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Apostila - Saúde Segurança

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SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE Pág. 
 
 
Introdução 02 
Acidentes do Trabalho 10 
Causas dos Acidentes de Trabalho 12 
Investigação das Causas dos Acidentes 14 
Custos dos Acidentes 16 
Cadastro dos Acidentes 19 
Estatísticas de Acidentes 20 
Mapeamento de Riscos Ambientais 23 
Normas Regulamentadoras 29 
Bibliografia Consultada 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
A Revolução Industrial 
 
Revolução Industrial é o nome dado a um movimento ocorrido na Inglaterra entre 
1760 e 1830, e que veio modificar profundamente os rumos da história da humanida-
de. 
 
Esta Revolução constitui-se no marco inicial da moderna industrialização, que teve 
origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar. Até então a fiação e tecela-
gem tinham constituído uma atividade doméstica tradicional, com produção apenas 
para atender às necessidades do próprio lar, e com um pequeno excesso, que era ven-
dido a preço elevado em regiões onde estas atividades não eram desenvolvidas. O 
advento das máquinas que fiavam em ritmo muitíssimo superior ao mais hábil artífice, 
tornou possível a produção de tecidos em níveis até então não imaginados. (Diogo 
Pupo Nogueira). 
 
A introdução da maquinaria na Inglaterra no Século XVIII, seguida por seu emprego 
nos Estados Unidos e outros países no Século XIX, criou um novo tipo de risco labo-
ral. 
 
Descreve-se melhor a Revolução Industrial como a transição da força do homem para 
a força da máquina, e como a passagem da produção nos lares para a produção nas 
fábricas. 
 
O emprego de maquinarias e engrenagens, transmissões e lâminas cortantes, cada vez 
mais velozes e potentes, cresceu ininterruptamente sem consideração alguma pelos 
dedos ou mãos que pudessem amputar, acarretando novos tipos de riscos a um gigan-
tesco número de acidentes do trabalho. 
 
Um crescente contingente de trabalhadores, sem treinamento nem experiência, ficava 
exposto às peças em movimento e ao acúmulo de poeiras e produtos químicos alta-
mente perigosos. 
 
Intermináveis jornadas de trabalho, de sol a sol, e a utilização de crianças com o pa-
gamento de um elevado tributo expresso em acidentes. 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
2
 
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
As primeiras fábricas eram de construção rústica, ou instaladas em velhos moinhos 
(Mills), utilizando a água como a força motriz, com iluminação deficiente, quentes, 
mal arrumadas, sem instalações sanitárias, e as partes móveis das máquinas sem pro-
teção. O emprego do vapor, o progresso dos transportes e o crescimento da população 
estimularam a exploração das minas de carvão. 
 
Ainda em nossos dias a mineração de carvão nos Estados Unidos, é uma das indús-
trias que maior risco oferecem, que se dirá no século XIX, quando pouco ou nada se 
conhecia de medidas de segurança nas minas. A queda de galerias, as inundações, as 
explosões, gases e asfixia causaram a morte de um grande número de mineiros. O 
proprietário da mina ou fábrica ditava, ele mesmo, as condições em que seus empre-
gados deveriam trabalhar, e os familiares dos empregados acidentados, ou suas viú-
vas, começaram a reclamar, mas era muito difícil serem atendidos por falta de apoio 
das autoridades governamentais, pois não havia nem mesmo leis que os amparassem. 
 
Histórico da Segurança do Trabalho 
 
A Segurança do Trabalho pode hoje ser definida como Ciência e Arte do Reconheci-
mento, Avaliação e Controle dos Riscos de acidentes laborais. É ciência, porque o seu 
exercício requer o desenvolvimento de um espírito de pesquisa e comprovação das 
causas dos acidentes do trabalho, tanto na esfera técnica quanto na área humana e 
comportamental. Pode ser considerada ainda como uma ciência multidisciplinar, por-
que, embora seja exercida pelos profissionais de segurança, não pode prescindir do 
apoio de outros ramos das ciências como Medicina, Psicologia, Assistência Social, 
Engenharia, Direito, Economia, Ergonomia, Educação, Química e Recursos Huma-
nos. É também arte, porque requer de seus profissionais sensibilidade para reconhecer 
os valores humanos e universais presentes nos processos produtivos, e que devam ser 
preservados. Além disso, o profissional de segurança deve ter a sensibilidade de um 
educador, para obter das pessoas comportamentos voltados para a prática da seguran-
ça, em consonância com os interesses de empregados e empregadores. 
 
Comparada a outras ciências ou atividades, a Segurança do Trabalho é relativamente 
nova, já que as relações entre o trabalho e as doenças ou acidentes, permaneceram 
ignoradas cerca de 250 anos atrás, ou seja, de 1740 até nossos dias. Para exemplificar 
daremos a seguir um resumo cronológico de sua evolução histórica: 
 
Em 1556, George Bauer publica o livro “Sobre o Metal” que descreve doenças rela-
cionadas com a mineração da prata e do ouro. 
 
Em 1567, Aureolus T. B. Von Hohenhein (Paracelso) divulga monografia sobre as 
relações entre o trabalho profissional e as doenças. 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
3
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Em 1700, Bernardino Ramazzini publica, na Itália, uma obra, descrevendo uma série 
de doenças relacionadas a 50 profissões diversas, e introduz entre as perguntas impe-
rativas da anamnese da época uma nova: “Qual é a sua ocupação ?”. Este trabalho lhe 
deu o cognome de “Pai da Medicina do Trabalho”. 
 
Em 1760, ocorre na Inglaterra a Revolução Industrial, que intensifica a relação ho-
mem/máquina, aumentando os índices de acidentes e despertando as autoridades para 
a importância da prevenção destes eventos. 
 
Em 1802, é publicada, na Inglaterra, a primeira lei de proteção aos trabalhadores, inti-
tulada Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que limitava a 12 horas a jornada diária 
de trabalho e proibia o trabalho noturno para menores aprendizes. 
 
Em 1830, Robert Baker, famoso médico inglês, interessado em proteger a saúde dos 
trabalhadores, foi nomeado Inspetor Médico das Fábricas pelo Governo Britânico. 
 
Em 1831, Michael Saddler chefiou uma Comissão Parlamentar de Inquérito que de-
nunciava a situação crítica dos trabalhadores. 
 
Em 1833, foi baixado o “Factory Act”, primeira legislação realmente eficiente na pro-
teção do trabalhador inglês. 
 
Em 1842, James Smith, diretor-gerente de uma indústria têxtil escocesa contratou um 
médico para fazer exames pré-admissionais, exames periódicos e orientar os trabalha-
dores para a preservação da saúde. 
 
Em 1852, na França, a Circular Ministerial, de 18 de dezembro, torna obrigatória a 
existência de Serviço Médico nas empresas, tanto industriais como comerciais. 
 
Na década de 50, duas grandes organizações de âmbito mundial: OMS - Organização 
Mundial de Saúde e OIT - Organização Internacional do Trabalho se unem para 
proteger a saúde dos trabalhadores, fixando de forma ampla os objetivos da Saúde 
Ocupacional. 
 
Em 1953, a Conferência Nacional do Trabalho elaborou a Recomendação nº 97, atra-
vés da qual instituiu com os países membros o incremento da criação de serviços mé-
dicos em locais de trabalho. 
 
Em 1954, um grupo de 10 peritos da Ásia, América do Sul e da Europa, reunido em 
Genebra, estabeleceu a Recomendação nº 112, que tomou a nome de Recomendação 
para os Serviços de Saúde Ocupacional. 
 
No Brasil, diversos movimentos científicos e legislativos se empenharam em levar o 
Governo Brasileiro a seguir a Recomendação nº 112, mas não obteve resultado. 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE4
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Em 1964, a tomada do poder pelos militares permitiu a introdução de diversas modifi-
cações estruturais em Órgãos estaduais e Federais. Uma delas foi a unificação dos 
Institutos de Aposentadoria das diversas categorias profissionais em um Instituto Na-
cional de Previdência Social (INPS). O seguro de acidente do trabalho, que era admi-
nistrado pelos institutos das diversas categorias, passou a ser privativo do INPS. Esta 
unificação permitiu estatísticas de acidentes do trabalho, a nível nacional, e, da mesma 
forma, a apuração dos custos das indenizações pagas pelos cofres públicos aos aciden-
tados e aos seus familiares. Tão elevados foram os números de acidentes do trabalho 
apurados, e tão altos os prejuízos que acarretavam para o Governo, que os Poderes 
Legislativo e Executivo foram acionados para a elaboração de um programa de âmbi-
to nacional, com o objetivo de reduzir os acidentes e seus efeitos, que davam ao Bra-
sil, na década de 70, o triste título de “Campeão Mundial de Acidentes do Trabalho”. 
 
O plano, elaborado pelo Governo em 1972, denominou-se PNVT (Plano Nacional de 
Valorização do Trabalhador). Integrando este plano, o Governo Federal baixou a Por-
taria 3.273, que tornou obrigatória a formação de Serviços Especializados em Segu-
rança, Higiene e Medicina do Trabalho pelas empresas, conforme o grau de risco de 
suas atividades e o número de seus empregados. 
 
