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1 Organização funcional do corpo humano e controle do “meio interno” n Células como unidades vivas do corpo. n 60% do corpo humano é composto por líquido (solução aquosa de íons e outras substâncias). Principais compartimentos: n líquido extracelular (dividido em líquido intersticial e plasma); n Liquido intracelular; Líquido intracelular Líquido extracelular Em movimento constante por todo o corpo, sendo transportado pelo sangue. Contém íons e nutriente para manter a vida celular → meio interno do corpo. Sódio, cloreto e íons bicarbonato, oxigênio, glicose, ácidos graxos e, aminoácidos, dióxido de carbono (células → pulmões). Contém íons potássio, magnésio e fosfato. Mecanismo de transporte de íons através da membrana mantém as diferenças de concentração iônica entre o líquido intra e extra. 2 Homeostase Manutenção de um meio interno quase que constante, mantido dentro de uma faixa de valores. Homeostasia se refere à estabilidade do meio interno do corpo. n Todos os órgãos e tecidos do corpo humano executam função para manter essas condições “constantes”. Exemplo: pulmões fornecem oxigênio ao líquido extracelular. n Geralmente a normalidade de determinada substancia no corpo é regulada dentro de uma faixa de valores fixos. n Existem sistemas de controle para manter esses níveis de íons ideias para as células. Quando há uma ruptura com a homeostasia, interrompe-se as funções normais do corpo, podendo resultar em doenças (patologia). • Surge a partir de uma insuficiência interna ou falha de algum processo fisiológico. (crescimento anormal de células, câncer, doenças autoimunes, morte e falha de células, doenças hereditárias). • E aquelas que se originam de uma fonte externa. (substâncias químicas toxicas, traumas físicos, vírus e bactérias). Mesmo em uma doença os mecanismos homeostáticos permanecem ativos e mantem as funções vitais, por meio de um mecanismo compensatório, entretanto, ao longo do tempo, elas podem contribuir para anomalias adicionais no organismo. Exemplo: Diabete mellitus é consequência de uma alteração metabólica → [ ] anormais de glicose no sangue. Estado de estabilidade dinânima: Em um estado de homeostasia a composição de ambos os compartimentos são estáveis. O termo dinâmico refere-se as substâncias movendo-se constantemente de um compartimento para o outro. No estado de estabilidade não há movimento efetivo do líquido entre os compartimentos. Estado de estabilidade Estado de equilibrio LIC e LEC estão em um estado de desequilíbrio relativamente estável 3 Estado de equilíbrio: implica que a composição dos compartimentos corporais seja a mesma. Devido a essas diferenças de concentração, pode-se dizer que o LEC e LIC encontram-se em um estado de desequilíbrio relativamente estável. Para seres vivos o objetivo da homeostasia é manter um estado de estabilidade dinâmica entre os corpos e não os tornar iguais. Meio interno n Ambiente aquoso interno que circunda as células, chamado de liquido extracelular (LEC). n LEC funciona como um meio de transição entre o ambiente externo do organismo e o LIC, que é encontrado no interior da célula. n O LEC é uma zona de tamponamento. n Quando a composição do LEC varia além da normalidade, são ativados mecanismos compensatórios para fazer o líquido retornar ao estado normal. Exemplo: Exemplo: ao ingerir grande quantidade de água mecanismos do corpo fazem com que os rins eliminem o excesso de água para manter os valores de normalidade do corpo. n Para manter a homeostasia o corpo deve manter o balanço de massa. “Se a quantidade de uma substância no corpo deve permanecer constante, qualquer ganho deve ser compensado por uma perda igual” A quantidade de uma substância no corpo também é chamada de carga corporal daquela substância, como em “carga de sódio”. Dessa forma, a perda de água para o ambiente externo pelo suor e urina deve ser compensada pelo ganho de água vindo do ambiente externo + produção metabólica. A concentração de outras substâncias também são mantidas pela lei. Para manter o balanço de massa, o corpo tem duas opções envolvendo a saída. A opção mais fácil é simplesmente excretar a substância. Excreção é definida como a eliminação de substâncias pelo corpo, normalmente via urina, fezes, pulmões ou pele. Uma segunda opção de saída para manter o balanço de massa é converter a substância em uma substância diferente, por meio da metabolização da mesma. Determina a taxa de entrada, saída ou produção de X. O fluxo de massa não se aplica apenas à entrada, à produção e à remoção de substâncias, mas também ao movimento de substâncias de um compartimento do corpo para outro. Quando as substâncias entram no corpo, primeiro elas tornam-se parte do líquido extracelular. Depois disso, o destino da substância depende da capacidade da mesma para cruzar a barreira formada pela membrana plasmática e entrar nas células. 