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HISTÓRIA I PRÉ-VESTIBULAR 339PROENEM.COM.BR A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO31 CONTEXTO A história do colapso da União Soviética deve ser contada a partir da década de 1970, quando o país dava pequenas mostras de que o regime político e econômico não ia bem. Após sufocar os movimentos liberais de 1956, na Hungria e 1968, na Tchecoslováquia, os soviéticos envolveram-se na ação militar do Afeganistão em 1979. A AÇÃO SOVIÉTICA NO AFEGANISTÃO Em 17 de julho de 1973, um golpe de estado, fomentado por militares comunistas, destituiu o rei Shah Zaher. O chefe do novo governo republicano, Mohammed Daud, porém, começa a demonstrar uma linha de política externa independente, afastando- se da União Soviética. Daud acaba sendo derrubado em 27 de abril de 1978, na chamada “revolução de Saur”. A República Democrática do Afeganistão, dirigida por Nur-Mohammed Taraki, é reconhecida imediatamente pelo governo soviético de Leonid Brejnev, sucessor de Kruschev no Kremlin. A administração Taraki inicia uma série de medidas proibitivas que levariam o país ao colapso social definitivo. O islamismo é considerado ilegal, e o Alcorão é queimado em praça pública. A guerra civil começa. A União Soviética presta auxílio ao governo comunista afegão, utilizando caças Migs para bombardear cidades dominadas pelos rebeldes muçulmanos Mujahedin. A situação piora quando o Khalq e o Partcham disputam o poder. Taraki é assassinado, sendo substituído por Hafizullah Amin. Um comando soviético executa Amin, colocando o títere Babrak Karmal na Presidência do país. Em 27 de dezembro de 1979, atendendo a uma solicitação de Karmal, Brejnev desencadeia a operação Borrasca 333. A invasão soviética ao Afeganistão, que perduraria até 1989, começara. O motivo que levou a uma intervenção militar de Moscou não foi apenas a tradicional política de expansão russa para o mar, que o historiador Eric J. Hobsbawn vai alcunhar como teoria de “atlas escolar”. A manutenção de um regime favorável ao Kremlin era imprescindível. Seria extremamente perigoso para a superpotência perder o controle do governo comunista no Afeganistão. A queda de Karmal poderia excitar um “nacionalismo islâmico” nas repúblicas soviéticas da Ásia Central. PROEXPLICA A resistência dos afegãos era composta por cerca de sete grupos sunitas, guarnecidos pelo Paquistão, e oito grupos xiitas, incentivados pelo Irã. Contudo, não foram apenas os gritos de “Allah o Akbar! (“Deus é grande!”)” que decidiram a vitória islâmica contra os soviéticos. A Guerra Fria fez com que os Estados Unidos da América a auxiliassem em oposição ao regime comunista de Cabul. Os mísseis antiaéreos portáteis Stinger, de fabricação norte-americana, nas mãos do Mujahedin, começaram a abater helicópteros Mi-24 da União Soviética. O diretor da CIA, William Casey, desenvolveu a guerra de infiltração: dez mil volumes do Alcorão, em idioma uzbeque, foram enviados para a região. O Kremlin, temendo que soldados soviéticos das repúblicas islâmicas pudessem se sensibilizar com o conflito, substitui estes grupamentos militares por contingentes da Rússia, Ucrânia e repúblicas bálticas. O presidente americano Jimmy Carter protesta formalmente contra a invasão soviética, boicotando os Jogos Olímpicos de Moscou (1980). Cerca de 30 países não comparecem aos Jogos, ratificando a posição norte-americana. A Grã-Bretanha e a França, aliadas dos Estados Unidos, entretanto, enviam delegações para a URSS. O saldo da guerra do Afeganistão é desastroso para o Kremlin. No campo diplomático, o ataque é condenado mundialmente, aliando temporariamente inimigos irreconciliáveis, como Arábia Saudita, China, Estados Unidos, Irã e Paquistão. As estatísticas não são mais animadoras para os soviéticos: mais de 13 mil militares do Exército Vermelho morrem durante a ocupação. A economia do país, já debilitada pela corrida armamentista contra os Estados Unidos, acelera seu processo de falência. O secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbatchev, cumpre o acordo de paz de Genebra, retirando, em 15 de fevereiro de 1989, a última guarnição militar soviética estacionada no Afeganistão: a 201ª divisão de reconhecimento, comandada pelo tenente- coronel Boris Gromov. O governo comunista afegão de Mohammed Najibullah é abandonado à própria sorte, até a vitória dos rebeldes muçulmanos em 1992. O Afeganistão, arrasado por quase 30 anos de guerras, é o retrato da miséria. Um saldo de mais de dois milhões de mortos, além da ausência de atividades econômicas e milhares de refugiados nos países vizinhos. Com a queda de Najibullah, o islã, vilipendiado pelo materialismo histórico de Moscou, triunfa. As rivalidades entre os grupos muçulmanos, entretanto, estenderam a guerra pela década de 1990. A milícia talibã conquista Cabul em 27 de setembro de 1996, passando a impor seu radicalismo religioso. A “Idade Média” do Crescente proíbe mulheres de frequentar escolas e destrói imagens milenares sob a pecha da idolatria. PERESTROIKA E GLASNOT: AS REFORMAS DE GORBACHEV Mikhail Gorbachev Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/dc/ Gorbachev_%28cropped%29.png/450px-Gorbachev_%28cropped%29.png PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR340 