurídicos tutelados coativamente pelo Estado: vida, liberdade e propriedade. Direito Penal 7 Garante os direitos da pessoa humana frente ao poder punitivo do Estado. Esta visão vem da velha tradição liberal, explicitada pelo penalista espanhol Dorado Montero, que afirma que mesmo que se duvide dessa função garantista, deve ela ser levada em conta na formulação das normas penais, a fim de poder evitar que o Estado de Polícia se manifeste e sobreponha ao Estado de Direito. Direito Penal 8 Como diz Zaffaroni, em toda ordem jurídica, ainda que democrática, o Estado de Polícia está sempre presente e pode conduzir, a qualquer momento, a um regime autoritário em detrimento das liberdades humanas. Infração Penal 9 A infração penal pode ser conceituada segundo três critérios distintos: Formal Material Analítico Infração Penal 10 Critério Formal A infração penal é aquela definida pelo Direito Positivo, que corresponde ao fato ao qual a ordem jurídica associa a sanção penal como conseqüência. Voltar Infração Penal 11 Critério Material A infração penal é a conduta humana que gera lesão ou perigo a um interesse penalmente relevante. O conceito material enfatiza a proteção ao bem jurídico. Voltar Infração Penal 12 Critério Analítico A infração penal é decomposta em suas partes constitutivas: fato típico, antijurídico e culpável (para alguns autores, adeptos da teoria finalista da ação, o crime seria apenas fato típico e antijurídico, pois a culpabilidade seria pressuposto de aplicação da pena). Voltar Classificação das Infrações 13 Tipos de Infrações Penais Adota-se a divisão bipartida. Há dois tipos de infração penal: Crime ou Delito Contravenção Classificação das Infrações 14 Tipos de Infrações Penais Não há diferença ontológica entre crime e contravenção. A distinção é puramente formal, presente no art. 1º do Decreto-Lei 3.914/41. Crime ou delito É a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, isolada ou cumulativamente com a pena de multa. Contravenção É a infração penal a que a lei comina pena de prisão simples ou de multa, quer isoladamente, ou alternativa ou cumulativamente. Classificação das Infrações 15 Tipos de Infrações Penais Dentre as peculiaridades das contravenções, destaca- se o fato da mesma não admitir tentativa, na forma expressa do art. 4º da Lei das contravenções (Decreto- Lei 3.688/41) Elementos Constitutivos de Crime 16 Partindo da concepção analítica de delito: Conduta humana Tipicidade Antijuridicidade Culpabilidade Elementos Constitutivos de Crime 17 Conduta Humana Não há crime sem conduta humana – ação ou omissão Tipicidade Conseqüência do princípio da legalidade. A tipicidade cria o mandamento proibitivo, revendo abstratamente as condutas puníveis; Antijuridicidade Contrariedade formal e material ao direito; Elementos Constitutivos de Crime 18 Culpabilidade Antigamente concebido como dolo e culpa, atualmente é concebido como um juízo de censura sobre o agente. Além dos elementos ditos genéricos do crime, existem elementos específicos, que são segundo o art. 30, CP, as “circunstâncias elementares” (várias formas que assumem os requisitos genéricos nos diferentes tipos penais). Sujeitos do Ilícito Penal 19 Sujeito Ativo É aquele que realiza o fato descrito na norma penal incriminadora. • Sua atividade é subsumível ao tipo legal incriminador. Sujeitos do Ilícito Penal 20 Sujeito Ativo Uma questão polêmica é sobre a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Até a Constituição de 1988, prevalecia, de forma unânime, que apenas a pessoa física, isoladamente ou associado a outros, tinha capacidade para delinquir. A pessoa jurídica não podia ser sujeito ativo de crime, em face da máxima societas delinquere non potest. Sujeitos do Ilícito Penal 21 Sujeito Ativo • Crimes Comuns: a maior parte dos crimes pode ser praticada por qualquer pessoa, sendo necessário apenas a capacidade geral. • Crimes Próprios ou especiais: exigem de seu sujeito ativo uma capacidade especial, uma posição jurídica (funcionário público, médico) ou de fato (gestante, mãe, ascendente). Sujeitos do Ilícito Penal 22 Sujeito Ativo Às vezes, faz-se necessária a capacidade especial do sujeito ativo para se valer de normas permissivas de exclusão de crime ou isenção de pena. Exemplos: médico para praticar o aborto em gravidez resultante de estupro, parte ou procurador da parte para gozar da imunidade judiciária, ascendente ou descendente em certos crimes contra o patrimônio. Sujeitos do Ilícito Penal 23 Sujeito Passivo • É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado de lesão pelo comportamento criminoso. • Há possibilidade de existirem dois ou mais sujeitos passivos em um mesmo crime, e, às vezes, um imediato e outro mediato, como em vários crimes contra a Administração Pública. Sujeitos do Ilícito Penal 24 Sujeito Passivo • Sujeito Passivo Formal ou Constante: titular do mandamento proibitivo – Estado. • Sujeito Passivo Material ou Eventual: titular do interesse penalmente tutelado – homem, pessoa jurídica, Estado e a coletividade destituída de personalidade jurídica. Sujeitos do Ilícito Penal 25 Sujeito Passivo Também quanto ao sujeito passivo, em alguns casos, é preciso possuir uma qualidade ou condição especial para poder ser vítima. Objetivo Ilícito Penal 26 Objetivo Jurídico É o bem-interesse protegido pela norma penal, é