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LINGUA_PORTUGUESA_2016

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1 
 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA 
CONTEÚDO 
UNIDADE I – COMUNICAÇÃO 
CAPÍTULO 1 – CÓDIGOS E LINGUAGENS 
LÍNGUA É CÓDIGO 
LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 
A FALA 
CAPÍTULO 2 – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
EXERCÍCIO 1 
CAÍTULO 3 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
3.1- PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
CAPÍTULO 4 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
EXERCÍCIO 2 
CAPITULO 5 – PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO 
EXERCÍCIO 3 
CAÍTULO 6 – NOÇÕES DE TEXTO 
6.1- LEITURA E PRODUÇÃO 
6.2- VÁRIAS POSSIBILIDADES DE LEITURA DE UM TEXTO 
6.3- DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS 
6.4- TIPOLOGIA TEXTUAL 
EXERCÍCIO 4 
6.5- ADEQUAÇÃO VOCABULAR 
UNIDADE II – O TEXTO TÉCNICO 
CAPÍTULO 7 – TEXTO TÉCNICO 
EXERCICIO 5 
UNIDADE III – REVISÃO GRAMATICAL 
CAPÍTULO 8 – ORTOGRAFIA 
CAPÍTULO 9 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
CAPÍTULO 10 – PONTUAÇÃO 
CAPÍTULO 11 – CRASE 
CAPÍTULO 12 – SINTAXE DE CONCORDÂNCIA 
CAPÍTULO 13 – SINTAXE DE COLOCAÇÃO 
CAPÍTULO 14 – SINTAXE DE REGÊNCIA 
CAPÍTULO 15 – FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO 
EXERCÍCIO 6 
EXERCÍCIO 7 
 
 
 
 
2 
 
 
 
UNIDADE I: COMUNICAÇÃO 
CAPÍTULO 1: CÓDIGOS E LINGUAGENS 
1.1. LÍNGUA É CÓDIGO 
 
Cada língua é um código diferente: código de signos vocais, convencionais e articulados. 
Os signos da língua são as palavras, ou seja, a palavra é um sinal convencional: precisa ser 
aprendido. Os signos linguísticos são vocais, porque a palavra é essencialmente falada. Língua é 
essencialmente o som. 
A linguagem é um sofisticado meio de comunicação humana. Mas não é o único. Viver em 
sociedade é participar de um universo repleto de símbolos. A vida social está permeada dos mais 
variados tipos de códigos. Alguns são universais; outros dependem da cultura particular de 
determinado povo. 
Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal 
político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros 
animais, escreve Aristóteles, possuem voz (“phone”) e, com ela, exprimem dor e prazer, 
mas o homem possui a palavra (“logos”) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o 
injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e 
política e, dela, somente os homens são capazes. 
Marilena Chauí. Convite à Filosofia 
1.2. LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 
Uma das principais diferenças entre os seres humanos e os outros animais é a nossa 
capacidade de utilizar a linguagem não só para estabelecer uma interlocução com nossos 
semelhantes, mas também para refletir sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos. Por 
meio das línguas que falamos, um tipo particular de linguagem, expressamos valores abstratos, 
definimos o que é bom e mau, justo e injusto. 
Escrita e fala são modalidades comuns à maioria das línguas e o modo como se organizam 
define identidades para os grupos que as utilizam. Desde sempre, as sociedades humanas julgam 
as pessoas pela maneira como falam e escrevem. O uso da linguagem revela tanto sobre quem 
somos e sobre como vemos o mundo. 
Língua é um sistema de representação socialmente construído, constituído por signos 
linguísticos. 
A Língua é um sistema de representação constituído por palavras e por regras que as 
combinam, permitindo que expressem uma idéia, uma emoção, uma ordem, um apelo, enfim, um 
 
 
 
3 
 
enunciado de sentido completo que estabelece 
comunicação. É importante salientar que essas palavras e 
essas regras são comuns a todos os membros de uma determinada sociedade. Isso significa que 
a língua pertence a toda uma comunidade, como é o caso da língua que você fala – a língua 
portuguesa. 
A língua é o elemento mais importante na construção da cultura e da identidade de um povo. 
No Brasil, a língua oficial e também a mais falada é o português. Mas ela não é a única: cerca de 
180 línguas indígenas são usadas em território brasileiro, além de outras línguas trazidas por 
imigrantes e da língua brasileira de sinais (Libras), empregada por surdos-mudos. 
A língua é um elemento importante na construção da cultura e da identidade de um povo. 
A Linguagem é uma atividade humana e é sempre utilizada em situações de interlocução. 
Pressupõe, portanto, a existência de interlocutores. Por meio da linguagem elaboramos 
representações acerca do mundo em que vivemos, organizamos e damos forma às nossas 
experiências. Nas representações que constrói, a linguagem traz marcas de aspectos históricos, 
sociais e ideológicos de uma determinada cultura. 
O homem utiliza inúmeros tipos de linguagem para expressar suas impressões – para 
representar coisas, seres, idéias -, dentre elas a linguagem verbal. 
... Dizer que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela 
é uma criação humana (uma instituição sociocultural), ao mesmo tempo que nos cria como 
humanos (seres sociais e culturais). A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao 
pensamento, ela nos envolve e nos habita, assim como a envolvemos e a habitamos. Ter 
experiência na linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, 
escrevemos e lemos letras, mas sem que saibamos como, experimentamos sentidos, 
significados, significações, emoções, desejos e idéias. 
Marilena Chauí. Convite à Filosofia 
1.3. A FALA 
Quando um membro da comunidade, isto é, um falante faz uso da língua, ele realiza um ato 
de fala. A fala é um ato individual e depende de várias circunstâncias, do que vai ser falado e de 
que forma, da intencionalidade, do contexto, de quem fala e para quem se está falando. No 
entanto, o falante vale-se de um código já convencionado e instituído antes de ele nascer, ou seja, 
a criatividade de seu uso individual está limitada à estrutura da língua e às possibilidades que ela 
oferece. 
 
Língua 
Código verbal de 
Uma determinada 
Comunidade 
 
 
Linguagem Verbal 
Sistema 
Composto de signos 
linguísticos 
FALA 
Uso individual do 
Código verbal 
 
 
CAPÍTULO 2: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
Há situações em que a língua é usada de forma bastante diferente daquela que você se 
habituou a ouvir nos meios de comunicação ou em outros espaços de convivência. Essa diferença 
pode manifestar-se no vocabulário utilizado na pronúncia, na estrutura de palavras e de frases. 
A variação linguística é natural e decorre do fato de que as línguas são sistemas dinâmicos 
e extremamente sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos 
falantes e o grau de formalidade do contexto. 
Variedade linguística é cada um dos sistemas em que uma língua se diversifica, em função 
das possibilidades de variação de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). 
Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da 
classe social de maior prestígio dentro de uma comunidade. 
 
 
 
Embora essa variação seja natural, os falantes de uma comunidade linguística têm, em 
geral, a expectativa de que todas as pessoas falem de uma mesma maneira. Essa expectativa, 
 
4 
 
socialmente definida e difundida, pressupõe uma forma “correta” 
de uso da língua, o que implica a existência de formas 
“erradas”. Esta é a base do preconceito linguístico. 
Preconceito linguístico é o julgamento negativo que se faz dos falantes em função da 
variedade linguística que utilizam. Todas as variedades constituem sistemas linguísticos 
adequados para a expressão das necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes. 
Nenhuma variedade linguística sobreviveria se não fosse adequada a um determinado contexto e 
a uma determinada cultura. 
2.1. VARIAÇÃO HISTÓRICA: a língua muda porque nós mudamos. 
A língua carrega inúmeras transformações ocorridas ao longo do tempo, transformações 
determinadas tanto por características internas da própria língua quanto por fatores externos, 
como o avanço tecnológico e o contato com outros povos. A língua não é estática, imutável. Ao 
contrário, ela se modifica com o passar do tempo e com o uso. As formas de falar se alteram; 
mudam-seas palavras, a grafia, as formas de estruturar as frases e, muitas vezes, o significado 
das palavras. 
A língua está sempre em transformação. Diversos aspectos de um idioma podem se alterar 
ao longo do tempo: na ortografia, com palavras escritas de modo diferente; na semântica, com o 
significado das palavras, que mudam ou caem em desuso; no léxico devido ao conjunto de novas 
palavras criadas ou que entram na língua (teleconferência, digitação), enquanto outras 
desaparecem (motorneiro, o motorista do bonde); na fonética das palavras que hoje são 
pronunciadas flauta, planta e flor e eram normalmente pronunciadas frauta, pranta e fror; na 
sintaxe, na organização das palavras na frase, por exemplo, “São dessas coisas que se não 
explicam”, que hoje certamente seria “São dessas coisas que não se explicam”. 
2.2. VARIAÇÃO GEOGRÁFICA OU REGIONAL: variações que se dão nas diferentes regiões. 
Diz respeito às diferenças que uma língua apresenta nas diversas regiões em que é falada, 
como observado no poema de José Paulo Paes: 
Lisboa: aventuras 
tomei um expresso 
 cheguei de foguete 
subi num bonde 
 desci de um elétrico 
 pedi um cafezinho 
 serviram-me uma bica 
quis comprar meias 
 só vendiam peúgas 
fui dar a descarga 
 disparei um autoclisma 
gritei: “ó cara!” responderam-me: “ó pá!” 
 positivamente 
as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá 
Paes, José Paulo. A poesia está morta mas juro que não fui eu. São Paulo: 
Duas Cidades, 1988. p. 40. 
Mesmo com as inúmeras particularidades observadas na Europa, na África, na Ásia e em 
diversas comunidades falantes do Brasil, todos falam a mesma língua. 
 
