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Transferência de Embrião em Bovinos

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Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Introdução 
A Transferência de Embriões (TE) em 
bovinos é uma biotecnologia acompanhada 
da superovulação e consiste em recolher 
embriões de uma fêmea doadora para uma 
receptora com a finalidade de completar a 
gestação. Ou seja, o embrião se desenvolve 
inicialmente no útero da fêmea doadora 
para depois ser recolhido e inserido na 
fêmea receptora. 
 
Vantagens 
 Melhoramento genético buscando um 
melhor aproveitamento do potencial 
genético das fêmeas; 
 Redução do intervalo entre gerações 
por poder retirar vários embriões de 
uma única fêmea; 
 Controle da transmissão de doenças 
infectocontagiosas; 
 Facilidade de comercio já que o embrião 
pode ser congelado e comercializado. 
 
Desvantagens 
 Processo trabalhoso demandando muito 
manejo e utilização de hormônios; 
 Alto custo financeiro; 
 Necessidade de preparação técnica. 
 
Fatores para o sucesso da Transferência de 
Embrião 
 Qualidade do embrião; 
 Estágio de desenvolvimento; 
 Período entre colheita e TE/ 
Congelação; 
 Qualidade da receptora (nutrição e 
sanidade); 
 Treinamento técnico dos profissionais 
envolvidos 
 
Uso estratégico da Transferência 
de Embrião 
No método tradicional, utilizando a 
inseminação artificial (IA), em 5 anos uma 
vaca poderia gerar até 5 bezerros. Já com a 
TE, ocorrendo 4 coletas por ano, havendo 
em cada coleta 2 bezerros, em 5 anos 
podemos ter até 40 novos animais. 
Atualmente a TE é mais realizada em raças 
taurinas de corte. Todavia isso não é uma 
regra já que em algumas fazendas de leite é 
realizado o uso estratégico da TE pois, como 
já vimos, esses animais sofrem muito com o 
estresse térmico dificultando a reprodução 
podendo piorar a qualidade dos óvulos. 
Nas estações quentes, em razão da alta 
temperatura, as vacas de raças taurinas não 
têm um bom desempenho reprodutivo. 
Pensando nisso, há um uso estratégico da TE 
nas fases que a eficiência da inseminação é 
menor. 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
No verão, são selecionadas algumas novilhas 
(fêmeas que ainda não pariram) da 
propriedade que, por serem mais novas e 
não estarem produzindo leite acabam sendo 
mais férteis. Por conta disso, as novilhas são 
inseminadas e o embrião é retirado e 
inserido numa vaca adulta. 
 
Receptoras 
As receptoras devem ser selecionadas com 
base em seu escore de condição corporal e 
atividade cíclica regular. O embrião deve 
chegar na receptora com as mesmas 
condições que saiu da doadora e a fase ideal 
do ciclo estral que a receptora deve estar é 
fim de metaestro a começo do diestro. Além 
disso, é necessário que o tamanho do animal 
que irá receber o embrião seja condizente 
com o tamanho da raça do embrião a ser 
transferido para que o parto ocorra 
adequadamente e, por fim, que tenha boa 
habilidade materna já que irá cuidar do 
filhote nos primeiros meses de vida. 
 As receptoras normalmente são 
mestiças tendo genética tanto taurina 
quanto zebuína preservando a 
rusticidade. 
Doadora 
As doadoras devem ser selecionadas com 
base nos melhores índices zootécnicos para 
que haja melhora no potencial genético da 
propriedade. Logo, selecionamos animais de 
alta produção leiteira ou com melhor 
rendimento de carcaça no caso de animais 
de corte com maiores curvas de lactação, 
sem problemas de casco e bons índices 
reprodutivos ciclando regularmente além do 
bom escore de condição corporal. É 
importante que esse animal não apresente 
histórico de anomalias congênitas ou 
hereditárias. 
 
Após realizarmos uma superovulação e 
inseminação artificial nas fêmeas doadoras, 
devemos esperar alguns dias para que haja 
a fecundação, começo do desenvolvimento 
embrionário e chegada ao útero. Portanto, 
a lavagem uterina e coleta dos embriões 
ocorre 6 a 8 dias após a 1ª inseminação. 
 
A primeira ação a ser feita é checar se as 
fêmeas responderam ao tratamento 
superovulatório por palpação retal para 
sentirmos o(s) corpo(s) lúteo(s) em vacas já 
essa estrutura acaba se projetando nos 
permitindo senti-la. Além disso podemos 
utilizar também um ultrassom. 
 
 
 A lavagem uterina deve ser feita após 
a resposta desejada a superovulação. 
 
