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► Capítulo 8 Microcorrentes Fábio dos Santos Borges Objetivos Vilma Natividade S. Santos Objetivamos com este capí- tulo não só apresentar mas esclare- cer os principais aspectos que en- volvem este recurso extremamente eficaz, no entanto, pouco utilizado no meio fisioterapêutico. Por meio de suas características físicas, procura- mos mostrar as peculiaridades dos equipamentos de microcorrente, em que identificamos as principais for- mas de onda, assim como dos pa- râmetros de modulação comumente encontrados. Em seguida, busca- mos elucidar os efeitos lisiológicos e terapêuticos da microcorrente, a fim de que o lisioterapeuta dermato- -funcional POjSa utilizá-lo nas mais diversas afeqções. sustentado por maior eficácia em seu ato terapêuti- co, principalmente tendo em vista a controvérsia . da aceitação dos resu 1- tados obtidos por meio de alguns ti- pos de eletrodos. Por fim, mostramos suas indicações e contraindicações. para que o leitor entenda como a mi- crocorrente pode ser utilizada não só nas afecções da clínica dermato-fun- cional , mas nas diversas áreas da Fi- sioterapia. A s. C\)Irf'n les t'l ct1 1c,is IL'lll ~l tio ul1l 1,\llidS l1t'~de os pr,11'<'1 d, e s Ltl 1\ h'd, e 111,1 (':; fF , .. elfc~ r,- 1.1 1l,~ sol11t' o uso .1,1 ,·,'1.c 1;,, c;c,, ,·,i ll~mo terapia \'•,1 •1 , 1:'~c· :L)S nJ Roma e na ~·t: J ,! 11 JJS 1wa tratamento .1.;s :, 'ft' JS ne" ralg1as e outros • , : ,~. 1 s ,io lorosos. nos qua,s se · :.:,-.! 11 desca rgas elelricas por - ~ : ,'f' um Ianque de agua com ~-~ ··~ r ,L.S eletricas de ba ixa mten - ~ ,J 1Jc como forma de lratamenlo ·, "(Çara m a ser uti lizadas há mu1 - ·-1 :t.r1po na Med1c1m orienta l. me- ,- Jrle a clctroacupuntura. Entretan - :.:i t'lli re os 1e1apcu1as orientais não ~- ,a p1 eocupação com a compro- .Jçjo c1en1il1ca e divulgação desse : !'J de 1erapéul1ca. pois havia um rts~1Jltio familiar. e as mformações ::•2r1 trJnsm 1tidas de pai para fil ho, .:12s tJndo seu empr·ego. : r ::-rg el ai iniciaram um traba - .. , l)Le elucidaria o mecanismo >= J,;-~o das microcorrentes. em __ e oemonstraram que seu uso 2L --ff:.:u a concentração de ATP ,, ,1 s1111 r.se ctc prolcln.i . ;iccle1011 o lr,rnspo, 1c ,11 ra\CS dJ rne111br:11 1J ccluldr e outros efe itos 110 nrve l intracelular. Em 1985, Becker . em seu li vro The Body Electnc. esc lareceu os efeitos f1s1olog1cos advindos de uma corren te eletrie3 endogena que part rcrpa de quase Iodas as funções do corpo. Foi verr frcado que esta corrente elétrica endogena en con tra -se na faixa dos microamperes. Por- tanto. há a ide ia de se denominar a microcorren te como uma co r- rente fi sio lóg ica, homeostási ca e norma I izadora. A microcorrente pode ser de fi- nida como um tipo de eletroes- timulação que utiliza correntes com parâ met ros de intensidade na fa ixa dos microamperes, e são de baixa frequência, podendo apresentar correntes contínuas ou alternadas. Também é chama- da de MENS (Micro Electra Neuro Stimulation) . Segundo Robinson e Snyder- Mackler, 2 o modo normal de ap licação dos aparelhos de mi- crocorrr.nl e'.i ocorrem cm nívei s incapél zes rle alivar as fibras ncr vasas sensorra1s subcutâneas (cslimulação subliminar) e, como resultado, os pacientes nào têm nenhuma percepção da sensação de formigamento tão comumente associada aos procedimentos ele- troterapéulicos. Já Starkey,3 rela- tou que esta forma de estimulação eletrica tende a ser aplicada em nfve l subsensoria l ou sensorial muito baixo, com uma corrente que opera a menos de 1.000 mi - croamperes. ou seja , abaixo da faixa dos miliamperes (1 miliam- per = 1.000 microamperes) . Diferentemente das outras mo- dalidades elet roterapêuticas, a carac terística que distingue a mi - crocorrente é que ela não vi sa à exci tação de nervos periféricos. Por ter ca rac te rísticas subsenso- riai s, não causa desconforto ao paciente . Craft4 afirmou que a microcorrente trabalha com a menor quantidade de corrente elétrica mensurável, e que isso é compatíve l ao campo eletromagnético do corpo. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ■ correntes. Starkey3 relatou que os estimuladores com microcorrentes podem liberar correntes con- tínuas, alternadas e pulsadas ou não (em uma am- pla variedade de formas de onda). Atualmente, podemos encontrar diversos tipos/modelos de aparelh os com uma gran~e di - \'ersidade em relação às suas características f1 s1cas. Entretanto, Robinson e Snyder-Mackler 1 relataram - . h dra-0 1·ndustrial desen-que nao existe nen um pa . volvido para a construção de aparelhos de micro- Hoje em dia, no mercado, encontramos al- guns tipos de microcorrentes que podem ter como form a de onda os exemplos abaixo: I. Formas de ondas individuais com caracterís- ticas de pulso monofásicos retangulares, que ' , , l!I e, c'r.~ • J 'e f,\.>,L. , ... :~C"!H c ,l r ulJrhJJdc .. :\ este .. _ ... . m1 ( r!>.:'-1 u c p-1. :.i.:-.. d.!Jc> Oú >rrc J cad3 2 ,5 , .ic \ rm.1 J .. ,1.11:.111...·.1 d·1gurJ 8.1 l. ... : . L , ..:e' :n.,·rl,-l rrc>mo ( Figura 8.2) - . ~, f:l. _ '.ll ~ C' ru!'() l. Ll fl1 l!JJ1J rampa .1:-t...:J f'....IJ a ~cric Je pulsos ,Jt· m11.r11co rrt11 k .'l tr,1zem u L l ' .. '1 J'- 1 ul~11 fdJ1igulJ r J 1~1ribuí - J l c!t I J : fl} J 1J:1J1., JJ ~il.J / J 1gu ra X.1;. ]· ',( .1 e ur: 1,1 Jnr m J ,·lii)'kc1 l·nu>ntr 1J ,1 r1.1 m,tior iJ J1.1, .,pJ1t'1h , b .1tuJlml.111 l· 1. .\!~ur1' .tf Jrdhu~ Ir J/çfll umd u irrt rll t: rn nt 1 .. llUJ e,n hirmJ Ji: l rc-n" dl· pu l \ o, cu111 in t<..'r\'d - Jn~ en tre d c,, 1 l 1gu ra ~. --1 l. f igun1 ----~- m forrn.i OP hm;)I ' em rampit-; 8 5 Pulso rnonolásico trapezoida l. Figura . Figura 8.6 Pulso bifásico retangular. 5. Há aparelhos que possuem correntes com pulsos trapezoidais (corrente contínua) (Figura 8.5) . 6. Existem também formas de microcorrentes alternadas com formato de pulso retangular (Figura 8.6) ou até senoidal. Obs.: Levando-se em conta as diversas con- siderações clínicas, Wing5 relatou que uma efeti- vidade máx ima em aparelhos de microcorrente deveria provavelmente incluir uma estimulação mo nofasica com dtodo e ânodo, com trens de pu bo c ondas que trocam de polaridades de dois a qua tro segundos para permitir que ambas possam \Cr aproveitadas e conceder que as células selecio- nem a polaridade desejada. ~-ncontr~~os no mercado alguns aparel hos que utilizam vanas formas de onda em , . e um U11ICO tratamento, com o objetivo de promover efeitos di- terenciados de acordo com determinada forma de onda. Entretanto, a literatura utilizada par a justificar este tipo de procedimento não apresenta b ase cientí- fica e deve ser questionada. Diante disso, encontra- mos diversos protocolos que utilizam som ente uma forma de onda para o tratamento das ma is variadas afecções, tanto na área dermato-funciona l como em outras áreas da Fisioterapia, apresentando resultados satisfatórios segundo aquilo que se propõe tratar. De acordo com o modelo do aparelho fa- bricado, os controles de intensidade nor malmente permitem um ajuste de amplitude em to rno de 10 a 900 microamperes. Os controles de frequência geralmente permitem ajustes de 0,5 Hz a 900 Hz (ou em até 1.000 Hz). A duração de pulso de microcorrente é m aior que outros tipos de eletroestimulação, como por exemplo, o TENS. Um pulso de microco rrente típi- co é de aproximadamente 0,5 segundos, q ue é cerca de 2.500 vezes maior que um pulso típico de TENS. Estes aparelhos liberam no corpo uma co rrente elé- trica com amperagem de aproximadamen te 1/1.000 do TENS. 3·6 Wing5 mencionou que a duração de pu lso da microcorrente é sempre igual ao interv alo entre os pulsos, independente da frequência. , 0 plano de atuação das microcorrentes e profundo, podendo atingir um nível m uscular,. e • d. t t ação no plano cuta- apresenta-se com 1me ia a a u neo e subcutâneo. Em comparação ao TENS, a terapia dasmi- l , d d ' · ·r ou eliminar a dor crocorrentes a em e 1mmm · reparo tecidual. acelera o processo curativo e o EFEITOS FISIOLÓGICOS ■ Restabelecimento da bioeletricidade tecidual 1 l . 