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Aleitamento Materno

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Aleitamento Materno 
Amamentar é muito mais que alimentar uma criança. 
O processo é multifatorial e assim, interfere no estado 
nutricional da criança, em sua habilidade de defender 
de infecções, no seu desenvolvimento cognitivo e 
emocional, bem como nos aspectos físicos e psíquicos 
da mãe. 
O Profissional 
O profissional da saúde deve possuir algumas atitudes 
frente a uma mãe que precisa amamentar. Ele 
necessita de atitude, conhecimento e habilidades 
(competência técnica). 
Fatores Associados a menor duração da 
amamentação 
Dentre os principais fatores, temos: Primigesta, Uso de 
Chupeta, Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento, 
Gemeralidade, Experiência prévia desfavorável com 
amamentação, Menor escolaridade Materna, Trabalho 
materno fora de casa, Falta de informação adequada, 
Mães adolescentes. 
Benefícios do AME ao RN 
Dentre os benefícios ao RN, tem-se: redução da 
mortalidade em crianças menores de 5 anos, redução 
da incidência e a gravidade de infecções como 
diarreia e infecções respiratórias, redução da morbidade 
por otite média aguda, rinite alérgica, asma e sibilancia, 
redução da probabilidade de sobrepeso, obesidade, 
diabetes tipo 1 e 2 e leucemia, promove o 
desenvolvimento orofacial adequado, o 
desenvolvimento cognitivo e uma microbiota intestinal 
saudável. 
 
Benefícios do AME a Mulher 
Aumenta o período de amenorreia lactacional e 
reduz a probabilidade de câncer de mama, ovário e 
endométrio, diabtes tipo 2 e depressão pós parto. 
Benefícios do AME a Família 
Reduz os gastos da família com a compra de 
substitutos do leite materno (bem como para o 
Estado) e promove o vínculo afetivo mãe – bebe 
benéfico para toda a família. 
10 Passos para o Sucesso do Aleitamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação: o leite ordenhado pode ser armazenado 
na geladeira por 24 horas e 15 dias congelado. Sempre 
esquentar em banho maria. 
 
 
 
 
Recomendação Atual 
O aleitamento materno (AM) é fundamental, pois 
atende as necessidades nutricionais, metabólicas e 
imunológicas do bebê. 
A recomendação do Ministério da Saúde e da OMS: 
AME (aleitamento materno exclusivo) até os 6 
meses de idade. AMC (aleitamento materno 
complementar) após 6 meses de vida e mantendo o 
AM até 2 anos de idade. 
Terminologias 
AME: aleitamento materno exclusivo; 
AMC: aleitamento materno complementar 
(+ água, frutas, papinha salgada); 
AMP: aleitamento materno predominante 
(+ água, chá, fórmula); 
AMM: aleitamento materno misto ou 
parcial (+ fórmula ou outros leites). 
Fisiopatologia da Lactação 
A produção do leite envolve uma complexa 
interação neuro – psico – endócrina. 
Inicialmente, o que promove a produção 
láctea é a sucção. 
 
Assim, terminações nervosas alveolares levam 
estimulo para a adeno – hipófise, que secreta 
prolactina e essa, atua nas células alveolares mamarias 
produzindo o leite. 
Além disso, a ocitocina liberada na neuro – hipófise é 
responsável pelo reflexo da descida do leite ou ejeção 
do leite, devido as contrações da musculatura lisa ao 
redor dos alvéolos. 
 
 
Com isso, a mudança de endócrino para autócrino está 
relacionado com a dependência da sucção para a 
produção do leite. 
Anatomia das Mamas 
 
A mama é formada pela glândula mamaria, gordura e 
tecido conjuntivo. A glândula mamaria é formada por 
diversos lobos, que possuem os alvéolos (que são os 
produtores de leite). 
 
Os alvéolos são envolvidos por células mioepiteliais 
que se contraem (devido a ação da ocitocina) e fazem 
com que ocorra a ejeção do leite. 
Reflexo da Prolactina 
Os níveis de prolactina sobem cerca de 20 minutos 
após a sucção do bebe, levando a produção de leite 
para a próxima mamada. 
 
Assim, os níveis devem se manter altos para que os 
alvéolos produzam o leite. 
 
 
 
Observação: é necessário o esvaziamento completo 
ou adequado das mamas para tal processo. Por isso, 
a mãe deve retirar o leite de 3 em 3 horas. 
 