Para tornar possível o cumprimento desta obrigatoriedade pelas empresas, o PNVT 
previa a formação de profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho em caráter 
de emergência, através da estruturação de cursos intensivos, com cargas horárias re-
duzidas, para a formação de Médicos e Enfermeiros do Trabalho e Engenheiros e Ins-
petores de Segurança do Trabalho. 
 
Em 1985, não mais se ministravam estes cursos intensivos de emergência, que foram 
substituídos pelos cursos de especialização para engenheiros e técnicos de segurança. 
 
Esta retrospectiva histórica nos permite reconhecer como a Segurança do Trabalho 
vem crescendo em importância, na medida em que o homem vai se tornando consci-
ente de que o objetivo do trabalho é gerar bens que tornem mais feliz e confortável a 
existência do homem, e jamais o infortúnio. 
 
O Advento da Produção em Série 
 
A produção seriada é um processo de produção industrial baseado no princípio de 
padronização das principais peças que compõem um conjunto e que permite produzi-
las separadamente em grande escala. Este processo foi idealizado e introduzido, nos 
Estados Unidos, pela primeira vez, em 1903, por Henry Ford, pioneiro da indústria 
automobilística americana. 
 
O crescimento populacional no início do Século XX determinou o aparecimento de 
um mercado consumidor que forçou o incremento da produção em série, para atender 
às demandas da então nascente “sociedade de consumo”. 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
5
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
A corrida da industrialização, nos Estados Unidos e em vários países da Europa, 
trouxe a valorização excessiva da produção em prejuízo de valores humanos e univer-
sais. 
 
O advento da produção em série não veio comprometer a segurança física dos traba-
lhadores, pois possibilitou a automação dos processos de fabricação, nos quais o ope-
rador não precisa permanecer em contato íntimo com as partes móveis das máquinas, 
que passaram a ser comandadas à distância, por meio de acionamento de botões ou 
por automatismo e atualmente até por computadores. 
 
Os aspectos negativos da produção seriada para a segurança do trabalhador estão liga-
dos à fadiga visual ou muscular resultante de operações repetitivas, como no caso da 
que acontece aos digitadores: as tenossinovites, que atingem as membranas dos ten-
dões por efeito de esforço repetitivo com as mãos e os dedos, num ritmo imposto pela 
produção mecanizada. Por outro lado, a mecanização do trabalho ameaça transformar 
o empregado num robô, situação que inspirou alguns pensadores e humanistas a pro-
testarem através de suas obras, a exemplo do famoso cineasta inglês, Charles Chaplin, 
com seu filme “Tempos Modernos”, no qual o empregado em uma linha de montagem 
de uma grande fábrica continuava fazendo movimentos condicionados pela máquina, 
mesmo após deixar o trabalho. 
 
Com a evolução dos processos mecanizados de produção, um outro fator de insegu-
rança passou a assustar os trabalhadores, que viam neste progresso o fantasma do de-
semprego em massa, criando assim um paradoxo: a evolução das técnicas de aumento 
de produção gerando o temor da falta. 
 
Aspectos Sociais e Econômicos da Segurança e Medicina do Trabalho 
 
Os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho devem ser reco-
nhecidos como uma conquista de alguns séculos de luta e denodado esforço de huma-
nistas, governantes, legisladores, cientistas sociais, autoridades médicas, economistas, 
enfim de toda uma elite de seres humanos que empunharam a bandeira de preservação 
da integridade física e da dignidade dos empregados, ameaçados e prejudicados pela 
falta de segurança do trabalho. 
 
Para podermos avaliar a importância da incumbência destes Serviços Especializados, 
destacaremos a repercussão negativa dos acidentes do trabalho no aspecto humano, 
social e econômico. 
 
No Aspecto Humano 
• Incapacitam, total ou parcialmente, o trabalhador em caráter temporário ou perma-
nente; 
• Causam sofrimento físico, moral e psicológico ao empregado; 
• Angustiam a vítima pela autocompaixão, pela preocupação e incerteza quanto à 
recuperação e quanto ao futuro. 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
6
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
• Atingem especialmente os menos favorecidos, pois são os que mais se expõem aos 
trabalhos rudes e mais perigosos. 
• Reduzem o padrão de vida do acidentado por perda salarial e, conseqüentemente, 
sua qualidade de vida. 
 
No Aspecto Social 
• Quando resultam em seqüelas graves, podem incompatibilizar a vítima e seus fami-
liares com o empregador ou médico assistente ou com a Previdência Social. 
• Privam as comunidades de pessoas úteis e participativas quando causam incapaci-
dade parcial ou total, permanentes. 
• Revoltam a opinião pública, quando fazem vítimas fatais, por negligências dos 
empregadores. 
• Geram incerteza e insegurança às famílias, cujos parentes trabalham nas mesmas 
funções de outros que sofreram acidentes graves ou fatais. 
• Ocupam funcionários de assistência social com programas de reabilitação profis-
sional, funcionários estes que poderiam ser utilizados em outras obras sociais. 
• Agravam a discriminação de algumas categorias profissionais menos qualificadas. 
 
No Aspecto Econômico 
• Oneram os custos das empresas com tratamento de acidentados, perda de mão-de-
obra, multas no descumprimento de prazos de entrega, prejuízos materiais e cau-
sam elevação do preço de comercialização dos produtos. 
• Afetam a economia do país ao reduzir a força de trabalho da população economi-
camente ativa. 
• Oneram os cofres públicos com pagamento de Seguros Sociais e com pagamento 
de assistência médica aos acidentados (hospitalização, cirurgia, próteses, reabilita-
ções, etc.). 
 
Consideradas todas estas implicações negativas da infortunística laboral, poderemos 
avaliar a importância dos Serviços Especializados e a relevância de seus resultados 
para todos os seguimentos da sociedade. Portanto, cada acidente evitado deve ser vis-
to como um benefício amplo e profundo. 
 
No cumprimento deste objetivo principal, a Segurança e Medicina do Trabalho con-
tribuem para elevar o nível de conhecimento e desempenho profissional dos trabalha-
dores, em todos os níveis hierárquicos, através de campanhas de orientação, educação 
e treinamentos.A prevenção dos acidentes e doenças ocupacionais, por suas implicações sócio-
econômicas, são responsabilidade de todos, ou seja, do Governo, Empregadores e 
Empregados, cabendo aos profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho parte 
preponderante na erradicação dos acidentes. 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
7
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
À Engenharia de Segurança ainda compete acompanhar atividades paralelas à produ-
ção como a destinação de resíduos industriais, que são lançados no ar, nas águas ou 
em aterros, para evitar que estes, ultrapassando os limites físicos da empresa, venham 
afetar o meio ambiente. 
 
Sob o prisma humano, a Segurança e Medicina do Trabalho exercem influência posi-
tiva sobre o homem, tornando-o mais consciente de seu próprio valor como pessoa 
humana, pois, muitas vezes, o trabalhador põe em risco a sua vida por considerá-la em 
segundo plano em relação ao seu trabalho. 
 
Também socialmente os Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho exercem in-
fluência positiva sobre o homem, já que grande parte da sociedade é atingida pelos 
acidentes, pois estima-se que mais de 20% da população economicamente ativa (em-
pregados segurados e não-segurados) acidenta-se anualmente. Tal fato já é suficiente 
para considerar que, dentre os inúmeros males que atingem a sociedade, o acidente do 
trabalho é um dos mais graves. 
 
Os reflexos da atuação destes Serviços Especializados, na economia da empresa, são 
de fácil comprovação, pois, ao reduzir os índices de acidentes, permite-se a continui-
dade das operações, reduzindo os custos de produção. Neste sentido a contratação de 
profissionais de segurança e medicina não só é um imperativo Social e Humano, mas 
também um bom investimento. 
 
Para finalizar, devemos deixar bem claro, que, apesar da inestimável contribuição dos 
Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho para a prevenção dos acidentes, ela 
representa apenas uma parcela dentro de uma responsabilidade solidária do trinômio 
Estado/Empresa/Trabalhador. 
 
As Conseqüências dos Acidentes do Trabalho a Nível Nacional 
 
Sabemos hoje que os acidentes de trabalho afetam a nação como um todo; é, portanto, 
importante quantificarmos estas conseqüências para formar a consciência nacional, 
que favorecerá a mobilização de recursos materiais e humanos disponíveis para rever-
ter este quadro, a exemplo do que já foi realizado nos países mais desenvolvidos. 
 
Apesar das medidas governamentais tomadas a partir de 1972, contidas no Plano Na-
cional de Valorização do Trabalhador, a taxa de acidentes do trabalho no Brasil é ain-
da das mais altas do mundo, ou seja, 4% dos trabalhadores segurados se acidentam 
anualmente. Isso sem computar os acidentes ocorridos com trabalhadores não segura-
dos, existentes nas áreas rural e urbana. Fica evidenciado, portanto, que, estes 4% não 
representam parte da população economicamente ativa no Brasil. Some-se a isto que 
as doenças do trabalho, os acidentes do trajeto e os acidentes sem afastamento não são 
comunicados, em sua totalidade, pelas empresas, estimando-se que o referido índice 
(4%) é no mínimo quatro vezes maior, chegando a 16%. Assim, para cada 100 traba-
lhadores brasileiros, 16 são atingidos com lesões pessoais. 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
8
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Tivemos registrada, em 1987, a cifra de 1.137.124 trabalhadores incapacitados para o 
trabalho (sem considerar os não segurados). Esse total aterrador de mutilados, incapa-
citados e de óbitos, em apenas 1 ano, é suficiente para encher 5 estádios do porte do 
Maracanã. 
 