4 Acompanhar a taxa em que a substância desaparece do sangue: DEPURAÇÃO (ou clearance). É expressa como um determinado volume sanguíneo depurado da substância por unidade de tempo. É uma medida indireta de como uma substância qualquer é eliminada. Qualquer substância estranha para o corpo é chamada de xenobiótico. Depuração pode ocorrer em diferentes tecidos: n Rim e Fígado – órgãos primários que depuram solutos do corpo. Os hepatócitos metabolizam diferentes tipos de moléculas, como fármacos. Os metabólitos resultantes podem ser secretados no intestino e excretados nas fezes, ou excretados no sangue e liberado na urina. n Leite materno, saliva (secreção salivar do hormônio cortisol) e suor contém substâncias que foram depuradas pelo corpo. n Pulmões: Remoção do CO2. Ao mesmo tempo em que o sangue capta o oxigênio nos pulmões o CO2 é liberado do sangue para os alvéolos pulmonares. n Rins: Ao passar pelos rins, o sangue tem removido do seu plasma a maioria das substâncias. Substâncias finais do metabolismo como: ureia e ácido úrico. Além do excesso de íons e água de alimentos que se acumularam no líquido extracelular vão para a urina. Filtragem do plasma através dos capilares glomerulares para os túbulos e depois reabsorve para o sangue substâncias necessárias ao corpo. n Fígado: Desintoxicação/remoção de fármacos; Resíduos são secretados na bile para serem eliminados nas fezes. n EXEMPLO: “bafo de alho” compostos voláteis lipossolúveis do alho presentes no sangue passam para as vias aéreas e são exalados. Folículos pilosos ajudam a depurar alguns compostos do corpo. Plasma Homeostasia refere-se a estabilidade ou constância do meio interno (LEC). Essa homeostasia é fácil de ser monitorada a partir de amostras de sangue, em que podem ser divididas entre o plasma (componente líquido) e as células sanguíneas. O plasma faz parte do compartimento do líquido extracelular. Sistema de transporte e trocas do líquido extracelular. O líquido extracelular é transportado no corpo primeiro pelo sangue (vasos sanguíneos) e, segundo, pelos capilares e os espaços intercelulares. 5 Ao passar pelos capilares sanguíneos ocorre troca contínua do líquido extracelular entre o plasma do sangue e o líquido intersticial. As paredes dos capilares são permeáveis à maioria das células do plasma, com exceção das proteínas plasmáticas que são grandes. Com isso, ocorre um processo de difusão em ambas as direções que é causado pelo movimento cinético das moléculas no plasma e no líquido intersticial. O líquido extracelular, em todas as partes do corpo (plasma e interstício), estácontinuamente realizando trocas a fim de manter a homogeneidade do líquido extracelular. J SISTEMA RESPIRATÓRIO: O sangue capta nos alvéolos o oxigênio para as células. Ele se difunde rapidamente pela membrana alveolar (fina espessura) por movimento molecular. J TRATO GASTROINTESTINAL: Sangue bombeado do coração flui pelas paredes do trato intestinal, onde diferentes nutrientes dissolvidos (carboidratos, ácidos graxos e aa) são absorvidos para o líquido extracelular no sangue. J FÍGADO E ÓRGÃOS COM FUNÇÕES METABÓLICAS: Fígado altera as composições químicas de algumas substâncias que não podem ser absorvidas pelo intestino em sua fórmula original. Também elimina resíduos do organismo. Além disso, células adiposas, mucosa gastrointestinal, rins e glândulas substâncias. J SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO: mobilidade para proteção contra ambientes adversos. 