1 , u ma camada li- Na membrana ce u ai, 13 , , _ , vel a todos os 10ns. p1dica sendo essa nao permea , 1 ' . dade de separar 10ns e e- Assim, possui a capac1 Microcorrentes tricamente carregados. Esta camada age d e forma isolante, resultando na capacitância elé trica da membrana celular. A chamada capacitân cia elé- trica significa ter condições de armazena r cargas elétricas dentro da membrana por meio de uma força eletrostática. Íons carregados podem cruzar uma única membrana por canais que darã o a mes- ma uma habilidade protetora, a fim de condu zir a eletricidade para, então, regular a permea bilidade da membrana. É possível que exista um cir cuito de bioeletricidade ocorrendo continuamente ao longo do corpo. Um exemplo clássico desta bio eletrici- dade são as células endoteliais das membra nas dos capilares, que agem como eletrodos, gera ndo um circuito bioelétrico, permitindo que os íon s se mo- vam pela parede ou entre as células do end otélio.7•8 Corroborando com o supracitado, vário s autores descreveram que um trauma afetar ia o po- tencial elétrico das células do tecido lesado . Inicial- mente, o local atingido teria uma resistênc ia maior do que os tecidos próximos da lesão. Isso porque quando uma lesão acontece, uma carga positiva forma-se na área lesionada e joga para cim a a di- ferença de voltagem potencial, servindo co mo uma bateria bioelétrica que espera ser ligada. C omo as membranas ficam menos permeáveis ao fluxo de íons (especificamente potássio e outros íon s positi- vos), e mais isoladas eletricamente, o fluxo intrínse- co de bioeletricidade é forçado a levar o cam inho de menor resistência. Portanto, a bioleletricid ade evita áreas de alta resistência e vai em direção a o cami- nho mais fácil, geralmente evitando a lesão pela cir- culação sanguínea ao redor dela, isso resul ta na di- minuição da condutância elétrica na área d a ferida. O decréscimo do fluxo elétrico na área l esionada diminui a capacitância celular, e, como r esultado, gera a inflamação e a cura é assim diminuí da. 5·6·9·10 Jaffe e Vanable' 1 provaram que a bateria cut â- nea dos mamíferos é bastante poderosa (p elo me- nos em seres humanos e em cobaias) e pode manter voltagens de potenciais transcutâneos de at é 80 m V (positivas internamente), tendo uma cap acidade de impulsão da corrente da ordem de 1 µA /mm de comprimento da ferida. Becker7 demonstrou que uma corrente elé - trica é o gatilho que estimula a cura, a rege neração e O crescimento em todo org anismo vivo por meio da eletricidade endógena, constatando qu e a rege- neração acontece por meio do controle elétrico. '' , ,, J [Jerm.it(>-FUJrcional . . eficiente ao ·ndo que este sistema torna-se in sugen envelhecermos. . , · te 11a circulató- Taubes" fe z mençao ao s1 s J I ricidade, . 'vel condutor de e et , rio como um possi . ., corrente e .. 1,_ 0 s capda1 es. A especialmente os '• · · 1 11 d·lllO no . uc ocorre a gu1 e aumentada sempre q . . . qtrindo e111 . 1 ·ó · Isso acontelc • sistema c1rcu ai no. · , ,rnredes . ·mahnenlt: as r' rt•sno,ta a um trauma. 1101 ,·s·so · r · . . , 1 · Com , se tornam mt•nM penndve1s aos ,JO'. s. ponto . t· 0 tluxo detnco no 0 Mganismo ,wmtn il ' do rep,iro. 'd ·vos \\ . .. ·t il 1' -,~rmara111 que os teci os v1 t'I~ t • · <•11 possuem detropotenciais de corrente direta que .1p.1 rt·11t«:.'mentt· regulam, pelo menos em parte, o pro~·es...-.o de cicatrização/reparo. . Segundo Charman,1 ~ a hipótese relativa aos ,·,1rios aspectos da bioeletricidade é que as células recebt·m, codificam e agem sob sinais elétricos, acústicos e magnéticos. Esta bioeletricidade é a base em que se apoiam as várias teorias do sinal magnético entre as células. Pesquisadores relataram que, por meio do dano tecidual ou de atividade normal do múscu- lo, um acúmulo de cargas, em razão de elétrons em excesso. pode ser gerado. O acúmulo de car- gas pode constringir as arteríolas, ativando assim J corrente bioelétrica. Porém, as vênulas (no final dos capilares) não constringem em um campo elé- trico. Então, íons e células carregadas (neutrófilos, por exemplo) podem migrar através das veias e atra,·és de poros vazados das vênulas pós-capilares para o local da lesão. Em virtude da lesão provo- car mudanças na polaridade do potencial elétrico ( que altera as propriedades de isolação elétrica da membrana capilar), o vaso capilar fica menos per- meável ao fluxo de células carregadas e íons neces- )ári os para a cura .5-' Wing' mencionou que mensurações realiza- das em_ cotos de amputação da ponta do dedo de uma rnança encontraram microcorrentes com in- tensidades em torno de lo µA a 30 A A 1 . µ • vo tagem normal conf enda foi de lo µA po , f ' rcm, quando uma ratura ocorre, a voltagem é d. . , d Cinco dias de . immu1 a para zero. pois essa voltagem apontou I. . mente para o normal, e antes do d , . . 1ge1ra- . . ec1mo dia a volt gem contenda era quase normal. No déc· . a- dia a voltagem já era no l . imo quinto rma ' ou se;a, I O µA Becker e Murray" relat . . de de tecido reverte-se , ' alra~1 que a polarida- apos a esao Esta t . · eona da _ ,, ·opõe que as feridas sejam ini- de Jesao P1 . . "corrente . . n relação ao tecido C1rcundan- os1t1vas e1 . . . . , ciaJmente P 1 ·dade pos1t1va dispare o inicio ssa Pº an te, e que e aro Mantendo essa polaridade so de rep . do proces . , uma potencialização da cicatri- . . a oconera - " pos1t1v,' . d "corrente de lesao parece ser - A teoria a . zaçao. 1 t to de que a polandade positiva t ntada pe O a - sus e . fi . das crônicas abertas nao possuem é transitóna; en . . , l de erro de disparo. ·s esse sina mai k 7 estudou as células neuronais e as Bec er , . l . concluiu que estas ultimas são células da g 13 e, - · . l 'tricas que nao transmitem sinais condutoras e e , . os neurônios, mas tem a capac1da- discretos para _ , . , d ·r estimulaçao eletnca exogena de de de con uzi , . . f , eia Essas correntes tem um efeito baixa requen · . f d d ·retamente proporc10nal ao campo pro un o, i . l t mag nético que criam, e por me10 deste eero , . , , t ·mulam os neuromos e tambem celu-campo es 1 las adjacentes. Segundo Taubes, 12 todo corpo é um gera- dor de corrente elétrica de baixo nível, onde o polo positivo está ao longo da medula espinhal e O polo negativo é a periferia. A possibilidade mais óbvia sobre como estas correntes são con- duzidas pelo corpo é incluindo o sistema nervo- so e toda sua estrutura de apoio. O sistema ner- voso não é constituído apenas pelos neurônios, mas existe um_a imensa rede de células que se somam a este sistema. Incluímos neste somatório as células da glia, no sistema nervoso central (SNC), e as células de Schwann nos nervos periféricos. To- dos os corpos celulares de um neurônio residem no cérebro e no nível espinhal. Entretanto, Morgareidge e ~hipman 16 relataram que o colágeno, a proteína mais comum no reino animal, pode se comportar como um semicondutor. Um semicondutor é um material que 0 c b · . , . ierece a1xa res1stencia para pe- quenas correntes . , enquanto permite a pronta transmissão del I as. nversamente, um semicon- dutor opõe tra . _ nsmissao a grandes correntes, ge- rando uma r · , . . esiS tencia muito alta. Semiconduto- 1 es normalme t - . . . n e sao cnsta1s, e o colágeno, em muitas estrutur . 