HISTÓRIA I 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO A linha de sucessão do poder na União Soviética foi inaugurada por Vladimir Lênin com a revolução de outubro de 1917. Depois da morte de Lênin, em 1924, Stalin e Trotsky disputaram a sucessão, sendo Stalin o novo líder soviético até 1953, ano de sua morte. Kruschev, stalinista ucraniano, substituiria o “Grande Irmão”, até ser deposto pelo Politburo em 1964, quando Leonid Brejnev assumiria. Com a morte de Brejnev, dois idosos comunistas ortodoxos preencheram o mais importante posto político do mundo comunista. Yuri Andropov e Chernenko, juntos, governaram a União Soviética por menos de cinco anos, pois ambos faleceram no exercício da função. O Politburo, o Parlamento comunista, decidiu- se então por um jovem político chamado Mikhail Gorbachev, que, em março de 1985, assumiu a cadeira que foi de Lênin, o pai fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Já em 1986, durante o XXVII Congresso do Partido Comunista da União Soviética, Gorbachev faria o anúncio de um conjunto de reformas que dariam o impulso final que faltava para o colapso político da URSS. A perestroika, reestruturação econômica, e a glasnost, transparência/abertura política, foram anunciadas com pouco alarde, contudo, promoveriam uma revolução no Leste Europeu como não se via desde os movimentos nacionalistas e liberais do século XIX. O poderio da Rússia soviética, construído por mais de setenta anos, começava a ruir pelas próprias contradições do sistema socialista soviético. O primeiro problema que os soviéticos enfrentavam era o atraso tecnológico, no qual estavam ficando perigosamente para trás em relação aos Estados Unidos. Em março de 1983, o presidente norte-americano Ronald Reagan anunciara o sistema strategic defense iniative, apelidado pela imprensa como “projeto Guerra nas Estrelas”, que consistia em um investimento orçado em trilhões de dólares para o desenvolvimento e construção de um escudo antimísseis a partir da equipagem de satélites artificiais com feixes de laser que pudessem destruir projéteis lançados contra o território americano. O recado de Reagan era claro: os Estados Unidos estavam alcançando um nível de desenvolvimento tecnológico que acabaria com o elemento de dissuasão da Guerra Fria, ou seja, o risco de suicídio nuclear. Os Estados Unidos, portanto, poderiam desfechar um ataque nuclear contra a União Soviética, pois teriam condições de repelir o contra-ataque. Ademais, o recado estendia- se no âmbito econômico: se os soviéticos ousassem competir ainda no plano tecnológico e bélico, teriam que comprometer suas já debilitadas finanças. A União Soviética perdia a corrida tecnológicae a III Revolução Industrial. Em abril de 1986, um acidente nuclear na usina de Chernobyl, localizada na república soviética da Ucrânia, deixava em evidência a fragilidade do sistema tecnológico soviético. Este episódio representou o maior desastre radioativo da humanidade até então, desencadeando grande preocupação com o significativo número de mortos e afetados diretamente pela radiação, assim como realizando críticas ao governo soviético na condução destes acontecimentos. Além disso, as reformas de Gorbatchev mostravam-se necessárias por conta de outros graves problemas. As nacionalidades subordinadas ao poder moscovita clamavam por maior liberdade dentro da União Soviética. A URSS era, na realidade, um Estado multinacional, no qual os russos desempenhavam um papel de vanguarda por conta de sua grandiosidade territorial e demográfica. Outros Estados, contudo, compunham a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas: Ucrânia, Bielorrússia, Estônia, Letônia, Lituânia, Azerbaijão, Turcomenistão, Cazaquistão, Uzbequistão. Ademais, o péssimo padrão de qualidade dos bens de consumo duráveis na União Soviética gerava um contraste intolerável. A URSS era um dos países de preponderância da corrida aeroespacial, contudo, o soviético comum era obrigado a conviver com racionamentos diários de produtos cotidianos e consumir bens de péssima qualidade. Uma minoria privilegiada, denominada em russo de nomenklatura, entretanto, gozava de privilégios dentro do Estado soviético. A nomenklatura era a burocracia estatal da União Soviética que obtinha, por exemplo, acesso aos bens de consumo do ocidente, proibitivos dentro do mundo comunista. AS REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1989 O anúncio das reformas de Gorbatchev começou a contagiar o Leste Europeu de um modo surpreendentemente rápido, levando à derrocada do sistema socialista soviético. Em julho de 1989, o sindicato polonês Solidariedade, graças às reformas de Gorbatchev, as quais preconizavam um considerável liberalismo político, obteve uma das mais esmagadoras vitórias eleitorais da história da Europa, mostrando o quanto a população da Polônia comunista mostrava-se contrária à este modelo político- econômico. O sindicalista católico Lech Walesa tornaria-se o primeiro presidente não comunista do país desde a Segunda Guerra Mundial. No mês seguinte, na Praça Tiananmen, conhecida pelos ocidentais como Praça da Paz Celestial, em Pequim, ocorreu o mais terrível massacre comunista perpetrado contra manifestantes empolgados com o anúncio das reformas