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Unidade II
Unidade II
Comida é fundamental para a manutenção da vida. Ela provê os nutrientes principais que o 
corpo humano não pode gerar para si. A comida é usada em nível celular, em que os nutrientes são 
preciosos para as reações químicas que compreendem a síntese de enzimas, divisão e crescimento 
celular, reparos e a geração de energia térmica. A maioria dos alimentos que nós ingerimos, contudo, 
não é suficiente para o uso celular até que seja mecânica e quimicamente diminuídas a formas que 
possibilitem ser absorvidas por meio da parede intestinal e passíveis de ser transportadas para as 
células pelo sangue. A comida ingerida não está tecnicamente no interior do nosso corpo até que 
seja absorvida; efetivamente, uma grande parte dessa comida não é digerida e passa pelo corpo como 
material supérfluo.
A comida que ingerimos permanece especialmente na forma de macromoléculas, como as proteínas 
e os carboidratos complexos; nesse caso, nosso sistema digestório necessita secretar enzimas ricas para 
digerir a comida, produzindo moléculas que sejam pequenas o suficiente para serem absorvidas para o 
interior do corpo humano. Concomitantemente, todavia, essas enzimas não devem digerir as células do 
próprio canal alimentar (autodigestão).
Outro desafio que o sistema digestório enfrenta diariamente é o balanço de massa, ou seja, 
contrabalançar a entrada com a saída de líquido. Os indivíduos ingerem aproximadamente 2 litros de 
líquido por dia. Ademais, as glândulas e as células exócrinas secretam aproximadamente 7 litros 
de enzimas, muco, eletrólitos e água na luz do canal alimentar. Esse volume de líquido secretado é 
o equivalente a um sexto do volume total de água do corpo (42 litros), ou mais do dobro do volume 
do plasma (3 litros), e necessita ser absorvido. Do contrário, o corpo desidrataria em passo acelerado. 
Habitualmente, a absorção é muito eficaz e somente cerca de 100 mililitros de líquido são inutilizados 
nas fezes. Porém, vômitos e diarreia (fezes demasiadamente aquosas) podem se tornar uma emergência 
quando as secreções do canal alimentar, que comumente seriam absorvidas, são desperdiçadas para o 
meio externo. Em casos graves, esse líquido inutilizado pode reduzir o volume do líquido extracelular 
a ponto de o sistema cardiovascular ser impossibilitado de conservar a pressão do sangue apropriada.
Um desafio final para o sistema digestório é afastar agressores externos. De maneira oposta 
do que se concebe, a maior área de contato entre o meio interno e o mundo exterior está 
na luz do sistema digestório. Por conseguinte, o canal alimentar, com sua área de superfície 
total do tamanho aproximado de uma quadra de tênis, abarba diariamente a agitação entre 
a necessidade de absorver água e nutrientes e a necessidade de impedir que bactérias, vírus 
e outros patógenos adentrem o corpo. Para esse propósito, o epitélio transportador do canal 
alimentar é amparado por um conjunto de mecanismos fisiológicos de defesa, abrangendo 
muco, enzimas digestórias, ácido e a maior coletânea de tecido linfático do corpo humano, 
o tecido linfático agregado ao intestino. Aprecia-se que 80% de todos os linfócitos do corpo 
estejam localizados no intestino delgado.
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
5 SISTEMA DIGESTÓRIO
5.1 Parte supradiafragmática
O sistema digestório consiste de um canal alimentar ligado em níveis contínuos com um conjunto de 
órgãos anexos. O papel fundamental do sistema digestório é conseguir, a partir dos alimentos, as moléculas 
imprescindíveis para a manutenção, o crescimento e outras necessidades energéticas do corpo humano. 
Este sistema pode ser dividido em duas partes principais: supradiafragmática e infradiafragmática. A 
parte supradiafragmática do sistema digestório corresponde às estruturas anatômicas situadas acima 
do diafragma, enquanto em sua parte infradiafragmática encontraremos as estruturas anatômicas 
localizadas abaixo do diafragma.
O canal alimentar, cujo comprimento medido no cadáver é de aproximadamente 9 metros de 
extensão, é composto de um tubo oco, que se estende da boca ao ânus. As estruturas anatômicas do 
canal alimentar abrangem: a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino 
grosso, o reto e o ânus. Já os órgãos anexos compreendem os dentes, a língua, as glândulas da boca, o 
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
Para que possamos ter o bom emprego das substâncias alimentares, o sistema digestório deve 
processar várias ações que incidem em processos mecânicos e químicos da digestão. De tal modo, entre 
os processos envolvidos na digestão teremos a mastigação, a deglutição, o peristaltismo, a digestão, a 
absorção, o armazenamento e a eliminação dos resíduos.
A mastigação (do grego mastichan, ranger os dentes) destina-se à desintegração parcial dos 
alimentos, que se executa na boca. Os movimentos mastigatórios reduzem o tamanho dos alimentos, 
misturando-os com a saliva.
A deglutição (do latim deglutire, engolir) incide no transporte dos alimentos por meio da 
faringe para o esôfago, o que requer a participação de vários movimentos musculares, entre 
os quais enfatiza-se em relevância a ascensão da laringe, impossibilitando que substâncias 
nutritivas se encaminhem para as vias aéreas e de maneira oposta permanentemente abertas 
ao trânsito do ar.
O peristaltismo (do grego peri, em torno; stellein, comprimir) consiste em contrações rítmicas 
semelhantes a ondas que movem o alimento através do canal alimentar.
No estômago e no duodeno acontecerá a digestão, momento em que teremos o desdobramento das 
substâncias alimentares em suas moléculas mais simples.
Por fim, a absorção, que se processa especialmente no restante do intestino delgado, enquanto o 
intestino grosso serve de receptáculo passageiro aos resíduos não aproveitáveis, até o momento de 
serem excluídos pela defecação.
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Unidade II
5.1.1 A boca e os anexos
A boca, também referida como cavidade oral, representa a porta de entrada do sistema digestório. 
Além da função mastigatória, participa ativamente na fonação, na sensação do paladar e como via 
aérea acessória.
Do ponto de vista anatômico, a cavidade oral é delimitada anteriormente pelos lábios, lateralmente 
pelas bochechas, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e pelo soalho da boca, e 
posteriormente pelo istmo das fauces e por parte do palato mole.
A mucosa que reveste a cavidade oral pode ser de três tipos: de revestimento, mastigatória 
e especializada. A mucosa de revestimento apresenta a sua distribuição em toda a região que 
não é sujeitada a um grande empenho durante a mastigação. É vista na bochecha, nos lábios, 
no soalho da boca, no palato mole, em parte do osso alveolar e na face inferior da língua. Já a 
mucosa mastigatória é espessada por uma camada de queratina e apresenta uma coloração menos 
intensa que a mucosa de revestimento. Está simbolizada pela gengiva e pelo revestimento do 
palato duro. Enfim, a mucosa especializada é a que forra o dorso da língua. O forramento dos dois 
terços anteriores possui papilas com papéis gustativos. No terço posterior se encontram nódulos 
linfáticos que desempenham a defesa contra agentes patogênicos.
Para finalidades descritivas, a cavidade oral será subdividida em duas partes principais: a parte 
externa, o vestíbulo da boca; e a parte interna, a cavidade própria da boca.
 Lembrete
O vestíbulo da boca é o espaço composto entre os lábios, as bochechas 
e os dentes em oclusão.
Os lábios da boca,superior e inferior, de natureza muscular, são ricamente irrigados e 
guardam a entrada da cavidade oral. São formados por quatro camadas sobrepostas, intimamente 
relacionadas. A mais externa é envolvida por pele, onde encontraremos numerosos folículos 
pilosos e glândulas sudoríparas. Profundo a ela, teremos uma camada muscular formada em sua 
maior parte pelo músculo orbicular da boca. Em seguida observamos uma camada submucosa, 
abrangendo glândulas salivares menores, como as glândulas labiais, em toda a sua extensão, cujos 
ductos de excreção abrem-se na mucosa labial. A camada mais interna é representada pelo tecido 
mucoso que forra os lábios.
 Observação
A parte vermelha dos lábios, cuja coloração se deve ao rico leito vascular, 
é chamada de margem vermelha.
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Os dois lábios da boca se unem lateralmente ao nível do ângulo da boca. Nesse local, observa-se 
uma discreta depressão chamada de comissura dos lábios. A rima da boca é uma zona localizada entre 
o lábio superior e o lábio inferior que pode permanecer aberta ou fechada, quando os dois lábios estão 
em contato.
 Observação
A comissura dos lábios pode ter modificações, relacionadas com 
hipovitaminoses e com a redução da dimensão vertical da oclusão, chamada 
de queilite angular.
A fenda labial, unilateral ou bilateral, é uma malformação congênita que 
afeta o lábio superior. Pode ser uma pequena fissura da margem livre do lábio, 
ou envolvê-lo totalmente até o nariz. Às vezes, estende-se intensamente e 
continua-se com fendas do palato, chamada de fissura labiopalatal.
Uma doença grave que não muito ocasionalmente atinge o lábio, 
especialmente o inferior, e de indivíduos do sexo masculino, é o carcinoma, 
em geral causado por exposição exagerada ao sol.