2.3. VARIAÇÃO SOCIAL: somos o que falamos; 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
Os falantes de uma mesma língua são homens e mulheres de diferentes idades, estratos 
socioeconômicos, níveis de escolarização e atividades profissionais. É natural que sua maneira de 
se expressar receba influência desses contextos sociais diferentes. 
As diferentes formas de falar também fazem parte da construção de identidade dos diversos 
grupos humanos. Ou seja, por partilhar uma mesma variedade linguística, um conjunto de 
pessoas constitui-se como grupo e constrói uma identidade coletiva. 
Costumam apresentar diferenças significativas em termos fonológicos (“bicicreta” por 
bicicleta, “mió” por melhor, etc.) e morfossintáticos (“a gente fumo” por nós fomos, “as laranja” por 
as laranjas, etc.). São essas, na verdade, as diferenças linguísticas que costumam entrar em 
conflito com a norma culta, tanto na fala quanto na escrita. 
2.4. VARIAÇÃO ESTILÍSTICA: língua, para que te quero? 
Não se usam as mesmas palavras ou expressões em uma entrevista de emprego, em uma 
conversa com os amigos, em uma situação de paquera ou para falar com uma criança pequena, 
sob o risco de não ser entendido, causar impressão negativa ou não alcançar o objetivo 
pretendido. Um mesmo falante, portanto, faz uso de diferentes variedades linguísticas de acordo 
com a situação de uso da língua. 
Nem te conto, querida!!! Eu estava passando em frente daquela loja que eu a-do-ro e vi uma 
blusinha assim... linda... toda bordadinha à mão... azulzinha... saba... do jeito que eu gosto. Ah... 
entrei e comprei na hora... fiz um gasticídio! Ah! Mas eu mereço, né? 
(Fala de uma mulher adulta/jovem numa situação informal) 
EXERCÍCIO 1 
TEXTO PARA A QUESTÃO 01: 
“Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. 
Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão. 
- Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho. 
- O senhor quer que eu deite logo no divã? 
- Bom, se o amigo quiser dançar uma marcam antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro 
ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo 
nem dinheiro. (...)” 
(Luís Fernando Veríssimo) 
01- O conceito de língua é bastante amplo, englobando todas as manifestações da fala, com suas 
incontáveis possibilidades. Os vocábulos do texto pertencem predominantemente à variação 
linguística, que é: 
a) Variação Cultural ; 
b) Variação Geográfica; 
c) Variação Histórica; 
d) Gíria 
e) Variação Sociocultural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02- Os vocábulos das falas são predominantemente da variação lingüística: 
a) Cultural 
b) Geográfica 
c) Histórica 
d) Jargão Técnico 
e) Sociocultural 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 03 a 05: 
A cabra e o asno 
Uma cabra e um asno viviam na mesma casa. A cabra ficou com ciúme porque o asno recebia 
mais ração do que ela. Ela lhe disse: 
- Que inferno é a sua vida! Quando não está no moinho, está carregando um fardo! Quer um 
conselho: quer descansar? Faça como se estivesse tendo uma crise de epilepsia e caía num 
buraco. 
O asno achou que era um bom conselho: caiu de propósito e quebrou os ossos. Seu dono foi 
atrás de um médico para socorrê-lo. 
- Se lhe der um chá de pulmão de cabra, ele vai se restabelecer. 
A cabra foi sacrificada e o asno ficou curado. 
Quem maquina contra os outros termina fazendo mal a si próprio. 
(Esopo, Fábulas. Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 132.) 
03- A partir da afirmativa: “A língua é um elemento importante na construção da cultura e da 
identidade de um povo. “, podemos dizer então que a linguagem: 
a) é uma atividade humana. 
b) faz parte da cultura animal. 
c) é sempre utilizada em situações de interlocução dos animais. 
d) os animais elaboram representações acerca do mundo em que vivem, 
e) traz marcas de aspectos históricos, sociais e ideológicos de uma determinada cultura. 
04- Os verbos que não fazem parte do universo animal são: 
a) Viviam na mesma casa. 
b) ficou com ciúme. 
c) recebia mais ração. 
d) quebrou os ossos. 
e) foi sacrificada. 
05- O conselho dado ao asno pela cabra faz parte do (a): 
a) linguagem animal. 
b) fala animal. 
c) língua. 
d) universo humano. 
e) linguagem não verbal. 
 
7 
 
 
 
 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 06 e 07: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
06- A gota de sangue em forma de coração complementa visualmente a idéia de ... implícita no 
ato de doar 
a)cordialidade 
b) brevidade 
c) solidariedade 
d) assiduidade 
e) comunicação 
07- Em “Linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si.” O 
texto quer influenciar o leitor a 
a) ser uma boa pessoa. 
b) ter um bom coração. 
c) ser um voluntário. 
d) fazer uma transfusão. 
e) ser um doador de sangue. 
TEXTO PARA AS QUESTÃO 08 a 10: 
“Uma nova ameaça paira sobre a língua portuguesa. Depois de os economistas e 
cientistas poluírem a última flor do lácio com termos estrangeiros de necessidade duvidosa, 
vêm agora os especialistas em informática com expressões como “deletar”, “ressetar” (com 
um ou dois esses?), “backup” et coetera. Por que não usar os simples e portugueses 
equivalentes “apagar”, “religar” e “cópia de segurança”? 
(...) 
Não se trata de purismo ou amor incontido pelo passado, mas sim de preservar um 
léxico que permita a comunicação entre os mais variados setores da sociedade. Quem 
chegar a um trabalhador rural, por exemplo, e pedir-lhe que “delete” alguma coisa, 
certamente não se fará compreender. Já o bom e velho “apagar” é termo conhecido de todos 
os que dominam minimamente o português. Tentar preservar a língua adquire, assim, um 
caráter socializante. 
(...)” 
(Folha de S. Paulo, 3/03/96) 
 
8 
 
 
 
 
08- Quando se diz no texto que “Tentar preservar a língua adquire, assim, um caráter 
socializante”, procura-se, sobretudo: 
a) Alertar para a importância da globalização linguística. 
b) Manter o purismo da língua. 
c) Criticar as mudanças lexicais operadas na língua. 
d) Evitar uma marginalização do indivíduo pela língua. 
e) Mostrar que a autenticidade de um povo decorre de sua língua. 
09- No trecho “(...)vêm agora os especialistasem informática com expressões como 
“deletar”,“ressetar” (com um ou dois esses?), “backup” (...)” as expressões aspeadas indicam 
a variante linguística conhecida pela denominação 
a) Estilística. 
b) Geográfica. 
c) Histórica. 
d) Social. 
e) Geral 
10- O segundo parágrafo do texto defende uma variante com um caráter acima de tudo 
a) geográfico. 
b) histórico. 
c) estilístico. 
d) geral. 
e) social. 
Gabarito 
1-b, 2-b, 3-a,4-b, 5-d, 6-c, 7-7, 8-a, 9-c, 10-e 
CAPÍTULO 3: LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
3.1. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
A linguagem, além de ocorrer em diversos contextos comunicativos, permite representar 
diferentes situações de interlocução. 
O estudo dessas situações levou o linguísta russo Roman Jakobson a criar um modelo 
explicativo para a comunicação verbal a que deu o nome de TEORIA DA COMUNICAÇÃO. Sua 
intenção era demonstrar que a comunicação humana se estrutura a partir de alguns elementos, 
atendendo a finalidades específicas. 
 Hoje, os estudos da linguagem, embora reconheçam a importância da teoria da 
comunicação para dar início à análise das situações de interlocução, consideram essa teoria 
insuficiente para dar conta da complexidade envolvida no uso da linguagem pelos interlocutores. 
Conheceremos, a seguir, os princípios da teoria da comunicação. Apresentaremos uma 
perspectiva mais discursiva para tratar do uso que os interlocutores fazem da linguagem. 
A base da teoria da comunicação está na identificação de seis elementos, presentes, 
segundo Jakobson, em todas as situações de interlocução. São eles: 
 O emissor (locutor, remetente) e o receptor (locutário ou destinatário): os participantes de um 
ato comunicativo. 
 O canal em que se dá a comunicação. O canal é o meio físico por onde circula a mensagem 
entre o emissor e o receptor (ondas sonoras, papel, bytes, etc.). É também a conexão 
psicológica que se estabelece entre emissor e receptor para que possam se comunicar. 
 A mensagem a ser transmitida. A mensagem é o conjunto de enunciados produzidos pela 
seleção e combinação de signos realizadas por um determinado indivíduo. 
 O código em que a mensagem é transmitida. Trata-se do sistema que é utilizado pelos 
falantes. O código deve ser entendido como um conjunto de signos convencionais e das 
regras que determinam sua organização. 
 O contexto (referente) a que a mensagem se refere. É o conteúdo, o assunto da mensagem. 
 
9 
 
Nessa perspectiva, toda mensagem tem um objetivo 
predominante, que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de 
uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante. 
 
 
 
Se o remetente e o destinatário não estiverem conscientes de suas respectivas funções e 
atentos ao seu papel, a estrutura da comunicação ficará bem vulnerável a ruídos*. 
Ruído é uma interferência de ordem física, psicológica ou cultural que provoca uma 
resposta não esperada ou não desejada pelo remetente. 
Cabe ao remetente controlar o envio e as condições de emissão e de recepção da 
mensagem, verificando se o destinatário entendeu a mensagem e sabe qual resposta deve 
produzir e em caso contrário, quais os ruídos que impediram o destinatário de produzir a resposta 
esperada ou desejada. 
Esquema do processo de comunicação 
 
Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito por meio de palavras, delimitadas por marcas 
formais: na fala, pela entonação; na escrita, pela pontuação. Está sempre associado ao contexto 
em que é produzido. 
As funções da linguagem são o conjunto das finalidades comunicativas realizadas por meio 
dos enunciados da língua. 
ESQUEMATICAMENTE, TEMOS: 
 
CONTEXTO 
MENSAGEM 
Função Poética 
CÓDIGO 
Função Metalinguística 
EMISSOR 
Função Emotiva 
RECEPTOR 
Função Conativa 
Função Fática 
Função Referencial 
CANAL 
 
10 
 
A finalidade de uma mensagem está diretamente 
relacionada à intenção de quem a elabora e envia: o emissor. Ao elaborar uma mensagem, o 
emissor utiliza a linguagem de acordo com seu propósito. Assim, a linguagem passa também a ter 
funções que dependem das intenções do emissor. 
Na comunicação verbal, há seis funções básicas de linguagem: REFERENCIAL, 
EMOTIVA, CONATIVA, FÁTICA, METALINGUÍSTICA e POÉTICA. 
 