0 1 , as, tem propriedades cristalinas. co ageno deb · - , . . elétr · aixo de tensao gerara potenciais icos pequen d no osso ( e . ~s O mesmo modo que ocorre e1e1to p1ezel, t . micond t e nco) • Como um meio se- u or o colá também 1 '. geno poderia ser a rede que eva correntdo corpo. es pequenas por toda parte A corrente elétrica produzida pela MENS pode atuar dentro da fibra venosa, sendo condu - zida através das células de Schwann, que são cé- lulas satélites no gânglio de raiz dorsal e células da glia no sistema nervoso central. Este sistema opera de um modo semelhante a um semicon- dutor, no qual pequenas quantias de corrente elétrica são transmitidas em ambas as polarida- des. Em um tecido vivo, quando ocorre um es- tímulo, como um trauma, uma amputação, uma anestesia ou uma aplicação de microcorrente, os potenciais de superfície mudam, dentro de dois segundos após o estímulo inicial. Esta ativida- de sugere que existe um semicondutor biológico responsável pela transmissão de dados, a respei- to dos danos ocorridos, para o cérebro, e regis- tra o dano como uma mudança no potencial de superfície. 7 Cheng et al., 1 em estudo feito em pele seca de ratos, observaram que a resistência elétrica na pele dos animais de início tinha valor considerado alto, e depois diminuiu linearmente com aplicação de correntes acima de 50 microamperes. A correta aplicação da microcorrentes em um local lesionado pode aumentar o fluxo de cor- rente endógena. Isso permite à área traumatizada recuperar sua capacitância. A resistência deste tecido lesionado é, então, reduzipa, permitindo à bioeletricidade entrar na área e restabelecer a homeostase. Portanto, a terapia das microcorren- tes elétricas pode ser vista como um catalisador út il na iniciação e perpetuação das numerosas reações elétricas e químicas que ocorrem no pro- cesso de cura. 6•9•1º Alguns autores relataram que após uma lesão no corpo e um rompimento de sua ativida- de elétrica normal, a terapia por microcorrente pode produzir sinais elétricos semelhantes aos que acontecem no corpo humano quando esse estiver recuperando tecidos lesionados. Os equi- pamentos de microcorrente especificamente são projetados para imítar e ampliar os sinais bioelé- tricos minuciosos do corpo humano. Estes equi- pamentos trabalham no nível celular, criando um veículo de corrente elétrica para compensarª di- minuição da corrente bioelétrica disponível para o tecido lesionado. Isso aumenta a habilidade do corpo para transportar nutrientes e resíduos me- t b , 1 e t d i.~ ,5.7 .10 ª 0 icos das células na área aie a ª· Incremento à síntese de ATP (adenosina trifosfato) f.. \icrocorrentes Noventa porcento do total de ATP utiliza- do nos trabalhos celulares são formados durante o metabolismo da glicose, com a energia liberada pela oxidação subsequente dos átomos de hidrogê- nio liberados durante a glicólise. Toda energia acumulada será armazenada nas mitocôndrias, também denominadas "poços de energià' celular, e definidas como uma orga- nela intracelular composta de várias membra- nas, sendo responsável por todas as reações do metabolismo aeróbico que utiliza esta forma de combustível. Dentro desta estrutura celular, exis- te uma combinação de várias enzimas especiais que transportam os íons de hidrogênio liberados pela degradação metabólica da glicose e gordura. Estes íons fluem pela membrana celular, dando origem à adenosina trifosfato (ATP) - principal fonte de energia química. As enzimas presentes nas mitocôndrias clivam cada átomo de hidrogênio em um íon H + e a um elétron. Posteriormente, utilizam os elé- trons para combinar o oxigênio dissolvido dos líquidos, formando íons hidroxila. A seguir, os íons hiçirogênio e hidroxila se combinam para formar moléculas de água. O mecanismo de for- mação de moléculas de ATP é chamado de quimio- smótico. Esse mecanismo ocorre pela ionização do hidrogênio, pela formação da cadeia de transporte de elétrons e pela formação da água. Os elétrons são removidos dos átomos de hidrogênio e en- tram na cadeia de transporte de elétrons. Duran- te o transporte desses elétrons ocorre a liberação de energia utilizada na síntese de ATP. Este pro- cesso motiva uma elevada concentração de íons positivos na membrana externa da mitocôndria e de íons negativos na membrana interna. 17 · 18 • 19 A energia do transporte de elétrons é pri- mariamente para bombear prótons para o exte- rior da mitocôndria, formando a carga positiva no exterior da membrana mitocondrial. Isso forma um gradiente de prótons (Figura 8. 7). Este gradiente forma uma força próton-motriz, que leva a síntese de ATP. Isso ocorre porque a membrana interna é impermeável aos prótons, e estes só podem retornar ao interior da mitocôn - dria, e desfazer o gradiente, por meio de sítios es- 1 kr111:1lt1-F1111cio11:1I t) Êlétrons Z) ians positivos ------ ~~ ~--J Cátodo Aiiibiente negativo Grad iente de prótons (H + ) Ámbi; nle posilivo (OH + ) 1 Ánodo (pos/ + ) --- (neg/-) (OH-) 1 - ------ Fluxo de corrente com rons nega!ivos d ela microcorrente. Figura 8. 7 Gradiente de prótons gera os p peciticos localizados na membrana interna. Esses sítios são constituídos pelo complexo ATPase, e ~ esse complexo que une o ADP com ATP. En- tão, podemos dizer que o processo de síntese de ATP está intimamente ligado a um processo detrofisiológico. Esse processo é acelerado pela ação da microcorrente que aumenta a formação desse gradiente de prótons, fornecendo à mem- brana externa íons positivos, e íons negativos para a membrana interna, aumentando assim a diferença elétrica entre as duas membranas e a força próton motriz; força essa que leva à forma- ção de ATP. 1.6 Esta formação de ATP motivada pela es- timulação elétrica com microcorrente ocorre quando, durante a eletroestimulação, os elétrons reagem com as moléculas de água pelo lado ca- tódico para produzir íons hidróxilos (-OH), enquanto no lado anódico, prótons (H +) são fo rmados. Assim, entre a interface anódica e ca- tódica, um gradiente de prótons e um gradiente potencial atravessa o tecido e o meio é criado. Em consequência, os prótons, sob a influência do campo elétrico e a diferença de concentração devem m_over-s_e do ânodo para cátodo. Desd~ que a razao de formação de prótons na . t ·f ·d· m e1 ace ano ica seja igual à razão de consumo de p , t · f , ro ons na 111ter ace catodica O pH d . te ··d ) , o sistema (meio e u o permanece sem interferên . migração de prótons I Cia. Quando a a cança a rnemb . . condrial (H +) ATPas AT , . rana mito- d - e, 0 P e formad A . açao dos substratos . o. ox1- . , que e acomp I d migração dos p , t an ia a pela ro ons através das pode igualmente ser esr I d membranas, imu a a eletr' . icamente . duzida de próton s, ativando un1 pela corrente in i rocesso de Jeedback. i p Estudos realizados por Cheng et ai. , mos- uso de microcorrentes de 100 µ A a traram que O . , . A ntou O transporte de ammoac1dos, e SOOµ aume d · f tores contribuíram para um aumen to estes 01s a da síntese de proteína. A adenosina trifosfato (ATP) é um fa- tor essencial no processo de cura. Uma gran de quantidade de ATP, a principal fonte de energi a celular, é requerida para controlar funçõe s pr i- márias da membrana celular como o movimento dos minerais vitais: sódio, potássio, magnésio e cálcio, para dentro e para fora das células. Isso também sustenta o movimento dos resíduos para fora da célula. Tecidos lesionados têm re- sistência elétrica mais alta e também são pobres em ATP. Como mencionado anteriormente, em um músculo ou tecido traumatizado, a passa- gem da corrente bioelétrica é obstruída, resu l- tando em impeda' nc1·a l ' t . iu A . d ' . e e e nca. - 1mpe anc1a elétrica causa um d - . , a re uçao no supnmento san- gumeo, oxigênio, e nutrientes para os tecidos conduzindo a e . ' . . spasmos tec1duais. A circulação d1m111uída causa , 1 b , . um acumu o de resíduos meta- olicos, resultand h'· , . , . 0 em 1pox1a local, isquemia e metabolitos n . • onvos que levam à dor. Quando isso ocorrer é . l está . d .d' sina de que a produção de ATP reuz1 a O . l P recis d · 5 impu sos elétricos do cor po am e uma perar a b . corrente necessária para su · arre1ra de · d . . . cido trau . . impe anc1a inerente ao tt' · matizado I , , obstáculo d , · sso tambem resu lta em um ª propri ·:1 hab·1·d d começar O < 1 1 a e do corpo p,n,1 processo e -, . . cuperar 5 b ui at ivo ate o tec ido :)e rc-u stanci:üm ,. ente do trJum .1 .' ~. :, 1\-licrocorrenlc~ Cünw ,\ mkrocorr, l . t:nlt' rl'a )astt'Ct' o ATP 1.)s nutnl'nlt's podt'm nov·un , t, t·l . ' lcnsidadl's acima de 1.000 pA também inibiram a respiraçüo celular. , . ' li\ l u1r par:-i dl'nlro das 1.'