Reflexo da Ocitocina 
 
Nesse reflexo ocorre contração das células 
mioepiteliais que estão ao redor do alvéolo, fazendo 
com que o leite desça pelos ductos até os seios 
lactíferos, onde ficam armazenados. 
Alguns fatores podem inibir a liberação de ocitocina, 
como a dor, o estresse, o medo e o cansaço, a 
vergonha e a ansiedade, o álcool, a nicotina e alguns 
medicamentos. 
Alguns fatores podem estimular a liberação de 
ocitocina, como relaxar e sentar confortavelmente 
para amamentar, evitar situações estressantes 
durante a amamentação, realizar a expressão de um 
pouco de leite, estimulando o mamilo e massagear a 
parte superior das costas. 
Composição do Leite Materno 
O leite materno não é uniforme em sua constituição. 
Cada mãe produz um leite especial para seu filho. 
O leite muda de acordo com o horário da mamada. 
Assim, temos o leite anterior e o leite posterior. O 
anterior é o leite que se acumula de uma mamada 
para outra, sendo mais liquido e com menos gordura. 
O conteúdo de gordura é maior no final da mamada, 
sendo fundamental para o ganho calórico do lactente. 
O leite posterior é 2/3x mais rico em lipídeos que o 
leite anterior, permitindo que o lactente fique mais 
saciado, aumente o intervalo de tempo entre as 
mamadas e chore menos. 
Devido a presença dessa diferença na composição, é 
necessário que a mãe amamente o filho com a 
primeira mama toda, para depois ir para a outra. 
Tal alteração também ocorrer no decorrer do dia, 
sendo que a tarde e a noite o teor de gordura é maior 
do que na parte da manhã. 
Além disso, a composição do leite depende da fase de 
lactação, da dieta materna, da idade do bebê, idade 
gestacional, idade materna e estado nutricional 
materno. 
O leite humano possui proteínas, carboidratos, lactose, 
oligossacarídeos, galactose, lactobacilos, minerais e 
vitaminas, cálcio e fosforo, vitamina D, ferro, zinco e 
taurina. 
Devido as fases de lactação, o leite é dividido em 
colostro, leite de transição (7 a 21 dias) e leite maduro. 
Colostro 
É secretado nos primeiros 5 dias após o parto e possui 
valor energético de 67-70 kcal/ 100 ml de leite. 
Sua composição é de em relação ao leite maduro 
apresenta maior conteúdo de eletrólitos, proteínas, 
vitaminas lipossolúveis (vitA dá coloração amarelada), 
minerais e imunoglobulinas (IgA, lactoferrina). Por 
outro lado, possui menos gordura, lactose e vitaminas 
hidrossolúveis que o leite maduro. 
 
Basicamente é um exsudato plasmático que facilita a 
eliminação de mecônio nos primeiros dias e facilita a 
proliferação de lactobacilos bifidus intestinais. 
 
 
O colostro possui vitamina K, porém não em 
quantidade necessária para prevenir a doença 
hemorrágica do recém-nascido. 
O leite de transição é produzido do 6° dia até a 
segunda semana após o parto. 
 
Leite Maduro 
É produzido a partir da 2° quinzena pós parto e 
possui maior quantidade de lipídeos e lactose e 
menor de proteínas. 
O leite anterior é ralo e doce (solução), ocorrendo 
predomínio de proteínas do soro e lactose. No meio 
da mamada é maior a quantidade de caseína 
(suspensão). O posterior tem grande quantidade de 
gordura (emulsão). 
Leite Materno x Leite de Vaca 
 