A expressão econômica de um país é a coluna mestra de sustentação do Poder Nacio-
nal, porque dela derivam todos os recursos para o desenvolvimento das outras expres-
sões de seu poder. Grande parte do que a nação gasta hoje com tratamento e indeniza-
ções a acidentados e seus dependentes poderia estar sendo aplicada em educação, em 
pesquisas científicas e tecnológicas, em pagamento de suas dívidas, interna e externa. 
 
As empresas afetadas pelos prejuízos da infortunística são o segmento principal do 
poder econômico da nação. São elas, portanto, que constituem a Expressão Econômi-
ca do Poder Nacional. 
 
Conforme dispõe a Lei 8.212, de 24/07/91, artigo 22, as empresas recolhem à Previ-
dência Social as taxas de 1%, 2%, e 3% de Seguro de Acidente do Trabalho, respec-
tivamente para os graus de Risco Leve, Médio e Grave, sobre a folha mensal dos salá-
rios de contribuição destas empresas. Do total recolhido são gastos 99% para indeni-
zar despesas com acidentes do trabalho, enquanto apenas 1% destina-se aos progra-
mas de prevenção destes acidentes através da FUNDACENTRO. Este é um investi-
mento insignificante para se atingir meta tão importante, que é a de reduzir as tristes 
estatísticas e todas as suas implicações negativas a nível nacional. 
 
Esta é uma política ANTIECONÔMICA, em termos de previdência, ANTI-SOCIAL, 
em termos de trabalhadores, e HOMICIDA, em termos humanos. 
 
Os Reflexos dos Acidentes a Nível Internacional 
 
Para podermos avaliar os reflexos dos acidentes do trabalho no panorama internacio-
nal, devemos associar a ocorrência dos acidentes às condições sócio-econômicas e 
tecnológicas destes países. 
 
Na impossibilidade de analisar o quadro de cada país, o faremos em conjunto, consi-
derando as condições sócio-econômicas dos países da América Latina (Terceiro Mun-
do), onde estas condições se assemelham, e os mecanismos de controle de riscos são 
menos rigorosos. 
 
Existe uma relação íntima entre o subdesenvolvimento e os índices de acidentes dos 
países, sendo que estes índices podem até mesmo se refletir no panorama internacio-
nal como um indicador de subcultura. 
 
Os acidentes podem também se refletir internacionalmente, quando ultrapassam os 
limites das empresas e causam grandes prejuízos humanos e materiais. 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
9
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
ACIDENTE DO TRABALHO 
 
Conceituação: Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a servi-
ço da empresa, ou, ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provo-
cando lesão corporal ou perturbação da capacidade para o trabalho permanente ou 
temporário. 
 
Conceito Legal: “Acidente do Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do tra-
balho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, que 
cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para 
o trabalho”. 
 
Esta definição está contida na Lei 8.213, de 24/07/91, que dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 
 
Esta complementação do conceito legal evidencia o espírito da lei em proteger os di-
reitos do trabalhador acidentado contra possíveis interpretações tendenciosas que ten-
tem descaracterizar o acidente do trabalho, atribuindo-o preponderantemente a causa 
ou causas anteriores alheias ao trabalho. 
 
Para caracterizar um acidente do trabalho é necessário que fique constatada a existên-
cia de nexo causal entre o efeito (dano pessoal ao empregado) e a causa (trabalho exe-
cutado pelo empregado). 
 
Casos equiparados ao Acidente do Trabalho 
 
I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja con-
tribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou redução da sua capaci-
dade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recupe-
ração; 
 
II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conse-
qüência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticadopor terceiros ou companheiro 
de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada 
com o trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro 
de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força 
maior. 
 
III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de 
sua atividade. 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
10
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
IV - O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por es-
ta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independente-
mente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segu-
rado. 
 
Parágrafo 1º - Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou, por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho, ou durante este, o 
empregado é considerado no exercício do trabalho. 
 
Parágrafo 2º - Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho 
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às 
conseqüências do anterior. 
 
Parágrafo 3º - Considerar-se-á como dia do acidente, no caso de doença profissional 
ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da ativi-
dade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o 
diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer primeiro. 
 
Parágrafo 4º - Será considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido 
pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade de Reabilitação Profissional. 
 
Conceito Técnico 
 
O Conceito Técnico é o que mais deve interessar ao profissional de segurança, porque 
abrange toda a visão prevencionista do acidente do trabalho. Podemos expressá-lo nos 
seguintes termos: 
 
“O acidente do trabalho é uma ocorrência não programada, inoportuna, não dese-
jável, que interfere no andamento normal do trabalho, causando perda de tempo, 
danos materiais e/ou pessoais”. 
 
Portanto, do ponto de vista Técnico (prevencionista), o acidente do trabalho tem um 
enfoque mais amplo, visto que, prevenindo-se a ocorrência de acidentes com danos 
materiais, se estará também prevenindo acidentes pessoais. Uma estatística realizada 
por Heinrich estabelece que, para cada grupo de 300 acidentes com danos materiais, 
29 causam lesões leves e 1 causa lesão incapacitante. 
 
 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
11
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Lesão Incapacitante 
 
Lesão Não Incapacitante 
 
Danos à Propriedade 
 
 
Acidente Tipo (NB – Norma Brasileira – 18) 
 
Esta expressão Acidente Tipo é usada para definir a maneira como a pessoa sofre a 
lesão, ou seja, exprime a forma como se dá o contato entre a pessoa e o agente da le-
são (seja este violento ou não). Exemplos: 
 
Batida contra: pessoa bate o corpo ou parte deste contra obstáculos. 
Batida por: Situação em que a pessoa sofre batidas de objetos ou peças. 
Queda de objetos: Neste caso a pessoa é atingida por objetos que caem. 
Queda de pessoas: A pessoa sofre lesão ao cair de mesmo nível ou de nível acima do 
solo. 
Prensagem: Quando o corpo da pessoa, ou parte deste, é prensada por objetos ou par-
tes móveis de equipamentos. 
Esforço excessivo: neste caso, a lesão atinge tendões ou músculos, quando estes são 
exigidos acima do limite de resistência. 
Exposição à temperatura externa: Quando há exposição do corpo, ou de parte deste, 
a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. 
Contato com eletricidade: Quando a lesão é causada pela passagem da corrente elé-
trica. 
Contato com substâncias cáusticas: Quando a lesão é causada por contato com pro-
dutos químicos corrosivos em alta concentração. 
 
CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO 
 
Podemos reconhecer, como causa de acidente, qualquer fator que, se removido a tem-
po, evitará o acidente. Os acidentes, sob qualquer forma que se apresentem, têm suas 
causas e, portanto, não são inevitáveis como se costuma supor. A visão prevencionista 
se apóia na capacidade de reconhecimento, avaliação e controle das possibilidades de 
ocorrência dos acidentes. 
 
a) Definição de Risco: Risco é a possibilidade de ocorrência de uma ou mais variá-
veis com potencial suficiente para degradar um sistema e causar danos. O risco é, 
portanto, uma causa de acidente em potencial. Os riscos, levantados na análise de 
um acidente, aplicando-se a Técnica Série de Riscos, podem ser classificados em: 
 
Risco inicial: é a condição com potencial para degradar o sistema, que se converteu 
na origem da série. 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Riscos Contribuintes: são as condições que interagiram com o Risco Inicial, contri-
buindo para a degradação do sistema. 
Risco Principal: é a condição que finalmente pôde se materializar em dano (agente 
da lesão e/ou do prejuízo material). 
 
b) Definição de Perigo: É a exposição de um valor, pessoal ou material, a um risco, 
que favoreça a sua materialização ou dano. 
 
c) Definição de Dano: É a severidade da lesão, perda física, funcional ou econômica, 
que pode resultar no controle sobre um risco se não for efetivado. 
 
d) Definição de Inibidor: É a providência adequada para se eliminar ou controlar 
cada risco levantado numa Série de Riscos. 
 
Ato Inseguro - É a maneira pela qual o trabalhador age se expondo, consciente ou 
inconscientemente, ao risco de acidente. Exemplos: 
 
 Ficar junto ou sob cargas suspensas. 
 Colocar o corpo ou parte deste em posição perigosa. 
 Operar máquina sem autorização ou permissão. 
 Imprimir excesso de velocidade em máquinas ou veículos. 
 Lubrificar, ajustar ou limpar máquinas em movimento. 
 Improvisar ferramentas ou utilizá-las para outros fins. 
 Inutilizar ou anular dispositivos de segurança. 
 Não usar equipamentos de proteção individual. 
 Usar roupas inadequadas ao operar máquinas. 
 Usar anéis, pulseiras, cabelos longos e soltos próximo às partes móveis de máqui-
nas operatrizes. 
 Manipular produtos químicos sem conhecimento de suas propriedades. 
 Fumar ou usar chama em locais onde haja risco de incêndio ou explosão. 
 Brincar ou fazer exibicionismo em serviço. 
 
