Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO DIARREIA: Þ Perda Anormal de Água e Eletrólitos nas Fezes. Þ Disenteria: Diarréia Com Sangue, Muco e/ou Pus. Þ Diminuição da Consistência e/ou Aumento da Frequência e Volume das Evacuações: Lactentes: volume > 10g/kg/dia. Pré-escolares e Escolares: > 200g/dia. 3 ou mais Evacuações Líquidas ou Amolecidas em um período de 24h. Mudança no Padrão Habitual. DIARREIA AGUDA: Þ Tem duração até de 14 dias, maioria provocada por Agente Infeccioso. Þ Epidemiologia: Anualmente: 2,5 bilhões de casos entre as Crianças menores de 5 anos. Shiguella, E. coli, Rotavírus. 2a causa mais comum de Óbito em Crianças no mun- do. Regiões Norte e Nordeste: Maiores Taxas de Mor- talidade. Mortalidade em declínio (Brasil: 10,8% em 1990 para 1,6% em 2011). Redução de 50% na Taxa de Mortalidade: Vacina- ção Contra Rotavírus, melhoras no TTO, Terapia de Reidrata- ção Oral, melhora das Condições de Nutrição. Þ Etiologia: Não - Infecciosa: Alergias. Intolerâncias e Erros Alimentares. Associada a Antibióticos. Intoxicações. Infecciosa: Fecal- Oral. Alimentos ou Água Contaminados. Associada a Pobreza, Má-Higiene Ambiental e dos Ali- mentos. Viral: Rotavírus. Norovírus. Adenovírus Entéricos. Bacteriana: E. coli. Salmonella. Shigella. Clostridium. Parasitas: Giardia, Ameba. Þ Fatores de Risco: Contaminação Ambiental. Idade (Crianças e Idosos). Desnutrição. Deficiência Imunológica. Ausência de Aleitamento Materno. Deficiência de Micronutrientes (Vit A e Zinco). Þ Diagnóstico: Habitualmente é Auto - Limitada. Clínico (Anamnese e Exame Físico detalhados): Duração e Frequência da Diarréia. Características das Fezes. Vômitos (Características e Frequência). Diurese. Sede e Apetite. Medicamentos e Alimentos Oferecidos. Comorbidades, Doenças Prévias. Viagem Recente. Histórico de Imunizações. Contato com pessoas com Diarreia. Exames Laboratoriais não são necessários de rotina. Evolução Atípica, Grave ou Arrastada, Disenteria, Imunodeprimidos, e Menores de 4 meses: Hemograma, Eletrólitos, Funçao Renal. Exame de Fezes: Ph Fecal, Substâncias Redutoras, Leucócitos, Hemá- ceas, Sangue Oculto, Coprocultura, ELISA para Vírus, Pesquisa de Toxina para Clostridium, Parasitológico de Fezes. Þ Complicações: Desidratação. Distúrbios Ácido - Básico (Acidose Metabólica): Ph Baixo, com Bicarbonato Baixo. Depende do Volume da Diarréia e da Quantidade de Bi- carbonato nas Fezes. Depleção de Volume Piora a Acidose – Choque e Acid- ose Lática. Corrige com a Resolução da Diarréia. Reposição de Bic só em Casos Graves. Síndrome Hemolítica - Urêmica (Shiguella e E. coli (EHEC)): Início Repentino. Secreção de Toxinas (Shiga). Dano ao Endotélio - Ativação da Cascata de Coagu- lação - Formação de Microtrombos - Hemólise Intravascular. Isquemia Tecidual. Insuficiência Renal Aguda - Diálise. Anemia Hemolítica. Trombocitopenia. Þ Tratamento: Hidratação. Alimentação: Aleitamento deve ser Mantido e Incentivado durante o Episódio Diarreico. Quando Necessário, manter Jejum somente na Fase de Reversão da Desidratação. Alimentação com o esquema do paciente (Corrigir Erros Alimentares). Suplementação de Zinco: Reduz a Duração e a Gravidade da Diarréia. Atua no Sistema Imunológico. Diminui Recorrências. UNICEF e OMS: Todas as Crianças com Diarréia Aguda em Áreas de Risco devem receber Zinco por 10 a 14 dias, durante e após a Diarréia. « < 6 m: 10mg/dia. « > 6 m: 