6 Sistema de controle n Para manter uma estabilidade entre o líquido intracelular e extracelular; n Corpo monitora algumas funções-chave: pressão arterial e glicemia. n Essas “variáveis” são mantidas dentro do intervalo aceitável pelo mecanismo de controle fisiológico que é ativado pelo corpo se as variáveis saírem do seu ponto de ajuste. n Todos os sistemas de controle possuem três componentes: (1) um sinal de entrada; (2) um controlador, ou centro integrador, que integra a informação aferente e inicia uma resposta apropriada; e (3) um sinal de saída que produz uma resposta. Controla as células do local do machucado por meio de substâncias químicas. Restrito ao tecido ou a célula envolvida. n Uma célula próxima a lesão detecta a mudança em suas imediações e responde com a liberação de uma substância química (mediador para parar o sangramento). n Resposta restrita a região. O controle local não possui centro de controle integrador. Dessa forma, a resposta vai ficar restrita ao local onde ocorreu a mudança, sem necessidade de ir para o centro integrador. Exemplo Nesse momento as hemácias locais vão ser responsáveis pela coagulação do local para evitar a saída de sangue realizando uma vasoconstrição. Há presença de receptores perto do tecido lesionado que irão mandar informações para as células epiteliais. Essas, vão liberar a endotelina 1 (substância química que funciona como um potente vasoconstritor de tecidos lesionados). Com isso, os vasos locais terão seus calibres diminuídos e o sangramento é contido. Além disso, a cascata de coagulação também pode ser ativada no controle local. Obs: ao fazer torniquete em machucado você está diminuindo o calibre dos vasos promovendo uma vasoconstrição. Controle fisiológico Controle local Controle reflexo Alça de resposta Alça de retroalimentação Feedback + Feedback - 7 Exemplo: Aumenta o diâmetro dos vasos e aumenta o fluxo sanguíneo para o tecido aumentando a oxigenação no local: Para promover o aporte sanguíneo naquele local, os Quimiorreceptores da região começam a perceber que está diminuindo a quantidade de O2 no sangue. Por conta disso, esses receptores (célula epitelial que libera óxido nítrico, um poderoso vasodilatador) que dilatam os vasos para que seja possível enviar mais oxigênio ao tecido. Isso ocorre durante a musculação. Qualquer via de longa distância que utilize o sistema nervoso, o sistema endócrino ou ambos. n Controla independentemente da localização da lesão. n Ocorre uma sinalização a longa distância que é necessário para o sistema endócrino ou sistema nervoso. n Recolhe informações de vários lugares do corpo e leva para o centro integrador, que organiza as informações e decide o que tem que ser feito. Assim, ele delega as funções para a solução a vários alvos ao mesmo tempo. Dessa forma, a resposta será única. Exemplo: A pressão arterial é sistêmica e por isso é preciso delegar para vários sistemas do corpo uma função quando precisa normalizá-la. Ela depende dos rins, sistema endócrino, circulatório. Um reflexo fisiológico pode ser dividido em duas partes: uma alça de resposta e uma alça de retroalimentação. RESPOSTA REFLEXO Estímulo que vai para o centro integrador e gera uma resposta. SINAL DE ENTRADA Informa ao centro integrador o que ocorreu. CENTRO INTEGRADOR Avalia a informação recebida do sensor (sinal de entrada) e decide qual ação deve ser feita para solucionar o problema e quem vai fazer essa ação. SINAL DE SAÍDA Emitido pelo centro integrador e enviado para o alvo que irá realizar a tarefa. Nesse alvo é onde ocorre uma RESPOSTA. 8 Exemplo do aquário é usado. Temperatura ambiente: 25°C; Temperatura desejada: 30°C; Quando liga a caixa de controle, você ajusta a alça de resposta em movimento. O termômetro (sensor) registra a temperatura de 25°C e envia essa informação através de um fio elétrico (sinal de entrada) para a caixa de controle (centro integrador). A caixa de controle é programada para avaliar o sinal sobre a temperatura de entrada, compará-lo com o ponto de ajuste do sistema (30°C- homeostase) e “decidir” se é necessário ativar uma resposta para elevar a temperatura da água até o valor do ponto de ajuste. A caixa de controle envia um sinal através de outro fio elétrico (sinal de saída) para o aquecedor (o alvo), que liga e começa a aquecer (a resposta). 