o que se visa tutelar quando se erige certa conduta como infração penal. Exemplos: vida, integridade física, honra, patrimônio etc. Foi o critério escolhido pelo legislador pátrio para dividir em capítulos a Parte Especial do CP. Não há crime sem objeto jurídico, pois, em face do princípio da lesividade, não há crime sem lesão ou perigo de lesão a bem jurídico. Objetivo Ilícito Penal 27 Objetivo Material Coisa ou pessoa atingida pela ação delituosa, aquilo sobre o que recai a conduta. Exemplos: coisa alheia móvel, alguém, documento. Por vezes, o sujeito passivo do delito pode se confundir com o seu objeto material, como no crime de lesões corporais. De notar-se que existem infrações que não possuem objeto substancial, como o crime de ato obsceno e o de falso testemunho. Classificação dos Crimes 28 Comissivos Omissivos Próprios Omissivos Impróprios Núcleo do tipo ação Núcleo do tipo ação Núcleo do tipo é uma ação, mas o agente cometepor omissão em face do art. 13, § 2º do Código Penal Classificação dos Crimes 29 Consumado Tentado O objeto do tipo penal é lesionado O objeto do tipo penal não lesionado por circunstâncias alheias a vontade do agente Classificação dos Crimes 30 Doloso Decorre de uma conduta (comissiva ou omissiva), consciente e voluntária, com finalidade de lesionar um bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. Classificação dos Crimes 31 Culposo Decorre de uma conduta descuidada e perigosa (inobservância de um dever de cuidado), a qual enseja a lesão de um bem jurídico, sem que haja vontade direcionada para esse resultado. A culpa pode ser exteriorizada através das seguinte formas: imprudência (prática de ato perigoso), negligência (falta de precaução), ou imperícia (falta de aptidão técnica teórica ou prática). Classificação dos Crimes 32 Culposo A culpa pode ser exteriorizada através das seguintes formas: Imprudência (Ato perigoso) Negligência (Falta de precaução) Imperícia (Falta de aptidão técnica teórica ou prática) Classificação dos Crimes 33 Unissubsiente Plurissubsiente Realiza-se com um só ato Perfaz-se com vários atos (cogitação, preparação, execução e consumação) Cogitação Preparação Execução Consumação Classificação dos Crimes 34 Material Formal Mera Conduta A lei prevê um resultado vinculado à conduta por um nexo causal – a consumação depende da ocorrência do resultado. A lei prevê o resultado, mas não exige sua configuração para a consumação do crime. Chama-se de delito de consumação antecipada. A simples atividade corresponde à lesão do bem jurídico e consuma o delito. Classificação dos Crimes 35 Dano A lei exige, para consumação do crime a efetiva lesão ao bem jurídico. Perigo Consuma-se com a mera exposição do bem jurídico a perigo – poder ser de perigo concreto ou abstrato. Classificação dos Crimes 36 Comum Pode ser praticado por qualquer pessoa, sendo necessário apenas a capacidade geral – o tipo não exige capacidade específica. Impróprio Exige de seu sujeito passivo uma capacidade especial, uma certa posição jurídica (funcionário público, médico). Classificação dos Crimes 37 Hediondos Todos aqueles etiquetados pela lei 8072/90. São crimes que o legislador entendeu merecerem maior reprovação por parte do Estado. Classificação dos Crimes 38 Qualificado Decorre de uma conduta criminosa que, em razão de circunstâncias repreendidas com maior gravidade pelo Direito Penal, enseja um novo tipo penal. Assim, fica estabelecido outro preceito secundário, fixando pelas maiores que o delito na sua forma simples (sem a incidência de tais circunstâncias) Classificação dos Crimes 39 Privilegiado É aquele delito que desfruta de abrandamento punitivo, devido sua prática ter se dado perante circunstância que diminuem o valor do bem jurídico tutelado ou que influenciam psicologicamente o agente. Classificação dos Crimes 40 Unissubsetivos Podem ser cometidos por uma só pessoa. Plurissubsetivos Exige o tipo legal para sua configuração presença de 2 ou mais pessoas. Concurso de Pessoas Conceito preliminar •A infração penal sempre é obra de um só homem. Com alguma frequência é produto da concorrência de várias condutas referentes a diferentes pessoas, que se dividem entre si e repartem tarefas, as quais realizadas integram o delito. 41 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Concurso de Pessoas 42 Autor É o sujeito que executa o crime. A autoria pode ser material ou intelectual. Tanto o que planeja o crime e manda o outro executar quanto o que executa o crime e não planeja são autores. Concurso de Pessoas 43 CoAutor Todos participam da realização, sendo desnecessário que todos pratique o mesmo ato. A co- autoria não é nada mais que uma consequência direta do sistema de divisão do trabalho, no qual os vários agentes participantes da ação criminosa dividem as tarefas visando o objetivo delituoso, sendo que cada uma das funções é fundamental à realização deste, inexistindo qualquer relação de acessoriedade. Concurso de Pessoas 44 Partícipe Participação moral: quando alguém incutir na mente do autor ou reforçar a ideias já existentes para prática de uma infração penal. Participação material: decorre do auxílio para prática criminosa por alguém que fornece instrumentos para efetivação do resultado. Crimes Contra a Pessoa 45 Homicídio Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Crimes