O limite lateral do lábio superior é formado pelo sulco nasolabial, que se estende desde a comissura 
dos lábios até a asa do nariz. Uma ligeira depressão vertical rasa, situada na linha mediana do lábio 
superior, e inferiormente ao septo do nariz, é chamada de filtro. Logo após o filtro, encontra-se o 
tubérculo, uma saliência volumosa de tamanho variável na margem vermelha. O lábio inferior é separado 
do mento pelo sulco labiomentual. Outro sulco, o labiomarginal, é uma ruga característica dos adultos 
que vai do ângulo da boca à base da mandíbula.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas localizadas na boca.
Lábio superior
Filtro
Margem 
vermelha
Comissura 
dos lábios
Zona 
vermelha
Margem 
vermelha
Tubérculo
Lábio inferior
Figura 103 – Detalhes do lábio na região oral
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Unidade II
A glândula parótida lança suas secreções salivares no vestíbulo da boca por meio de uma pequena 
abertura em frente ao segundo molar maxilar. Essa abertura apresenta uma elevação da mucosa e é 
chamada de ducto parotídeo ou ducto de Stenon. Quando ferida inadvertidamente pela oclusão dos 
dentes molares, inflama-se e incha. Diversas outras glândulas salivares menores têm nomes regionais, 
como as glândulas da bochecha e as labiais, e também lançam suas secreções no vestíbulo da boca por 
meio de aberturas microscópicas.
Na maior parte dos indivíduos, são encontradas pequenas glândulas sebáceas, não funcionais, de 
coloração amarelada, que ficaram presas na mucosa durante o desenvolvimento e não apresentam 
patologia associada. Trata-se dos grânulos de Fordyce, considerados variações anatômicas, sendo 
também encontrados na mucosa da bochecha.
No fórnice do vestíbulo, uma região no plano mediano do vestíbulo da boca, teremos a presença de 
duas pregas da mucosa, os frênulos do lábio superior e no inferior. Na região da bochecha, essas pregas 
chamam-se de frênulos laterais ou bridas.
A estratigrafia da bochecha possui quatro camadas caracterizadas sobrepostas entre si. Externamente 
se depara uma camada delgada de pele e ricamente irrigada. Essa característica anatômica explica a 
mudança para uma cor avermelhada relativamente rápida da região, especialmente durante as atividades 
físicas, em temperaturas ambientais baixas e em modificações emocionais instantâneas, como quando 
o indivíduo fica encabulado.
Sobreposta à camada cutânea está localizado o estrato formado por tecido celular subcutâneo, que 
possui quantidade alterável de tecido adiposo conforme a morfologia de cada indivíduo. Nas crianças e 
em indivíduos obesos, a quantidade de gordura subcutânea é mais vultosa.
Um acúmulo específico de tecido adiposo dessa camada é o corpo adiposo da bochecha, ou corpo 
adiposo de Bichat. Essencialmente, apresenta a função de preenchimento dos tecidos, mas também 
exerce papel funcional durante os movimentos de sucção do recém-nascido.
Subjacente ao plano subcutâneo está uma camada de tecido muscular recoberta pela sua fáscia. 
Essa camada é representada pelo músculo estriado esquelético, chamado de músculo bucinador. A ação 
do músculo bucinador é tracionar o ângulo da boca em sentido posterior, apertando a bochecha contra 
os arcos dentais. É, por isso, um músculo auxiliar aos músculos da mastigação, pois ajuda na mistura dos 
alimentos para imediata deglutição. Igualmente, age ainda no sopro e no movimento de sucção. Por fim, 
a camada mais interna da bochecha é forrada por tecido mucoso.
A cavidade própria da boca é a parte da cavidade oral que se localiza internamente ao arco dental 
da maxila e da mandíbula, abrangendo a gengiva que os compreende.
O limite anterolateral da cavidade própria da boca é constituído pela superfície dos dentes e 
pela gengiva. Seu limite posterossuperior é formado pela parte vertical do palato mole e pelo pilar 
anterior das fauces, chamado de arco palatoglosso. Este arco abrange o músculo palatoglosso e a 
mucosa oral que a forra e se estende do palato mole até os lados da base da língua. Por fim, o seu 
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
limite superior é formado pelo palato duro, enquanto o seu limite inferior é a parte muscular da 
língua (figura a seguir).
Dentes 
maxilares
Dentes 
mandibulares
Palatino
Lingual
Labial
Bucal
Cavidade própria da 
boca
Figura 104 – A cavidade própria da boca
A cavidade oral se comunica com a parte oral da faringe por meio do istmo das fauces. Limitada 
superiormente pelo palato mole, inferiormente pela raiz da língua e lateralmente pelos arcos palatoglosso 
e palatofaríngeo. Esses arcos delimitam de cada lado um espaço de formato triangular com base inferior 
chamada de fossa tonsilar. Na fossa tonsilar, é encontrada uma estrutura anatômica composta de tecido 
linfático chamada de tonsila palatina (figura a seguir).
Palato duro
Palato mole
Fauces
Túber
Úvula
Prega pterigomandibular
Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina
Arco palatoglosso
Papila retromolar
Parte oral da faringe
Dorso da língua
Figura 105 – A cavidade oral e a parte oral da faringe
As tonsilas palatinas apresentam aspecto ovoide e diversas vezes podem alterar seu tamanho. 
Sua superfície possui formato granuloso com inúmeras invaginações que correspondem às criptas 
da tonsila.
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Com as tonsilas linguais, as tonsilas faríngeas e outros pequenos nódulos linfáticos que se 
juntam compõem o anel linfático da faringe, antigamente relatado como anel linfático de Waldeyer. 
Essas estruturas anatômicas funcionam como o primeiro obstáculo de defesa do corpo humano 
contra os agentes patogênicosque adentram as cavidades nasal e oral.
O palato compõe o teto da cavidade oral, separando as duas cavidades: nasal e oral. O palato é 
formado pelo palato duro, ósseo e anterior; e pelo palato mole, muscular e posterior.
As pregas palatinas encontradas no palato são estruturas anatômicas remanescentes nos seres 
humanos, porém em alguns animais inferiores desempenham papéis acessórios de mastigação e 
sensitivas especiais. No palato mole, depara-se uma saliência cônica e mediana, a úvula palatina.
 Observação
A parte posterior do palato mole é sensível ao toque, e vômitos podem 
ser motivados por estimulação nessa área.
O assoalho da boca está coberto por mucosa de revestimento; subjacentes à mucosa de 
revestimento, encontram-se relevantes estruturas anatômicas: a glândula sublingual, os ductos 
de excreção salivar das glândulas submandibular e sublingual, a artéria sublingual, a veia sublingual, 
o nervo lingual e o nervo hipoglosso.
Superficialmente no assoalho da boca, vê-se na linha mediana uma prega fina que se estende até 
a face inferior da língua, chamada de frênulo da língua (figura a seguir). Quando o frênulo da língua 
é muito curto, ou sua inserção se faz próximo ao ápice da língua, tem-se uma condição chamada 
anquiloglossia, vulgarmente conhecida como “língua presa”. Esse quadro clínico restringe espantosamente 
a movimentação da língua, trazendo muitas vezes dificuldades fonéticas.
Carúncula 
sublingual
Frênulo da língua
Prega sublingual
Dentes anteriores da 
mandíbula
Figura 106 – Detalhes do assoalho da cavidade oral
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Lateralmente, de cada lado do frênulo da língua, existe uma pequena papila designada de carúncula 
sublingual, onde se abrem o ducto submandibular, ou ducto de Wharton, e o ducto sublingual.
O órgão mais notável no assoalho da boca é a língua. Ela é a mais evidente das estruturas 
anatômicas da cavidade oral e está relacionada à fonação, à mastigação, à deglutição, à gustação 
e à própria articulação das palavras. A língua ocupa quase todo o espaço da cavidade própria 
da boca, quando os dentes estão em oclusão. Composta essencialmente de um tecido muscular 
esquelético que lhe concede extraordinária mobilidade. Possui um corpo, um ápice, uma raiz, 
duas margens, além de uma face superior e uma face inferior. A extremidade anterior do corpo 
da língua é o ápice. A parte lateral da língua representa a sua margem. A face superior da língua 
corresponde ao seu dorso (figura a seguir).
Margem 
da língua
Dorso 
da língua
Corpo 
da língua
Raiz 
da língua
Papilas 
folhadas
Lábio 
superior
Figura 107 – Detalhes da língua em vista lateral
O dorso da língua tem seus dois terços anteriores separados do terço posterior pelo sulco terminal, 
que apresenta o formato de V, de abertura anterior e vértice mediano, coincidindo com o forame 
cego. Todas as estruturas anatômicas anteriormente localizadas a essa linha situam-se na cavidade 
oral, e todas as estruturas anatômicas posteriores, na faringe.
O terço posterior, que é a raiz da língua, é vertical e volta-se para a faringe. A sua mucosa cobre 
massas de tecido linfoide que constituem relevos superficiais. Ao seu conjunto se chama de tonsila 
lingual. A mucosa cobre também as pequenas glândulas linguais. A base da língua une-se à epiglote por 
três pregas mucosas, uma mediana e duas laterais. Cada prega glossoepiglótica lateral restringe, com a 
prega glossoepiglótica mediana, uma depressão chamada de valécula epiglótica.