Causas dos Atos Inseguros 
 
 Desconhecimento dos riscos de acidentes. 
 Treinamento inadequado. 
 Falta de aptidão ou de interesse pelo serviço. 
 Atitude de violência ou de revolta. 
 Incapacidade física para o trabalho. 
 Pressa na execução do trabalho. 
 
Condições Inseguras - São falhas convertidas em agentes agressivos, existentes em 
um local de trabalho, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde dos traba-
lhadores, ou a própria segurança das instalações e equipamentos. 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Exemplos: 
 
 Falta de proteção em máquinas e equipamentos. 
 Ferramental ou maquinaria defeituosos ou inadequados. 
 Má arrumação e falta de limpeza no local de trabalho. 
 Escassez de espaço no posto de trabalho. 
 Passagens perigosas de pessoas. 
 Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas. 
 Iluminação inadequada.Ventilação inadequada. 
 Falta de equipamentos de proteção individuais. 
 
e) Fator pessoal de Insegurança: É a condição pessoal do trabalhador, constituída 
por uma característica física ou psicológica que predispõe ao acidente. 
 
Exemplos: 
 
 Defeito físico ou dos sentidos. 
 Deficiência psicológica. 
 Estrutura incompatível com a função. 
 Doença convulsiva. 
 Idade incompatível com a função. 
 
INVESTIGAÇÃO DAS CAUSAS DOS ACIDENTES 
 
A investigação das causas dos acidentes constitui-se no primeiro passo para o Reco-
nhecimento, Avaliação e Controle dos Riscos de Acidentes. Mas esta não é uma tarefa 
simples, porque a maioria das causas de acidentes está ligada aos processos industriais 
e às ações inconseqüentes dos homens, gerando tanto os Atos Inseguros como as 
Condições Inseguras. 
 
As Condições Inseguras são, com raras exceções, a materialização de falhas humanas 
que se tornam presentes num ambiente de trabalho, predisposto ao acidente. Por isso, 
numa investigação mais profunda das causas de um acidente, decorrente de uma con-
dição insegura, vamos encontrar quase sempre um erro de projeto ou de construção de 
um equipamento ou instalação que contribui para a ocorrência do acidente. Nossa 
afirmativa comprova-se pela necessidade freqüente da intervenção da Engenharia de 
Segurança sugerindo mudanças em “layouts”, modificações em escadas e construção 
de passarelas, bem como proteções em máquinas ou equipamentos já em funciona-
mento. Subordinando-se, portanto, as causas dos acidentes às ações humanas, conclui-
se que a investigação e controle dessas causas não são tarefas simples que não podem 
ficar restritas às causa imediatas do acidente rotuladas de ato seguro ou de condição 
insegura, que pouco ou nada acrescentam ao prevencionismo. As causas dos acidentes 
são, portanto, tão oblíquas, que não podem limitar-se a enfoques simplistas ou super-
ficiais. 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Análise de Acidentes - Análise dos acidentes tem a finalidade de conhecer suas cau-
sas para que sejam avaliadas e controladas. Os antigos métodos de análise de aciden-
tes se limitavam a identificar a causa imediata da lesão ou do dano material, sem pes-
quisar os inúmeros antecedentes que conduziram ao acidente. A evolução do preven-
cionismo levou ao desenvolvimento de uma metodologia denominada Técnica Série 
de Riscos que possibilita uma análise com objetividade e tecnicidade. 
 
A Técnica Série de Riscos - Este moderno método de análise é realizado em grupo, 
exigindo a participação ativa de todos os seus integrantes e tornando coletivo o pro-
cesso decisório, tanto no reconhecimento como na avaliação, no controle das causas 
do acidente analisado. A Técnica Série de Riscos permite estabelecer indicadores con-
fiáveis das causas dos acidentes, pois conta com a experiência das pessoas que têm 
experiência, autoridade e responsabilidade sobre os processos envolvidos no acidente. 
 
Finalidade da T.S.R: Analisar acidentes com objetividade e tecnicidade, evitando 
julgamentos e interpretações subjetivas e conduzindo à descoberta de um elevado nú-
mero de causas com suas respectivas medidas inibidoras, possibilitando a escolha da 
solução mais adequada e oportuna para cada uma delas. 
 
Composição do Grupo: 
a) Acidentado (sempre que possível). 
b) Chefia imediata do acidentado. 
c) Testemunha (preferencialmente colega que exerça a mesma função do acidentado) 
d) Representante do Setor de Manutenção Mecânica e/ou Elétrica (segundo a natureza 
do acidente). 
e) Representante da CIPA. 
f) Técnico de Segurança. 
g) Chefe do Setor onde ocorreu o acidente. 
h) Médico ou Enfermeiro do Trabalho (quando a natureza do acidente exigir). 
 
Princípios Orientadores do Trabalho do Grupo 
 
a) Criar um clima de confiança entre os participantes. 
b) Colocar de lado as influências hierárquicas entre os participantes, pois o chefe não 
é necessariamente o que tem mais conhecimento dos processos operacionais. 
c) Eliminar totalmente a tendência de buscar culpados, e sim as causas que levaram 
ao acidente. 
d) Dirigir a consideração das pessoas para fatos reais, evitando lidar com suposições 
do tipo “quem sabe” ou “talvez”. 
e) Fazer com que haja consenso do grupo nas conclusões, garantido que o laudo final 
seja de fato um trabalho de equipe. 
 
 
 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Metodologia de Aplicação da Técnica Série de Riscos 
(Fase de Preparação da Reunião) 
 
1 - Definir as pessoas que irão compor o grupo (as que mais contribuição têm a dar 
sobre o acidente). 
2 - Fazer a convocação por escrito e enviar a cada participante com antecedência mí-
nima de 5 dias, contendo informações como a data, local, horário e tema da reunião. 
3 - Antes da reunião, preparar o local, reunindo o material de apoio como: “slides”, 
transparências ou desenho que ilustre o posto de trabalho, a máquina ou a instalação 
onde ocorreu o acidente. Quadro a giz ou “flip charter”. 
 
(Durante a reunião) 
 
4 - Listar no quadro a giz, à vista de todos os presentes, todos os riscos que forem 
sendo levantados, até que se esgotem as considerações. 
5 - Retirar da relação os riscos que não contribuíram diretamente para a ocorrência do 
acidente. 
6 - Classificar os Riscos em Inicial, Contribuinte e Principal, ordenando-os segundo a 
sua ocorrência, no tempo e no espaço, de forma seriada. 
7 - Estabelecer um inibidor para cada risco. 
8 - Determinar o Diagrama de Blocos. 
9 - Enviar à chefia do setor responsável a ata da reunião realizada, acompanhada do 
Diagrama de Blocos para que a referida chefia possa adotar as medidas inibidoras 
propostas na análise do acidente. 
 
CUSTOS DOS ACIDENTES 
 
Introdução 
 
Apesar de reconhecermos que o homem e o meio ambiente são os maiores valores a 
serem preservados contra os agentes agressivos dos processos produtivos, encontra-
mos a dura realidade da nossa conjuntura sócio-econômica, que coloca em primeiro 
lugar o lucro, situando em segundo plano o homem e o meio ambiente. Por outro 
lado, se o empresário coloca em primeiro plano o lucro, poderemos fazer do custo dos 
acidentes um importante argumento para convencê-lo a investigar na Prevenção. 
 
Custo Social e Custo Privado 
 
Os prejuízos decorrentes dos acidentes do trabalho atingem todos os segmentos da 
sociedade. Numa primeira instância estes custos atingem o empregado, seus familia-
res e a empresa - Custo Privado; em segunda instância, atingem a sociedade e a na-
ção - Custo Social. 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
A Empresa e o Custo dos Acidentes 
 
Embora a empresa seja o segmento social mais atingido pelos efeitos antieconômicos 
dos acidentes do trabalho, os seus dirigentes nem sempre os percebem em toda a sua 
extensão. Na verdade não existe, na quase totalidade das empresas, um sistema de 
apuração de custos de seus produtos. Sendo o acidente uma ocorrência não programa-
da, indesejável, que interfere no andamento normal de uma atividade laboral, acarreta 
sempre perda de tempo e da conseqüente produtividade, mesmo quando não causa 
danos materiais ou pessoais. 
 
Composição do Custo dos Acidentes 
 
De acordo com a legislação brasileira, as empresas repassam uma parcela dos custos 
dos acidentes pessoais ao INSS através do Seguro Obrigatório de seus empregados. 
Esta parcela é denominada Custo Segurado ou Custo Direto. Há, porém, outra parcela 
maior chamada Custo Não Segurado ou Custo Indireto, que é de responsabilidade 
exclusiva do empregador. 
 
Custo Segurado ouCusto Direto 
 
O Custo Segurado ou Direto é de fácil apuração pela contabilidade de custos da em-
presa. Este custo aparece como uma saída definida de dinheiro, expressa em Taxa de 
Seguro, destinada à Previdência Social. Ela cobre todas as despesas ligadas direta-
mente ao atendimento dos acidentados que, desta forma, passam para a responsabili-
dade do INSS como: 
 despesas médicas, hospitalares e farmacêuticas, necessárias à recuperação do aci-
dentado; 
 pagamento de diárias e indenizações enquanto se mantiver afastado do serviço; 
 transporte do acidentado durante o tratamento médico. 
 