 
CAPÍTULO 4: FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Conforme a ênfase que se dê a cada um dos seis elementos presentes no ato comunicativo 
(emissor, receptor, mensagem, referente, código, canal), distinguem-se seis funções da 
linguagem: 
4.1. FUNÇÃO REFERENCIAL, INFORMATIVA OU DENOTATIVA (ênfase no contexto) 
Quando o interesse está centrado no referente, no contexto, o objetivo da mensagem é a 
transmissão de informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado, visando 
transmitir com fidelidade uma informação, diz-se que a função predominante no texto é a 
referencial ou denotativa. Valoriza-se, assim, o objeto ou a situação de que trata a mensagem, 
sem que haja manifestações pessoais ou persuasivas. É a função predominante de uma notícia 
de jornal, nos textos de caráter científico, por exemplo. 
O trecho a seguir, com um conteúdo essencialmente informativo, exemplifica essa função: 
Para CNI, mercado imobiliário continua aquecido 
Por Agência Estado 
Apesar do menor ritmo de crescimento na atividade da construção civil em junho, a expansão 
contínua do setor registrada desde dezembro pela sondagem realizada pela Confederação 
Nacional da Indústria (CNI) mostra que o mercado imobiliário continua aquecido, enquanto o 
restante da indústria começa a botar o pé no freio. A avaliação foi feita hoje pelo gerente 
executivo de Pesquisa da entidade, Renato da Fonseca. 
Segundo informou hoje a CNI, o ritmo de crescimento da construção civil diminuiu em junho. 
Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos indicam crescimento, o indicador de junho 
ficou em 53,8 pontos, enquanto no mês anterior o índice havia chegado a 55,8 pontos. "As 
medidas governamentais de incentivo à produção industrial editadas durante o auge da crise já 
foram retiradas e a taxa de juros começou a subir. No entanto, como na área de construção civil 
as medidas são de mais longo prazo, ainda há estímulo para o setor que, além disso, também 
conta com sistema de financiamento próprio", avaliou Fonseca. 
Para o economista, a reclamação por parte dos empresários da construção em relação à falta 
de mão de obra qualificada ainda não oferece riscos para a manutenção do crescimento do setor. 
"Sempre que a economia cresce, faltam recursos, e um dos primeiros que aparecem é a falta de 
trabalhador qualificado. A saída é investir em programas de capacitação ou dentro da própria 
empresa para tentar resolver o problema. Pode ser uma armadilha, mas por enquanto não está 
impedindo contratações no setor", afirmou o executivo. 
Segundo o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Luiz Fernando 
Mendes, a falta de trabalhadores qualificados representa um desafio ainda maior diante da 
recente industrialização do processo de construção no País. "Até pouco tempo atrás, a construção 
civil brasileira foi bastante artesanal, com uso intensivo de mão de obra. Com a evolução 
tecnológica, apesar do uso menos intenso, a necessidade de qualificação é maior", explicou. 
(Revista Época Negócios – 30/07/2010) 
4.2. FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA (ênfase no emissor) 
Quando a mensagem é centrada no “eu”, no emissor, o principal objetivo da mensagem é a 
expressão das emoções, atitudes, estados de espírito do emissor com relação ao que fala, diz-se 
que a função da linguagem predominante no texto é a emotiva. O emissor imprime no texto as 
marcas de sua atitude pessoal que pode ser de forma clara ou sutil. Nas cartas pessoais, nas 
resenhas críticas, na poesia confessional, nas canções sentimentais predomina essa função. 
No trecho abaixo, um repórter narra o que sentiu ao visitar, pela primeira vez, o Museu 
Judaico de Berlim, inaugurado em 2001. 
 
11 
 
Quando o passado é um pesadelo 
Tomado pela costumeira pressa de repórter, eutinha que fazer, a toque de caixa, 
imagens do museu para compor a minha matéria. [...] 
Quando [...] chegamos ao primeiro corredor, o eixo da continuidade, tentei pedir algo 
a Bárbara, funcionária do museu que nos acompanhava. Não consegui falar. Tudo foi se 
desfazendo, todos os sentimentos e emoções, e também as racionalizações, reflexões ou 
desalentos mediados pelo intelecto. Tudo foi se desfazendo, todos os sentimentos e 
emoções, e também as racionalizações, reflexões ou desalentos mediados pelo intelecto. 
Tudo foi se desvanecendo dentro de mim – e um grande vazio, um vácuo que sugava a 
si próprio, se formou qual redemoinho em meu peito, até explodir num jorro de pranto, 
num colapso incontrolável. 
Não tive condições de prosseguir com o cinegrafista Fernando Calixto. Procurei um 
lugar onde esgotar as lágrimas e tentava me explicar, repetindo, aos soluços: “Pela 
metade, não. Não vou conseguir fazer meia visita. Pela metade, não. Ou encaro todo o 
périplo ou vou embora”. 
Não consegui nem uma coisa nem outra. Nem parei de chorar, nem me recompus; 
não me atrevi a percorrer todos os corredores, nem tampouco resisti a penetrar nos 
espaços desconcertantes do Museu Judaico de Berlim. 
BIAL, Pedro. Almanaque Fantástico. São Paulo: Globo, n. 1, p. 61- 62, Nov. 2005. (fragmento). 
Descendente de judeus, o repórter sentiu uma emoção tão forte ao percorrer os corredores 
do Museu Judaico de Berlim, que foi incapaz de completar a visita. Todos os sentimentos que 
afloraram diante da recordação das atrocidades cometidas pelo governo nazista da Alemanha 
estão registrados no texto, fazendo com que nele predomine a função emotiva. 
4.3. FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA (ênfase no receptor) 
Quando o ato comunicativo está voltado para o destinatário, o objetivo da mensagem é 
persuadir o destinatário, influenciando seu comportamento, diz-se que a função predominante no 
texto é a conativa ou apelativa. 
A linguagem da propaganda é a expressão típica da função conativa, pois busca envolver o 
leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a adotar este ou aquele comportamento. As 
expressões linguísticas com vocativos e formas verbais no imperativo também exemplificam essa 
função: “Você encontra a melhor oferta de casas...”; “Essa é sua chance de começar...”; 
“Aproveite!”; “Não Fume”; “Não compre sem ver nossos preços”; “Ligue já e faça sua reserva...”; 
“Está ficando escuro, Calvin, venha para dentro!” 
 
 
4.4. FUNÇÃO FÁTICA (ênfase no canal) 
Quando o objetivo da mensagem é simplesmente o de estabelecer ou manter a 
comunicação, ou seja, o contato entre o emissor e o receptor, diz-se que a função predominante é 
a fática. Essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou 
contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência. 
 
12 
 
As fórmulas de abertura de diálogos, quase sempre frases 
feitas, são exemplos típicos da função fática da linguagem. 
Nesse caso, sua finalidade é marcar o início e/ou o encerramento de um diálogo. Como ”psiu”; 
ahn; ei; “prestem atenção”; “tá ligado?”; “não saia daí, estaremos de volta logo após os 
comerciais”; “a ligação está péssima, fale alto”. 
 
 
 
Lembro de todo mundo que conheci. Só não sei de onde. Nem faço ideia do nome. É 
grave. [...] 
Seria de pensar que me recordo de pessoas especiais. Não é uma memória seletiva. 
Esqueço velhos amigos do peito, amores... e me lembro de alguém com quem falei uma ou 
duas vezes! Pior: chego a pensar que conheço pessoas totalmente estranhas. Já passei 
por cada situação! 
- Oi, tudo bem? 
O outro se espanta. Franze o cenho, acha que a gafe é dele. 
- É... E... Como vai? 
- Vou indo... E você? 
Acabamos nos despedindo como velhos amigos, sem a menor ideia de quem seja quem! 
 
CARRASCO, Walcyr. Ah, que memória! Veja SP, p. 218. In: Veja São Paulo: Abril. Ano 38, n. 47, 23 
nov.2005 (Fragmento) 
No texto, o encadeamento de uma série de “fórmulas”, geralmente usadas para estabelecer 
contato entre os interlocutores (“Oi, tudo bem?”; “É... E... Como vai?”, “Vou indo... E você?”), 
revela o embaraço provocado pela situação: uma pessoa é abordada por um estranho como se 
fossem velhos conhecidos. 
4.5. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA (ênfase no código) 
Quando o foco do ato comunicativo está centrado no próprio código, o objetivo da 
mensagem é falar sobre a própria linguagem, diz-se que predomina no texto a função 
metalinguística. A linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio 
referente, com a mensagem se orienta para os elementos do código, explicando-os, definindo-os 
ou analisando-os. 
Exemplos evidentes desta função são os textos que estudam ou interpretam outros textos, 
nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam de outras canções ou de como 
se fazer canções e nas definições de verbetes encontradas nos dicionários. 
 