.dulas lt'swnadas l' os 1., . 'd d . . , . • • , lSI uos os produ- tos met,1boh1..os po,km tluir n ·\ .. t· . d , , . . r' 1•1 01a ascelulas. Isso t' pnmord1al para O ckst'nvol, . d , . · ' tmento a sau- 1.k dos tendos. O ATP t·unbém ·tb· ·t . . ' ' ,ls t'Ce os tec1- dc,s de l'nerg1a 11l'cess.íria p-11 .. 1 ·\ti,11e t . . ' ' ' n a, o trans- portt' dl' 1011s .\través das me11.1b,·a,1.1. d . , " < • S t' pro UZlr no,·as prote1 nas. Aumento do transporte de membranas Em ,·irtude do aumento d·\ prod .- d < UÇ<lO e .-\ TP, ocorre a intensificação do tnmsporte ativo atraYés da membrana.' Transporte ativo de aminoácidos Segundo Guyton, 17 as moléculas de pratica- mente todos os aminoácidos são demasiadamente grandes para sofrerem difusão através das mem- branas celulares. Então, o único meio de transpor- te significativo desta substância para o interior da célula é por meio do transporte ativo. Este mecanismo de transporte ativo depen- de diretamente da energia liberada pelas molécu- las de ATP, e o aumento de ATP disponível para a célula aumenta o transporte de aminoácidos e, consequentemente, aumenta a síntese de proteí- nas. Isso foi verificado por Cheng et al., 1 utilizando intensidade de corrente variando entre 100 e 500 microamperes. Síntese de proteínas Como dito anteriormente, correntes cons- tantes de 100 µA a 500 µA aumentaram a pro- dução de A TP celular local em até 500%. Isso · d m· inoácidos e aumentou o transporte ativo e a d ' em 30% consequentemente a síntese e protemas a 40%.1 Quando a corrente foi aumentada, eS tes efeitos bioestimulatórios foram invertidos, e cor- o A ( 1 mA) reduziram rentes que excederam 1.00 µ , . . b t ' ·coem cerca de a retenção do acido ammo1so u m . d . · ·u mais 20% a 73%, e a síntese de proteína immm t entre 1 mA e de 50%. Aumentando-se a corren e - d ATP e a 5 mA, 5 mA, diminuiu-se a produçao e ' , . b · 0 dos nive1s a produção de ATP colocou-seª aix . ' 1 t am que as rn- de controle. 1•5·6·7 Cheng et al. re a ar . A produçüo de ATP aumentada consegue oferecer a energia que os tecidos exigem para au- mentar a síntese de proteína e aumentar o trans- porte de íons. Juntos, estes processos são os ele- mentos iniciais para o desenvolvimento de tecidos saudáveis. 111 Ação no sistema linfático Uma pequena quantidade de proteínas plas- máticas vaza continuamente pelos poros capilares para o líquido intersticial. Se não forem devolvidas ao sangue circulante, a pressão coloidosmótica do plasma cairá a volumes demasiadamente baixos, o que fará que se perca grande parte do volume sanguíneo para os espaços intersticiais. Uma im- portante função do sistema linfático é a de devol- ver as proteínas plasmáticas do líquido intersticial à circulação do sangue. Ocasionalmente, ocorrem anormalidades no mecanismo das trocas líquidas nos capilares que resultam em edema, caracteriza- do pela passagem excessiva de líquido para fora do plasma e para o líquido intersticial, com a conse- quente tumefação dos tecidos. Entre as várias cau- sas desse fenômeno está o bloqueio do sistema lin- fático, que impede o retorno da proteína, do inters- tício para o plasma, fazendo que a concentração de proteínas plasmáticas caia a volumes muito baixos, enquanto a concentração de proteína no líquido intersticial aumenta muito. Estes dois fenômenos, isolados ou em conjunto, produzem a transudação excessiva de líquido para os tecidos. 17•18•21 A MENS aumenta a mobilização de pro- teínas para o sistema linfático, pois, quando são aplicadas em tecidos traumatizados, as proteínas carregadas são postas em movimento, e sua mi- gração para o interior dos tubos linfáticos torna-se acelerada. A pressão osmótica dos canais linfáticos é aumentada, absorvendo o fluido do espaço in- tersticial. 6 Obs.: Embora possa parecer que uma micro- corrente com corrente contínua produza melhor os efeitos fisiológicos descritos acima, muitos protoco- los de terapia com microcorrentes utilizam corrente alternada (interrompida em pulsos ou não), 22 prin- cipalmente no tratamento cicatricial da pele. Dennato-F1111dm1al EFEITOS TERAPÊUTICOS ■ Analgesia S undo Kirsch e Lerner/1 um dos maiores ' eg ENS tá no controle benefídos obtidos com a M es . G . . -0~.1 confirmaram os resulta- da dor. Gmrro e u111 - , ul- dos desse tipo de estimulaçao e concluirar_n re~ tados animadores no controle da dor, na c1catnza- çáo de feridas e no controle de edemas. A MENS pode criar ou mudar o fluxo da corrente direta constante dos tecidos neurais que podem, de algum modo, influenciar a transmissão de estímulos dolorosos. A MENS pode também tornar a membrana celular do nervo mais recep- tiva para os neurotransmissores que irão bloquear a transmissào.24 Tendo em vista encontrarmos na estrutu- ra orgânica parâmetros de intensidade de cor- rente elétrica endógena na faixa dos microam- peres,5·16 a microcorrente é vista como uma cor- rente fisiológica, homeostásica e normalizadora das funções orgânicas. Portanto, quando um indivíduo apresenta um quadro doloroso, pode- mos estar diante de uma disfunção responsável por algum tipo de estimulação nociceptiva. A MENS aplicada sobre estruturas acometidas de dor tem a propriedade de normalizar a fisiologia alterada na área álgica, promovendo a homeos- tase, assim como a possível cura e reversão do quadro de dor, ou seja, como resposta à utiliza- ção das microcorrentes e em consequência do restabelecimento da bioeletricidade tecidual, o SNC responderia com uma mensagem de dimi- nuição do quadro álgico. De acordo alguns relatos, 2s.26 correntes de baixa frequência em nível dos microamperes têm bastante sucesso na redução da dor e a umento na reparação tecidual de um modo geral. Diferentemente do TENS e pelo e t d . , 1a o a mi- crocorrente aliviar a dor promove d . d . n o a cura, este t1~0 e estimulação não atua com resultados im d1atos, e sim de forma gradativa - . e- . ,; . e acumulativa.27 Alcaide- realizou um t d . es u o com 16 Cientes, com idade variando ent pa- com dia · · re 18 a 37 anos gnost1co de ruptura parcial d , ral, separando os volunt , . - . e reto femu- anos em dois grup . os equ1- 1 foi submetido a um tratamento . s o grupo tat1vo · II recebeu tratamento com rni- placebo; 0 gruppo este estudo, foi utilizada uma rrentes. ara . croco. de 180 µA, com 30 minutos de apli- intens1dade fi . , . d _ do comprovou a e Ciencia a terapia caçao. O estu . - d d . nte na diminurçao o qua ro dolo- or m1crocorre - P . do esta eficácia com sua açao catali- roso, assoc1an . . . , . d cesso cicatnc1al fis1olog1co. sadora O pro . A microamperagem pode ser efetiva para t de cefaleias, s índromes temporoman- tratamen o . 1 e uropatias artrites, bursites e tendi- dibu ares, n ' . . , . E ri· ências clínicas mdICam que tambem mtes. xpe d ma terapia adjunta nos tratamentos das po e ser u , dores de ouvido, gargantas, algias de~tar~as, sinu- . nJ·untivites alérgicas, neuralgia pos-herpé-srtes, co , tica, úlceras de pele e síndrome do tunel do carpo. 28 Pacientes com tumor no nível cerebral e cer- vical cursando grandes quadros de cefaleia foram tratados com grande sucesso com microcorrente, . . , rfina 29.30 até que resistissem a mo · Dentistasusaram este tipo de terapia como substituta para anestesia local e controle da dor, associada aos tratamentos ortodônticos. 