Contra a Pessoa 46 Homicídio Qualificado Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos § 2° Se o homicídio é cometido: • I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; • II - por motivo fútil; • III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Crimes Contra a Pessoa 47 Homicídio Qualificado Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena – reclusão: 12 a 30 anos. Crimes Contra a Pessoa 48 Homicídio Culposo Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. Crimes Contra a Pessoa 49 Aumento da Pena Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Crimes Contra a Pessoa 50 Aumento da Pena Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Crimes Contra a Pessoa 51 Aumento da Pena Art. 121. Matar alguém: Pena –reclusão: 6 a 20 anos § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Crimes Contra a Pessoa 52 Lesão Corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. Crimes Contra a Pessoa 53 Lesão corporal de natureza grave Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Crimes Contra a Pessoa 54 Lesão corporal de natureza grave Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agentenão quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena Crimes Contra a Pessoa 55 Lesão corporal de natureza grave Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Crimes Contra a Pessoa 56 Lesão corporal seguida de Morte Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Crimes Contra a Pessoa 57 Lesão corporal seguida de Morte Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Crimes Contra a Pessoa 58 Lesão corporal seguida de Morte Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano Aumento de pena § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Crimes Contra a Pessoa 59 Violência Doméstica Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004 § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 meses a 3 anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 006). (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) Crimes Contra a Pessoa 60 Violência Doméstica Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) Crimes Contra a Pessoa 61 Da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher Lei nº 11.343 de 2006 Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Crimes Contra a Pessoa 62 Omissão de Socorro Art. 135 Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Crimes Contra a Pessoa 63 Omissão de Socorro Lei nº 11.343 de 2006 Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Crimes Contra a Pessoa 64 Rixa Art. 137 Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de 6 meses a 2 anos. Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal 65 Constrangimento Ilegal Art. 146 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal 66 Constrangimento Ilegal Art. 146 Aumento de pena § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal 67 Constrangimento Ilegal Art. 146 § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 68 Violação de Domicílio Art. 150 Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 69 Violação de Domicílio Art. 150 § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente à violência. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 70 Violação de Domicílio Art. 150 § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 71 Violação de Domicílio Art. 150 § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 72 Violação de Domicílio Art. 150 § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio 73 Violação de Domicílio Art. 150 § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Dos Crimes Contra o Patrimônio 74 Furto Art. 155 Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. Dos Crimes Contra o Patrimônio 75 Furto Art. 155 § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Dos Crimes Contra o Patrimônio 76 Furto Qualificado Art. 155 § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Dos Crimes Contra o Patrimônio 77 Furto Qualificado Art. 155 § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Dos Crimes Contra o Patrimônio 78 Furto de coisa comum Art. 156 Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Dos Crimes Contra o Patrimônio 79 Furto de coisa comum Art. 156 § 1º - Somente se procede mediante representação. § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. Do Roubo e da Extorsão 80 Roubo Art. 157 Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa. Do Roubo e da Extorsão 81 Roubo Art. 157 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Do Roubo e da Extorsão 82 Roubo Art. 157 § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Do Roubo e da Extorsão 83 Roubo Art. 157 V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Do Roubo e da Extorsão 84 Extorsão Art. 158 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa. Do Roubo e da Extorsão 85 Extorsão Art. 158 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Do Roubo e da Extorsão 86 Extorsão Art. 158 § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Do Roubo e da Extorsão 87 Extorsão mediante sequestro Art. 159 Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de 8 a 15 anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Do Roubo e da Extorsão 88 Extorsão mediante sequestro Art. 159 § 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão, de 12 a 20 anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Do