Pronome [...] palavra que representa um nome, com a função de um nome, um adjetivo ou 
toda uma oração que a segue ou antecede. [...] 
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 2310 
4.6. FUNÇÃO POÉTICA OU ESTÉTICA (ênfase na mensagem) 
Quando a língua é usada como matéria-prima para produzir beleza, o objetivo da mensagem 
é chamar a atenção para a própria mensagem, sugerindo que ela é o resultado de um trabalho de 
elaboração feito sobre sua forma. O que se busca é a engenhosidade da linguagem, da 
sonoridade e do ritmo das palavras e também de imagens. O interesse dominante está centrado 
na própria mensagem, não como um meio para comunicar algo, mas como um objeto em si. O 
que interessa é a engenhosidade e a arte com que a mensagem é construída. Diz-se que a 
função predominante é a poética. 
A função poética é marcada por uma maior liberdade no uso das palavras, exploradas mais 
pelo seu potencial em evocar imagens e produzir efeitos sonoros. Nesses casos, há um trabalho 
com os próprios signos, cujo objetivo é provocar algum efeito de sentido no receptor. 
Das utopias 
Se as coisas são inatingíveis... ora! 
Não é motivo para não querê-las... 
Que triste os caminhos, se não fora 
 
13 
 
A mágica presença das estrelas! 
QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 7. 
ed. São Paulo: Globo, 1998. p. 108 
Utopia: fantasia, desejo irrealizável 
 
 
 
O poema revela o trabalho com a linguagem, próprio da função poética. Além das rimas 
(ora/fora, querê-las/estrelas) que destacam os sons das palavras, o poeta constrói uma imagem 
(caminhos iluminados pelas estrelas) para defender o direito ao sonho, por mais difícil que seja 
realizá-lo. 
A função poética não é exclusividade da poesia, também pode se manifestar nos jogos de 
linguagem, na propaganda e mesmo em texto em prosa poética. 
É importante lembrar que uma mesma mensagem pode ter diferentes funções. Cabe 
identificar sua função primária, uma vez que há sempre a predominância de uma função sobre as 
demais. 
EXERCÍCIO 2 
01- Leia atentamente os textos e identifique as funções de linguagem predominante em... 
I) Aprenda inglês na Inglaterra. 
II) - Bem, disse o rapaz. 
- Bem! respondeu ela. 
- Bem, cá estamos, disse ele. 
- Cá estamos, confirmou ela, não estamos? 
- Pois estamos mesmo, disse ele. Upa! Cá estamos. 
a) Função referencial e função apelativa 
b) Função fática e função metalingüística 
c) Função poética e função emotiva 
d) Função apelativa e função fática 
e) função poética e função referencial 
02- Leia atentamente os textos e identifique as funções de linguagem que predominam em... 
I- Cândido Portinari nasceu a 29 de dezembro de 1903, terça-feira, na fazenda de café Santa 
Rosa, no município de Brodósqui, comarca de Batatais, estado de S. Paulo. 
II- Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. (Drummond) 
a) Função referencial e função apelativa 
b) Função fática e função metalinguística 
c) Função poética e função emotiva 
d) Função apelativa e função fática 
e) Função referencial e função poética 
03-Leia atentamente os textos e identifique as funções de linguagem que predominam em... 
I- O que ninguém esperava - a disparada do disco-laser (compact disk, nos Estados Unidos) - 
começou a acontecer no mercado americano e mundial e, não demora muito, vai chegar 
por aqui nas mesmas proporções. No ano passado foram vendidos 16,4 milhões de discos-
laser no mundo todo. 
II- Da Violência 
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. 
Mas ninguém diz violentas 
As margens que o comprimem. (Bertold Brecht) 
a) Função referencial e função apelativa 
 
14 
 
b) Função fática e função metalinguística 
c) Função poética e função emotiva 
d) Função apelativa e função fática 
e) Função referencial e função poética 
 
 
 
 
Leia a tirinha de Calvin: 
 
Calvin & Hobbes 
04- Assinale a alternativa em que o elemento de comunicação não está corretamente associado 
ao diálogo do quadrinho: 
a) O emissor é Calvin. 
b) A mensagem são os avisos. 
c) O receptor é a mãe. 
d) O código são as gírias. 
e) O canal é o som. 
05- Em “Vocalismo - estuda, em Gramática Histórica, a transição dos fonemas vogais, do Latim 
para o Português.”, temos a seguinte função de linguagem: 
a) Função referencial 
b) Função metalinguística 
c) Função poética 
d) Função apelativa 
e) Função fática 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 06 e 07: 
“Se tu me amas, ama-me baixinho 
não o grites de cima dos telhados 
Deixa em paz os passarinhos 
Deixa em paz a mim! 
Se me queres, 
enfim, 
tem de ser bem devagarinho, Amada; 
que a vida é breve e o amor mais breve ainda...” (Mário Quintana) 
06- Predomina no texto a função: 
a) metalinguística 
b) poética 
c) fática 
d) referencial 
 
15 
 
e) apelativa 
07- O Receptor da mensagem é: 
a) o poeta. 
b) os passarinhos. 
c) a mim. 
d) a amada. 
e) o amor. 
 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 08 a 10: 
 
Diário do Pará 26/07/2011 
08- No classificado acima em “Diário do Pará”, de 26/07/2011, o jornal é o elemento de 
comunicação chamado: 
a) Mensagem; 
b) Código; 
c) Emissor; 
d) Receptor; 
e) Canal. 
09- No anúncio, a língua escrita é: 
a) Emissor. 
b) Mensagem. 
c) Receptor. 
d) Código. 
e) Referente. 
 
10- O trecho do anúncio “OPORTUNIDADE ÚNICA” indica a função de linguagem: 
a) conativa. 
b) referencial. 
c) fática. 
d) poética. 
e) emotiva. 
 
GABARITO: 1-d. 2-e, 3-e, 4-d, 5-b, 6-e, 7-d, 8-e, 9-d, 10-c 
 
CAPÍTULO 5: PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA 
Pelo estudo das variantes linguísticas e das funções da linguagem, percebe-se que existem 
várias formas de linguagem empregadas no ato comunicativo. 
 
16 
 
Na comunicação empresarial escrita, por exemplo, deve 
prevalecer o uso da norma culta, aliada à objetividade, clareza e 
concisão, o que garante a eficácia e a exatidão da comunicação. Porém, não se pode esquecer 
que, na produção de uma comunicação eficaz, é fundamental a simplicidade dos textos 
comunicativos, tornando a linguagem menos complexa e mais direta. Por isso a redação 
empresarial eficaz obedece a alguns requisitos. 
São eles: clareza, concisão, correção, precisão, coerência, concatenação, consistência e 
propriedade no uso das palavras. 
 
Embora não estejam listados acima, não se podem deixar de lado outros elementos como a 
objetividade, a naturalidade e a adequação ao leitor, que também trabalham para uma 
comunicação mais eficiente. 
CLAREZA – consiste na expressão da ideia de forma que possa ser rapidamente compreendida 
pelo leitor. Ser claro e ser coerente, não contradizer-se, não confundir o leitor. 
São inimigos da clareza: a desobediência às normas da língua, os períodos longos, o 
vocabulário rebuscado ou impreciso e a ambiguidade (duplo sentido) que pode gerar equívocos na 
compreensão do texto. 
A ambiguidade ocorre quando a frase apresenta mais de um sentido, em consequência da má 
pontuação ou da má colocação das palavras (pronomes, adjuntos adverbiais, orações) ou o uso 
incorreto dos pronomes relativos. 
Exemplos de sentença ambígua: 
"Ele me tratou como um irmão." 
(Como se eu fosse um irmão? Ou como um irmão me trataria?). 
CONCISÃO – consiste em apresentar uma ideia numa linguagem sóbria, em poucas palavras, 
dispensando o supérfluo, as redundâncias, as repetições desnecessárias, as frases longas e as 
adjetivações inúteis, sem, contudo, comprometer a clareza; deve ser entendida como sinônimo de 
precisão, exatidão, brevidade. 
Se, além de correta e clara, a frase for elegante, atingimos o topo da escala de competentes 
produtores de texto. Clareza e concisão devem estar juntas para a eficiência da redação, porém 
concisão em excesso pode prejudicar a clareza e a inteligibilidade da construção. 
O procedimento oposto é a prolixidade, que deve ser evitada; ser prolixo é usar muitas 
palavras para dizer pouca coisa; ou seja, “encher linguiça”. 
PROLIXO – Texto que apresenta muitas palavras para expressar uma ideia. 
A expectativa mediana normal da maioria da população é sair das grandes cidades e dos 
grandes centros. (texto prolixo) 
Corrigindo: 
A expectativa da população é sair dos grandes centros. 
REDUNDANTE – Texto com uso de ideias supérfluas, de detalhes inúteis ou óbvios, de ideias e 
palavras repetidas, de períodos excessivamente longos, de linguagem rebuscada, má pontuação 
comprometendo a clareza da mensagem. 
Por exemplo: 
"Vimos por meio desta carta convidar Vossa Senhoria, devido a sua formação na área de 
educação, a participar, no dia 30 de junho do presente ano, do II Congresso Nacional de 
Educadores. Informamos, ainda, que no Congresso estarão presentes educadores de todo 
o Brasil. O Congresso será realizado no Memorial da América Latina, às 9h da manhã." 
Dados desnecessários que obscurecem a mensagem: 
 Vimos por meio desta : numa carta esse detalhe é óbvio e desnecessário. 
 devido a sua formação na área de educação: lembrar a formação acadêmica do 
destinatário é supérfluo, pois ele já sabe de sua formação. 
 do presente ano: o evento ocorrerá no ano da correspondência, a expressão é 
desnecessária. 
 educadores de todo o Brasil: o Congresso é nacional e tratará da educação, não há por 
que destacar a presença desses educadores. 
 
17 
 
 da manhã:: desnecessário acrescentar o período, pois 
se fosse à noite, seria 21h. 
O convite estaria melhor redigido sem repetições e redundâncias: 
"Convidamos Vossa Senhoria a participar do II Congresso Nacional de Educação, a ser realizado 
no dia 30 de junho de 1996, no Memorial da América Latina, às 9h." 
CORREÇÃO – é quando um texto obedece às regras gerais da língua, ressaltando-se algumas 
liberdades como consequência do estilo. A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo 
com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática. Conhecer 
 
as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um texto correto. Por 
isso, ao escrever, observe normas de ortografia, acentuação, pontuação, conjugação verbal, 
regência, crase, concordância, colocação, etc. 
PRECISÃO – Para um texto ser preciso não deve desviar do assunto a ser discutido. 
COERÊNCIA – Deve apresentar lógica nas ideias, favorecendo o entendimento. Em um texto 
coerente, todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que não haja nada 
destoante, ilógico ou contraditório. O autor escreve sem se desviar do assunto para que o receptor 
tenha total compreensão de todas as relações presentes no texto, conferindo-lhe unidade e 
harmonia. A incoerência também se evidencia com elementos opostos configurando-se no mesmo 
conjunto: 
" As estradas estão calmas com muitos caminhões ultrapassando em lugares proibidos." 
CONCATENAÇÃO – É a coesão textual, a conexão entre os enunciados, articulados entre si. As 
relações de sentido se manifestam por meio de conectivos ou elementos referenciais. Por isso se 
diz que a coesão é linguística. Usa mecanismos gramaticais: pronomes, artigos, conjunções e 
advérbios, estabelecendo-se as partes que constituem um texto.CONSISTÊNCIA – É o texto que dá informações confiáveis e corretas, demonstrando que seu 
autor tem conhecimento do assunto e tratando apenas do que é significativo para quem o lê. Com 
a mensagem cumprindo sua função de informar. 
O uso apropriado da linguagem 
Na escolha das palavras, devem-se preferir as que traduzem, com mais precisão, o que se 
quer dizer. O uso apropriado da linguagem, o cuidado no emprego das palavras, evitar cacoetes 
linguísticos e termos surrados. Tal habilidade se adquire com a prática constante da leitura, não 
uma leitura quantitativa, mas sim a qualitativa, priorizando o conteúdo do que vai ser lido. 
O que se deve evitar 
O sentido das palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso. Assim, 
alguns vocábulos e expressões, por seu emprego continuado com determinado sentido, passam a 
ser usadas sempre em tal contexto e com tal forma, que se tornam “expressões de senso 
comum”. 
A linguagem dos textos técnicos deve seguir, sempre, padrão culto formal da língua, não se 
devendo fazer uso de coloquialismos ou expressões de uso restrito a determinados grupos, o que 
acabaria por comprometer a compreensão por parte dos leitores. 
A lista abaixo apresenta, além das expressões cujo uso ou repetição deve ser evitado, o 
sentido em que devem ser empregadas, e sugere alternativas para substituir palavras que são 
usadas em excesso. 
À MEDIDA QUE (Locução proporcional) 
 à proporção que, ao passo que; 
À medida que se estuda, mais se sabe. 
 