 
Assim, a proteína predominante no leite de vaca é a 
caseína e possui a beta lactoglobulina que está 
associada a processos alergênicos. 
No leite humano, predomina-se a alfa lactoalbumina 
sem processo alergênico e a lactose (principal 
proteína). 
O leite humano possui menos proteínas que o da 
vaca, a fim de preservar a maturidade renal do 
lactente. 
O leite materno possui maior digestibilidade devido a 
presença de lipase ativada com sais biliares no 
duodeno. 
A concentração de sódio no LM impede sobrecarga 
renal e diminui o risco de desidratação hipertônica 
frente a qualquer tipo de agravo. 
O ferro está em baixa concentração em ambos os 
leites, mas a biodisponibilidade do ferro do LM alcança 
50%, sendo apenas 10% do ferro do LV absorvido. 
Fatores Protetores do Leite Materno 
Oligossacarídeos:Auxiliam para o aumento da microbiota, estimulam as 
células intestinais a produzir proteínas que “selam” o 
intestino e anti inflamatórios que calibram o sistema 
imunológico. 
Protegem contra bactérias patológicas, liberam 
metabolitos que nutrem a célula intestinal e está 
implicado no desenvolvimento cerebral. 
IGA Secretória: 
Não é digerida pelas secreções gástricas e intestinais, 
portanto não é absorvida. Atua contra patógenos os 
quais a mãe é exposta. Reveste a mucosa intestinal 
impedindo a agressão por bactérias, toxinas e 
antígenos estranhos. É uma imunidade natural passiva. 
Lisozima: 
É produzida por macrófagos e neutrófilos e age através 
da lise da parede celular de bactérias gram positivas e 
negativas. 
Lactoferrina: 
É uma proteína carreadora de ferro que, por quelação, 
diminui a biodisponibilidade de ferro para os 
patógenos e aumenta para o RN. 
Fator Bífido: 
É um carboidrato nitrogenado, substrato para o 
crescimento do lactobacillus bífidus, bacilos anaeróbios 
que compõe a microbiota intestinal, presente em 
crianças em AME. Impede a proliferação de 
microrganismos patogênicos. 
Preparo da Mama para a Amamentação 
Deve-se evitar sabonetes nos mamilos para evitar 
rachaduras e retirada da oleosidade natural da pele 
ainda no pré natal. Expor a mama ao sol pode diminuir 
a sensibilidade do mamilo. 
Além disso, para mamilos planos ou invertidos, um 
orifício no sutiã, durante o terceiro trimestre, facilita 
a protusão. 
Tipos de Mamilo 
Os mamilos protusos ou saliente, apresenta 
delimitação marcante entre mamilo e mama. O 
Mamilo invertido ou umbilicado malformado, após o 
estímulo não se exterioriza. O Mamilo Pseudo 
invertido quando estimulado é exteriorizado 
possibilitando a amamentação. O Mamilo Plano –
semi-protuso é pouco saliente e não há delimitação 
precisa entre mamilo e aréola. 
 
Pontos Chaves da Amamentação 
 
 
É possível perceber quando a técnica está inadequada, 
quando as bochechas ficam encovadas em cada 
sucção, ruídos na língua, mamas aparentando estar 
esticadas ou deformadas durante a mamada, mamilos 
com estrias vermelhas ou aéreas esbranquiçadas ou 
achatadas quando o bebê solta a mama e dor na 
amamentação. 
Alguns Reflexos 
 
 
 
Posições de Amamentação 
 
Dor na Amamentação 
A dor na amamentação é muito frequente 
na 1° semana e se persistente ou 
aumentada após essa semana já é um 
processo anormal. 
É a importante causa de desmame precoce e 
frequente razão de busca por ajuda na 
amamentação. Além disso, classifica como uma 
experiencia sensorial e emocional desagradável, 
causando consequências para mãe. Com isso, deve-se 
identificar a causa, gerenciar a dor e acelerar a cura. 
Ingurgitamento Mamário 
É a congestão vascular devido a retidão de leite na 
mama principalmente na lactogênese 2. 
Clinicamente, as mamas ficam quentes, dolorosas, 
brilhantes e pode ocorrer febre. 
A mãe deve ordenhar o leite, bem como realizar 
massagem e compressas frias. 
Tal ingurgitamento é ocasionado por má posição, 
higiene desnecessária e principalmente técnica 
incorreta de sucção. 
 
Os fatores de risco para o ingurgitamento incluem 
início tardio da amamentação, pega incorreta, 
mamadas pouco frequentes, ausência de mamadas 
noturnas, curta duração das mamadas e excesso de 
fluidos. 
Fissura Mamária 
Para a prevenção das fissuras, deve-se dar uma boa 
pega e um posicionamento no seio adequado, 
exposição dos mamilos ao sol, aumentar as frequências 
da mamada. Na presença de tais fissuras, utilizar o 
próprio leite nelas. 
 
Mastite 
Processo inflamatório de 1 ou mais segmentos da 
mama, principalmente ocasionada pelo staphylococcus 
aureus. Deve tratar a mãe com antibiótico e a 
amamentação é normal. 
Tal mastite pode evoluir para um abcesso mamário. 
 
Contraindicação da Mãe - Aleitamento Materno 
 
 
 
Mães positivas para COVID podem amamentar 
protegidas. Não foi encontrado o vírus no leite 
materno. 
Contraindicação da criança – Aleitamento Materno 
 
Possíveis deficiências do Leite que deve ser 
suplementado

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