Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que é? O partograma é uma representação gráfica do trabalho de parto (TP), ele permite: Avaliação e documentação da evolução do TP; Diagnosticar alterações Indicar intervenções apropriadas para a correção dos desvios ↳Evita condutas desnecessárias Usualmente em ambiente hospitalar para vigilância materno-fetal. Componentes do partograma No Brasil, o partograma mais usado é o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), que possui semelhanças com o da OMS e é de mais fácil preenchimento. Ele contém 3 partes: ღ Progressão do TP ღ Condições fetais ღ Condições maternas Parte 1: Progressão do TP Seção destinada à avaliação da progressão do TP e compreende o preenchimento do cervicograma e a avaliação das contrações uterinas maternas Cervicograma: registro da dilatação cervical e a altura da apresentação, em função do tempo. FASE DA DILATAÇÃO A fase de interesse para aplicação do partograma é na fase ativa. Fase ativa: Se inicia com 4 cm de dilatação e termina com a completa dilatação do colo; A velocidade da dilatação aumenta nessa fase, em média, 1 cm por hora; Nessa fase é possível estabelecer os diagnósticos de distocias. O partograma deve ser iniciado no momento em que a parturiente apresenta dilatação cervical de 4 cm A abertura do partograma na fase latente implicaria em intervenções desnecessárias. O cervicograma é documentado na parte do papel quadriculado. ↳ Na abscissa (eixo X), denomina o tempo, cada divisória corresponde a 1 hora; ↳ Nas ordenadas (eixo Y), denomina a dilatação à esquerda e a descida da apresentação à direita, cada divisória corresponde à 1 cm. ↳ A descida fetal considera-se o plano zero de DeLee ou plano III de Hodge. Existem duas linhas diagonais no cervicograma (linha de alerta e de ação) ↳ Linha de alerta: o TP deve acompanhar a linha, por isso se a representação do parto a ultrapassar, a paciente será classificada como de maior risco para distocia e demanda melhor observação clínica. ↳ Linha de ação: quando essa linha é ultrapassada mostra a necessidade de intervenção (não necessariamente cesárea). No cervicograma a dilatação cervical é representada por um triângulo, a ponta do triângulo é colocada na linha que representa quantos centímetros a paciente apresenta no momento de sua avaliação, à esquerda da linha de alerta. A apresentação fetal é representada por um desenho que demonstra a variedade de posição. O intervalo que a paciente é submetida a toques vaginais para o preenchimento do cervicograma varia de 2 a 4 horas, dependendo da parturiente e a sua evolução de TP. PERÍODO EXPULSIVO O tempo máximo de período expulsivo é de aproximadamente 2 horas em nulíparas e 1 hora em multíparas. Durante esse período são realizadas observações referentes às contrações a cada hora. No partograma, cada contração é representada por um quadrado: Contrações fortes: quadrados totalmente preenchidos; Contrações moderadas: quadrados preenchidos pela metade ou rachurados Contrações fracas: quadrados vazios ou preenchidos por fino pontilhado A presença de mais de cinco contrações em 10 min caracteriza condição anormal (taquissitolia). Parte 2: Condições fetais É a seção utilizada para documentar condições fetais evolutivas importantes durante o TP; É possível avaliar a vitalidade fetal por meio de ausculta fetal eletrônica intermitente, integridade das membranas corioamnióticas e, quando rotas, as características do líquido amniótico e fenômenos plásticos do polo cefálico. AUSCULTA FETAL Os valores de referência considerados normais são 110 e 160 bpm; A avaliação é de hora em hora Auscultas adicionais, bem como mudanças na forma de ausculta e demais condutas, devem ser anotadas em outro local. Características do líquido amniótico: Letra I: membranas íntegras C: líquido claro (em caso de rotura) M: mecônio (em caso de rotura) S: sangue (em caso de rotura) A: ausência de líquido (em caso de rotura) AMOLDAMENTO DO CRÂNIO FETAL 0: ossos separados e as suturas são facilmente palpadas; (+): os ossos estão justapostos; (++): ossos se sobrepõem; (+++): sobreposição dos ossos muito relevante Parte 3: condições maternas Documentação do uso de fluidos, ocitocina e/ou outras medicações; Dados sobre analgesia de parto (farmacológica ou não). Diagnóstico de distocias no partograma Com o uso correto do partograma, podem ser diagnosticadas: distocias de dilatação (fase ativa) e de descida (período expulsivo). Distocias de dilatação Diagnosticadas antes da dilatação completa do colo uterino e independem da altura da apresentação fetal. ➙ Fase ativa prolongada Quando a dilatação cervical é progressiva, em toques sucessivos, mas se dá em velocidade inferior a 1 cm por hora; ↳ No partograma, a curva de dilatação cruza a linha de alerta A principal causa dessa anormalidade é a presença de contrações em número ou qualidade insuficiente para promover a dilatação. ➙ Parada secundária da dilatação Definida como ausência de progressão da dilatação em dois exames cervicais sucessivos, com intervalo maior de 2h na presença de contrações uterinas adequadas; Causada pela desproporção cefalopélvica, que na maioria dos casos, é relativa e secundária a apresentações fetais defletidas ou em variedades de posição transversas ou posteriores. ➙ Parto taquitócico ou precipitado Distocia diagnosticada frequentemente de maneira retrospectiva, quando o período que se estende do início da fase ativa da dilatação e a expulsão é de 4 horas ou menos. O padrão de contrações é de taquissistolia; A principal causa dessa intercorrência é o uso exacerbado de ocitocina Está associada a maiores riscos de hemorragia puerperal, tanto por atonia uterina quanto por lacerações de trajeto e sofrimento fetal agudo. No partograma a curva de dilatação se distancia da linha de alerta para a esquerda. Distocias de descida Diagnosticadas após dilatação completa do colo uterino e estão relacionadas à velocidade de progressão do feto pelo trajeto, durante o período expulsivo. ➙ Período expulsivo prolongado Quando a expulsão do feto não ocorre em tempo máximo estabelecido – 2 horas para nulíparas e 1 hora para multíparas. Se a parturiente estiver sob efeito de analgesia farmacológica é recomendado o acréscimo de mais 1 hora ao período expulsivo. É uma distocia frequentemente associada a contrações deficientes. No partograma a descida da apresentação é progressiva, porem ocorre em velocidade inferior à esperada para a paridade e condições clínicas da paciente. ➙ Parada secundária a descida É a ausência de progressão da descida em dois exames cervicais sucessivos, em intervalo de 1 hora ou mais. A principal causa é a desproporção cefalopélvica.
Compartilhar