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Dismenorreia: Causas e Sintomas

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Medicina - UNAERP Larissa Rosa Rezende – T1 
Dismenorreia, cólica menstrual ou menstruação dolorosa 
Caracterizada como dor em cólica, recorrente, localizada no abdome inferior, que ocorre um pouco antes 
ou durante o período menstrual. A dismenorreia é a queixa ginecológica mais comum em adolescentes na 
APS. 
A dor é percebida como intensa em 2 a 29% das meninas avaliadas, sendo causa importante de limitação 
de atividades diárias. Em torno de 1/3 a 50% das meninas com dismenorreia perdem as atividades escolares 
e/ou trabalho pelo menos uma vez por ciclo, e 5 a 14% delas, mais de uma vez 
por ciclo. Cerca de 90% das mulheres experimentam esse quadro em alguma fase da vida, contudo a 
grande maioria não procura assistência médica, pois os sintomas são suportáveis. 
Fatores de risco 
• Idade precoce de menarca; 
• Períodos menstruais longos; 
• Fluxo menstrual intenso; 
• Tabagismo; 
• História familiar positiva. 
Classificação 
A dismenorreia pode ser primária, quando não há doença orgânica evidente que a justifique, e secundária, 
quando ocorre em virtude de outra condição orgânica. 
Dismenorreia primária 
É a menstruação dolorosa na ausência de lesões nos órgãos pélvicos. Geralmente, acompanha os ciclos 
menstruais normais e ocorre logo após as primeiras menstruações, cessando ou diminuindo de intensidade 
em torno dos 20 anos ou com a gravidez. É devido ao aumento da produção de substâncias pelo útero 
chamadas prostaglandinas, que promovem contrações uterinas dolorosas. 
Envolve a produção exagerada de prostaglandinas pelo endométrio. Fosfolipídios presentes nas membranas 
celulares são convertidos em ácido araquidônico que, por sua vez, sofre a ação das enzimas lipoxigenase 
e cicloxigenase, dando início a uma cascata de reações que culminam com a produção de 
prostaglandinas (causa contrações miometriais) e leucotrienos (causa vasoconstrição) no útero – isquemia 
local manifestada pela dor em cólica, característica da dismenorreia. 
Dismenorreia Secundária 
Associada a alterações do sistema reprodutivo, como endometriose, miomas uterinos, infecção pélvica, 
anormalidades congênitas da anatomia do útero ou da vagina, uso de DIU (dispositivo intrauterino) como 
método anticoncepcional, entre outras. Comumente ocorre após dois anos da menarca (primeira 
menstruação). A mais frequente causa orgânica é a endometriose pélvica. 
 
Causas ginecológicas Causas não ginecológicas 
Endometriose 
Adenomiose 
Cisto de ovário 
Aderências pélvicas 
DIP 
Pólipo uterino 
Malformações congênitas mullerianas obstrutivas 
Estenose cervical 
Síndrome do colo irritável 
Obstrução da junção uteropélvica 
Transtornos psicogênicos 
 
 
Dismenorreia Dismenorreia 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa Rezende – T1 
Manifestações clínicas 
Dismenorreia primária 
A dismenorreia primária não costuma ocorrer antes do estabelecimento de ciclos ovulatórios, por isso, é mais 
frequentemente observada de 1 a 2 anos após a menarca. A dor é de intensidade variável, em cólica, e 
localizada nos quadrantes inferiores do abdome. O exame físico é normal, o diagnóstico é clínico, mas 
considera a exclusão de causas orgânicas. 
Somente 6% das adolescentes recebem orientação médica para tratar a dismenorreia, enquanto 70% 
praticam automedicação e muitas abusam de medicações para obter rápido alívio da dor. 
Dismenorreia Secundária 
A dismenorreia secundária frequentemente ocorre como um novo achado em mulheres de 30 a 40 anos. 
Há queixa de mudança no início e intensidade da dor. Outras condições, como dispareunia, sangramento 
uterino anormal e outros sintomas, podem estar associadas. Investigação com ultrassonografia transvaginal 
e laparoscopia e/ou histeroscopia pode ser feita para confirmar o diagnóstico. 
Alteração de Humor 
A influência do quadro na vida produtiva da mulher é fato de grande preocupação, sendo a sua 
associação com a alteração de humor um acontecimento comum em que os dois pontos devem ser 
considerados: a influência que exerce o humor sobre a dor (mulheres com síndrome pré-menstrual e 
transtorno disfórica pré-menstrual). A síndrome pré-menstrual (SPM) e o transtorno disfórico-pré-menstrual 
(TDPM) são dois distúrbios relacionados a sintomas que ocorrem uma a duas semanas antes da menstruação 
e que melhoram após o início dela. Esses sintomas podem ser físicos, emocionais e comportamentais. 
Embora ambos os transtornos interfiram no dia a dia da mulher, a TDPM é mais severa e, às vezes, 
incapacitante. A síndrome pré-menstrual e o transtorno disfórico pré-menstrual compartilham muitos dos 
mesmos sintomas. Nesse último, entretanto, as mudanças de humor que acompanham os sintomas físicos 
são mais intensas e debilitantes, comprometendo seriamente os relacionamentos, o trabalho e a qualidade 
de vida de forma geral. 
Avaliação da Gravidade 
A gravidade da dismenorreia pode ser categorizada utilizando um escore de gravidade, que considera a 
intensidade de cólica menstrual, a presença de sintomas sistêmicos e o impacto nas atividades diárias. 
ESCORE VERBAL MULTIDIMENSIONAL PARA AVALIAÇÃO DE DISMENORREIA: 
 