20mg/dia. Bactérias Probióticas Não Patogênicas: Reduz Gravidade e Duração. Restaura a Flora Intestinal Benéfica. Melhoram a Imunidade Protetora. Diminui as Citocinas Pró - Inflamatórias. Aumentam as Citocinas Anti - Inflamatórias. DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO Agentes Antimotilidade: Contra - Indicados. Antieméticos: Maioria das vezes é Desnecessário. Efeitos Colaterais Potencialmente Graves. Ondansetrona. Antibioticoterapia: Casos mais Graves: Na Diarréia Com Sangue, pa- cientes Imunodeprimidos e em Lactentes Jovens me- nores de 4 meses. Reduzir a Duração e a Gravidade. Evitar Complicações. Þ Prevenção: Promoção do Aleitamento Materno Exclusivo ate 6 meses e Complementar após. Práticas melhoradas de Alimentação Complementar. Suplementação de Vitamina A. Imunização Contra Rotavírus. Melhoria da Água e Condições Sanitárias. Promoção de Higiene Pessoal e Doméstica. Melhoria da Gestão de Casos de Diarréia. DESIDRATAÇÃO: Þ No Passado: Maior causa de Morbidade e Mortali- dade na Primeira Infância. Þ Ainda bastante frequente na População Infantil, es- pecialmente em Crianças menores de 5 anos. Þ A Desidratação Aguda na Infância tem como causa principal Perdas Gastrointestinais por Diarreia Aguda. Þ Melhora das Condições Sanitárias e de Nutrição, a Introdução da Terapêutica de Hidratação Oral e a Vacinação Contra Rotavírus houve uma Redução da Morbidade e Mor- talidade. Þ As Crianças são mais Suscetíveis a Desidratação e Choque devido ao Aumento proporcional de Água Corpórea - Principal causa de Morte na Criança por Perdas de Líquidos e Eletrólitos. Tratar Paciente A: Soro de Reidratação Oral em Ca- sa. Tratar Paciente B: Soro de Reidratação Oral na Uni- dade ou Tratamento do Paciente C. Tratar Paciente C: Hidratação Endovenosa - Ex- pansão - Manutenção. Þ Terapia de Reidratação Oral: OMS e Unicef - SRO Hiposmolar: Mais ficaz. Menos Hipernatremia. Diminui Episódios de Vômitos, Volume e Duraçãoda Diar- réia. Manter Aleitamento Materno (Paciente A e B). Administrado Lentamente, especialmente se Vômitos. Evitar: Refrigerantes, Sucos Artificiais e Bebidas para Hidratação de Atletas. Em Casos de Vômitos Persistentes, tentar Gastróclise: 20 ml/Kg durante 4 a 6 horas. Indicação de HV: Alteração do Estado de Consciên- cia, Íleo Paralítico, Desidratação Grave ou Choque. Þ O Tratamento é dividido em categorias a depend- er do Grau de Desidratação: Plano A (Diarréia e Hidratado): Domicílio. Aumentar a Ingesta de Líquidos (Soro de Reidratação Or- al) e Manter a Alimentação Saudável. Sulpementação de Zinco. Manter o Aleitamento Materno! Plano B (Diarréia e Desidratação Leve): Soro de Reidratação Oral (50 a 100ml/kg em 3 a 4 horas) sob supervisão na Unidade de Saúde. Manter Aleitamento Materno e Suspender Outros Alimen- tos enquanto estiver na Fase de Reparação. Reavaliar Sempre! Plano C (Diarréia e Desidratação Grave): Reidratação por Via Parenteral (Expansão - 20 ml/kg + Manutenção e Reposição das Perdas) Avaliar Continuamente! Sempre Reavaliar! Þ Sinais de Gravidade: Piora da Diarréia. Vômitos Frequentes. Sangue nas Fezes. Recusa para Ingestão de Líquidos e Alimentos. Diminuição da Diurese. Presença de Sinais de Desidratação. Piora do Estado Geral. Þ Reidratação Endovenosa: 1ª FASE - Expansão: Soro Fisiológico 0,9% ou Ringer Lactato. 