28 · 31 Kahn32 informou que os efeitos polares fa- vorecem a liberação de oxigênio no ânodo, o que aparentemente favorece a analgesia. Desta forma, segundo o autor, a MENS também é útil para pro- duzir alívio da dor em muitas situações. Kirsch e Mercola6 relataram a ação da MENS em vários tipos de quadros álgicos, comprovando sua eficácia quanto à aceleração e até cura do con- trole da dor. .. Em 1531, um estudo testou em pacientes a efetividade de terapia com MENS para a redução de d_or em doze tipos de danos agudos; 94% dos pa- cientes informaram uma redução da dor durante o ~rimeiro tratamento (primeira aplicação), e 88% eStiveram livres da dor com 1 O sessões de tratamen- to. Além disso, nenhum efeito colateral ou aumento dos sintomas foi informado durante o estudo.31 Ac~leração do processo de reparação tec1dual Na década d 1960 em co Ih d e , estudos experimcntJis e os emonst - • trica re I raram que a intervenção ck- su tou na a_ 1 . ___ _ . com forma à. _ce e~açao das tendas da pdc. ç o de c1catnzes mais fortes . Assimacopoulus·'' a 1. P icou a corrent t , trica negativa de 75 ~lA a 100 A e e e-µ em coelho · observou a produ ão d _. . s, e . . ç o tecido C0nJuntivo 'lCC -lerando a cicatrização tissuh. A . ' ' 'L partir deste es-tudo, com o uso de corrente . , ' . . .. . . LOntmua negativa de baixa mtens1dade, publicou t · l • .. . , . . . . les CdSOS cl1111cos experimentais em pacientes nt . . , . • • ' --i 1e ,1p1 esentavam ulceras cro111cas localizadas no p , t d e, en o como resultado um dt·nso tecido co11ect· · ivo nco em fi-bras colágenas hialinizadas Ess·is ci· t .· 1 · ' ca 11zes eva-r,1111 de 30 a 42 dias para atingir a rep _ 1 . araçao tota , m,1s das nao apresentavam oJândula d , , , o s su onpa-r.1s, glandulas sebaceas e folículo piloso. A corrente contínua, no polo neoativo d . o ) rt' Llr a o crescimento das bactérias· e · , associa-ti.l ;1 mecanismos de defesa normais aumenta .1 destruição dos microrganismos infecciosos.9 Harrelson et al. 3•1 relataram que O efeito bac-tericida das microcorrentes com corrente contínua ocorre no polo negativo; e no polo positivo ocorre uma exacerbação da reepitelização induzida. A excitação elétrica de uma ferida é capaz de multiplicar as células do tecido conjuntivo, ele-Yar a concentração de receptores de fator de cres-cimento que aumenta a formação de colágeno. 2•1º·16 A reversão de polaridade na aplicação de microcorrente parece reiniciar os processos de re-paro de ferida. Coagulação sanguínea e trombose ocorrem embaixo do ânodo, mas não embaixo do cátodo. Quando a polaridade é invertida, o cáto- do é capaz de fazer que a formação do coágulo em haixo do ânodo fique mais solúvel. 6 Foram utilizadas microcorrentes, com ele-. · ·dade em torno de trodos 1mplantados, com mtens1 . ln µA a 20 µA em rupturas de tendões e hgame~- tn~ de atletas. A corrente acelerou ª recuperaçao . , d normal de re-do~ ler idos encurtando o peno 0 ' ' cuperação de 18 para apenas 6 meses.· d efeitos das cor-Alvarez et al. 35 estu aram os , . . t ·das derm1cas rl.' nte~ de baixa intensidade em en . . 1 de porcos, ut1-111duzidas cirurgicamente em pe e A 1 . . t sidade de 200 µ , 1za ndo uma corrente com m en . inca semanas e Jua~ vezes por semana, durante c d colágeno, com-constataram o aumento da taxa e 1, · qualitativa. provado na análise histo ogica . lé-. da corrente e Dunn 16 observou o efeito .- do . a colocaçao tnca na matriz de colágeno com . n por-'\ ·d dérmicas, e1 e etrodo no centro das fen as cor-e · licado uma qi,in/1os-da -índia, nos quais 101 ap Microcorrentes rente de 50 ~lA, estando o cátodo sobre a ferida, e obteve como resultado aumento da migração de ~broblastos e o alinhamento de colágeno; já com 0 a~1odo colocado sobre a ferida, observou a migra-çao de células inflamatórias. Brown e Gogia-17 pesquisaram o efeito da corrente de baixa amperagem na cicatrização de feridas em coelhos. Aplicaram corrente de baixa amperagem em 80 µA, durante duas horas por dia, em grupos diferentes. No grupo controle, foi aplicado o cátodo sobre a ferida, e os animais cica-trizaram após sete dias. Já no grupo experimental, foi aplicado o ânodo sobre a ferida, cujo fecha- mento ocorreu entre os quatro primeiros dias. Santos et aI.JR comprovaram, em seu traba-lho na pele de ratos submetidos a queimaduras químicas de segundo grau, o intracrescimento dos fibroblastos e o alinhamento das fibras de colágeno que foram incrementados com a estimulação de microcorrentes (corrente contínua utilizando 20 e 100 microamperes). A resposta máxima dos fibro-blastos foi observada nas proximidades do cátodo. Os autores relataram ainda que houve uma redu-ção do tempo no processo de reparação tecidual na pele dos animais utilizando microcorrentes, em que o grupo controle demorou um total de 32 dias e o grupo experimento, 12 dias, para a reparação tecidual. A Figura 8.8 mostra imagem de lâmina histológica do grupo controle ( G 1) não submetido a microcorrentes e a Figura 8.9 mostra do grupo experimento (G2) eletroestimulado com micro- correntes. Por meio das análises histológicas e cons-tatação dos resultados, os autores podem justifi-car o uso atual da microcorrente na revitalização cutânea e na cicatrização de segunda intenção nas lesões ortopédicas, ginecológicas e atualmente na fisioterapia dermato-funcional, por causa do in- cremento dos fibroblastos. Atualmente, o efeito de reparação tecidual pela microcorrente é extremamente útil no pós--operatório de cirurgias plásticas, em que _se ob- jetiva a rápida resolução do edema, da _eqw~1~s~, da inflamação e da dor, ocorrendo ass11n a 1111~1-ção da metaloproteinase q_ue favorec_e a _formaçao da fibrose e aderência tecidual; e pnnopali_nen~e com o intuito de estimular o processo de ocatn- zação. Neste caso, recomendam~s qu~ o emprego da MENS seja no pós-cirúrgico 1med1ato, poden- 1 >,:r111.Jto-F1111don,1I - , . 1: 11 r, grupo controle os com nucteos ssoaadas ,\ , .._e-, l j'l11..Jdn 24 hor.1., ,lJ'º" .1 cirurgia se.m q~e t \i-t., qu.1lquc1 i ,,co de t ra(w ou co ntammaçao ,l.i h ,.w . 1 n t1 c> t.rnt o , .1l (' rt J 1110;.. p.11-.1 o uso da MENS ·1 ,, !'('' orcr:1l1)tW inwd1.11n ,k lipoaspiração, pois e \ t,tc .1 lh';..~1hd1d.1lk de hJH'r acdcraçâo do rep~- r,, e .trn:-cqul'n lc Junwn tú e r.1pidcz na formaçao u., fü,, d ,l' ... uht ut .i nc.1. c.1r.1dnist ica neste tipo de rr1..1,l--d1mcntl1 ,·1ru rg1ú). Reparação de fraturas/aumento da osteogênese :-t>gundt1 Bright on .... eletrodos de aço com ; 1 :ll m1crúlmpert'S produzir.1111 melhor cresci- r:t'r.t,1 n~~~ü em f rJt u r.1~ . O rnmt' tro uso clinico relatado de estimu- ..... :.io d t"lrKa para induzir a cicatrização da fratura !rn k1lu por I-nedenberg t' t ai. i ' no início dos anos dt l 1r o. Dt..>J.e ayude tempo, correntes contínuas de h:uu .1mpcrag.t-111 (oram u~dii!> para induzir novo LTc,.c,,r,c:mo , h',,\..'o em paciente:. com fra turas não l on:,ulid ,,dJ, !)e acordo com Robinson e Snyder- -.\1adJu,- J -, 1rc1 tura -, não cunsulidad;:h e com má cumoliJ..Jçãn -,ã , 1 t ãu problemática~ par d os mé- d1cm e ti:.1otcrapn.lla) qu.rnt o a,1, ferida !) crónica<; Jberta!-. :\ re:,pu'> ta <lo crc·!)u men to Ó1i1,eo 30 c~- lróSt' e stu :. correlato., elétnco., Já fora111 d , - · ' t.'.