Roubo e da Extorsão 89 Extorsão mediante sequestro Art. 159 § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de 16 a 24 anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Do Roubo e da Extorsão 90 Extorsão mediante sequestro Art. 159 § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de 24 a 30 anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Do Roubo e da Extorsão 91 Extorsão mediante sequestro Art. 159 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996) Do Dano 92 Dano Art. 163 Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. Do Dano 93 Dano Qualificado Art. 163 Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) Do Dano 94 Dano Qualificado Art. 163 IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Do Dano 95 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Art. 164 Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo: Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, ou multa. Do Dano 96 Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico Art. 165 Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. Do Dano 97 Alteração de local especialmente protegido Art. 166 Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei: Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa. Do Dano 98 Ação Penal Art. 167 Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa. Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 99 Violação de direito autoral Art. 184 Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 100 Violação de direito autoral Art. 184 § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 101 Violação de direito autoral Art. 184 Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 102 Violação de direito autoral Art. 184 § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 103 Violação de direito autoral Art. 184 § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugarpreviamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 104 Violação de direito autoral Art. 184 Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial 105 Violação de direito autoral Art. 184 § 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 106 Estupro Art. 213 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 a 10 anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 107 Estupro Art. 213 § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 a 12 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 108 Estupro Art. 213 § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 a 30 anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 109 Violação sexual mediante fraude Art. 215 Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 a 6 anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 110 Violação sexual mediante fraude Art. 215 Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 111 Assédio sexual Art. 216 - A Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 112 Assédio sexual Art. 216 - A Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 113 Sedução (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 114 Estupro de Vulnerável Art. 217 - A Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 a 15 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 115 Estupro de Vulnerável Art. 217 - A § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 116 Estupro de Vulnerável Art. 217 - A § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 10 a 20 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual 117 Estupro de Vulnerável Art. 217 - A § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 a 30 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 118 Definição Art. 218 Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 a 5 anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. (VETADO). Corrupção de Menores 119 Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-A Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 a 4 (anos.” (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 120 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 121 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B Pena - reclusão, de 4 a 10 anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 122 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B § 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 123 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Corrupção de Menores 124 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Do Ultraje Público ao Pudor 125 Ato Absceno Art. 233 Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes Contra a Administração Pública 126 Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral Art. 327 – Funcionário Público Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Dos Crimes Contra a Administração Pública 127 Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral Art. 327 – FuncionárioPúblico § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Dos Crimes Contra a Administração Pública 128 Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral Art. 327 – Funcionário Público § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) Dos Crimes Contra a Administração Pública 129 Peculato Art. 312 Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Dos Crimes Contra a Administração Pública 130 Peculato Art. 312 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Dos Crimes Contra a Administração