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Módulo 5 Planejamento Estratégico da Armazenagem ESTÁGIO SETORIAL DE GESTÃO DE ESTOQUES SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO SUMÁRIO Introdução 1. Tipos de depósito Armazém Próprio Armazéns Públicos ou Terceirizados Armazéns Contratados 2. Importância dos armazéns 3. O conceito de operador logístico 4. Níveis dos operadores logísticos 1 PL ( First- party Logistics) 2 PL ( Second –party Logistics) 3 PL (Third – party Logistics) 4 PL ( Fourth – party Logistics) 5 PL ( Fifth – party Logistics) 5. Centro de Distribuição: Sistema Cross Docking 6. Processos de Picking Tipos de Picking Picking discreto Picking ou área ou zona Picking por Lote Picking por onda Voice Picking O sistema do voice Picking Referências SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO MÓDULO 5. Planejamento Estratégico da Armazenagem Fonte: https://ibid.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/08/o-cenario-de-armazenagem-e- logistica-no-brasil3.jpg Introdução Vamos pensar como é difícil pensar na logística ao longo do tempo, sem destacar toda a evolução dos recursos tecnológicos desenvolvidos pelas empresas e profissionais da área, não é mesmo? A busca pelas melhores práticas e tecnologias aplicadas que podem proporcionar o rápido escoamento da produção e armazenamento de produtos, mudou nossos hábitos de consumo e expandiu o comércio. Quando pensamos no processo de Globalização, percebemos que a logística é sem dúvida um dos pilares de sustentação para a integração mundial. A humanidade sempre buscou formas de manter o comércio como instrumento de desenvolvimento, e a medida que regiões remotas eram integradas aos centros de produção, a logística tomava pra si um grau de exigência e importância ainda maior. Nesse contexto percebeu-se no início que a logística surgiu da necessidade de abastecer as tropas durante as campanhas militares. Observem os exemplos das campanhas militares ocorridas em tempos remotos na Grécia, em Roma e no Império Bizantino. Os oficiais que se responsabilizavam por questões financeiras e pela gestão https://ibid.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/08/o-cenario-de-armazenagem-e-logistica-no-brasil3.jpg https://ibid.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/08/o-cenario-de-armazenagem-e-logistica-no-brasil3.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO dos suprimentos eram chamados de “logistikas”, tornando evidente a importância da liderança e da gestão sobre essas tarefas estratégicas. Acompanhando essa evolução dentro da cadeia de suprimentos, algumas atividades são pouco percebidas pelo público, mas se bem realizadas geram um resultado enorme para as organizações e satisfação dos clientes. É o caso da armazenagem e da manutenção de centros de distribuição. Manter estoques sempre foi é uma atividade fundamental para o sucesso da atividade empresarial e com a tendência dos negócios pelo e-commerce a necessidade pela otimização dos espaços, aumento do mix de produtos e rotatividade dos itens, a função logística tornou-se um diferencial estratégico para os negócios. Na verdade, a bola da vez do ponto de vista estratégico é a logística e o entendimento da cadeia de suprimentos. Seja qual for o segmento, a logística passou a ter um local de destaque, encurtando caminhos, unindo pessoas e construindo o futuro. A partir de agora vamos conversar mais profundamente a respeito da armazenagem e da manutenção de centros de distribuição. 1. Tipos de depósito Sabemos que o segmento de logística conta hoje com diversos modelos de centros de distribuição e de depósitos comuns para armazenagem, cada qual com suas particularidades operacionais, que visam a movimentação e processamento de cargas por segmento, assim, vamos entender melhor as especificidades de cada um. Notamos também o surgimento de novos modelos de distribuição como o cross docking, cujo foco é movimentar cargas expressas, sem a necessidade de grandes edificações. Essa tendência passou a influenciar na escolha dos melhores locais para instalação das empresas, levando-se em conta a característica da carga e particularidades comerciais dos clientes. Você sabia que a palavra armazém tem origem no termo árabe “al-mahazán”, que significa sótão? Atualmente os armazéns não têm seu significado resumido apenas a sótãos, mas sim a qualquer espaço físico onde sejam depositadas matérias-primas, produtos ainda não finalizados ou então produtos que aguardam transferência para os SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO pontos de venda ou outros locais. É nos armazéns, que as empresas mais utilizam diversos tipos de sistema de armazenagem. Não podemos deixar de destacar que no passado o comércio era restrito devido