~Líl l 0 5 r.ll':,algum. e~1udioso.,. A teoria da "corrente dele- ~t1t1 p .1r ,1 o O:i'>O en\'Ol\'c uma negatividad l . . l erea trva J o kc1 do le-..ado com O não bado. [ . rografia da análise histológica da a g Fotom1c Figura · 21 º dia pós-peeling de ATA no grupo pele ~o rato no G 2 HE 1 OX) ; observa-se um número maior expenmenlal ( ) (lág,eno mais compacto e eosinofítico. de fibroblastos, e co . d orrente originalmente utilizada O tipo e c , . l·d - óssea era contmua de baixa am-ara conso I açao . . . . P E t" 0 de corrente parecia adenr ng1da-peragem.sse 1P 41 • • à l . b' lo' gi· ca de Arndt-Schultz. Esta lei diz mente e1 10 _ . , . , 1 fracos aumentam a açao fis10logica, que est1mu os enquanto estímulos fortes podem inibir ou impe~ir t. ·d de J2 As correntes inferiores a 5 µA estao a a 1v1 a . abaixo do limiar para osteogênese; aquelas de 5 µA a 20 µA parecem produzir osteogênese significativa; e as correntes acima de 20 µA são destrutivas.41 Apesar disso, em nossa prática clínica inten- cionamos realizar o tratamento em um paciente de 15 anos com fratura por avulsão em tuberosidade tibial. Realizamos a técnica denominada terapia prolongada com microcorrente, utilizando um aparelho específico com um tímer com autonomia de dez horas de uso contínuo, que o paciente uti- liza no horário noturno (enquanto dorme). Na Fi- gura 8.10, visualizamos o aspecto da fratura e dis- creta presença de uma "ilhota" de cálcio na região anterior à tuberosidade tibial. Realizamos o tratamento por cerca de 30 dias ininterruptos, com aproximadamente seis horas de estimulação diária, empregando um pulso retangu- lar de corrente contínua, com inversão de polarida- d_e automática a cada 2,5 segundos, com frequên- cia de 1 .000 Hz, e com uma dose de 60 microam- percs. Na Figura 8. l l, visualizamos um fechamento ~areia! do foco de fratura e intensa calcificação da ilhota óssea à frente da tuberosidade tibial. Lembramos que o uso da MENS em focos de fratura dev 1· e ser rea 1zado com colocação trans- Figura 8.1 o a-b Fratura 1 b · por avulsã u eros1dade tibial. 0 na tuberosidade tib' ial. Note pequena ima - - gem de estrutura de cálcio à frente da . ec o a reg1ao de fratura por avulsão em tuberosidade tibial a . . -Figura 8 11 a-b Asp t d ·- No lar fechamento pare ia! do foco de Ira lura ( comparado com a Figura 8 1 O) . pos e letroest,mulaçao com m icrocorrente. da luberos1dade da líbia. . e intensa calc1f1caçao da ilhota de cálcio à frente versai dos eletrodos, aplicando-se uma frequência ac ima de 600 Hz para minimizar a impedância te- cidual e permitir que a corrente possa chegar até a profundidade óssea. Em virtude da intensa e rápida produção de tecido ósseo, produzidos pela microcorrente neste caso, o ortopedista que acompanhava o tratamen- to sugeriu que interrompêssemos o mesmo tendo em vista tratar-se de um paciente com 15 anos, portanto, em fase de crescimento, e os efeitos da microcorrente poderiam interferir na evolução fi- siológica do centro epifisário tibial , causa ndº um poss ível fechamento precoce. Anti -i nflamatóri o A resolução do processo inflamatório está associada ao restabelecimento da bioeletri- cidade tecidual, à ação no sistema linfático, à re- generação tecidual e à obtenção da homeostase, mediante o processo de cura. Este efeito anti-infla- matório também vem em decorrência do aumento da circulação local, concomitantemente a uma elevação da defesa orgânica por meio da fago- citose pela ação de macrófagos e anticorpos . 2 1 ' Segundo Kirsch e Lerner, 2s frequências de 80 Hz ou 100 Hz, às vezes, produzem resultados m,li s rápidos ao tratar problemas articulares intlun~1 - tórios (por exemplo, artrites, bursitcs, tendini - l k i i11,1lo l 1111d1111 ;i l 11 1. rl'lo cont rib11 cr11 11' 11 l'h . ). 111,l !> r 1, 1,1., t1cq11l·rh ,1 ,, • 1 ) , ,.. 0 i\ 1,1,lm, o I ratn p.1r,1 r(•1,1rltudni- cm unµo I r,, · · 1 ·t11do w,anJo urna tr\l'rtlo dl'Vr M: 111pr1.• M' I' ( ornp t · 1 ., , ' ( b nt1IOl'l-'1' n: ,llí\1 ,1111 lll '(jlll' IH 1,1 ltl,lh h.,i ~,I. ' ' 1 1' ,\ 1 ·1 1. lntcnsrc nc e ,, ,d11da qu l' "' tkVl' l1 x M o n V( L t , , I . fl()l'IIHlllllClllC lw,i ( il ll c1111lort.\vt'I rnar." a ta, que I . , 11 ·w1 cll'I roc os t' cnl f l ' ,;110 a 600 m k rn,11111H .. •n i, • • . \ •. ,., 111cr1orl'S pnrn os 1 rpti i,onda, l'mbor;i ,,., vo.c. l'll11rodo1- de pr,11.1 . Bacter icida A ckatri1ação da ferida também pode ser illlpcdida pela infecção. A estimulação elétrica com condutor negativo de um gerador de corren- ll' continua foi considerada, cm cultura ou in vivo, como sendo bacterioslatica ou retardadora do crc1,( imcnto dos microrganismos gram-negativos L' gram -positivos . ◄ 2 Em um processo de cicatrização, o polo negativo de uma corrente direta deve ser coloca- do sobre a ferida por sua ação bactericida. Quan- do a ferida deixar de ser infectada, inverte-se a polaridade do eletrodo sobre ela, para que o polo positivo possa fazer a promoção do reparo. 16 Em 1978, Eaglstein e Mertz'13 já mostravam que feridas úmidas submetidas à MENS se recupe- ram mais rápido, em pelo menos 40%. Feridas contaminadas com pseudomonas e/ ou proteus apareceram estéreis após vários dias de cletroestimulação com microcorrentes.2 Embora a maioria dos estudos mencione que se usa o polo negativo para inibir o cresci- mento bacteriano e polo positivo para promover a cura, estudos indicaram o uso de correntes con- tínuas que alternam entre o positivo e o negativo, automaticamente como sendo extremamente efi- cazes para o reparo tecidual. Pesquisadores, após estudo em animais, apoiaram esta técnica, suge- rindo que ela é melhor para a cura de feridas que as correntes que não possuem esta peculiaridade elctrônica.2 Edema/inchação Com a ação da microcorrente . 1 . . e• . no sistema m1at1co, aumentando a absorçfo d I' 'd . . . e O 1qu1 O m-lerst1c1al, podem ocorrer res t _ .. , 1 - pos as pos1t1vas na reso uçao de edemas. 2.1,.11, Relaxamento muscular . 0 muscular pós- trauma pode pro-O cspasm , r. . ., CÍ 'l de íluxo ~angu111eo, resultando vocar dc11c1cn ' - . . ó ., local, acumulaçao de metabólitos no-cm h1p x1.1 , d - d , 1 • conduzindo a re uçao a smt~se de civos e ,01, . •1·· ar;-10 de m1crocorrentes, ao restabe-ATP. A ut1 ,z. Y' , t ~ de ATP, pode devolver a cura nestes lcccr a s111 ese 2 ~.,,. 1r, casos. · S d M kl ) h Segundo Robinson e ny ~r- ac , ~r- ou- li de fadiga muscular pos-exerc1c10s, uti-ve me 1ora . , . d microcorrente em cima dos musculos ltzan o-se a , . durante 20 minutos após os exerc1c10s. . Acreditamos que a cura de certos tipos d Sta, significativamente acelerada por de anos e. 1. - apropriada de microcorrente, e mui-ap 1caçao _ d. ta' associado ao aumento da produçao to ISSO es ' de ATP ( energia) e à síntese de protemas dentro das células. -TÉCNICA DE APLICAÇAO ■ Como dissemos anteriormente, não é ideal utilizar os aparelhos de microcorrentes do mes- mo modo que se utilizam os aparelhos de TENS. Pois, por exemplo, o TENS pode ser aplicado sobre o segmento contralateral de um coto do- loroso, objetivando tratar uma "dor fantasma". Isso tende a não funcionar com as microcorren- tes, que devem ser aplicadas, preferencialmente, sobre o local da dor, em virtude do seu caráter subsensorial. Além disso, segundo Stanish, 8 em comparação o TENS, a microcorrente, além de diminuir ou eliminar o processo álgico, acelera o processo curativo. Eletrodos de borracha de silicone têm uma resistência de cerca de 200 ohms, enquanto elé- trodos de prata têm uma resistência de cerca de 20 ohms. Os elétrodos de prata trabalham mais efetivamente com microcorrentes. 10 Segundo Kirsch e _Lerner,28 os efeitos das microcorrentes são acumulativos e normalmente devem ser tomadas muitas doses para que se_jam alcançados os resultados finais de cura, embora rc- sultados iniciais possam ser vistos durante ou ,1pos as primeiras sessões. ---{> As técnicas de aplicações variam como na maioria das modalidades eletroterapêuticas. Entretanto, na fisioterapia dermato-funcional, as microcorrentes podem ser utilizadas basica-mente de duas formas: ...-{f) • utilizando eletrodos convencionais (borracha de silicone, autoadesivo e de prata). • utilizando eletrodos tipo sonda ou caneta (bastonetes, cotonetes etc). Normalmente, nas técnicas eletroterapêu- ticas da microcorrente, verificamos, nas diversas ~íreas da Fisioterapia, uma maior utilização dos eletrodos convencionais do tipo borrachade sili- cone. Na Fisioterapia dermato-funcional também ~ comum esta prática (variando com o uso de ele- trodos autoadesivos), principalmente na técnica corporal, onde os eletrodos permanecem estáticos, permitindo a passagem de corrente pelos tecidos ~ a 8.1'2 a-b Uso de ~letrados tipo sonda-nas ap_gf~laciais . Microcorrentes durante certo período. A técnica utilizando eletro- dos tipo sonda (bastão) normalmente é emprega- da nas aplicações faciais (Figura 8.12), por meio de movimentos sincronizados, de maneira a esqua- dri11har todã a face, ora com estímulos seguindo o caminho dos vasos linfáticos, ora realizando "be- lli~ões" no-intuito de estimular a epiderme, derme e até os mú_s_çulos.