Gorbatchev. Os jovens estudantes chineses reuniram-se na Praça da Paz Celestial, centro do poder político chinês, com o objetivo de forçar o governo a adotar as reformas recomendadas por Gorbatchev. Os estudantes chegaram a construir uma estátua de gesso, apelidada de Deusa da Democracia, uma referência clara à estátua da liberdade dos Estados Unidos. O governo comunista, contudo, dispersou a manifestação empregando o exército. Em novembro de 1989, o Muro de Berlim cairia. O símbolo maior da bipolaridade entre perspectivas socialistas e capitalistas durante a Guerra Fria no continente europeu foi colocado abaixo após a Alemanha Comunista permitir que a população de Berlim Oriental pudesse transitar livremente para a Berlim Ocidental. A população alemã, empolgada, começou a destruir o muro. Em outubro de 1990, as duas Alemanhas finalmente passariam pelo processo de reunificação política, que, infelizmente, foi acompanhado pelo discreto retorno de manifestações xenofóbicas e neonazistas, que tinham como alvos principais os imigrantes do Leste Europeu e da Turquia. Em dezembro de 1989, o vento da liberdade oriental varreria de modo extremamente violento a ditadura comunista da Romênia. O ditador Nicolau Ceaucescu, não aceitando a perda do poder, acabaria enfrentando uma manifestação popular que nem mesmo a sekuritat, a polícia secreta romena, conseguiria barrar. O casal Ceaucescu seria fuzilado próximo à noite de Natal de 1989. Em julho de 1991, após a declaração de independência da Eslovênia e da Croácia, começa a guerra civil da Iugoslávia, que levaria à fragmentação política do país, na qual a Bósnia- Herzegovina e a Macedônia também se desligariam. Em agosto de 1991, uma junta da linha-dura soviética tenta, em vão, barrar as reformas de Gorbatchev que, efetivamente, acabariam com o socialismo na Europa oriental. O golpe, contudo, enfrenta a resistência da população russa, liderada por Boris Yeltsin, futuro presidente da Rússia democrática. Gorbatchev acaba sendo libertado e imediatamente as repúblicas bálticas, PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO 341 HISTÓRIA I acompanhadas posteriormente por Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, declaram independência, formando a Comunidade dos Estados Independentes. Em 25 de dezembro de 1991, formalmente a União Soviética deixava de existir. Em 1993, a Revolução de Veludo, na qual a República Tcheca e a Eslováquia se separam pacificamente, completou o quadro da crise do socialismo. PROTREINO EXERCÍCIOS 01. Analise a atuação soviética no Afeganistão no contexto da Guerra Fria. 02. Explique as propostas soviéticas dos anos 1980: perestroika e glasnost. 03. Indique as razões que justifiquem a adoção da perestroika e glasnost na União Soviética. 04. Analise o simbolismo da queda do muro de Berlim em 1989. 05. Apresente brevemente o processo que desencadeou na desestruturação da União Soviética em 1991. PROPOSTOS EXERCÍCIOS 01. (UERJ) O QUE É UMA NAÇÃO? O homem não é escravo nem de sua raça, nem de sua língua, nem de sua religião, nem do curso dos rios, nem da direção das cadeias de montanhas. Um grande agrupamento de homens, de espírito sadio e coração ardoroso, cria uma consciência moral que se chama nação. Enquanto puder provar sua força através dos sacrifícios que exigem a abdicação dos indivíduos em prol de uma comunidade, essa consciência moral será legítima, terá o direito de existir. Se surgem dúvidas quanto a fronteiras, consultem-se as populações envolvidas. Elas têm bem o direito de ter uma opinião na questão. ERNEST RENAN Conferência na Universidade de Sorbonne, 1882. revistas.usp.br Ao longo do século XX, houve acontecimentos vinculados a projetos nacionalistas similares à concepção defendida pelo historiador Ernest Renan, em 1882. Identifica-se como um desses acontecimentos a: a) emancipação do Vietnã na pacificação da Indochina b) divisão da Polônia no curso da Segunda Guerra Mundial c) criação da Iugoslávia no final da Primeira Guerra Mundial d) reunificação da Alemanha no contexto da crise da U.R.S.S. 02. (ENEM PPL) A Guerra Fria foi, acima de tudo, um produto da heterogeneidade no sistema internacional – para repetir, da heterogeneidade da organização interna e da prática internacional – e somente poderia ser encerrada pela obtenção de uma nova homogeneidade. O resultado disto foi que, enquanto os dois sistemas distintos existiram, o conflito da Guerra Fria estava destinado a continuar: a Guerra Fria não poderia terminar com o compromisso ou a convergência, mas somente com a prevalência de um destes sistemas sobre o outro. HALLIDAY, F. Repensando as relações internacionais. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999. A caracterização da Guerra Fria apresentada pelo texto implica interpretá-la como um(a) a) esforço de homogeneização do sistema internacional negocia- do entre Estados Unidos e União Soviética. b) guerra, visando o estabelecimento de um renovado sistema social, híbrido de socialismo e capitalismo. c) conflito intersistêmico em que países capitalistas e socialistas competiriam até o fim pelo poder de influência em escala mundial. d) compromisso capitalista de transformar as sociedades homo- gêneas dos países socialistas em democracias liberais. e) enfrentamento bélico entre capitalismo e socialismo pela homogeneização social de suas respectivas áreas de influência política. 