Capítulo IV - Da contribuição da Empresa 
 
Art.22 - A contribuição da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto 
no art. 23, é de: 
 
I - 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qual-
quer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados, empresários, trabalhado-
res avulsos e autônomos que lhe prestem serviços; 
 
II - para o financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho, 
dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total das remunerações pagas ou credita-
das, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: 
 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de 
acidentes do trabalho seja considerado leve; 
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco 
seja considerado grave; 
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco 
seja considerado grave. 
 
Parágrafo 3º - O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá alterar, com 
base nas estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento 
de empresas para efeito da contribuição a que se refere o inciso II deste artigo, a fim 
de estimular investimentos em prevenção de acidentes. 
 
Custo Não Segurado ou Custo Indireto 
 
Este custo engloba todas as despesas que têm uma decorrência indireta dos acidentes. 
Os principais itens que os compõem são: 
 
• Salários pagos aos colegas do acidentado, que deixaram de produzir em decorrên-
cia do acidentes. 
• Salário pago ao acidentado sem afastamento, durante o período de curativos. 
• Salário pago ao acidentado com afastamento, não coberto pelo INSS (primeiros 15 
dias). 
• Salários pagos em horas extras para repor a produção que o acidentado deixou de 
dar. 
• Salários pagos aos supervisores pelo tempo decorrido em atividades ligadas ao 
acidente. 
• Diminuição da eficiência do acidentado ao retornar ao trabalho. Despesas com pre-
paração do substituto do acidentado. 
• Custo de material e/ou equipamento danificado no acidente (quando houver). 
• Despesas decorrentes de atraso nas entregas, ligadas a multas contratuais, etc... 
 
 Finalizando, todas essas despesas relacionadas ao lucro cessante proveniente do 
acidente. 
 
Cálculo do Custo Não Segurado 
 
O Custo Segurado é de difícil apuração. Existem alguns métodos na Engenharia de 
Sistemas que podem ser aplicados não só aos acidentes com lesão pessoal, mas a to-
dos os acidentes com danos à propriedade, como quebra de máquinas, equipamentos, 
etc.. 
 
 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
O método mais conhecido para se apurar o Custo Indireto de um acidente com lesão 
pessoal é baseado na teoria de Heinrich. Este método consiste em se considerar o 
Custo Indireto como sendo 4 vezes o Custo Direto. Esta relação de 4 x 1, aceita pelos 
especialistas, foi encontrada por H. W. Heinrich em 1930, e baseia-se no fato de que, 
para cada unidade monetária gasta com indenização e assistência às vítimas (Custo 
Segurado) correspondem 4 unidades monetárias de Custo Não Segurado ou Indireto. 
 
CADASTRO DE ACIDENTES 
 
Introdução: Quando ocorrem acidentes do trabalho em uma empresa, com conseqüen-
tes lesões nos trabalhadores, estes acidentes se constituem numa prova evidente de 
que existem nesta empresa: 
Condições Inseguras e Atos Inseguros que precisam ser devidamente 
RECONHECIDOS, AVALIADOS e CONTROLADOS. 
 
Contudo, para podermos conhecer o grau de segurança em que se encontra esta em-
presa, e para podermos acompanhar a evolução dos acidentes é necessário organizar 
um cadastro destes eventos, para sabermos com que freqüência ocorrem e a gravidade 
das lesões sofridas pelos empregados. Constituindo o cadastro ele também servirá 
para: 
 
 avaliar se os gastos com o programa de segurança estão sendo compensadores; 
 criar interesse pela Prevenção de Acidentes; 
 determinar as principais fontes de acidentes; 
 identificar Atos e Condições Inseguras; 
 prestar informações à diretoria da Empresa; 
 apresentar dados estatísticos em reuniões (CIPA e outras); 
 organizar cursos de segurança. 
 
Comunicação e Registro de Acidentes 
 
A comunicação dos acidentes com lesão, além de ser uma exigência legal, constitui-se 
na principal fonte de dados cadastrais. O impresso utilizado para formalizar a comuni-
cação do acidente é também conhecido pela sigla CAT e deve conter, além dos dados 
exigidos pelo INSS, outros que têm a finalidade de enriquecer o Cadastro de Aciden-
tes do Órgão de Segurança. Estes dados são: 
 
a) Campo Preenchido pelo Supervisor Imediato do Acidentado 
 
 - Nome do acidentado 
 - Número de registro do empregado 
 - Setor a que pertence 
 - Função que exerce 
 - Tempo na função 
 - Estado civil 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 - Idade 
 - Hora e data do acidente 
 - Horas trabalhadas até o acidente 
 - Regime de trabalho (normal ou extra) 
 - Dia da última folga 
 - Área onde ocorreu o acidente 
 - Descrição do acidente 
 - Assinatura de duas testemunhas com respectivos endereços 
 - Assinatura do Supervisor imediato. 
 
 
b) Campo Preenchido pelo Médico do Trabalho 
 
 - Diagnóstico ou lesão 
 - Parte do corpo atingida - Afastamento ou não do trabalho 
 - Dias de afastamento do trabalho e dias debitado (estes últimos se houver lesão ou 
perda de função ou membro) 
 - Data do afastamento 
 - Data da alta médica 
 - Assinatura do médico. 
 
c) Campo preenchido pelo Técnico de Segurança 
 
 - Conclusões do Técnico de Segurança (com indicações das causas: Ato Inseguro, 
Condição Insegura, Fator pessoal, Doença Profissional, Acidente do Trajeto) 
 - Assinatura do Técnico de Segurança. 
 
ESTATÍSTICA DE ACIDENTES 
 
TAXA OU COEFICIENTE DE FREQÜÊNCIA 
 
A Taxa ou Coeficiente de Freqüência dos acidentes expressa o número de acidentes 
ocorridos em cada milhão de horas/homens/trabalhadas. Embora muitos autores e até 
Órgãos do Ministério do Trabalho utilizem este indicador para fazer comparações de 
uma empresa com outra, consideramos desaconselhável este procedimento uma vez 
que os riscos não são comparáveis, assim como as peculiaridades de cada empresa. 
 
Como prevencionistas, devemos utilizar este referencial para acompanharmos a evo-
lução dos índices de segurança de uma empresa ao longo do tempo, comparando-a 
com ela própria. A expressão Taxa de Freqüência é : 
 
 TX. FREQ. = Nº de Acid. x 1.000.000 
 Horas/Homens Trabalhadas 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
TAXA OU COEFICIENTE DE GRAVIDADE 
 
Esta taxa representa a perda de tempo em número de diasperdidos por acidentes ocor-
ridos em 1 milhão de Horas/Homens Trabalhadas. Aos dias efetivamente perdidos 
pelo afastamento do acidentado, somam-se os Dias Debitados, quando ocorrer lesão 
que cause redução permanente de sua capacidade para o trabalho. 
 
Os Dias Debitados são informados com base na Tabela de Dias Debitados, que estima 
a vida média do trabalhador ou em 20 anos ativos ou 6.000 dias úteis, e é reconhecida 
internacionalmente. Portanto, a Taxa de Gravidade é o indicador oficial da severidade 
das lesões causadas por acidente do trabalho em uma empresa. 
A expressão da Taxa de Gravidade é: 
 
TX . GRAVID. = (Nº Dias Perd. + Nº Dias Deb.) x 1.000.000 
 Horas/ Homens trabalhadas 
 
Definições das Variáveis das Taxas Segundo a NB - 18 (ABNT - 1951) 
 
1) Acidente Sem Perda de Tempo 
 
É o acidente em que o acidentado, segundo o parecer do Médico do Trabalho, pode 
exercer sua função normal, no mesmo dia do acidente, ou no imediato ao do acidente, 
no horário regulamentar. 
 
2) Incapacidade Temporária 
 
É a perda total da capacidade para o trabalho por um período nunca superior a um 
ano. 
 
3) Incapacidade Total Permanente 
 
Perda anatômica ou impossibilidade funcional em suas partes essenciais (mãos, pés, 
olhos) e lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes de qual-
quer órgão vital, que determine incapacidade para o trabalho. 
 
4) Incapacidade Parcial Permanente 
 
Perda de qualquer membro, ou parte dele, perturbação de qualquer membro ou parte 
do mesmo. Ex: perda de um olho ou perda de um dedo. 
 
5) Empregado 
 
Pessoa física que presta serviço de natureza não eventual ao empregador, sob depen-
dência deste e mediante remuneração. 
 
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21
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
6) Homens / Horas Trabalhadas 
 
É o número que exprime a soma de todas as horas efetivamente trabalhadas por todos 
os empregados do estabelecimento, inclusive pessoal de escritório, administração, 
vendas ou outras funções. 
 
NOTA: Nestas horas incluem-se as horas extras e excluem-se as horas de repouso 
remunerado. 
 
 
7) Dias Perdidos 
 
É o total de dias corridos em que o acidentado ficou incapacitado para o trabalho em 
decorrência de acidente, com incapacidade temporária, contados a partir do dia imedi-
ato ao do acidente, até o dia da alta médica, inclusive. 
 