-- Observamos na prática clínica de alguns profissionais da área de estética a veiculação de informações sem nenhum tipo de fundamenta- ção científica, apregoando que estes movimentos faciais realizados com os eletrodos tipo sonda se- riam capazes de prover efeitos de lifting, ou seja, haveria algum tipo de "levantamento" das estrutu- ras faciais, que provocariam grande efeito visual, mas que não teriam objetivo terapêutico, já que não perdurariam a ponto de servir como resultado estético permanente. Além disso, ressaltamos a importância de priorizar o uso dos eletrodos estáticos na face (borracha de silicone, autoadesivo e outros) (Figu- . ra 8.13 e 8.14) ou no corpo (Figura 8.15), tendo em vista que estes tipos de eietrodos são-capazes de concentrar maior quantidade de corrente nos tecidos, promovendo maior eficácia terapêutica. Quanto aos eletrodos tipo sonda, alertamos que, visando ao seu constante movimento, a concentra- ção da corrente nas áreas alvo é prejudicada em virtude da inconstância da permanência do eletro- do na área a tratar. Para a prática clínica de Fisioterapia derma- to-funcional, recomendamos o uso de aparelhos que apresentem vários canais de saída de corrente, pois isso facilitaria a distribuição de corrente na estrutura a tratar, principalmente nas aplicações faciais (Figura 8.13 e 8.14). Encontramos no mer- cado uma variedade de opções de quantidades de canais de saída de .corrente por aparelho, podendo variar entre seis a dez canais, mas verificamos tam- bém modelos que fornecem apenas um ou dois canais de saída; esses tipos de aparelho tendem a limitar O uso da MENS e, consequentemente, co~- ter a eficácia do tratamento em algumas s1-prome tuações clínicas. Alguns aparelhos oferecem a~~da outras _ de eletrodos como luvas de silicone con-opçoes ' d l·oli·nhos metálicos, máscaras, pregadores utoras, auriculares etc. 1 )l>r111:11 n-f 1111r i1 ,n;rl 8 13 Técmca de aplicação passiva, util izando Ftgura . .. e etrooos de borracha de s11tcone. figura 8.14 Tecnica de aplicação utilizando eletrodos autoades1vos. As Figuras de 8.16 a 8.19 mostram o trabalho real izado em úlcera de pressão com uso de MENS e te- rapia convencional, onde foram empregados eletrodos de borracha de silicone. Verificamos inicialmente que a úlcera permitia a colocação de 60 mi de soro fisioló- gico em seu interior. Após cinco sessões de aplicação de M ENS, ela somente permitia a colocação de 45 ml de soro. Após 60 aplicações, a regeneração da lesão mostrou que ela comportava somente 25 mi de soro. Atualmente são utilizados também eletrodos autoadesivos do tipo patch (Figura 8.20). Estes eletro- dos ~ão constituídos de superfície autoadesiva e bate- ria produtora de corrente com intensidade no nível de microamperes. Algumas baterias possuem autonomia de até 500 horas de uso, permitindo ao paciente o uso contínuo durante o dia e à noite. O alongamento de grupos musculares encur- tados ou o "encurtamento" de grupos estII· ad / fl , ·d os e ou a~1 os podem ser realizados por técnicas de e ti. - laçao s mu . que _usam a mão do terapeuta com o eletrodo de est1mulaçao em forma de lu e . vas, con1ecc1onadas com . de apl icação em sequela de F. ra 815 Técnica d • 1gu , tilizando eletrodos autoa es1vos. queimadura na perna u .,. .. : ~,-:.is- ·s ., i :. . ,.. l· .. : ~: *~":• Figura 8.16 Úlcera em reg ião sacra!, com volume de 60 mi de soro em seu interior. material emborrachado contendo partículas de carbo- no (Figura 8.21). As técnicas de eletromassagem exigem que o terapeuta coloque eletrodos em seu corpo, assim como no corpo do paciente, para que haja o fecha- mento do circuito elétrico. Isso é feito usualmente colocando-se um eletrodo no dorso da mão do te- rapeuta e o outro eletrodo no paciente, em um lo- cal distante da massagem. O fechamento do circuito elétrico é realizado pelo contato da mão umedecida do fisioterapeuta com o paciente durante a massa- gem. Há pouca ou nenhuma sensação, tanto para o paciente quanto para o fisioterapeuta. Quanto aos eletrodos em forma de máscara (Figura 8.22), estes são especialmente indicados para aparelhos fabr ica - dos com poucos canais, pois estes tipos de eletrodos, normalmente, necessitam apenas de dois cabos par,1 a transmissão da corrente elétrica, favorecendo assim uma maior distribuição de microcorrentes na fa..:l\ em con -1paraçao ao uso de eletrodos tipo "ba:-ti o''. Figura 8.17 Aplicação da MENS borracha de silicone. com eletrodos de Figura 8.18 Aspecto da úlcera após cinco dias d aplicação de MENS (cabendo volume de 45 mi). ª Encontramos também, eletrodos com forma- tos especiais para a adaptação em áreas específicas. Na Figura 8.23 verificamos eletrodos com formato apropriado para uso em mamas, especialmente indi- cados para pós-operatório de mamaplastia. Quanto aos parâmetros de modulação, ve- rificamos cornumente, em nossa prática clínica, o uso de frequências que giram em torno de 100 Hz a 200 Hz quando o objetivo for tratar áreas mais superficiais (pele, músculos superficiais, tendões etc.) . Entretanto, quando o objetivo for atingires- truturas mais profundas, recomendamos O us~ ~e 600 Hz a 1.000 Hz, com os eletrodos em posiçao transversal ao local de tratamento. Quanto à intensidade de corrente, de acor- d . 'fi s aliados à nossa o com alguns achados oentl co , , d so de 80 a 100 pratica clínica, recomen amos O u . . . d fecções dennato- m1croamperes na mawna as ª funcionais. Minocom'ntes Figura s_. 19 Resultado de 60 dias de tratamento convencional e MENS ( cabendo agora um volume 25 mi) . Figura 8.20 Patch de microcorrente usado por 24 horas no tratamento de queimadura na pele. Figura 8.21 ~ Eletrodos em forma de luvas condutoras, para associação da terapia manual e microcorrente. 1 \ 'í111:llil-h lllli111l.il ,. f,gu,a B ~Z flel!l'd,l i,11 ,,nlJ d,' n\JsCJf<I. usada nom1a1mente em aparelhos coni um ou dois canais de sa1da de corrente: itl',ilt, ~ •• ,91ç;o entn' ,,s meios de contato para QUe haja a dislribuiçáo de corrente elétrica em toda a tace. ,. Figura 8.23 Eletrodo em form a especial para uso em região de m am a (a); posicionam ento do eletrodo na m am a (b) ,., INDICAÇOES ■ A s prin cipais indicaçúcs na llsioterapia ge- ral são ,1s cic 1trizes l'l\l rcgcnl'raçü o; rupturas m io - lendinosas (visando ao reparo tccidual); 11. 1:- pro- cesso inflam atório (tendinites, tenossinovites etc.); pós-operatório de um a m aneira geral (visando a acelerar a recupcraç,io l' dim inuir cdc111a, dor, e in - llam aç,in); úlceras de decúbito (prom oção de ação _. _. :l·,)··'~.r.- 1~ síndrom es doloro- .. i 1 .. 1 e b,1cte11l 1<. , , rep,u ,H . l 1' 1 .1•1.,11. ~1.,c._;_. ..,s·tados de ten - . .. aera ; '-• - -n, dt' um ,1 m ,rneu a.::, - d . • • · . .. , .. ,-1._;, recup eraçao e queim a- .. - 111scular; tr.1tu1 ,1., - s,1 0 n · -eo -tina -o~s- . , ;- .. _ E nbora ocorram P 1 e r l..- '-- duras-~· eout1,1s. 1 . _ l _ t"pos de expos1çoes a cam po s a respeito dt' a guns 1 . . _. , . _ _ -oniz,rndo que esta expos1 - e\ctrom agnt't1L0~ , preL , - ,· . _ . 1 . . .1 eoplasias, ha um a tarte e\ 1den - ç,w possa ev.11 ,1 1 ,, . . __ ''e\etrom aanético provid o pela o ad e queoL ,unpo o _ . . . l -- d b·11·xa am peraaem possa nornuli- estunu ª\ªº e ' a ' ( : : , • . t -eltilar inibindo o cresrnnento da zar o cresc1111en o L. ' _ ,1 h m 10rm al, e, após esta inibição, apressando o ~:~~:sso de divisão celtilar da céltila norm aJ.38.,-i."