Os dois terços anteriores do dorso da língua possuem uma mucosa rugosa em virtude da presença 
das papilas linguais. As papilas linguais podem ser divididas em: papilas circunvaladas, papilas filiformes, 
fungiformes e papilas folhadas.
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Anteriormente e ao longo do sulco terminal há uma cadeia de 7 a 14 papilas circunvaladas. As 
papilas circunvaladas apresentam corpúsculos gustativos e acolhem os ductos das glândulas serosas 
de von Ebner, um dos poucos grupos de glândulas salivares menores acessórias que têm denominação.
As papilas filiformes são as mais numerosas e conferem à mucosa do dorso da língua um aspecto 
de “veludo”. São as únicas papilas linguais que não possuem receptores gustativos, porém possuem 
corpúsculos do tato.
As papilas fungiformes estão dispostas entre as papilas filiformes, surgindo em número muito menor 
em comparação a elas. Devem o seu nome ao aspecto de “cogumelo” que adquirem. São encontradas 
especialmente no ápice e nos lados do dorso da língua. Nos indivíduos vivos podem ser distinguidas como 
pontos vermelhos luminosos.
A margem posterolateral dos dois terços anteriores da língua apresenta sulcos verticais chamados de 
papilas folhadas, cujos corpúsculos gustativos sofrem degeneração após alguns anos de vida.
 Observação
A língua saburrosa pode acontecer devido ao fumo, às infecções 
respiratórias, às infecções bucais e à febre. A higienização da língua é muito 
relevante e previne, entre outros fatores, a halitose.
O câncer de língua é o mais frequente da cavidade oral. Aproximadamente 
95% dos casos de cânceres situados na língua e no soalho da boca são 
carcinomas de células escamosas e estão correlacionados com uma longa 
história de utilização de álcool e de tabaco.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas encontradas na língua.
Tonsila 
lingual
Papilas 
circunvaladas
Papilas 
filiformes
Ápice da 
língua
Epiglote
Tonsila palatina
Forame cego
Sulco terminal
Sulco mediano 
da língua
Papilas 
fungiformes
Figura 108 – Detalhes do corpo e da raiz da língua
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Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e implantados nos arcos dentais da 
maxila e da mandíbula, que exercem os seguintes papéis:
• Preensão das substâncias alimentares conseguida pela ação conjunta dos dentes incisivos e dos lábios.
• Incisão dos alimentos, ou o ato de cortá-los em partículas menores.
• Dilaceração dos alimentos, ou o ato de rasgar e reduzir as substâncias alimentares a partículas 
menos compactas.
• Trituração, ou o ato de moer os alimentos.
• Articulação das palavras ou fala.
Conforme o tipo de dentes e o número de dentições, o ser humano é um mamífero heterodonte, 
por apresentar dentes de formas distintas, possibilitando a realização de papéis distintos para cada 
dente ou grupo de dentes. Sob esse aspecto, os dentes são divididos em: incisivos (do latim incidire, 
cortar), os que seccionam o alimento; caninos, que têm por finalidade dilacerar os alimentos; 
pré-molares, que esmagam os alimentos como se fossem prensas; e, por fim, os molares, que trituram 
as substâncias mastigadas.
 Lembrete
Os dentes são classificados como incisivos, caninos, pré-molares e molares.
Ainda, o ser humano é considerado um animal difiodonte, quer dizer, habitualmente, apresenta dois 
conjuntos de dentes que se desenvolvem ao longo da vida de um indivíduo.
Os seres humanos possuem dentes decíduos e permanentes. Os dentes decíduos são pouco calcificados 
em relação aos dentes permanentes e, como tais, são brancos como o leite. Os dentes permanentes, com 
maior índice de sais calcários, são brancos puxados para o amarelo. É a dentina que atribui a cor ao 
dente; o esmalte é praticamente incolor e transparente.
Do ponto de vista puramente descritivo, o dente apresenta uma parte visível e funcional na 
mastigação, a coroa do dente. O dente não é um órgão compacto. Em seu interior há uma cavidadeque 
reproduz, em linhas gerais, a sua morfologia exterior. É a cavidade pulpar, a qual possui duas partes: a 
cavidade da coroa e o canal da raiz do dente.
Nenhum dente está presente na cavidade oral no nascimento. A primeira série de dentes compõe a 
dentição decídua. Estes dentes surgem nos primeiros dois anos, aproximadamente na seguinte ordem: 
incisivos inferiores (6 a 7 meses de idade); incisivos superiores (7 a 9 meses de idade); caninos (16 a 18 
meses de idade); molares, primeiro (12 a 24 meses de idade) e segundo (20 a 24 meses de idade). Dessa 
forma, os dentes decíduos são em número de 20.
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A segunda série de dentes compõe a dentição permanente. Os dentes permanentes fazem a sua erupção 
entre os 6 e os 13 anos de idade, com exceção do terceiro molar. Os dentes permanentes realizam a sua 
erupção aproximadamente na seguinte ordem: incisivos (6 a 9 anos de idade); caninos (9 a 12 anos de 
idade); pré-molares, primeiro (10 a 12 anos de idade) e segundo (11 a 12 anos de idade); molares, primeiro 
(6 a 7 anos de idade), segundo (11 a 13 anos de idade) e terceiro (18 a 21 anos de idade).
 Observação
Eventualmente, com essa idade, os indivíduos tornam-se mais ajuizados, 
daí o nome popular para os terceiros molares. Dessa forma, os dentes 
permanentes são em número de 32.
O termo dentição mista é utilizado para se referir ao período no qual, ao mesmo tempo, permanecem 
os dentes decíduos e os permanentes na cavidade oral.
As glândulas da boca liberam uma secreção chamada saliva na cavidade oral. Comumente, 
é secretada tão somente uma quantidade satisfatória de saliva para manter as túnicas mucosas 
da boca e da faringe umedecidas e para limpar a boca e os dentes. Quando a comida adentra 
a boca, a secreção de saliva a lava e a lubrifica, dissolvendo-a e começando a decomposição 
química da comida.
A glândula parótida (figura a seguir) é a mais volumosa entre as glândulas salivares maiores 
(parótida, submandibular e sublingual). Ela está localizada na região lateral da face, no leito 
parotídeo. Como a glândula é acomodada no interior de um espaço irregular, ela também 
possui uma forma irregular. A parte superficial da glândula estende-se superiormente sobre o 
principal músculo da mastigação, onde uma parte acessória da glândula pode ser independente 
da estrutura principal.
Ducto parotídeo
M. bucinador
Glândula 
salivar parótida
M. masseter
Glândula salivar 
submandibular
Figura 109 – Glândula parótida e as suas relações anatômicas
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Emergindo da parte anterior da área mais superficial da glândula, localizamos o ducto parotídeo ou 
ducto de Stenon, que prossegue anteriormente, passando superficialmente ao músculo masseter em 
seu percurso em direção ao vestíbulo da boca. Ele libera a secreção salivar na papila do ducto parotídeo, 
ao nível do segundo dente molar maxilar.
 Observação
A caxumba, uma infecção viral que causa inflamação aguda e aumento 
do volume da glândula parótida, comprime a inervação local e produz 
muita dor à medida que a glândula é pressionada durante a mastigação. 
Em algumas condições, pode acontecer orquite (inflamação dos testículos), 
pancreatite e encefalite. Felizmente, essa situação foi quase completamente 
erradicada como resultado da vacinação.
As glândulas submandibulares estão situadas no assoalho da boca. Seus ductos, os ductos 
submandibulares, passam sob a túnica mucosa em ambos os lados da linha média do assoalho da boca 
e adentram a cavidade própria da boca, lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais 
estão abaixo da língua e superiormente às glândulas submandibulares. Seus ductos, os ductos 
sublinguais menores, abrem-se no assoalho da boca na cavidade própria.
5.1.2 A faringe
Faringe é um tubo fibromuscular situado atrás das cavidades oral, nasal e laríngea. Representa 
o extremo superior dos tubos respiratório e digestório, e se comunica inferiormente com o esôfago. 
Ela transporta os alimentos ao esôfago e o ar à laringe. Anatomicamente, a faringe é dividida em três 
partes: nasal, oral e laríngea.
Com aproximadamente 15 centímetros de comprimento nos homens e 13 centímetros de 
comprimento nas mulheres, com largura máxima de 3,5 centímetros até reduzir junto do esôfago, com 
diâmetro de 1,5 centímetros, estende-se desde a base do crânio até a borda inferior da cartilagem 
cricoídea, adiante, e a borda inferior de C6, por detrás.
A parte nasal da faringe apresenta função respiratória. É a parte mais superior da faringe, 
comunicando-se com a cavidade nasal, por meio dos cóanos. No teto da parte nasal da faringe depara-se, 
especialmente em indivíduos jovens, uma massa de tecido linfático chamado de tonsila faríngea.
A adenoide é um processo inflamatório da tonsila faríngea que pode motivar a obstrução 
dos cóanos, fazendo com que o indivíduo se torne um respirador bucal. Em situações extremas, 
esses indivíduos adquirem uma expressão facial característica, designada de fácies adenoide, 
caracterizada pela boca aberta, a língua protraída e a expressão facial abobalhada. A tonsila 
faríngea atrofia-se após a puberdade.