20mL/kg. Reavaliação após cada fase: Perfusão, Diurese, Sens- ório, FC, Turgor da Pele. Interromper se Edema, Rebaixamento de Fígado, Ester- tores na AP. 2ª FASE - Manutenção + Reposição de Perdas: Regra de Holliday-Segar (Cota Hídrica Diária). Na: 3 a 5 mEq/Kcal/dia K: 2 a 4 mEq/Kcal/dia DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO DIARREIA CRÔNICA: Þ Episódio Diarréico que dura 14 dias ou mais. Þ Etiologia Infecciosa: Diarreia Persistente. Þ Crônica: Quando Não Associada á Infecção Pre- gressa. Þ Etiologia: Amplo e Variável, Dependendo da Idade de Início, Estado Nutricional, Condições Ambientais e Doen- ças Associadas. Þ Os Mecanismos determinantes podem ser: Diarréia Secretória: Fluxo Ativo de Eletrólitos e Água em direção ao Lumén intestinal, estimulados por Mediadores Inflamatórios, En- terotoxinas, Catecolaminas, Etc. Diarréia Osmótica: Nutrientes Não Absorvidos no Lumén Intestinal em decorrência de: « Dano Intestinal (Infecções Entéricas). « Redução da Superfície Absortiva Funcional (Doença Cel- íaca). « Defeitos na Enzima Digestiva (Déficit de Lactase). « Aumento da Velocidade do Trânsito Intestinal. « Sobrecarga Osmolar. Diarréia Inflamatória (Misto): Liberação de Citocinas - Aumentam a Permeabilidade do Epitélio. Deflagração de Mecanismos Imunomediados - Adsorçãode Proteínas Heterólogas - Aumento da Motilidade e Ex- travasamento de Proteínas para a Luz Intestinal. Þ Etiologia: Infecções: Causa Mais Comum. E. Coli Enteroaderente, Cryptosporidium Parvum - Pós In- fecção Aguda. Protozoários: Giardia Lamblia. Crianças Imunocomprometidas: « Microorganismos Oportunistas: Cryptosporidium, Cyclospora, Isospora e Estrongiloides. « HIV - Enteropatia. Síndrome Pós - Enterite: Dano da Mucosa do Intestino após Diarréia Aguda. Desequilibrio da Microflora Intestinal. ExZcesso de Secreção de Enterotoxinas. Sensibilização a Antígenos Alimentares. Intolerância a Lactose: Deficiência de Enzima Lactase: « Deficiência Primária (Congênita) é rara. « Deficiência Secundária (Dano a Mucosa Intestinal). Dificuldade da Absorção da Lactose - Diarréia Osmótica. Ação das Bactérias Intraluminais - Gases e Radicais Ácidos: « Fezes Ácidas - Assaduras de difícil controle. « Dor e Distensão Abdominal. Rápida melhora após a Supressão da Lactose da Dieta. Perda Progressiva em até 80% da população. Alterações da Motilidade (Doença de Hirsch- sprung): Distensão Abdominal e Dificuldade Evacuátoria. Ausência de Gânglios Mioentéricos. Megacolon Tóxico. Diarréia Funcional (< 4 anos) ou Síndrome do In- testino Irritável (> 5 anos): Dor Abdominal. Condição Congênita. Apetite Preservado e Estado Nutricional Normal. Distúrbio Factício por Representação. Alergia a Proteína do Leite de Vaca - APLV: Alergia Alimentar afeta 6% - 8% das Crianças nos pri- meiros 3 anos de vida. Leite de Vaca é o alimento que mais frequentemente oca- siona Alergia na Criança no primeiro ano de vida. Fatores de Risco: Prematuridade, Asma/Alergia Alimen- tar em pais e irmãos, Infecções do TGI associado. Diagnóstico: Remissão dos sintoma com a Exclusão do Alérgeno e Reprodução após Reintrodução. Manifestações Precoces ou Tardias - Mecanismo Imu- nológico: « IgE Mediadas: Urticaria, Angioedema, Anafilaxia. « Mediada por Células: Enteropatias e Procto-Colites. « Mista: Asma, Dermatite Atópica, Esofagite Eosinofílica. Doença Inflamatória Intestinal: TC/RNM. Diarréia com Sangue e/ou Pus. VHS, PCR, Anemia, Calprotectina Fecal. Dor Abdominal e Déficit de Crescimento. Febre, Artrite, Eritema