as distâncias e as deficiências logísticas. Hoje o foco é outro. O mundo já está integrado, não é mesmo? A busca passou a ser pelas melhores práticas, pela excelência dos serviços prestados, pelo trânsito eficiente das informações, ganho de mercado e pela busca na redução de custos. Existe diversos tipos de armazéns e cada indústria utiliza aquele que melhor lhe convém. Vamos conhecer de forma rápida cada tipo e classificação dos armazéns? Armazém Próprio: Classifica-se como armazém próprio aquele que é operado pela empresa proprietária da mercadoria. É importante ressaltar que esse depósito não precisa necessariamente ser de propriedade da empresa, que pode alugar o espaço de outro proprietário. A única coisa que precisa realmente ser de propriedade da empresa é a mercadoria armazenada. Exemplo: uma montadora de veículos fabrica diferentes tipos de peças e as armazena em um local onde seus funcionários utilizam de sistema de armazenagem para guardar as peças e utilizá-las posteriormente. Existem diversos modelos de sistemas para diferentes finalidades na indústria. Para isso você pode contar com a ajuda de uma empresa especializada na fabricação de sistema de armazenagem. Muitas empresas optam pelos armazéns próprios pela flexibilidade de ajustes, sejam eles físicos, estratégicos ou algo que envolva novas políticas da empresa. Vale ressaltar que a maior parte das grandes indústrias dos ramos metalúrgico, moveleiro e alimentício, possuem armazéns próprios; Armazéns Públicos ou Terceirizados: Os armazéns públicos ou terceirizados são geralmente usados por empresas que querem diminuir os custos com armazéns próprios. Os armazéns públicos são geralmente divididos em cinco subcategorias: armazém para depósito geral: utilizado para o SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO manuseio de qualquer tipo de mercadoria; armazém para depósito refrigerado: usado para armazenar medicamentos, alimentos e outros produtos que exijam baixa temperatura para conservação SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO conservação; armazém para depósito de commodities especiais: geralmente é usado para estocar grandes volumes como pneus e contêineres de roupas; armazém para depósitos alfandegados: esse tipo de armazém deve possuir uma licença do governo para funcionar, pois nele se manuseiam mercadorias que entram e saem do país antes do pagamento dos impostos exigidos por lei; e armazéns para depósitos de móveis e utensílios domésticos: como o próprio nome sugere, esse tipo de armazém é utilizado para a movimentação de grandes quantidades de móveis e utensílios domésticos; Armazéns Contratados: Muitas empresas optam pela contratação de armazéns pelo fato de este mesclar vantagens do armazém próprioe do armazém público. No armazém contratado a empresa terceiriza seu sistema de armazenagem, passando toda a responsabilidade para a empresa contratada. Independentemente do tipo de sistema de armazenagem utilizado pela empresa, todos os três tipos servem como ferramenta de apoio para os sistemas de logística da empresa. Veja a seguir um armazém verticalizado. Figura 1 – Armazém verticalizado Fonte: http://plima.com.br/wp-content/uploads/2020/01/gestao-de-estoque-como-manter-o- controle-dos-meus-produtos.jpg 2. Importância dos armazéns http://plima.com.br/wp-content/uploads/2020/01/gestao-de-estoque-como-manter-o-controle-dos-meus-produtos.jpg http://plima.com.br/wp-content/uploads/2020/01/gestao-de-estoque-como-manter-o-controle-dos-meus-produtos.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Como podemos definir os armazéns? Vamos dizer que os armazéns são os elementos que unem a produção ao consumidor e também o fornecedor ao consumidor. Eles podem ser divididos nos seguintes tipos: Primários almoxarifados de matérias‐primas e embalagens; Intermediários de produtos semiacabados que não podem ser comercializados diretamente; De produtos acabados produtos saídos da produção para atender à demanda. Você já consegue perceber a importância das operações de armazenagem se pensarmos nos reflexos negativos para a empresa, que por sua vez podem ser causados pela má gestão dos armazéns. Moura (1997) enumera e descreve fatores que mostram a necessidade de armazenagem: necessidade de compensação das diferentes capacidades das fases de produção; equilíbrio sazonal; garantia de continuidade da produção1 Quadro 1 – Fatores que justificam a necessidade de armazenamento Conheça a partir da imagem a seguir um espaço de armazenagem. Figura 2 – Espaço de armazenagem SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: http://plima.com.br/wp-content/uploads/2020/01/jpg Vamos entender os fatores que justificam a necessidade de armazenamento? Analise o quadro a seguir: 3. O conceito de operador