OBS.: No caso de agravamento de lesão considerada inicialmente sem afastamento, e 
que vier a ser requerido posteriormente o afastamento pelo médico, contam-se 
os dias perdidos a partir da data do afastamento e não do dia seguinte ao do a-
cidente. 
 
 
8) Dias Debitados 
 
São os dias que, convencionalmente, se atribui à redução ou perda total permanente da 
capacidade para o trabalho em decorrência de acidente do trabalho. 
 
NOTA: Nos dias a computar por incapacidade permanente parcial e incapacidade 
temporária total, resultantes de um mesmo acidente, contar-se-ão os dias cor-
respondentes à incapacidade de maior tempo perdido, que será a única a ser 
considerada. (NB-18, Item 4.5) 
 
9) Periodicidade da Estatística de Acidentes 
 
Pode ser mensal ou anual, com encerramento no último dia do mês ou do ano respec-
tivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
10) Tabela de Dias Debitados 
 
Natureza da Invalidez % Dias Debitados 
Morte 100 6.000 
Incapacidade Total ou Permanente 100 6.000 
Perda da Visão de Ambos os Olhos 100 6.000 
Perda da Visão de Um Olho 30 1.800 
Perda do Braço Acima do Cotovelo 75 4.500 
Perda do Braço Abaixo do Cotovelo 60 3.600 
Perda da Mão 50 3.000 
Perda do 1º Quirodátilo (Polegar) 10 600 
Perda de qualquer outro Quirodátilo (Dedo) 5 300 
Perda de dois outros Quirodátilos 12,5 750 
Perda de três outros Quirodátilos 20 1.200 
Perda de quatro outros Quirodátilos 30 1.800 
Perda do 1º Quirodátilo e de qualquer outro 20 1.200 
Perda do 1º Quirodátilo e de dois outros 25 1.500 
Perda do 1º Quirodátilo e de três outros 33,5 2.000 
Perda do 1º Quirodátilo e de quatro outros 40 2.400 
Perda da Perna acima do joelho 75 4.500 
Perda da Perna no joelho ou abaixo dele 50 3.000 
Perda do Pé 40 2.400 
Perda do 1º Pododáctilo ou de dois outros mais 6 300 
Perda do 1º Pododáctilo de ambos os pés 10 600 
Perda de qualquer outro Pododáctilo 0 0 
Perda da Audição de um ouvido 10 600 
Perda da Audição de ambos ouvidos 50 3.000 
 
 
 
MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS 
 
O Mapa de Riscos é a apresentação gráfica dos riscos ambientais nos diversos locais 
de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, de fácil visualização e afixado 
em locais acessíveis, no ambiente de trabalho, para informação e orientação de todos 
os que ali atuam e de outros que eventualmente transitem pelo local, quanto às princi-
pais áreas de risco. 
 
No mapa de riscos, círculos de tamanhos e cores diferentes mostram os locais e fato-
res que podem gerar situações de perigo pela presença de agentes físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos e de acidentes. 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
O mapa de riscos é elaborado segundo a portaria nº 5, de 17 de agosto de 1992, pela 
CIPA, ouvidos os trabalhadores envolvidos no processo produtivo e com orientação 
do serviço especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - 
SEESMT - da Empresa. 
 
É considerada indispensável, portanto, a participação das pessoas expostas ao risco no 
dia-a-dia. 
 
A elaboração do mapa de riscos pela CIPA é obrigatória nas empresas com grau de 
risco e número de empregados que exijam a constituição da CIPA. 
 
O mapa de riscos deve ser feito anualmente, toda vez que se renova a CIPA. Ele deve 
ser revisado quando houver modificações importantes que alterem a representação 
gráfica (tamanhos dos círculos). 
 
A realização do mapa de riscos é informada formalmente ao Empregador por meio da 
Ata da respectiva Reunião da CIPA. Os prazos para a adoção das medidas são negoci-
ados entre as CIPA’s e as Empresas. 
 
A falta de elaboração e de afixação, nos locais de trabalho, do mapa de riscos, pode 
implicar em multas de valor elevado (NR-28). As infrações são classificadas por sua 
intensidade, representada por números de 01 a 04, e graduadas de acordo com o nú-
mero de empregados da Empresa. 
 
Os riscos estão presentes no local de trabalho e em todas as demais atividades huma-
nas, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a produtividade da Empresa. 
 
Estes riscos podem afetar o trabalhador a curto, a médio, e, em longo prazo, provo-
cando acidentes com lesões imediatas e/ou doenças chamadas profissionais ou do tra-
balho, que se equiparam a acidentes do trabalho. 
 
 
Para fazer o mapa de riscos, consideram-se os riscos ambientais provenientes de : 
 
1) Agentes Químicos: Poeiras, fumos, névoas, vapores, gases, produtos químicos em 
geral, etc.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Agentes Físicos: Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões 
anormais, temperaturas extremas, umidade, etc.. 
 
3) Agentes Biológicos: Vírus, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, etc.. 
 
 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
4) Agentes Ergonômicos: Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento 
inadequado/inexistente, monotonia, ritmo excessivo, etc.. 
 
5) Risco de Acidentes: Arranjo físico deficiente, máquinas e equipamentos sem pro-
teção,ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricida-
de, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, etc.. 
 
É muito importante saber que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho 
não quer dizer que, obrigatoriamente, exista perigo para a saúde. Isso depende da 
combinação de muitas condições como a natureza do produto, a sua concentração, o 
tempo e a intensidade a que a pessoa fica exposta. 
 
Elaboração do Mapa de Riscos 
 
É importante ter uma planta do local, mas, se não houver condições de conseguir, isto 
não deverá ser um obstáculo. 
 
Faz-se um desenho simplificado, um esquema ou croqui do local. A CIPA deve se 
familiarizar com o Anexo II, que classifica os riscos de acidentes de trabalho. 
 
Nessa tabela - que faz parte dos anexos da Portaria Ministerial -, há cinco tipos de 
riscos (já descritos anteriormente), que corresponderão a cinco cores diferentes no 
mapa. 
 
Após o estudo dos tipos de riscos, deve-se dividir o local a ser mapeado em setores. 
Geralmente isso corresponde às diferentes seções da Empresa. Essa divisão facilitará 
a identificação dos riscos de acidentes de trabalho. 
 
Em seguida, o grupo deverá percorrer as áreas a serem mapeadas com lápis e papel 
na mão, ouvindo as pessoas acerca de situações de risco de acidentes do trabalho. 
 
Sobre esse assunto, é importante perguntar aos demais trabalhadores o que incomoda 
e quanto incomoda, pois isso será importante para se fazer o mapa. Também é preciso 
marcar os locais dos riscos informados em cada área. 
 
Com as informações anotadas, a CIPA deve fazer uma reunião para examinar cada 
risco identificado na visita aos vários setores da Empresa. Nesta fase, faz-se a classifi-
cação dos perigos existentes, conforme o tipo de agente (ver Anexo II). Também se 
determina o grau “tamanho”: grande, médio ou pequeno. Depois disso é que se come-
ça a colocar os círculos na planta ou croqui, para representar os riscos. 
 
 
 
 
 
PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Os riscos são caracterizados graficamente por círculos e cores. O tamanho do círculo 
representa o grau de risco. 
 
 
 Obs. 1 
 
 
 
 Risco Grande Risco Médio Risco Pequeno 
 ou Grave 
 
Cada círculo deve ser colocado naquela parte do mapa que corresponde ao lugar onde 
o problema existe. 
 
Caso existam, num mesmo ponto de um setor, diversos riscos de um só tipo - por e-
xemplo, riscos físicos: ruído, vibração e calor -, não é preciso colocar um círculo para 
cada um desses agentes. Basta um círculo apenas - neste exemplo, com a cor verde -, 
dos riscos físicos, desde que os riscos tenham o mesmo grau de nocividade. 
 
Uma outra situação é a existência de riscos de tipos diferentes num mesmo ponto. 
Neste caso, divide-se o círculo conforme a quantidade de riscos de tipos diferentes 
num mesmo ponto, cada parte com sua respectiva cor. 
 
Quando um risco afeta a seção inteira do setor de trabalho - exemplo: ruído -, uma 
forma de representar isso no mapa, é colocá-lo no meio do setor e acrescentar setas 
nas bordas, indicando que aquele problema se espalha pela área toda. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ex.: Risco Físico - Iluminação 
 
Obs.: Concluída a elaboração do mapa da CIPA, deve-se preencher os quadros dos 
anexos, com os riscos encontrados e encaminhá-los à Empresa. 
Obs. 1 : O número de trabalhadores expostos ao risco deve ser colocado dentro do 
círculo. 
Obs. : A especificação do agente deve ser também anotada. 
 
 
 
 
PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
O Mapa de Riscos deve ficar em local visível para alertar as pessoas que ali trabalham 
sobre os riscos de acidentes em cada ponto marcado com os círculos. Também podem 
ser acrescentados novos círculos, por exemplo, quando se começa um novo processo, 
se constrói um novo setor na Empresa ou se descobre perigos que não foram encon-
trados quando se fez o primeiro Mapa. 
 
O mapa é, portanto, dinâmico. Os círculos mudam de tamanho, desaparecem ou sur-
gem. O Mapa deve ser revisado, quando houver modificações importantes que alterem 
a representação gráfica (círculos) ou, no mínimo, de ano em ano, a cada nova gestão 
da CIPA. 
 