Pública 131 Peculato Culposo Art. 312 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Dos Crimes Contra a Administração Pública 132 Peculato mediante erro de outrem Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de 1 a 4anos, e multa. Dos Crimes Contra a Administração Pública 133 Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313 - A Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Dos Crimes Contra a Administração Pública 134 Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313 - A Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Dos Crimes Contra a Administração Pública 135 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313 - B Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Dos Crimes Contra a Administração Pública 136 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313 - B Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Concussão 137 Definição Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.(...) Concussão 138 Corrupção Passiva Art. 317 Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Concussão 139 Corrupção Passiva Art. 317 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Concussão 140 Corrupção Passiva Art. 317 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. (...) Concussão 141 Prevaricação Art. 319 Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 142 Usurpação de função pública Art. 328 Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 143 Resistência Art. 329 Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 144 Resistência Art. 329 § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de 1 a 3 anos. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 145 Desobediência Art. 330 Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa. Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral 146 Desacato Art. 331 Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa. Corrupção Ativa 147 Definição Art. 333 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Corrupção Ativa 148 Definição Art. 333 Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. Contrabando ou Descaminho 149 Definição Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos. Contrabando ou Descaminho 150 Definição Art. 334 § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) Contrabando ou Descaminho 151 Definição Art. 334 c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) Contrabando ou Descaminho 152 Definição Art. 334 d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) Contrabando ou Descaminho 153 Definição Art. 334 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) Contrabando ou Descaminho 154 Definição Art. 334 § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) Uso de Drogas 155 Definição Art. 28 Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Uso de Drogas 156 Definição Art. 28 § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Uso de Drogas 157 Definição Art. 28 § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. Uso de Drogas 158 Definição Art. 28 § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. Uso de Drogas 159 Definição Art. 28 § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. Uso de Drogas 160 Definição Art. 28 § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. Uso de Drogas 161 Definição Art. 28 § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Tráfico de Drogas 162 Definição Art. 33 Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.. Tráfico de Drogas 163 Definição Art. 33 § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas. Tráfico de Drogas 164 Definição Art. 33 II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; Tráfico de Drogas 165 Definição Art. 33 III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. Tráfico de Drogas 166 Definição Art. 33 § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa de 100 a 300 dias-multa Tráfico de Drogas 167 Definição Art. 33 § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 meses a 1 ano, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. Tráfico de Drogas 168 Definição Art. 33 § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Abuso de Autoridade 169 Definição Art. 3 Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; Abuso de Autoridade 170 Definição Art. 3 h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) Abuso de Autoridade 171 Definição Art. 4 Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Abuso de Autoridade 172 Definição Art. 4 c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; Abuso de Autoridade 173 Definição Art. 4 f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; Abuso de Autoridade 174 Definição Art. 4 h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) Abuso de Autoridade 175 Definição Art. 5 Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração Dos Crimes de Trânsito 176 Definição Art. 291 Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. Dos Crimes de Trânsito 177 Definição Art. 291 § 1º Aplica-se aos crimes de trânsitode lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 178 Definição Art. 291 II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 179 Definição Art. 291 § 2º Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 180 Definição Art. 292 A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente com outras penalidades. Dos Crimes de Trânsito 181 Definição Art. 293 