NA MEDIDA EM QUE (Locução causal) 
 uma vez que, pelo fato de que; 
Na medida em que não resolvem nossos 
problemas, vamos nós mesmos resolvê-los. 
AMBOS / TODOS OS DOIS: ambos significa “os dois” ou “um e outro 
Evite as expressões pleonásticas como ambos dois, ambos os dois, ambos a dois. Quando 
quiser enfatizar a dualidade, empregue todos os dois. 
 
18 
 
Ambos, João e Maria, acreditam na amizade./ Todos os dois 
acreditam no na amizade. 
ANEXO / EM ANEXO 
O adjetivo anexo concordará em gênero e 
número com o substantivo a que se refere. 
Encaminho as atas anexas. 
Dirigimos os anexos projetos ao diretor de 
arte. 
A locução adverbial em anexo é invariável. 
Encaminho as minutas em anexo 
Segue no anexo, o convite individual. 
Entendemos que a carta e o convite estão 
inseridos no anexo. 
 
 
Empregue também conjuntamente, juntamente com. 
ASSIM 
Use após a apresentação de uma proposta ou 
situação, fazendo uma ligação com a ideia 
seguinte. Use os substitutos dessa forma, 
desse modo, ante o exposto, diante disso, 
consequentemente, por conseguinte, assim 
sendo, em face disso, face ao exposto, em 
vista disso. 
 A divisão dos cômodos do imóvel favorece 
a criação de uma sala de estar. Assim, tem-
se um espaço mais agradável para receber 
visitas. 
A divisão dos cômodos do imóvel favorece a 
criação de uma sala de estar. Desse modo, 
tem-se um espaço mais agradável para 
receber visitas 
DESSE PONTO DE VISTA 
Evite repetir, e empregue também sob este 
ângulo, sob este aspecto/ por este prisma, 
desse modo, destarte, assim. 
Muitos são vítimas da violência. Desse 
ponto de vista, trata-se de um grave 
problema. 
Muitos são vítimas da violência. Sob este 
ângulo, trata-se de um grave problema. 
 
BEM COMO 
Evite a repetição, alternando com e, como (também), igualmente, da mesma forma. 
Escolheu móveis sob medida, bem como cortinas persianas. 
Escolheu móveis sob medida, e cortinas persianas. 
AO NÍVEL DE / EM NÍVEL DE 
A locução ao nível significa ‘a 
mesma altura de’. 
Hoje, Florianópolis acordou 
 ao nível do mar. 
A expressão "em nível de" está empregada corretamente 
quando equivale a "de âmbito" ou "com status de": 
A pesquisa será realizada em nível nacional. 
 
Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação a, 
no que se refere a, pois constitui modismo, devendo ser 
evitado. 
DEVIDO A 
Evite a repetição; pode ser substituído por em virtude de, graças a, por causa de, em razão de, 
provocado por. 
Devido ao mau tempo, as atividades estão suspensas. 
Em razão do mau tempo, as atividades estão suspensas. 
DIRIGIR 
Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com transmitir, endereçar, mandar, 
encaminhar, remeter, enviar. 
Dirigi o documento ao setor responsável. 
Enderecei o documento ao setor responsável. 
NO SENTIDO DE 
 
19 
 
Utilize também com vistas a, a fim de, com o fito (finalidade, 
objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tento em vista 
ou tendo em mira, tendo por fim. 
No sentido de ajudar, ofereci-me ao cargo. 
A fim de ajudar, ofereci-me ao cargo. 
INFORMAR 
Use as variações comunicar, avisar, noticiar, participar, levar ao conhecimento, dar 
conhecimento, instruir. Quando pronominal, no sentido de inteirar-se de, pôr-se a par de ... 
Informamos(comunicamos) aos associados o saldo da nossa conta. 
 
Ele informou-se do resultado do jogo hoje pela manhã. 
EM FACE DE (diante de) 
Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de é preferível a regência com a 
preposição de. 
Em face de tão grave situação, não tenho outra saída. 
 
Evite, assim, face a, frente a. 
RELATIVO A 
Empregue também referente a, concernente a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, 
que trata de, que respeita. 
O comunicado é relativo(referente) às novas regras. 
RESSALTAR 
Varie com destacar, sublinhar, frisar, salientar, revelar, distinguir, sobressair. 
Este serve para ressaltar a importância da medida. 
Este serve para destacar a importância da medida. 
NEM 
Conjunção aditiva que significa ‘e não’ e ‘tampouco’, dispensando, portanto, a conjunção e. 
 
Não ia para a esquerda, nem ia para a direita: estava sem rumo. 
Evite, ainda, a dupla negação não nem, nem tampouco. 
ENQUANTO 
Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, a medida que. 
Enquanto crescemos no ramo imobiliário, outras empresas nos acompanham. 
Evite empregar a construção enquanto que usada coloquialmente. 
 
EXERCÍCIO 3 
 
01- (FCMSC-SP) Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção, 
clareza e concisão. 
a) Foram chamados sua atenção pelo diretor. 
b) O diretor chamou-os sua atenção. 
c) O diretor lhes chamou à atenção. 
d) Foi-lhe chamado a atenção pelo diretor. 
e) O diretor chamou-lhes a atenção. 
 
02- (UEMT-LONDRINA) “Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, 
polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, 
importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto sem vida, de um 
silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios (...)". 
Dizendo-se farto "de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação”, o cronista permite-
nos concluir que ele vê o mundo como: 
 
20 
 
a) Incompreensível 
b) Contraditório 
c) Autoritário 
d) Indiferente 
e) Inatingível 
Cada um dos períodos abaixo foi redigido de cinco formas diferentes. Leia-os todos com atenção 
e selecione a letra que corresponde ao período que tem melhor redação, considerando correção, 
clareza, concisão , elegância. 
 
 
 
03- (SJRP-JUNDIAÍ) 
a) A pouco a pouco, eis que vão desaparecendo do nosso litoral do Ceará as dunas, 
que restavam como derradeiro recurso natural dos últimos que o homem não 
tocou. 
b) As costas Cearenses estão perdendo aos poucos as dunas, que o homem deixou 
em último lugar, dos recursos naturais que ele mesmo vai destruindo. 
c) As dunas que representam um dos últimos recursos naturais intocados pelo 
homem, estão desaparecendo pouco a pouco da costa cearense. 
d) No Ceará, vão sumindo pouco por pouco os recursos naturais de que as dunas 
são um deles, mas o homem vai pondo a perder, o litoral. 
e) Por obra do homem, os recursos naturais entre os quais as dunas da costa do 
Ceará, vão sendo destruídas aos poucos. 
04- (SJRP-JUNDIAÍ) 
a) Empurradas por ventos de mais de 60 quilômetros horários, as dunas, em alguns 
trechos, chegaram a avançar até 300 metros. 
b) Os ventos, de até mais de 60 quilômetrospor hora, empurraram as dunas, 
avançando-as em certos pontos de até 300 metros. 
c) As dunas que são empurradas por ventos que ultrapassam 60 quilômetros à hora 
, ocuparam trechos que avançam até 300 metros. 
d) A velocidade de mais de 60 quilômetros à hora imprimem um impulso nas dunas 
em alguns trechos, cobrindo uma faixa de até 300 metros, devido ao vento. 
e) Cerca de 300 metros de certos trechos, foram cobertos pelas dunas que 
avançavam; tendo sido empurradas pelo vento de mais de 60 quilômetros 
horários. 
05- Dentre as frases seguintes, assinale aquela que não contém ambiguidade: 
a) Peguei a condução correndo. 
b) O policial deteve o ladrão em seu apartamento. 
c) Vereador fala da reunião na TV Record. 
d) O menino viu o bandido descendo o morro. 
e) O pai abençoou o filho. 
INSTRUÇÕES PARA AS QUESTÕES DE NÚMERO 06 E 07. 
Essas questões referem-se à compreensão de leitura. Leia atentamente cada uma delas 
e assinale a alternativa que esteja de acordo com o texto. Baseie-se exclusivamente nas 
informações nele contidas. 
06- (UEMT-LONDRINA) “Para vendermos produtos, mesmos mais baratos, os salários 
das classes mais baixas precisariam ser maiores.” 
Conclui-se do texto que: 
a) As classe pobres podem comprar apenas os produtos cujo preço foi 
sensivelmente reduzidos. 
b) O fato de os salários serem baixos induz as classes pobres à indiferença diante 
de suas necessidade do consumo. 
c) As classes pobres, em face de seus baixos vencimentos, não se importam com a 
qualidade dos produtos que consomem. 
 