ANEXO II 
 
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS 
 
Grupo 1 - Verde Grupo 2 – Vermelho Grupo 3 - Marrom 
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos 
Ruídos Poeiras Vírus 
Vibrações Fumos Bactérias 
Radiações ionizantes Névoas Protozoários 
Radiações não ionizantes Neblinas Fungos 
Frio Gases Parasitas 
Calor Vapores Bacilos 
Pressões anormais Produtos Químicos (geral) 
Umidade 
 
 
Grupo 4 – Amarelo Grupo 5 - Azul 
Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes 
Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado 
Levantamento e transporte manual (pesos) Máquinas/Equipamentos s/ proteção 
Postura inadequada Ferramentas inadequadas 
Controle rígido de produtividade Iluminação inadequada 
Imposição de ritmos excessivos Eletricidade 
Trabalho em turno Probabilidade de incêndio e explosão 
Trabalho excessivo Armazenamento inadequado 
Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos 
Outras situações causadoras de estresse Outras situações de riscos de acidentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
ANEXO I 
 
Local de trabalho:_________________________ 
 
Grupo I - Riscos Químicos 
 
Riscos 
 
 
Fonte Geradora 
 
Nº do 
Mapa 
Proteção 
Individual / 
Coletiva 
 
Recomendações
Gases e 
vapores 
 
 
Poeiras 
 
 
 
Fumos 
 
 
 
Névoas 
 
 
 
Neblinas 
 
 
 
Outros 
 
 
 
As próximas tabelas do Anexo I devem seguir os mesmos procedimentos, atribuindo-se à coluna 
de riscos os que pertencem aos agentes causadores dos mesmos. 
 
Caso se constate a necessidade de medidas corretivas nos locais de trabalho, a direção 
do estabelecimento definirá a data e o prazo para providenciar as alterações propostas, 
através de negociação com os membros da CIPA e do SEESMT. Tais datas deverão 
ficar registradas no livro de atas da CIPA. 
 
O objetivo final do mapa é conscientizar sobre os riscos e contribuir para eliminá-los, 
reduzi-los ou controlá-los. Graficamente, isso significa a eliminação ou diminuição do 
tamanho/quantidade dos círculos. Também podem ser acrescentados novos círculos, 
por exemplo, quando se começa um novo processo, se constrói uma nova seção na 
empresa ou se descobre perigos que não foram encontrados quando se fez o primeiro 
mapa. 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
NORMAS REGULAMENTADORAS 
 
 
NR 1 - Disposições Gerais 
 
Estabelece quem deve cumprir as Normas Regulamentadoras, quais categorias de tra-
balhadores elas alcançam, e que o seu cumprimento não desobriga de se observar o 
que dispõem outras normas, leis e convenções coletivas. Estabelece o que compete ao 
MTb através da SSST e através da DRT. Define (e é importante conhecer essas defi-
nições) o que é empresa, estabelecimento, frente de trabalho, etc.. Define a responsa-
bilidade solidária entre empresas que constituem grupos econômicos e define as res-
ponsabilidades do empregador e dos trabalhadores. 
 
Importante ressaltar que a Portaria nº 13, de 07/02/88, alertou, em função da Conven-
ção 148 da Organização Internacional do Trabalho, o texto da NR-1, incluindo, o de-
ver dos empregadores de informar os trabalhadores sobreos riscos a que estão expos-
tos, no seu ambiente de trabalho, e autorizou os representantes dos trabalhadores (di-
rigentes sindicais) a acompanharem as vistorias realizadas pelo MTb. 
 
 
 
NR 2 - Inspeção Prévia 
 
Estabelece regras para solicitação e para emissão do CAI - Certificado de Aprovação 
de Instalações, quando for possível ao MTb realizar inspeção prévia, ou seja, antes do 
início das atividades, ou da Declaração de Instalações, encaminhada pela empresa à 
DRT, quando não for possível a realização de inspeção prévia. 
 
 
 
NR 3 - Embargo ou Interdição 
 
Esta NR pouco acrescenta ao que estabelece a CLT, valendo ressaltar a definição de 
grave e iminente risco, considerado como toda situação ambiental que possa causar 
acidente de trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do 
trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
29
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
NR 4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medici-
na do Trabalho 
 
Deve ser constituído por todas as empresas que se enquadrem nos quadros anexos. O 
primeiro quadro estabelece a classificação dos diversos ramos de atividade em graus 
de risco que variam de 1 a 4 . A classificação segue o enquadramento das empresas no 
Código Nacional de Atividade Econômica - CNAE, que é estabelecido pela Receita 
Federal e que consta do Cartão do CGC de cada empresa. Em função do enquadra-
mento em grau de risco e do número de trabalhadores, a empresa pode dimensionar o 
número, a qualificação e a carga horária dos profissionais que constituirão seu servi-
ço. Os profissionais do SESMT devem possuir vínculo empregatício com a empresa. 
A forma de dimensionar o SESMT é simples para uma empresa que tenha somente 
um estabelecimento e que se enquadre no quadro, mas pode ser complexa para empre-
sas com diversos estabelecimentos. O dimensionamento fica claro com a leitura deta-
lhada da NR, mas é bom saber que há possibilidades de dimensionamentos diferentes, 
mas corretos para uma mesma empresa. Deve-se procurar sempre o que mais atenta às 
necessidades da empresa. O dimensionamento proposto na Norma é o mínimo, como 
é óbvio, mas não se aceita a substituição de profissionais (por exemplo, colocar um 
engenheiro no local do técnico de segurança - que se fundamenta nas atribuições dife-
renciadas de cada profissional). As atribuições do SESMT ficam claras na leitura da 
NR, podendo-se resumir que cabe a ele estruturar e implementar as políticas da em-
presa no campo da segurança e da saúde dos trabalhadores. 
 
 
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
A leitura da norma é auto-explicativa, sendo importante ressaltar que, à parte as buro-
cracias infindas (que estão em processo de redução pelo MTb), o importante é que a 
CIPA funcione como um espaço de negociação entre os trabalhadores. É preciso que a 
CIPA tenha um plano de ação que permita agir de forma proativa, e não se manter ao 
nível das reclamações infindas e insolúveis. Se bem estruturada, a CIPA pode ser um 
grande aliado da gerência, até mesmo na busca de maior produtividade. 
 
Verifique o mapeamento de riscos, que é atribuição da CIPA fazer. O mapeamento de 
riscos é uma avaliação qualitativa, não determinística, sobre os riscos que mais inco-
modam os trabalhadores, mapeamento este, realizado e representado por eles. Não é 
um levantamento técnico qualitativo e, portanto, não deve ser desenvolvido por técni-
cos. Se os trabalhadores acham que a monotonia incomoda mais que o ruído, em local 
que o sabemos quantitativamente alto, eles devem registrá-la como risco principal e 
nós, engenheiros, médicos, bem como os técnicos, devemos dedicar-lhe atenção, por-
que, se ela é o problema para eles, é ela que vai gerar problemas. A segurança e saúde 
não é um campo que a técnica pode dominar completamente; os mecanismos sociais e 
fisiológicos são tão complexos, que, na maioria das vezes, nosso determinismo carte-
siano não dá conta da realidade. 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
30
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
NR 6 - Equipamento de Proteção Individual 
 
A norma estrutura os mecanismos para fabricação, testes e comercialização dos EPI's 
e determina o uso adequado dos mesmos, estabelecendo aqueles que são para situa-
ções especificadas (é auto-informativa). Vale lembrar as observações consignadas 
quando lemos a Lei (CLT) sobre domínio, mau uso e estruturação da preservação. 
 
 
NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional 
 
Foi a primeira Norma editada pelo MTb, na tentativa de compreender de forma sistê-
mica o ambiente e as medidas a serem adotadas nas empresas. Como programa, com-
preende uma forma de agir, estruturada em ações, metas e resultados e responsabili-
dades. A finalidade do PCMSO é a promoção e preservação da saúde dos conjuntos 
dos trabalhadores. Especial atenção deve ser dada a essa finalidade que transcende a 
atividade curativa. O PCMSO deve buscar a promoção da saúde, aqui entendida den-
tro dos critérios da OMS (Organização Mundial de Saúde) como um estado de com-
pleto bem estar físico, emocional, muito além da ausência de doença. 
 
O PCMSO deverá ser coordenado por médico do trabalho e deverá, através da reali-
zação de diversos exames e do reconhecimento e levantamento dos riscos presentes 
no ambiente de trabalho, traçar, em conjunto com o PPRA (que veremos mais para 
frente), propostas de melhoria e de solução para os problemas determinados. Após a 
realização dos exames, o médico dará, obrigatoriamente, conhecimento dos resultados 
aos trabalhadores e emitirá o ASO - Atestado de Saúde Ocupacional, em duas vias, 
sendo a segunda entregue ao trabalhador examinado e a primeira arquivada para fins 
de fiscalização. O ASO deverá conter os riscos a que o trabalhador está exposto. Os 
registros sobre o PCMSO devem ser guardados pelo médico por 20 (vinte) anos. 
 