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Unidade II
Nas paredes laterais da parte nasal da faringe há uma abertura em fenda designada de óstio faríngeo 
da tuba auditiva. O óstio faríngeo da tuba auditiva representa a desembocadura da tuba auditiva na 
parte nasal da faringe. A tuba auditiva comunica a parte nasal da faringe com a orelha média, sendo a 
responsável por nivelar a pressão do ar existente na orelha média com a pressão atmosférica.
O óstio faríngeo da tuba auditiva é delimitado superior e posteriormente por um relevo em formato 
de meia-lua, formado pela cartilagem da tuba auditiva, designada como toro tubário.
A parte oral da faringe é uma estrutura relativamente simples, compondo-se na câmara que 
conduz à parte laríngea da faringe. A parte oral da faringe se estende do palato mole à margem 
superior da epiglote, que está posicionada na altura do hioide. A parte oral da faringe contém a 
tonsila palatina.
As tonsilas palatinas de uma criança são maiores do que as dos adultos. As tonsilas palatinas são 
suscetíveis à infecção porque tendem a acumular sobras de comida nas criptas tonsilares.
A parte laríngea consiste na parte mais inferior da faringe. Estende-se desde a margem superior da 
cartilagem epiglótica da laringe até a margem inferior da cartilagem cricoídea. Localiza-se posteriormente 
à laringe e prolonga-se diretamente pelo esôfago. Anteriormente, comunica-se com a cavidade da 
laringe por meio do ádito da laringe.
A parte laríngea da faringe, especificamente os recessos piriformes, é um local frequente de impacto 
de objetos pontudos, como os ossos de aves ou as espinhas de peixes. A presença de material estranho 
nessa região gera um quadro de asfixia e o indivíduo fica inapto para retirar o objeto; cautelas devem 
ser adotadas em manuseio no recesso piriforme, pois na parte profunda da mucosa dessa região se 
encontra o ramo interno do nervo laríngeo superior, que pode ser lesado.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço.
Canal medular
Seio frontal
Seio esfenoidal
Cavidade nasal
Cavidade oral
Língua
Mandíbula
Parte nasal da faringe
Parte laríngea da faringe
Laringe
Parte oral da faringe
Epiglote
Esôfago
Disco intervertebral
Corpo da vértebra 
cervical
Figura 110 – Vista medial da cabeça e do pescoço com plano de secção sagital
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
 Lembrete
A faringe está situada entre a cavidade própria da boca e o esôfago.
5.1.3 O esôfago
Funcionalmente, é o segmento mais simples do canal alimentar. Sua única finalidade é o 
transporte de materiais líquidos ou sólidos da faringe para o estômago. Seu comprimento alcança, no 
ser humano adulto, aproximadamente 25 centímetros, e se considerada a distância entre os dentes 
incisivos e o estômago, têm-se aproximadamente 40 centímetros antes de o alimento adentrar 
essa víscera do sistema digestório. O esôfago apresenta três partes: a parte cervical, que, no adulto, 
apresenta aproximadamente 8 centímetros de comprimento; a parte torácica, com aproximadamente 
16 centímetros no adulto; e a parte abdominal, em média, com 1 a 3 centímetros. No ser humano, o 
terço superior do esôfago é constituído de músculo estriado esquelético e os dois terços inferiores do 
esôfago são constituídos de músculos lisos.
 Observação
O esôfago se estende da faringe até o estômago.
Os estreitamentos esofágicos são causados pelas suas relações sintópicas. O primeiro estreitamento 
é observado na transição entre a faringe e o esôfago, ao nível da margem inferior da cartilagem 
cricoídea, o estreitamento cricóide, e compõe o esfíncter esofágico superior. O segundo e o terceiro 
estreitamentos são observados quando o esôfago é cruzado pela aorta, o estreitamento aórtico, e 
pelo brônquio principal esquerdo, o estreitamento brônquico, e sua esqueletopia corresponde a T5. 
Seu quarto estreitamento é observado próximo a três centímetros de sua terminação na cárdia do 
estômago, o estreitamento cárdico. Este estreitamento é dado pela contração das fibras musculares 
lisas do órgão, não sendo originado de sua relação com o diafragma, ainda que alguns autores o 
denominem estreitamento diafragmático.
A deglutição, ou ato de engolir, é o complexo ato mecânico e fisiológico de mover a comida, 
ou o líquido, da cavidade oral para o estômago. A primeira fase da deglutição é voluntária e 
vem após a mastigação, caso exista comida envolvida no processo. Durante essa primeira fase, 
a boca está fechada e a respiração é cessada provisoriamente. O bolo alimentar é formado 
quando a língua é erguida contra as pregas palatinas transversas, ou as pregas rugosas do 
palato duro. A segunda fase da deglutição é a passagem do bolo alimentar para a faringe. 
Os episódios dessa segunda fase são involuntários e ocorrem por estimulação dos receptores 
sensitivos situados na abertura da parte oral da faringe. A pressão da língua contra as pregas 
palatinas transversas fecha a parte nasal da faringe em relação à cavidade oral, gera uma 
pressão e força o bolo alimentar para o interior da parte oral da faringe. O palato mole e a 
úvula palatina são erguidos para fechar a parte nasal da faringe quando o bolo alimentar passa. 
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Unidade II
O osso hioide e a laringe também são erguidos. A elevação da laringe contra a epiglote fecha 
a glote de maneira que seja menos provável que o alimento ou o líquido possam adentrar a 
traqueia. A imediata contração dos músculos constritores da faringe desloca o bolo alimentar 
da faringe para o esôfago. A segunda fase é terminada em menos de 1 segundo ou menos. 
A terceira fase da deglutição, a entrada e a passagem do alimento pelo esôfago, também é 
involuntária. O bolo alimentar é movido pelo esôfago por meio de ondas peristálticas. No caso 
de líquidos, o processo inteiro da deglutição se executa em pouco mais do que um segundo; 
para um bolo alimentar típico, o tempo varia de 5 a 8 segundos.
No contexto de uma incompetência do esfíncter inferior do esôfago, acontece refluxo de suco 
gástrico para o esôfago. Isso pode gerar a inflamação do esôfago em virtude da presença nociva de 
ácido clorídrico no suco gástrico. Tal esofagite de refluxo pode gerar dores, azia ou queimação, que, 
comumente, depende da postura do paciente, ocorrendo, especialmente, quando ele está deitado. 
Sob o ponto de vista terapêutico, em casos leves de refluxos, são tomadas as medidas gerais, como a 
eliminação de alimentos desencadeadores e a redução de peso. Na esofagite de refluxo, medicamentos 
antiácidos são imprescindíveis.
 Saiba mais
Se o esfíncter do esôfago inferior não se fechar satisfatoriamente 
após a comida ter adentrado o estômago, o conteúdo deste poderá voltar 
(refluxo) para a parte inferior do esôfago. Isso poderá causar consequências 
desagradáveis. Leia sobre o assunto:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Sistema digestório. In: ___. Princípios de 
anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2016. p. 908.
 Lembrete
Uma parte do sistema digestório está localizada acima do diafragma. É 
a parte supradiafragmática. Ela compreende a boca e os anexos, a faringe 
e a maior parte do esôfago.
5.2 Parte infradiafragmática
5.2.1 O estômago
Localizado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superiormente ao 
duodeno e à esquerda do fígado, é moderadamente coberto pelas costelas. O estômago está situado no 
quadrante superior esquerdo do abdome ou, ainda, na região do hipocôndrio esquerdo.
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Ele apresenta o formato de J, sendo o segmento mais dilatado do canal alimentar; em virtude 
de a comida ficar nele por algum tempo, funciona como um reservatório entre o esôfago e o 
intestino delgado.
O estômago é dividido anatomicamente em quatro regiões principais: o cárdia, o fundo 
gástrico, o corpo gástrico e a parte pilórica. O cárdia recebe a parte final do esôfago e contorna 
o óstio cárdico do estômago, que tem como papel controlar a passagem da comida e impedir o 
refluxo (figura a seguir).
Esôfago–parte cervical
Esôfago–parte torácica
Esôfago–parte abdominal
Estômago – cárdia
Estômago – canal pilórico
Estômago – antro pilórico
Estômago – fundo 
gástrico
Estômago – corpo 
gástrico
Figura 111 – Vista anterior do estômago e do esôfago
O fundo gástrico, apesar do nome, localiza-se no alto, acima do ponto onde se realiza a união do 
esôfago com o estômago. Esta parte está comumente dilatada por ar, tornando-se responsável pelo 
som timpânico na realização de exames clínicos e complementares, como a percussão desta região, 
e também visível em radiografias, como uma área escura acima da sombra clara da substância de 
contraste ingerida.
 Observação
As úlceras e os tumores modificam a morfologia normal da mucosa do 
estômago, o que pode ser observado em radiografias e endoscopias.
O corpo gástrico representa aproximadamente dois terços do volume total, localizando-se entre o 
fundo gástrico e o antro pilórico, que contém as glândulas gástricas propriamente ditas.