21 
 
d) As classes pobres se endividam 
demasiadamente, já que, por força dos baixos 
salários que recebem, têm poder aquisitivo muito reduzido. 
e) A redução do preço dos produtos não é suficiente para colocá-los ao alcance dos 
salários das classes mais baixas. 
07- (UEMT-LONDRINA) “A ideia de que diariamente, cada hora, a cada minuto e em 
cada lugar se realizam milhares de ações que me teriam profundamente interessado, 
de que eu deveria certamente tomar conhecimento e que, entretanto, jamais me 
serão comunicadas – basta par tirar o sabor a todas as perspectivas de ação que 
encontro a minha frente. O pouco que eu pudesse obter não compensaria jamais 
esse infinito perdido.” 
 
 
De acordo com o texto, para o autor: 
a) A consciência da impossibilidade de participar de todos os acontecimentos diminui 
a importância de seus atos. 
b) O interesse que o indivíduo manifesta em participar dos acontecimentos é maior 
que sua capacidade para dirigi-los. 
c) O mundo ganha valia com o conjunto das ações humanas, mas destrói o sabor 
que a vida possa, individualmente, oferecer aos homens. 
d) O mundo não se resolve nos gestos individuais, mas resulta do conjunto da ação 
harmoniosa dos indivíduos. 
e) A impotência de participar dos acontecimentos de seu tempo traz, como 
consequência, o descaso pela ação humana. 
TEXTO 
Tendo em vista a necessidade de treinamento na área e conforme orientação desse 
Centro e de acordo com mensagem de 20/11/94 no Informativo nº 1.000, e considerando 
ainda a prioridade que tem merecido a melhoria de atendimento aos nossos clientes, 
solicitamos o especial obséquio de verificar a possibilidade de incluir na pauta dos 
próximos cursos, ainda que para o próximo semestre, os funcionários abaixo indicados 
para o treinamento de Atendente de Público, se possível com prioridade. 
Sem mais para o momento e certos de sua habitual presteza e atenção para com as 
postulações deste Posto, desde já agradecemos, colocando-nos à sua inteira disposição 
para quaisquer informações que se fizerem necessárias no sentido de termos atendido 
nosso pleito, com a brevidade possível. 
08- O texto acima infringe as normas exigidas de um texto oficial porque 
a) é ambíguo. 
b) utiliza-se de linguagem prolixa. 
c) não se utiliza do padrão culto da linguagem. 
d) não respeita, reiteradamente, as regras gramaticais da norma culta. 
e) é redigido de forma obscura, de modo que não é possível compreender o que se solicita. 
09- Complete os espaços de acordo com os princípios da Redação Oficial: 
1. _____________ possibilita imediata compreensão pelo leitor. 
2. _____________ corresponde à ausência de impressões individuais de quem comunica, 
evitando a duplicidade de interpretações. 
3. _____________ refere-se à observação das regras da gramática formal e ao emprego de 
um vocabulário comum ao conjunto dos falantes da língua. 
4. _____________ obedece a certas regras de forma. 
5. _____________ objetiva desaparecer do texto os excessos linguísticos. 
A sequência correta encontrada é: 
a) Impessoalidade, Uso do padrão culto de linguagem, Concisão, Clareza, Formalidade. 
b) Concisão, Formalidade, Impessoalidade, Uso do padrão culto de linguagem, Clareza. 
c) Clareza, Impessoalidade, Uso do padrão culto de linguagem, Formalidade, Concisão. 
d) Formalidade, Concisão, Clareza, Impessoalidade, Uso do padrão culto de linguagem. 
 
22 
 
e) Uso do padrão culto de linguagem, Clareza, Formalidade, 
Concisão Impessoalidade. 
10- Leia o trecho a seguir: 
 
“O protagonista deste romance diz que não quer casar no primeiro capítulo, mas concorda em 
fazê-lo no quarto.” 
O texto é predominantemente 
a) prolixo. 
b) redundante. 
c) impreciso. 
d) inconsistente. 
e) ambíguo. 
 
 
 
GABARITO: 1-e, 2-a, 3-e, 4-a,5-e, 6-c, 7-b, 8-b, 9-c, 10-e 
 
CAPÍTULO 6: NOÇÕES DE TEXTO 
6.1. LEITURA E PRODUÇÃO 
 
Os dois textos expressam o desejo de felicidades a quem aniversaria. No primeiro, 
a mensagem é um clichê. Já o segundo traz uma mensagem inusitada, original. 
Ambos, todavia, expressam um sentimento. 
A palavra texto origina-se do verbo tecer: trata-se de um particípio – o mesmo que tecido. 
Assim, um texto é um tecido de palavras. 
A noção de texto é bastante ampla, mas um texto se constrói de palavras e ideias. Não se 
resume a um amontoado de frases, mas a um bloco significativo, constituído por várias unidades 
linguísticas menores, que só são entendidas no contexto em que são inseridas. Além do contexto, 
há a intencionalidade do autor. 
Há textos que servem para informar, outros que servem para expressar sentimentos, outros 
para depositar conhecimentos. Há textos artísticos e textos não-artísticos. 
Todo texto encerra uma mensagem: uma significação. Por isso, deve ser um todo, um 
conjunto de palavras que formam sentido. 
Todo texto é uma enunciação, isto é, uma manifestação expressa – com ou sem palavras -, 
com um significado. Daí podemos falar em linguagem verbal e linguagem não-verbal. 
6.2. AS VÁRIAS POSSIBILIDADES DE LEITURA DE UM TEXTO 
 
23 
 
Um texto pode parecer um aglomerado de noções 
desconexas se for lido de maneira fragmentada e o leitor pode 
querer atribuir-lhe o sentido que quiser. A interpretação do texto é limitada pela conexão, pela 
coerência entre seus vários elementos. A coerência é garantida, sobretudo pela reiteração, a 
repetição ao longo do discurso, mesmo que com palavras diferentes (sinônimos, heterônimos, 
expressões nominais, etc.), como tic-tac, relógios, Tempo e finalmente: mortalha. 
Reiteração (repetição, renovação): deve-se percorrer os textos inteiros, tentando localizar 
todas as recorrências, todas as figuras e temas (assuntos) que conduzem a um mesmo 
significado. Alguns textos permitem mais de uma leitura, e as mesmas figuras podem ser 
interpretadas segundo mais de um plano de leitura. O importante é estar atento à leitura e realizá-
la de forma a não permitir a perda da essência do texto, muitas vezes ocasionada por uma leitura 
falha. 
Tic-tac 
 
 
Esse tic-tac dos relógios 
é a máquina de costura do Tempo 
a fabricar mortalhas. 
 (Mário Quintana) 
 
1-Um texto embora possa admitir várias leituras, não significa que qualquer interpretação seja 
correta nem que o leitor possa dar ao texto o sentido que quiser. 
2- O texto admite várias possibilidades de leitura, porém o significado que cada um atribui 
àquilo que lê depende do conhecimento prévio que se tem sobre o assunto.3- Consciência da passagem do tempo que é constante. 
2- No último verso faz referência “a fabricar mortalhas”. 
3- O tic-tac dos relógios, a máquina de costura do Tempo é quem se encarregam de 
apresentar a realidade do tempo sempre trabalhando. 
4- O conhecimento dos vocábulos é essencial para o entendimento do texto, por exemplo, a 
palavra mortalha, que não faz parte do mundo atual. 
5- A partir das palavras TEMPO e MORTALHA constrói-se a essência do poema, para a 
compreensão do tema: o tempo que não para. 
6.3. DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS 
Quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja a linguagem oral, seja 
a linguagem escrita, produzimos certos tipos de texto que, com poucas variações, se repetem no 
conteúdo, no tipo de linguagem e na estrutura, constituindo os chamados gêneros textuais. 
O gênero textual é uma espécie de “ferramenta” que utilizamos em determinadas situações 
de comunicação. Sua escolha é feita de acordo com diferentes elementos que participam do 
contexto, como quem está produzindo o texto, para quem, como que finalidade, em que momento 
histórico, etc. 
O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas 
situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. Um texto 
não precisa ter apenas um gênero textual, porém apenas um se sobressai. 
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de 
comunicação, possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em 
qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto 
abordado, quem está falando, para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do 
texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). As produções de texto diferem de acordo com a 
finalidade da comunicação: 
Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida 
pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, 
relações lógicas). 
Podem ser considerados exemplos de gêneros textuais ao anúncios, convites, atas, avisos, 
programas de auditórios, bulas, catas, comédias, contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, 
emendas, ensaios, entrevistas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, 
instruções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias, etc. 
Em geral, os tipos textuais abrangem categorias conhecidas como: narração, descrição e 
dissertação. 
 
24 
 
6.4. TIPOLOGIA TEXTUAL 
6.4.1. TEXTO NARRATIVO 
A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do 
fato narrado. Além disso, é comum aparecerem nomes de personagens e um “clímax” em 
determinado momento. Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a 
volta à estabilidade. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada. A sequência 
temporal é um elemento central na organização de textos narrativos. 
Narrar, portanto, consiste em construir o conjunto de ações que constituem a história – o 
enredo – e relacionar essas ações aos personagens – seres que praticam atos ou sofrem os fatos. 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS DA NARRRATIVA 
 O que aconteceu? ------------------------------- fato, situação, acontecimento 
 Com quem? --------------------------------------- personagem 
 Onde? Quando? Como? ----------------------- espaço, tempo, modo 
 Quem está contando? -------------------------- narrador 
Marcada pela temporalidade, tem como material o fato e a ação, a progressão temporal é 
essencial para o desenrolar da história. Desenvolve-se necessariamente numa linha de tempo e 
num determinado espaço. 
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de frases verbais indicando um processo ou 
ação; predomínio do tempo passado; advérbios de tempo e lugar. 
 