logístico Já podemos imaginar que o operador logístico é um fornecedor terceirizado de serviços logísticos especializado em gerenciar, pelo menos, três atividades principais: controle de estoques, armazenagem e gestão de estoques. Outra atividade que vem ganhando relevância na caracterização do operador logístico é o processamento de pedidos. Na organização e coordenação da atividade logística ao longo da cadeia de suprimentos, os operadores logísticos têm papel de destaque. Antes de defini-los, vamos conhecer as principais atividades logísticas ao longo do supply chain. Para tanto utilizamos informações que foram elaboradas pela AMBL (Associação Brasileira de Movimentação e Logística), com apoio da ASLOG (Associação Brasileira de Logística). http://plima.com.br/wp-content/uploads/2020/01/jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Diversas são as atividades logísticas ao longo da cadeia de abastecimento. Elas podem ser agrupadas em seis grupos principais, que incluem diferentes tarefas. Vamos conhecer cada uma delas? Atividades específicas da administração de materiais acompanhamento de pedidos, recebimento de materiais, conferência física, quantitativa e material, transporte primário, controle e pagamento de fretes, paletização de materiais e componentes, armazenagem, controle de estoques, identificação de volumes, expedição de materiais e componentes, gestão das informações logísticas, assessoria fiscal, estudos de viabilidade, prestação de contas e medias de desempenho; Atividades da administração de materiais na etapa de manufatura apoio à produção, armazenagem, gestão de informações logísticas, prestação de contas e medidas de desempenho; Atividades da distribuição na etapa da manufatura embalagem do produto acabado ou semiacabado, armazenagem, identificação de volumes, conferência física, quantitativa e documental, montagem de kits comerciais, roteirização, geração e controle de documentos, expedição industrial, distribuição física direta da fábrica, transferência para centros de distribuição, rastreamento de veículos, controle e pagamento de fretes, gestão de informações logísticas, prestação de contas e medidas de desempenho; Atividades específicas da distribuição física recebimento de produto acabado e semiacabado, desconsolidação, conferência física, quantitativa e documental, nacionalização de produtos importados, armazenagem, controle de estoques, embalagem, unitização, separação, montagem de kits comerciais, identificação de volumes, roteirização, geração e controle de documentos, expedição de produto acabado, distribuição direta da fábrica a parti do CD, transferência entre CDs, cross docking, rastreamento de veículos, controle e pagamento de fretes, gestão de informações logísticas, assessoria fiscal, estudos de viabilidade, prestação de contas e medidas de desempenho; Atividade da distribuição física no fornecimento ao cliente entrega de produtos secos ou refrigerados, abastecimento de gôndolas, retirada de estrados/paletes vazios, retirada de devoluções (logística reversa), gestão de informações logísticas, prestação de contas, medidas de desempenho; Atividades de distribuição física ao consumidor entrega direta do fornecedor ao consumidor, serviços de atendimento ao consumidor, gestão de informações logísticas, prestação de contas e medidas de desempenho; SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Dessa forma o operador logístico é definido como o fornecedor terceirizado de serviços logísticos especializados em gerenciar e executar todas as atividades logísticas, ou apenas uma parte delas, ao longo do supply chain. Para se caracterizar como operador logístico é preciso que o prestador de serviços logísticos gerencie, pelo menos, três atividades principais como: controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes. Também o processamento de pedidos em ganhando importância na caracterização do operador logístico. Conheça a seguir as características de um armazém logístico moderno Figura 3 – Armazém logístico moderno Fonte: https://gbarmazens.com.br/wp-content/uploads/2019/08/gb-armazens-condominio- logistico-de-fenomeno-dos-anos-90-a-solucao-logistica-no-brasil.jpg 4. Níveis dos operadores logísticos Os diferentes níveis de PL = party logistc ou parte/grupo da logística, são utilizados para classificar o modelo de operação logística em cada uma das empresas. Assim, é possível saber o quanto de demandas ela própria cuida e quais são repassadas aos provedores logísticos. A seguir, saiba mais sobre cada um dos 5 PLS. - 1PL (First-party Logistics) O 1PL é conhecido como a logística primária, ou seja, o modo em que a empresa tem mais responsabilidade com cada uma das etapas do processo. Mais precisamente, ele cuida de toda a operação, sem terceirizar nenhum serviço a um provedor. Geralmente, quem está nesse nível são empresas de grande porte, como a Amazon, que recentemente passou a entregar seus produtos. https://gbarmazens.com.br/wp-content/uploads/2019/08/gb-armazens-condominio-logistico-de-fenomeno-dos-anos-90-a-solucao-logistica-no-brasil.jpg https://gbarmazens.com.br/wp-content/uploads/2019/08/gb-armazens-condominio-logistico-de-fenomeno-dos-anos-90-a-solucao-logistica-no-brasil.