03. (UERJ) A Europa passou por grandenúmero de reconfigurações territoriais, em virtude das disputas seculares entre os povos do continente. No mapa abaixo, elaborado em 2014, estão assinalados, para cada país europeu, o nome da última potência estrangeira a desocupar aquele espaço nacional e o ano em que isso ocorreu. A desocupação estrangeira na Europa Oriental, após a Segunda Guerra Mundial, está associada ao seguinte contexto geopolítico: a) fim da Guerra Fria b) fundação da União Europeia c) término da Crise dos Mísseis d) início da Coexistência Pacífica 04. (UERJ) PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR342 HISTÓRIA I 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO A política externa praticada pelos EUA no governo de Ronald Reagan, entre 1980 e 1988, reaqueceu os antagonismos que caracterizaram o período da Guerra Fria. A ilustração acima faz uma representação irônica dos continentes, condizente com as ideias propagadas pelo líder estadunidense. Durante o governo Reagan, duas características importantes da geopolítica dos EUA são: a) ênfase no combate às ditaduras – antagonismo com os países do Sul b) incentivo à fragmentação territorial – envolvimento em conflitos religiosos c) estímulo ao expansionismo colonial – estabelecimento de alianças militares d) acentuação da rivalidade ideológica – práticas de imperialismo econômico 05. (ENEM PPL) Foi em meados da década de 70 que a União Soviética começou a perder o “bonde da história”. Ficava evidente, mesmo para os próprios soviéticos, que o império vermelho era uma superpotência apenas pelo poderio militar, pelo arsenal nuclear e pela capacidade de destruição em massa. Devido ao seu baixo dinamismo econômico, a produtividade industrial não acompanhava, nem de longe, os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava. Em outras palavras, na União Soviética, a) a falta de dinamismo econômico e de progresso social era devida à economia liberal. b) o parque industrial era obsoleto, não atendendo à demanda da população. c) o descontentamento popular expressava-se em imensas filas de protesto contra a carência de certos bens. d) a incapacidade de produzir bens de consumo era compensada pela indústria pesada, em qualidade e em quantidade. e) o descontentamento popular foi agravado pela política de incentivo à importação de produtos ocidentais. 06. (UNESP) Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar que a) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente, manifestas na permanência da divisão da Alemanha. b) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou com a entrada da Alemanha no Pacto de Varsóvia. c) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos bilaterais, colaborou para reunificar a cidade, dividida pelos aliados. d) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações internacionais após a Segunda Guerra Mundial. e) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e conservador. 07. (UERJ) (BELMONTE, 1946. In: JAGUAR (org.). Caricatura dos tempos. São Paulo: Melhoramentos, 1982.) A caricatura acima refere-se ao contexto histórico da Guerra Fria, marcado por um sistema de relações na política internacional que estabelece um estado entre beligerância e não-beligerância. A Guerra Fria pode ser caracterizada por: a) cisão no bloco socialista, a partir da oposição entre União Soviética e China b) formação de alianças continentais, devido às tensões decorrentes da descolonização c) ocorrência de conflitos localizados, em função da possibilidade de utilização da energia atômica d) confronto direto entre os Estados Unidos e a União Soviética, em virtude da divisão da Europa pela cortina de ferro 08. (UEFS) A perestroika e a glasnost espalharam-se entre os povos do Leste europeu, ressentidos da dominação soviética e preocupados com as crescentes dificuldades econômicas. Durante 1989 e 1990, os europeus orientais demonstraram sua insatisfação com a liderança comunista e exigiram reformas democráticas. (PERRY. 2002. p. 657). O contexto histórico nos quais os termos perestroika e glasnost foram aplicados no texto diz respeito a) ao auge da Guerra Fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos dividiam a influência política e ideológica entre Oriente e Ocidente. b) à maior expansão militarista da União Soviética, quando seus cientistas enviaram o primeiro satélite espacial à Lua. c) ao levante das oposições contra a violência do governo stalinista, do qual resultou a queda daquele ditador. d) aos conflitos entre a União Soviética e o Japão socialista, na disputa pelo controle da navegação militar no Oceano Pacífico. e) à crise estrutural do Estado soviético, levando Mikhail Gorbachev a propor uma abertura política e uma nova orientação econômica na União Soviética, para enfrentar os problemas nacionais. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO 343 HISTÓRIA I 09. (ESPCEX - AMAN) “Na política externa a aproximação com as potências ocidentais praticamente determinou o fim da Guerra Fria, trazendo desdobramentos como a queda do Muro de Berlim e a derrubada – pacífica ou violenta – dos ditadores na Europa Oriental [...] A Alemanha Oriental foi finalmente reunida à sua parte Ocidental, formando um só país”. (BERUTTI, 2004) Com base nas informações do fragmento, é correto concluir que o autor se refere a(à) a) unificação do Estado alemão, em 1871. b) política externa adotada pela Rússia logo após a revolução bolchevique. c) algumas consequências das medidas liberalizantes adotadas na União Soviética na década de 1980. d) formação do COMECOM reunindo as principais economias da Europa Oriental aos Estados Unidos, na década de 1940. e) algumas consequências do Plano Marshall adotado na década de 1940 para recuperar a economia europeia. 10. (UFRGS) Leia o enunciado abaixo. O breve século XX acabou em problemas para os quais ninguém tinha, nem dizia ter, soluções. Enquanto tateavam o caminho para o terceiro milênio em meio ao nevoeiro global que os cercava, os cidadãos do fin-de-siècle só sabiam ao certo que acabou uma era na história. E muito pouco mais. Assim, pela primeira vez em dois séculos, faltava inteiramente ao mundo da década de 1990 qualquer sistema ou estrutura internacional. Adaptado de: HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos. O breve século XX. São Paulo: Cia das Letras, 1995. p. 537. Com base nesse enunciado, é correto afirmar que o fim dessa era está associado a) ao vazamento da usina nuclear de Chernobyl, na extinta União Soviética, que encerrou as pesquisas nucleares naquele país. b) à Guerra do Iraque e à deposição de Sadam Hussein, fatos que originaram anos de conflito. c) à abertura econômica da República Popular da China, que cresceu em taxas galopantes, desbancando outras potências. d) à queda do Muro de Berlim, que representou o fim da Guerra Fria e o colapso da União Soviética. e) ao atentado às torres gêmeas, em setembro de 2001, episódio que assinalou o início da chamada “Era do terror”. 11. (UEG) Leia o texto a seguir. No atual contexto dos Jogos Olímpicos, a situação é bem diferente da existente há três décadas. No final dos anos 70 e início dos anos 80, as disputas políticas e ideológicas da Guerra Fria, mesmo em certo declínio, tiveram reflexos no cenário esportivo mundial. Naquela época, Estados Unidos e União Soviética ainda detinham o poder oriundo da bipolaridade entre capitalismo e socialismo, surgida a partir do final da Segunda Guerra Mundial. Fonte: FARIAS, Rodrigo. <http://historiaeumbarato.blogspot.com.br/2012/05/o-boicote- aos-jogos-olimpicos-de-1980-e.html>. Acesso em: 4 fev. 2016. (Adaptado).Um dos episódios mais marcantes do cenário esportivo internacional durante a Guerra Fria foi o boicote do governo dos Estados Unidos da América aos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980, retirando oficialmente seus atletas da competição. O presidente americano Jimmy Carter qualificou tal iniciativa como a) uma represália contra a invasão soviética ao Afeganistão, sob o pretexto de resolver a disputa entre rebeldes islâmicos e adeptos do comunismo. b) um protesto contra o massacre de onze atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique, realizado pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro. c) uma retaliação do Bloco Capitalista contra a intervenção soviética no caso da Crise dos Mísseis, quando a URSS instalou armas nucleares em Cuba. d) um aviso ao Bloco Socialista de que seus atletas não eram bem-vindos na América, uma vez que as próximas Olimpíadas aconteceriam em Los Angeles. e) uma ação coordenada das potências democráticas capitalistas, considerando que França, Inglaterra e Alemanha Ocidental aderiram ao boicote aos jogos. 12. (UFT) [...] “a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar, mas num período de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida” (Thomas Hobbes). A Guerra Fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do século XX, foi sem dúvida um desses períodos. HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.224. Em se tratando de Guerra Fria é correto afirmar: a) Sob a influência da URSS, Brasil, Índia, Curdistão, Austrália, Nigéria, Congo, Venezuela e Coreia do Sul assinaram em 1971 o Pacto Varsóvia com os EUA. b) A Guerra do Vietnã, rapidamente vencida pelas tropas americanas em 1965, foi um episódio diretamente ligado à tentativa soviética de expansão do socialismo na Ásia depois de 1949. c) Estados Unidos e União Soviética representavam sistemas políticos, econômicos e ideológicos antagônicos, que entraram numa corrida armamentista sem precedentes na história, como forma de afastar um ao outro de suas respectivas áreas de influência, demarcadas logo após a Segunda Guerra Mundial. d) Um dos momentos mais tensos da Guerra Fria foi a chamada crise dos mísseis, que ocorreu em 1962, quando os Estados Unidos instalaram mísseis nucleares na ilha de Cuba. e) A convivência pacífica foi abortada quando as duas superpotências enviaram tropas ao Afeganistão, em 1975. Essas tropas entraram em combate direto na cidade de Cabul, em agosto daquele ano, causando uma grande quantidade de mortos entre população civil do país. 13. (UFSM) Em 9 de novembro é derrubado o Muro de Berlim. O governo [da Alemanha Oriental] não tinha condições de mantê-lo, a menos que partisse para uma repressão sangrenta. [...] Em apenas 3 dias, pelo menos 2 milhões de alemães-orientais passaram para Berlim Ocidental. [...] Já no lado ocidental, os alemães-orientais formavam filas enormes diante das discotecas e de lojas pornôs [...]