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Fisiologia e biomecânica do parto normal e lento

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Durante a gestação, as alterações endócrinas causam mudanças nos tecidos conjuntivos e musculares. Onde ocorre:
· Redução do tônus muscular
· Frouxidão ligamentar sob influencia da relaxina que é produzida pela placenta
· Aumento de peso que desloca o centro de gravidade para frente
Biomecânica do parto normal:
O parto depende de relações anatômicas entre a pelve e o bebê, geralmente o parto ocorre quando o desenvolvimento uterino e a cabeça do feto conseguem atravessar a pelve.
A via óssea do parto se divide em 3 planos:
· Plano de entrada da pelve com diâmetro oval de 13 cm
· Plano intermediário redondo de 13 cm
· Plano de descida da pelve oval de 12 cm
A pressão da cabeça do feto aumenta o diâmetro da pelve graças a frouxidão ligamentar provocada pelos hormônios
A nutação passiva da extremidade do sacro e extensão do cóccix aumenta a passagem em até 1,5 cm. 
A disposição, posição e apresentação do feto são fatores decisivos para a passagem.
O toque vaginal, a palpação da sutura crânio fetal e das fontanelas anterior e posterior guiam o parto. Na fase terminal do parto aumenta a importância da vagina e assoalho pélvico, visto que eles têm elasticidade e podem frear a evolução do parto, sofrer lesão e provocando a ruptura do períneo ou obrigando o medico a realizar uma episiotomia.
Fisiologia do parto normal:
As contrações ocorrem sob mediação de fatores endócrinos e neurovegetativos tanto maternos quantos fetais.
Alguns deles são:
· Ocitocina
· Prostaglandinas
· Estrógeno e progesterona
· Estimulantes dos alfa-receptores (noradrenalina)
· Fatores mecânicos como o reflexo de Ferguson, aumento da pressão intra-aminiótica.
Existem diversos tipos de contrações rítmicas: Contração de retração e de distensão da musculatura uterina 
· Contrações gravídicas: ocorrem a partir da 20 semana, elas podem ser preliminares, que são indolores e preparam o colo do útero para o trabalho de parto e contração de descida, ocorre no final da gestação e promove descida da cabeça do feto
· Contrações de trabalho de parto tornam o colo do útero frouxo e levam a dilatação, a frequência varia de 5 a 20 contrações por hora e cada contração dura entre 30 e 60 segundos. Para ocorrência do parto, é importante ocorra de 2 a 3 contrações a cada 10 minutos com uma duração de 30 a 60 segundos. O parto ocorre quando se tem contrações regulares de 3 contrações a cada 10 minutos com 1 minutos de duração por mais de meia hora.
· Contrações pós parto, fazem o útero contrair durante o puerpério, ela é provocada pela produção de ocitocina durante a amamentação.
A força abdominal contribui para o parto além das contrações uterinas e a dilatação. Quando a fase de dilatação chega ao fim é hora da musculatura pélvica e abdominal trabalhar na expulsão.
A posição adequada e a expiração forçada ajudam no rendimento dos músculos abdominais, reduzindo o volume da cavidade abdominal e empurra o feto para a saída. A força da gravidade também acelera o parto.
Períodos do trabalho do parto:
· Período de dilatação: vai das primeiras contações que atuam no colo do útero. A cabeça do feto desce e gira ate chegar no meio da pelve, onde os ombros conseguem passar pelo anel ósseo da mesma. No primeiro parto, no geral, demora certa de 1 hora para cada cm de dilatação. Os primeiros 5cm demoram mais. Nos partos seguintes levam em media de 6 a 8 para encerar a fase de dilatação.
Existe uma fase intermediaria que é chamada de período de transição que é bastante desagradável e é onde geralmente ocorre a perda do liquido amniótico, pela ruptura das membranas.