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO - 2PL (Second-party Logistics) Na logística secundária, a empresa terceiriza a entrega de seus produtos.Atualmente, essa é uma das principais escolhas entre os e-commerces. Nesse esquema de trabalho, o provedor tem sua frota e, por meio dela, transporta um produto de um ponto A (estoque ) e leva até um ponto B (consumidor). - 3PL (Third-party Logistics) A logística de terceirização repassa toda a operação para o provedor. A proposta é que essa empresa assuma todas as atividades de armazenamento e distribuição, com uma atuação ampla. Nesse nível de trabalho, os provedores logísticos são responsáveis por organizar os produtos em seus próprios armazéns, preparar para a entrega e realizar o despacho. - 4PL (Fourth-party Logistics) Uma logística de quarta parte é bastante similar à de terceirização, contudo, ela tem um caráter mais voltado para o gerenciamento completo das operações, inclusive o contato com fornecedores. Os provedores logísticos que atendem 4PL fazem uma operação completa, inclusive realizando a compra de novos produtos e, então, armazenando, organizando e distribuindo. - 5PL (Fifth Party Logistics) O último nível é mais voltado as empresas de e-commerce. Esses provedores logísticos têm foco na tecnologia, buscando recursos que otimizem a operação e reduzem custos. Os varejistas contratam essas empresas para que elas analisem os trabalhos das 3PL e 4PL, visualizando soluções que, além de mais eficiência, também tornem os custos logísticos menores. Analise a imagem a seguir e perceba a movimentação interna em armazém logístico. Figura 4 – Movimentação interna em armazém logístico SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO “O Centro de Distribuição é uma configuração regional de armazém onde são recebidas cargas consolidadas de diversos fornecedores. Essas cargas são fracionadas a fim de agrupar os produtos em quantidade e sortimento corretos e, então, encaminhados para os pontos de venda mais próximos.” (Gonzaga e Domingues, 2003. P238). “Segundo Lacerda (2000), o objetivo principal dos CDs é permitir uma resposta rápida às necessidades dos clientes de determinada área geográfica, normalmente distante dos centros produtores, e com isso melhorar o nível de serviço prestado”. “Processo onde produtos são recebidos em uma dependência, ocasionalmente junto com outros produtos, que são separados conforme MIX para o mesmo destino, onde são enviados na primeira oportunidade, sem uma armazenagem longa. Isso requer alto conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um sistema para roteá-los apropriadamente aos veículos de saída” (NOGUEIRA, 2012). Fonte: https://encrypted- tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSruAcnjuCSZDcppkS66jXkxA9L34jzqO3EZg&usqp=CAU 5. Centro de Distribuição: Sistema Cross Docking Você sabe o que é um centro de distribuição? Vamos entender? De acordo com a Associação Brasileira de Logística (ASLOG), o Centro de Distribuição (CD) é um armazém que tem por objetivo realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física. Apesar de ser uma atividade da logística relativamente nova, o Cross Docking é um conceito de operação logística interessante como resposta a essas necessidades. Ele acelera o fluxo de mercadorias, reduz os custos por condensar cargas e, idealmente, dispensa armazenagem. Assim, podemos definir Cross docking como: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSruAcnjuCSZDcppkS66jXkxA9L34jzqO3EZg&usqp=CAU https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSruAcnjuCSZDcppkS66jXkxA9L34jzqO3EZg&usqp=CAU SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO O Cross docking é originário do final do século XIX, quando o Serviço Postal Americano passou a responder ao acréscimo do envio de correspondências, transferindo parte das encomendas para suas estações de retransmissão. Hoje, essas estações de retransmissão evoluíram e podem ser caracterizadas como estações modelo de operações Cross docking. A operação dos correios no Brasil obedece aos mesmos critérios de agilidade e consolidação expressa de lotes. Nesse sentido, o Cross docking é um conceito de operação logística ideal para quem precisa melhorar seu processo de movimentação em pelo menos cinco pontos cruciais: Maximizar os níveis de