. Embora não tivessem dinheiro suficiente para comprar, as pessoas olhavam tudo como se fosse um grande parque de diversões. ARBEX JR., José. Revolução em 3 tempos: URSS, Alemanha, China. SP: Moderna, 1993. p. 54-56. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR344 HISTÓRIA I 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO A partir do texto, pode-se afi rmar que a queda do Muro de Berlim, em 1989, indica a) a falência do modelo socialista soviético em atender às demandas da população quanto à liberdade individual e ao consumo de bens e serviços. b) as grandes realizações do modelo socialista na saúde e educação, capazes de manter as massas distantes dos apelos do mundo do consumo de bens privados, próprios da economia capitalista. c) o resultado do cerco militar das potências capitalistas e, consequentemente, o esgotamento do sistema socialista de atender às demandas das populações dos países do Leste Europeu. d) o vigor do modelo socialista adotado pela Alemanha Oriental, o qual repetia o padrão soviético, porém era mais brando quanto à livre organização da sociedade e à liberdade de imprensa. e) a crise do capitalismo dos países da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, com o esgotamento do Estado do Bem-Estar Social e a retração da sociedade de consumo. 14. (FAMERP) Observe as fotos, respectivamente de 1961 e de 1989. As imagens podem ser utilizadas para a) confi rmar a política segregacionista e racista do nazismo. b) expor as tensões entre civis e militares no Maio de 1968 francês. c) demostrar a destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial. d) simbolizar o acirramento e o fi m da Guerra Fria. e) contrapor a ordem no mundo socialista à desordem do capitalismo. 15. (FAC. ALBERT EINSTEIN - MED) Mikhail Gorbachev realizou, na União Soviética da década de 1980, um conjunto de reformas, que se tornaram conhecidas como “perestroika” e “glasnost”. Elas visavam, entre outros fatores, a) o controle político-militar do Leste europeu e a reforma do sistema educacional. b) a reestruturação econômica do país e o processo de democratização do Estado. c) o controle político pelo Partido Comunista e a transição pacífi ca para o socialismo. d) o investimento maciço no programa nuclear e a adoção de uma economia de mercado. 16. (UFSJ) “No outono de 1989, a expressão revolução de veludo foi cunhada para descrever uma mudança de regime pacífi ca, teatral e negociada em um pequeno país da Europa central que não existe mais. Esse rótulo sedutor foi então aplicado de forma retrospectiva aos acontecimentos de importância cumulativa que se desenrolaram na Polônia, na Hungria e na Alemanha Oriental [...]”. TIMOTHY, G. Rebelião a sangue frio. Folha de S. Paulo, 22 nov. 2009. O texto acima refere-se ao processo histórico representado pelo a) surgimento, na Europa, do bloco de repúblicas socialistas sob influência da União Soviética no início da Guerra Fria. b) desmoronamento do bloco de repúblicas socialistas na Europa, concomitante ao início da crise que conduziu ao fi m da União Soviética. c) conjunto de rebeliões que sacudiram o bloco das repúblicas socialistas da Europa Oriental e foram duramente reprimidas pela União Soviética. d) conjunto de conflitos políticos entre Estados Unidos e União Soviética que conduziu, na Europa Central, à construção do Muro de Berlim. 17. (UNICAMP) Nas últimas três décadas, vimos o fi m de velhas unidades políticas e a emergência de novas: as unifi cações da Alemanha e do Iêmen, a desintegração da Checoslováquia, da Iugoslávia e da União Soviética, a secessão de países como Eritreia, Timor-Leste e Kosovo. Vimos também a expansão de esforços de integração política e econômica, a absorção de antigos membros do Pacto de Varsóvia na Otan, o envolvimento de exércitos nacionais em esforços da ONU pela manutenção da paz e a mobilização de outros tantos exércitos na tentativa de conter e defi nir o terrorismo como fenômeno político. (Adaptado de Sebastião Nascimento, Vinte anos sem muro em Berlim: novas faces da violência política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.26, n. 77, out. 2011.) Sobre esta nova condição histórica e geopolítica internacional, é correto afi rmar: a) As décadas que nos separam da queda do Muro de Berlim e do fi m da Guerra Fria representam um período de continuidade das formas e demandas políticas no plano internacional e de manutenção da cartografi a mundial. b) A reunifi cação alemã foi decisiva nesse processo global. Ela fez desaparecer o maior símbolo da Guerra Fria na Europa, a Alemanha dividida. A queda do Muro de Berlim em 1989 e o 11 de setembro de 2001 são marcos desse processo. c) Após a descolonização nos anos de 1950 e 1960, a dessovietização do mundo nos anos de 1990 reforçou o imperialismo, compreendido como um sistema de Estados nacionais iguais sob o direito internacional. d) Desde 1989, o Estado nacional democrático alcançou todo o globo com eleições livres, não apenas no Leste Europeu, mastambém nos países orientais. Na retórica política comum, destaca-se o fenômeno do terrorismo atlântico. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO 345 HISTÓRIA I 18. (UDESC) Em 1989 ocorreu a Queda do Muro de Berlim que dividiu a cidade de Berlim entre a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) e a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), durante 28 anos. Sobre as mudanças ocorridas nas últimas décadas do século XX, é correto afirmar. a) Com as mudanças ocorridas, no final do século XX, nos países do leste europeu, os partidos socialistas e os comunistas obtiveram maior participação no poder, uma vez que puderam participar das eleições, o que lhes era proibido até a década de 90. b) A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) trocou o nome para Rússia, mas manteve seu espaço geográfico intacto. c) Ocorreram várias mudanças no mapa geográfico da Europa com o surgimento de novos países como, por exemplo, a República Tcheca, a Eslováquia, a Croácia e a Bósnia. d) A Alemanha continua dividida entre Alemanha Oriental e Ocidental, com governos separados, sendo que somente a Alemanha Ocidental (que tem como atual primeira ministra Angela Merkel) faz parte da Comunidade Europeia. e) O fim do comunismo significou o fim de uma sociedade igualitária, na qual toda a população tinha suas necessidades básicas atendidas. 19. (ESPCEX - AMAN) Nas décadas finais do Séc. XX, a União Soviética passou por uma série de transformações que levaram ao fim do socialismo. Essas mudanças foram marcadas por: a) acordos de eliminação de mísseis entre as superpotências, interrompidos com a entrada soviética no Afeganistão em 1988. b) políticas que levaram a uma abertura política e econômica, conhecidas como glasnost e perestróika. c) aprofundamento do processo de distensão e fortalecimento do Pacto de Varsóvia. d) fim do monopólio do Partido Comunista, implantação do unipartidarismo e instauração de eleições diretas em 1989. e) restabelecimento dos Kolkoses e Sovekoses nos campos, abertura do país a empresas estrangeiras e intensificação das alianças geopolíticas bipolares. 20. (UFPR) O fim do comunismo na Europa Oriental e na União Soviética, entre 1989 e 1991, foi um fato inesperado para a maioria da comunidade acadêmica e política, pois ele não apresentava sinais aparentes de deterioração. O historiador Mark Mazower declarou: “A liberdade foi a consequência; o desejo de liberdade não foi necessariamente a causa”. Segundo essa afirmação e os conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar: a) O comunismo terminou com a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã, depois que os comunistas reconheceram a legitimidade do sindicato Solidariedade, cujo líder era Lech Walesa, levando a economia dos países a se modernizar. b) Nesse processo, predominaram os interesses do capital privado ocidental, que desejava acabar com o comunismo para implantar o liberalismo no leste, com o desmonte do Estado de Bem-Estar sem uma base alternativa para sustentar as economias daqueles países. c) O que fez o comunismo sucumbir foi a dissolução da União Soviética, após a assinatura dos tratados de desarmamento nuclear com os Estados Unidos, dando fim à Guerra Fria e, por consequência, à necessidade de manter a cortina de ferro. d) O fator preponderante foi a desistência da União Soviética em manter seu império, pois se tornara uma política dispendiosa e que levava à instabilidade político-militar dos países satélites. e) O fim do comunismo foi resultado de muitos fatores, nos quais as lutas populares só tiveram peso decisivo no final (com exceção da Polônia): crise da indústria pesada, aliada a desabastecimentos e aumento de preços, conduzidos por um partido único em lento declínio, após décadas de ditadura e de repressão à oposição. APROFUNDAMENTO EXERCÍCIOS DE 01. (UNICAMP) Existem épocas em que os acontecimentos concentrados num curto período de tempo são imediatamente vistos como históricos. A Revolução Francesa e 1917 foram ocasiões desse tipo, e também 1989. Aqueles que acreditavam que a Revolução Russa havia sido a porta para o futuro da história mundial estavam errados. E quando sua hora chegou, todos se deram conta disso. Nem mesmo os mais frios ideólogos da guerra fria esperavam a desintegração quase sem resistência verificada em 1989. (Adaptado de Eric Hobsbawm, “1989 – O que sobrou para os vitoriosos”. Folha de São Paulo, 12/11/1990, p. A-2.) a) No contexto entre as duas guerras mundiais, quais seriam as razões para a Revolução Russa ter simbolizado uma porta para o futuro? b) Identifique dois fatores que levaram à derrocada dos regimes socialistas da Europa após 1989. 02. (UERJ) Cuba e as reformas do bloco socialista: back to the future? Os líderes cubanos excitaram a imaginação do mundo ao lançarem em setembro o mais radical pacote de medidas. As reformas cubanas trazem logo à mente duas grandes ondas de reforma na antiga União Soviética: a Nova Política Econômica - NPE, nos anos 1920, e o início da Perestroika, em meados dos anos 1980. Em ambas, inicialmente, as medidas tomadas e o espírito condutor eram bastante parecidos, mas os resultados das duas foram completamente diferentes. Qual desses caminhos seguirá Cuba, em um mundo cada vez mais globalizado? Ângelo Segrillo. Adaptado de O Globo, 19/09/2010 No mundo contemporâneo, países socialistas viveram situações de crise, contornadas por meio da promoção de reformas, como as mencionadas no texto. Aponte um princípio comum à Nova Política Econômica e à Perestroika. Em seguida, indique principal resultado de cada uma dessas políticas promovidas pelo governo soviético. 