· Período expulsivo: segue a dilatação total do colo uterino e começa o nascimento. A cabeça geral entra em contato com o assoalho pélvico, que desencadeia um reflexo de expulsão, sendo necessario fazer pressão. A contração abdominal deve ocorrer junto com a contração uterina. A região occipital do feto já fica visível na vulva, a extensão extrema da cabeça faz o rosto aparecer. Para proteger o períneo da mãe retardando a saída da cabeça, em seguida os ombro aparecem, a rotação interna dos ombros é transmitida através da coluna cervical a cabeça já expulsa, fazendo o corpo girar em rotação externa. Após a saída dos ombros o restante é mais fácil. O período de expulsão dura em media de 20 minutos e não deve ultrapassar 1 hora.
· Fase de expulsão da placenta: a sucção da criança na mama provoca aumento da liberação de ocitocina e novas contrações ocorrem as quais levam a saída da placenta e isso causa perda sanguínea de 300 a 400 ml e e dura de 20 a 30 minutos
Fisiopatologia do trabalho de parto lento: Distócias:
Anormalidade no desenrolar do trabalho de parto causados por alteração nos fatores de :
-Força motriz ou contratilidade uterina – caracteriza a distocia funcional
-Trajeto (bacia e partes moles) – caracteriza a distocia do trajeto
-Objeto- caracteriza a distocia fetal
· Distócia por hipoatividade uterina-
Os elementos da contração encontram-se abaixo do normal, gerando um parto lento. Nestes casos, a conduta necessária é aumentar a força motriz com medidas ocitócicas, como a amniotomia e/ou infusão de ocitocina, separadas entre si por no mínimo 40 a 60 minutos. Pode ser dividida em:
-Hipoatividade primária – diagnosticada desde o início do trabalho de parto;
-Hipoatividade secundária – inicialmente normal, tornou-se ficou lento ou parou de evoluir.
· Distocia por hiperatividade uterina-
Os elementos da contração estão acima do normal, porém não geram necessariamente um parto rápido. Subdivide-se em:
-Hiperatividade com obstrução, como devido à desproporção cefalopélvica, tumor de trajeto prévio, ou sinéquia do colo uterino;
-Hiperatividade sem obstrução – a hiperatividade é intrínseca, levando a um parto rápido, ao que se conceitua um parto em 3 horas ou menos – desde o início do trabalho de parto até a expulsão do produto conceptual e da placenta e suas membranas.
· Distocia por hipertonia
Gera um parto lento, causado normalmente por:
-Uso indevido de ocitocina - é a causa mais frequente de hipertonia. Deve-se suspender seu uso imediatamente.
-Sobredistensão uterina – por gemelidade ou polidramnia, por exemplo. Deve-se tentar amniodrenagem ou rotura de uma das bolsas amnióticas, se clinicamente possível.
· Distocia por hipotonia uterina-
 Não possui relevância clínica durante a dilatação ou no período expulsivo, mas pode acarretar em uma dequitação retardada. Deve ser corrigida com medidas ocitócicas.
· Distocia por dilatação- 
São casos em que a atividade uterina e o tônus são normais, mas a evolução ainda assim não é favorável
· Distocia do trajeto- 
Anormalidades ósseas ou de partes moles, o que gera um estreitamento do canal de parto e dificulta ou até impede a evolução normal do trabalho de parto e a passagem do feto.
· Distocias ósseas-
Anormalidade no formato, tamanho e angulação da pelve
· Distocias de partes moles- 
Vulva e perinieo com estenose, varises ou edema, hipertrofia do colo, tumores
· Distocia do objeto- tamanho fetal
· Distocia de biacromial- causada pelos ombros
Referencias: 
HENSCHER, Ulla. Fisioterapia em Ginecologia. 1 ed. São Paulo- SP :Livraria e Editora Santos, 2007.
EBSERH. Distocias. PRO.OBS.008 Página 2/15. Revisão Nº: 01 – 30/08/2017.

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