serviço; Acelerar o fluxo e reduzir o tempo até a entrega final; Acabar com armazenagem; Evitar o manuseio "desnecessário" dos produtos; Reduzir os custos logísticos. Você sabia? Compare a seguir um modelo Cross docking com um modelo convencional: Figura 5 – Comparação do modelo Cross docking e modelo convencional Fonte: https://www.otimis.com/photos/3/cross-docking-sem-cross-docking.png Para refletir https://www.otimis.com/photos/3/cross-docking-sem-cross-docking.png SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fique atento! Você sabe qual é a diferença entre Transit Point e Cross docking ? Transit point, assim como o Cross docking, não mantém estoques e é localizado de forma a atender determinadas áreas do mercado distantes dos armazéns centrais. A operação é realizada como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais e a clientes individuais. Uma característica básica dos sistemas Transit point é que os produtos recebidos já têm os destinos definidos. Ou seja, já estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente expedidos para entrega local, eliminando a espera pela colocação dos pedidos e a estocagem. Analise na imagem a seguir um modelo de Cross docking e sua velocidade de processamento com pouco espaço de movimentação. Figura 6 – Modelo Cross docking e sua velocidade de processamento com pouco espaço de movimentação Fonte: https://www.armazenstrianon.com.br/imagens/informacoes/cross-docking-01.jpg Especialistas classificam o Cross docking como puro e futuro: no puro, os produtos são recebidos pelas docas de recebimento, atravessando a plataforma para serem embarcados diretamente. Já no futuro, os produtos não são imediatamente movimentados para os veículos que realizarão as entregas, mas são mantidos em uma área onde ficarão até o momento do carregamento. https://www.armazenstrianon.com.br/imagens/informacoes/cross-docking-01.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO 6. Processos de Picking Dentro da complexidade de uma empresa o processo de picking tem um forte impacto sobre a capacidade de resposta de um armazém, afetando a rotina dos sistemas de preparação de encomendas, assim quando essa atividade é mal gerida, pode facilmente comprometer o desempenho do negócio e interromper os processos da cadeia de abastecimento. De Koster, et al (2007:2) define “Picking como o processo de separação de produtos armazenados em resposta a um pedido específico de um cliente”. Dando ênfase a definição Koster um dos principais desafios do picking é conseguir aliar a redução de custos a eficiência e qualidade do processo de separação de pedidos. As empresas precisam planejar a atividade de forma que o trabalho seja executado no menor tempo possível, mas sem a incidência de erros. Importante ressaltar que erros num processo de picking podem gerar trocas de produtos, faltas ou sobras. Esse apontamento eventualmente pode gerar devoluções, que tecnicamente são classificadas como logística reversa de pós-venda ou de pós-consumo. Os prejuízos causados em um processo inadequado de picking podem comprometer todo o resultado da empresa e desgastar a sua imagem comercial no mercado. Nesse sentido erros no processo de picking podem afetar toda a cadeia de distribuição, desde o embarcador, transportadoraresponsável e cliente final. Podemos citar outros exemplos onde o processo de picking e demais rotinas de controle podem afetar a performance da empresa, onde consiga: Estabelecer estoques para manter a quantidade de itens suficiente para atender à demanda; Reduzir a distância percorrida no CD para processar e coletar todos os itens; Organizar o layout do CD, visando facilitar a localização de mercadorias com agilidade; Promover inventários para garantir processamento dos pedidos. – Tipos de picking alta acuracidade do estoque e agilizar o SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Com a proliferação do número de SKUs comercializados, as empresas necessitam aumentar seu mix de produtos com o intuito de ganhar mercado. Essa é uma ação que força as empresas a sempre apresentarem novidades ao mercado, visando oferecer aos seus clientes produtos inovadores, preços competitivos, com custos adequado. Por outro lado, apesar do aumento do número de pedidos, há um entendimento geral de que os estoques devem ser mínimos e com maior giro. Isso provoca pedidos cada vez menores, com menor número de itens, ampliando a frequência de pedidos por vez, ou seja, menores compras e entregas mais frequentes. O resultado dessa ação é mudança drástica na dinâmica dos estoques. A tecnologia para administrar a gestão de armazéns cada dia mais frenéticos, passou a determinar o sucesso dos negócios. Assim como em outras áreas estratégicas da logística, surgiram novas tecnologias para suportar esse novo cenário e o processo de picking antes executado de forma manual, passou a ser automatizado, acompanhando a tendência de agilidade e assertividade. Analise na imagem a seguir o processo de picking. Figura 7 – Processo de picking Fonte: https://i.ytimg.com/vi/-WIVJlSZ9lU/maxresdefault.jpg Picking discreto (ou por pedido) Apenas um colaborador inicia e finaliza a operação, sendo responsável pela coleta de um produto por vez, administrando uma relação de pedidos de cada vez. Essa modalidade reduz as chances de erros, pois existe apenas um documento para cada ordem de separação de produtos. https://i.ytimg.com/vi/-WIVJlSZ9lU/maxresdefault.