Para que haja a coleta de embrião deve 
haver na propriedade um ambiente limpo 
com sonda, mangueira e filtros siliconados 
estéreis, 1L de PBS + 1%SFB de 30º a 35º. 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Colheita dos embriões 
A vaca é colocada num brete ou tronco de 
contenção e é feita então uma anestesia 
epidural já que a TE demora de 20 a 30 
minutos e durante esse processo, o 
profissional mantém seu braço inserido no 
reto do animal para massagear e realizar a 
lavagem uterina, logo, a epidural se faz 
necessária para retirar a sensibilidade retal, 
vaginal e uterina. É realizada a aplicação de 
lidocaína na articulação sacrococcígea ou 
entre as vértebras coccígeas. 
 
 
Deve-se limpar o reto retirando as fezes e 
também a região perianal para poder então 
realizar a introdução e fixação da sonda no 
útero. 
 
 
 A lavagem uterina deve ser feita de 6 
a 8 dias após a primeira inseminação 
que é o momento em que há a 
presença de um embrião um pouco 
mais desenvolvido. 
 
É inserida então a sonda de Foley que é 
flexível e é por conta disso utilizamos um 
mandril, semelhante ao usado na 
inseminação para dar uma firmeza na 
sonda contribuindo na sua passagem pelos 
anéis cartilaginosos presentes na cérvix. 
 
 
 
A sonda é encaminhada até o início do corno 
uterino que possui o ovário que superovulou. 
 
Após isso deve-se inflar o cuff que é o balão 
da sonda permitindo com que a sonda se 
fixe, mesmo com a retirada do mandril. 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Com isso, é feita a lavagem uterina e a 
colheita dos embriões. 
 
 
 
A colheita de embriões em vacas é realizada 
por meio de um sistema fechado em que, 
acoplado a sonda de Foley é inserido um 
tubo Y que possui realmente um formato de 
Y por conter duas saídas. Uma saída é 
acoplada a bolsa que contem o PBS e a outra 
é acoplada a um filtro fechando o circuito. 
A bolsa de PBS é erguida para que, por 
gravidade, seu conteúdo seja encaminhado 
para dentro do útero e enquanto isso, o 
veterinário continua realizando palpação 
transretal massageando o útero para que os 
embriões se movimentem e, no momento 
em que for fechado o circuito do PBS e 
aberto o do filtro, os embriões venham pela 
sonda e fiquem retidos no filtro. Esse 
procedimento é repetido várias vezes até que 
os embriões fiquem retidos no filtro. 
 
 
 
 
Manipulação e avaliação dos 
embriões 
 
O filtro é lavado com PBS que estava em 
banho maria e o líquido é colocado em placas 
de Petri que é levada para a localização em 
microscópio na objetiva 10 a 20x já que os 
embriões bovinos não são visualizados a olho 
nu diferente dos embriões equinos. 
 importante nunca deixar com que o 
filtro seque. 
 
Avaliação 
É necessário avaliar os embriões quanto ao 
estágio e qualidade embrionária. O estágio 
irá ser importante para sincronizarmos com 
a receptora, ou seja, se um embrião está 
mais velho, devemos coloca-lo na receptora 
mais avançada em diestro. 
A qualidade, por sua vez está relacionada 
com a capacidade de resistir à congelação e 
a transferência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Estágios do Embrião 
 
 
 
Quando há a união entreum 
espermatozoide e um óvulo forma-se uma 
célula única denominada “Zigoto” que irá 
sofrer diversas clivagens (mitoses) se 
tornando várias estruturas. 
Na TE, utilizamos 5 estágios de 
desenvolvimento: 
 
• MÓRULA INICIAL (5 A 6 DIAS): embrião que 
possui várias células denominadas 
(blastômeros). Vemos então um 
aglomerado celular contendo os 
blastômeros distinguidos. 
 
• MÓRULA COMPACTA (DIA 6): não 
conseguimos distinguir cada blastômero 
como conseguíamos na fase anterior. 
 
• BLASTOCISTO INICIAL (DIA 7): há a 
formação de uma cavidade contendo 
líquido sendo chamada de blastocele. 
• BLASTOCISTO (DIA 7 E 8): há aumento da 
blastocele. 
 
• BLASTOCISTO EXPANDIDO (DIA 8 E 9): há 
aumento no blastocisto. 
 
Qualidade do Embrião 
Há diversas formas de classificar um 
embrião, mas de acordo com a Sociedade 
Internacional de Transferência de Embriões 
(IETS) os embriões podem ser classificados 
em grau 1, 2, 3 e 4. 
 
GRAU 1: EMBRIÃO EXCELENTE/BOM 
 
• O desenvolvimento do embrião é 
compatível com o esperado; 
• A massa embrionária é simétrica e 
esférica com coloração e tamanho 
uniformes; 
• Zona pelúcida intacta; 
• Menos de 15% de células extrusadas. 
 
 Células extrusadas são células que não 
seguiu a sequência de 
desenvolvimento corretamente. 
 