2 Essa sequência – do estímulo à resposta – é a alça de resposta. Controle antagônico: quando duas divisões do sistema nervoso ou dois hormônios distintos têm efeitos opostos sobre um único alvo. No corpo humano: J O corpo humano tem que manter a temperatura corporal - 36 e 37 °C. J Termoreceptores da pele captam a temperatura da pele e levam a informação para o centro integrador (hipotálamo). J Hipotálamo manda um sinal de saída. J Vasos sanguíneos e glândulas sudoríparas são os alvos. J Fazem uma resposta de vasodilatação e aumento da transpiração. Tudo para manter a homeostase da temperatura corporal mesmo diante de um aumento da temperatura. No entanto, o que impede o hipotálamo de diminuir muito a temperatura corporal? A resposta retroalimenta o sistema, influencia a entrada da via reflexa. Modulam a alça de resposta, influenciando-a a abaixar quando ela está acima do ponto de homeostase, e aumentar quando está abaixo do padrão. Dessa forma, tem-se um ciclo constante de oscilações buscando a estabilidade → HOMEOSTASIA. No caso do aquário, o sensor observa a temperatura da água. Quando ela ultrapassa o valor aceitável, a caixa de controle desliga o aquecedor, encerrado a resposta reflexa. n Ou feedback negativo. n Via em que a resposta se opõe ou remove o sinal. n As alças de retroalimentação negativa estabilizam a variável regulada (HOMEOSTASIA). No exemplo do aquário, o aquecedor aquece a água (a resposta) e remove o estímulo (a baixa temperatura da água). Com a perda do estímulo, a alça de resposta daquela via é desativada. n As alças de retroalimentação negativa podem restabelecer o estado normal, mas não têm como impedir o distúrbio inicial. 3 n São programadas para manter o sistema no ponto de ajuste ou próximo dele (variável estável). n O quão bem um centro integrador consegue manter a estabilidade depende da sensibilidade do sistema. n No caso do nosso aquário, a caixa de controle está programada para ter uma sensibilidade de 1°C. n À medida que a água aquece, a caixa de controle continua a receber constantemente informação do sensor sobre a temperatura da água. Quando a água atinge 31°C (30+/- 1), o limite superior do intervalo aceitável, a alça de retroalimentação faz a caixa de controle desligar o aquecedor. A água, então, resfria gradualmente, até um novo cicloiniciar. O resultado final é uma variável regulada que oscila ao redor do ponto de ajuste. Exemplos: Estímulo para o sensor quando está frio: precisa aquecer o corpo. Manda informação para o centro integrador e gera uma resposta que é aquecer o corpo. Entretanto, ao aumentar muito a temperatura a alça de retroalimentação negativa vai contra o estímulo inicial de aumentar a temperatura e promove a diminuição da mesma. Ao ingerir medicações como alprazolam, clonazepam (coquetel) o centro respiratório é deprimido e diminui a frequência respiratória. Como consequência, diminui a troca gasosa que, ao não serem realizadas corretamente causam a retenção de gás carbônico no corpo do indivíduo. Quimiorecepetores vão perceber aumento da concentração de CO2 no corpo e informam ao centro integrador. Ao ser informado, ele será responsável pelo aumento da ventilação pulmonar e a saída de CO2, diminuindo a sua concentração no corpo. 4 os sensores que disparam os reflexos para conservação de água são ativados quando a concentração do sangue aumenta apenas 3% acima do normal, mas os sensores para baixos níveis de oxigênio no sangue não respondem até que o nível de oxigênio tenha diminuído 40%. Não são homeostáticas A resposta reforça o estímulo, em vez de reduzi-lo ou removê-lo. A variável regulada vai para valores mais afastados do valor normal, o que dá início a um ciclo contínuo de aumento da resposta: ou os níveis estão muito altos ou muito baixos. Por intensificar a resposta, o feedback positivo precisa de alguma intervenção externa para que seja interrompido. Exemplos: Quando o bebê começa a pressionar a cérvice, que enviam sinais sensoriais para o encefálo, causando a liberação de ocitocina, responsável pela contração, que aumenta mais a força contra a cérvice. Esse estiramento estimula ainda mais liberação de ocitocina → + contração. Esse ciclo continua até o bebê ser expulso, terminando o estiramento da cérvice e interrompendo a alça de retroalimentação positiva. 5 Alguns reflexos se desenvolveram para permitir que o corpo possa prever que uma mudança está prestes a acontecer e possa ativar uma alça de resposta antes da mudança. Exemplo: reflexo da salivação. A visão, o cheiro ou mesmo o pensamento no alimento são suficientes para fazer nossa boca salivar na expectativa da ingestão de alimento. Além disso, esse reflexo pode dar início a secreção do ácido clorídrico.
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