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Resenha Crítica: O Caso dos Exploradores de Cavernas

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FULLER, Lon L; O caso dos Exploradores de Cavernas (“The case of the Speluncean Explorers’’)26 p.
 RESENHA CRÍTICA
 Ana Caroline Gomes Teixeira
 
 O livro “O caso dos Exploradores de Cavernas’’, foi criado pelo filósofo e professor jurídico Lon L. Fuller, o mesmo foi publicado pela primeira vez na Universidade de Harvard Law Review em 1949. O caso dos exploradores de caverna se passa no ano de 4.300, em Newgarth- cidade fictícia que fazia parte da Commonwealth, este foi um dos livros mais emblemáticos sobre o Direito. 
 Nele, evidencia-se fatos fictícios quando cinco membros resolvem entrar em uma caverna de calcário para explorar ocorre um deslizamento de terra bloqueando a saída. Devido às dificuldades de resgate e novos deslizamentos de terra, dez trabalhadores que atuavam no resgate foram mortos e ficaram presos por um longo tempo. Para manter contato com a equipe de resgate via rádio, os exploradores obtiveram a notícia de que devido à dificuldade do resgate, demoraria aproximadamente dez dias para realizar tal tarefa, pois os suprimentos eram escassos, e as chances de sobrevivência eram muito pequenas. Porém, já no décimo terceiro dia Roger Whetmore, um dos exploradores o qual optou pela idéia da prática do canibalismo- pois era esta a única opção que lhe restava naquele momento desesperador, perguntou ao médico assistente se o canibalismo teria chance de sobrevivência, a resposta foi sim, então eles recorrem às autoridades religiosas, políticas e médicas, mas ninguém concordou em tomar uma decisão, sem obter respostas, o mesmo tomou a iniciativa propondo juntamente com seus “colegas” que jogassem os dados e a pessoa que escolhesse seria morta e comida por eles, ainda assim, Whetmore pediu para que esperassem mais uma semana para realizar o sorteio, no entanto, o restante do grupo discordou, então iniciaram jogando os dados e o escolhido foi o próprio Whetmore- que foi morto e comido pelos que estavam presos, óbvio. Depois de serem resgatados e enviados ao hospital por desnutrição e se recuperarem do trauma, eles foram acusados ​​de homicídio e condenados em primeira instância pela morte de Roger Whetmore, o júri decidiu condená-los à forca. Após o julgamento, o júri enviou uma petição ao departamento administrativo solicitando a mudança da sentença para seis meses de prisão.
 O juiz Foster foi o primeiro a votar e não hesitou em dizer que eles eram inocentes, porque quando os réus mataram Whetmore, eles estavam em um "estado natural" e, portanto, a lei que deveria ser aplicada não seria a lei positivada, mas sim a que se adequasse à situação do caso. De acordo com o caso, por outro lado, o juiz Tuating apareceu em uma disputa, culpando-os de um lado e simpatizando com os réus de outro, e questionou Foster sobre essas "leis da natureza" e quando elas entraram em vigor, questionou se foi antes ou depois de Whetmore estar morto. O juiz Keane disse que os exploradores sofreram muito e deveriam ser absolvidos, mas ainda assim votou pela condenação dos réus porque deveriam ser julgados de acordo com a lei. Hand votou a favor da inocência dos réus, baseando-se numa pesquisa feita pela população onde noventa por cento votava a favor da absolvição, e a opinião pública deveria ser levada em consideração já que o caso repercutiu no país e no exterior. Na conclusão da votação houve um empate e foi mantida a decisão de primeira instância: os réus seriam enforcados. 
 Logo, evidencia-se o quanto este livro, além de muito complexo é um excelente livro para os acadêmicos de Direito quando voltado à prática de um julgamento e o quanto é e foi difícil nessa história fictícia- optar por tomar uma decisão já que, no Direito, casos como estes ou outros, de qualquer maneira terá que obrigatoriamente haver uma finalidade, principalmente quando é em relação à vida de outras pessoas. Este caso cheio de lacunas e decisões hesitantes, para aquele que lê-lo servirá muito, pois ele irá fazer com que o leitor/discente de Direito usufrua inicialmente como a lei funciona na prática. Todavia, é indubitável que a forma como Fuller descreve a realidade jurídica e a relação entre a moral e as leis, mostra um conectivo com a realidade que dá uma abrangência enorme sobre a experiência do Direito, a criação do pensamento jurídico e sobre quantos lados é possível observar e analisar sobre um caso como este.

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