A parte pilórica é a região afunilada de “saída” do estômago; sua parte larga, o antro pilórico, leva 
ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. Para evitar que o quimo alimentar passe ao intestino 
delgado inoportunamente, o estômago é beneficiado por uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro (sendo o seu orifício de saída do estômago chamado de óstio pilórico). O piloro é um 
adensamento proeminente da lâmina circular de músculo liso.
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O estômago possui ainda duas curvaturas: a curvatura maior do estômago (convexa) e a curvatura 
menor do estômago (côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor 
que sugere a união do corpo doestômago e da parte pilórica do estômago.
As relações do estômago são variáveis (figura a seguir), porque a posição do órgão se altera com a 
fase fisiológica, com a postura do indivíduo e com os fatores gerais de variação anatômica. As relações 
anteriores incluem as que se observam com o diafragma, o fígado, a parede anterior do abdome, o colo 
transverso e a cavidade peritoneal. As relações posteriores se fazem com o diafragma, a glândula adrenal 
esquerda, o pâncreas, parte do rim esquerdo e o mesocolo transverso.
Fígado
Vesícula biliar
Intestino grosso: 
colo transverso
Intestino grosso: 
colo ascendente
Intestino grosso: 
colo descendente
Estômago 
Intestino delgado
Figura 112 – Vista anterior do esôfago e do estômago
Do ponto de vista fisiológico, o estômago está dividido em parte digestória e parte egestória: a 
primeira para a digestão, e a segunda, representada, especialmente, pela região do antro pilórico, para 
a propulsão do conteúdo para o intestino delgado.
5.2.2 O intestino delgado
A principal parte da digestão acontece no intestino delgado, que se estende da união gastroduodenal, 
ou seja, do piloro, até a união ileocecal, que se liga com o intestino grosso (figura a seguir). O intestino 
delgado é um órgão imprescindível à vida. Os essenciais episódios da digestão e da absorção acontecem 
no intestino delgado. Deste modo, a sua estrutura é especialmente harmonizada para esse papel. Sua 
extensão proporciona grande área de superfície para a digestão e a absorção, sendo ainda muito elevada 
pelas suas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Colo transverso
Colo ascendente
Colo descendente
Colo sigmoide
RetoCeco
Íleo
Jejuno
Figura 113 – Vista anterior dos intestinos
O intestino delgado extraído possui aproximadamente 7 metros de comprimento, podendo variar 
entre 5 e 8 metros. Ele apresenta três partes: duodeno, jejuno e íleo.
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, a mais curta (25 centímetros) e a mais larga. 
É a única parte do intestino delgado que é fixa, pois é quase completamente retroperitoneal. A parte 
pilórica do estômago despeja-se no duodeno, sendo a “aceitação” duodenal controlada pelo piloro. O 
duodeno não apresenta o mesentério, com exceção dos 2 centímetros iniciais. Forma uma letra C em 
torno da cabeça do pâncreas. Inicia-se no piloro e acaba na junção duodenojejunal, que adquire a forma 
de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
A mucosa duodenal tem pregas circulares de mucosa, as válvulas de Kerckring, com exceção do 
bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior (primeira parte, 
com aproximadamente 5 centímetros); a descendente (segunda parte, que varia de 7 a 10 centímetros 
de comprimento); a horizontal (terceira parte, que varia de 6 a 8 centímetros de comprimento); e a 
ascendente (quarta parte, com aproximadamente 5 centímetros).
A parte superior do duodeno origina-se do piloro e estende-se até a vesícula biliar. Seus primeiros dois 
centímetros, chamados de bulbo ou ampola do duodeno, são móveis em virtude de estarem fixados por 
mesentério; o remanente é fixo, pois é retroperitoneal. As principais relações da parte superior do duodeno 
são: anterior (vesícula biliar e lobo quadrado do fígado) e posterior (ducto colédoco, pâncreas e veia porta).
A parte descendente do duodeno se curva em torno da cabeça do pâncreas. Os ductos colédoco e 
pancreático principal se juntam para compor a ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater, que se 
abre na parede posteromedial da segunda parte do duodeno, no alto de uma eminência, chamada papila 
maior do duodeno.
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático por meio de um 
dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua parte final chamado esfíncter da ampola 
hepatopancreática, ou esfíncter de Oddi.
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Unidade II
O ducto pancreático acessório, quando há, desemboca na papila menor do duodeno, localizada 
superiormente (aproximadamente dois centímetros) à papila maior do duodeno. Esta parte é 
totalmente retroperitoneal. As principais relações da parte descendente do duodeno são: anterior 
(colo transverso e alças do intestino delgado) e posterior (rim direito, ureter direito e músculo 
psoas maior).
A parte inferior ou horizontal do duodeno passa sobre a veia cava inferior e a parte abdominal da 
aorta. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: anterior (vasos mesentéricos superiores 
e alças intestinais), posterior (músculo psoas maior direito, veia cava inferior, parte abdominal da aorta 
e ureter direito) e superior (pâncreas e vasos mesentéricos superiores).
A parte ascendente do duodeno atinge a margem inferior do pâncreas e ali ela se curva anteriormente 
para se conectar ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor 
do duodeno ou ligamento de Treitz, o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, promovendo 
a movimentação do conteúdo intestinal. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: 
anterior (alças do duodeno), posterior (músculo psoas maior esquerdo e margem esquerda da parede 
abdominal da aorta), medial e superior (pâncreas).
O jejuno e o íleo são as duas últimas partes do intestino delgado. Elas compõem um tubo longo 
e torcido, constituindo as alças intestinais, que são excessivamente móveis, pois estão envolvidas 
por pregas de peritônio, chamado de mesentério. É dificílimo distinguir o jejuno do íleo no ponto de 
transição, todavia existem algumas características inerentes a cada um.
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento, sendo o jejuno os dois quintos 
proximais e o íleo, os três quintos distais. A maior parte do jejuno localiza-se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte do íleo se localiza no quadrante inferior direito.
O jejuno começa na flexura duodenojejunal, e o íleo acaba na papila ileal. Os dois se prendem 
à parede posterior do abdome pelo mesentério. Nessa região se encontram muitas vilosidades 
intestinais, daí deduzimos que em tal localidade ocorrerá a maior quantidade de absorção dos 
nutrientes. As massas de tecido linfoide são numerosas no íleo. Portanto, ocorre a absorção de 
água dos detritos indigeríveis do quimo líquido, transformando-o em fezes semissólidas que são 
transitoriamente contidas até que aconteça a defecação.
O quadro a seguir mostra algumas características peculiares ao jejuno e ao íleo.
Quadro 2 – Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo
Característica Jejuno Íleo
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro
Calibre 2-4 centímetros 2-3 centímetros
Parede Espessa e pesada Fina e leve
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Vascularização Maior Menor
Gordura do mesentério Menor Maior
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e esparsas, ausentes na parte distal
Tecido linfoide Poucas Muitas
Adaptado de Moore (2014).
5.2.3 O intestino grosso
Absorve a água com tanta agilidade que, aproximadamente em 14 horas, o conteúdo alimentar 
assume a firmeza característica do bolo fecal. Mede aproximadamente 6,5 centímetros de diâmetro e 
1,5 metro de comprimento. Ele se expande do íleo até o reto e está preso à parede posterior do abdome 
por meio do mesocolo.
O intestino grosso possui algumas características próprias em relação ao intestino delgado, como o 
calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias do colo, as saculaçõesdo colo, os sulcos paracólicos, 
as pregas semilunares e os apêndices omentais do colo.
As tênias do colo consistem no resultado de um condensamento da musculatura longitudinal 
da parede do intestino grosso em três faixas. Elas começam no ponto de implantação do apêndice 
vermiforme, no ceco, e percorrem ao longo de todo o colo até a parte proximal do reto, onde deixam de 
existir. São três os tipos de tênias do colo: a tênia livre, a tênia omental e a tênia mesocólica.
As saculações do colo são curvaturas ampulares separadas por sulcos transversais. Os apêndices 
omentais do colo são pequenos pêndulos de cor amarela formados por tecido conjuntivo farto em 
gordura. Surgem especialmente no colo sigmoide.
Anatomicamente, o intestino grosso é dividido em ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente, colo 
transverso, colo descendente e colo sigmoide (figura a seguir).
Colo ascendente
Ceco
Colo descendente
Apêndice vermiforme
Colo transverso
Mesentério
Intestino delgado
Figura 114 – Vista anterior do intestino grosso
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Unidade II
O ceco é a primeira parte do intestino grosso (figura a seguir), inferiormente a sua junção com 
o íleo. O ceco está quase completamente envolvido pelo peritônio, proporcionando-lhe a autonomia 
de movimentação. Todavia, o ceco não apresenta mesentério. Comumente, o ceco está fixo à parede 
lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais do peritônio. A entrada do íleo no ceco produz os 
lábios ileocólico (superior) e ileocecal (inferior) no óstio ileal, que compõem a papila ileal. As pregas 
deparam-se lateralmente, constituindo o frênulo do óstio ileal. Assim, os dois lábios formam a válvula 
íleo-cólico-cecal, que impossibilita e/ou restringe o refluxo do material oriundo do intestino delgado 
(mecanismo de um esfíncter ineficiente).