A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a permissão para dirigir ou a carteira de habilitação. Dos Crimes de Trânsito 182 Definição Art. 293 § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. Dos Crimes de Trânsito 183 Definição Art. 294 Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. Dos Crimes de Trânsito 184 Definição Art. 294 Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. Dos Crimes de Trânsito 185 Definição Art. 295 A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente. Dos Crimes de Trânsito 186 Definição Art. 296 Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 187 Definição Art. 297 A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. Dos Crimes de Trânsito 188 Definição Art. 297 § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal. § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. Dos Crimes de Trânsito 189 Definição Art. 298 São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; Dos Crimes de Trânsito 190 Definição Art. 298 III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; Dos Crimes de Trânsito 191 Definição Art. 298 VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres Dos Crimes de Trânsito 192 Definição Art. 298 VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres Art. 299. (VETADO) Art. 300. (VETADO) Dos Crimes de Trânsito 193 Definição Art. 301 Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Dos Crimes de Trânsito 194 Definição Art. 302 Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Dos Crimes de Trânsito 195 Definição Art. 302 Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; Dos Crimes de Trânsito 196 Definição Art. 302 III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê- lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 197 Definição Art. 303 Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de 6 meses a 2 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do parágrafo único do artigo anterior. Dos Crimes de Trânsito 198 Definição Art. 304 Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Dos Crimes de Trânsito 199 Definição Art. 304 Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Dos Crimes de Trânsito 200 Definição Art. 305 Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída. Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes de Trânsito 201 Definição Art. 306 Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6(seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Regulamento Penas - detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Dos Crimes de Trânsito 202 Definição Art. 306 Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Dos Crimes de Trânsito 203 Definição Art. 307 Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: Penas - detenção, de 6 meses a 1ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Dos Crimes de Trânsito 204 Definição Art. 307 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a permissão para dirigir ou a carteira de habilitação. Dos Crimes de Trânsito 205 Definição Art. 308 Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada: Penas - detenção, de 6 meses a 2 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Dos Crimes de Trânsito 206 Definição Art. 309 Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes de Trânsito 207 Definição Art. 310 Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes de Trânsito 208 Definição Art. 311 Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa. Dos Crimes de Trânsito 209 Definição Art. 312 Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Dos Crimes de Trânsito 210 Definição Art. 312 Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. 211 Vamos debater alguns casos? Caso 1 212 O Caso do Guarda Zébio O guarda municipal Zébio, de serviço na praça Sans Peña visualizou uma pessoa sendo assassinada em frente à entrada do metrô. Zébio refugiou-se atrás de um poste de iluminação enquanto o responsável pelo crime saiu em disparada pela rua Conde de Bonfim. Nesse momento, o guarda abandonou o posto de serviço e foi para casa desesperado. Informou às pessoas que estavam no local que nada podia fazer pelo fato de não ser policial ou bombeiro para conduzir aquela ocorrência. Além disso, deixou um bilhete na Unidade de Ordem Pública com a seguinte declaração: “minha vida vale mais que a do morto para aqueles que me amam, por isso estou na defesa do meu direito como pessoa humana”. 213 O GM Zébio , no caso em análise, estava na condição de agente garantidor para efeitos penais? Será qua a conduta de Zébio é penalmente relevante a ponto de ensejar algum a infração penal? Existiria diferença no caso se Zébio fosse policial militar? É possível defender Zébio, a fim de que não responda criminalmente com base nas declarações escritas no bilhete? Caso 1 Caso 2 214 O Caso do Guarda Euzio Euzio, guarda municipal lotado na Unidade de Ordem Pública, observou um casal discutindo na Praça Sans Peña e, enquanto se aproximava para verificar o que estava acontecendo, o homem que discutia deu um “soco” (mãos fechadas) no rosto da mulher que o chamava de “traidor”. Ela gritou por socorro. Nesse momento, o guarda Euzio abordou o agressor e perguntou o que estava havendo. O homem logo respondeu de forma ríspida: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!” Diante desse cenário, o GM Euzio pediu desculpas e