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO No entanto, este processo é o menos produtivo e exige mais etapas e deslocamentos, pois como o operador deve completar toda a ordem de separação, o tempo gasto em deslocamento é muito maior que nos outros procedimentos. Todavia, o picking discreto pode ser vantajoso para empresas que tenham um número baixo de pedidos com grande volume de itens em cada pedido. Picking ou área ou zona É a modalidade onde são divididos os operadores por áreas denominadas zonas, ou áreas do armazém onde coletarão os pedidos. Cada zona possui determinada categoria de produto. Cada colaborador da atividade de picking está relacionado com uma dessas zonas, assim, quando um pedido chega no estoque, os colaboradores separam os itens necessários de cada área e a ordem é fechada depois que as coletas são finalizadas. Este modelo pode ser o mais vantajoso em operações com alto número de SKU’s, pois o tempo de deslocamento dos operadores é reduzido. Em contrapartida, é necessário ter ótima organização nos armazéns para não sobrecarregar determinadas zonas ou causar erros no pedido. Picking por lote Nesse formato o procedimento é bem diferente do picking por zona, pois nessa atividade, o colaborador espera o acumulo de pedidos até certa quantidade para então, dar início à coleta. Quando o operador faz a coleta, ele recolhe a soma das quantidades de cada produto, necessárias para realizar a distribuição. Em seguida, ele distribui as quantidades coletadas por cada pedido. Se a diversidade de itens no estoque for baixa, este procedimento aumentará a produtividade do operador. Porém, a possibilidade de erros aumenta. Picking por onda Nesta modalidade, que muito se assemelha ao picking discreto, cada operador fica responsável pela coleta de um tipo de produto por vez. O que difere é que esse SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO procedimento é feito a partir de um agendamento, ou seja, em determinados períodos de turno, afim de atender prazos acordados com clientes. Em operações com alto número de SKU’s e grande quantidade de itens por pedido, o picking por onda pode ser uma boa solução, pois garante maior eficiência operacional. Voice picking Esse sistema de picking auxilia os trabalhadores do armazém através de instruções verbais. Os dispositivos de picking por voz estão conectados ao Sistema de Gerenciamento de Armazém (WMS) e convertem suas ordens em comandos de voz que o operador ouve através de seus fones de ouvido. Uma vez executadas é o operador que, mediante voz, confirma seus movimentos e as informações ficam registradas no sistema de forma automática. O operador do armazém usa um terminal que possui fones de ouvido e um microfone, junto a um dispositivo de controle que costuma ficar na cintura. O processo de voice by picking tem as seguintes etapas, que você deverá analisar no quadro a seguir: O Sistema de Gerenciamento de Armazém (WMS) transmite as informações relativas à preparação de pedido e o dispositivo de picking por voz se encarrega de traduzi-las ao operador. O trabalhador recebe uma mensagem em seu fone de ouvido com a localização exata à qual deve dirigir-se, a referência e a quantidade que deve coletar. Quando o operador estiver no lugar indicado, dita o código de controle em seu microfone e coleta a referida mercadoria. O WMS recebe a informação e a confere. Valida junto ao operador a quantidade restante na estante para comprovar se o inventário indicado pelo WMS corresponde ao real. Se for correta, registra a tarefa como completada e manda a seguinte ordem de picking. Se SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO não for assim, detecta o incidente e indica as etapas que o operador deve seguir. Uma vez completada toda a linha do pedido, o sistema de pick by voice comunica ao operador a impressora à qual deve dirigir-se para fazer a etiquetagem e terminar a fase de pesagem e embalagem dos pedidos. Fonte: o autor Apesar do nome indicar, a aplicação da tecnologia de voz no armazém não se limita unicamente a dirigir as tarefas de picking e de preparação de pedidos. Também