Ceco
Apêndice vermiforme
Colo ascendente
Íleo
Mesentério
Figura 115 – Vista anterior dos intestinos
No fundo do ceco, encontramos o apêndice vermiforme. Consiste em um divertículo intestinal 
cego, que mede aproximadamente entre 6 e 10 centímetros de comprimento. Ele apresenta massas 
de tecido linfoide.
O apêndice vermiforme tem origem na parede posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
Apresenta um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se alarga entre o apêndice e o ceco.
A posição do apêndice vermiforme é inconstante; contudo, em geral, é retrocecal. A melhor forma 
de encontrá-lo é seguir uma das tênias do colo, uma vez que ele está fixado no ceco em um ponto de 
convergência das tênias.
O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso, sendo a continuação do ceco. Expande-se 
desde a junção ileocecal até a flexura direita do colo, anteriormente ao rim direito e em contato com o 
lobo direito do fígado.
Está revestido por peritônio anteriormente e nas suas laterais, sendo, desta maneira, praticamente 
imóvel. Localizado posteriormente ao omento maior, é uma parte retroperitoneal. Entre o contorno 
lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco vertical profundo coberto por 
peritônio parietal, o sulco paracólico direito.
O colo transverso é a terceira parte do intestino grosso, mais longa (cerca de 45 centímetros) e com 
maior mobilidade das partes encontradas no intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura 
direita até a flexura esquerda do colo, onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. 
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
A flexura esquerda do colo é habitualmente mais superior, mais aguda e com menor mobilidade do que 
a flexura direita do colo. Possui relações excessivamente alteráveis.
Uma ampla prega peritoneal, o mesocolo transverso, concede extraordinária movimentação ao colo 
transverso. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior.
O colo descendente passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo para a fossa 
ilíaca esquerda, onde ele é sucessivo com o colo sigmoide. O sulco paracólico esquerdo se localiza entre 
o seu contorno lateral e a parede abdominal. Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo.
O colo sigmoide é a quarta parte do intestino grosso, distinto pela sua alça longa em forma de 
S, de comprimento variável (em média 40 centímetros). O colo sigmoide é conduzido ao plano 
sagital mediano, de tal forma que junta o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, 
aproximadamente a 15 centímetros do ânus, sugere a junção retossigmoide. Ele é muito móvel, em 
razão de um mesossigmoide. Seus apêndices omentais são longos.
5.2.4 O reto e o ânus
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ao perfurar o diafragma pélvico (músculos 
levantadores do ânus), passa a ser chamado de canal anal. A parte mais dilatada do reto, a ampola do 
reto, é prontamente superior ao diafragma pélvico.
As principais relações do reto são:
• anterior, no sexo feminino (alças intestinais, útero e vagina);
• anterior, no sexo masculino (alças intestinais, bexiga urinária, glândulas seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes);
• posterior, ambos os sexos (artérias glúteas superior e inferior, plexo sacral, músculos piriforme 
e coccígeo);
• laterais, ambos os sexos (tecido adiposo).
 Observação
Na região do reto, o peritônio compõe as escavações retovesical, no 
sexo masculino, e retouterina ou fundo de saco de Douglas, no feminino.
O canal anal se expande do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente). 
Ele possui pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é idêntica à do reto, enquanto na parte inferior 
é revestido por pele, pois elas têm origens embriológicas distintas. Na junção desses dois tipos de 
revestimento, vê-se a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa (as colunas anais ou de Morgagni), 
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que abrange ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas 
agrupam-se por uma prega da mucosa em formato de “pente”, chamadas de válvulas anais.
Entre as bases das colunas ligadas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os chamados seios anais, nos 
quais se acendem os ductos de glândulas rudimentares, que liberam um muco que auxilia na defecação.
O limite inferior das válvulas, idênticos a um “pente”, forma a linha pectínea, que sugere a junção da 
parte superior com a parte inferior do canal anal.
Embora bastante curto, aproximadamente 3 cm de comprimento, é relevante por ter algumas 
formações eficazes para o funcionamento intestinal, das quais mencionamos os esfíncteres anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e deriva de um adensamento de fibras musculares lisas 
circulares, sendo, por conseguinte, involuntário. O esfíncter anal externo é formado por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. 
Apresenta duas partes: a subcutânea, superficial; e a profunda. Todavia, elas são indistinguíveis. A alça 
do músculo puborretal também desempenha alguma atividade esfincteriana sobre o canal anal. Ambos 
os esfíncteres devem relaxar antes que a evacuação possa acontecer.
A figura a seguir mostra as imagens do reto e do ânus.
Reto
Canal anal
Coluna anal
M. esfíncter 
interno do ânus 
(involuntário)
Ânus
M. esfíncter externo 
do ânus (voluntário)
Figura 116 – Reto e ânus
Os principais papéis do intestino grosso são:
• absorção de água e de determinados eletrólitos;
• produção de certas vitaminas pelas bactérias intestinais;
• armazenamentoprovisório dos detritos (fezes);
• eliminação de detritos do corpo.
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5.2.5 O fígado
A maior glândula do corpo humano, e também a mais vultosa víscera abdominal. Situa-se na 
região superior do abdome, logo abaixo do diafragma; a maior parte ocupa o hipocôndrio direito 
e o epigástrio. Pesa aproximadamente 1,5 quilograma e responde por aproximadamente 2,5% da 
massa corporal do adulto. É uma víscera friável (por ter pouco tecido conjuntivo) e regenerativo. 
Um terço do fígado é autossuficiente para manter o papel hepático normal, portanto há elevada 
margem de confiabilidade.
Todos os nutrientes, com exceção dos lipídios absorvidos pelo canal alimentar, que são primeiramente 
conduzidos para o fígado pelo sistema porta-hepático.
O fígado armazena o glicogênio e secreta a bile ininterruptamente, a qual é armazenada na 
vesícula biliar. Portanto as vias bilíferas extra-hepáticas são formadas pelos ductos hepáticos, pela 
vesícula biliar, pelo ducto cístico e pelo ducto colédoco.
O fígado possui duas faces: a diafragmática e a visceral, separadas pela margem inferior do 
fígado (figura a seguir). A face diafragmática é convexa e lisa, relacionando-se com a cúpula 
diafragmática. O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática tem um lobo direito do fígado 
e um lobo esquerdo do fígado, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. 
A divisão dos lobos é organizada pelo ligamento falciforme do fígado. Na margem livre desse 
ligamento, encontramos um cordão fibroso, resquício da obliteração da veia umbilical, chamado 
de ligamento redondo do fígado.
Diafragma
Lobo direito do 
fígado Lobo esquerdo do 
fígado
Ligamento 
redondo do fígado
Estômago 
Figura 117 – Vista anterior do fígado
Os lobos hepáticos estão unidos superiormente ao diafragma pelos ligamentos coronário e 
triangulares, direito e esquerdo. Os dois últimos são contituídos lateralmente pela fusão das duas 
lâminas do ligamento coronário. A área entre as reflexões das lâminas anterior e posterior do ligamento 
coronário é chamada de área nua do fígado, deposta de peritônio.
A face visceral é desigualmente côncava pela vista de impressões viscerais (figura a seguir). Ela é 
subdividida em quatro lobos: o lobo direito do fígado, o lobo esquerdo do fígado, o lobo quadrado 
e o lobo caudado pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto formam um H, 
chamado de hilo do fígado.
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Lobo esquerdo do fígado
Lobo hepático quadrado
Lobo hepático caudado
Lobo direito do fígado
Veia cava interior
Vesícula biliar interior
Figura 118 – Vista visceral do fígado
Pelo hilo do fígado, adentram ou saem estruturas anatômicas vasculares, como a veia porta, a artéria 
própria do fígado e os vasos linfáticos; estruturas anatômicas nervosas, como o plexo nervoso do fígado; 
e os ductos hepáticos.
 Observação
Entre o lobo caudado e o lobo direito do fígado há um sulco que aloja 
a veia cava inferior. De tal forma, recomenda-se que a aferição da pressão 
arterial em gestantes, especialmente no último trimestre, seja realizada em 
decúbito lateral esquerdo.
Entre o lobo quadrado e o lobo direito do fígado há uma depressão, 
chamada de fossa da vesícula biliar, que aloja a vesícula biliar.
As principais relações anatômicas do fígado são:
• A face visceral do fígado está em contato com diversos órgãos:
– lobo esquerdo do fígado: parte abdominal do esôfago, estômago e omento menor;
– lobo quadrado: parte superior do duodeno;
– lobo direito do fígado: rim direito e a flexura do colo direita.
• Relações peritoneais, com o omento menor:
– por meio dos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico.
Os principais papéis do fígado são:
• secreta a bile, que ajuda na digestão e absorção dos lipídios; por conseguinte, a bile quebra 
moléculas de gordura;
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• produção de proteínas;
• metabolismo intermediário dos carboidratos, lipídios e proteínas;
• desintoxicação, como fármacos e hormônios;
• armazenagem de micronutrientes, como ferro, cobre, vitaminas;
• ativação da vitamina D;
• hematocitopoiese em fetos.