seguiu em direção a UOP para almoçar. Caso 2 215 O Caso do Guarda Euzio Durante o almoço, Euzio assistiu o noticiário da TV que mostrava o fato ocorrido e presenciado por ele, informando que a mulher (vítima das agressões) sofreu graves lesões e morreu em seguida por não ter sido atendida quando gritava por socorro. As pessoas que passavam pelo local e viram o procedimento adotado pelo guarda Euzio prestaram informações ao Delegado responsável pelo caso. 216 O GM Euzio adotou o procedimento correto? Existe a possibilidade de Euzio responder penalmente mesmo não tendo vínculo familiar e doméstico com a vítima? É possível recair sobre ele a lei Maria da Penha? Euzio poderia alegar em sua defesa que intervir na vida conjugal de outrem poderia configurar constrangimento ilegal e por isso não interrompeu o desentendimento do casal? Caso 1 Caso 3 217 O Caso do Guarda Éubio O GM Éubio, lotado na Unidade de Ordem Pública, ao assumir o serviço verificou que dois adolescentes pichavam um patrimônio histórico localizado na Praça Sans Peña. Imediatamente, dirigiu-se ao local e os abordou, informando que ambos estavam apreendidos em flagrante de ato infracional. Diante dessa situação, os adolescentes perguntaram por qual razão seriam apreendidos se não havia motivo para tanto, pois estavam apenas mostrando sua arte para a população. Éubio ficou em dúvida e buscou informação junto a base operacional quanto a autorização para a prática de grafitagem naquela área. Caso 3 218 O Caso do Guarda Éubio Entretanto, devido ao fato dos canais de comunicação estarem congestionados, ele acabou liberando os adolescentes que seguiram em disparada para a estação do metrô. 219 Os adolescentes cometiam algum ilícito penal no caso apresentado? Seriam passíveis de pena? Poderiam ser presos em flagrante delito? Éubio agiu corretamente? Poderia alegar em sua defesa que agiu em prol da proteção dos direitos dos adolescentes quanto a liberdade de expressão através da arte? Caso Éubio efetuasse a apreensão em flagrante de ato infracional se valendo do uso de algemas, estaria ele comentendo abuso de autoridade e/ou violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente? Caso 3 Caso 4 220 O Caso do Sr. Erizíbio Erizíbio era um senhor que todos os dias ia até a Praça Saens Peña jogar dominó e paquerar as senhoras. Em razão disso, passou a ficar conhecido pelos GMs da UOP (Unidade de Ordem Pública) da Tijuca como Tio Sukita. No dia 25 de dezembro de 2010, após beber algumas cervejas, Sr. Erizíbio se dirigiu para a entrada do metrô e urinou próximo às escada de acesso, local onde inúmeras pessoas transitavam durante aquela data natalina. Os guardas Zerônio e Lesadro, ao visualizarem a cena, seguiram em direção ao ancião e pediram que os acompanhassem até a delegacia por estar em flagrante delito. Caso 4 221 O Caso do Sr. Erizíbio Nesse momento, Tio Sukita (alcunha), imediatamente, pediu desculpas e alegou que tinha problemas renais. Exclamou aos agentesque caso não urinasse ali naquela hora iria sofre graves complicações, conforme orientação de seu médico. Diante disso, Zerônio disse a Lesadro que tratava-se de um caso de estado de necessidade. Assim sendo, O GM Lesadro disse: “O bom velhinho tem direito de passar o natal aliviado!” Por fim, os GMs dispensaram o Sr. Erizíbio para ir pra casa. 222 Existe norma penal que proíba a conduta de urinar ou defecar no espaço público? o Sr. Erizíbio pode responder por algum crime sendo ele pessoa idosa com idade superior a 70 (setenta anos)? Os guardas municipais deveriam ter adotado outro procedimento ou agiram corretamente já que visualizaram um suposto estado de necessidade, conforme entendimento de Zerônio? Caso 4 Caso 5 223 O Caso do Guarda Dorezébio Dorezébio, guarda municipal lotado na Unidade de Ordem Pública da Tijuca, pegou a viatura da GM-Rio e deslocou-se, sem autorização, até o bairro de Sepetiba para levar 10 (dez) sacos de cimento que tinha subtraído das obras que estavam sendo realizadas na UOP, a fim de fazer melhorias na sua residência. Ao chegar em casa, fora surpreendido por policiais civis que efetuaram sua prisão em flagrante. 224 Dorezébio cometeu qual (ou quais) crime (ou crimes)? Poderia ele responder por furto de viatura oficial (bem de uso especial)? Se os sacos de cimento fossem levados por Dorezébio para a casa do Inspetor, sob determinação hierárquica, com intuito de construir uma piscina para os momentos de lazer compartilhado entre suas famílias, seria possível justificar a conduta por uma excludente de culpabilidade? Caso 5 Caso 6 225 O Caso do Ambulante Locássio Os guardas municipais Marreta e Martelo solicitaram que os ambulantes, que ocupavam as calçadas da rua Conde de Bonfim de maneira irregular, retirassem imediatamente suas bancadas dali, sob pena de sofrer sanções de cunho administrativo, como a apreensão da materiais e mercadorias. Nesse momento, um ambulante identificado como Locássio Surtado se amarrou ao poste, juntamente com suas mercadorias e materiais negando-se a sair do local, resistindo de forma passiva. 