Transtorno disfórico pré-menstrual 
No transtorno disfórico pré-menstrual, pelo menos um dos seguintes sintomas se destaca: 
• Instabilidade emocional: alterações de humor extremas ou crises de choro repentinas; 
• Mau-humor extremo: sentir-se muito irritada ou ter mais conflitos com as pessoas ao redor; 
• Humor deprimido: inclui tristeza, falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos. 
• Ansiedade acentuada: também pode vir na forma de tensão ou sensação de estar “à flor da pele”. 
Tratamento 
Medicamentoso 
Medicina - UNAERP Larissa Rosa Rezende – T1 
O tratamento de primeira linha para dismenorreia é feito com AINEs. O medicamento deverá ser iniciado 1 
a 2 dias antes do início do fluxo menstrual e mantido por 2 a 3 dias ou até o término do fluxo (máximo de 5 
dias). Os agentes mais frequentemente empregados são o ibuprofeno e o naproxeno. O ácido mefenâmico 
pode ser utilizado em casos de falha aos agentes propiônicos, pois, além de inibir a síntese de 
prostaglandinas, apresenta a particularidade de bloquear a ação das prostaglandinas já liberadas – 70 a 
90% das pacientes respondem bem a esse esquema terapêutico. 
ESQUEMA POSOLÓGICO DOS AINES 
 
A maiores contraindicações dos AINEs são a presença de úlcera gastrintestinal e hipersensibilidade à 
substância. O útero é praticamente insensível ao ácido acetilsalicílico, por isso, essa medicação é pouco 
utilizada na dismenorreia, além de poder aumentar o sangramento uterino. Pacientes sem melhora com o 
uso de AINE ou que apresentam contraindicações ao seu uso devem receber tratamento de segunda linda, 
com ACO. Os ACOs, ao inibirem a ovulação também inibem indiretamente a síntese de prostaglandinas. 
Paralelamente, limitam o crescimento endometrial por meio de sua ação progestogênica, com 
consequente redução na produção de prostaglandinas. O tratamento com ACO deverá ser mantido por 
no mínimo 6 meses, em esquema cíclico (inicialmente) ou contínuo (na ausência de resposta). 
Não Medicamentoso 
A atividade física pode melhorar o fluxo sanguíneo pélvico, bem como estimular a liberação de 
betaendorfinas que agem como analgésicos inespecíficos. A acupuntura, a acupressão e cuidados de 
quiropraxia são opções interessantes no manuseio da dismenorreia 
Outras Alternativas 
DIU com levonorgestrel (Mirena) Até 50% das mulheres se tornam amenorreicas após 12 meses, e redução 
da dismenorreia tem sido relatada. Progestágenos (acetato de medroxiprogesterona) por levar à 
amenorreia, podem ser eficazes especialmente em casos de dismenorreia secundária associada a 
endometriose. Hormônios liberadores de gonadotrofina e danazol: o danazol é um esteróide sintético com 
ação antiestrogênica e antiprogesterônica, além de fraca propriedade androgênica. Ele suprime os 
receptores de estrogênio e de progesterona no endométrio, causando atrofia e reduçãoda menstruação. 
Terapias alternativas: substâncias como tiamina, vitamina E, piridoxina, magnésio e óleo de peixe têm 
demonstrado efeito benéfico em alguns casos.

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