5.2.6 A vesícula biliar
O papel digestivo do fígado é produzir a bile, que atuará no duodeno. Entretanto, a bile é armazenada 
na vesícula biliar, que a concentra por meio da absorção de água e sais minerais. A vesícula biliar secreta 
a bile quando os lipídios adentram o duodeno, pois os lipídios excitam o duodeno a liberar a enzima 
colecistoquinina, a qual incita a contração da vesícula biliar.
A vesícula biliar possui aproximadamente de 7 a 10 centímetros de comprimento. A relação da 
vesícula biliar com o duodeno é tão forte que a parte superior do duodeno comumente é “marcada” 
com bile no cadáver. Anatomicamente, a vesícula biliar é dividida em três partes: fundo da vesícula biliar, 
corpo da vesícula biliar e colo da vesícula biliar. Ela apresenta a capacidade para até 50 mililitros de bile.
5.2.7 Os ductos extra‑hepáticos
Os ductos extra-hepáticos levam a bile do fígado para o duodeno. O ducto cístico, com 
aproximadamente 4 centímetros de comprimento, liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum, 
constituindo o ducto colédoco, com aproximadamente entre 5 e 15 centímetros, que transporta a bile 
para o duodeno.
O ducto coledoco encontra o ducto pancreático principal e se junta a essa estrutura para constituir 
a ampola hepatopancreática ou de Vater. A extremidade distal desta ampola ascende-se na parte 
descendente do duodeno por meio da papila maior do duodeno.
5.2.8 O pâncreas
Produz, por meio de uma secreção exócrina, o suco pancreático, que adentra o duodeno através 
dos ductos pancreáticos principal e acessório. Ele, em média, forma diariamente 1.200 a 1.500 
mililitros desse suco. A secreção endócrina produz o glucagon e a insulina. Esses hormônios chegam à 
corrente sanguínea e atingem determinados tecidos-alvo. O comprimento do pâncreas varia de 12 a 
15 centímetros; seu peso, na mulher, é de 15 gramas, e no homem, de 16 gramas. Anatomicamente, ele 
é dividido em três partes: cabeça do pâncreas, corpo do pâncreas e cauda do pâncreas.
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O pâncreas é uma glândula mista, pois é exócrino e endócrino.
Os principais papéis do pâncreas são:
• dissolver carboidrato, pela enzima amilase pancreática;
• dissolver proteínas, pelas enzimas tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase;
• dissolver triglicerídeos nos adultos, pela enzima lipase pancreática;
• dissolver ácidos nucleicos, pelas enzimas ribonuclease e desoxirribonuclease.
5.2.9 O baço
O baço (figura a seguir), embora seja um órgão linfoide, é descrito com o sistema digestório, 
porque: a) desenvolve-se no mesogástrico dorsal; b) seu sangue venoso é drenado para a veia 
porta; c) trata-se de um órgão visceral abdominal topograficamente relacionado com diversos 
órgãos digestórios.
Pâncreas
Baço
Figura 119 – Pâncreas e baço
O baço está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago e o diafragma, 
onde recebe a proteção das costelas falsas propriamente ditas (9º e 10º pares) e da costela flutuante 
(11º par). Ele é macio, de consistência muito friável, altamente vascularizado e de uma coloração 
púrpura escura. O tamanho e o peso do baço se alteram muito no adulto possui aproximadamente 12centímetros de comprimento, 7 centímetros de largura e 3 centímetros de espessura. O seu peso é cerca 
de 150 gramas.
 Observação
O baço não é palpável pelo exame físico no indivíduo normal.
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5.2.10 O peritônio
O peritônio é uma dupla membrana serosa e transparente (parietal e visceral). A cavidade peritoneal 
é um espaço virtual com espessura capilar, localizado entre as duas membranas do peritônio.
 Observação
Os mesos são pregas de peritônio que ligam o órgão à parede abdominal. 
Os omentos são pregas de peritônio que ligam os órgãos a outros órgãos.
6 SISTEMA ENDÓCRINO
Ao entrar na puberdade, meninos e meninas começam a desenvolver diferenças evidentes no 
aspecto físico e na conduta. Quiçá em nenhuma outra etapa da vida seja tão clara o impacto do 
sistema endócrino na condução do desenvolvimento e regulação dos papéis corporais. Nas meninas, 
os estrogênios provocam o acúmulo de tecido adiposo nas mamas e nos quadris. Do mesmo modo 
ou um pouco depois, níveis cada vez mais altos de testosterona nos meninos começam a produzir 
massa muscular e a aumentar as pregas vocais, resultando em uma voz mais grave. Essas modificações 
são tão-só alguns exemplos da forte relevância das secreções endócrinas. De maneira menos drástica, 
quiçá, inúmeros hormônios auxiliam a manter a homeostasia diariamente. Eles ajustam a atividade 
dos músculos lisos, do músculo estriado cardíaco e de algumas glândulas; modificam o metabolismo; 
estimulam o crescimento e o desenvolvimento; influenciam os processos reprodutivos e participam dos 
ritmos circadianos estabelecidos pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo.
O sistema endócrino é formado pelas glândulas endócrinas ou glândulas sem ducto. Uma glândula 
é um grupo organizado de células que funciona como um órgão secretando substâncias químicas. Cada 
hormônio que é liberado por uma glândula é direcionado especificamente a um receptor em um tipo 
específico de célula ou grupo de tipos de células. Desse modo, o termo receptor-alvo está relacionado 
com um conjunto específico de destinos celulares do hormônio para o sinal enviado pela glândula. Um 
hormônio pode afetar muitas células diferentes, porém somente aquelas que apresentam seu receptor.
 Observação
Hormônios são substâncias químicas secretadas pelas glândulas 
endócrinas, consideradas moléculas endógenas responsáveis pela 
comunicação celular ou extra-celular.
As glândulas endócrinas são as que não apresentam ducto secretor e que liberam os produtos por 
elas sintetizados diretamente no sangue.
Os hormônios viajam a partir de sua fonte secretora pela corrente sanguínea a locais específicos 
chamados tecidos-alvo, ou efetores, onde produzem uma resposta coordenada desses tecidos.
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As glândulas endócrinas não devem ser confundidas com glândulas 
exócrinas. As glândulas exócrinas apresentam ductos que transportam 
suas secreções para o lado de fora do corpo, ou para um órgão vazio, por 
exemplo, o estômago e os intestinos. São exemplos de secreções exócrinas 
a saliva, o suor, o leite materno e as enzimas digestivas.
Embora existam diversos hormônios secretados por um ou outro tipo celular, trataremos apenas das 
principais estruturas, classificadas como glândulas endócrinas, conforme demonstra-se a seguir:
• Glândula pineal.
• Órgão subcomissural.
• Glândula hipófise.
• Glândula hipófise faríngea.
• Glândula tireoídea.
• Glândulas paratireoídeas.
• Timo.
• Coração.
• Glândulas suprarrenais.
• Placenta.
• Pâncreas (ilhotas pancreáticas).
• Gônadas (ovários e testículos).
• Estômago.
• Intestino.
• Rim.
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Figura 120 – Principais glândulas 
endócrinas do corpo
O coração, o estômago, o intestino delgado, o pâncreas, os rins e as gônadas (os ovários e os 
testículos) são tratados conforme sua morfologia. A classificação topográfica das glândulas endócrinas 
é a que se segue:
Quadro 3
Cefálicas Glândula pineal, órgão subcomissural, hipófise
Cervicais Hipófise laríngea, glândula tireoídea, glândulas paratireoídeas
Cervicotorácica Timo
Torácica Coração
Abdominais Glândulas suprarrenais, pâncreas (ilhotas pancreáticas), estômago, intestino delgado, rim
Abdominopélvica Placenta
Pélvicas Ovários
Escrotais Testículos
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6.1 Glândulas cefálicas
6.1.1 Glândula pineal
A glândula pineal, antigamente chamada canarium, epífise cerebral, ou corpo pineal. É localizada 
na parte superior do III ventrículo do encéfalo na linha mediana. É parte do epitálamo, a glândula está 
posicionada entre os dois colículos superiores, apresenta massa de 0,1 a 0,2 g e está coberta por uma 
cápsula formada pela pia-máter. A glândula é composta de massas de neuróglia e células secretoras 
chamadas de pinealócitos. Nos seres humanos não são completamente compreendidas, porém parecem 
estar relacionadas à modulação do ciclo sono-vigília e outros ritmos biológicos.
Glândula pineal, do latim pinealis, “relativo ao pinho”. É parte do epitálamo, sendo um órgão ímpar, 
mediano, que se localiza numa depressão entre os colículos superiores, abaixo do corpo caloso, do qual 
está separado pelo III ventrículo e pelas veias cerebrais.
 Saiba mais
Neste artigo você descobrirá mais a respeito da glândula pineal:
FILGUEIRAS, M. Glândula pineal: revisão da anatomia e correlações 
entre os marca-passos e fotoperíodos na sincronização dos ritmos 
circadianos. HU Revista, Juiz de Fora, v. 32, n. 2, p. 47-50, abr./jun. 2006. 
Disponível em: <https://hurevista.ufjf.emnuvens.com.br/hurevista/article/
download/16/11>. Acesso em: 5 out. 2018.
A glândula pineal secreta hormônios que agem sobre o hipotálamo e as gônadas para inibir funções 
reprodutivas, inibindo a secreção de certos hormônios da reprodução. Duas substâncias têm sido 
propostas como produtos da secreção: melatonina e arginina vasotocina.