A compreensão do texto narrativo depende do reconhecimento da forma como o narrador 
conta a história, do seu ponto de vista a respeito dela. 
Chama-se foco narrativo o estudo das posições do narrador perante a história. Existem 
basicamente dois tipos de foco narrativo: aquele em que o narrador participa da história como 
personagem (narração em 1ª pessoa) e aquele em que o narrador não se confunde com nenhum 
personagem (narração em 3ª pessoa). Neste segundo tipo, o narrador pode se colocar na posição 
de observador dos acontecimentos, relatando-os objetivamente e com neutralidade, ou pode ser 
onisciente, isto é, conhecer o íntimo dos personagens, assumindo o ponto de vista de um deles. 
Foco narrativo em 1ª pessoa com narrador-personagem: 
VOANDO COM A BELA DA TARDE 
Ela devia ter o quê? Vinte, vinte e um. 
Eu estava sentado na 10C, corredor. Ao meu lado, duas poltronas vagas. Ela vem vindo lá da 
frente e o pensamento começa a dizer aqui, aqui, aqui. E ela se sentou aqui. Levantei-me quando 
chegou, sou educado, mamãe ensinou. E minha filha acrescentaria: velho tarado. 
Sabe gracinha? Pois. Meio esculhambada, despenteada no ponto certo, calça de brim justa e 
amarrotada. Pele de pêssego, como diria Machado de Assis se cá voasse. 
Mal o avião se estabilizou lá em cima, ela foi para o banheiro com uma espécie de frasqueira. 
Licença, licença, joelho com joelho. 
[...] 
O avião desceu. Eu desci e fiquei esperando ela para pegar a mala. Eu tinha que saber como ia 
chegar a menina. O encontro. Como ia ser recebida, de novo com vinte anos. Mas ela não desceu 
do avião. Não sei se desistiu ou se o seu destino era mesmo Porto Alegre. 
Fiquei desesperado, liguei para o Luis Fernando Veríssimo. Queria que ele fosse até o aeroporto 
de lá para ver a chegada da minha menina. Como sempre, ele estava viajando. Tentei o Peninha, 
o Eduardo Bueno. Secretária eletônica. Quem mais eu tenho em Porto Alegre? 
Ninguém, a não ser ela, a moça da fileira 10. 
Mario Prata. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1º ago. 2001. Caderno 2. 
Foco narrativo em 3ª pessoa com narrador-observador: 
TRAGÉDIA BRASILEIRA 
 
25 
 
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. 
Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança 
empenhada e os dentes em petição de miséria. 
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, 
manicura... Dava tudo quanto ela queria. 
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. 
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: 
mudou de casa. 
Viveram três anos assim. 
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. 
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom 
Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no 
Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... 
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a 
com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. 
MANUEL BANDEIRA 
 
São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência narrativa: relato, crônica, 
romance, fábula, conto de fada, piada, etc. 
 
Miniconto fantático: E a brisa sopra 
Ao amanhecer, quando vindo do mar começava a soprar leve o vento, subia o rapaz no alto 
daquele prédio, e empinava a pipa amarela. Batendo o tênue corpo de papel contra as 
varetas serpenteando a cauda, lá ficava ela no azul até que o final da tarde engolia a brisa, 
habilitando então a terra sobre o mar, e descendo o rapaz para a noite. 
Assim, repetia-se o fato todos os dias. Menos naquele em que, por doença ou sono, o rapaz 
não apareceu no alto do terraço. E a brisa da manhã começou a soprar. Mas não estando a 
âncora amarela presa ao céu, o edifício lentamente estremeceu, ondulou, aos poucos 
abandonando seus alicerces para deixar-se levar pelo vento. 
Marina Colasanti 
6.4.2. TEXTO DESCRITIVO 
Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhese a constante presença de adjetivos. A 
descrição é muito recorrente em diversos gêneros textuais. Nos textos descritivos predominam as 
sequências de localização. 
Descrever é caracterizar, é construir um retrato verbal do que se descreve. Na descrição, 
são apresentadas características percebidas e/ou imaginadas de alguém ou de algo. Elaborar um 
texto descritivo consiste em caracterizar pessoas, lugares, objetos, cenas ou ambientes por meio 
de palavras o que se quer que seja ressaltado, destacado. Há a apresentação pura e simples do 
estado do ser descrito em um determinado momento, não há sucessão de acontecimentos no 
tempo, de sorte que não haverá transformações de estado do que está sendo descrito. 
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio das frases nominais, de orações centradas em 
predicados nominais; prevalecem formas verbais no presente ou no imperfeito; os adjetivos 
ganham expressividade; os períodos são curtos e prevalece a coordenação. 
São exemplos de textos descritivos: folheto turístico, (auto-) retrato, anúncio classificado, 
lista de compras, cardápio, etc. 
 
26 
 
O LIBERAL. 23/11/2011 
A GUERRA DO FIM DO MUNDO 
O homem era alto e tão magro que parecia sempre de 
perfil. Sua pele era escura, seus ossos proeminentes e 
seus olhos ardiam como fogo perpétuo. Calçava sandálias 
de pastor e a túnica azulão que lhe caía sobre o corpo 
lembrava o hábito desses missionários que, de quando em 
quando, visitavam os povoados do sertão batizando 
multidões de crianças e casando os amancebados. Era 
impossível saber sua idade, sua procedência, sua história, 
mas algo havia em seu aspecto tranqüilo, em seus 
costumes frugais, em sua imperturbável seriedade que, 
mesmo antes de dar conselhos, atraía pessoas. 
VARGAS LLOSA, Mario. A guerra do fim do mundo. 
A descrição requer senso de observação, perspicácia de quem descreve, para oferecer ao leitor 
uma imagem, um retrato daquilo que se descreve. Por isso dizemos que este trabalho baseia-se 
na percepção, nos cinco sentidos: visão, tato, paladar, audição e olfato. 
6.4.3. TEXTO DISSERTATIVO 
Dissertar é debater um tema, apresentar e defender idéias a respeito de um assunto 
proposto como problema para ser discutido. 
A atividade dissertativa revela-se vital para o desenvolvimento da inteligência, para a 
elaboração pessoal de idéias, para a capacidade de raciocínio e exposição lógica, ou seja, para a 
construção do conhecimento e do pensamento crítico e criativo. 
 
 
 
Para escrever lucidamente, é preciso, em primeiro lugar, delimitar e contextualizar o tema. 
Depois, assumir uma posição e defendê-la com coerência, argumentando de modo organizado e 
com a linguagem adequada, lógico-expositiva. 
A dissertação se organiza em INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Na 
introdução, explica-se o assunto a ser discutido, apresenta-se uma ideia, uma tese. O 
desenvolvimento ou argumentação é o momento de desenvolver o raciocínio inicial, defendendo o 
ponto de vista com argumentos pertinentes, fornecendo dados, citando exemplos ou ainda 
fazendo referências a pontos de vista semelhantes. A conclusão é onde de apresenta o fecho que 
comprova a ideia inicial e que seja coerente com os argumentos até então apresentados. 
Na dissertação não existe, em princípio, progressão temporal entre os enunciados, como 
ocorre na narração, mas existe uma relação de natureza lógica, como causa e consequência. 
O autor pode posicionar-se em 1ª ou 3ª pessoa, o que emprestará maior ou menor 
subjetividade ao texto. 
São exemplos em que predomina a sequência argumentativa: sermão, ensaio, editorial de 
jornal ou revista, crítica, monografia e redações dissertativas, etc. 
TRABALHADOR NÃO É MÁQUINA 
A vida de um desempregado é horrível, porque na nossa sociedade tudo depende do 
trabalho: salário, contatos profissionais, prestígio e (quando se é católico) até o resgate 
do pecado original e o bilhete de ingresso para o paraíso. Portanto, se falta o trabalho, 
falta tudo. 
Mas corre-se o risco de que o problema do desemprego coloque em segundo plano o 
problema de quem tem um emprego. Com uma frequência sempre maior, a vida do 
trabalhador é transformada num inferno, porque as organizações das empresas se 
preocupam em multiplicar a quantidade de produtos, mas não dão a mínima para a 
felicidade de quem os produz. 
DE MAIS, Domenici. In: O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. 
EXERCÍCIO 4 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 e 02: 
 
27 
 
Nas últimas décadas a educação figurou como item inexpressivo nos investimentos 
públicos. A remuneração atribuída aos professores da rede estadual deixou de ser 
compensadora economicamente, causando a migração de docentes qualificados para o 
exercício de atividades mais rentáveis. A eclosão de greves contínuas para reivindicar 
melhorias salariais desgastou e desmotivou o magistério. 
(José Marques de Melo) 
01- Este texto é predominantemente: 
a) narrativo 
b) descritivo 
c) argumentativo 
d) conotativo 
e) científico 
02- O tópico frasal está em: 
a) Nas últimas décadas a educação figurou como item inexpressivo nos investimentos 
públicos. 
b) A remuneração atribuída aos professores da rede estadual deixou de ser compensadora 
economicamente,(...) 
c) (...) causando a migração de docentes qualificados para o exercício de atividades mais 
rentáveis. 
d) A eclosão de greves contínuas para reivindicar melhorias salariais desgastou (...) 
e) (...) e desmotivou o magistério. 
 
 
 
 
 
 
 
TRECHO DO TEXTO DE MÁRIO QUINTANA PARA AS QUESTÕES 03 e 04: 
O retrato de Eurídice 
(...) 
Se tivesse o dom da pintura, eu seria um pintor lírico. Quero dizer, o modelo 
serviria tão-só de ponto de partida. 
E se me dispusesse a pintar Eurídice, talvez viesse a surgir na tela um hastil, o 
arco tendido da lua, um antílope, uma flâmula ao vento, ou uma forma abstrata 
qualquer, injustificável a não ser pelo seu harmonioso ímpeto em câmara lenta, pela 
graça da linha curva em movimento, porque Eurídice afinal é tudo isso... É tudo isso e 
outras coisas que só os anjos e os demônios saberão. 
03- O texto acima apresenta predomínio de: 
a) descrição 
b) narração 
c) argumentação 
d) exposição 
e) injunção 
 
04- A finalidade aparente no texto é 
a) relatar um fato marcante. 
b) apresentar uma visão impessoal sobre Eurídice. 
c) contar a história de Eurídice. 
d) dar uma opinião sobre o caráter da mulher. 
e) fazer um retrato verbal do personagem. 
TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 e 06: 
DOIS VELHINHOS 
Dois inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela do asilo. 
 