03. (UERJ) PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR346 HISTÓRIA I 31 A GUERRA FRIA (1981-1989): A CRISE DO SOCIALISMO A derrubada do Muro de Berlim completará vinte anos em 2009. Construído em agosto de 1961, sua destruição é lembrada como marco do fim de uma época. Indique o significado político da queda do Muro de Berlim para a Alemanha e o significado simbólico desse acontecimento para o contexto político internacional. 04. (UERJ) Operários da siderúrgica ArcelorMittal protestam, em Marselha, contra plano do governo de Nicolas Sarkozy de aumentar a idade mínima de aposentadoria para 62 anos. Desde que a degradação da economia grega chamou atenção para os deficits explosivos europeus, os governos do continente se sucedem em anúncios de medidas de austeridade. Na Grécia, cortam-se salários e aposentadorias, aumentam-se impostos, e o resultado é uma economia de 30 bilhões de euros. A Espanha adiantou-se ao perigo e decidiu fazer cortes de 65 bilhões. Principal economia do continente, a Alemanha de Angela Merkel promete cortar 80 bilhões de euros até 2014. Adaptado de <dirleydossantos.blogspot.com.br>. A imagem e o texto apresentados refletem momentos de grave crise social em duas épocas distintas. Na década de 1930, a solução encontrada para a crise foi o estabelecimento do Estado do Bem-estar Social. Este modelo, contudo, vem sendo contestado nas duas últimas décadas em função das decisões do Consenso de Washington, assinado por alguns países em 1989. Apresente uma proposta do Consenso de Washington para a crise das sociedades capitalistas. Em seguida, aponte a prática do Estado de Bem-estar Social que contraria a proposta apresentada. 05. (Uerj) Há duas semanas, comentei neste espaço o episódio do submarino russo que ficou preso no fundo do mar. Dizia que o caso parecia uma metáfora de como o país todo, e não apenas um submarino, havia chegado ao fundo do poço. Um colunista de nome como William Pfaff escreve para The International Herald Tribune: O episódio do Kursk vem depois de uma década, a de 80, na qual o próprio Estado soviético naufragou. Segue-se aos anos 90, quando as esperanças populares investidas na democratização e em reformas ocidentalizantes foram traídas pela incompetência, desvio de conduta ecorrupção pessoal daqueles que tomaram o controle do país. (Adaptado de http://www.uol.com.br/folha/pensata/ rossi.htm - 30/08/2000.) Indique duas medidas tomadas por Gorbatchev na década de 80 que objetivavam mudanças no regime socialista soviético. GABARITO EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. D 02. C 03.A 04. D 05. B 06. D 07. C 08. E 09. C 10. D 11. A 12. C 13. A 14. D 15. B 16. B 17. B 18. C 19. B 20. E EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01. a) A Revolução Russa representou, no início do século, a possibilidade de construção de sociedades mais justas e igualitárias, de destruição de um modelo capitalista opressor e concentrador de riquezas e estimulou milhões de pessoas, principalmente trabalhadores e jovens, em diversos países do mundo, a uma luta política pela construção de um novo mundo. b) O ano de 1989 tornou-se emblemático para a crise do socialismo, com a “queda do muro de Berlim”, símbolo da divisão do mundo em blocos antagônicos, que é a principal característica da Guerra Fria. A queda do muro apenas refletiu a crise do modelo soviético, estagnado há décadas, tanto que foi mais uma festa do que uma revolução. A crise do modelo soviético está associada à incapacidade da antiga URSS manter sua política de corrida armamentista que tentava acompanhar os Estados Unidos e pela debilidade de seu potencial industrial. 02. Um dos princípios: • abertura para a iniciativa privada em pequena escala. • manutenção do controle estatal sobre os setores-chave da produção. A NPE permitiu contornar a crise e consolidou a orientação socialista soviética. A Perestroika conduziu à desintegração da União Soviética e ao fim do socialismo nos países do bloco sob sua influência direta. 03. Significado político: para a Alemanha, a destruição do Muro de Berlim definiu o início do processo de sua reunificação política. Significado simbólico: no contexto político internacional, a queda do Muro de Berlim simbolizou o fim da Guerra Fria, do domínio soviético sobre a Europa do leste e, sobretudo, um marco do descrédito da via socialista como contraponto à via capitalista. 04. Uma das propostas e respectiva prática contrária: • retorno ao Estado mínimo / maior intervenção estatal • processo de privatizações / criação ou ampliação de empresas estatais • desregulamentação da economia / atuação do Estado no financiamento da economia • diminuição dos investimentos públicos em programas sociais / produção de uma legislação social como obrigação do Estado e direito da população 05. Reestruturação do socialismo através do desenvolvimento de uma economia de mercado. Abertura política, possibilitando a existência de oposição e críticas ao governo. ANOTAÇÕES