A melatonina da glândula pineal também está fortemente ligada à ciclagem claro-escuro: a melatonina é, 
às vezes, chamada de “hormônio do escuro”, pois a sua secreção aumenta à noite. O núcleo supraquiasmático 
tem receptores de melatonina, apoiando a hipótese de que a melatonina pode modular a ciclagem do relógio.
A arginina vasotocina, cujo tecido-alvo seja possivelmente o hipotálamo, provavelmente atua na 
inibição da secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas.
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A glândula pineal age na regulação do ciclo circadiano através da 
produção de melatonina.
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6.1.2 Órgão subcomissural
O órgão ou glândula subcomissural é assim chamado porque está situado abaixo da comissura 
posterior do cérebro. Ele é um dos órgãos circunventriculares, para os quais falta a barreira hemo-cerebral 
e, assim, pode servir para a interação neuroendócrina. O órgão subcomissural interfere na homeostase 
hidríca e no equilíbrio salino, tendo sido regulador da sede.
6.1.3 Hipófise
A hipófise é uma glândula intracranial, relativamente pequena, cujo tamanho aproximado é de uma 
ervilha grande, situando-se na sela túrcica do osso esfenoide. Ela está ligada ao hipotálamo por meio de 
uma haste, o infundíbulo, que atravessa uma pequena abertura no diafragma da sela, uma lâmina dadura-máter que forma o teto da sela túrcica.
 Lembrete
A hipófise é revestida pela dura-máter, mas não pela aracnoide ou 
pia-máter.
A hipófise está dividida em adeno-hipófise (lobo anterior) e neuroh-ipófise (lobo posterior). A neuro-hipófise 
está ligada diretamente ao hipotálamo por meio do infundíbulo. No caso da hipófise anterior, a liberação 
hormonal é regulada, especialmente por agentes químicos, neste caso, hormônios ou fatores liberadores que 
apresentam origem em neurônios situados no hipotálamo. Esses hormônios liberadores estimulam ou inibem 
a liberação de hormônios específicos da hipófise anterior. A hipófise posterior recebe seus hormônios de 
neurônios especiais originados no hipotálamo.
 Observação
O infundíbulo encontra-se no espaço subaracnoídeo, porém não atinge 
a sela túrcica.
Os hormônios da hipófise anterior são: hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio foliculoestimulante 
(FSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio estimulante de melanócitos (MSH), hormônio estimulador da 
tireoide (TSH), hormônio do crescimento (GH) e prolactina. Ainda que a prolactina estimule diretamente a 
mama para produzir leite, a maioria dos hormônios secretados pela hipófise anterior controla a liberação 
de outros hormônios. O TSH controla a velocidade de formação dos hormônios tireoidianos e a secreção de 
cortisol no córtex suprarrenal; o LH estimula a produção de testosterona nos testículos e de estrogênio nos 
ovários; e o GH estimula a liberação de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGF) pelo fígado e por 
outros tecidos. Todavia, os IGF podem ser produzidos por vários outros meios. Com efeito, o IGF-1 sintetizado 
no músculo em decorrência da contração muscular está associado à hipertrofia muscular. É sabido que o GH 
desempenha papéis relevantes no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos.
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A hipófise é dividida em adeno-hipófise e neuro-hipófise.
A hipófise posterior propicia um local de armazenamento para dois hormônios, a ocitocina e o 
hormônio antidiurético (ADH, também chamado vasopressina), que são produzidos no hipotálamo, ao 
qual está conectada a hipófise posterior. A ocitocina é um estimulante poderoso da musculatura lisa, 
principalmente no momento do parto, estando também relacionada à resposta da “descida do leite”, 
fenômeno imprescindível para a liberação do leite da mama.
Os quadros a seguir resumem os principais papéis dos hormônios produzidos pela hipófise:
Quadro 4 – Hormônios da adeno‑hipófise
Glândula endócrina Hormônio Órgão-alvo Principais papéis
Hipófise anterior GH Todas as células do corpo
Facilita o desenvolvimento e o 
crescimento de todos os tecidos 
do corpo até a maturação; eleva 
a velocidade da síntese proteica; 
eleva a mobilização de lipídeos bem 
como a sua utilização como fonte de 
energia; reduz a velocidade de uso 
dos carboidratos
Hipófise anterior TSH Tireoide Controla a quantidade de tiroxina e T3 produzidas e liberadas pela tireoide
Hipófise anterior ACTH Córtex suprarrenal
Controla a secreção de hormônios do 
córtex suprarrenal
Hipófise anterior Prolactina Mamas Estimula a produção de leite pelas mamas
Hipófise anterior FSH Ovários, testículos
Inicia o crescimento de folículos nos 
ovários e promove a secreção de 
estrogênio pelos ovários; promove o 
desenvolvimento dos espermatozoides 
nos testículos
Hipófise anterior LH Ovários, testículos
Promove a secreção de estrogênio e 
progesterona e faz que haja ruptura do 
folículo, com liberação do ovócito; faz 
que os testículos secretem testosterona
Quadro 5 – Hormônios da neuro‑hipófise
Glândula endócrina Hormônio Órgão-alvo Principais papéis
Hipófise posterior ADH ou vasopressina Rins
Auxilia no controle da excreção de 
água pelos rins; eleva a pressão 
arterial, ao promover constrição dos 
vasos de sangue
Hipófise posterior Ocitocina ūÚtero, mamas Controla a contração do útero; secreção do leite
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[...] durante muitos anos, o tratamento clínico para o nanismo hipofisário 
consistia na administração do hormônio do crescimento humano (hGH), 
hormônio secretado pela glândula hipófise anterior. Antes de 1985, 
esse hormônio era obtido a partir de extratos da hipófise de cadáveres 
e seus estoques eram limitados. Desde a introdução do hGH obtido por 
engenharia genética, em meados dos anos 1980, sua disponibilidade não 
é mais um problema, embora seu custo ainda seja alto. Na década de 1980, 
percebendo as variadas funções desse hormônio, os atletas começaram 
a experimentar o hGH como um possível substituto ou complemento 
ao uso de esteroides anabólicos. Na época, diante da maior sofisticação 
dos testes farmacológicos para a detecção de esteroides anabólicos, os 
atletas procuravam uma alternativa para a qual ainda não houvesse teste. 
O hormônio do crescimento parecia, então, a droga perfeita para atletas 
que desejavam aumentar a força e a massa muscular [...] (WILMORE; 
COSTILL; KENNEDY, 2013, p. 410-11).
 Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia:
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L.; KENNEDY, L. W. Fisiologia do esporte e do 
exercício. 5. ed. Barueri: Manole, 2013.
6.2 Glândulas cervicais
6.2.1 Glândula hipófise faríngea
A glândula hipófise faríngea é representada por pequena estrutura mediana localizada no teto da 
parte nasal da faringe. Essa estrutura anatômica é uma coletânea de tecido glandular da adeno-hipófise 
residual, no mucoperióstio.
Após 28 semanas de vida intrauterina, a glândula hipófise faríngea é bem vascularizada, irrigada por 
vasos de circulação sistêmica da parede posterior da parte nasal da faringe e apta a secretar. A glândula 
hipófise faríngea humana poderia ser uma reserva de tecido adenohipofisário, capaz de ser estimulado, 
especialmente no sexo feminino, cujo intuito é sintetizar e secretar hormônios. Esta capacidade poderia 
ser aproveitada quando a adeno-hipófise começa a reduzir a quantidade de secreção.
6.2.2 Glândula tireoídea
A glândula tireoídea é uma estrutura anatômica com formato de U, ímpar, quase simétrica, que se 
localiza em ambos os lados da laringe e da traqueia. Ela consiste de dois lobos, unidos por um istmo que 
cruza o 2º, o 3º e o 4º anéis traqueais, conforme ilustra a figura a seguir:
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Unidade II
Lobo direito
Istmo
Lobo esquerdo
Figura 121 – Vista anterior da glândula tireoídea
Ela evolui com a idade, sendo relativamente maior na criança. Na mulher, aumenta durante as 
menstruações e a gestação. O istmo às vezes pode estar ausente ou ser muito pequeno, pode ainda 
hipertrofiar-se num verdadeiro lobo médio.
A glândula tireoídea mantém as seguintes relações anatômicas:
• Anteriormente: pele, fáscia de revestimento, músculos esternocleidomastoídeo, esterno-hioídeo, 
esternotireoídeo e omo-hioídeo com as suas fáscias e a fáscia pré-traqueal.
• Posteromedialmente: laringe, traqueia, esôfago, nervo laríngeo recorrente e glândulas 
paratireoídeas.
• Posterolateralmente: bainha da carótida, seu conteúdo e a cadeia simpática.
A glândula tireoídea, muito vascularizada, é irrigada pelas artérias tireoídeas superior, inferior e ima. 
As veias da tireoide compõem um plexo na superfície da glândula e na frente da traqueia. A drenagem 
venosa é realizada pelas veias tireoídeas superior, média e inferior que se originam do complexo venoso, 
as duas primeiras são afluentes da veia jugular interna, enquanto a veia tireoídea inferior acaba na veia 
braquiocefálica

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