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Funções da linguagem

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Funções da linguagem
Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual nos
interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. A mesma
permite-nos revelarmos nossos sentimentos, expressarmos nossas opiniões,
trocarmos informações no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, dentre
outros benefícios. 
A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou
não verbal, estamos compartilhando com um discurso que se pauta por
finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir,
aconselhar, entre outros propósitos. 
O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o
envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso
presente na relação emissor X interlocutor, a linguagem assume diferentes
funções, todas elas portando-se de características específicas, conforme
analisaremos adiante:
Função emotiva ou expressiva
Nesta, há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus sentimentos,
emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”,
levando em consideração o seu mundo interior. Para tal, são utilizados verbos e
pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes acompanhados de sinais de pontuação,
como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso de onomatopeias e
interjeições. 
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
Função apelativa 
A ênfase está diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa
persuadi-lo, conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. A
presente modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária de uma
forma geral e traz como característica principal, o emprego dos verbos no modo
imperativo.
Função referencial ou denotativa 
Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando à
informação. Sua predominância atém-se a textos científicos, técnicos ou
didáticos, alguns gêneros do cotidiano jornalístico, documentos oficiais e
correspondências comerciais. A linguagem neste caso é essencialmente objetiva,
razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular,
conferindo-lhe total impessoalidade por parte do emissor.
Cultura na tela 
O portal domínio público, biblioteca digital do Ministério da Educação, recebeu
6,2 milhões de acessos em pouco mais de um mês de funcionamento. Nela, o
internauta pode ler gratuitamente 699 obras literárias com mais de 70 anos de
existência, ou seja, já de domínio público; 166 publicações de ciências sociais e
uma de exatas. Há também partituras de Beethoven, pinturas de Van Gogh e
de Leonardo da Vinci, como a Monalisa, hinos e músicas clássicas
contemporâneas. 
Isto É, São Paulo, 29 de dez. de 2005. 
Função fática 
O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está
recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o
contato. Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos como: bom
dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se testa o
canal de comunicação (Está me ouvindo?). 
- Alô! Como vai?
- Tudo bem, e você?
- Vamos ao cinema hoje?
- Prometo pensar no assunto. Retorno mais tarde para decidirmos o horário. 
Função metalinguística 
A linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem por
finalidade explicar o próprio código. 
Catar Feijão 
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 
2. 
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
João Cabral de Melo Neto 
Função poética 
Nesta modalidade, a ênfase encontra-se centrada na elaboração da mensagem.
Há um certo cuidado por parte do emissor ao elaborar a mensagem, no intuito
de selecionar as palavras e recombiná-las de acordo com seu propósito.
Encontra-se permeada nos poemas e, em alguns casos, na prosa e em anúncios
publicitários. 
Canção 
Ouvi cantar de tristeza,
porém não me comoveu.
Para o que todos deploram.
que coragem Deus me deu!
Ouvi cantar de alegria.
No meu caminho parei.
Meu coração fez-se noite.
Fechei os olhos. Chorei.
[...]
Cecília Meireles
Links:
https://www.youtube.com/watch?v=-SeDJyo8nJQ
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-emotiva.html
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http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-emotiva.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-conativa.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-fatica.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-referencial.html
http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-metalinguistica.html
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