 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
GRAU 2: REGULAR 
 
• O desenvolvimento atende o esperado; 
• Há irregularidades moderadas na forma 
geral da massa embrionária, cor e 
densidade; 
• Zona pelúcida pode estar intacta ou não; 
• Mais de 15% do total de células estão 
extrusadas. 
• Ultimo estágio que pode ser congelado 
 
GRAU 3: EMBRIÃO POBRE 
 
• Desenvolvimento não é compatível com o 
esperado; 
• Há irregularidades maiores na forma, 
tamanho, cor, densidade; 
• 50% da massa embrionária é viável; 
• Mais de 75% das células estão 
degeneradas. 
• É o ultimo grau a ser inserido na 
receptora a fresco. 
 
 
 
 
 
 
 
GRAU 4: EMBRIÃO DEGENERADO OU MORTO 
 
• Desenvolvimento não é compatível com o 
esperado; 
• Possui apenas 25% da massa 
embrionária viável; 
• Há irregularidades maiores na forma, 
tamanho, cor e densidade; 
• Massa embrionária é menor que 25% de 
todo o material presente na zona 
pelúcida. 
 
Embriões de grau 1 e 2 são colocados nas 
fêmeas que entraram em cio junto com as 
doadoras. Já os embriões grau 3 podem ser 
colocados nas receptoras que apresentaram 
cio 24 horas antes ou após da doadora e os 
embriões grau 4 devem ser descartados. 
 
Envase Embrião a Fresco 
Após a avaliação fazemos a transferência ou 
criopreservação. Para isso devemos envasar 
que nada mais é do que inserir os embriões 
em palhetas de 0,25mL 
 
 
Num lado da palheta há o algodão e no 
outro o lacre. Para envasar o embrião 
devemos colocar (direita para esquerda na 
imagem) uma coluna de meio que está sendo 
utilizado para envasar o embrião e mantê-
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
lo viável como PBS ou/e SFB. Após colocar 
o meio, devemos colocar uma coluna de ar 
e então uma coluna de meio junto com o 
embrião. Deve-se inserir depois mais uma 
coluna de ar e por fim mais uma coluna de 
meio até o lacrador. Como mostrado na 
imagem acima anterior. 
Isso é necessário para que o embrião não se 
mova na palheta, logo o ar serve como uma 
barreira evitando a movimentação e 
possíveis acidentes. 
Após envasar, deve ser feita a identificação 
do touro, doadora, data, estágio e qualidade 
do embrião. 
 
Criopreservação 
Há o MÉTODO RÁPIDO/ CONVENCIONAL em que 
a palheta é refrigerada numa curva lenta 
até ser colocada no nitrogênio. 
Podemos citar também o MÉTODO DE 
VITRIFICAÇÃO que consiste na inserção do 
embrião em meios que o façam desidratar 
de forma rápida fazendo então seu 
congelamento. 
 
Inovulação 
É a transferência não cirurgica via vaginal. 
Para ser realizada é necessário sincronizar a 
receptora com a doadora sendo o ideal que 
a receptora manifeste estro junto com a 
doadora ou em intervalo de 24 horas. 
Antes de inserir o embrião, deve-se avaliar 
a receptora e verificar, por meio de 
palpação retal ou ultrassom se há a 
formação de um corpo lúteo e sua qualidade 
(quanto maior, melhor). 
 
Após a avaliação, devemos então preparar o 
material para o procedimento que consiste 
em 
• INOVULADOR FRANCÊS OU ALEMÃO: 
semelhante a uma palheta de 
inseminação, porem mais fino e 
comprido já que o embrião deve ser 
inserido no corno uterino. Por cima do 
inovulador é colocada a bainha azul que 
é uma estrutura firme e estéril que 
protege e dá a limpeza evitando a 
contaminação; 
 
 
• CAMISA SANITÁRIA: plástico que evita a 
entrada de sujidades no ambiente 
uterino. – nem todos os veterinários 
utilizam. 
 
 
Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva- É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Devemos então fazer a limpeza de reto e 
higiene da receptora para iniciar o 
procedimento. 
 Alguns veterinários optam por 
realizar uma anestesia epidural para 
que as fêmeas fiquem mais calmas, 
mas o procedimento é rápido e pode 
ser realizado sem a anestesia. 
 
O inovulador é inserido via vaginal e com o 
auxílio da palpação retal, é direcionado para 
a junção útero-tubárica, na ponta do corno 
uterino ipsilateral (mesmo lado) ao corpo 
lúteo. 
 
Caso o embrião esteja congelado, ele deve 
ser descongelado ao mantermos durante 10 
segundos no ar evitando que os cristais de 
gelo fraturem a zona pelúcida, e 20 
segundos em água a 25ºC. 
 
 
 
Devemos então aguardar alguns dias e 
realizar então o diagnostico de gestação, 
podendo ser de forma precoce (25 dias) com 
o auxílio do ultrassom ou por palpação retal 
(45 a 60 dias) em que será possível sentir a 
assimetria dos cornos uterinos. 
 
A sexagem poderá ser realizada de 50 a 70 
dias.

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