Nodoso, Uveíte, Colangite. Doença de Crohn: ASCA (Ac Antissacaromices). Inflamação Crônica, Idiopática, Transmural. Afeta um ou mais segmentos do TGI (Lesões Descontí- nuas). Diagnóstico: Clínico + Histopatológico (Granuloma Não Caseoso, Abscessos de Criptas, Eosinofília Mucosa) pela Colonoscopia e Endoscopia. Retocolite Ulcerativa: P - ANCA. Inflamação Crônica Idiopática do Reto. Diarréia + Sangramento Digestivo Baixo. DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO Dor Abdominal, Tenesmo, Anorexia, Vômitos. Se estende continuamente até a porção do Cólon Distal. Diagnóstico: Clínico + Alterações Histopatológicas da Biópsia de Reto pela Colonoscopia. Doença Celíaca: Formas Atípicas. Estudo Histopatológico da Mucosa Duodenal (Endosco- pia + Biópsia) - Padrão Ouro. Anticorpos Anti - Transglutaminase, Anti - Endomísio, Anti - Gliadina. Teste de Sudam nas Fezes ou Esteatócrito Fetal (Per- da de Gordura nas Fezes). Doença Sistêmica Imunomediada desencadeada pelo Glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis: « Enteropatia mediada por Linfócitos T. « Redução da Superfície Absortiva Intestinal (Atrofia das Vilosidades): P Reversível com Dieta Livre de Glúten. Aumento do Volume das Fezes, Esteatorréia, Distensão Abdominal, Anorexia, Irritabilidade, Déficit Ponderoesta- tural. Fibrose Cística: Elastase Fecal - Insuficiência Pancreática. Insuficiência Pancreática (Má Absorção Intestinal): « Desnutrição Enégico - Protéica. « Distensão Abdominal, Flatulência, Edema, Prolapso Retal. « Fezes Volumosas, Espumosas pela presença de Gor- dura, Fétidas. Envolvimento Pulmonar (Manifestações Obstrutivas Crônicas). Teste do Suor: Níveis Anormais de Eletrólitos (Cloro e Sódio) no Suor . Þ Avaliação: Avaliação Nutricional é fundamental: O Peso é afetado antes da Altura. História Familiar e Pessoal: Manifestações de Outras Doenças. Congênita, Alérgica ou Inflamatória. Característica das Fezes: Intestino Delgado: Fezes Claras e Volumosas. Cólon: Menor Volume, com Muco e Sangue. Má Absorção de CHO: Fezes de Odor Ácido, Explosi- vas, Líquidas, Volumosas. Doença Celíaca/FibrosCística: Odor Pútrido, Fezes Cla- ras, Oleosas, Volumosas. Þ Exame Clínico: Avaliação do Estado Geral e Nutricional. Þ Exames laboratoriais e de Imagem: Concentração de Eletrólitos Fecais. Investigação Microbiológica das Fezes. Leucócitos Fecais. Presença de Substância Redutora. Sangue Oculto nas Fezes. Esteatócrito Fecal. Calprotectina Fecal. Endoscopia e Histologia. Radiografia Abdominal. USG Abdominal. Enema Opaco. Ac Anti - Transglutaminase e Anti - Endomísio. P-ANCA e ASCA. Þ Tratamento: Doença Crônica + Estado Nutricional Debilitado - Medidas Gerais de Suporte, Reabilitação Nutricional, Dieta de Exclusão e Medicações. Tratar Desidratação e Distúrbios Eletrolítico e Ácido - Básico. Nutrição Enteral ou Parenteral: Dieta com Triglicerídeos de Cadeia Media (TCM). Fórmulas Parcialmente ou Extensamente Hidrolisadas ou Aminoácidos. Dieta Livre de Lactose e Sacarose com Polímeros de Gli- cose de Fácil Absorção. Suplementação com Micronutrientes e Vitaminas. Zinco: Melhor Absorção de Nutrientes, Proliferação de Células Epiteliais e Resposta Imune. Terapia medicamentosa: Supressores Imunológicos. Antibióticos: Combater o Sobrecrescimento Bacteriano e Controlar Infecções Bacterianas ou Parasitárias. Inibidores de Perda Hídrica (Racecadotrila): Diminui o Fluxo de Íons.
Compartilhar