Buscar

Antivirais - Caso Clínico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ED 4 Farmacologia 2 – Antivirais 
Lucas Correa de Melo 
Paciente HIV+ em uso de TARV com lamivudina, dolutegravir e tenofovir (300, 50 e 300mg 
respectivamente) há 2 anos, tendo carga viral indetectável no penúltimo exame, apresenta aumento 
agressivo da carga viral no exame atual. Iniciou tratamento com amoxicilina há 3 dias para tratar 
quadro de faringite estreptocócica, com melhora da sintomatologia em cerca de 48h. 
Avalie e defina conduta: 
O principal agente responsável por uma faringite estreptocócica é o S. pyogenes, estreptococo beta-
hemolítico do grupo A, que é uma bactéria gram-positiva. Um dos medicamentos de escolha para o 
tratamento dessa infecção é uma penicilina, nesse caso foi escolhida a amoxicilina, que é um antimicrobiano 
derivado das penicilinas do grupo dos betalactâmicos. O tratamento recomendado pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a administração do fármaco por via oral, de 0,25 a 1g por dia, de 8 em 8 
horas, por um período de 10 dias, sendo que a melhora clínica já pode começar a ser observada em torno 
de 24-48 horas após o início do tratamento, que foi o caso do paciente. Portanto, a conduta para o tratamento 
da infecção estreptocócica está de acordo. 
Em relação ao aumento agressivo da carga viral, isso pode ocorrer por conta de um fenômeno denominado 
transativação heteróloga. A infecção provocada pelo S. pyogenes no paciente promove a ativação do 
linfócito T helpper, que é a principal célula que vai orquestrar a imunidade contra o agente infeccioso, porém, 
se esse linfócito estiver infectado pelo HIV, vai levar a uma maior proliferação viral, ou seja, qualquer estimulo 
imunológico no paciente HIV positivo vai levar a um aumento da carga viral, mesmo em tratamento com 
adesão correta e apresentando carga viral indetectável prévia. Caso aconteça esse fenômeno de 
transativação heteróloga, não se deve dosar a carga viral e contagem de células TCD4 antes de 4 semanas 
após a resolução de qualquer infecção ou vacinação, por conta dessas elevações transitórias. 
Ainda, nesse período de aumento da carga viral, deve ser feita a manutenção da terapia antirretroviral, e 
ficar de olho na adesão do paciente nesse período, pois o número de comprimidos a ser tomado vai 
aumentar, dado isso, deve ser feita a antibióticoterapia de forma correta a fim de debelar a infecção segundo 
as informações já descritas, e manter o tratamento antirretroviral.

Outros materiais