º _s,e um a célula estiver em w n estado nom 1al de equ1h- brio fisiológico, cm npos elétricos externos parecem não afetú-la. 1' 1 Seatm do W ino/ até esta data, a m elhor evi- .::, ::, dência de pesquisa em favor da estim L ilaçào com m icrocorrentes apoia a utilização do polo negativo ( cútodo) com o sendo o m ais efetivo para o reparo e regeneração de ossos e nervos, enqu..m to a estim ula- ção com m icro,m 1peres no polo positivo (ânodo) apa- rece com m ais efetividade na cura de lesões de pele. N a Fisioterapia derm ato-funcional, encon- tram os algum as situações clínicas em que a m icro- corrente possui papel preponderante na resolução das m ais diversas afecções. E ntre elas, o pós-peeli11g (quím ico ou m ecânico), na busca de um a norm a- lização da cam ada da pele que foi desbastada pela técnica abrasiva do peeling, estim ulando sua rege- neração; no pós-operatório im ediato de cirurgi,1 phística visando à rápida resolução do edem a, dn hem atom a, da dor, da inflam açào, e acelerar a ci- catr_izaçào (alertam os cuidado no pós-o per~1tóril) d: ~ipoaspiraçüo); na acne, com açào anti-intbm ,1- to rn b·1et · ·d · . ', ' enc1 a e o catn zante; na prew 111.,·~il1 lk envelhecim ento cut,1neo etc. figura 8.24 Normalmente, inicia-se uma . . reah:ando urna higienização com loça· h'drev1taliza~ão facial 0 1 roalcoól1ca. Figura 8.25 Pode-se buscar, de alguma forma, influenciar o !ônus muscular e as linhas de tensão da pele, realizando movimentos com os eletrodos, acompanhando o sen!ido das fi bras musculares faciais com maior grau de tensão (buscando uma possível "normalização"). Figura 8.26 Pocle ser rea lizada uma lubrificação com gel neutro ou com ativos cosméticos. Mícr1,c1,rrcnlt11 Figura 8.27 Com o suposto obíetívo de melhorar a circulação e a nutrição da derme papilar e reticular, os eletrados podem ser movidos em toda face no sentido diStoproximal , realizando-se movimentos em "S". Figura 8.28 Com outro modelo de eletrodo, comumente empregado na região do pescoço, podemos tratar esta região deslizando os eletrodos, buscando atingir toda musculatura. Figura 8.29 Pode-se realizar também o "encurtamento" ou a aproximação das extremidades dos músculos com ptose, intencionando melhora na irrigação sanguínea 1 )l' íl 11., 1 o-F, 111l·i1111; 1 I Figura 8.30 Pode-se repetir o movimento anterior na reg1M 01b1cular dos olhos com bastante suavidade. Figura 8.31 Pode-se realizar um pinçamento em toda sobrancelha e em toda face de distal para proximal , buscando proporcionar um leve eritema (sinal de estfmulo circulatorio) . Figura 8.32 Finaliza-se com deslizamenlo bilateral no senlido ascendenle próximo a região nasal. O aumento da produi·ào da Al'P t d . . T e en e a 111 -d um a uma verdadeira rcvit'lliz .... ça-0 t .d I . , • . • « , ec1 ua , pois ac1escenta tonte extra de energia d1·spo , 1 ' , nive para os 1 , 1 . . 11 ., c. clularc.,, L' 111 ,,0 " L' h;11,c 1. 1 11 . 1ncla ) O ll · prnLc:-,.-.o:-. , ir c ., l l' 11l l 'lod o na lul:1 , 11111 r,1 . · . lt' i11IL'l'l' ,',',l p< crcsLLl 1 . ·onológico e lnl o111 d11z1do d,1, •l)VL'lll CLi lll l'll lO CI ,, . .. ·. 1. M . . ll L , . 1 . f" · noll tjlll' ;1 IL 1Jp1.t ( (. 1(.1()(.C)í '1 1 . ,,; ( l"I li • l li 1 Ll' LI ;is . . ' ' . . _. tecido:-. ..,cm dcix;i r c1c.: al ri:t.c, , e(· l'L'lllL'S l'l'Jll Vl'l1LSLl.: · ' ' 1 f 1 " .. 1 1. L'. LIJ"ar 111.JI', rap1c. a ( () lllllll ( () /\ i l l<Jl"lll;t llilllll ., ( L . . . 1 . 1, ·i ·i do cdcm.:t , o ,1u111c11lo da u r n:du~·Jo 1111 a111,1 OI ' . • . . . , •• 1 nzcndo sub..,ta11c,.1 .., de dt:i l:,:t culaç,io ,.;c1 ngu111c,1 , , . . , . 1 . •hx ·urn:nlo ele mw,culm apn.:,sJm J;1r;1 o loca e o , e • . , . , . 1 . . . rn:nlc é cxccpc1onal 111cntc ui d crn il cura. A ,nic1 oco . . • 1 . ,,olcs como fenda~ , traumas, p( ,, danos de 1cc.: 1c os 1 · ' • . • 1 • darmcntc, nos tratamentos ele dor -cirurgia e, par 1cL • . ., . . 1 Prazo por causa das cicatrize, residual cm ongo · ' , , . , • . • . 7.211 Segundo Cruz ct al. ," 2 este mcloclo pos-c1ru1g1cc1s. , , . . de ser aplicado no pos-operator10, de trnt:c1111ento po ' . . . . 1 d Llll,a aceleração c1catnc1al apm qual resu tan o em e e quer cirurgia. . Lembramos mais uma vez que o encam1 1 t do Pac iente para terapia com mi cro 11 ,amen O ' t , prove,1iente de procedi mento cirúrgico, corren es, deve ocorrer, se poss ível, 24 horas após a cirurgi a pois, como a microest imulação não oferece ne- nhum tipo de sensação desconfortável e não causa contração muscular, não haverá riscos de compl i- cação pós-cirúrgica e o paciente somente se bene- ficiará de efeitos do tipo anti -inflamatório, antie- dematoso e cicatrizante. O efeito da eletroestimulação é a base que sustenta os tratamentos de eletrolifting, que, como seu nome já diz, estão indicados a produzir um "levantamento" das estruturas cutâneas em pro- cesso de envelhecimento, é usado para combater os sinais de cansaço e estresse sobre a pele. Neste tipo de eletroterapia, utiliza-se uma agulha fina , introduzida até a epiderme, sendo então ligada ao cátodo da rnicrocorrente de corrente contínua. 63 Guirro e Guirro 2-1 relataram que os fibro - blastos, células derivadas do mesênquima, pos- suem uma capacidade de replicação baixa nas estrias, mas que esta replicação pode ser modi - ficada em resposta aos estímulos controlados do eletrolifting, por meio da introdução da agulh .:ts com microcorrente. - - A microcorrente também pode ser usada 11 ~1 eletrolipólise (eletrolipoforese) , que se constitui de uma técnica terapêutica, onde são introduzidos, na camada adipos·1 SL1bcL1ta' 1 1 d - J e I ea, e etro os em forma u t' agulhas. A corrente passa através de duas agulh.b. sendo capaz d · • ' e e ongmar uma neuroestimuL1çClo qul' levaria à promoção da lip , 1. 0 ise no territó · d e, consequentemente .' . no trata o . , a que11na de gordura. ~.1 Apesar de contraindic . aimosousod 1 dos do tipo sonda (b ·t· ) ' os e etro-as ao n·1 te,· . d . • • ' ap,a ermato-fun -nonal, pnnc1palmente, quand . . . , . , . o ., 11111::nçao e prover concentraçao de corrente en d , , . . . . - . . 1 eh:i mmadas árc·,s n~nhcamos, amda, nos nro -c.'d ' ' ' . . , r L uncntos puramente estetJCos, o uso desse tipo de cl ,1 . d N . l: 10 o. as F1guns S.2-1 a 8.32, relatamos a senuênc,· . d, ' · .. . , . , . "' ª t: um exemplo de t1<1t,11nc.::nto esktKo L·omumcnt . . . . . . e emp1egado nos Ll)mtiltónos de estética, intencio . d " . . . . . .. nan o uma rev1-1,1ltzaçao t·ac1al , empregando .1 111 -, 1crocorrente com 1J uso dos eletrodos tipo sonda R l • essa tamos que l'mbor-..1 este protocolo seja basta t d'f d' . . n e I un ido e l' rnprl.'gado, nao há comprovaça·o c· t'fi d ~ 1en I ca e que ek promova resultados confiáve· • . . is para aquilo a que . se propoe, devendo, portanto, ser melhor in- H~st1gado antes de ser colocado em prática. CONTRAINDICAÇÕES ■ São poucas as contraindicações da MENS, dentre elas a osteomielite e a dor de origem des- (Onhecida. 3 Pode ocorrer ainda alergia ou irritação à corrente elétrica, principalmente quando for utili- zado microcorrente de corrente contínua. Alguns autores1·6·'º relataram que devemos nos preocupar quanto à aplicação sobre útero grávido, pois a excitação elétrica poderia afetar, teoricamente, os sistemas de controle endócrinos, podendo até provocar aborto. Entretanto, os auto- res que relataram este fato não sustentaram cien- tifi camente esta informação. Caso haja aplicaçãono eixo do marca-passo, poderá ocorrer influência em seu funcionamento. Segundo Starkey,3 podemos tomar como precaução as seguintes situações: o uso de micro- correntes em pacientes desidratados pode causar náuseas, tontura e/ou dores de cabeça; e o pacien- te pode se queixar de "choques" elétricos quando a microcorrente for aplicada em um tecido cicatricial, isso ocorre em virtude da corrente emitida "forçar" a resistência elétrica da cicatriz. Neste caso, deve-se diminuir a intensidade da corrente. Microcorrcntrs REFERÊNCIAS ■ I · 2 · C1-1 EN<;, N .; VAN HooF, H.; BocKx, E. 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