28 
 
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a 
cabeça, apenas um consegue espiar lá fora. 
Junto à porta, no fundo da cama, para o outro é a parede úmida, o crucifixo negro, as 
moscas no fio de luz. Com inveja, pergunta o que acontece. Deslumbrado, anuncia o primeiro: 
- Um cachorro ergue a perninha no poste. 
Mais tarde: 
- Uma menina de vestido branco pulando corda. 
Ou ainda: 
- Agora é um enterro de luxo. 
Sem nada ver, o amigo remorde-se no seu canto. O mais velho acaba morrendo, para 
alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. 
Não dorme, antegozando a manhã. O outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o circo 
mágico do cachorro, da menina, do enterro de rico. 
Cochila um instante - é dia. Senta-se na cama, com dores espicha o pescoço: no beco, 
muros em ruína, um monte de lixo. 
 (Dalton Trevisan) 
05- Neste texto predomina a: 
 a) descrição. 
 b) narração. 
 c) exposição. 
 d) argumentação. 
e) injunção. 
06- Identifique o foco narrativo e o tipo de narrador: 
a) em primeira pessoa com narrador- personagem. 
b) em terceira pessoa com narrador- observador. 
c) em primeira pessoa com narrador-observador. 
d) em terceira pessoa com narrador- personagem. 
 
 
LEIA A TIRA ABAIXO PARA RESPONDERÀ QUESTÃO 07: 
 
07- Na segunda tirinha temos: 
a) Descrição. 
b) Narração. 
c) Exposição. 
d) Argumentação. 
e) Injunção. 
08- Leia o trecho e identifique o tipo de texto que prevalece: 
A fim de apreender a finalidade e o sentido da vida, é preciso amar a vida por ela mesma, 
inteiramente, mergulhar, por assim dizer, no redemoinho da vida, compreender-se-á para que 
se vive. A vida é algo que, ao contrário de tudo criado pelo homem, não necessita de teoria, 
quem apreende a prática da vida também assimila a sua teoria. 
a) Descrição 
b) Dissertação 
 
29 
 
c) Narração 
d) Notícia 
e) Conotação 
 
APÓS A LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO POEMA ABAIXO RESOLVA A QUESTÃO 09: 
 
O POEMA 
 
 
09- Neste poema de Ulisses Tavares temos o predomínio do tipo: 
a) dissertativo. 
b) descritivo. 
c) narrativo 
d) epistolar (carta) 
e) jornalístico 
 
 
 
 
Leia a tirinha e identifique a afirmativa correta, a partir das falas das personagens: 
 
10- No último quadrinho, a mãe está lendo para Magali uma receita. Nos dois primeiros, que tipo 
de texto temos? 
a) descrição; 
b) dissertação; 
c) narração; 
d) uma descrição e uma narração; 
e) uma narração e uma dissertação. 
GABARITO: 1-c, 2-a, 3-a, 4-e, 5-b, 6-b, 7-a, 8-b, 9-a, 10-c 
 
6.5. ADEQUAÇÃO VOCABULAR 
Na comunicação, na escolha do vocabulário percebe-se a visão de mundo do falante. O 
domínio do vocabulário varia de pessoa para pessoa e garante uma parte essencial do 
entendimento entre as pessoas. Para que haja comunicação é necessário que o repertório 
 
30 
 
vocabular seja comum entre os falantes. As dificuldades no 
processo comunicativo acontecem devido ao fato de que o 
sentido dos vocábulos está relacionado a fatores sociais, profissionais, regionais, de escolaridade, 
de idade que não são comuns, pois cada grupo apresenta vocabulário próprio, que pode ser ou 
não comum ao de outro grupo. 
6.5.1. CASOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS. 
Absolver: inocentar: O réu foi absolvido. absorver: sorver: A água foi absorvida pelo solo. 
Ascender: subir: Ele ascendeu socialmente. acender: inflamar: O visitante acendeu o fogo. 
Acento: sinal gráfico: A palavra tem acento. assento: lugar: Ele está no assento ao lado. 
Acidente: desastre: Ele causou o acidente. incidente: episódio: O incidente foi superado. 
Adotar: escolher: Adotou-se esta posição. dotar: beneficiar: Ele é bem dotado. 
Afim: afinidade: Meu objetivo é afim ao teu. 
(semelhante ao teu) 
a fim de: com a finalidade de: Estudarei muito, a 
fim de ter uma boa colocação. 
Aleatório: casual: A escolha foi aleatória. alheatório: vexatório: Sua atitude foi alheatória. 
Ao encontro de: para junto de; favorável a: 
 Ele foi ao encontro de seus amigos. 
de encontro a: contra; em prejuízo de: minhas 
ideias vão de encontro às tuas. 
Em vez de: em lugar de: Em vez de carne, 
prefiro peixe. 
ao invés de: ao contrário de. Ao invés de entrar, 
saiu. (entrar é antônimos de sair) 
Evocar: lembrar: Evocou o início do fato. invocar: chamar: Ele invocou a Deus. 
Cassar: invalidar A Presidente foi cassada. caçar: perseguir: A raposa foi caçada. 
Casual: ocasional causal: relativo à causa. 
Cavaleiro: anda a cavalo: O rei é cavaleiro. cavalheiro: nobre: Os homens eram cavalheiros. 
Censo: contagem: Já começaram o censo. senso: juízo: Ele tem bom senso para agir. 
Cerrar: fechar As portas estavam cerradas. serrar: dividir: Eles cerraram as grades das celas. 
Comprimento: medida: A saia tinha um 
bom comprimento. 
cumprimento: saudação: Eles se 
cumprimentaram efusivamente. 
Concerto: composição conserto: reparo. 
Cozer: cozinhar: Vou cozer as verduras. coser: costurar: No passado, elas sabiam coser. 
Descrição: ato de descrever: A descrição 
do produto é fidedigna. 
discrição: reserva: A discrição é uma virtude. 
Despensa: depósito: A despensa esvaziou. dispensa: demissão: Eles foram dispensados. 
Despercebido: não foi notado: A fala do 
palestrante passou despercebida. 
desapercebido: desprevenido: Ele foi 
desapercebido da gravidade da situação. 
Emergir: vir à tona: Linda, ela emergiu. imergir: mergulhar: Ele imergiu de sopetão. 
Emigrar: deixar seu país para residir em 
outro: Muitos emigram por uma vida melhor. 
imigrar: entrar em um país estrangeiro para nele 
viver: Os imigrantes ilegais vivem se escondendo. 
Eminente: elevado: O eminente professor... iminente: próximo: É iminente a queda do ditador. 
Emitir: expedir: Eles emitem gases tóxicos. imitir: introduzir: Ele imitiu dinheiro falso no país. 
Empoçar: formar poça: Água empoçada. empossar: dar posse: Ela deu posse ao ministro. 
Espiar: observar: Ele espia pela fechadura. expiar: pagar: Os pecadores expiam os pecados. 
Flagrante: ato em que a pessoa é 
surpreendida a praticar: Preso em flagrante. 
fragrante: cheiroso: A alfazema é uma fragrância 
adorável. 
Induzir: levar a: Foi induzido ao crime. aduzir: apresentar: A defesa aduziu novas provas. 
Inflação: aumento de preços: Novos índices 
de inflação surpreenderam a população. 
infração: ato ou efeito de violar uma norma: 
Furar o semáforo é considerada uma infração. 
Infligir: aplicar castigo: Infligiu uma pena 
leve ao réu. 
infringir: violar: O motorista infringiu as leis de 
trânsito. 
Mandado: ato de mandar: Mandado de 
segurança. 
mandato: procuração: Mandado de deputado. 
Onde – É utilizado junto a “verbos 
estáticos”, que não denotam locomoção, 
deslocamento. Onde estão os meus livros? 
Aonde (a + onde) – para “verbos de movimento”, 
que denotam locomoção, deslocamento. 
Aonde vocês vão? 
Recrear: divertir: Participar de recreação. recriar: criar de novo: Vamos recriar a situação. 
Repressão: proibição: Repressão ao roubo. repreensão: advertência: Isso foi repreensão. 
Sustar: interromper: O cheque foi sustado. suster: manter: Precisamos suster esta versão. 
Taxa: tributo: As taxas dos impostos sobem. tacha: prego pequeno: A tacha do salto feriu o pé. 
Tachar: censurar: Ele foi tachado de ladrão. taxar: fixar a taxa de: A multa foi taxada em 25%. 
 
31 
 
Tráfego: percurso: O trafego era intenso. tráfico: negócio ilícito: Ele é uma vítima do tráfico. 
Trás: atrás: Estava quieta na parte de trás. traz: verbo trazer: A criança traz alegria à vida. 
Vestiário: guarda-roupa: Eles seguiram 
para o vestiário após a partida. 
vestuário: traje: Dicas de vestuário são 
valorizadas pelas mulheres. 
(Prefixo) Pós: após: Pós-moderno. (Prefixo) pré: antes de: Preconceito, preexistente. 
Acerca de: sobre: A presidente discursou acerca de seu governo. 
A cerca de: a uma distância aproximada de: A loja fica a cerca de cinquenta metros da casa. 
Há cerca de: existem aproximadamente: Estamos juntos há cerca de dez anos. 
(Preposição) Ante: perante: Ante tal fato, devemos pensar sobre essa metodologia. 
(Prefixo) ante: anterioridade: anteprojeto 
(Prefixo) anti: oposição: Aquele jovem é antipático. 
Cessão: ato de ceder: O documento de cessão de terras foi lavrado em cartório. 
Seção: subdivisão de um todo, setor, repartição, divisão: Ele trabalha em qual seção? 
Sessão: espaço de tempo de uma reunião, um congresso, ...: A sessão de cinema vai começar? 
 (Advérbio) Pró: em favor de, em defesa de: Meu parecer foi pró- impeachment. 
Subentender: perceber o que não estava exposto claramente: Estavam subentendidos os sinais. 
6.5.2. OUTROS CASOS 
Na elaboração de um texto técnico deve-se evitar: palavras de difícil compreensão; 
interferência de da língua falada na língua escrita; evitar cacoetes de linguagem, chavões e 
cacófatos e atentar para o significado correto das palavras. 
 Admitir (aceitar ou reconhecer fato em geral negativo). Não utilizar como sinônimo de 
dizer, declarar ou afirmar: O ministro admitiu que a inflação pode voltar. 
 Alegar (aceitar como prova, explicar, desculpar-se): O aluno alegou que não fez a tarefa. 
 Além disso, além do que (Geralmente pode ser substituído por e ou por um ponto) 
O artista fez exigências descabidas, pedindo diariamente dois litros de uísque importado. 
Além

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