guia os trabalhadores nas demais atividades. Por exemplo, nas operações de cross docking, na execução do controle de qualidade ou nas tarefas de recebimento de mercadoria. O sistema de voice picking e as vantagens de usá-lo no armazém Figura 8 – Voice picking Fonte: https://www.scmlogistica.es/wp-content/uploads/Picking-por-voz-y-terminal- RF.jpg Os sistemas de picking por voz são a evolução da já tradicional digitalização com terminais de radiofrequência. Comparativamente o pick by voice oferece vantagens relevantes: Aumenta a velocidade e a precisão das tarefas de picking. https://www.scmlogistica.es/wp-content/uploads/Picking-por-voz-y-terminal-RF.jpg https://www.scmlogistica.es/wp-content/uploads/Picking-por-voz-y-terminal-RF.jpg SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Proporciona ao trabalhador uma maior liberdade de movimentos e um campo visual mais amplo. Graças a isso, os índices de produtividade por operador registram crescimento já no primeiro dia. Nesse sentido, o módulo Gestão da Força de Trabalho ( Labor Managemente) do Easy WMS é uma ferramenta muito conveniente para analisar esses dados em profundidade. Asúltimas melhorias realizadas no desenho dos terminais de radiofrequência trouxeram um anel leitor de código de barras em forma de anel e muito mais ergonomia aos equipamentos. Vamos lembrar que essas alterações não eximem o trabalhador de utilizar a visão para procurar a localização e validar as tarefas de picking. Através do picking por voz o tempo sem atividade fica limitado ao tempo dedicado a fazer tais comprovações visuais. Fique atento! Os sistemas de picking por voz reduzem os incidentes A redução drástica dos erros no picking, que praticamente desaparecem, é uma das vantagens mais mencionada no momento de apostar em sistemas de tecnologia por voz frente aos terminais de radiofrequência. Por outro lado, com o voice picking, os operadores não precisam fazer “malabarismo” para manusear as cargas com uma única mão, uma vez que a outra está ocupada com o terminal de radiofrequência. Isso previne danos na mercadoria, além de trabalhar em favor da prevenção de riscos ocupacionais no armazém. Além disso, se evitam contratempos relacionados ao registro de produtos, tais como os atrasos decorrentes das etiquetas mal coladas ou com rugas que não podem ser lidas facilmente. No caso da tecnologia de picking por voz, simplesmente é preciso recitar os números marcados na etiquetagem e seguir as instruções do sistema. O processo de preparação de pedidos é mais seguro e ergonômico O voice picking permite que os operadores fiquem com ambas as mãos livres para carregar os pacotes ou produtos. Se o compararmos com o picking que utiliza radiofrequência, constataremos que os movimentos são mais ágeis e confortáveis. Um exemplo é o dos armazéns de pneus: SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO se o picking for realizado de forma manual, o voice picking permitirá segurar duas rodas ao mesmo tempo, uma em cada braço, minimizando o número total de etapas a seguir. Para os operadores é um sistema flexível e intuitivo de aprender O treinamento necessário para que o trabalhador comece a operar com o sistema de picking por voz é mínimo. Por isso, esse método é ideal para os armazéns que sofram grandes mudanças devido à sazonalidade e contem com o apoio de mão de obra temporária. Além disso, a flexibilidade do sistema faz com que as instruções possam ser transmitidas no idioma que o usuário preferir sem importar a pronúncia. O sistema de reconhecimento de voz faz uma calibração no início de cada jornada para verificar se está funcionando corretamente. O voice picking é simples de implementar e apto para qualquer tipo de condição. A instalação dos sistemas de picking por voz é simples e não envolve grandes mudanças na infraestrutura do armazém. Com relação ao nível de barulho, os avançados sistemas de reconhecimento de voz são capazes de interpretar as respostas do operador isolando-as do som de fundo. Seguindo esta mesma linha os fones de ouvido contam com sistemas de cancelamento de ruído ambiente para um maior conforto do trabalhador. O retorno do investimento em voice picking é rápido O picking por voz faz parte das soluções de automatização da tomada de decisão que menos investimento exige. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Referências BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007. . Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. . Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. . Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Ministério da Defesa. Centro de Catalogação das Forças Armadas. Manual do curso de catalogação, 2007. . Ministério da Defesa. 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