226 Diante do caso, os GMs Marreta e Martelo poderiam tomar alguma medida? Poderiam enquadrar a conduta passiva do ambulante Locássio Surtado em algum tipo penal? Caso Locássio Surtado usasse de violência ou grave ameaça para evitar a ações do guardas, haveria alguma repercussão jurídico-penal distinta do fato apresentado? Marreta e Martelo poderiam utilizar o gás de pimenta, a taser e em seguida a tonfa na cabeça do ambulante para imobilizá-lo com amparo no uso legítimo da força justificado pelas circunstâncias? Caso 6 Caso 7 227 O Caso do Condutor Nóbio Os guardas muncipais do UOP Tijuca prenderam em flagrante delito o condutor Nóbio Etílico em razão dele ter atropelado duas senhoras na rua Conde de Bonfim no momento em que elas atravessavam o sinal vermelho para o trânsito de veículos, sobre a faixa de pedestre. Além disso, ficou constatado pelo bafômetro que Nóbio Etílico apresentava uma quantidade muito superior a 0,06 decigramas de álcool por litro de sangue. Cabe ressaltar que as vítimas morreram no local do acidente. 228 O fato apresentado configura crime de trânsito? Existe diferença entre dolo eventual, dolo direto , culpa consciente e culpa inconsciente? É legal a aferição da quantidade de álcool no sangue através do bafômetro? Caso houvesse negativa quanto ao teste do bafômetro por parte do condutor, seria legal a aferição visual de estado de embriaguez pelo guarda municipal? Caso 7 Caso 8 229 O Caso do Traficante Zildo Zildo foi encontrado pelos agentes da guarda municipal com 10 (dez) pedras de crack em plena luz do dia na Praça Sans Peña. Foi preso em flagrante e conduzido à delegacia da área. Ao ser apresentado à autoridade policial, os guardas informaram que tratava-se de um traficante. 230 Existe quantidade determinada na lei para efeito de tipificação por tráfico de drogas ilícitas? O traficante e o usuário são submetidos à pena de prisão? O uso de drogas ilícitas é considerado crime hediondo assim como o tráfico? Caso 8 Caso 8 231 O Caso dos Flanelinhas Os guardas municipais Euze e Zeno identificaram três flanelinhas solicitando R$ 5,00 (cinco reais) a uma senhora que pretendia estacionar seu carro na Praça Sans Peña para ir ao banco. Os flanelas ameaçaram a Srª e disseram que era conveniente que ela pagasse o preço, sob pena de não encontrar mais seu automóvel naquele local. Diante disso, os GMs abordaram os guardadores irregulares e efetuaram a prisão em flagrante, conduzindo-os para a Delegacia de Polícia. 232 O exercício da atividade de flanelinha configura ilícito penal? Os guardadores irregulares alegaram que estavam agindo na defesa do patrimônio público, a fim de evitar o estacionamento desorganizado de veículos sobre a Praça Sans Peña. Além disso, disseram que o valor cobrado era simbólico e destinado a manter a alimentação dos guardiões do bem público, sustentando que estavam no exercício regular de um direito. Essas alegações são pertinentes diante da atual ordem jurídica? Caso 8 Caso 9 233 O Caso dos Flanelinhas Plaimombiu foi preso em flagrante delito pelos guardas municipais por estar assaltando na Praça Sans Peña com uma arma de brinquedo (pistola de água envolvida em fita isolante). Os objetos, frutos do último assalto, foram recuperados e entregues a vítima. 234 Diante do caso, marque a alternativa correta: A conduta de Plaimombiu equivale a: ( ) crime de furto porque não houve ameaça com arma de fogo, havendo somente a subtração do objeto: ( ) crime de roubo simples porque a o emprego de arma de brinquedo não enseja aumento de pena: ( ) crime de ameça porque o roubo não se consumou por circunstâncias alheias a vontade do agente: ( ) conduta atípica porque a postura de Plaimombiu não passou de mera brincadeira. Caso 9 235 Seria possível vislumbrar algum crime do Estatuto do Desarmamento no caso em análise? Qual delito cometeriam os guardas municipais ao não devolverem os objetos recuperados à vítima? Caso 9 Resumindo O que vimos nesta Disciplina? • Direito Positivo • Direito Penal • Infração Penal e classificação das Infrações • Elementos Constitutivos de Crime • Sujeitos e Objetivo Ilícito Penal • Classificação dos Crimes • Concurso de Pessoas • Crimes Contra à Pessoa • Crimes Contra a Liberdade Pessoal • Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio • Crimes Contra o Patrimônio • Roubo e Extorsão • Dano 236 Resumindo O que vimos nesta Disciplina? • Crimes Contra a Propriedade Imaterial • Crimes Contra a Liberdade Sexual • Corrupção de Menores • Ultraje Público ao Pudor • Crimes Contra a Administração Pública • Concussão • Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral • Corrupção Ativa • Contrabando ou Descaminho • Uso e Tráfico de Drogas • Abuso de Autoridade • Crimes de Trânsito 237 Glossário 238 Ontologia significa em grego "conhecimento do ser“. É a parte da filosofia que trata da natureza do ser, da realidade, da existência dos entes e das questões metafísicas em geral. A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. Ontológica Voltar Glossário 239 Qualidade de um fato que abrange todos os elementos da definição de um delito. É a adequação perfeita do fato com a norma penal proibitiva. Tipicidade Voltar Glossário 240 Ou ilicitude. Pode ser conceituada como a contrariedade da conduta com o ordenamento jurídico. Isto porque temos que a antijuridicidade em seu significado literal quer dizer: anti (contrário) juridicidade (qualidade ou caráter de jurídico, conformação ao direito; legalidade, licitude), ou seja, é o que é contrário a norma jurídica. Antijuridicidade Voltar
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