Diversos pontos relacionados à ética médica são importantes para serem discutidos 
quando se analisa o PCMSO, por exemplo: o trabalhador tem uma perda auditiva a-
centuada e deve ser afastado de seu trabalho habitual. Para possibilitar esse afasta-
mento o empregador deve ser informado, mas a saúde é um bem individual e a ética 
médica impede o médico de fornecer informações sobre seus pacientes a outros que 
não eles? O que fazer? Como fazer? Há outros pontos como este, e é importante refle-
tir sobre eles. Ética é questão complexa, e as soluções dentro delas devem ser busca-
das em vista dos códigos escritos e da consciência de cada um. Importante ressaltar é 
que o PCMSO se paute pelos interesses sociais e humanos dos envolvidos e não por 
questões econômicas, financeiras, ligadas a lucro ou prejuízo das empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
31
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA tem características essenci-
almente preventivas, objetivando manter, em todas as empresas, ambientes de traba-
lho isentos de riscos, que comprometam a saúde e integridade dos seus empregados. 
 
No escopo da NR 9, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes no ambiente de trabalho, os quais estejam em concentração ou 
intensidades acima dos limites de exposição ou dos níveis de ação. 
 
Os níveis de ação representam, efetivamente, o caráter preventivo da norma, buscando 
corrigir os agentes de risco em sua forma ainda incipiente. 
 
Este é o objetivo do ponto de vista legal, e, para que seja alcançado, são estabelecidas 
estratégias, definidas as responsabilidades e a limitaçãoda sua abrangência, pois sabe-
se que nada que se faça, por melhor intenção que se tenha, logrará sucesso sem a ado-
ção de uma metodologia científica, ordenação de prioridades e ações objetivas para se 
obterem os resultados esperados. 
 
 
NR 13 - Caldeiras e Vasos sobre Pressão 
 
A última revisão, estruturada através da Portaria nº 23, de 27/12/94, tornou a NR 13 
bastante complexa. 
A norma anterior tratava caldeiras de capacidades muito distintas como caldeiras que 
acionam panelas de cozinhas industriais e caldeiras de sistemas petrolíferos, da mes-
ma forma, gerando procedimentos impossíveis ou prescindíveis para as duas categori-
as. 
A norma atual veio tentar solucionar essa falha. Para compreender as classificações é 
preciso ler a Norma inteira. À parte as classificações, vamos generalizar o que é im-
portante ter em mente sobre as caldeiras: 
 
1. cada caldeira é uma máquina única e deve vir do fabricante com todos os projetos e 
memoriais descritivos de seu funcionamento e testes. A esse conjunto se chama 
“Prontuário da Caldeira”; 
2. toda caldeira deve ser constantemente operada por um trabalhador qualificado e 
habilitado, denominado “operador de caldeira”; 
3. caldeiras devem ser inspecionadas periodicamente e, em situações específicas, por 
profissional legalmente habilitado (engenheiro mecânico); 
4. caldeiras devem ser observadas diariamente, e as anotações de quaisquer ocorrên-
cias devem ser feitas em livro próprio, denominado “Registro de Segurança”. 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
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 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
NR 14 - Fornos 
 
Apesar de ser uma das normas menos lidas de todas as NR’s, não se esqueça de dar 
importância e ela, se você se interessar por áreas ligadas à metalurgia. Fornos são e-
quipamentos que merecem toda a atenção de um engenheiro de segurança. 
 
 
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres 
 
Com as críticas que colocamos no início desta sobre o adicional de insalubridade, esta 
norma deve ser lida com cuidado, pois traz os valores limites (lembre-se que são limi-
tes de “tolerância”, abaixo dos quais a “maioria dos trabalhadores” não adoecerá, e 
não limites de “segurança”) . Vamos, em ordem, pelos anexos que a compõem: 
 
1. Ruído: depois de ler e entender os conceitos, examine a lógica do adicional de 
insalubridade que determina o pagamento do mesmo valor para pessoas que traba-
lhem oito horas a 86 dB(A) e a 115 dB(A) . O primeiro, se pode trabalhar 7 horas e 
se está trabalhando uma a mais; o segundo, se pode trabalhar 7 minutos, e se está 
trabalhando 7 horas e cinqüenta e três minutos a mais. Isso, sem contar as infindas 
horas extras. Somando tal critério ao EPI, único critério de prevenção real, chega-
mos ao exército de trabalhadores com perdas auditivas existentes no Brasil. Lem-
bre-se da importância da prevenção pela melhoria real dos ambientes de trabalho. 
Reduzir ruído pode ser difícil, mas não é impossível, e, muitas vezes, idéias sim-
ples e criativas podem ser suficientes, como conversar com os trabalhadores sobre 
o assunto. 
 
 
 
 
 
2. Ruído de impacto: observe os critérios de caracterização da norma . 
 
3. Calor: grave problema do nosso mundo do trabalho, até mesmo em locais onde 
não deveria constituir problema, o calor aparece por falhas de construção e estrutu-
ração dos estabelecimentos. Leia e aprenda sobre os critérios de medição e dos cál-
culos de sobrecarga térmica, mas saiba que o importante é reduzir o calor. Se lhe 
interessar maiores informações sobre normas de avaliações quantitativas, procure a 
FUNDACENTRO . 
 
4. Iluminação: foi eliminada da NR 15, em 1990 . 
 
5. Radiações ionizantes : procure ler a Norma CNEN - Comissão Nacional de Ener-
gia Nuclear - NE 3.01. 
 
 
 
 
 
 
 
 PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
33
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
6. Trabalho sobre condições hiperbáricas: talvez esta norma seja a mais complexa 
de toda a 3.214. O tema é difícil, e o manejo de trabalhos sobre tais condições deve 
estar em mãos de especialistas. Leia a Norma, aprenda o que for possível, mas, se 
for preciso, chame um especialista. Vale destacar a separação entre trabalhos sob ar 
comprimido e os de mergulho; a necessidade de equipamentos de compressão e 
descompressão; o respeito aos tempos e etapas na compressão e descompressão; a 
necessidade de médicos e hospitais especializados; e a obrigatoriedade de o traba-
lhador utilizar permanentemente um crachá que esclareça que trabalha com ar 
comprimido por causa das doenças descompressivas que podem atacá-lo a qual-
quer hora, em qualquer situação, em função das modificações introduzidas nas 
pressões parciais dos gases diluídos em seu sangue. A compressão aumenta a pre-
sença de nitrogênio no sangue e pode causar embolia gasosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Radiações não ionizantes: nossa norma é muito pobre . Procure as normas da 
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, cujos valo-
res devem ser observados quando a NR 15 não os traz. As radiações não ionizantes 
são as microondas, os "lasers", as radiações ultravioletas e infravermelhas, e as 
RADIOFREQÜÊNCIAS (inclusive Telefonia Celular). Procure aprender bastante 
sobre elas, durante o curso, e seus efeitos sobre o ser humano têm sido cada vez 
mais valorizados no “primeiro mundo”, e elas se tornarão importantes por aqui, 
sem dúvida. 
 
8. Vibrações : risco muito importante do ponto de vista da saúde. Pode gerar proble-
mas graves e é coadjuvante nas LER’s. Temos dificuldades históricas em medi-las 
e tratá-las. Os limites estão na ACGIH. 
 
9. Frio: valores relativos aos incômodos do frio são bastante subjetivos. O frio é rela-
tivo, e a proteção deve ser obrigatória, sempre que causar incômodos. 
 
10. Umidade: deve-se sempre se proteger contra a umidade excessiva. Recomenda-se 
o uso de EPI’s adequados. 
 
11. Agentes químicos da avaliação qualitativa: verifique os critérios de valor teto e 
absorção pela pele. Para saber medir, procure as Normas da FUNDACENTRO. Pa-
ra saber limite dos que aí não se encontram, procure as normas da ACGIH (na In-
ternet). 
 
12. Limites para poeiras minerais: sílica, manganês e asbestos. Preste atenção nas 
aulas de higiene para aprender a calcular o limite para sílica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROF.ª ADILZA DODE 
 
 
34
 
 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
13. Agentes químicos de avaliação qualitativa: são os mais graves, e constituem 
problemas para a saúde, em qualquer situação de exposição - preocupe-se com e-
les. Os agentes especificados têm relação indireta com a Aposentadoria Especial. 
 São eles: 
• Arsênico; 
• Carvão mineral; 
• Chumbo; 
• Cromo; 
• Fósforo; 
• Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono; 
• Mercúrio; 
• Silicatos; 
• Substâncias cancerígenas (observe a inclusão do Benzeno); 
• Diversos - observe-os com cuidado (vale uma crítica à indústria do cimento, que 
continua usando cromo no processo e mantendo a atividade como insalubre, sendo 
que a substituição do cromo é possível e eliminaria o problema na fonte) 
 
14. Agentes Biológicos: avaliação qualitativa. São listados: contato com doentes, a-
nimais infectados e trabalho de lixo e esgoto. 
 
 
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas 
 
Leia com cuidado esta norma, que estabelece o que é periculoso e quais são as ativi-
dades e áreas de risco que determinam o pagamento. Observe que, em alguns quadros, 
só se estabelece a atividade; em outros, só o local, e, em outros, ainda, a atividade e o 
local onde é exercida. Nestes, é preciso combinar três critérios: 
 
• têm direito ao adicional de periculosidade

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